sábado, 29 de junho de 2013

NOVOS CURSOS NA UFCA

 Criada a Universidade Federal do Cariri, muitos de nós aguardamos, ansiosos, o anuncio dos 16 novos cursos que serão oferecidos pela nova universidade. Como já existem 11 em funcionamento, passarão a ser 27 os diversos programas de graduação que a UFCA oferecerá para os 6.490 alunos que ela atenderá. Necessariamente não serão todos anunciados, nem tampouco implementados. Essa instalação de novos cursos será cumprida gradualmente, e não necessariamente no primeiro vestibular após a instalação da nova Universidade. De uma coisa já se sabe, a UFC, tutora da nova universidade tem um sentimento já expresso em instâncias acadêmicas sob dois pressupostos: o primeiro diz respeito à competência já provada da UFC em seus diversos cursos de graduação, o que não necessariamente implica na criação no Cariri de idênticos cursos já existentes em Fortaleza, mas programas outros, de formulações mais recentes, estribados na versatilidade do seu corpo docente que, por algum tempo, ainda se constituirá no esteio dos primeiros tempos da UFCA. O segundo ponto já transpirado diz respeito ao sentimento que, sendo o Cariri hoje um pólo universitário de expressão, especialmente pela oferta de mais de uma centena de cursos de graduação pelo setor privado, a nova universidade pública não pretende competir com este esforço, reforçando a ideia de novos tendências para o ensino de graduação, em sintonia com a demanda da região, como foi o caso de Design de Produtos, Jornalismo, Biblioteconomia, etc, ora em funcionamento. Dentro destas premissas a UFC poderá sugerir à UFCA alguns dentre as seguintes opções: Arquivologia; Automação Industrial;  Bioenergia sucro-alcooleira; Bioengenharia; Biotecnologia; Ciência dos alimentos; Ciência dos materiais; Desenho industrial; Design de interiores; Engenharia agrícola; Engenharia ambiental; Engenharia de alimentos; Engenharia de controle e automação; Engenharia de manutenção; Engenharia de materiais; Engenharia de sistemas eletrônicos; Engenharia de software; Engenharia de telecomunicações; Engenharia de transportes; Engenharia eletrônica; Engenharia industrial; Engenharia química; Engenharia sanitária; Gastronomia; Geologia; Gestão ambiental; Gestão da produção de calçados; Hotelaria; Logística; Marketing; Medicina veterinária; Museologia; Nutrição; Paisagismo; Publicidade; Química; Química ambiental; Química industrial; Radialismo (ou Rádio & TV, ou ainda Audiovisual); Recursos humanos; Saneamento; Turismologia; Zootecnia.
CINE ROULIEN
O que os nossos pais assistiam antigamente? Voltamos aos cartazes dos cines Roulien (Rua São Pedro, 389) e Eldorado (Rua Santa Luzia, 429) durante o ano de 1949. No dia 26.04.1949 o Roulien exibiu em sua sessão às 19:30h o filme Estranha aventura. A ficha técnica da película é: Título original: When strangers marry; Estados Unidos, 1944; Direção: William Castle; Elenco: Dean Jagger (Paul Baxter), Kim Hunter (Millie Baxter), Robert Mitchum (Fred Graham), Neil Hamilton (Detetive Little Blake), Rhonda Fleming (Garota no trem). Sinopse: É um filme de suspense, no qual uma ingênua mulher chega a Nova Iorque para se encontrar com o marido, um vendedor que ela conheceu alguns meses antes, e desconfia que ele pode ser um assassino. No ano de lançamento a Variety reagiu de forma positiva, fazendo uma ressalva com relação ao título "When Strangers Marry", que sugere uma temática de recém-casados, diversa do enredo que é na verdade um thriller psicológico sobre um assassino, com perseguição cheia de suspense e emoção.Orson Welles disse, sobre este filme, em relação a outros do mesmo ano: "Não é tão habilidoso como Double Indemnity ou tão brilhante como Laura, mas que é melhor atuado e melhor dirigido... isso é. Relançado com o título de Betrayed, foi classificado como o melhor filme B já feito, pelo crítico e historiador de cinema Don Miller.
CINE ELDORADO
O Eldorado exibia no dia 27.04.1949: Taça da amargura. A ficha técnica, sumariamente, é: Título original: The upturned glass; Inglaterra, 1947; Direção: Lawrence Huntington. Elenco: James Mason (Michael Joyce), Rosamund John (Emma Wright), Pamela Mason (Kate Howard),  Ann Stephens (Ann Wright),  Morland Graham  (Argila),  Brefni O'Rorke  (Dr. Farrell),  Henry Oscar  (Médico legista),  Jane Hylton (Senhorita Marsh), Sheila Huntington  (Menina 1), Susan Shaw  (Menina 2), Peter Cotes  (Estudante), Nuna Davey (Sra. Deva), Judith Carol  (Joan Scott-Trotter ), John Monaghan (Motorista),  Maurice Denham (Policial). Sinopse: Um neurocirurgião de destaque relaciona-se com seus alunos na faculdade de medicina de uma história sobre um caso que ele teve com uma mulher casada e como, após o caso acabou, a mulher um dia caiu de uma janela e morreu.  O cirurgião, suspeitando que ela foi assassinada, partiu para encontrar o assassino - mas, em vez de virar o suspeito à polícia, ele planejava tirar sua própria vingança contra o assassino.

A CAPELLA DO JOASEIRO 
Por e-mail, e também publicamente no Facebook, o Pe. Francisco Roserlândio de Sousa (Diretor do Departamento Diocesano de História Pe. Gomes-DHDPG) nos deu a conhecer um velho documento encontrado nas suas garimpagens e que fala de uma atividade da então Capella da Senhora das Dores, da povoação de Joaseiro, como ai está na ilustração. No pequeno texto do documento, José Leite de Chaves e Mello(?) se dirige ao então Vice Presidente da Província do Ceará, José de Castro e Silva, em data de 12 de abril de 1831, no seguintes termos: Ilmo. Exmo. Senhor. Em cumprimento do Artigo 18 das Instruções do 1º de Dezembro de 1828, remeto a V. Excia. Cópias das Atas das Eleições de Juiz de Paz da Capella da Senhora das Dores e de Juizes Suplentes de Paz que se procederam nesta Villa e Capella de Sto. Antonio da Barbalha. (Saudações) Vila do Crato, 12 de Abril de 1831. Assinado: Irmão José Leite de Chaves e Mello. Nesta época, estava em vigor o Código Criminal de 1830, que foi o primeiro código penal brasileiro, sancionado poucos meses antes da abdicação de D. Pedro I, em 16 de dezembro de 1830. Vigorou desde 1831 até 1891, quando foi substituído pelo Código Penal dos Estados Unidos do Brasil (Decretos ns. 847, de 11 de outubro de 1890, e 1.127, de 6 de dezembro de 1890).(Wikipedia) Segundo este dispositivo legal, Juiz de Paz era a autoridade que exercia a inquirição dos noivos. Ele era eleito na comunidade com atuação na freguezia ou Capella filial. Segundo o Código (CAPITULO III - Dos crimes contra a segurança do estado civil e domestico. SECÇÃO I.- Celebração do matrimonio contra as Leis do Império (1). Art. 247. Receber o Ecclesiastico, em matrimonio, os contrahentes que se não mostrarem habilitados na conformidade das Leis. Penas - de prisão por dous mezes a um anno, e de multa correspondente á metade do tempo. Art. 247. Contrahir matrimonio clandestino. Penas - de prisão por dous mezes a um anno. (Sobre a nota (1), sugerida acima, o corpo do Código anota: “As disposições do Concilio Tridentino na Sessão 24, cap. 1.° de Roformatione Matrimonii, e da Constituição do Arcebispado da Bahia, no livro 1.0 , tit. 68 § 291, ficão em effectiva Observância em todos os bispados e freguezias do  Imperio, procedendo os parochos respectivos a receber em face da Igreja os noivos, quando lhes requererem, sendo do mesmo bispado, e ao menos um d'elles seu parochiano, e não havendo entre elles impedimento depois de feitas as denunciações canonicas, sem para isso ser neccessaria licença dos Bispos, ou de seus Delegados, praticando o parocho as diligencias precisas recommendadas no § 269 e seguintes da mesma Constituição, o que fará gratuitamente. Lei de 13 de Novembro de 1827. - A ultima disposição d'esta Lei não priva aos parochos dos emolumentos das denunciações e certidões que até a data d'ella costumavão receber. Lei de 28 de Julho de 1828. - O matrimonio não é regido exclusivamente pelas Leis ecclesiasticas; as civis tambem tem n'elle notavel interferencia: vede portanto, além de outras, as Leis de 19 de Junho e 29 de Novembro de 1775, e de 6 de Outubro de 1784, sobre as pessoas que não podem casar sem licença, pois que, na conformidade d'ellas, devem igualmente mostrar-se habilitados os contrahentes.” De acordo com um ótimo texto esclarecedor, sobre o Juiz de Paz, do Dr. Por José Carlos Teixeira Giorgis, advogado, desembargador aposentado e professor:  “... essa figura foi criada em 15 de outubro de 1827, tendo como atribuições a possibilidade de decidir demandas cujo valor não ultrapassasse 16 mil réis; ainda funções policiais nas vias públicas, como prender bêbados e corrigir meretrizes escandalosas; e comunicar ao presidente da Província todas as descobertas que, por casualidade ou diligências próprias, se fizerem no distrito, como também de qualquer outra útil ao reino mineral, vegetal ou animal, com remessa de amostras. Não necessitava conhecimentos específicos, embora a abrangência dos fins. Quando foi promulgado o Código Criminal de 1830 o juiz de paz também julgava as contravenções às posturas, aplicando multas; e com o estatuto penal noviço, recebeu missão de presidir o juizado de instrução contraditório, além de investigar a culpa do criminoso para encaminhar o respectivo expediente ao magistrado; e no âmbito passou a ditar as sentenças em crimes com multa de até 100 mil réis e aplicar a pena de prisão, degredo ou desterro de até seis meses. A partir de 1841 alteram-se suas competências ficam restritas à  celebração do casamento e conciliação, mas sem o caráter jurisdicional. Quando assumia o encargo assim rezava: -“Juro aos Santos Evangelhos desempenhar as obrigações de Juiz de Paz da freguezia ou Capella filial de...., guardar a Constituição e as Leis, e às partes o seu direito”, como consta em documento de dezembro de 1828.” (Fonte: http://www.espacovital.com.br/consulta/noticia_ler.php?id=21900)
Nestes textos, contextos, pretextos e entrelinhas, estava a minúscula comunidade do Joaseiro, ainda no seu nascedouro, dando mostras de sua inserção no aparato legal do Império para que sua sociedade nascesse e prosperasse sob a égide da Igreja e do Estado. Isso, pelo menos para mim, abre espaço para uma nova trilha de pesquisa histórica sobre nossas origens, especialmente sob a égide do que foi consagrado, como comunidade de oração e trabalho.

