domingo, 26 de fevereiro de 2012

13.01.2012
TARCILA CRUZ ALENCAR

Ela nasceu Tarcila Estácio da Cruz, no dia 17 de novembro de 1915, em Juazeiro do Norte, filha de José Geraldo da Cruz e Maria Estácio da Cruz. Alfabetizou-se e estudou as primeiras séries do curso primário com a Professora Adelaide Melo em Juazeiro. Continuou seus estudos no Colégio Santa Tereza no Crato, aonde foi cursar a 4ª. Série com apenas 9 anos de idade, tendo, ali, concluído o Curso Normal Pedagógico em 1932, com 17 anos. Iniciou-se no magistério no Grupo Escolar Padre Cícero, estabelecimento fundado por Maria Gonçalves da Rocha Leal, e a ele se dedicou por quatro anos. Em 1934, simultaneamente, começou a lecionar na Escola Normal Rural de Juazeiro ao lado da educadora Amália Xavier de Oliveira, sendo uma das fundadoras desta Escola, lecionando Português, Psicologia e Didática. Na Escola Normal sua dedicação chegou a 32 anos. Neste período também exerceu o cargo de Inspetora de Ensino do Ginásio Santa Terezinha, de propriedade de sua amiga Amália Xavier de Oliveira.
Casou-se aos 21 anos de idade, em 1937, com o comerciante Manoel Coelho de Alencar. Desta união nasceram os filhos: Marisa, Iara Maria, Francisco Gil e Sandra Maria. Da filha Marisa Alencar Bezerra, a neta Vânia e os bisnetos Lívia e Ivan; a neta Rossana e o bisneto Davi; o neto Ivan José e os bisnetos Maina, Ivan e Luca; a neta Ivana e os bisnetos Lise e Bernardo; e a neta Ana Amélia (falecida precocemente); Da filha Iara Maria de Alencar Tavares, os netos Keila (falecida solteira) e Ricardo Sérgio; Do filho Francisco Gil Cruz Alencar, a neta Marisa Alencar Stroka e o bisneto Leonardo; o neto Manoel Coelho de Alencar e os bisnetos Caio e Guido; o neto Francisco Gil Nogueira Alencar e a bisneta Beatriz; a neta Maria Cristina Alencar Sauaia e a bisneta Maitê; Da filha Sandra Maria de Alencar Mullavey, os netos Michel, Verônica e Steven. São, portanto, 4 filhos, 14 netos e 13 bisnetos.
Foi sócia integrante da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno, em Fortaleza, colaborando com artigos, que eram publicados, na Revista Jangada, entre os anos 50 e 60, e em jornais da Capital. Em Juazeiro do Norte foi Secretária do jornal O Lavrador, no qual também publicou vários artigos. Deixou escritos cinco cadernos em forma de livros (crônicas, cartas, discursos), mas não chegou a publicar nenhum deles na íntegra, no entanto, muitos artigos destes cadernos, foram publicados em jornais e revistas. Fez parte do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, do Recife, como técnica; mesmo residindo em Juazeiro do Norte, conseguiu exercer com eficiência essa atividade, dividindo o tempo em breves viagens à Capital pernambucana.
Na vida de Tarcila Cruz Alencar, três vertentes são marcos fundamentais de sua existência: a família, a escola e o Juazeiro. Para conhecer-lhe o sentimento será melhor conceder-lhe a palavra para que por suas próprias expressões sintamos a realidade desta vocação amorosa que percorre as suas relações domésticas, a atividade do magistério e a cidadã, filha de um dos mais influentes líderes de seu tempo.
Sobre a família, abro espaço para reproduzir uma pequena parte de um artigo seu, editado na revista A Jangada, de 1952. Ela se refere, particularmente a seu marido.

