sexta-feira, 22 de agosto de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
068: (22.08.2014) Boa Tarde para Você, Jackson Oliveira Bantim
Finalmente, levado por amigos, cheguei ao Memorial da Imagem e do Som do Cariri para conhecê-lo, como há algum tempo desejava, instalado que está na sede do Instituto Cultural do Cariri. Digo a você, meu caro Bantim, como foi, de certo modo, emocionante, percorrer as suas seções deste pequeno grande museu que coroa uma trajetória importante percorrida pelo cineasta, produtor, e grande animador cultural de nossa região. Já havia ouvido falar do pioneiro Luiz Gonzaga de Oliveira, seu bisavô, a quem com sensibilidade você elegeu como patrono desta obra, por ter sido o primeiro fotógrafo profissional do Cariri, cuja atuação se deu entre os anos de 1885 e 1930. Felizmente, Bantim, o Cariri contou com homens, como este seu antecessor, profissionais de grande sensibilidade e competência que produziram imagens eternas de nossas cenas urbanas e familiares, algumas expostas em certos recantos destas nossas cidades, e outras tantas reservadas como preciosas joias em guardados de famílias. Ora, se o Brasil, conforme nos diz o Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, precisa urgentemente de mais museus, o que não se dizer de nós mesmos aqui neste recanto de Ceará, imersos em uma ambiência de tão farta historiografia e memórias? Não obstante estes termos de belas intenções, para uma missão tão educativa, o que vemos é, senão, a iniciativa ousada, arrojada, e acima de tudo, desprovida de apoio para sua realização, pois afinal, conceber, montar e manter um museu não é coisa para qualquer um. Louvo e proclamo, meu caro Jackson Bantim, a sua dedicada empreitada de dotar este Cariri de um equipamento que enche o visitante de encanto por lembrar páginas memoriais de nossos caminhos, marcados, por exemplo, pela lembrança sempre querida de seu Eloi Teles de Morais. No Memorial, e convido todos a viver a mesma oportunidade que tive, o visitante terá este encontro com a Cultural Popular de todas as manifestações regionais e de todos os mestres, pois o objetivo primordial é esta interação que é mediada por fotografia, cinema, música, artes plásticas e literatura. Quero destacar, meu caro Bola, a sua iniciativa de dotar este Memorial de autênticas revisões históricas sobre dois importantes ingredientes da nossa sociologia, tanto rural quanto urbana, percorrendo os caminhos antagônicos vividos por beatos e cangaceiros, entre rosários e bacamartes. Saúdo com entusiasmo a acolhida que você teve da parte do Instituto Cultural do Cariri que lhe cede o abrigo imprescindível para que a ideia viceje e se multiplique nesta terra de tantos recursos, mas de extrema aridez, quando se trata do fazer cultural. A sua iniciativa, Jackson Bantim, ao criar este respeitável Memorial da Imagem e do Som do Cariri não poderia ter sido mais feliz, partindo de um profissional tão experimentado que se consagrou, reunindo um acervo primoroso que nos conta parte do nosso passado. Faço daqui dois apelos e gostaria muito que desembocassem entre a gente do Cariri e os seus homens públicos, para que as famílias contribuam com doações para o seu acervo e que os gestores municipais, especialmente de Crato, tenham a sensibilidade para enxergar que em empreendimentos como este também se tem o dilema de se viver entre o feijão e o sonho. 