IMPRENSA CENTENÁRIA
Surgiu um novo jornal na cidade – NOSSA HISTÓRIA. Deve ser o de número 526, pois devidamente comprovados com exemplares temos 498 e 28 outros estão sendo procurados para o tombamento efetivo na História da Imprensa Centenária de Juazeiro do Norte. Trata-se do Informativo do 2º Batalhão da Policia Militar do Ceará, criado como um canal de comunicação que visa aproximar ainda mais o comando do 2º BPM e a tropa, e que também seja um elo entre a Polícia Militar e a sociedade. No mês de maio, a edição especial de lançamento de NOSSA HISTÓRIA teve como foco o aniversário da Polícia Militar do Ceará. Suas edições conterão estatísticas, homenagens, notícias e informações de utilidade pública. Aproveito a oportunidade para mencionar estes 28 que existiram e cujos exemplares estão sendo desejados por nós, apenas por empréstimo, para que façamos os devidos registros. São eles: A Rua; A Vóz do Cariri (I); Art Pop Zine; Avança Juazeiro; Boletim Arauto; Boletim do Seminário Batista do Cariri; Fique de Olho; Fome; Gota Serena; Informativo Cako; Informativo Flamax; Jornal Escolar da Escola José Bezerra; Lingua-Gens; Manifesto Macabro; Missões em Foco; Nossa Boca; Notícias da Gente; O Cinqüentenário; O Lince; O Repórter; O Sol; O Torcedor; Ovni; Porão; Programação SENAC Juazeiro do Norte; SAMA; Semanário Informativo; e Veja Esporte. Os que puderem nos ajudar ficaremos muito agradecidos, podendo as informações serem remetidas para este Portal.

ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL 
O Governo do Estado do Ceará acredita que é importante manter um Sistema Estadual de Arquivos Públicos, tendo à frente o Arquivo Público que funciona em Fortaleza. Hoje, dos 184 municípios, apenas Farias Brito, Caucaia, e Pacoti tem os seus arquivos públicos municipais. Isto é muito pouco, convenhamos. O sistema teria sido criado em 2000, com uma determinação que não foi levada muito a sério, gerando a sua inatividade, pouco tempo depois. Bem recentemente, o atual secretário de cultura, prof. Francisco Pinheiro, em 2011, voltou a incentivar o andamento do projeto “Implantação do Sistema Estadual de Arquivos do Ceará”, mas pouco se adiantou. Um dos senões é a disponibilidade de recursos. Mesmo assim, em 2012, foi formada uma equipe constituída por historiadores, para tratar do assunto. Como se sabe, o Estado não pode obrigar cada um dos municípios a criar seus arquivos. Mas, a ausência deste serviço é lamentável pelo serviços que ele prestaria. Além do mais, pode-se dizer que em consonância com a legislação vigente, ”os poderes e suas diferentes esferas devem gerir seus documentos”. De acordo com o diretor do Arquivo Público do Ceará, Márcio Porto, “por enquanto, dez municípios já manifestaram interesse em criar seus arquivos municipais, entre eles Aracati, Camocim, Sobral, Crato e Juazeiro do Norte.”
 UM CONTEXTO & UMA CONJUNTURA 
Vinha crescendo aos poucos a intranquilidade dos juazeirenses neste contexto muito instável da nova administração municipal, em meio a esta complexa conjuntura nacional. E, quem diria? A terrinha se alevantou para protestar e dizer um basta aos abusos cometidos pelos seus gestores. Nosso comportamento é um tanto dúbio se imaginarmos que em muitas circunstâncias nós continuamos sendo assaltados, roubados pelos desmandos que se cometem. Fala-se de muito dinheiro perdido no ralo do tesouro municipal. Nisto, nós temos uma tolerância razoável. Deploramos, mas aguentamos firmes. Diferente é quando se mexe no nosso salário. Aí, por centavos que sejam, já nos indignamos, reunimos a fúria e tudo de ruim que nossas mães não conseguiram resolver enquanto era o tempo de nossa meninice e adolescência e lá vamos nós para a rua, feito gente truculenta que não concilia a passividade anterior com a provocação dos últimos instantes. Foi isso, o disparo inevitável de um gatilho que puxou tudo que havia de mal passado e mal explicado. A nação voltou a acordar, e o Juazeirinho do Norte se deu a demonstrações um tanto exóticas como encurralar um prefeito em horas em agência bancária e pressionar até mais não poder para que um novo acordo surja em torno dos salários de uma classe trabalhadora que tem certeza de que ainda não é por agora que a questão da educação será tratada com respeito.
(Foto: Beto Fernandes)
MUSEU DO LOUVRE
Semanas atrás nesta Coluna, eu fiz uma menção muito orgulhosa sobre a participação de minha filha, a arquiteta Renata Carleial de Casimiro, numa seleção de candidatos para curso na França. O Ibram – Instituto Brasileiro de Museus, do Ministério da Cultura, instituição a que Renata pertence, sediada no Rio de janeiro, publicou no dia 26, pp., no Diário Oficial da União, o resultado final das candidatas selecionadas para o Intercâmbio Acadêmico Brasil-França para a Bolsa de Intercâmbio para formação no Seminário Internacional de Verão de Museologia (SIEM) da Escola do Louvre e estágio em museus franceses. Para as vagas destinadas ao público em geral, as selecionadas foram Fernanda Alvim Modiano e Marina Mazze Cerchiaro. E para a vaga destinada a servidor do Ibram, Renata Carleial de Casimiro foi selecionada. O estágio será realizado, portanto, no Museu do Louvre, em Paris, entre 01.09 e 30.11. Partilho com meus leitores esta imensa alegria. Na foto, Renata (vestido azul) está na companhia de sua irmã, Carolina Medeiros de Casimiro, que presentemente também está em temporada de estudos de língua francesa em Paris, por sete semanas.

ONDE ESTÁ O REBATE? 
Há muitos anos, eu soube por dona Amália Xavier de Oliveira que a coleção completa do jornal pioneiro de Juazeiro do Norte, O Rebate, devidamente encadernada, e que pertencia à biblioteca da antiga Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, havia sido tomada por empréstimo pelo pe. Cícero Fernandes Coutinho. Curioso, eu mesmo tentei consultá-lo e, de fato, fui atendido, tendo sido recebido na sua residência, à Rua São José, quando me facultou o acesso. Na época não havia equipamento disponível para uma microfilmagem, pelo menos ao meu alcance. Então, perdi a chance de fazer o que ultimamente muito tenho desejado, para ter uma cópia digitalizada deste importante jornal. Tendo falecido em 08.07.1976, o pe. Coutinho deixou expressa a vontade para que sua biblioteca fosse levada para o Seminário do Crato. Soube disto bem recentemente, quando uma pessoa amiga, surpreendeu-me confirmando que esteve presente à entrega do material a um representante da Diocese, um sacerdote, para levar para o Seminário esta parte do espólio de pe. Coutinho. E lá se foi também a coleção de O Rebate. Nunca mais ouvimos falar disto, e até gostaria muito de ser informado o que foi feito deste acervo, especialmente a coleção do jornal. Apelo para os amigos Armando Lopes Rafael (Chanceler da Diocese de Crato) e Pe. Francisco Roserlândio de Sousa (Diretor do Departamento Diocesano de História Pe. Gomes-DHDPG) para que nos dê alguma informação a respeito.

CALÇADAS 
Esse Portal já mencionou, em diversas ocasiões a situação vexatória que enfrenta um pedestre ao transitar pelas calçadas de Juazeiro do Norte. A questão crônica vem de longe quando os gestores acharam melhor reduzir a largura das calçadas para permitir o alargamento de algumas ruas e facilitar o fluxo de veículos. Não se pensou noutra, acreditando que a cidadezinha talvez não passasse disso. Outra questão gravíssima é a apropriação dos espaços públicos pelo privado, drasticamente acentuado ultimamente. E nisto não se salva nem o formal, pois o comércio bem estabelecido também ocupa as calçadas do centro comercial e arredores, para expor as suas mercadorias. Falta a responsabilidade municipal para cumprir a regra dos códigos e normas, coisa tão comum à nossa cultura. Isto teve diversos capítulos, como a questão do bares do entorno da Praça Pe. Cícero e a ocupação por verdureiros na Rua São Paulo, aparentemente resolvida. Mas, agora, como se a cidade não tivesse nenhum comando, vai voltando a ameaça e as imagens televisivas demonstram a total alienação do poder público municipal para conter este retorno da ameaça. No caso que vi recentemente num dos telejornais, a ambulante que ocupa espaço numa calçada da Rua São Paulo e que por ali, vendendo sucos, permanece o horário comercial, teve a cara de pau de dizer duas coisas: ela toma quase que a calçada toda e fica uma nesguinha que não atrapalha o transito de pedestres (?), e mais que foi autorizada pelo fiscal da prefeitura. Além do mais, o secretário municipal ao qual a questão está afeita, reafirma que a fiscalização está coibindo isto. Não se entende. Agora a perturbação se alastra pela Rua Santa Luzia. Isso é típico de uma cidade sem comando. 

