EDITORIAL:
SURGE MAIS UM JORNAL, NA CIDADE CEMITÉRIO DE JORNAIS!
Há anos, tomamos a iniciativa para começar a contar a história da Imprensa Centenária de Juazeiro do Norte (1909-2009). Iniciamos por um amplo inventário, no qual relacionamos detalhadamente o acervo de publicações diversas – o que foi possível reunir de dados de títulos e edições. Ele é, originalmente, constituído por informações referentes à imprensa escrita tradicional (jornais impressos, de qualquer natureza). Mas, terminou por enveredar com referências a revistas, boletins, anais, catálogos, guias, etc. Esta experiência fascinante que já menciona e cataloga quase oito centenas de periódicos (diários, semanais, quinzenais, mensais, bimestrais, trimestrais, semestrais, anuais, “eventuais” e “ocasionais”) terminou por nos revelar com clareza a procedência de uma afirmação cunhada nesta Praça: “Juazeiro, cemitério de jornais”. Um dia esta História aparecerá, por certo, em belo livro – assim esperamos contá-la, trazendo em densos capítulos o que foram esses jornais, o que propunham e o que se conseguiu, quem os fizeram e em quais prensas nasceram para as ruas e esta Praça. No segundo século desta narrativa eles continuam saindo e desaparecendo. Até parece que nada mudou, mas seria estranho identificarmos com esta premissa o nosso próprio nascimento, se marcado para morrer. De fato, só para tratarmos da relação dos jornais que fizeram a leitura dos juazeirenses, muitas vezes, sentados em bancos desta Praça, nos seus primeiros cinquenta anos de cidadania, bastaria lembrar alguns daqueles históricos primeiros títulos como O Lápis, O Estímulo, O Mensageiro, O Pharol, Gazeta do Joaseiro, Homenagem do Povo, O Centenário, O Dia, O Almofadinha, Joaseiro do Cariry, O Alfinete, O Cariry, O Joaseiro, O Ideal, A Ordem, O Diário, O Cariri, O Operário, O Lavrador, O Jovem, A Província, Higiene, O Lutador, Correio do Juazeiro, O Bancário, O Pioneiro, O Chateaubriand, O Águia Branca, Cariri Universitário, dentre aqueles de quase uma meia centena, dentre os que não passaram do seu número de estreia ou pouco mais que isto. Vários outros não ultrapassaram três ou até cinco edições, e desapareceram tão velozmente quanto apareceram um dia. Por isto, seguramente, a designação ainda hoje é persistente. Ao lançarmos este Jornal da Praça, resgatamos em parte o fato histórico de que a imprensa local tem uma íntima relação com o logradouro que nos acolhe e nos abriga nas manhãs domingueiras. Entre os anos 1909 e 1911, tempo em que se lutou pela emancipação política, era o pregão, a vozes bradadas (“O Rebate, O Rebate, edição deste domingo...” os gritos que ecoavam no antigo Quadro Grande, já batizado de Praça da Independência, a acolher a banda de Mestre Pelúsio, em dobrados marciais, e a alegria de jovens a bailar e a pular, às mancheias de edições e exemplares que se distribuíam gratuitamente com a população ansiosa por suas notícias e textos, e vibrante com a expectativa de que a luta nos daria o foro de “vila”. Nas páginas, os gritos patrióticos de Floro, de Marrocos, de Alencar Peixoto, de Neri Morato, de van den Brule, de Zé Ferreira, e de outros mais a incendiar a luta pela grande causa. Era a imprensa nascendo e repercutindo sobre a maior de todas as lutas já empenhadas entre os filhos desta terra. Desde então, a Praça e seu entorno inspiraram dezenas de jornais que vieram para dar contas de desejos incontidos, de vontades civilizadoras, de manifestos contundentes, de sentimentos esperançosos, de prazeroso lazer, e de reconhecida humanidade. Esta Folha que hoje chega às suas mãos, aos seus olhos, ao seu coração, traz e guarda um pouco disto que encerra o papel da imprensa numa cidade como esta nossa. Desejamos, antes de tudo, que ela seja leve, livre e solta. Encerre a leveza insustentável do nosso jeito de ser, alegre, brincalhão, sem perder a responsabilidade para falar o que precisa ser dito, e que se verá em seções diversas de suas páginas. Que este Jornal guarde a liberdade que caracteriza a tribuna, sincera, honesta e contundente. E se conserve solta, desligada de preconceitos, desfeita de relações inconvenientes, liberta de vinculações espúrias, para nos fazer voar em espaços de esperanças, como os que nos alimentam a caminho de uma felicidade possível. Se este Jornal, por nossa vontade e dedicação, puder realizar essa trajetória – e que “seja eterna enquanto dure”, já nos daremos por bem satisfeitos com a empreitada, para celebrar este centésimo nono ano de aniversário de nossa Imprensa, acreditando que ela é parte de nossa existência e dos nossos ideais bem nutrido por todos estes anos. Uma ótima leitura a todos. (Renato Casimiro)
Obs. Exemplares do Jornal da Praça podem ser obtidos na Banca do César, na Praça Pe. Cícero. Ou com a turma do Banco dos Velhos, nas manhãs de Domingo. O próximo número (Nº 2, deverá circular no início de Setembro).