“Hoje completas 43 anos... Algumas cãs já te mesclam a cabeleira e pequenas rugas no rosto demonstram as lutas por que passaste, os obstáculos que tiveste de vencer, ao mesmo tempo que te emprestam um certo ar de gravidade. Contemplo a tua face, para mim, sempre tão bela e te amo mais e mais ao procurar rever o teu passado, ao reler, nas linhas do teu rosto a tua his­tória tão simples, mas tão edificante, tão real, tão humana.”(...)
(...)“A tua infância magoada, porém, ainda está estampada nos teus olhos... Os teus dias tristes de menino pobre, desprotegido se repe­tem, ainda, através do desencanto com que olhas a vida, da desilusão com que encaras os poucos sonhos da existência... A roupagem de fantasia, com que costumamos vestir os acontecimentos, para enfeitar a nossa própria vida, para ti não tem expressão, para ti não traz entusiasmo. Nenhum acontecimento faz vibrar a tua alma, nenhuma poeira dourada de ilusão cobre o negror da realidade, com que encaras a vida. Por isto, nenhum objeto material te ofertei hoje, no dia dos teus anos. Para ti, nada representaria um presente que eu te pusesse às mãos... Não teria tal dádiva o valor que eu desejava encontrasses, não faria ecoar no teu coração a ressonância da música maravilhosa que embala o meu... Por esta razão, só um presente eu te queria dar: - um pouco desta ilusão que me enche a vida, um pouco deste entusiasmo que me doura a existência, graças ao amor que te consagro, mercê do carinho que te dedico e que extravasa do meu coração em torrentes de afeto e felicidade.”

Na reciprocidade deste afeto, também Alencar, mais silencioso e poeta escreveu-lhe versos que expressam a os laços familiares. E a propósito, nos guardados de família, encontramos uma poesia que ele dedicou a Tarcila e seus filhos. E fez com a devida publicidade, pois estampou-a em uma revista de assuntos de família, numa edição de 27.05.1962.

“A gentil D. Tarcila, / Cila,
Como em casa assim atende, / É de rara fidalguia, / Guia,
Dos filhos que bem defende. / É das mães a mais prendada / Dada
Aos afazeres do lar. / Tudo faz, olha, repara, / Para,
Se algo vê a reclamar. / Uma filha teve ausente, / Ente,
Que se tornou mais querido / Do coração pelo laço, / Aço,
Há no seu peito fundido. / Essa que é a bela Yara / Ara,
É pedra símbolo da fé, / Fé que a leva aos pés do Cristo, /  Isto,
Bem demonstra o que ela é. / Gil, o mais abnegado, / Gado,
É o que mais lhe apraz na vida, / Mas se disso o pai o tira, / Ira,
Abre-lhe velha ferida... / Marisa, que é a mais calma, / Alma
Santa é, já que o povo diz, / Ao esposo que te adora. / Ora
Pra Vânia ser feliz. /
Sandra, a derradeira filha, / Ilha
Dos pais os amores seus, / Tanto é ela inteligente, / Ente
Que juntinho está de Deus.”