CEL. JOÃO ALENCAR DE FIGUEIREDO
Recebi e agradeço sensibilizado o presente que me manda o historiador Marcio Gandhi Figueiredo Temóteo, filho de estimados amigos Zulmira e Marcos Pereira Temóteo (in memoriam) com esta preciosa fotografia de seu bisavô, o Cel. João Alencar de Figueiredo, ao tempo em que esteve residindo no Acre e integrava a Guarda Nacional naquele território, tendo atingido o oficialato, no posto de coronel. Raimundo Araújo e Mário Bem Filho, no seu apreciado livro Dados Biográficos dos homenageados em logradouros públicos de Juazeiro do Norte, já perfilaram este homem que nasceu em Garanhuns, PE, em 22.01.1881 e faleceu em Juazeiro do Norte, em 26.11.1945. A partir dos anos 20, residindo em Juazeiro do Norte, tornou-se grande amigo do patriarca, sendo inclusive, vizinho do padre Cícero. Há diversas outras fotografias em que o Cel. João Figueiredo se deixou fotografar ao lado do pe. Cícero e de outros cidadãos juazeirenses. 
MEMÓRIA (I)
Em atenção à gentileza de Marcio Gandhi Figueiredo Temóteo, faço aqui uma breve memória sobre seu pai, Marcos Pereira Temóteo. Marcos foi meu contemporâneo de Ginásio Salesiano, nos primeiros anos da década de 60. Nas duas fotografias aqui apresentadas, a primeira refere-se ao nosso ingresso no Ginásio Salesiano, em 1961. Muitos aí são reconhecidos como integrantes daquela turma A do primeiro ginasial, onde são vistos: Da frente para trás, da esq. para a dir.: 1ª. fila, sentados - (não identificado, aluno de apelido “Passarinho”), Antonio Renato Soares de Casimiro (apelido sacerdote), Lindovaldo Frutuoso Gino, José de Anchieta Gondim Machado, José de Anchieta Silva, Antonio Alves Teles, Francisco José Pinheiro (apelido Ciço Pititiu) e João Vianney (...); 2ª. fila, em pé - Francisco Tadeu Lustosa, Paulo de Sousa, Francisco Adonias de Morais Sobreira (apelido Ninizo), (não identificado), José Sá Silva Thé, Francisco Carlos Macedo Tavares (apelido Jesus), Jairo Bezerra, Sergio Belém de Figueiredo e Iderval Jurumenha Ribeiro; 3ª. fila, em pé - José Pereira, José Wellington Amorim Araújo, Marcos Pereira Timóteo, Francisco Eduardo van den Brule Matos, José Sodson Sabiá, José Alencar, Cícero Alves Teles e Cícero de Paulo; 4ª. Fila, em pé - João Reginaldo Tenório, Edson Freitas, Valdir Tavares, Antonio Isomar, (não identificado), (não identificado), João Bosco Silva Cavalcante (apelido Bosco Caboré), Francisco Wilton Barbosa da Silva (apelido Bolinha), (não identificado).

MEMÓRIA (II)
Na segunda foto, bem recentemente, revendo velhas fotografias que ainda estavam para ser identificadas, encontrei esta em que aleatoriamente se fazia, nos anos 70, provavelmente, um registro nas ruas de Juazeiro do Norte que fazíamos com frequência. Na cena se tem uma visão da Rua Conceição, entre as ruas São Paulo e São Pedro, sentido nascente-poente. A rua ainda guardava um pouco da fisionomia dos anos 50, com algumas residências (famílias de Diva e Manoel Gomes, Edgar Coelho, Cristina Almeida, por exemplo), à direita, um pequeno trecho do velho Clube dos Doze, e na esquina a construção da nova A Pernambucana, no local em que se erguia antes a loja comercial de Eliseu Bispo. E o surpreendente é a presença de Marcos Pereira Temóteo, visto aí no primeiro plano. No mais, uma Rua Conceição onde os veículos da época (aero Willis, Rural, corcel) podiam ir e vir, numa rua de duas mãos, com a tranquilidade de uma cidade que se desenvolvia e ainda nos dava alguma qualidade de vida.


domingo, 23 de junho de 2013

SOB O SOL DE TOSCANA III

(21) Depois da agradabilíssima permanência na Toscana, (ultimamente em San Gimignano, província de Siena – foto acima) por 13 dias, ao lado dos inesquecíveis momentos que até nem poderia descrever com tal brilho, ocorreu-me para estes últimos apontamentos, prestar, se é que assim não seja muito pretensioso, algum serviço de informação que seja útil a quem deseja experimentar um belo roteiro pelo exterior. Refiro-me aos cuidados e atenções que estão inseridos, não só ao longo de todo o período de viagem, mas o que antecede a esta data. Há um procedimento geral que é absolutamente fundamental: planejamento. É péssimo ser um turista acidental, alguém que sai por aí, se fiando apenas no dinheiro que tem ou no cumprimento mínimo de obrigações documentais, a legalidade para ir e vir. Quando se tem um destino em mente, é preciso proteger esta iniciativa com diversos cuidados para que a viagem seja um sucesso, beirando o que classificamos como inesquecível, pois de fato, habitualmente, estas lembranças serão para toda a vida. Desde 1980, quando fiz a minha primeira e tímida viagem para a região das três fronteiras (Brasil, Argentina e Paraguai), tenho acumulado um conhecimento precioso sobre procedimentos que me ajudam muito a superar as dificuldades. Nada excepcional, e não é tudo, mas é boa parte do meu sucesso, se assim posso confessar. Seguem algumas observações que espero lhes sejam úteis.

(22) Escolha do Roteiro: “Mundo, vasto mundo...” adverte-nos o poeta. Realmente, é uma ilusão conhecer bem um continente, um pais, uma província, uma região, uma comunidade, no curto tempo de um programa turístico. Tudo é grandioso na geografia, na história, na cultura, nos hábitos, na gastronomia, enfim, em tudo. Tão verdadeiro para grandes cidades (Paris, New York, Roma, etc), como para pequenas vilas, a exemplo, para mim, recentemente, em Cavriglia, província de Arezzo). Então, ao lado desta curiosidade pelo primeiro destino, a isto se sucede a busca por coisas mais específicas, como aquilo que se pode rotular de turismo histórico, arqueológico, ecológico, religioso, etc. Move-nos o interesse pelo inusitado, pelo deslumbramento que as imagens nos trazem, pelo cinema, pelas revistas, pelos amigos que experimentaram e por toda a sorte de informações disponíveis. Aquilo que nos transporá, magicamente, para a cena comum de ícones mundiais, como estar e se deixar fotografar frente a Tour Eiffel, ou junto ao túmulo de Evita Peron, por exemplo. Não vamos esgotar nunca, mas teremos um conhecimento prévio de grande valia. Para tanto, é preciso ler o básico sobre o nosso destino. Há ótimas orientações em livros específicos sobre países, cidades, regiões, etc. Neste ponto, a internet tem prestado uma inestimável colaboração para um definição clara das nossas pretensões. Pode-se ali encontrar vídeos muito esclarecedores. Sugiro, por exemplo, uma série de uma Tv brasileira (veja pelo youtube) que enfoca como os brasileiros vivem por diversas cidades do mundo. Os programas, e são muitos, nos ajudam a compreender porque foram para lá, o que fazem, como a cidade lhe favorece ou agride, suas alegrias e frustrações, o que há para ver e fazer, etc.

(23) Documentação: O documento básico do turista é o Passaporte emitido pela Policia Federal no Brasil. Mesmo que, a exemplo do caso do Mercosul, onde a carteira de identidade (RG) é valida na travessia das fronteiras, ele deve ser conduzido como alternativa. Principalmente porque entrada e saída do pais ficam registradas pelos carimbos das autoridades. A perda ou roubo de documentos no exterior é uma coisa lamentável. Já vivi isto e sei o atropelo que provoca, quando se tem que formalizar boletim policial de ocorrência e presença no consulado brasileiro mais próximo. É desejável que se tenham cópias xerográficas de ambos (Passaporte e RG, devidamente autenticados). No caso de extravio, isto ajuda muito a solucionar o caso de providências para um retorno para casa. Sobre Passaporte, consulte o site da Policia Federal, e ali encontrará informações detalhadas como obtê-lo e algumas das circunstâncias que cercam o documento. Alguns destinos, como os Estados Unidos, exigem o visto que é válido por algum tempo. E mesmo assim, não é possível utilizá-lo quando o prazo de validade está para se vencer. A verificação destes documentos se faz no aeroporto, no ingresso e na partida do destino que se escolheu. Em algumas partes do planeta, especialmente nas fronteiras com os Estados Unidos, por exemplo, os temores decorrentes do 11 de setembro, forçaram a segurança a esquemas muitos rígidos. Aprendi que com esta gente, da segurança, não se discute, mas apenas se responde o perguntado e se tem os elementos nas mãos. Já presenciei um caso na família, viajando em grupo, que o agente se aborreceu com a intolerância do passageiro e determinou a retenção por um bom tempo do passaporte e da pessoa, a ponto de quase provocar a perda do voo entre Montreal e New York. Não lhes falo da minha experiência pessoal, em 2000, embarcando em Tel Aviv, de volta ao Brasil, via Roma, retido no aeroporto Ben Gurion, por questões de segurança. Um caso absolutamente pitoresco, que talvez um dia eu possa lhes contar. 

(24) Transportes e mobilidade: Quem viaja deve estar preparado para usar avião, metrô, ônibus, trem, navio, barco, ferriboat, bondes modernos (VLTs), esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade, teleféricos e até fazer caminhadas a pé. É importante ver as circunstâncias que nos levam a usar estes meios, porque cada um de nós pode ter algo delicado com um ou outro destes modos de se deslocar. Destinos turísticos no exterior, pelo que tenho observado nestes anos, normalmente tem bem resolvidas estas questões de mobilidade urbana ensejando um acolhimento adequado às pessoas portadoras de limitações físicas e assegurando bem estar e facilidades no uso de vias e equipamentos para deslocamentos. São bons exemplos os que se pode encontrar, não só nas grandes, mas igualmente em pequenas cidades quanto às facilidades e acolhimento a cadeirantes em transportes públicos como ônibus e metrô. Viajar de avião requer atenções. Antes de programar uma viagem de avião é preciso atenção à própria saúde. O Conselho Federal de Medicina (CFM) definiu os cuidados necessários antes do embarque. Especialmente, os médicos definiram todos os cuidados de saúde antes de viajar de avião. Portanto, não será exagero que ao consultar seu médico, uma pergunta possa ser feita: - Doutor, posso viajar? Afinal, o profissional que conhece bem seu organismo poderá auxiliá-lo a compreender eventuais perturbações que poderão acontecer no uso de tais vias de transporte. 

(25) Tempo: Nós vivemos num pais, e especialmente na área geograficamente próxima do Equador, onde só bem conhecemos a realidade do “faz sol e faz chuva”. Não é verdade quando isto se liga a regiões como experimentei, na Escandinávia (bem ao norte, como Helsinque), ou na Patagônia (bem ao sul, como Bariloche). São quatro estações bem distintas. Nós temos, via de regra, uma pequena tolerância às variações climáticas, tão comuns quando se viaja pelo mundo. Uma boa medida é conhecer a previsão do tempo através da internet, onde os serviços de meteorologia, nos destinos desejados, vão informar até por quase 15 dias antecipadamente, temperatura, umidade, chuva, neve, sol, vento, etc. É ótimo consultar e anotar, num pequeno caderninho de bordo. Principalmente porque isto nos ajuda a programar o que vamos vestir e como vamos estar protegido. Roupas de frio, por exemplo, são volumosas e complicam a nossa disponibilidade de espaço nas malas. As mulheres, especialmente, sabem com precisão, com o isto muda completamente o guarda-roupa a levar. Mesmo sabendo das incertezas das previsões, minimamente devemos crer que o mundo não vai virar e aquilo está muito próximo da realidade.

