sábado, 16 de março de 2013



MEMÓRIA FOTOGRÁFICA (I)

Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, em 1957. Nesta imagem, típica de uma formação de alunos em dia de festa, do lado de fora da Escola, na antiga Rua Nova (Av. Dr. Floro Bartolomeu), nas Malvas, quando todo o alunado se formava em filas, por turmas, desde os menores (separando meninos e meninas) para ingressarem no Auditorium da Escola, onde alguma data seria comemorada. Neste flagrante, podem ser identificados alguns: Antonio Germano Magalhães, César William Bezerra, Darival Grangeiro, Evilásio Amorim de França, Francisco Adonias de Morais Sobreira, Francisco Flávio Germano Magalhães, Francisdê Macedo, Frederico Assunção Feitosa, Frederico Feijó, Gildemar Grangeiro, Gualter Matos Cardoso de Alencar, Ivan Sobreira de Figueiredo, Jairo Santana, José Eudes Morais, Luiz Aécio Germano Magalhães, Maurício Cansanção, Oriel Limeira Lima, Orivaldo Limeira Lima, Pedro Sérgio Xavier do Vale, Robério Alencar Gonçalves, Roberto Landim, Teive Matos Cardoso de Alencar. Eu devia estar por aí, mas não apareço, bem como Jucier Figueiredo Filho, dentre outros. Há muitas outras carinhas conhecidas. Quem souber novos nomes, e-mail para a coluna e muito grato. (Esta foto, nós a inserimos na obra História da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, de autoria de Amália Xavier de Oliveira).

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA (II)
No tópico anterior eu me referi ao colega de bancos escolares, na Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, em 1957, Ivan Sobreira de Figueiredo, juazeirense nascido em 02.10.950, o caçula da família de Odílio e Edith Sobreira de Figueiredo. Devo ter a lembrança de uma convivência diária, na Escola, com Ivan até 1960. Depois disto já não me lembro. E a rigor, só nos reencontramos uns 50 anos depois, quando seu irmão, Odílio de Figueiredo Filho lançou o livro (Odílio Figueiredo – um juazeirense de expressão) promovendo um grande encontro de família e amigos, em noitada inesquecível na La Favorita. Foi neste dia que reencontrei o Ivan. E foi, lamentavelmente, pela última vez, pois soube tardiamente, há poucos dias, que faleceu recentemente. Fiquei com esta imagem que tive a sensibilidade de tomar, em julho de 2011, onde aí estão Angela Morais, Walmir Paiva, Ivan, suas irmãs Margarida e Aurélia, Célia Morais e Odílio de Figueiredo Filho. Saudades do Ivan. E que repouse em paz.  

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA (III)
Eis aí um velho postal da Praça Alm. Alexandrino de Alencar. Postais como estes foram providenciados nos anos 60 pelo comerciante Raimundo Morais, proprietário da Casa Morais, loja que marcou uma época em nosso comércio, como primeira vitrine para compra de presentes. Ele tomou a iniciativa de mandar executar graficamente uma série destes postais que exibiam algumas das melhores imagens da cidade por esta época, inclui igrejas, edifícios, ruas, praças, vistas aéreas, monumentos, etc. Alguns dos elementos desta imagem já foram para o chão, como os sobrados de Fenelon Gonçalves Pita e de Damião Pereira da Silva. A praça, mesmo, já passou por diversas reformas, algumas de triste lembrança.  