A dedicação de Tarcila na sua atividade no magistério teve na Escola Normal Rural o coroamento de uma vocação privilegiada. A decisão de Juazeiro do Norte em abrigar a primeira escola deste gênero, no Brasil, entusiasmou diversos juazeirenses. De modo especial a José Geraldo da Cruz, seu pai. Por ocasião da fundação da mantenedora, o Instituto Educacional de Juazeiro do Norte, em 9 de dezembro de 1933, com o aval do Pe. Cícero, seu sócio número um, José Geraldo da Cruz foi o mais inflamado investidor, tendo subscrito cerca de 27% das cotas, distribuindo-as entre suas filhas Marieta e Tarcila, ficando ele com a metade. Entusiasmo, este, que cresceria ainda mais na família, pois aos 20 anos da Escola Normal já eram seus sócios: José Geraldo, Maria Estácio, Manoel Coelho, Tarcila Cruz, Marieta Cruz, Carlos Cruz, Marisa e Iara Alencar. Tarcila será eternamente reconhecida como uma das colunas mestras daquele estabelecimento, onde de tudo um pouco realizou como acionista, professora, secretária, editora do jornal O Lavrador, conselheira, defensora entusiasmada, orientadora pedagógica e grande amiga da escola e de muitos de seus ex-alunos, alguns dos quais fizeram a renovação da Escola, enquanto existiu. Tarcila será sempre lembrada ao lado de Amália Xavier, Plácido Castelo, Moreira de Souza, Jacinto Botelho, Assunção Gonçalves, Elias Rodrigues e Generosa Alencar, por esta grandiosa empreitada que assentou as bases de uma nova educação para a cidade que herdaram.
Em 29.11.1953, durante a colação de grau das professoras da 17ª turma, onde estavam, dentre outras, Fátima Sobreira, Luci Figueiredo, Cidália, Zélia, e Idilvia Luna, Ilca Barbosa e Teresinha Magalhães, dentre outras, Tarcila paraninfou a turma e fez longo discurso no qual pôde traduzir o seu grande sentimento pela Escola Normal. Permito-me yranscrever alguns trechos:
“Quero, antes que partais, nesta última vez em que nos reunimos, dizer-vos o que a Escola Normal Rural de Juazeiro representa para nós, que aqui trabalhamos, desde a sua fundação. Bem sei que aprendestes a amá-la, bem sei que maior será o valor que lhe haveis de dar, quando não a tiverdes ante os vossos olhos. Quero, porém neste último instante de comunhão de sentimen­tos, dizer-vos quanto eu amo esta Escola, quanto ela está ligada à minha vida e à de todos aqueles que lhe emprestam o apoio, que lhe dedicam, não só as energias, mas o próprio coração, de vez que só ele poderia transformar em realidade o sonho que, para nós, era a Normal Rural de Juazeiro. Para mim, a Escola é o complemento da minha vida. Longe dela, sinto-me desambientada, falta-me o meu elemento social. Foi à sua causa que dediquei as energias do meu magistério, foi aqui trabalhando que alimentei os primeiros sonhos da minha mo­cidade; foi, ainda, como professora deste Estabelecimento, que rea­lizei o ideal do meu coração e, mais tarde, de par com as lides do professorado, vi o desabrochar dos primeiros sorrisos dos meus filhos e ouvi seus balbuciares inocentes. A minha vida, pois, tem sido dividida entre o lar e a Escola. Para mim, um é a continuação do outro.”
Outro sentimento de profunda identidade com a vida de Tarcila foi o seu amor ao Juazeiro, sua terra. Em diversas ocasiões, através do jornal que editava – O Lavrador, em outros jornais de grande circulação, e em revistas, parte de Tarcila um canto de exaltação ao seu torrão, através das ações pelo seu desenvolvimento. Ao celebrar o cinqüentenário da cidade de Juazeiro do Norte, em 22.07.1961, e depois de produzir longo texto de avaliação do desenvolvimento de suas letras, vislumbrando um futuro pleno de grandes realizações para este setor, Tarcila nos diz:
“A cidade está, mais uma vez, enfeitada com a poli­cromia dos uniformes dos diversos educandários. É uma festa para os olhos e uma alegria para os corações, mor­mente daqueles que, como eu, acompanham com cari­nho a evolução educacional da terra que me viu nascer. É um espetáculo sempre novo o desfilar pelas ruas, daquelas crianças, daqueles adolescentes que transitam em direção às escolas, mostrando o índice intelectual citadino, pelo número dos que passam apressados, sobra­çando as pastas escolares. Fico no portão da minha casa, acompanhando-os com desvêlo quase maternal, sentindo pulsar mais forte o sangue nas veias, pensando que êles, no seu descuido, na sua algazarra, estão preparando os destinos da terra, que ora pisam garbosos e, ao mesmo tempo, ingênuos da importância que lhes cabe. Vejo o presente, vislumbro o futuro, mas não posso esquecer o passado. Cada uniforme que passa me traz uma imagem, des­perta-me uma associação de idéias, e eu volvo ao Juàzeiro do antanho, ao tempo mesmo em que eu ainda não exis­tia, mas que vive no meu cérebro, no meu pensamento, graças à tradição oral e escrita e através da estima que tenho a minha terra, sobretudo no que diz respeito às letras juazeirenses.” (...)
(...)“Diante destas perspectivas, eu antevejo um futuro brilhante para a minha terra. Vejo na minha imaginação, em um futuro não muito remoto, estes artífices que compõem este grande artesanato, tendo as suas inteligências aproveitadas, os seus valores bem orientados. Novos horizontes se rasgam para os habitantes de Juazeiro do Norte, que esperam melhores dias, confiantes na ação dos governos e no apoio dos homens de boa vontade.”
Pouco tempo após a morte de seu marido, Manoel Coelho Alencar, em 21.06.1969, dona Tarcila veio residir em Fortaleza, para que se cercasse mais freqüentemente com o conforto dos filhos, genros, noras, netos e bisnetos. No final dos anos 90, acometida de um acidente vascular cerebral, ela teve sua saúde muito abalada inspirando sempre maiores cuidados. Mas, isto não abalou tanto a sua enorme vontade de viver e assistir sua família.
Tarcila Cruz Alencar faleceu em Fortaleza, no dia 29.06.2003. Trasladada para sua terra de grandes amores e reminiscências, ela repousa no jazigo da família, no Cemitério do Perpétuo Socorro. Algumas homenagens lhe foram prestadas pela municipalidade juazeirense, dentre as quais a designação de uma unidade escolar, a originalmente "Escola de Primeiro Grau Tarcila Cruz Alencar", atualmente "Escola de Ensino Fundamental Tarcila Cruz Alencar". 