(Foto de Dihelson Mendonça)
CINE CAFÉ
O Cine Café, estará exibindo amanhã, sábado, no Centro Cultural BNB, às 17:00 horas, o premiado filme Plata Quemada, realizado em 2000, dirigido por Marcelo Piñeyro e com roteiro escrito por Piñeyro eMarcelo Figueras. Elenco: Leonardo Sbaraglia como El Nene, Eduardo Noriega como Ángel, Pablo Echarri como El Cuervo, Leticia Brédice como Giselle, Ricardo Bartis como Fontana, Dolores Fonzi como Vivi, Carlos Roffé como Nando, Daniel Valenzuela como Tabaré, Héctor Alterio como Losardo, Claudio Rissi como Relator, Luis Ziembrowsky como Florian Barrios, Harry Havilio como Carlos Tulian, Roberto Vallejos como Parisi, Adriana Varela como Cantante Cabaret. O filme retrata a história verídica de uma dupla de assaltantes conhecida como “Os Gêmeos”, amantes e marginais que, em 1965, fogem da Argentina com o valor de sete milhões de pesos e se refugiam no Uruguai, juntamente com o resto do bando. Nene e Ángel são contratados por um figurão para interceptarem um carro-forte que carregava 7 milhões de pesos, mas o roubo na verdade foi uma cilada e a dupla vê-se obrigada a matar para fugir. O relacionamento entre os dois bandidos (Nene e Ángel) é conturbado. “El Nene” é o lado inteligente e esperto da dupla; mesmo assim ele é apaixonado por Ángel. Por outro lado, Ángel é infantilizado. Fanático religioso, carrega a culpa pela sua vida (bandido e homossexual) e ouve vozes que o atormentam. O filme se baseou em fatos. Vários delinqüentes de nacionalidade argentina (porteños) realizaram um grande assalto no qual vários pessoas morreram em Buenos Aires; depois o casal, junto com outros bandidos da quadrilha, escapa para Montevideo, Uruguai. Numa noite de novembro de 1965 foram cercados pela polícia uruguaia, que após quatorze horas e milhares de balas atiradas no apartamento, terminou com um saldo de vários mortos, entre os policiais e os bandidos. Plata Quemada tem recepção favorável por parte da crítica especializada. Com tomatometer de 77% em base de 30 críticas, o Rotten Tomatoes publicou um consenso: “Plata Quemada conta uma história elegante e cheia de vapor sobre criminosos em fuga”. Tem 78% de aprovação, por parte da audiência, usada para calcular a recepção do público a partir de votos dos usuários do site. Já mereceu os seguintes prêmios: Festival de Havana: Melhor Cinematografia, Alfredo F. Mayo; Melhor Som, Carlos Abbate e José Luis Díaz; 2000; Prêmios Goya ao melhor filme estrangeiro de língua espanhola (2000), Marcelo Piñeyro, Argentina; 2001; Glitter Awards: Gay Film Festivals, Marcelo Piñeyro; 2002.

O GOLPE MILITAR NO CARIRI
Neste ano de 2014 Fortaleza estará o XXXIII Encontro Nacional de Estudantes de História, com o tema 50 anos de golpe e Jornadas de junho: A repressão na ditadura do passado e na democracia do presente.  Este evento terá como objetivo discutir diferentes temáticas que fazem parte das necessidades dos estudantes e militantes da História, desde a função social do historiador até a desmilitarização da polícia militar. As discussões em torno da ditadura civil-militar são prioridades da Federação do Movimento Estudantil de História, principalmente, no que diz respeito ao acesso aos documentos ainda inacessível desse regime. Nesse ano em que se completam 50 anos do golpe vêm a necessidade de se discutir esse tema: os momentos na ditadura e na democracia se assemelham pela violência policial, e repensar a desmilitarização da polícia militar assim como as heranças dos momentos de maior repressão na história recente do Brasil. Um dos participantes do evento é o professor Cicero Aurelisnor MATIAS Simião (Aurélio Matias)(URCA), que juntamente com Elcilândia  CARLOS de Lima(URCA) produziram o trabalho: O Golpe Militar no Cariri – Da Repressão ao Refúgio, que resumidamente se apresenta como: O presente trabalho aborda o golpe militar ocorrido no Brasil em 1964 e suas repercussões na região do Cariri cearense, em especial nas cidades mais desenvolvidas, na época, Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. Para tanto, realizou-se uma revisão da bibliografia sobre o tema e uma reflexão sobre as consequências e os significados do golpe. Evidenciou-se a ação da Igreja Católica na região, que serviu de sustentáculo aos golpistas, desenvolvendo uma febril campanha anticomunista. Apresenta-se a efervescência do Movimento Estudantil no período, com maior representatividade na cidade do Crato. São utilizadas fontes escritas, como jornais da época e a colaboração metodológica da História Oral com depoimentos dos principais protagonistas. Por fim, é exposta através de relatos como a região do Cariri se transformou em rota de fuga e lugar de refúgio para militantes de diferentes regiões do país, perseguidos pelos algozes da ditadura.   