O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
CINE GOURMET (FJN, JUAZEIRO DO NORTE)
A Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) agora também está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri. As sessões são programadas para as terças feiras, de 13:30 às 15:30h, no Laboratório de Informática do Bloco I, na Rua São Francisco, 1224, Bairro São Miguel, dentro do seu Projeto de Extensão denominado Cine Gourmet, sob a curadoria de Renato Casimiro. Informações pelo telefone: 99794.1113. No próximo dia 7, estará em cartaz, o filme SOB O SOL DA TOSCANA (Under the Tuscan sun, EUA/Itália, 2004, 113 min). Direção de Audrey Wells. Sinopse: Frances Mayes (Diane Lane) é uma escritora que leva uma vida feliz em San Francisco, até que se divorcia de seu marido. Triste e deprimida, ela decide mudar radicalmente de vida e compra uma chácara na Toscana, para descansar e poder terminar em paz seu novo texto. Porém enquanto ela cuida da reforma de sua nova casa acaba conhecendo um novo homem, que reacende sua paixão.
BIBLIOCINE (FAP, JUAZEIRO DO NORTE)
A Faculdade Paraiso do Ceará (FAPCE) está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri, embora seja restrito aos alunos desta Faculdade. As sessões são programadas pelo NEAC (Núcleo de Extensão e Atividades Complementares) para as terças e quintas feiras por mês, de 12:00 às 14:00h e de 17:00 às 18:30, na Sala de Vídeo da Biblioteca, na Rua da Conceição, 1228, Bairro São Miguel. Informações pelo telefone: 3512.3299. Neste mês de Agosto, nas terças (7, 14, 21 e 28) e nas quintas (9,16,23 e 30), estará em cartaz, o filme LIVRE (Wild, EUA, 2015, 116 min). Direção de Jean-Marc Vallée. Sinopse: Após a morte de sua mãe, um divórcio e uma fase de autodestruição repleta de heroína, Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) decide mudar e investir em uma nova vida junto à natureza selvagem. Para tanto, ela se aventura em uma trilha de 1100 milhas pela costa do oceano Pacífico.
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na quintas feira, dia 9, às 19:30 horas, dentro da Sessão CINEMA NOIR o filme DO LODO BROTOU UMA FLOR (Ride the pink horse, EUA, 1947, 101 min). Direção de Robert Montgomery. Sinopse: Gagin (Robert Montgomery) chega de ônibus in San Pablo, um pequena cidade do Novo Méximo, durante um festa anual. Ele planeja enfrentar e chantagear o um mafioso chamado Frank Hugo (Fred Clark) como retribuição pela morte de seu melhor amigo Shorty.