(26) Hospedagem: Na compra de pacotes turísticos em operadoras nacionais ou internacionais, sempre se tem a possibilidade de se fazer escolhas por categorias de hotéis. Isso é o convencional, sem problemas, com reservas rotineiras. De outra sorte, quando se opta pela montagem do seu próprio pacote a partir de uma seleção que envolve alugueis de quartos, apartamentos e casas, há uma infinidade de ofertas encontráveis na internet. Recomendo uma olhada nos sites www.homeaway.com, http://www.pap.fr/, dentre outros. Há uma descrição quase sempre minuciosa, acompanhada de fotografias do local, para melhor acerto na escolha. Na Toscana, por exemplo há muitas opções do que se chama Fazendas Agro-Turísticas, nos arredores de grandes e pequenas cidades. As instalações ficam em meio a campos de vinhas e de olivas, sendo as casas dotadas de todas as conveniências domésticas, prontinhas para habitar. Não é aceitável que se descuide sobre item tão importante. Deve existir em meio a aventureiros, uma maneira de não cuidar atentamente deste item fundamental. Por isto mesmo há imensas oportunidades de locação para estes nos albergues, campings, pequenos hotéis e pousadas. Mas, de certo, uma reserva prévia deve ser realizada. Nestes destinos turísticos, alguns aparentemente de pouco fluxo, temos a observar que o mundo inteiro, potencialmente, para ai converge, e não se deve por em conta menor que lá se vai resolver, na hora em que se chegar. 

(27) Compras: Se existe um item impossível de se dizer algo, porque tem muito a ver com a personalidade de cada um, é a questão das compras de lembranças, souvenirs e bens duráveis.  Nós somos, por nossa cultura, compulsivamente consumistas. Faz parte desta emergência de classe média que descobriu o paraíso das compras e compra tudo, até o que não usará. Invadimos a Flórida, o Mercosul espanhol, parte da Europa, e o fazemos desde Free Shops de aeroportos, até entrando no pais de destino, quanto mais na saída. É só ver o desembarque de voo internacional em nossos aeroportos. Aquji não há espaço para divagação sobre o certo ou o errado destas compras, uma vez que parece muito arraigado entre nós que este consumismo faz parte hoje de uma grande jogada de marketing que transformou, especialmente, objetos de eletrônica e informática como as vedetes destes desejos, como a meta de nossa própria felicidade. Há nisto tudo, um grande equívoco. Mas, sem dúvida, as compras são este momento mágico de acesso a bens que não estão disponíveis em nossas aldeias de origens. Por isso mesmo são bem vindas. Mas é preciso ter um freio para não inverter a perspectiva do projeto que, originalmente, contempla o conhecimento de culturas, ambientes naturais, arte, e história de velhas civilizações.

(28) Dinheiro: As maneiras mais comuns de dispor de moeda estrangeira no país destino são: em espécie, que se pode levar consigo, no limite preconizado pela Receita Federal, cartão de crédito convencional, previamente liberado para uso no exterior, cheques de viagem (Travel Check) e cartões de débito pré pago. O que é mais barato se pode e deve perguntar na hora da escolha, em vista dos custos de câmbio, de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e pela praticidade? Os dois cartões mencionados, por exemplo, pagam IOF, respectivamente de 6,38% e de 0,38%. Logo, há uma franca opção pelo pré-pago. A verdade é que não se deve dispor apenas de uma forma. É conveniente que se faça a viagem com despesas que se podem pagar lá fora com moeda em espécie e pelo cartão pré-pago. Ao primeiro contato com seu destino, haverá sempre alguma despesa imediata para telefone, taxi, alimentação, alguma compra, etc, e isto se faz em espécie ou cartão de crédito. Quem planeja viagem, com bem antecedência, tem a oportunidade de converter a sua poupança em tempo mais conveniente, de acordo com a flutuação do câmbio, para tarifas mais baixas. 

(29) Pacotes: Aos iniciantes, a não ser com aquela garra dos jovens que saem por aí com mochilas nas costas, a opção primeira para o turista brasileiro são os pacotes turísticos que nos protegem, antecipadamente, por uma série de variáveis como a racionalidade do tempo, transporte, hospedagem, alimentação, passeios (city-tour), ingressos, gorjeta, taxas, etc. Ficam, por fora, geralmente, apenas os gastos pessoais, aquilo que vamos comprar de souvenirs ou presentes para os que nos são queridos e esperam por nosso retorno. Há muita gente desonesta neste setor, em qualquer parte deste mundo, e o importante é que o mais seguro é o empenho e o zelo da operadora que escolhemos e que tratará disto à nossa solicitação. Também vale a pena ver as ofertas por hotéis e operadoras locais de reconhecida idoneidade. Na internet há sempre apontamentos e desapontamentos registrados sobre estes pacotes, sejam por toda a viagem, sejam os locais. Ao escolher uma operadora para realizar o seu projeto de viagem, procure informações seguras sobre quem está no mercado e analise detidamente os custos/benefícios desta escolha. O contrato deverá estar firmado por documento assinado por ambos (operadora e cliente) de modo a não haver nenhuma surpresa pela omissão ou falta de cumprimento a nenhuma das clausulas contratuais.

(30) Idioma: Qual é o certo? "Quem tem boca vaia Roma" ou "Quem tem boca vai à Roma". Há quem diga que as duas estão certas, embora a primeira seja a original. Vaiar Roma hoje é uma grosseria, mas antigamente era o Império, merecedor da antipatia de muitos. Para se ir a um destino turístico, de idioma diferente do nosso, alguém que não domine, minimamente um segundo idioma, especialmente inglês ou espanhol, somente com a tutela de um pacote turístico, com guia falando a nossa língua, desde a origem, ou local. As dificuldades de relacionamento são enormes, quando isto não acontece, especialmente, diria, no Leste Europeu, na Escandinávia, por quase toda a Ásia e África. O brasileiro é dos povos que mais estão realizando rotas turísticas nos Estados Unidos e Canadá, bem como pela Europa. Daí porque sempre é possível um pouco de atenção de serviços essenciais aos turistas, como serviços de passeios, alimentação em restaurantes e outros locais de visitação, por pessoas que compreendem ou se fazem compreender conosco. Para isto, lançam mão de uma estratégia de falar um misto de espanhol e português (Portunhol) que com auxilio de mímica vai sendo possível se fazer entender e realizar o que se pretende, na hora de demandar uma informação, um pedido objetivo sobre localização, serviço de alimentação, transporte, etc. Com tudo isto a facilitar, aparentemente, o melhor mesmo é estar nas graças de guia habilitado ou fazer um esforço para dominar minimamente a língua inglesa, que de todas, é a mais conveniente em face destas necessidades intransferíveis de comunicação. 

(31) Saúde: Não acredite que você tem uma saúde de ferro e que nada vai lhe acontecer. Desconfie. Durante uma viagem tudo pode acontecer: um resfriado, desconforto gastrointestinal, um traumatismo físico (com ou sem fratura eventual), complicações de doenças pré-existentes, etc. É necessário se proteger. Não há uma garantia absoluta sobre a cobertura, isto é, o que será reembolsado por gastos médico-hospitalares, mas é desejável que se faça um seguro saúde, por uma boa operadora no Brasil. As agências de turismo tem a solução. E isto funciona, pois já experimentei em circunstância nada agradável quando tive que internar minha mulher em um hospital em Paris. Chama-se o médico por telefone e ele atende no endereço indicado e dá a conduta, medicando ou encaminhando para o atendimento satisfatório. Este é um procedimento que não dispenso desde a experiência traumática. E é o que recomendo. No caso de pacotes turísticos, vendidos por operadoras, barganhe isto ou faça incluir na conta. No mais, é observar, se usuário de medicamentos controlados ou de uso contínuo, a famosa “cesta básica” que os inclui na conta pouco maior da mínima quantidade, além daqueles de uso eventual pela pessoa, como antitérmico, analgésico, descongestionante, anti-inflamatório, etc. Cada um sabe de si, não é mesmo?

(32) Bagagem: Por norma de bom senso, as transportadoras disciplinam o regular em termos de unidades com peso e dimensões definidas. Isto é o lógico para capacidades bem estabelecidas dos veículos. Quando se compra um pacote turístico isto é bem expresso em consonância com as regras, especialmente as de aviação civil, normatizadas pela IATA. Algumas empresas podem ser mais generosas que outras, há umas que admitem até duas malas com até 32kg, cada, por passageiro. No geral, isto não vai além de uma só, de 23kg, nas dimensões regulares, mais 5 ou 8kg de uma única bagagem de mão. Isto deve ser observado, especialmente no caso em que se usam duas companhias aéreas, com tratamento diferenciado. Não observado, é custo adicional de excesso de bagagem, sem apelação. É sempre bom ter uma pequena balança em casa para verificar como fica a arrumação das malas, antes de partir. Razoável é procurar incluir na bagagem apenas o essencial. De preferência, pouco para ver no que vai dar, se fizer sol ou se fizer chuva e frio. Uma preocupação pertinente é o que se deve transportar, em observância ao legal. Por exemplo, eu fui advertido em Las Vegas porque tentei entrar na cidade com uma bagagem contendo um desprezível kiwi. Claro, foi confiscado, mediante censura. Prosaico é que o fruto passou por inspeção de Raio X. Poderia ser uma bomba. Há normas gerais, como drogas, substâncias inflamáveis, etc, mas cada pais diz mais especificamente o que pode ou não. Por critérios de segurança, a aviação civil também fixa atenções com relação a certos produtos químicos como cosméticos, com relação a volumes máximos e a proteção, envolto em sacos plásticos apropriados. Enfim, é sempre bom ver o que a polícia, a aduana e a saúde pública (saúde e agricultura) do destino estabelece.

(33) Informações Turísticas: Os locais de destinação turísticas que desejamos visitar desde muito se estruturaram para bem explorar esta nossa opção. Daí porque vamos encontra-las contendo equipamentos que favorecem esta maior interação. Dois dos elementos chaves são sinalização e informações turísticas. É fácil perceber, desde vilas modestas a grandes cidades, que as áreas urbanas e rurais atendem perfeitamente que circula, dando indicações bem precisas sobre todos os lugares de visitação. Quem viaja por carro, por exemplo, pode encontrar sinalizações que anunciam, quando é tempo, por neblina ou ocorrências de neve e gelo, bem como eventual desmoronamentos de encostas de serras, ao longo das estradas. As distâncias e altitudes estão nas placas que indicam a direção certa para se atingir a cidade ou seus equipamentos turísticos, como museus, castelos, etc. As informações turísticas estão disponíveis de duas maneiras: por publicações encontráveis nos ofícios de turismo e, frequentemente, sem custos, bem como por uma conversa com os funcionários do escritório. Uma rotina intransferível é pedir um mapa da cidade com as indicações mais importantes do que se tem para ver. Daí por diante, é procurar descobrir o que mais se pode conhecer, especulando sobre a riqueza cultural e artística, ou de outra natureza, ao seu interesse. E aí não há limites, pois as surpresas serão muito agradáveis.  