Foto 1: O casal Maria Estácio e José Geraldo da Cruz e sua filha, Tarcila (1916)
Foto 2: O casal Maria Estácio e José Geraldo da Cruz, sua filha Tarcila e familiares (1918)
Foto 3: Tarcila Estácio da Cruz (1930)
Foto 4: Tarcila, Manoel Coelho Alencar e a filha Marisa
Foto 5: Tarcila Cruz Alencar e a filha Marisa
Foto 6: Tarcila Estácio da Cruz no velório do Pe. Cícero (1934)
Foto 7: Tarcila Cruz Alencar e seu pai José Geraldo da Cruz (Anos 80)
Foto 8: José Geraldo, Tarcila e seus filhos, Marisa, Iara e Gil
Foto 9: Tarcila e seus filhos Marisa, Iara, Gil e Sandra
Foto 10: Tarcila e seus filhos Marisa, Iara, Gil e Sandra  
Foto 11: Tarcila Cruz Alencar e as professorandas ruralistas da Escola Normal Rural (1939)
Foto 12: Generosa Ferreira Alencar, Amália Xavier de Oliveira e Tarcila Cruz Alencar na ENR (1960)
Foto 13: Tarcila Cruz Alencar (2000)

12.01.2012
ESCOLA NORMAL RURAL...
Sarah Bezerra Luna Varela, aluna do Mestrado em Educação, da Universidade Estadual do Ceará, orientada do prof. Dr. Antonio Germano Magalhães Júnior, está desenvolvendo Dissertação sob o título: Mitos e Ritos da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte. O trabalho é derivado da Pesquisa em andamento no Núcleo EDUCAS-UECE, sob o título geral de “Ruralismo e Práticas Cotidianas na Primeira Escola Normal Rural do Brasil: A Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte – CE (1934 – 1946)”. Equipe de Trabalho: Dr. Antonio Germano Magalhães Junior (Coordenador); Sarah Bezerra Luna Varela (Bolsista FUNCAP). Resumo: Historicamente o processo de profissionalização docente registra um percurso marcado por contradições e ambigüidades. O que iniciou com a definição de regras para seleção e nomeação de professores, prosseguiu com o estabelecimento de mecanismos de controle para o exercício da atividade docente e o desenvolvimento de técnicas e instrumentos pedagógicos próprios à profissão, teve ápice com a criação de instituições de formação específica para o professor. O município cearense de Juazeiro do Norte, também conhecido pelo nome de “Juazeiro do Padre Cícero”, ficou registrada nos documentos historiográficos como local da instalação da primeira escola normal rural do Brasil: a Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, criada em 1934. O estudo pretende historiar o surgimento dessa instituição, buscando compreender os o cotidiano das práticas ruralistas, bem como sua contribuição na construção de uma cultura profissional em relação à atividade docente. A intenção é constituir uma narrativa da trama dos acontecimentos que marcaram sua criação a partir do cotidiano das pessoas que participaram desse processo. As relações que antecederam e levaram a implantação dessa instituição de formação, seu funcionamento e personagens são alguns fatores que provocam a investigação. A implantação da “Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte” constitui fato histórico recente. Vários educadores e alunos que vivenciaram e acompanharam sua emergência no cenário local ainda estão vivos. Conhecer a experiência de educadores locais, registrando os ‘tons’ que as diretrizes educacionais desse momento histórico assumiram no ‘fazer pedagógico’ desses profissionais pode oferecer elementos importantes para a compreensão tanto do percurso de construção da profissão docente no Ceará quanto do papel desses sujeitos nos contornos do projeto educacional do período. É nessa perspectiva que se inscreve a proposta ora apresentada.
 CON / VIDA...
A CON/VIDA (http://convida.org) é uma organização sem fins lucrativos dedicada a promover a compreensão das diversas culturas, tradições e história das Américas expressa através da arte popular. Ela é apoiada por doações e subvenções de instituições que apoiaram suas pesquisas e exposições, tais como U. S. National Endowment for the Humanities, Social Sciences and Humanities Research Council of Canada, Secretaria de Cultura e Turismo (Bahia), Michigan Council for Arts and Cultural Affairs, City of Detroit Recreation Department, Adrian Dominican Sisters, Adrian (Michigan), Siena Heights University, Adrian (Michigan), Wayne State University, Detroit (Michigan). A CON/VIDA tem organizado exposições que estão disponíveis para museus, galerias e demais instituições culturais e educacionais. Uma destas exposições é BANDIDOS & HEROESPOETAS & SANTOS - ARTE POPULAR DO NORDESTE DO BRASIL. É uma exposição que utiliza a arte pouco conhecida do Nordeste do Brasil para contar a história do Brasil, tradições e cultura. Concentrando-se especialmente sobre as contribuições da África, a exposição apresenta esculturas, pinturas, gravuras, objetos religiosos, costumes festival, brinquedos e outros materiais que dão acesso à história e à vida diária desta área complexa e interessante das Américas. Esta exposição tem três seções, e uma delas é Expressões de Fé, na qual o elemento central é a figura do Pe. Cícero, mostrado a partir da arte popular de artistas plásticos de Juazeiro do Norte.