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na sexta feira, dia 10 às 19:30 horas, dentro da Sessão CINEMA NACIONAL o filme MEU PÉ DE LARANJA LIMA (II) (Brasil, 2013, min). Direção de Marcos Bernstein. Sinopse: Zezé (João Guilherme de Ávila) é um garoto de oito anos que, apesar de levado, tem um bom coração. Ele leva uma vida bem modesta, devido ao fato de que seu pai está desempregado há bastante tempo, e tem o costume de ter longas conversas com um pé de laranja lima que fica no quintal de sua casa. Até que, um dia, conhece Portuga (José de Abreu), um senhor que passa a ajudá-lo e logo se torna seu melhor amigo.
A SEMANA NA HISTÓRIA DE JUAZEIRO (XII)Estamos continuando a publicação de efemérides da história de Juazeiro do Norte, agora em sua segunda edição, referente aos dias 5 a 11 de Agosto.
05 de Agosto de 1891: Na crônica do grande sofrimento imposto ao Pe. Cícero Romão Baptista, consta que ele, ao celebrar a festa de Nossa Senhora das Neves, segundo a intenção do Divino Coração, pronunciou na homilia e deixou escrito: “Cumpri a promessa e depois da missa a Ele mesmo Sacramentado, pedi com instância que Ele mesmo bem via o meu vexame, que me desse o testemunho como havia prometido e que eu pudesse jurar com toda segurança de minha consciência e Ele respondeu “que sim”e começou a falar; mas eu não confiando em minha memória, interrompi pedindo-lhe que me permitisse ir ver um lápis e papel para escrever, o que fiz e chegando pedi-lhe pelo amor de Deus que me dissesse e Ele começou me dizendo e eu escrevendo palavra por palavra, e quando acontecia eu errar a palavra, Ele repetia corrigindo. Vide ne feceris... conservus tuus et fratiorum tuorum habentium testimonium Jesu Deum adora testemonium sanguinis mei et Spiritus profhetiae Ego sum Jesu, vitis vera, hóstia sancta, hóstia immaculata. E eu perguntei se jurava isto, e respondeu “que jurasse”, por Ele mesmo como Criador, como Amigo, como Esposo e como Redentor”. E no dia 06 de agosto, festa de sua transfiguração, deu outro testemunho de modo diferente, porém não menos extraordinário”. Antes de terminar esta carta ele escreve o que aqui vai transcrito: “Ah! Senhor Bispo! só Deus sabe o quanto tenho sofrido, me vendo obrigado a andar com estas coisas; eu desejava sepultar-me aonde nem sequer se soubesse de meu nome, que eu bem conheço que antes sirvo de embaraço do que de bem. Enquanto a umas advertências, que V. Excia. Revdma. me faz em sua carta última de 22 de julho passado, só tenho a dizer é que são informações ou por ignorância ou por má fé e tão caluniosas que me espantaram. Peço a nosso senhor que perdoe a quem as disse e afirmo a V. Excia. Revdma. que nunca disse nada contra o ensino da Santa Igreja e da moral cristã; nunca preguei às escondidas e Nosso Senhor me justificará. Realmente estou em um tempo de provação. Nosso Senhor me queira amparar por sua caridade de Pai e V. Excia. Revdma. O que eu não tiver feito de bem, me queira perdoar e abençoar-me como filho que considero-me sempre de V. Excia. Revdma., servo humilde e obediente. Ass.: Pe. Cícero Romão Batista. Juazeiro, 14 de agosto de 1891.
06 de Agosto de 1892: Portaria do Bispo D. Joaquim dispensando, desde aquela data, o Pe. Cícero da administração da Paróquia de São Pedro (Caririaçu) mandando fazer entrega dos papéis ao Pe. Alexandrino, do Crato. Na mesma Portaria acrescentou: “Outrossim declaramos a V. Revdma. que lhe retiramos a licença que havíamos dado para a conservação do SS. Sacramento nessa Capela de Juazeiro; cumpre-lhe pois assumir as sagradas partículas que existirem na píxide (um tipo de cálice que serve para guardar espécies sacramentais para comunhão).
07 de Agosto de 1918: O Pe. Cícero assina uma nota de pagamento feito ao comerciante Damiãozinho (Damião Pereira de Sousa), da importância de 200$000 (duzentos mil réis) pelas molduras do altar de São Francisco Xavier, da Matriz de Nossa Senhora da Dores.
