DR. GENEFLIDES MATOS, CENTENÁRIO (1917-2017)
Celebramos na data de hoje, 10 de junho de 2017, o centenário de um dos mais ilustrados filhos de Juazeiro do Norte, na pessoa do médico Geneflides Matos. Ele nasceu em 10 de junho de 1917, filho de Galdino Ferreira de Araújo e Joaquina Matos. Sua família era composta também dos seguintes irmãos: Jecelina Ferreira Matos (dentista), Georgina Ferreira Matos, Deocleciano Ferreira Matos (agricultor), Jefferson Ferreira Matos (dentista, oficial do Exercito), Jessé Ferreira Matos (dentista), Jeffé Ferreira Matos (advogado) e Genésio Ferreira Matos (comerciante), sendo Geneflides o mais novo deles.
Fez os seus primeiros estudos no Grupo Escolar Padre Cícero, sob a direção de Maria Gonçalves da Rocha Leal, continuando depois em estudos complementares na Escola Normal Rural (ENR), desde a sua fundação, em 1934. Os anais da ENR registram que Geneflides nessa data cumpria o seu primeiro ano complementar, o que equivaleria ao Ginásio, depois da reforma.
Destacado aluno, logo cedo foi dada à sua responsabilidade a chefia do Departamento de Extinção da Saúva, pertencente ao Clube Agrícola Alberto Torres. Nessa época repercutia muito bem pelo ruralismo brasileiro a forte expressão de Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), naturalista francês que esteve em nosso País para estudar a biodiversidade vegetal do território. É dele a frase emblemática e em tom profético: "Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil". Essa frase foi depois assimilada pelo personagem Policarpo Quaresma, o Herói do Brasil, de Lima Barreto. E Geneflides já era um defensor ardoroso da agricultura brasileira. Amália Xavier, na História da Escola Normal (IOCE, 1984) registra a determinação de Geneflides e seu colega, Newton Machado, em implementar uma campanha municipal, tendo saído às ruas da cidade fixando cartazes e divulgando o trabalho. Geneflides e Newton, nessa época - setembro de 1935, eram alunos, respectivamente, dos 2º e 1º anos complementares, presidente e secretário do Departamento. Período muito ativo da vida escolar de Geneflides, e é ele quem recebe no Departamento, em nome de sua Escola uma grande comitiva da visitante Escola Normal de João Pessoa, fazendo a saudação de acolhimento. Outras atividades realizadas, com Geneflides à frente, se multiplicariam pelos campos, para extinção de saúvas, e formação de clubes agrícolas em Barbalha, Crato, Caririaçu e diversos bairros de nossa cidade. Eram essas ocasiões onde Geneflides fazia eloquentes discursos, prometendo muito trabalho junto aos demais alunos para o maior engrandecimento da agricultura e de nosso pais.
A convite do seu irmão Jeffé, Geneflides se transferiu para o Rio de Janeiro para continuar seus estudos, ao tempo em que por concurso tornou-se funcionário público pelo antigo DASP. Venceu o vestibular para a Faculdade Fluminense de Medicina (FFM) em 1942, graduando-se médico em 1947. Tendo tido sua formação profissional numa das melhores faculdades de medicina do Brasil, a FFM de Niterói, Geneflides foi colega e contemporâneo em seus estudos de alguns dos mais expressivos médicos de sua geração, como Lenor de Sá Ribeiro (o último dos seus colegas de turma a falecer em 2015, nos Estados Unidos), Jairo Pombo do Amaral, Hernani Pires de Melo, dentre outros. Foi aluno de grandes mestres como os professores Antonio Barros Terra, Francisco de Paula Rocha Lagoa, Paulo de Figueiredo Parreira Horta, Rubens de Siqueira, Leonídio Ribeiro, Rubem David Azulay, Martins Ferreira e Paulo da Silva Lacaz.
Em março de 1944, Geneflides era estudante de Medicina em Niterói e participou ativamente da celebração do centenário do Pe. Cícero. No Rio de Janeiro, com a presença e coordenação de Odílio Figueiredo, um grupo numeroso de pessoas, especialmente cearenses e caririenses, realizou um movimento para instalar na praça Pe. Cícero uma placa comemorativa que ainda hoje se pode ali encontrar. O grupo se reuniu em três oportunidades, todas no Rio de Janeiro, a propósito dos preparativos, campanha e celebração. Os irmãos Jeffé e Geneflides não só participaram ativamente como contribuíram financeiramente para o objetivo. No relato fidedigno de Odílio, contido em livro sobre sua memória, de autoria do filho Odílio Figueiredo Filho, revela-se o vibrante discurso de Geneflides, em realce à meritória trajetória de vida do Pe. Cícero e o importante papel por ele desenvolvido em prol da educação em Juazeiro.