MARIA BONITA...
2011 assinalou, dentre tantas efemérides, o centenário de uma figura histórica dos sertões nordestinos: Maria Gomes de Oliveira (*Santa Brígida, BA: 08.03.1911; +Angicos, SE: 28.07.1938). Ou, Maria Déia, como referiam os familiares. Ou, Maria Bonita, assim conhecida no cangaço. Uma das celebrações foi o lançamento do livro organizado por sua neta Vera Ferreira e Germana Gonçalves de Araújo. Maria Bonita nunca esteve no Juazeiro e não conheceu o Pe. Cícero. Mas, como qualquer integrante do bando de Lampião, não deixou de manifestar a sua devoção, conforme relata historiadores. No livro de Vera e Germana (Bonita Maria do Capitão) está inserida a tela de Caribé, na qual figura Pe. Cícero e gente romeira e tipos nordestinos de artistas populares, cantadores e figuras místicas. Uma associação que bem traduz o mosaico étnico da formação do próprio povo nordestino.  

CORDÉIS DO CENTENÁRIO...
A imprensa e este Portal já divulgaram a relação dos 100 folhetos de literatura de cordel que fazem parte da segunda etapa da Coleção Centenário. Serão 50 títulos clássicos e 50 títulos contemporâneos. A formatação virá com uma inovação, a de que estes folhetos estejam encartados em bem concebida bolsa que protegerá e fará melhor divulgação das obras, especialmente para bibliotecas públicas escolares. Outra disposição desta coleção também será disponível em displays que exibirão toda a coleção nas escolas do município. O trabalho preliminar, de seleção e organização de originais, foi realizado pelos cordelistas e professores Francisco Renato Sousa Dantas e por Maria do Rosário Lustosa Cruz. A Editora IMEPH, vencedora da licitação já realizada, está ultimando os preparativos para que o lançamento seja parte da próxima Semana do Padre Cícero, em março vindouro.

MUSEUS...
Quando o IPESC estava nos seus primeiros anos de existência, a equipe dirigente esboçou um pequeno projeto que procurava avaliar a conveniência e a exeqüibilidade de dotar Juazeiro do Norte de alguns novos equipamentos museais. Assim, pensávamos em ourivesaria, imprensa, memória fotográfica, literatura de cordel, ex-votos, etc. Uma vez constatado, tratava-se apenas de viabilizar empreendimentos que faria uma boa base da estrutura turística de que a cidade necessita. E assim estamos. Passaram-se as celebrações do centenário e o Museu da Cidade não conseguiu sensibilizar ninguém que decidisse algo. Estas pequenas reflexões eu as faço motivadas pelo painel que se abre em todo o país, procurando avaliar o impacto que os museus têm no contexto das destinações turísticas implicadas com a Copa do Mundo de 14. Em 14, também, coincidentemente, será o novo centenário de Juazeiro: o da cidade que passou a ser. Juazeiro do Norte conta com apenas 4 museus.Aparentemente, dentro de uma média nacional que prevê um museu para cada 60-70mil habitantes. Mas, isto não é um argumento definitivo para quem tem tanto potencial como a terra juazeirense. Quem sabe, isto volta à tona...