(34) Alimentação: Quem não tem flexibilidade para adaptar seu paladar a algo mais que arroz, feijão, cuscus, farofa e carne de gado, vai encontrar alguma dificuldade para encarar a culinária da forma diversa como se nos apresenta em temporada turística. Claro, a globalização introduziu nas mais diferentes civilizações o estilo McDonald´s de superar qualquer dificuldade alimentar a custo razoavelmente reduzido e rápido. Mas, sanduiche todo dia não é exatamente uma opção sensata, porque está na contramão do desejável para se conhecer uma das vedetes do turismo, em qualquer parte do mundo, que é a gastronomia do lugar. E no geral, isto privilegia o critério e saudabilidade, por incluir cereais diversos, muitas hortaliças, frutas de estação, carnes de animais silvestres e de criação, pescados e mariscos, etc. Portanto, mesmo com os seus devidos cuidados, escrúpulos e receios, não deixe de se envolver com a degustação de ótimos pratos, típicos da culinária local, muitos dos quais plenos de simplicidade e leveza, em porções bem mais modestas, que não enchem os olhos gulosos de nossa alma latino americana, mas que encantam pela arrumação e o toque elegante da composição. Via de regra, a harmonia vem com ótimos vinhos, tão típicos destas regiões privilegiadas que tanto nos atraem, como Austrália, África do Sul, Califórnia, Itália, França, Portugal, Alemanha, Espanha, etc. Durante a temporada turística, uma das demandas mais permanentes é por água potável. Uma imagem típica de turista se vê como alguém que se conhece à distância pela vestimenta e postura, mas também pelas intransferíveis mochilas, máquina fotográfica e uma garrafa de água mineral. É produto de primeira necessidade. No geral, toda água disponível, publicamente é potável, portanto, aprovada pela saúde pública do lugar. Não se espante se encontrar alguém bebendo água de uma fonte perdida que jorra continuamente numa viela de Roma. Nem de uma garrafa de plástico seca, vendida numa loja de souvenir em Estocolmo, sob a recomendação de que você pode enchê-la de puríssima água potável na primeira torneira pública da cidade, pois é um orgulho. E dependendo da temperatura, já virá geladinha. 

(35) Custos: No Brasil, vivemos uma fase em que a economia do país, pela inclusão de expressiva faixa da população no extrato economicamente ativo, permite para muitos a realização de um  sonho outrora mais difícil, para um projeto de viagem turística ao exterior. Não há um preço único, bem sabemos. O fato é que o mercado disponibiliza produtos diferenciados, cujas características de duração, transporte, alimentação, hospedagem, passeios, taxas e serviços, etc, dos quais algum deles poderá estar ao seu alcance, com financiamento próprio da operadora em prestações mensais acessíveis. Aos que optam pela montagem e composição por conta própria de todas as necessidades da viagem há a agradável surpresa, mas nem sempre, de o fazê-lo a mais baixo custo, especialmente para pequenos grupos. A iniciativa assimila um ganho razoável pela eliminação de custos operacionais da operadora, contratando-se diretamente com companhias aéreas, hotelaria e demais serviços. Em vários anos, não tenho contabilizado surpresas desagradáveis neste sentido e posso falar de bons resultados por negócios concluídos pela internet, sem problema. 

(36) Bons modos: Um assunto como este, cabe de sobra nas lembranças de como nos devemos nos preparar para melhor enfrentar um programa turístico em terras estranhas. A primeira coisa que se deve relevar é que isto naturalmente nos provoca um choque cultural. Não se trata de ver se de um lado ou de outro há mais relevo. São diferentes. Nossas origens e base cultural são muito diversas do que encontraremos por ai. Então, é preciso um nivelamento prévio, uma revisão de critérios mínimos, civilizados no trato com as relações humanas, em espaços públicos, que é o nosso confronto com a vida do lugar. Viajando pelo mundo, como observador, ocorre-nos frequentemente um momento em que analisamos este choque entre brasileiros e estrangeiros. E, não é raro, deploramos que muitas vezes saímos de casa sem o preparo adequado para esta relação com o que já está estabelecido há milhares de anos antes de nós. Não há regras, mas há modos. A observação primeira recai sobre princípios. Um dos quais reside na ordem preestabelecida, as normas e a regras de quem nos recebe, pois elas não abrem exceção aos argumentos dos nossos aparentes privilégios. Observar horários, trato gentil e atencioso na rua, e um respeito manifesto a questões de foro íntimo, pessoal, frente ao público. Os brasileiros, muito expansivos, são péssimos no uso de telefonia celular. Falam alto e às vezes escandalizam até os italianos porque lhes parece que os limites entre o público e o privado não são bem observados. Somos também muito espaçosos com respeito a filas, sem, observar, por nos faltar a paciência devida para aguardar o seu tempo. É preciso saber lidar com o lixo, pois frequentemente estaremos em ambientes cuja geração e destino final são bem evoluídos, com respeito a coleta seletiva que não admite misturar vidro, papel, metal, orgânico, etc. Cada coisa no seu lugar,  e às vezes, descartado em dias diferentes.          

(37) Finalmente: Muito mais se poderia dizer e detalhar. Um projeto de viagem turística comporta muitas especulações ao tempo em que se planeja a viagem dos sonhos. A primeira, certamente não será a única, e cada um de nós vai agregando ao longo destas experiências muitas observações e procedimentos que nos auxiliam a superar as dificuldades que aparecem, tornando isto, se é possível dizer, quase uma rotina prazerosa, com a qual muito crescemos e nos aperfeiçoamos. Foi esta a intenção. Espero que de alguma forma isto possa ser útil.

CINE ROULIEN
O que os nossos pais assistiam antigamente? Voltamos aos cartazes dos cines Roulien (Rua São Pedro, 389) e Eldorado (Rua Santa Luzia, 429) durante o ano de 1949. No dia 13.04.1949 o Roulien exibiu em sua sessão às 19:30h o filme Deliciosa Mentira. A ficha técnica da película é: Título original: Something in the Wind; Estados Unidos, 1947; Direção: Irving Pichel; Elenco principal: Deanna Durbin (Mary Collins), John Dall (Donald Read), Donald O'Connor (Charlie Read), Charles Winninger (Uncle Chester Read), Helena Carter (Clarissa Prentice), Margaret Wycherly (Grandma Read), Jean Adair (Mary Collins' aunt), Four Williams Brothers (eles mesmos), Jacqueline deWit ( Fashion Show Saleslady), Jan Peerce (Tony – Policeman), Johnny Green (Orchestra leader at fashion show). Sinopse: Neste belo musical estrelado por Deanna Durbin, o neto de um milionário confunde uma bela disk-jockey (Deanna Durbin) com a tia da garota, que está namorando o seu avô, o que acaba gerando muitas situações engraçadas, e muita diversão.
CINE ELDORADO
O Eldorado exibia no dia 17.04.1949: Paixão Selvagem. A ficha técnica, sumariamente, é: Título original: Canyon Passage; Estados Unidos, 1946; Direção: Jacques Tourneur. Elenco: Brian Donlevy, Dana Andrews, Hoagy Carmichael, Lloyd Bridges, Patricia Roc, Susan Hayward, Ward Bond. Sinopse: O homem de negócios, Logan Stuart (Dana Andrews), está escoltando a noiva de seu amigo, Lucy Overmire (Susan Hayward), de volta para sua casa na distante cidade de Jacksonville, no Oregon. No trajeto de sua dura jornada Lucy se sente atraída por Logan cujo coração parece pertencer a outra pessoa. Quando chegam em Jacksonville, vários fatos começam a acontecer envolvendo vilões, damas, triângulos amorosos, assassinatos. Um western sem tiros, com belos cenários, Hoagy Carmichael cantando canção dele próprio (que concorreu ao Oscar) e a beleza de Susan Hayward um tanto deslocada. São histórias de costumes, e um caso de amor que não chega a acontecer. O diretor francês Jacques Tourneur (1904-1977) foi um dos muitos europeus que foram para os Estados Unidos fugindo do nazismo; trabalhou nos Estados Unidos a partir de 1939.

AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
Mais uma vez estamos apresentando os dados oficiais da Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) com respeito aos números de sua estatística regular com a movimentação de aeronaves e passageiros em aeroportos sob a sua gestão, e de modo particular com respeito ao Aeroporto de Juazeiro do Norte. Temos feito isto a cada divulgação destes dados. Fazemos a estratificação dos dados em 6 categorias, situando o nosso aeroporto na conjuntura de todos os aeroportos do Brasil e da Região Norte-Nordeste (internacionais e domésticos, somente os domésticos e apenas os domésticos interioranos). Com os valores do período Janeiro-Maio, não se constatou nenhuma mudança nas posições relativas em que o aeroporto de Juazeiro do Norte se situa. O ranking mais importante em que nos situamos é o do conjunto de aeroportos brasileiros interioranos. Nesta condição, Juazeiro do Norte é o oitavo colocado, num total de 21 aeródromos. Continuam as obras no Aeroporto de Juazeiro do Norte, para a instalação dos Módulos Operacionais (Embarque/Desembarque), com investimento da ordem de R$ 2,87 milhões, com uma área total de 1.050m², o que permitirá um aumento de capacidade de cerca de 0,5 milhão de passageiros/ano. Atualmente, somente as quatro operadoras (Azul, Avianca, Gol e Trip) realizam 16 operações de pouso e decolagem. Somente a partir de Julho, quando se anuncia o final das obras da implantação destes módulos poderá acontecer alguma modificação na oferta de novos destinos e horários, pelas mesmas ou por outras que passem a operar este mercado tão promissor que compreende as regiões Centro Sul do Ceará, Noroeste de Pernambuco, Alto Sertão da Paraíba e Sudoeste do Piauí. No dia 09, pp, o Folha de São Paulo publicou matéria sobre a economia de Juazeiro do Norte, mostrando o nosso potencial desenvolvimentista. Neste contexto, as relações de Juazeiro do Norte com os diversos centros produtores do país vai continuar demandando muito maiores oportunidades para o desenvolvimento de negócios dos serviços de transporte aéreo, tanto de passageiros quanto de cargas. Daí a expectativa de que os governos, nos três níveis, continuem a prestigiar as melhorias necessárias ao segundo aeroporto de nosso Estado. No caso do governo municipal, ainda temos pela frente a solução do acesso urbano, pois há muito a simples via da Avenida Virgilio Távora não mais se apresenta satisfatória para o intenso fluxo motivado pelo movimento aeroportuário e pelo crescimento da urbanização no entorno do aeroporto. 