NOVOS CIDADÃOS JUAZEIRENSES
A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte propôs, aprovou e remeteu para o Prfefeito Municipal que sancionou as Resoluções que nomeiam mais dois novos cidadãos honorários desta cidade: Antonio Barbosa Mendonça (nascido em Jucás, CE) e  Marco Valério Moura de Sousa (nascido em Cajazeiras, PB). Eis os termos: 
Pela Resolução N.º 714, de 12.08.2014, fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense
ao Senhor Antônio Barbosa Mendonça, pelos relevantes serviços prestados à esta comunidade. Autoria: Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro; Coautoria: Danty Bezerra Silva – Antônio Vieira Neto; Subscrição: José Ivan Beijamim de Moura – Cícero Claudionor Lima Mota – Francisco Alberto da Costa – José Tarso Magno Teixeira da Silva – Firmino Neto Calú – José Adauto Araújo Ramos – Cláudio Sergei Luz e Silva – Rubens Darlan de Morais Lobo – Paulo José de Macêdo – Normando Sóracles Gonçalves Damascena – Maria Calisto de Brito Pequeno – Auricélia Bezerra – Rita de Cássia Monteiro Gomes.
Pela Resolução N.º 715, de 12.08.2014, fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense
ao Senhor Marco Valério Moura de Sousa, pelos relevantes serviços prestados à esta comunidade.
Autoria: José Nivaldo Cabral de Moura; Coautoria: Glêdson Lima Bezerra – Antônio Vieira Neto – João Alberto Moraes Borges; Subscrição: José Ivan Beijamim de Moura – Cícero Claudionor Lima
Mota – Francisco Alberto da Costa – José Tarso Magno Teixeira da Silva – José Adauto Araújo Ramos – Rubens Darlan de Morais Lobo – Paulo José de Macêdo – Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha - Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro - Cláudio Sergei Luz e Silva – Maria Calisto de Brito Pequeno – Auricélia Bezerra – Rita de Cássia Monteiro Gomes. Antonio Barbosa Mendonça nasceu em Jucás no dia 27 de dezembro de 1966. Possui MBA em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (USP). É empresário do ramo de moda, calçados e bolsas de couro e já tinha sido Secretário de Indústria e Comércio de Juazeiro do Norte na primeira gestão do prefeito Raimundo Macedo. Atualmente, é presidente do Sindindústria (Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuários de Juazeiro do Norte e da Região) por meio de cuja entidade tem incentivado a participação de empresários locais em feiras e eventos, bem como na promoção da Feira de Tecnologia e Calçados do Ceará (FETECC) em Juazeiro.
Marco Valério Moura de Souza nasceu em Cajazeiras (PB), no dia 30 de maio de 1970. É formado em Administração de Empresas pela Faculdade Leão Sampaio (2012). Foi Vereador em Juazeiro do Norte no período legislativo compreendido entre 1993/1996; Assessor de Imprensa da Prefeitura em 2005, Secretário de Esporte e Juventude (2007/2008) e Assessor de Imprensa do Cariri Shopping Center (2009/2010). É radialista já tendo trabalhado nas rádios Iracema, Verde Vale e, atualmente, é diretor comercial, locutor noticiarista e narrador esportivo da Rádio Vale FM.