08 de Agosto de 1967: Foi divulgado pela imprensa local (jornal Tribuna de Juazeiro) notícia dando conta da eficiência do radioamadorismo da terra, especialmente pela atuação de José Correia Filho (PY7 VKY), que conseguiu localizar um juazeirense desaparecido há mais de 45 dias, em viagem para o sul do país. O fato se deu por intermédio de contato de rádio com o radioamador mineiro, Arlindo, PY4 BMI, gerando grande contentamento entre seus parentes aqui residentes.
09 de Agosto de 1967: Pe. Murilo de Sá Barreto, vigário da Paróquia-Matriz de Nossa Senhora das Dores, divulgou a programação de atividades preparatórias para o grande evento da ordenação sacerdotal do diácono Francisco Salatiel de Alencar Barbosa. Entre os dias 10 e 14 de agosto diversas conferências serão realizadas nos colégios locais, como o Mons. Macedo, o Salesiano e a Escola Normal Rural, por diversos conferencistas convidados.
10 de Agosto de 1898: José Joaquim de Maria Lobo dirige a D. Joaquim José Vieira, Bispo da Diocese do Ceará, um ofício, levando ao seu conhecimento a maneira como instituiu o “Óbulo de São Pedro” em Juazeiro, seguindo orientação de D. João Esberard, Bispo do Rio de Janeiro e do Dr. Carneiro Leão, a quem foi apresentado pelo mesmo D. João Esberard.
11 de Agosto de 1934: Reúnem-se em casa do Pe. Cícero, sob a presidência do Cel. Antonio Luiz Alves Pequeno, testamenteiro do referido sacerdote falecido, alguns cidadãos convidados por Dona Joana Tertulina de Jesus, vulgo Beata Mocinha, para testemunharem o que se segue: A beata Mocinha passa à prefeitura Municipal de Juazeiro, um relógio de torre propriedade do pranteado e inesquecível morto, Pe. Cícero Romão Batista, com a condição de ser o dito relógio, colocado em uma coluna apropriada na Praça Pe. Cícero. Referido relógio foi feito e doado ao Pe. Cícero pelo Sr. Pelúsio Correia de Macedo, ali presente, dando o seu pleno apoio ao ato de entrega do dito relógio à Prefeitura que em hipótese alguma poderia aliená-lo.
ESTUDOS ACADÊMICOS (VIII)
Autoria: Andréa Couto Feitosa; Título: Fatores Associados à Mortalidade Infantil na Região Metropolitana do Cariri, Ceará, Brasil; Dissertação de Mestrado, 2015; Instituição: Faculdade de Medicina do ABC (Santo André). Resumo: Introdução: O monitoramento da mortalidade infantil e de seus fatores de risco é essencial para identificar possíveis impactos de mudanças sociais e econômicas e dos avanços, e eventuais retrocessos, da cobertura e da qualidade dos serviços de saúde. O estudo dos fatores de risco dos óbitos em menores de 1 ano possibilita elucidar elementos da cadeia de eventos determinantes, identificar grupos expostos a diferentes fatores e detectar diferenciadas necessidades de saúde em subgrupos populacionais, subsidiando as intervenções voltadas à redução dos óbitos infantis. Objetivo: Avaliar os fatores associados à mortalidade infantil na Região Metropolitana do Cariri, Ceará, Brasil. Método: Estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, constituído por 816 óbitos de crianças menores de 1 ano de idade dos municípios da Região Metropolitana do Cariri contido no sistema de informação sobre mortalidade e no sistema de informação sobre nascidos vivos, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013. Utilizou-se um formulário através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde para coleta dos dados, apresentando variáveis, como: ano de nascidos vivos, ano de