BEATA E SANTO 
Há alguns anos atrás, de uma pessoa que não poderia ser classificada, na época, de fantasiosa ou mentirosa, ouvi uma resposta para a minha preocupação sobre a seguinte pergunta: Quanto custa fazer um santo? A resposta, sem maiores explicações era que rondava por volta de 1 milhão de euros. Achei de pronto que era muito dinheiro para o pretendido. Por estes dias encontro uma resposta mais bem fundamentada. No seu livro Como se faz um santo, D. José Saraiva Martins revela-nos os custos de um processo de canonização. Ele é um cardeal português que entre 1998 e 2008 dirigiu a Congregação da Causa dos Santos, dicastério romano que trata de beatificações e canonizações. Ele está hoje com mais de 80 anos. Diz ele que os emolumentos da Santa Sé, isto é, os custos processuais, não ultrapassam os 6.000 euros e o total dos honorários para médicos, teólogos e bispos que estudam e julgam as causas, anda à volta de 8.000 euros. A publicação da Positio, isto é, da causa da beatificação ou canonização, custa mais de 10.000 euros. São numerosas as regras estéticas e de impressão a que está sujeita por imposição da Congregação para as Causas dos Santos. Não se contabilizam milhares de horas de trabalho voluntário de uma equipe que é liderada pelo postulador e vice-postulador, nem as inúmeras viagens que é preciso fazer. O postulador tem de se deslocar ao Vaticano mais de 30 vezes, tendo de suportar viagens e estadias, cujos gastos, mesmo por baixo, nunca são inferiores a 20 mil euros. Na fase de canonização, o número de deslocamentos a Roma pode reduzir-se para metade, 10 mil euros, mas a Positio tem de voltar a ser publicada. Mais 10 mil euros. Assim, para se fazer um santo são necessários, pelo menos, 64 mil euros. Estes números foram propostos por D. José Saraiva Martins em 2009. A preços de hoje, isto gira ao redor de R$163.200,00. Mas, como ele mesmo adverte, há uma porção de outros custos que não são previamente especificados. Logo, o custo pode beirar uns R$300.000,00, dependendo do que será gasto na origem, quando o processo é aberto na Diocese respectiva. O caso da menina Benigna e, eventualmente, do Pe. Cícero não muda muito esta cena.


O PAPA E O PE. CÍCERO
A grande surpresa da escolha recente de Franciscus não arrefece a curiosidade de muitos sobre a velha pendência secular: O que é que este novo papa vai determinar sobre esta pauta de Cícero Romão Baptista? O conclave mostrou a quase inutilidade de um “vaticanista”. A rigor, muitos sabiam, por que teria vazado, que ainda na escolha de Ratzinger, o cardeal Mário Jorge fora o segundo mais votado no último escrutínio que sacramentou Bento XVI. Todos os que especularam recentemente sabiam que o argentino estava lá, era eleitor e elegível. Contudo, ninguém sugeriu, senão outro seu conterrâneo como um dos que integravam listas, embora não muito cotado. Mas é isto mesmo. Estamos felizes, pois só nos resta continuar dando muito crédito ao Santo Espírito para que esta nossa Igreja, devidamente iluminada, siga o seu caminho e Nele, de preferência, havendo oportunidade em seu tempo secular, a hierarquia enxergue a necessidade de uma breve e sucinta resposta à causa do servo fiel e quase esquecido.

ARQUIVO
Este Portal noticiou que o vereador Cláudio Luz (PT) apresentou proposição na última reunião da Câmara Municipal, na qual requer que o Poder Legislativo faça um compêndio de todas as leis municipais vigentes, contendo a data de aprovação e publicação da lei, o número do Diário Oficial do Município, os autores e coautores, o assunto, a ementa, entre outros dados úteis a facilitar a pesquisa. Louvo a sua iniciativa e espero que isto seja aprovado. A este propósito, seria desejável que, inicialmente, Câmara e demais organismos do Governo Municipal, juntamente com o setor competente da edição do Diário Oficial procedam à elaboração de um índice para melhor localização dos assuntos (Leis, Decretos, etc), pois desde 13.10.1998 o Diário Oficial circula no município e está no seu número 3.470 (até 12.03.2013). Destas edições, 1.015 já estão disponíveis no site da PMJN.  Portanto, pelo menos para disponibilizá-lo em via eletrônica, seja pelo site da PMJN, ou num outro a ser criado na CMJN, pouco esforço deverá ser despendido. Daí por diante, é recuar no tempo, antes de 1999 para completar o melhor acesso a todo o conteúdo de leis vigentes no município. Feliz idéia. Parabéns. 