PESQUISA SOBRE RABECAS É PREMIADA
O projeto de Gilmar de Carvalho e Francisco Sousa foi um dos seis vencedores do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Iphan, com a pesquisa Rabecas do Ceará. Em 2002, o jornalista e professor Gilmar de Carvalho partiu a desbravar o interior do Ceará e do nordeste ao lado do fotógrafo Francisco Sousa. A intenção era conhecer o universo das rabecas e dos luthiers, artífices dedicados a fazer reparos nos instrumentos. Nos mais de 10 mil quilômetros percorridos, a dupla mapeou a influência das rabecas no Estado. O resultado dessa pesquisa foi publicado no livro Rabecas do Ceará, em 2009. Na última quarta-feira, 13, a obra foi uma das seis selecionadas pela 27ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O trabalho de Gilmar e Francisco era um entre os 122 inscritos por pesquisadores de 22 estados. O processo começou com uma triagem para escolher 50 finalistas, dentre os quais saíram os seis vencedores, que participarão da cerimônia de premiação, no próximo 4 de novembro, no Clube do Choro, em Brasília. Pesquisadores de Minas Gerais, Pará, Goiás, Paraíba e Rio de Janeiro estão entre os vencedores. “A rabeca sugere festa. Quebra a monotonia de um sertão de tanta luz e, ao mesmo tempo, tão cinza, de tanto desamparo. Foi esse material que inscrevemos no prêmio. Deu certo. Nosso trabalho foi reconhecido”, festeja Gilmar. Nas andanças dos autores pelas brenhas do Ceará, muito foi descoberto. Diferentemente do que Gilmar e Francisco achavam, a região do Cariri tem poucos rabequeiros, diferentemente dos Inhamuns, onde foi descoberto um celeiro das rabecas. Gilmar destaca os municípios de Independência, Quiterianópolis, Novo Oriente, Parambu, Crateús, Arneiroz e Ibiapaba. “Podemos pensar na permanência das rabecas como índice de maior dificuldade de comunicação, de troca e do isolamento que marcou a vida de muitas comunidades”, analisa.
POUCA DISSEMINAÇÃO
As rabecas são instrumentos artesanais, normalmente com quatro cordas. A pesquisa de Gilmar de Carvalho sugere que o instrumento ainda é pouco valorizado como parte da identidade cultural nordestina. “Com exceção do (cineasta) Rosemberg Cariry, que fez um belo documentário sobre o Cego Oliveira, encontramos poucos registros sobre nossos rabequeiros.”
MULTIMÍDIA
Assista ao vídeo “Chico Rabequeiro e os ferreiros de Potengi”, feito para o caderno “Sertão a ferro e fogo”:  http://youtu.be/YcWXMbjKKy8
RABECAS
A rabeca é um instrumento semelhante ao violino, feito artesanalmente de madeira e cordas friccionadas com um arco. O som é entoado de forma triste, mas as nuances não são apenas de melancolia, mas de alegrias e festas de um Ceará repleto de histórias. Cada um dos vencedores do 27º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade receberão um certificado e o valor de R$ 25 mil. A escolha dos premiados ocorreu nos dias 12 e 13 de agosto, na sede do Iphan, em Brasília. Os tons e as texturas das abecas foram tema de cobertura especial do Vida&Arte (O POVO), publicada em julho do ano passado. 