PADRE NERI FEITOSA
De vez em quando recebo do Pe. Neri Feitosa (Canindé, CE), pelo correio, uma agradável surpresa. Voltando de viagem, em dois envelopes encontrei exemplares deste seu novo trabalho, onde faz ótimas reflexões sobre O Sofrimento, a começar pelo começo: como o sofrimento apareceu no mundo. Pe. Neri é irrequieto, não pára de produzir, de escrever e nos ajudar a compreender as agruras do mundo e a esclarecer sobre temas de sua permanente vigilância nos campos da história, da religião, da genealogia e da cultura em geral. Nisso ele não envelhece e até nos dá uma prova com a dedicatória do livreto, onde se dirige aos leitores mais novos do que ele. Diz ele: “são muitos. Existe alguém mais velho do que eu? Estou dentro dos 88 anos. Pode haver alguém mais idoso do que eu, mas penso eu, não é mais leitor... Quando a gente envelhece deixa de ser quase tudo... Falo por experiência.”  No outro envelope, um substancioso e intrigante texto sobre a sua vida religiosa. É um texto que fica, por enquanto, sob reservado conhecimento, pelas confissões ai contidas e que nos revelam sobre as pedras de seu caminho missionário, desde a sua ordenação sacerdotal, em 03.12.1950 até o presente momento. Uma vida exemplarmente dedicada ao serviço da fé e de sua Igreja. Outra coisa que exponho aqui é o selinho que está fixado na parte de trás destes dois envelopes recebidos. Lá está escrito, como se vê: Sou Devoto do Padre Cícero. Não obstante a declaração explicita, isso era coisa que, partindo do Pe. Neri Feitosa, há muito já sabíamos. Mas ele é incansável no seu testemunho ao nosso santo. E por isto, muito lhe agradecemos.
(Foto: http://vilacamposonline.blogspot.com.br/2012_03_25_archive.html)


PELA IMPRENSA DO MUNDO
As recentes manifestações populares de protesto no pais e que tiveram também a sua repercussão em Juazeiro do Norte, notadamente pela questão mais local e específica relacionada ao salário dos professores municipais, terminou por figurar em algumas chamadas da imprensa mundial. Destaque, especialmente, embora em poucas linhas, para o que aparece em The New York Times e Le Monde, conforme os textos: In Juazeiro do Norte, demonstrators cornered the mayor inside a bank for hours and called for his impeachment, while thousands of others protested teachers’ salaries. (Em Juazeiro do Norte, os manifestantes cedrcaram o prefeito dentro de um banco por horass e pediram seu impeachment, enquanto milhares de outros protestaram contra os salários dos professores (New York Times, 19.06.2013). Dans une trentaine de villes plus petites, des manifestations ont également eu lieu, comme à Sao Gonçalo près de Rio avec 5 000 personnes, ou à Juazeiro do Norte, où 8000 manifestants empêchaient le maire de la ville de sortir d'une agence bancaire, mais aussi à Manaus et Florianopolis. (Em trinta cidades menores, as manifestações também foram realizadas, como São Gonçalo próximo ao Rio, com 5.000 pessoas, ou Juazeiro do Norte, onde 8.000 manifestantes impediram o prefeito de sair de uma agência bancária, mas também em Manaus e Florianópolis. (Le Monde, 19.06.2013). Outras menções estão nas edições do dia 19.06, nos jornais The Guardian (Londres), El Pais (Madrid) e no Financial Times (Londres).
REVISTA CARIRI
Já está sendo distribuída a nova edição (número 11) da excelente Cariri Revista. Na pauta de suas 80 páginas, com excepcional diagramação e colorido exuberante, destacamos as seguintes matérias: Um pouco da história do ex- jogador de futebol, Gesiel José de Lima (Nasa);  Gilmar de Carvalho nos fala do flagelo das secas (Nossa realidade é maior que a catástrofe); A revitalização do Museu do Crato; A surpreendente convivência de dona Almina Arrais (88 anos) com o computador; Os deliciosos doces do Madeilton (Juazeiro do Norte) e de Iara Duarte (Crato); O jogo de gamão da turma no fundo do Hotel Vila Real, em Crato; Os caretas de Santana do Cariri; Histórias que alguém me contou, por Josenir Lacerda, Abdoral Jamacaru, José Flávio Vieira, João do Crato, e Luiz Carlos Salatiel; Uma excursão pelo centro de Fortaleza; Tuty Osório aborda a convivência do semi-árido com  as questões da disponibilidade de água e a inclemências da seca; Artigos: A fome de Rodolfo (Teófilo), por Cláudia Albuquerque, Reciclando atitudes, por Isabella Bezerra, Tratado básico sobre a ressaca, por Sérgio Pires; E mais...Por fim, no seu editorial, lamentando a perda, a editora promete que o número 12 vai contar a história de vida da inesquecível Maria Assunção Gonçalves. Parabéns a toda a equipe por mais esta ótima edição.



domingo, 16 de junho de 2013

SOB O SOL DE TOSCANA II

(11) Desde o dia 8 passado chegamos a San Gimignano, na província de Siena. É uma pequena cidade medieval na Toscana. Não tem mais que uns 8 mil habitantes, e vive basicamente de turismo. É bem verdade que também temos que associar os negócios de vinho (particularmente das variedades Vernaccia, Chianti e Brunello) e a produção de azeite de Oliva, extravirgem, principalmente. Fiquei residindo numa velha construção do século XII, quase original, apenas modernizada pelos equipamentos e algumas instalações como gás, eletricidade e aquecimento. Esta velha construção no sitio histórico da cidade primitiva, a uns 100 metros do centro da vila, era um castelo da nobreza agrária do lugar. Com o tempo passou a ser um Convento, depois uma sede de bispado, por ultimo uma prisão e hoje se divide em propriedade privada com apartamentos e a sede policia municipal. Um belo local para se conhecer um recanto paradisíaco da Toscana, que os italianos insistem em dizer que e a mais linda região do mundo. Não esta muito longe disto. 

 (12) Quando fiz menção, semanas atrás, de que relataria fatos e faria comentários, como se fora um romeiro do Juazeiro, pelas terras da Toscana, não tinha a menor idéia de que disto terminaria falando. E o caso de me referir a este momento, pois logo ao chegar em San Gimignano encontrei a noticia da chegada aqui da 10ª. Replica da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, a Peregrina Senhora de Portugal. E achei uma coincidência muito grande que há 60 anos passados isto volte a me acontecer, pois residente em Juazeiro do Norte, lembro – como se diz, com estes olhos que a terra há de comer, da passagem ai de uma destas primeiras replicas que foi levada ao Cariri, em novembro de 1953, pelo Pe. Demontier. Temos, e oportunamente faremos, uma retrospectiva fotográfica desta peregrinação histórica para nós. A grande diferença, sem duvida, foi que agora sou bastante esclarecido naquilo que este fato representou. Mas, a emoção se recuperou no tempo.
 
(13) Pois bem, a Imagem Peregrina de Fátima chegou a esta região da Toscana através da Via Francigena, uma rota de peregrinação que se inicia na Catedral de Canterbury, Londres e vem ate Roma. Ela e muito conhecida, como a de Santiago de Compostela. São cerca de 80 trechos, variando de poucos quilômetros a um pouco mais de 40km. A via Francigena, nesta área, contempla diversos municípios. Acompanhei-a por uma ou duas horas, nos 4 dias em sua permanência em diversas igrejas de San Gimignano, como as de San Bartolo, Santa Fina, Santo Agostinho e a Catedral (Duomo). Em cada uma destas, pelas 18 horas havia uma missa, belissimamente cantada, que se seguia a recitação do terço e se completava com a Consagração e a procissão ate o novo destino, numa igreja dentro dos muros da velha cidade. Interessante observar que raras vezes esta celebração podia contar com umas 100 pessoas. Fiquei imaginando o que seria isto no Cariri. Mas aqui, não sei eu justificar o pouco interesse.

 (14) A propósito de Via Francigena, tive a curiosidade de enfrentar com um amigo de Stutgart (Alemanha), bem experimentado em caminhadas pela a Floresta Negra, por duas horas, um pequeno trecho dela entre San Gimignano e a localidade de Santa Lucia. Foi duro para este romeiro de pouca experiência, enfrentar o trajeto, por vezes muito íngreme, coisa de 30 graus de inclinação, a subir ou a descer, em altitudes de 100 a 200 metros. Depois de duas horas de caminhada, na maior parte por locais fascinantes que incluíam fazendas agro turísticas, monastérios, pequenas vilas, campos de oliva e de vinha, alem de vegetação exuberante, animais muito exóticos, dentre aves e animais silvestres (porcos e cervos), numa topografia de incríveis elevações, voltamos a nossa vila para um bom café da manha, pois tínhamos madrugado, num clima providencial, sem chuva e numa temperatura de 15 graus.

(15) Durante o trajeto da Via Francigena, menino matuto, não parei de pensar nos caminhos dos romeiros do Juazeiro do Norte, lamentando que eles não tenham ainda o devido acolhimento pelo poder publico, como esperamos. Toda a rota e sinalizada e o seu percurso e algo muito disciplinar, pois o motivo e essencialmente religioso. Pela tal Via, fui imaginando muitas coisas que nos vem à cabeça quando tratamos, não só no nosso caso, mas em muito outros, sobre o que rotulamos de Peregrinação, Turismo Religioso, ou simplesmente Turismo, mesmo sem tipificar (ecológico, histórico, lazer, etc.). E nisto temos muito  que aprender, e muito mais o que firmar, pois são objetivos muito distintos e não temos nenhuma autoridade para confundir as vias do fato, atropelando este potencial que a todos nos interessa. Por exemplo, neste instante em que o Estado Italiano enfrenta uma crise muito aguda, percebe-se aqui que e necessário firmar condutas e tratamentos muito bem delineados para que Estado, Igreja, classes produtoras, todos tenham destas vocações, de suas crenças, o melhor resultado.

(16) Uma das melhores menções que poderemos fazer a respeito deste instante crucial vivido pelo povo italiano e a sua tenacidade para superar a crise. Falo especialmente das pequenas comunidades do interior do pais, e mais objetivamente do papel da mulher. Encontrei inúmeros casos bem patentes deste desempenho formidável, realizando um novo papel, bem alem do mais simples, domestico, empreendedoras, novas comerciantes e criando espaços muito versáteis para negócios novos, tanto na agricultura, como no comercio das vilas. Uma cena bastante triste e encontrar pessoas que a primeira vista fazemos um juízo de gente de bem, bem vestidos, falando das suas próprias dificuldades, mas perambulando, em busca de oportunidades de emprego. Conversei com vários, lamentando o que se passa, de modo particular pelo declínio da produção e levando os mais velhos a um estado de penúria, e esmolando pelas praças das cidadezinhas. Assim encontrei muitos.           