EDUCAÇÃO
Encontro no Diário Oficial da PMJN (08.03.2013) os extratos de dois convênios com a Associação Instrutora da Juventude Feminina (Poço de Jacó, no Horto e Semeador, no Aeroporto). Na minha aritmética, cada um dos 449 alunos (200 no Horto e 249 no Aeroporto) recebe “benefícios” do município, algo em torno de R$ 0,33 (trinta e três centavos) por dia de aula, em regime integral de 8 horas, ou pouco mais de R$0,04 (quatro centavos) por hora de dedicação, num total de R$66,81/aluno/ano. Isto serve, conforme o contrato, para a merenda escolar e material de limpeza. Não há recursos para professorado porque a opção da instituição é manter-se conveniada e não integrante da rede municipal. Estes números me trouxeram a insatisfação e o desconforto de não saber exatamente o que seria razoável ponderar para sustentar com qualidade uma educação para escolas municipais entre nós. Esta é uma preocupação permanente dos que se envolvem com o financiamento da educação. E isto é muito variável. Relevo aqui uma pesquisa do MEC, ainda em 2005 que encontrou para o Estado do Ceará um valor da ordem de R$966,60/aluno/ano. Mas, na amostra da pesquisa (Levantamento do custo-aluno-ano em escolas de Educação Básica que oferecem condições de oferta para um ensino de qualidade – 2ª Etapa - Robert E. Verhine), se expurgada a então Escola Agrotécnica Federal de Crato, o valor caia para R$104,89.  

UFCA
Esta coluna em diversas oportunidades manifestou a preocupação pelo andamento da análise, na Câmara Federal, do Projeto PL 2208/2011, que “Dispõe sobre a criação da Universidade Federal do Cariri - UFCA, por desmembramento da Universidade Federal do Ceará - UFC, e dá outras providências.” Pelas circunstâncias próprias do funcionamento das Comissões e o ano eleitoral de 2012, o Projeto estava parado desde 01.11.2012, quando foi recebido pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Esta é a quarta e última Comissão a apreciar a proposta, na Câmara Federal. Uma semana depois se soube que, em 08.11.2012, o Parecer da Comissão de Finanças e Tributação, a anterior, foi encaminhado à publicação no Diário da Câmara dos Deputados, e sairia no dia seguinte, 09.11.2012. De lá para cá, silêncio. Mas, no dia 06.03.2013, foi designado pela CCJC o Relator, Dep. Eduardo Sciarra (PSD-PR). Ele é um engenheiro civil e empresário, paranaense de Londrina, 60 anos. No dia seguinte, 07.03, por força regimental, determinou-se começar a ser contado o prazo de 5 sessões ordinárias, a partir de 08.03.2013, para que os membros desta CCJC ofereçam emendas ao Projeto. A CCJC tem como presidente, Décio Lima (PT/SC), e um dos vice-presidentes é Mauro Benevides (PMDB/CE). Outros cearenses integrantes desta comissão e que votarão para novo parecer são: Danilo Forte, Edson Silva e Vicente Arruda ou, eventualmente, sua suplente, a juazeirense Gorete Pereira. As Reuniões Deliberativas Ordinárias na CCJC são em número de 2 por semana. Assim, até o dia 25.03 os senhores deputados poderão propor emendas. A seguir, elas serão apreciadas pelo Relator. É mais provável que em meados de abril, se tudo correr bem, o Projeto da UFCA mude de casa e vá para o Senado Federal. Façamos, como faz o prof. Jesualdo Farias e muita gente mais, torçamos pelo bom êxito.   

AEROPORTO
Na edição anterior desta Coluna, apresentei breve justificativa pela não divulgação de dados relativos ao desempenho do Aeroporto de Juazeiro do Norte, como vínhamos fazendo em meses anteriores. Felizmente a Infraero voltou a divulgar os dados e novamente nos prestamos a analisar preliminarmente estes números num contexto de Brasil e da região Norte-Nordeste. As tabelas abaixo falam por si só. O que há de importante é que o melhor desempenho do aeroporto está na sua condição de aeroporto doméstico no interior da região Norte Nordeste. Não resta dúvida que isto é expressivo na medida em que nosso aeroporto é importante para o desenvolvimento da aviação regional, pela sua área de influências em diversos estados vizinhos. Nesta amostragem, são 11 aeroportos e em meses anteriores ele vinha como 5º, 4º, 3º e agora chega ao segundo lugar, logo abaixo de Ilhéus e superando Petrolina. Isto, por um lado mostra o poder de fogo do equipamento para galgar novas e expressivas posições. Por outro lado, as soluções que tardam preocupam, na medida em que duas companhias já alteraram suas operações (Gol reduzindo e Passaredo cancelando). As gestões do poder público municipal com autoridades de Ministério e Infraero estão nas manchetes dos jornais. Torcemos para elas cheguem a bom êxito. 