CINE ELDORADO
O Cine Eldorado exibe nesta sexta feira, 22, filme brasileiro do período das chanchadas Aviso aos Navegantes, de 1950, dirigido por Watson Macedo. Conforme a Wikipaedia, “O filme foi restaurado em 2000, sendo a primeira chanchada da Atlântida a sair em DVD. O filme possui uma sucessão de números musicais, com destaque para Eliana, Oscarito, Ivon Curi (cantando em francês), Emilinha Borba, Francisco Carlos e as orquestras de Ruy Rei e do pianista Benê Nunes. O Elenco:Oscarito, como Frederico, o camareiro, Grande Otelo, como Azulão, o cozinheiro, Anselmo Duarte, como Alberto, o imediato do navio, Eliana Macedo, como Cléia, José Lewgoy, como Professor Scaramouche, Zezé Macedo, Sérgio de Oliveira, como o comandante do navio, Glauce Rocha, Mara Rúbia, Emilinha Borba, Ivon Curi, como o Príncipe Suave Leão, Adelaide Chiozzo, Cuquita Carballo, Iara Isabel, Nara Rios, Clélia Rios, Rubem Dourado, Grijó Sobrinho, Alfredo Rosário, Dalva de Oliveira, Elvira Pagã, Juliana Yanakiewa e seu balé, Benê Nunes e sua orquestra, Francisco Carlos, Jorge Goulart, Quatro Ases e Um Coringa, Ruy Rey e sua orquestra. A história se passa num luxuoso navio, onde uma companhia teatral brasileira, com as cantoras Cléo e Adelaide Chiozzo, retorna ao Brasil depois de apresentações em Buenos Aires, a embarcação também está um príncipe que se apaixona por Cléo, mas ela só tem olhos para o imediato do navio. Frederico, o camareiro de Cléo, embarca clandestinamente no mesmo navio, onde é descoberto pelo cozinheiro da embarcação. Surge entre os dois homens a relação de amor e ódio, cheia de implicância. A bordo há também um perigoso espião internacional, que precisa ser detido antes que todos cheguem ao Rio de Janeiro.

EXÉQUIAS DE EDUARDO CAMPOS
Vale a pena fazer a leitura da Homilia da missa de corpo presente do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e companheiros. Liturgia da Assunção de Nossa Senhora Palácio do Campo das Princesas, 18 de agosto de 2014, 10 horas, proferida por Dom Antônio Fernando Saburido, OSB Arcebispo de Olinda e Recife, que transcrevemos abaixo.
“Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão” (1Cor 15,22).
Este é o quinto dia desde a triste e tão dolorosa notícia da tragédia que vitimou sete irmãos nossos, pelos quais celebramos esta Santa Missa: os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins; Pedro Almeida Valadares Neto; Alexandre Severo Gomes e Silva, Carlos Augusto Ramos Leal Filho (Percol), Marcelo de Oliveira Lyra e Eduardo Henrique Accioly Campos, pessoas que contamos entre nossos queridos familiares e amigos. Entretanto, este dia não é um dia qualquer. Hoje é Domingo, dia do Senhor, quando celebramos a Páscoa Semanal daquele que morreu dando a sua vida, oferecendo-a pela salvação do seu povo. Precisamente hoje, a liturgia da Igreja comemora a Assunção de Nossa Senhora ao céu. Diante dos corpos de três das sete vítimas do terrível acidente, é como se estivéssemos diante daquele mesmo calvário que a própria Maria viveu. Não pensemos que foi fácil o itinerário da sua vida. Foi escolhida por Deus para uma sublime missão: apesar de preservada de todo pecado, teve sua fé provada a todo instante, desde quando acolheu o anúncio de que seria a mãe do Filho de Deus. Enfrentando as dificuldades da vida, com a graça de Deus, teve forças para enxugar as lágrimas e confiar que a injustiça e a impunidade jamais teriam a última palavra. Por ter confiado no Senhor e ter sido fiel aos desígnios de Deus, mereceu ter um nome bendito e lembrado de geração em geração, como ela própria afirmou. Mais que isso, mereceu ter a mesma vitória que seu Filho. A solenidade de hoje recorda precisamente isto: por ela ter pertencido totalmente a Deus e ter se entregado sem reserva à vontade de Deus, ela foi a primeira associada à sorte de Jesus, como disse o apóstolo Paulo, na segunda leitura: como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão; porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo. Ninguém como a própria mãe pertenceu tanto a Jesus. Entretanto, a vitória da ressurreição de Jesus não para por aí, pois está chegando até aos nossos dias. Quando o Papa Pio XII proclamou, em 1950, o dogma da Assunção de Maria, ele não estava criando nenhuma verdade nova; estava proclamando que é