óbitos, região metropolitana e cidades, população residente, causa específica de morte de acordo com Código Internacional de Doenças (CID-10), variáveis do recém-nascido, variáveis maternas e variáveis assistenciais. Os dados foram coletados, processados e tabulados com auxílio do programa microsoft excel 2010, e posteriormente, apresentados em gráfico e tabelas na forma de frequência absoluta e percentual, sendo analisados por estatística simples e com base na literatura pertinente. Resultados: Quanto à evolução da mortalidade infantil por municípios da Região Metropolitana do Cariri ao longo do quinquênio, a menor variação encontrada foi em Nova Olinda, sendo a maior em Santana do Cariri. Foram registrados 816 óbitos infantis no universo de 48321 nascidos vivos, sendo 58,2% óbitos neonatais. Estes óbitos estavam associados aos seguintes fatores: 453 (55,5%) sexo masculino, 471 (57,7%) cor parda com 12% de dados ignorados, 514 (63%) baixo peso ao nascer com 13% de ignorados, 458 (56,1%) de 20 a 34 anos de idade com 10,9 % de ignorados, 353 (43,2%) escolaridade maior ou igual a 8 anos com 16,6 % de ignorados, 657 (80,5%) gestação única e 414 (50,7%) parto vaginal com 10% de ignorados. O maior número de óbitos infantis registrou 537 (65,8%) por causas perinatais. Conclusão: As variáveis relacionadas à mortalidade infantil na Região Metropolitana do Cariri foram associadas, em sua maioria, com óbitos neonatais ocorridos em meninos, de cor parda, com peso ao nascer abaixo do normal, cujas mães eram jovens, com 8 ou mais anos de estudo e que tiveram gestação única, nascidos de parto vaginal, por causas perinatais.
Autoria: Emmanuelle Monike Silva Feitosa; Título: Nordeste Rural: O Cariri se vê por aqui? Um Estudo Sobre as Notícias Rurais na Tv e o Processo de Desenvolvimento Regional Sustentável; Dissertação de Mestrado, 2013; Instituição: Universidade Federal do Ceará (UFC). Resumo: Este trabalho de pesquisa busca perceber em que medida a presença da TV e do telejornalismo especializado (rural) influenciam a cultura da vida e do cultivo agrícola de produtores rurais na Região Metropolitana do Cariri (RMC), no Estado do Ceará. Essa pesquisa de natureza qualitativa foi embasada no método francês de Análise do Conteúdo (AC) da pesquisadora Laurence Bardin. A metodologia empregada investigou de que forma as reportagens divulgadas sobre o Cariri, no programa Nordeste Rural, produzido e transmitido pela TV Verdes Mares Cariri, afiliada a Rede Globo de Televisão, no Estado do Ceará contribuíram no processo de desenvolvimento regional sustentável (DRS) da região. Como objeto de análise foram verificadas 12 reportagens rurais sobre a Região do Cariri, sul do Estado do Ceará. No experimento observou-se tanto a produção, reportagem e edição do discurso jornalístico rural emitido pelo programa NR, como também a recepção por parte dos agricultores. A pesquisa entrevistou um grupo de jornalistas ligados ao programa, que trabalham nas emissoras TV Verdes Mares (Fortaleza) e TV Verdes Mares Cariri (Juazeiro do Norte) e um grupo de telespectadores do programa formado por agricultores do Assentamento Malhada, zona rural do município do Crato (RMC). A escolha deste grupo ocorreu pela principal fonte de sobrevivência da comunidade, a agricultura familiar, pela posição geográfica da comunidade e pelo acesso dos produtores rurais ao programa Nordeste Rural, canal de TV local, sem uso de antena parabólica.