Na sua residência médica, Geneflides especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia, se tornando o primeiro filho de Juazeiro do Norte a exercer competentemente essa missão. Com o apoio de seu irmão Genésio, Geneflides retornou a Juazeiro do Norte e aqui se estabeleceu montando consultório na Praça Pe. Cícero (lado da Rua São Francisco), ao tempo em que se tornou também professor da Escola Normal Rural (ENR) e do Ginásio Salesiano São João Bosco. Em 1954, como docente da ENR, participou ativamente da celebração dos vinte anos daquela que foi a primeira Escola Normal Rural do Brasil, na condição de membro do corpo docente, inserindo em sua revista comemorativa um belíssimo trabalho como via o desenvolvimento de Juazeiro do Norte, nos diversos campos de suas atividades, como comércio, indústria, sociedade, religião, cultura e educação, em documento muito importante para nossa memória. Sobre a gratidão ao Patriarca, Geneflides escreveu nesse artigo: “Um dia o povo lhe quis ser grato prestando-lhe uma homenagem merecida e mandou construir uma estátua de bronze que fincou em praça pública para assim eternizar a memória do seu Patriarca. Mas, mesmo assim o povo não foi justo. Porque o Padre Cícero não merecia uma estátua de bronze. O Padre Cícero merecia uma estátua de ouro.” Numa outra publicação da ENR, o jornal O Lavrador de 05.04.1957, Geneflides volta a tratar do Pe. Cícero apresentando uma biografia do reverendo sacerdote. Trata-se de uma apreciação valiosa do seu trabalho, no lugar que o mesmo escolheu para exercer seu apostolado. Ele mostra em linha exatas o que representou para o desenvolvimento desta cidade o seu fundador, quer na área religiosa, quer na ordem política e social.
Geneflides Matos era uma pessoa de grande amabilidade e extremamente sociável e participativo. Com o seu retorno a Juazeiro do Norte, após a sua formatura em Medicina, além da clinica estabelecida, seguido do trabalho no Hospital São Lucas, onde ele era parte integrante do grupo pioneiro, desde a abertura do nosocômio, em 18 de outubro de 1955, e das atividades docente, ele se incluiu em diversas ações de cunho social, esportivo e filantrópico, além de ampliar sua ação como médico.
Tornou-se funcionário público municipal em 30.05.1951 quando foi nomeado pelo então prefeito municipal, José Monteiro de Macedo como médico para atender ao pessoal de serviço ligado ao Matadouro Modelo da cidade. Ele permaneceu nessa função ininterruptamente até 1959.
Em 16 de dezembro de 1951, Geneflides Matos participa da fundação da Sociedade de Auxílio aos Mendigos, que passa a manter o Abrigo Nossa Senhora das Dores, instituição que resiste ao tempo, até nossos dias. Ao ser aprovado o Estatuto da instituição foi realizada a escolha da sua primeira diretoria que assim ficou composta: Presidente - Geneflides Matos; Vice-Presidente - Hildegardo Belém de Figueiredo; 1º Secretário – Aderson Borges de Carvalho; 2º Secretário – Hamilton Esmeraldo Alves; 1ª Tesoureira: Irmã Clotilde Maria do Bom Pastor; 2ª Tesoureira: Irmã Ambrosina de Maria, sendo essas duas últimas religiosas da ordem das Missionárias de Jesus Crucificado. Seu trabalho junto a esta instituição conquistou muitos outros valores que vieram a somar esforços pelo atendimento aos desvalidos. Podemos citar dentre outros a Irmã Neli Sobreira, e toda a comunidade das Missionárias de Jesus Crucificado, e mais Gumercindo Ferreira Lima, José (Zeca) Marques da Silva, Dídio Lopes da Silva, Perboyre Sampaio Lacerda, Walter de Menezes Barbosa, Francisquinha Menezes, Fátima Sobreira, Gilca Matos, Conceição Sisnando, Oneida Pereira, dentre outros que participavam ativamente em promoções para a sustentação do Abrigo Nossa Senhora das Dores, mais conhecido como Abrigo dos Velhos (Rua São José).