verdadeira a fé que desde o início do cristianismo espalhou-se entre os discípulos de Jesus: Maria foi elevada ao céu em corpo e alma; não poderia ter o corpo corrompido alguém que deu à luz o Salvador do Mundo. Como isto é algo que parece tão incompreensível para muitas pessoas, não só podemos como temos até que perguntar de que maneira tudo isto aconteceu. Na primeira leitura, escutamos referência à Arca da Aliança, que era aquele baú sagrado no qual estavam guardados os mandamentos que o Senhor havia dado a Moisés. Se era tão sagrada essa arca, muito mais sagrada é a arca definitiva, na qual se fez carne a Palavra de Deus. Maria é a nova e definitiva Arca da Aliança, onde Deus mesmo quis colocar a semente da salvação. E tudo isso foi possível porque Maria acreditou, não duvidou e deu credibilidade à Palavra de Deus. Como escutamos no Evangelho, há pouco proclamado, a própria Isabel disse que será cumprido na vida de quem acredita o que o Senhor prometeu. Por isso, a Virgem Maria é bendita entre as mulheres e, assim como Cristo, já tem realizada a glorificação que nós ainda estamos aguardando e pela qual trabalhamos. E o mais bonito, meus irmãos e irmãs, é que todos os que creem em Jesus reviverão, não somente depois da morte, mas desde o instante em que acreditamos na sua Palavra. Às vezes, a Palavra de Deus parece improvável e acreditar nela parece desvantagem diante das muitas vantagens do dinheiro e do poder. Todas as pessoas que acreditam na Palavra de Deus permanecerão lembradas para sempre e seus nomes continuarão como estrelas, indicando o caminho para os que buscam um novo horizonte. Quem é Maria? É alguém do povo de Deus, que esperava, como toda a sua gente, a vinda do Messias, daquele que traria dias melhores. E o Messias chegou! O Messias, porém, não se fez grande, mas pequeno; é o que serve sem ser servido; que veio para dar vida e vida em abundância a todos, mesmo que isso significasse perder a própria vida. Esta era a sua missão, mas, além disso, era a convicção mais profunda de sua mãe. Ela sabia que Deus demonstra o poder de seu braço: dispersa os orgulhosos, derruba os opressores, eleva os humildes, sacia os famintos e destrói toda riqueza injustamente adquirida. Queremos que a fé da Virgem Maria seja um estímulo para a nossa fé, que vacila em tantos momentos. Nesta hora, por exemplo, é como se estivéssemos diante de um outro calvário. Estamos ouvindo o clamor de tristeza de esposas e filhos, pais e irmãos, familiares e amigos, enfim, de todo o povo de Pernambuco e do Brasil. Perguntemos à Virgem Maria como é que ela foi capaz de permanecer de pé junto à cruz de seu Filho!? Deus lhe deu forças, mas também lhe deu força a convicção que levou seu Filho a amar-nos até o fim. O calvário não é o fim do percurso da vida de Jesus, nem de seus discípulos. As trevas caem sobre nós, a cortina da angústia encerra nosso coração, mas não podemos desistir. A Virgem Maria está de pé junto à cruz e nós devemos, igualmente, permaneceremos de pé. Fiquemos atentos ao que tem a nos dizer aquele que está crucificado. O que estes nossos irmãos falecidos têm a nos dizer? Diante de seus corpos inertes, destruídos pela fatalidade, ouve-se um silêncio que incomoda. Aqui estamos porque, no eco de suas convicções, escutamos a mesma sede que o Filho de Maria teve: fome e sede de justiça. Maria foi uma mulher forte que alimentou a coragem de seu Filho para que ele não desistisse. A força do calvário não é a força de um poder que mata inocentes, mas a força do amor que dá a vida, que se preocupa com os pecadores e está atento aos humildes, aos injustiçados, aos pobres. Naquele calvário, há um justo crucificado, que teve sua voz abafada por quem lucrava com a corrupção e a miséria dos outros. A voz de Jesus está hoje espalhada pelo mundo inteiro: é a voz dos profetas dos tempos atuais que querem um mundo melhor e lutam contra o pecado, que gera desigualdade social, é fonte de guerras e conflitos, alimenta discriminações e preconceitos. Apesar de ser um cenário de tristeza aquele do calvário, há uma alegria que a dor não abafa: está morto um homem que tem suas convicções vivas e que não teve a fraqueza de vender sua consciência; ele discordou de tudo o que não estava conforme a vontade do Pai e ousou questionar. Ensina-nos até hoje