Autoria: Waleska James Sousa Félix; “VALEI-ME MEU PADIM”: Um Estudo Sobre a Cultura, os ‘Negócios da Fé’ e o Desenvolvimento Territorial de Juazeiro do Norte; Dissertação de Mestrado, 2008; Instituição: Universidade Estadual do Ceará (UECE); Resumo: O presente trabalho é construído a partir da idéia de que uma cidade pode ser percebida como uma grande teia organizacional, um todo constituído por inúmeras unidades organizativas multifacetadas, sendo ela mesma uma organização plena de significados. A cidade, enfim, considerada como essa teia de relações entre grupos e instituições que se situa no tempo e no espaço, processa coletivamente e continuamente uma cultura, processo este que resulta em uma identidade cultural tanto relativa à totalidade da cidade quanto à gestão e desenvolvimento desta totalidade. Nesse sentido, o objetivo geral de pesquisa consiste em analisar as repercussões da concepção de desenvolvimento do Padre Cícero, pautada no trabalho e na fé, sobre a cidade do Juazeiro e nas significações culturais dos espaços dos ‘negócios da fé’ e suas implicações no desenvolvimento sócio-territorial de Juazeiro do Norte. Para tanto foi utilizada a Antropologia Visual como metodologia de trabalho, mais especificamente a fotoetnografia. O trabalho encontra-se desenvolvido em seis capítulos. O pólo teórico deste trabalho é apresentado em três capítulos através da reflexão sobre os conceitos de cidade, cultura e desenvolvimento. No quarto capítulo são apresentados os aspectos metodológicos. O quinto capítulo retrata um pouco da história e da memória de Juazeiro Assumindo a reta final desta pesquisa, o sexto capítulo, apresenta as evidências empíricas, seguidas das considerações finais acerca deste trabalho acompanhadas das limitações encontradas, assim como sugestões de futuros estudos.
Autoria: Ivaneide Severo Goiana; Título: A Memória Histórica Educativa do Orfanato Jesus Maria José na Cidade de Juazeiro do Norte: 100 anos de Permanências e Rupturas (1916 a 2016); Dissertação de Mestrado, 2016; Instituição: Universidade Federal do Ceará (UFC); Resumo: O presente estudo consiste na investigação sobre a memória histórica educativa do Orfanato Jesus Maria José, localizado na Cidade de Juazeiro do Norte-CE, onde buscamos localizar as transformações impostas pelo tempo, no que se refere às práticas educativas, sua estrutura e funcionamento, situando-as de forma comparativa com as ideias socialmente circundantes de acolhimento à infância pobre ou desvalida, em âmbito nacional e internacional, no período que decorre de 1916 a 2016. Uma Instituição idealizada pelo Padre Cícero Romão Batista, com o propósito de recolhimento e educação para meninas órfãs pobres ou “desvalidas”. A instituição de início foi coordenada pelas Beatas do Juazeiro no ano de 1916 a 1935, quando assumem as Filhas de Santa Teresa de Jesus permanecendo até os dias atuais, completando (100) cem anos de existência. Buscamos problematizar os cem anos da sua existência, dando ênfase às permanências e rupturas, no seu processo histórico educacional durante esse período. Para tanto, elencamos as categorias: História de instituições educacionais; História da mulher na ação educacional; História da infância pobre ou “desvalida”. A metodologia se deu através da pesquisa qualitativa, apoiada em estudos bibliográficos, documental e na História Oral. Utilizou-se da entrevista não estruturada, com agentes participantes do projeto incluindo os sujeitos da atualidade. Através dos estudos e das entrevistas realizadas, percebemos algumas rupturas e permanências, tanto no processo estrutural como nas ações desenvolvidas pelos seus administradores. Das rupturas, destacamos três momentos: a mudança das Beatas em 1935 para as Filhas de Santa Teresa de Jesus; a instalação de uma escola de ensino primário em uma sala do Orfanato, tendo as religiosas que se adequar a uma nova metodologia educacional; quando a escola foi fechada, passando a instituição de internato para externato, se constituindo em uma instituição filantrópica de fins assistencialistas, atendendo ambos os sexos. Durante esse processo pode-se perceber mudanças, também no processo educacional, de acordo com as transformações sociais. Percebemos que, ainda habita na instituição aspectos da sua idealização, a instituição continua incidindo sobre o processo educacional, com projetos voltados para a população carente, desde a sua idealização até os dias atuais, o que caracterizamos como permanências históricas, que resistiram por um século.