Geneflides tinha apreço pelos esportes, de modo particular ao futebol. Em 19.02.1958 ele participa da constituição estatutária do Treze Esporte Clube que passaria a ter a seguinte diretoria: Presidente: Geneflides Matos; Vice-Presidente: Edmundo Morais; 1º Secretário: Francisco de Assis Menezes; 2ºSecretário: José Teófilo Machado; 1º Tesoureiro: José Sobreira da Silveira; 2º Tesoureiro: José Maria de Figueiredo; Orador: Gregório Callou de Sá Barreto; Diretor Médico: Hamilton Esmeraldo Alves; Bibliotecário: José de Sousa Menezes; Diretor de Esportes: Antonio Araújo Silva; Diretor Social: Antonio Fernandes Coimbra (Mascote); Vice-Diretores: José Pessoa de Carvalho e Agenor Sampaio.
Em data posterior, quase um mês após, em 18.03.1958, acontece a sessão de fundação do Treze Atlético Juazeirense que trazia como novidade a fusão das agremiações: Treze Esporte Clube, Juazeiro Clube, Clube Atlético de Amadores e o Clube da Chave. Graças ao perfil de sua liderança no meio social da cidade, Geneflides Matos é levado a ocupar a presidência da nova diretoria em meio a uma composição exuberante de homens de empreendimentos e ação social. E a primeira diretoria do mais importante clube social da cidade ficou assim constituída: Presidente: Geneflides Matos; Vice-Presidente: Antonio Conserva Feitosa; 1º Secretário: José de Sousa Menezes; 2ºSecretário: Francisco de Assis Menezes; 1º Tesoureiro: José de Matos Franca 2º Tesoureiro: Aderson de Morais Brito; Orador: Dr. Gregório Calou de Sá Barreto; Diretor de Cultura: Hildegardo Belém de Figueiredo; Diretor de Esportes: Antonio de Araújo Silva; Diretor Social: Antonio Fernandes Coimbra (Mascote); Vice-Diretor: João Batista de Menezes Barbosa; Conselho Fiscal (Efetivo): Odílio Figueiredo, Propércio de Castro Nogueira e José Adail de Mendonça; Conselho Fiscal (Suplentes): Wilson Campos, Hamilton Esmeraldo Alves e Argemiro Mota de Carvalho.
Dr. Geneflides fez parte de um seleto grupo de médicos que atuou pioneiramente em Juazeiro do Norte entre os anos 1930 a 1960, a citar: Antônio Conserva Feitosa, Hamilton Esmeraldo Alves, Hildegardo Belém de Figueiredo, Manoel Belém de Figueiredo, Possidônio da Silva Bem, Mário Malzone, Francisco Augusto Tavares, Mozart Cardoso Alencar, Napoleão Tavares Neves, e Jucier Sobreira de Figueiredo.
Em 22.05.1957, Geneflides casou-se com Lúcia Matos da Cunha, sua prima, filha de Oscalina de Figueiredo Matos, juazeirense, e Manoel Marques da Cunha, português. Ela é a segunda filha dos três que o casal gerou. Completou seus estudos em Fortaleza no Colégio Liceu do Ceará. Foi residir, inicialmente, em Juazeiro do Norte, e em seguida, voltou para a Capital. Dona de casa sem igual, dividiu- se entre a criação dos seus filhos e os cuidados com a casa e seu esposo. Mulher católica, extremamente devota, ensinou a todos os filhos os caminhos da honra e da religião.
