segunda-feira, 12 de março de 2012

12.03.2012
TROCA DE IDÉIAS: O METRÔ DE JUAZEIRO...

Não devemos nos furtar de discutir boas idéias. É o que me ocorre ao conhecer superficialmente a proposta de Germanno Ellery estampada na edição deste domingo (04.03) do Juanorte, com respeito a um amplo projeto de instalação em Juazeiro do Norte de uma rede metroviária. Transcrevo a parte mais significativa da idéia:

Por esse pré-projeto, o Metrô do Juazeiro deverá ser constituído, inicialmente, de três linhas: Primeira Linha, ligando terminal do Aeroporto ao terminal de Fátima e daí ao Terminal de Nossa Senhora das Dores, na Praça dos Romeiros, extensão de 5,5 quilômetros; Segunda Linha, ligando o terminal de Betolândia, passando pela avenida Castelo Branco, pelo Novo Juazeiro e entrando na avenida Ailton Gomes, ao terminal de São Francisco, extensão de 5 quilômetros; e Terceira Linha, ligando o terminal de Nossa Senhora das Dores, passando pela Basílica, Centro e Salesianos, ao terminal Padre Cícero (Teatro Marquise) e daí passando pelo Triângulo(onde estão o Cariri Shopping Center e o Hospital Regional do Cariri) até o bairro Lagoa Seca na divisa com Barbalha, extensão de 6 quilômetros. Dessa maneira, o Metrô do Juazeiro terá extensão inicial total de 16,5 quilômetros com três linhas de VLTs oferecendo à população velocidade e comodidade em deslocamentos aos principais eixos comerciais da cidade. Para facilitar a integração nesses deslocamentos de milhares de juazeirenses, diariamente, estão previstos quatro terminais de transbordo: Transbordo 1, no Terminal de Fátima, no encontro da Linha 1 vinda do Aeroporto com a linha já existente de passagem do Metro do Cariri próxima ao Conjunto LDJ; Transbordo 2, no Terminal Nossa Senhora das Dores, no encontro da Linha 1 com a Linha 3 que leva ao Centro, Salesianos, Triângulo e Lagoa Seca; Transbordo 3, no Terminal Padre Cícero(Teatro Marquise), no encontro com a linha existente do Metrô do Cariri, opção para quem vem do aeroporto, Basílica Centro e Salesianos, e deseja mudar de rota, por exemplo, para o bairro comercial e industrial de São José(onde estão o Atacadão Carrefour e o Maxxi Atacadão); Transbordo 4, no Terminal São Francisco, também opção para quem deseja mudar de rota pegando a linha do Metrô do Cariri. Além dessas quatro estações de transbordo, o Metrô do Juazeiro deverá ter, ao longo dos seus 16,5 quilômetros de extensão, diversas estações de embarque e desembarque, com intervalo aproximado de 1 quilômetro, podendo ser maior nas regiões menos habitadas. Com essa disposição na planta urbana do Juazeiro, o metrô poderá transportar até mais de 10 mil passageiros por dia, tendo em vista ser grande e intenso o movimento diário de juazeirenses dos bairros mais populosos para os principais eixos de comércio, educação e lazer da cidade.