a fazer o mesmo, seguindo seu exemplo. Ele revoluciona nossos corações: amar a Deus sobre todas as coisas, amar nossos semelhantes como irmãos e irmãs, ter como nossas as suas causas. Cristo ressuscitou e, na nossa luta, onde dois ou mais estão reunidos em seu nome, ele continua presente, interpelando-nos. Estes nossos irmãos, cujos corpos serão plantados na terra como sementes de esperança, vivem. Não vivem somente na nossa lembrança, que tem dificuldade de acreditar que morreram, mas vivem porque estão em Deus, na vida definitiva. Pelo mistério da fé, estarão para sempre conosco e, aguardando o dia da glorificação definitiva. Continuam nos inspirando a não desistir da mesma luta que só trará o bem a nós e ao nosso povo. Quem acredita nas causas de Jesus e vive lutando pelas mesmas convicções que levaram o Filho de Deus à morte, experimentará a vitória de sua ressurreição. Esta é a esperança que nos mantém firmes para um adeus tão doloroso. No instante do acidente, todos aqueles que foram vitimados com nosso prezado Eduardo Campos estavam unidos em torno dele, como irmãos e amigos. Compartilharam com ele os mesmos ideais e participaram da mesma morte. Tão grande era a amizade que os unia, que suas famílias, igualmente enlutadas, estão aqui ao lado de sua esposa Renata Campos e seus filhos. Nós também sentimo-nos de luto, não somente porque Pernambuco e o Brasil perderam um grande líder, alguém realmente vocacionado para a política, mas porque sentíamos nele, acima do gestor que foi, um ser humano apaixonado pelo povo, especialmente os mais empobrecidos; um católico de convicção que fazia questão de transmitir para os filhos seus princípios de fé. Isso o aproximou muito de cada um de nós, mesmo daqueles que nunca o viram de perto, mas que admiravam seu jeito de valorizar a família como célula primeira e indispensável de todo fundamento social. Nesses últimos dias, nas redes sociais, foram veiculadas muitas imagens de Eduardo e nenhuma delas emocionou mais que as que o apresentavam no aconchego do lar, em companhia da esposa e filhos. Por ocasião do dia dos pais, seus filhos postaram um vídeo emocionante. Naquele mesmo dia, que foi também o dia do seu aniversário de 49 anos, estive com ele, pela última vez, na Missa de encerramento da festa de São Lourenço Martir, em São Lourenço da Mata. Nós temos família e sabemos o quanto é importante uma família feliz. Ontem, por coincidência, foi o encerramento da Semana Nacional da Família, cujo tema para reflexão neste ano de 2014 foi A espiritualidade cristã na família: um casamento que dá certo. Ou seja, tudo a ver com a família que Eduardo e Renata procuraram constituir e que viveram na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e que agora continua tão firme e estável como antes, na saudade e no amor que não morre. No dia em que celebramos a Solenidade de Nossa Senhora da Glória, peçamos à nossa mãe Maria que acolha sob o seu manto de amor e misericórdia estes nossos irmãos que partiram e os apresente ao Senhor que disse para Marta a irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra viverá. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre. Você acredita nisso?” (Jo.11,25-26). Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Dom Antônio Fernando Saburido, OSB. Arcebispo de Olinda e Recife

IMPRENSA CENTENÁRIA
Juntamente com Daniel Walker, continuamos a escrever o inventário da imprensa centenária de Juazeiro do Norte. E isto não só se realiza com as anotações dos jornais correntes, bem como uma extensa busca sobre jornais do passado. Não é tarefa fácil, pois muitos deles são de pequena circulação, dirigida a clientelas específicas. É o caso deste O Econômico, fundado, redigido e editado pelo conhecido e conceituado empresário Leitte (Francisco Leite Oliveira Filho), bacharel em ciências contábeis e ciências jurídicas, profissional competente na área de contabilidade empresaria, diretor da Leitte Contabilidade e homem de imprensa televisiva, mantendo o seu apreciado programa Café com Leite, todas as terças feiras, na Tv Verde Vale, Canal 13 de Juazeiro do Norte. Eis aí os dados técnicos do jornal que ele editou entre 1992 e 1993. No nosso inventário ele é o de número 655, e na cronologia de Juazeiro do Norte foi o título jornalístico de número 189.