RAPIDEX...
Escuto por aqui reclamações que me parecem bem procedentes por uma melhor sinalização para indicar o caminho da Estátua do Padre Cícero, no Horto, especialmente no trevo da nova Rodovia Padre Cícero para a via denominada Rodovia Mons. Azarias Sobreira, na altura do bairro Três Marias. Além de equipamentos, o turismo cresce com a melhoria das informações.

Continuo a minha implicância com respeito aos jornais que circulam em Juazeiro do Norte. Alguns deles, uma meia dúzia, pelo menos, os que continuam circulando, são tão eventuais que continuam desconhecidos há várias. Eles existem, escuto notícias pelo rádio, ou amigos me dão notícias, mas lê-los é uma dificuldade.

Dos 184 destinos turísticos escolhidos pelo Ministério do Turismo para a Copa do Mundo de Futebol, de 2014, o Ceará conta com Fortaleza, sub-sede, e outras13 cidades, no litoral, exclusivamente. O Cariri que é o quarto destino turístico do Estado e tendo facilidade de vôos diários ficou de fora.

No dia 30 de janeiro, o Folha da Manhã atingirá a sua edição número 4.500. Este é um patamar de circulação que nenhum jornal juazeirense atingiu, em cem anos de existência desta imprensa. Nossos parabéns a Demontieux Fernandes e sua equipe. Também, pela nova edição de sua Retrospectiva 2011 que acabo de receber.

Novo loteamento na área urbana de Juazeiro do Norte: o casal Rita e Renato Almeida protocolaram no Cartório Machado o Loteamento Solar dos Cajueiros, no Sítio Porteiras, com área total de mais de 28 hectares. Além de ruas e exigências legais, terá 1202 lotes para residências, exclusivamente. Juazeiro crescendo como nunca.

Recebi e agradeço muito a gentileza de Abraão Batista que me remeteu com amável dedicatória o seu novo livro: Chico de Daniel – teatro de mamulengos (teatro de bonecos, literatura de cordel e xilogravura), JN: Grafica e Ed. Royal Ltda, 2011, 50p. Segundo o autor, “o trabalho foi inspirado na vida de Chico Daniel, um mamulengueiro que marcou pontos por onde passou.”

O SBT está promovendo a escolha do Maior Brasileiro de Todos os Tempos. Na lista de votados, dentre os 155 elegíveis, estão alguns dos quais saídos recentemente da adolescência. Nada como dizer, a democracia do voto. Daí porque votamos tão mal. Mas, no caso desta votação, Pe. Cícero está lá. Vamos votar, pessoal. (http://www.sbt.com.br/omaiorbrasileiro/ ) 

Aconteceu no dia 10pp a posse da nova diretoria da AFAJ e seu Conselho Fiscal. Com Odival Limeira Lima à frente a instituição vai continuar sua missão de congregar a colônia juazeirense em Fortaleza, realizando promoções culturais e sociais, além da sua reunião costumeira nas primeiras terças-feiras de cada mês (na Av. Rui Barbosa, 1545 – Aldeota). (http://www.afaj.com.br )

Por iniciativa de Daniel Walker, foi criado um blog sobre Mestre Noza com o objetivo inicial de fazer uma ampla divulgação sobre sua vida e obra, coisa que não cabia somente no texto que foi recentemente publicado neste portal. Nós trataremos de fazer deste endereço um verdadeiro museu virtual. Acesse: www.mestrenoza.blogspot.com

Núbia Ferreira estará apresentando sua Tese de Doutoramento (O Colégio Salesiano de Juazeiro do Norte e o Projeto Educacional do Padre Cícero: os benfeitores da juventude, de 1939 a 1970), para a comunidade salesiana em Jaboatão, no próximo dia 14. Nesta ocasião, aproveitará para iniciar a tomada de dados em Carpina e na Inspetoria Salesiana em Recife para dar partida no seu novo projeto que é escrever a história da Escola Agrícola São José.

O público do Cariri já escolheu o melhor e dos meus hábitos diários, um só não acontece se houver um impedimento muito sério: ouvir o Jornal da Tarde, com o meu amigo prof. João Hilário, pela internet. E por isso mesmo posso dizer a exemplo de seu ouvinte, “Seu” Dezinho de Joana: - Eu sou climatizado no seu “pograma”.

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