Diante do que está exposto, faço algumas considerações que me parecem razoáveis. Em primeiro lugar, quero cumprimentar Germanno Ellery por emprestar à sua idéia um certo caráter de arrogância, no sentido de que Juazeiro do Norte, e com repercussão sobre a dita Região Metropolitana, comporta perfeitamente este prévio planejamento de uma obra gigantesca, e como tal, incapaz de ser realizada até por qualquer extraordinário prefeito. Isto é obra de envergadura federal, não tenhamos dúvida. Ela é tão importante que não cabe mais na vontade do gestor. Nós, usuários, já estamos empurrando-a para uma conta de inevitável, uma pauta inadiável. Tem que acontecer, qualquer que seja a cor eleitoral. Debruçado sobre algumas questões que me parecem fundamentais, com respeito à viabilidade, tanto pela capacidade de transporte, como pela execução no plano do urbanismo que temos, eu arrisco alguns palpites por achar que ainda seria possível melhorar o que já está muito bom. Perdoem-me, os entusiastas, especialmente o Germanno. Concordo com quase tudo o que está aí dito com relação a linhas e estações de transbordo (terminais), o que seria naturalmente os encontros das diversas linhas, incluindo a que já funciona entre Crato e Juazeiro do Norte (Metrô do Cariri). Releve-se, igualmente, o amplo leque de opções que se abrem nestes pontos de transbordo para a instalação definitiva de uma velha cultura de grandes centros, com a funcionalidade de terminais de conexão ônibus – metrô, para retirar o excesso de veículos que infernizam o trânsito no centro. Com respeito à Linha 1, eu discordo em parte do seu traçado, porque vejo que ela subestimou algo que eu mesmo já havia manifestado no blog do Juaonline, há muitos meses atrás. E os motivos são dois: 1. A linha natural para atingir o Aeroporto deve ser o traçado do Metrô do Cariri (Fotos 1 e 2, linhas verde e vermelha, respectivamente), pelo fato de que já está implantado naquela direção e teria, tão somente de ser retificado um pequeno segmento (na altura da Vila São Francisco – Pedrinhas) para atingir o Aeroporto, com a possibilidade de no futuro ser estendida a Missão Velha (Foto 2, linha roxa). 2: Na outra direção o Metrô do Cariri já chega a Crato, também grande usuário do Aeroporto Regional, e até pode ser completado, dentro da cidade, para atingir áreas como o Parque de Exposições, a URCA, e como tal o bairro do Pimenta.  Mas, concordo plenamente com parte do seu traçado, ressalvando que, na altura da Av. Humberto Bezerra, ela tome a direção desta avenida, o que serviria aos bairros de Limoeiro, Novo Juazeiro, Tiradentes, Betolândia, etc. Como esta primeira linha serviria a Betolândia, a Linha 2 também teria em parte uma alteração de seu traçado, pois a sugestão é que, do outro lado, ela comece na área da Cidade Universitária, percorra parte da Lagoa Seca e atinja a Av. Ailton Gomes, no Pirajá, onde haveria um Transbordo no mesmo dito Terminal São Francisco. É indiscutível a passagem de um ramal metroviário pela área do pólo universitário, e as proximidades do Campo Alegre, por onde já se está planejando o nascimento de um pólo industrial. Também deve ser considerada a possibilidade de que esta seja a saída para uma extensão inevitável, no futuro, para a cidade de Barbalha. Sobre a Linha 3, em razão das alterações de traçados nas Linhas 1 e 2, seria mais razoável que a sua direção não mais seja a da Lagoa Seca, que estaria atendida pela Linha 2. Assim poderíamos cobrir outra extensa área a caminho de densa aglomeração populacional e que se verifica no que se estende do Triângulo a todas as áreas paralelas à Av. Pe. Cícero, passando pelo bairro Frei Damião. Logo, ao atingir o Triângulo, ela tomaria esta direção, não mais passando pela Lagoa Seca, que estaria coberta pelo traçado da Linha 2, aliás, por onde anteriormente já corria o velho ramal ferroviário de Juazeiro do Norte – Barbalha. Com estas alterações, nenhum Transbordo proposto pelo Eng. Germanno Ellery sofreria alteração, ficando como estão ditos. Outro fato a ser bem meditado diz respeito a uma boa parte da implantação da Terceira Linha, no que toca a sua fluência através do sitio mais antigo de Juazeiro do Norte, tendo como eixo a Rua Pe. Cícero até a área dos Salesianos. Ora, estamos pensando em todas estas intervenções para a instalação de VLT, e não de uma linha convencional de metrô, subterrânea. Logo, é uma dura questão esta, aquilo que levaria a alterar por longo tempo, durante a obra, a vida mais nevrálgica de uma cidade muito complicada como a nossa. Veja-se que até mesmo em coisa de menor monta, como a instalação do chamado Roteiro da Fé, quando de bom senso se alteraram os planos de intervenção na cidade para a ligação de locais de romaria (Basílica, Salesianos, Franciscanos e São Miguel), mediante vias para pedestres, em calçadões. Imagine-se a instalação de duas vias férreas paralelas. Apesar destas observações que resolvi fazer a Germanno Ellery, no intuito de contribuir com a discussão a que nós cidadãos temos direito, devo parabenizá-lo pela iniciativa de propor esta pauta e de, certamente, continuar promovendo um debate sadio e construtivo na direção de boas soluções para nossa cidade.