1992.08.01.07.189 – O Econômico
Jornal de informações sobre Contabilidade empresarial, editado para fornecer informações sobre Microempresas, Finanças, Assuntos Estaduais e Federais, INSS, Assuntos Trabalhistas, etc.; Data de Fundação: 01.08.1992; Fundador, Editor e Redator: Francisco Leite Oliveira Filho; Administração: Suarez Leite Machado/ Rubens Oliveira Machado; Assessor Técnico: Suarez Leite Machado; Assessor Jurídico: Paulo César Pereira Alencar; Redação: Rua Delmiro Gouveia, 296/ Rua Pe. Cícero, 1904/ Rua Delmiro Gouveia, 163; Impressão: Gráfica Royal Ltda. / Gráfica Mascote Ltda.; Dimensões: 22,5cm x 32,5cm; Tiragem: 2.000 exemplares;
ANO (I): (4 edições):I(1):01-15.08.1992, 4p; I(2):10.1992, 4p; I(3):11.1992, 4p; I(1):12.1992, 4p; (CRD: 4 exemplares); ANO (II): (3 edições): II(5):01.1993, 4p; II(6):.1993, 4p; II(7):10.1993, 4p; (CRD: 2 exemplares); ANO (III): (1 edição): III(8):10.1993, 4p; (CRD: 1 exemplar)

INVESTIMENTOS EM JUAZEIRO DO NORTE
Lemos ontem no site tecnologia.terra.com.br o seguinte informe: BNDES APROVA R$41,3 MILHÕES PARA EMPRESAS DE TI DE 5 ESTADOS (O maior desses financiamentos, R$ 15,3 milhões, vai para a implantação de dois call centers em Mossoró e Juazeiro do Norte). “O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 41,3 milhões em financiamentos a seis empresas de tecnologia da informação localizadas nos Estados do Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo, informou a instituição nesta quinta-feira. O maior desses financiamentos, R$ 15,3 milhões, vai para a implantação de dois call centers da AeC Centro de Contatos em Mossoró, no Rio Grande do Norte e Juazeiro do Norte, no Ceará. Esses recursos se somam a outros R$ 4,8 milhões do BNDES Finame, para aquisição de equipamentos via operações indiretas, totalizando R$ 20,1 milhões. Para a Arcon Informática, de Niterói, no Rio de Janeiro, o BNDES aprovou R$ 9,3 milhões para fabricação e venda de equipamento com hardware e software embarcado para segurança da informação. Outros R$ 7,6 milhões vão para a Magna Sistemas Consultoria, de São Paulo, que fará investimentos em infraestrutura, estruturação de processos e serviços, gestão empresarial, capacitação, treinamento, marketing e comercialização. Já para a Infnet Educação, do Rio, o BNDES aprovou R$ 5 milhões para infraestrutura, treinamento, pesquisa e desenvolvimento, marketing e vendas. Os recursos visam à implantação de uma filial na capital do Estado, implementação de um modelo de educação à distância e criação de uma rede de centros educacionais especializados franqueados.

LIVRO 
Agradeço a Telma de Figueiredo Brilhante a remessa do exemplar deste seu livro, Sendas do Oriente Editora Novo Horizonte, Recife, 2009, 94p.), que veio com atenciosa dedicatória. Lerei com grande prazer. Este é seu oitavo livro, mas também participa em nove outras obras coletivas. Telma Brilhante é professora, nascida em Crato, e reside desde 1966 em Recife.