OBSERVADOR (1)
Leio com muita tristeza e apreensão a escalada absurda da violência urbana em minha cidade. Uma tristeza inominável. Dois tipos de ocorrências parecem as mais freqüentes: assaltos (empresas e pessoas) e a guerra civil promovida pelo tráfico. A população clama por maior efetivo de policiais nas ruas, como medida para inibir esta violência. Triste é saber que há inúmeras omissões dos poderes e de outros que deveriam contribuir para minimizar estas coisas. Por exemplo, é crônica a reclamação sobre a falta de iluminação pública e diversos locais já foram promovidos a novas cracolândias. O que é isto, para a gente entender melhor? Há taxa de iluminação pública cobrada na conta. Ela está calculada para fazer face à manutenção e ao consumo, imagino. E o que é, então? Falta pagamento? O arrecadado não cobre o “prejuízo” da Companhia? O que é?  Exigimos e pagaremos por serviço de qualidade.    

OBSERVADOR (2)
Leitor do Diário Oficial do município, já estou me aborrecendo com a quantidade enorme de nomeações e exonerações procedidas pelo executivo. Há o necessário e também, bem o sabemos, as sinecuras. Entra governo, sai governo e a marcha é a mesma. Quanto tempo mais a administração vai gastar para ajustar a equipe? Precisamos saber, pois nisto vai o nosso dinheirinho. E não é pouco. Na Câmara Municipal, por exemplo, eu levantei quantas foram as exonerações no fim do ano. (Veja o quadro, abaixo). Alguém aí calcula quanto era a sangria? Eram cerca de 80 assessores para tão poucos vereadores. Ocorreu-me fazer um confronto com os que, certamente, foram nomeados para os mesmos cargos, nesta nova administração. Pelo caminho, desisti. Isso ia terminar e fazendo muito mal.   




LIVROS
Eu dedico uma atenção especial à contribuição histórica de muitos autores que se debruçam sobre documentos e fatos que compõem a memória histórica de seus municípios de origem ou de adoção. Assim, tenho uma vasta prateleira sobre quase todos os municípios do Ceará. Uns mais alentados, outros mais modestos. Interessante que isto nasceu, até este zelo mais típico de bibliófilo, verificando que as questões de maior interesse em Juazeiro do Norte, frequentemente estão lá, por personagens, fatos, imagens, e acontecimentos de destaque. São particularidades que nos ajudam a compreender esta relação que tanto contribuiu para a realidade desta hegemonia que a terra do Pe. Cicero goza. Destaco nesta lembrança recente Venda grande d´Aurora, de João Tavares Calixto Júnior (Expressão Gráfica e Editora, Fortaleza: 2012, 300p, ilus.). O autor a produziu estilizando-a à maneira de uma cronologia, bem sistematizada, à moda de efemérides contadas desde os primórdios do atual município de Aurora, ainda no alvorecer do século XVIII. Um primor de trabalho, uma contribuição inestimável que fica para gerações futuras trabalhar em aprofundamentos e complementações com novas fontes. São tão poucas as referências em livro para uma melhor história de Aurora que o autor, ao meu sentimento, abriu enormes espaços para a continuidade destas pesquisas, envolvendo o seu crescimento social, a presença da religião católica, uma vereda para imprensa, etc. No caso de Juazeiro do Norte, a interface se dá, especialmente com a chegada de Floro Bartholomeu da Costa e do conde Adolphe Aquille van den Brule ao município, interessados em prospecção de cobre na região da fazenda Coxá, a sua demarcação e exploração do minério que ali ocorre. Junte-se a isto a participação de líderes políticos do município nos entendimentos para a emancipação e inauguração da vila de Joazeiro. Excelente trabalho que louvo e divulgo. Outra contribuição importante também foi dada por Elisandro Pereira de Carvalho ao publicar este Araripe: “lugar onde nasce o dia” – 100 anos de gênese documentada, tomo I (1859-1959) (Bureau de Serviços Gráficos: Juazeiro do Norte, 2011, 156p, ilus.). Neste caso, Araripe começa ter a sua história relatada em livros. Tudo o que importa ao conhecimento da história deste município parece ainda jazer em arquivo e velhos documentos do século XIX, em arquivo públicos. Enalteço o incentivo proporcionado pelo prefeito Humberto Germano Correia que compreendeu o alcance da empreitada de Elisandro Carvalho.        

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