(17) Turismo na Itália não e coisa barata para brasileiro. Mas, o pais esta cheio (modo de dizer) de brasileiros por todos os lugares. Na Toscana, principalmente, eles podem chegar este ano a uns dois milhões, me dizem dados das agencias de turismo. O que eles procuram por aqui, se pode resumir a curiosidade pela beleza natural de toda a região, alem dos vinhos como Chiantis, Brunelos e os típicos de diversas comunas que tem a chamada Designação de Origem Controlada e Garantida (DOC ou DOCG). Estes são os passaportes para firmar pequenas vinícolas, algumas que não produzem mais que 5000 litros por ano. Em Casole d Elisa, por casualidade, conheci o mineiro Fernando de Almeida Neves, filho de Antonio de Almeida Neves, um dos irmãos do falecido presidente Tancredo de Almeida Neves. Ele resolveu aceitar o desafio de tocar uma pequena vinícola para 5 mil litros por ano, em Casole. Agora que a vinícola esta modernizada e pronta, a partir de setembro próximo vai passar 3 anos produzindo e ainda guardando o vinho em tonel de madeira, pois, Chianti, a vedete do vinho da uva Sangiovese, tem que ter este envelhecimento. Visitei varias outras que elaboram ate 150 mil litros fazendo degustação de vinhos básicos, clássicos e reservados, tanto brancos, como rosados e tintos. No geral, as vinícolas são modernas e competitivas. O Estado as protege, pois e um dos sucessos do agronegócio da Toscana. Pelas cidades se multiplicam os negócios que envolvem enotecas, espaços para vinho e gastronomia, atendendo clientes para lhes mostrar a maravilha de tantas especialidades, fazendo degustações e, sobretudo, vendendo o produto de um solo e de um clima absolutamente generosos.

(18) Muitos livros propagam as maravilhas da cozinha da Toscana, inclusive como a base da cozinha italiana. Embora tudo seja muito típico, ela não e rebuscada nem se pode dizer que seja sofisticada, como a cozinha francesa. A principal característica e a utilização de produtos agrícolas frescos e com forte apelo pelo saudável. Veja o caso indissociável do azeite de oliva e de muitas hortaliças e especiarias, as quais se juntam favas, nozes, e diversos produtos láticos, especialmente uma grande diversidade de queijos, e também embutidos como prosciuto e salumi. Uma das vedetes maiores e que forma a lista inevitável do primo piati e a grande diversidade de pasta, o velho macarrão, desde a sua forma mais clássica do spagheti a todas as variações de massas curtas. E a chamada cozinha inteligente que privilegia critérios de saudabilidade pouco encontrada pelo mundo. O pão típico toscano, por exemplo, e sem sal. Quando a base e carne, as opções incluem também caças como javali e faisão. Também se deve falar de maravilhosos pães e doces que esta cozinha produz, tudo isto com uma forte presença das frutas, dos cereais e do trigo durum do solo italiano. Por fim, não e demais reafirmar que um dos segredos da Toscana e a fertilidade de suas terras em vales de grande vitalidade, de onde também se pode dizer que, em se plantando tudo da. E do melhor. 
 (19) No ultimo dia em San Gimignano assistimos a um Festival que ocorre aqui anualmente e que retoma as tradições de cavaleiros medievais, suas artes (culinária, artesanato, musica, teatro, etc., e competições). Este ano, veio da Alemanha uma banda de musica que se apresentou com a execução marcial de cavalarias medievais. Belíssimo espetáculo que se houve por muitas horas do dia, indo terminar já pelas 23 horas na Praça da Catedral.


(20) Desde ontem deixamos San Gimignano para trás, chegando a Roma para mais uns dias de férias. Ficamos com a saudade daquele lugar pacato do mundo, onde quase não se ouvia barulho nas noites frias, a não ser um ou outro transeunte nas vielas, indo para casa. Ao chegar em Roma, o barulho e infernal. As pessoas falam muito alto aos telefones celulares, gritam porque se atrapalha o caminhar deles em qualquer via, como se fossem os donos de todo o território, atendem mal ao pedido de informação, e por ai. Mas, tirando isto, Roma e a cidade eterna, linda em quase tudo que se vê. Num rápido circuito pela área histórica, vê-se que mais escavações foram feitas e mais espaços para visitação publica. Da ultima vez que aqui estive não havia ainda o VLT agora circulando próximo do Coliseu. Agora o governo esta implantando a terceira linha do Metro. Hoje, espero ter uma nova oportunidade para percorrer a Via do Corso, onde fica o Albergo e a Basílica de San Carlo Borromeu, onde o Pe. Cicero voltou a celebrar missa, depois da sua suspensão. Parece que nisto eu reencontro parte da minha própria historia. Buona domenica per tutti.   

sábado, 8 de junho de 2013

Jean Nogueira: Medalha Cidade de Juazeiro

A Camara Municipal de Juazeiro do Norte presta duas homenagens, atribuindo a Medalha Cidade de Juazeiro do Norte e o Titulo de Cidadania Juazeirense.
Pela RESOLUÇÃO N.º 653 DE 16 DE MAIO DE 2013, fica concedida a Medalha Cidade de Juazeiro, Comenda do Mérito Legislativo ao Senhor JEAN NOGUEIRA RIBEIRO (Foto), pelos inestimáveis serviços prestados à nossa comunidade principalmente na área cultural. Autoria: Cláudio Sergei Luz e Silva. Subscrito: Antônio Alves de Almeida - João Alberto Morais Borges – José Nivaldo Cabral de Moura – Danty Bezerra Silva – Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Ronaldo Gomes de Lira (Ronnas Motos) – José Adauto Araújo Ramos – José Tarso Magno Teixeira da Silva – Maria Calisto de Brito Pequeno - Maria de Fátima Ferreira Torres - Rita de Cássia Monteiro Gomes.

Pela RESOLUÇÃO N.º 655 DE 16 DE MAIO DE 2013, fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor JOSÉ NEUDO MACÊDO, pelos relevantes serviços prestados à nossa comunidade. Autoria: Paulo José de Macêdo Subscrito: Danty Bezerra Silva - Cláudio Sergei Luz e Silva – João Alberto Morais Borges – Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Ronaldo Gomes de Lira (Ronnas Motos) – José Tarso Magno Teixeira da Silva – Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha – José Ivan Beijamim de Moura – Cícero Claudionor Lima Mota - Maria Calisto de Brito Pequeno – Maria de Fátima Ferreira Torres - Rita de Cássia Monteiro Gomes.

HOMENAGENS
Dois Mestres da Cultura do Ceara, designação dada pela Secretaria de Cultura do Estado, agora são também cidadãos juazeirenses. 
Pela RESOLUÇÃO N.º 654 DE 16 DE MAIO DE 2013, ficou concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor MANOEL ANTÔNIO DA SILVA (MESTRE BIGODE) (Foto), pelos relevantes serviços prestados à nossa comunidade principalmente na área cultural. Autoria: Cláudio Sergei Luz e Silva. Subscrito: Antônio Alves de Almeida - João Alberto Morais Borges – José Nivaldo Cabral de Moura – Danty Bezerra Silva – Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Ronaldo Gomes de Lira (Ronnas Motos) – José Adauto Araújo Ramos – José Tarso Magno Teixeira da Silva – Maria Calisto de Brito Pequeno – Maria de Fátima Ferreira Torres - Rita de Cássia Monteiro Gomes.
Manoel Antonio da Silva, ou Mestre Bigode (mestre da Cultura do Ceara), nasceu em 04/07/1933 e e Brincante de Maneiro-pau (Dança coletiva animada por um improvisador de repentes ao som de um pandeiro, que mimetiza um combate travado entre caboclos, utilizando cacetes). Desde os idos de 1942 iniciou brincando maneiro-pau em Juazeiro do Norte – CE com um grupo formado por 12 homens, onde interpretava músicas em reverencia ao cangaço, a Coluna Prestes, Luiz Gonzaga, dentre outras “celebridades” nordestinas. Era o maneiro-pau de Bigode que sempre alegrava as festas de padroeiras e o imaginário popular da região do Cariri. Já na década de 70, Mestre Bigode criou o grupo de bacamarteiros com sede em Juazeiro do Norte que até hoje alegra as aberturas das festas populares com grandes salvas de tiros. 

Pela RESOLUÇÃO N.º 656 DE 16 DE MAIO DE 2013, ficou concedido o Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Senhora MARIA MARGARIDA DA CONCEIÇÃO (MARGARIDA GUERREIRA)(Foto), pelos relevantes serviços prestados à nossa comunidade, principalmente na área cultural. Autoria: Cláudio Sergei Luz e Silva Subscrito: Antônio Alves de Almeida - Danty Bezerra Silva – João Alberto Morais Borges – Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro - Ronaldo Gomes de Lira (Ronnas Motos) – José Tarso Magno Teixeira da Silva – José Adauto Araújo Ramos - José Nivaldo Cabral de Moura– Maria Calisto de Brito Pequeno – Maria de Fátima Ferreira Torres - Rita de Cássia Monteiro Gomes.
Maria Margarida da Conceição, ou Mestra Margarida Guerreira (mestra da Cultura do Ceara), nasceu em 21/06/1935. Brincante de Reisado (Folguedo do ciclo natalino, que representa o cortejo dos Reis Magos em peregrinação à Terra Santa, durante a qual faz autos, travando batalhas e apresentando espetáculos). Dona Margarida trabalha com reisado há 61 anos, na ocupação de Mestre Guerreira. Margarida Guerreira, como é mais conhecida, descobriu aos oito anos que já tinha admiração pelas brincadeiras populares que vivenciara em sua infância em Alagoas. Com a chegada de sua família a Juazeiro do Norte, movida pela fé no Padre Cícero, Margarida se depara com várias manifestações populares. A partir desse momento se encanta. Pouco depois, funda o grupo “As Guerreiras de Joana D´arc”, reisado formado só por mulheres, três treme-terra, blocos de moças com espadas, que até hoje resiste pela sua força de cantar e dançar a arte do povo nordestino. 
  