Autoria: Assis Daniel Gomes; Título: “FAÇA-SE LUZ”: A Eletrificação Urbana no Cariri Cearense (1949-1952); Dissertação de Mestrado, 2016; Instituição: Universidade Federal do Ceará (UFC); Resumo: Com a fundação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) em 1945 alguns políticos cearenses viram a possibilidade de energizar o seu território e, consequentemente, promover uma modificação substancial em sua economia por meio do fortalecimento de sua atividade industrial. Os intelectuais pertencentes ao Cariri também se congregaram para lutar por esse recurso para a sua região, para isso construíram em 1949 o Comitê Pró-Eletrificação e Industrialização do Cariri. Objetivamos, então, pensar como se modificou o cotidiano regional e estadual nos anos 1950. Levando em consideração, para isso, a emersão de uma disputa política em torno de dois projetos de eletrificação, os avanços e o ingresso de objetos tecnológicos que a chegavam depois de energizada em 1961, bem como o desejo em se tornar um espaço moderno e industrializado. Nesse intuito, verificamos uma gama de fontes a fim de buscar vestígios, confrontá-los e destruí-los para erigir uma análise sobre a construção da Companhia de Eletricidade do Cariri; que moveu, por sua vez, sonhos e desejos ligados a projetos passados, emergindo-os novamente antes e após a sua fundação. Enfim, ao pensarmos as mudanças materiais e imateriais ocorridas nos espaços urbanos caririenses, averiguamos também a presença da cultura norte-americana em seu cotidiano derivada da aproximação entre os EUA e o Brasil – principalmente, no Cariri por meio de seu apoio financeiro e técnico vinculado à Usaid e ao Projeto Morris Asimow.
ELES QUEREM SABER...
Meu nome é Cicero Moura Leite, e moro em Juazeiro do Norte. Gostaria que o senhor me informasse se possível um título ou algo parecido onde se possa pesquisar a origem do nome das ruas de nossa cidade. Obrigado.”
Cícero: Quando eu tenho essa necessidade, eu procuro obrigatoriamente os dois volumes abaixo mencionados. Também eu tenho contribuído para essas informações nas minhas publicações nesta coluna. Houve um tempo que eu tinha uma sessão aqui denominada Um Estranho em Minha Rua. Infelizmente a Câmara Municipal não tem um arquivo respeitável nesse particular. Quando ela decide aplicar uma homenagem numa das ruas da cidade, as informações são muito sumárias e às vezes apenas há a justificativa de prestou “relevantes serviços à comunidade”. Um jargão que às vezes não quer dizer nada. A verdade é que muitos dos homenageados continuam sendo pessoas muito desconhecidas, e alguns, me permita, até sem méritos para tal. Enquanto isso, muitos, de grandes méritos, permanecem esquecidos. Eu mesmo, recentemente editei um livro denominado Comenda Memórias de Juazeiro, com dezenas de biografias de pessoas que são homenageadas nas ruas de Juazeiro do Norte. Esse livro você pode me procurar que tenho um exemplar para você, quanto aos que cito abaixo, só procurando livraria de antiquário (sebos). Na Rua Pe. Cícero, na baixa do Salesiano temos a Solaris que procuramos nestas ocasiões. Recomendo.
ARAÚJO, Raimundo (Rodrigues) & BEM FILHO, Mário. – 2000 - Dados Biográficos dos homenageados em logradouros públicos de Juazeiro do Norte. Volume I. Fortaleza: ABC Editora, 436p.
ARAÚJO, Raimundo (Rodrigues) & BEM FILHO, Mário. – 2000 - Dados Biográficos dos homenageados em logradouros públicos de Juazeiro do Norte. Volume II. Fortaleza: ABC Editora, 443p.
AMPLIANDO O INVENTÁRIO
Sempre que nos ocorre, estamos ampliando o inventário dos jornais juazeirenses. De qualquer tipo ou tamanho, o importante é registrar a existência desses efêmeros periódicos que, na maioria dos casos, circularam com poucas edições, dirigidas a um público restrito. É o caso desse CÍRCULO, boletim informativo do Círculo de Leitura do SESC Juazeiro do Norte, que deve ter tido edições, pelo menos, entre maio e novembro de 1998. Jornalzinho extremamente útil, dedicado a estimular o hábito de leitura, provavelmente sob a responsabilidade da biblioteca da instituição, de pequeno formato, 16 cm x 22 cm, com 4 páginas, ilustrado.