CINE ROULIEN
O que os nossos pais assistiam antigamente? Voltamos aos cartazes dos cines Roulien (Rua São Pedro, 389) e Eldorado (Rua Santa Luzia, 429) durante o ano de 1949. No dia 03.04.1949 o Roulien exibiu em sua sessão às 19:30h o filme O filho do Sol. A ficha técnica da película é: Título original: The last redmen; Estados Unidos, 1947; Direção: George Sherman; Elenco principal: Jon Hall, Evelyn Ankers, Michael O´Shea, Julie Bishop, Buster Crabbe. Sinopse: Clássico baseado na legendária história O Último dos Moicanos. Durante a guerra entre os índios e franceses, tudo se complica ainda mais quando o índio Olho de Águia se apaixona pela filha do general opositor. Clássica história de amor, em versão luxuosamente colorida para a época. Uma produção surpreendente, locações inesquecíveis por praticamente toda a Califórnia e atuações extraordinárias.
CINE ELDORADO
O Eldorado exibia no dia 03.04.1949: Aloma. A ficha técnica, sumariamente, é: Título original: Aloma of the South Seas; Estados Unidos, 1941; Direção: Alfred Santell; Elenco principal: Dorothy Lamour (Aloma), Jon Hall (Tanoa), Lynne Overman (Corky), Phillip Reed (Revo), Katherine DeMille (Kari), Fritz Lieber (Sumo sacerdote), Dona Drake (Nea), Esther Dale (Tarusa), Pedro de Córdoba (Raaiti), John Barclay (Ikali). Sinopse: Tanoa, herdeiro do trono de uma ilha dos Mares do Sul, não passa de uma criança quando se torna noivo de Aloma. Quando é enviado para os EUA para aprimorar sua educação, Aloma apaixona-se por seu amigo Revo. Quinze anos mais tarde, Tanoa volta para casa, esquecido da noiva, mas, ao fingir seguir as tradições locais, acaba realmente caindo de amores por Aloma e é correspondido. Enciumado, Revo torna-se inimigo mortal dos dois amantes e comete vários crimes em sua ânsia de vingança. Um vulcão, que se torna ativo de súbito, é visto pelos nativos como manifestação da ira divina, porém ele terá papel importante como instrumento da Justiça. Os destaques do filme são a erupção de um vulcão e as cenas debaixo d'água, realçados pelo uso do Technicolor. Trata-se de refilmagem da produção de 1926, com direção de Maurice Tourneur, da qual aproveitou pouco mais que o título e a ambientação. O filme recebeu duas indicações ao Oscar 1941: Melhor Fotografia (Em Cores) e Melhores Efeitos Especiais.

SOB O SOL DA TOSCANA (I)
(1) Escolher a Toscana para um roteiro de férias, com pouco tempo é uma temeridade. O que se possa imaginar de belezas naturais, historia, gastronomia, pelo menos, aqui se vai encontrar da forma mais soberba. Escolhi uma pequena cidade, pois já me pareceu, sem muita experiência, que este era o caminho acertado para um encontro inesquecível com esta civilização que remonta vários séculos antes de Cristo. O próprio nome Toscana vem da presença do povo Etrusco que se espelhou especialmente por esta região da Itália e tem em cidades como Arezzo, Siena, Cortona, e muitas mais, bem menores, um conjunto arquitetônico exuberante, apenas para falar das marcas que o tempo não conseguiu apagar totalmente, e que, felizmente, a sensibilidade de povo e governo fazem um esforço notável para preservar. Por isto, dentre tantos motivos, visitar a Toscana, e fazê-lo com vagar, parando em cada edifício, em cada piazza, traz um prazer indescritível.

(2) Um dos endereços mais comuns para esta região da Toscana é a sua capital, a cidade de Firenze. O escritor Stendahl, já em 1817, escreveu que Firenze é uma cidade que faz a gente ficar doente, pois, nenhuma cidade do mundo tem tanta obra de arte reunida. De fato, em museus, castelos, igrejas, galerias e até em ambientes abertos de praças, são incontáveis as obras para se admirar. Os marcos fundamentais de um roteiro mínimo não podem deixar de lado a Academia, o Duomo, a Ponte Vecchio, os Palazzos Pitti e de Medici, muitos museus e igrejas. E preciso ter muita disponibilidade para não ir dizendo como um amigo impaciente - Dou por visto... Foi, por exemplo, que numa destas insistências eu fui encontrar uma pequena igreja um tanto esquecida dos roteiros, a chamada Igreja de Dante, construída em louvor de Sta. Margharita, por estimulo de sua bem amada, Beatrice Portinari. 

(3) Um dos grandes charmes da Toscana é o conjunto de Designações de Origem Controlada e Garantida para seus vinhos. O solo da Toscana é prodigioso e aqui crescem algumas das varietais mais primorosas para bons vinhos, como a famosíssima Sangiovese, alem de Merlot, e os brancos Trebiano e Malvasia. Esta primeira é a grande vedete de uma indústria forte e muito vitoriosa pelo mundo. Os vinhos italianos são extremamente requisitados. De modo particular, aqui na Toscana tudo gira em torno de Chianti e dos Brunelos. Na província de Arezzo sobressaem os Chianti. A região é cheia de pequenas vinícolas que elaboram vinhos finos (mesmo os chamados comuns, de mesa, mas também os básicos, reserva, reservados e clássicos). Os Chianti, por exemplo, os mais comuns e acessíveis, a preços de 6 a 20 euros a garrafa, são especialmente os mais consumidos. Pelas estradas, fazendas, vinícolas e enotecas se multiplicam e estão cheias de turistas.

(4) Muita gente, particularmente do Brasil, esta preferindo vir para a Toscana escolhendo uma pequena vila onde se pode ficar na região urbana, em pousadas mais baratas ou ir para agro-fazendas e alugando pequenas casas, com dois ou três quartos para uma família ou grupo de amigos. Dependendo da localização, há opções de aluguel de veículos, da parte da fazenda, por conta do isolamento que isto implica. Quem prefere ficar na cidade, deve escolher bem um local que seja servido, por exemplo, por Trenitalia que tem muitas opções de horários para interligar todos os pontos de interesse do visitante. Um trajeto de uma hora, aproximadamente, em ótimo trem custa cerca de 6 euros e os horários são os mais convenientes. Cidades maiores como Siena, Arezzo, Firenze, Piza, Lucca, etc, devem, preferencialmente ser visitadas por acesso de trem. Isto porque o problema de estacionamento de veículos nesta cidade é bem problemático. Falo com propriedade por ter sofrido o problema na pele.

(5) Sempre que se fala de castelos medievais, a França é a primeira citação. Não há duvida. Mas na Itália, e particularmente nestas províncias da Toscana eles são muito freqüentes. Normalmente são menores que os grandes castelos do Val de La Loire, por exemplo. Mas, são muito charmosos. Muitos deles abrigam museus, galerias, restaurantes, ou servem de ambiente para festas e eventos. É comum que eles sejam sede de muitas vilas e, também, tenham a atividade vitivinicola como ponto de maior expressão de suas atividades atuais. Na província de Arezzo, é um caso, os Castelos do Chianti são fantásticos. Na Comune de Gaiole, para citar um caso, pode-se visitar e fazer um belíssimo programa nos Castelos de Cacchiano, Brolio, Monteluco, Meleto, Spaltena, etc. O departamento de turismo tem preparado pelo menos 4 roteiros básicos passando por estes castelos, onde há degustação e venda direta aos visitantes. Os preços mais modestos, mas de ótimos vinhos, tanto brancos, como rose e tinto, variam de 6 a 15 euros por garrafa.

(6) Muita gente vai a Cortona, ultimamente, depois que leu o livro Sob o Sol de Toscana, de Frances Mayes, ou viu o filme do mesmo nome, que também fez grande sucesso. No livro, há pelo menos um ótimo capitulo dedicado a esta bela cidade, exemplar para retratar a civilização etrusca. Pelas praças, pelas ruas, nas igrejas, nos restaurantes, e por ai, sempre se encontra alguém em qualquer língua, que esta com o livro aberto num dos seus capítulos. Frances Mayes, ao que tudo indica, hoje, ilustrada cidadã de Cortona, reside numa casa nos arredores do Tênis Clube, na direção do Giardini Parterre. Sua narrativa é uma delicia. Seguramente, foi alguma coisa que me encantou para ter abreviado esta viagem até aqui. Muito do que ela relata fomos encontrando pela caminhada nas estreitas vielas da cidade medieval, até chegar a igrejas, por vezes muito afastadas. Foi o caso de ter encontrado a de Sta. Margherita, onde, no altar mor, ainda hoje esta incorrupto o corpo da santa. Uma historia fascinante que vale a pena conhecer.

(7) O clima, nesta época do ano, esta muito satisfatório para um ótimo aproveitamento de qualquer programa de viagem a Itália. Na Toscana, por estes dias, a temperatura andou oscilando de 7 a 28 graus. Praticamente não tem caído chuva demorada. Por pouco tempo somos perturbados com pancadas de chuvas, freqüentemente acompanhado de trovoes e relâmpagos. Mas nada que afete os programas traçados. O sol esta se escondendo pelas 21 horas, permitindo que o dia seja bem longo e assim gozemos melhor de todas as ofertas pertinentes ao turismo. Para quem procede do Brasil, e especialmente do Nordeste, esta é uma fase muito boa para turismo em algumas regiões da Europa. Exatamente porque é a pé que se passa o maior tempo em percursos urbanos. Não tendo frio, e com pouquíssima chuva, a bagagem se torna mais leve e não precisa se preocupar muito. A grande maioria das pessoas em turismo pela Europa usa jeans, camiseta e tênis. Quem faz muita questão de exibir sua elegância pode abusar do guarda roupa. Fica o aviso – aqui pouca gente vai notar, a não ser os colegas de viagem.

(9) Quem visita a Toscana toma um belíssimo banho de historia e cultura. Estamos falando de civilizações que remontam a muitos séculos, a tradições muito bem sedimentadas, fatos, eventos e instituições milenares. Hoje, passando por uma joalheria na via Santo Stefano, em San Gimignano, me surpreendi fazendo as contas de que a loja já existia ali há 682 anos. Cada castelo, cada monumento, tudo, encerra uma longa historia.  É significativo o empenho governamental e até da iniciativa privada para estimular tudo que converge para este sentido de relevo em torno do reencontro com estas historias. Uma coisa muito importante é volume de informações que se pode encontrar disperso por pequenas cidades e nos escritórios de turismo. Muitas publicações disponíveis e a sinalização das vias e locais pouco deixa a desejar. Quem usa GPS estando a pé ou dirigindo um veiculo, não vai ficar perdido e achara o que pretende.

(10) Eu sempre procurei boas recomendações para empreender viagens de turismo, interno no Brasil ou ao exterior. Isso e importantíssimo. Destas recomendações vem parte do sucesso nas escolhas por transportes, hospedagem, alimentação, compras, passeios e tudo mais que importa ao bom sucesso de uma viagem com este propósito. Nada deve ser negligenciado. Assim, procure ouvir quem já viajou, sites especializados, boas publicações. E, acima de tudo, planeje. Analise custos e benefícios. Economize quando necessário, mas não deixe de fazer bons programas porque isto lhe custara alguns euros a mais. Veja e leia, principalmente, minuciosamente, sobre o que lhe aguarda. Procure cercar imprevistos para minimizar desconfortos. Esteja certo de que, pelo caminho, não faltarão aqueles que poderão atropelar seu prazer em aproveitar da melhor maneira possível a viagem dos seus sonhos.