E o casal teve onze filhos. Dois faleceram ainda pequenos antes de completar um ano de vida. A primeira filha nasceu em Juazeiro do Norte e se chamou Maria, falecendo aos três meses, e Anderson, que faleceu aos sete meses em Fortaleza. Ambos com o mesmo problema chamado meningomielocele. Os outros nove filhos estão vivos, quase todos residem em Fortaleza onde trabalham. São dois homens e sete mulheres:
1) Geneflides Matos Filho é Coronel do Exército, graduado em Farmácia pela UFC. É casado com a dentista Heliene Linhares e tem três filhos: Anderson, Rebeca e Caroline;
2) Andrews é graduado em Administração. Comerciante no ramo de estacionamento no centro de Fortaleza. Divorciado, é pai de duas filhas: Lara e Manuela;
3) Lucita, a filha mais velha, é psicóloga clínica com consultório particular e também é funcionária pública na Secretaria de Ação Social do Governo do Estado do Ceará. É casada com Rafael Moura, comerciante no ramo de medicamentos de alto custo e tem dois filhos: Tiago, pai de Miguel e Camile que em breves dias será mãe de Ian;
4) Genucia, médica dermatologista graduada pela UFC, também professora na UFC, há 25 anos. Divorciada e casada com o engenheiro civil José Artur Linhares, mãe de três filhas: Tatiana, Natasha e Melissa;
5) Erika, graduada em Serviço Social pela UECE, casada com Oscar Bley e são pais de: Alceu e Isaac. Todos trabalham na empresa da família no ramo de fabricação de alimentos processados;
6) Elke, graduada em Educação Física pela Unifor. Divorciada e mãe de Renata. Atualmente trabalha como Inspetora da Polícia Civil e é quem dá toda a assistência à mãe, Lucia, com quem reside;
7) Donia, graduada em Turismo pela Unifor, trabalhou muitos anos na VASP, Bradesco e hoje, é uma das melhores esteticistas de Fortaleza, com uma clinica bem frequentada no bairro do Papicu. Casada com João Cabral, proprietário de uma empresa de representação da Springer. São pais de três filhos: Rodrigo, Gustavo e Eduardo;
8) Irma, graduada em Odontologia pela UFC, reside no Rio de Janeiro e pertence ao quadro de oficiais da Marinha do Brasil. Casada com o médico carioca, Roberto Elabras, também da Marinha do Brasil, são pais de dois filhos: Giovana e Lucas;
9) Klayne, a filha mais jovem, graduada em Fonoaudiologia pela Unifor, atualmente em fase final de doutorado, é funcionária do Hospital Geral de Fortaleza. Divorciada, tem dois filhos: Sofia e Davi.
Em 1960, Geneflides e Lúcia transferiram-se para Fortaleza onde ele continuou sua atividade profissional, como médico que assumiu cargo na antiga Assistência Municipal, hoje denominado Instituto Dr. José Frota, tendo aí trabalhado até sua aposentadoria. Também clinicou no corpo médico do ex-INPS (INSS) e da Associação dos Merceeiros. Assumiu o cargo de Superintendente junto ao INSS, antigo INAMPS, na Praça José de Alencar (Fortaleza), onde era um chefe amado e respeitado por todos, dos mais humildes até os mais graduados. Teve um consultório particular por poucos anos. Morou em Brasília, a partir de 1968 e apenas por dois anos, para assumir cargo junto ao DASP tendo depois retornado ao Ceará.
Geneflides era um poeta. Uma alma muito sensível através da qual se percebia definitivos exemplos: o melhor pai, o amigo exemplar, o esposo dedicado. Numa de suas produções poéticas, ele revelaria seu sentimento sobre o amor de mãe:
“Há nesta vida em verdade
Um amor que é feito de armínio
Que é pura luz e bondade
Brilhando em nosso caminho
É um amor sem vaidade
Cheio de ânsia e carinho
Aonde a felicidade fez seu retiro e seu ninho
Amor de mãe Oh que grandeza!
Que esplendor tão sublimado consagrou-lhe a natureza
Tem no imo colocado
Todo o amor, toda lhaneza
Do Cristo crucificado!”
Católico fervoroso, nunca perdeu uma missa. Amava sua família e sua terra natal, acima de qualquer coisa. Não sossegava se não tivesse notícias de cada um, constantemente. Um estudioso, não perdia a oportunidade de se atualizar dentro de sua profissão. Foi o exemplo de caráter e dignidade, de honestidade e justiça. Esse sim, seu maior legado para seus filhos, para sua família, para a sociedade a que serviu.
Geneflides Matos faleceu em Fortaleza, aos 79 anos de idade, em 6 de dezembro de 1996, vítima de infarto do miocárdio. Ele foi um excelente médico, e uma liderança de grande expressão, não só enquanto residiu em nossa cidade, mas por toda a vida, mercê de grandes predicados pessoais. Será eternamente lembrado por sua família e amigos como homem de grande dedicação, católico de grande fervor, amante de literatura, especialmente a poesia, e um grande humanista.
No pequeno cartão distribuído na celebração da missa do sétimo dia, em Juazeiro do Norte, em 12.12.1996, registrou-se numa frase o conforto que emanava de seu sentimento sobre a ressureição de seu espírito lúcido e cristão: “Não importa que os vermes destruam este corpo inerte e sem vida. Importante, isto sim é que o meu espírito vá para junto de Deus, de onde estarei sempre velando por vocês, enquanto a minha lembrança, sei que ficará sempre junto dos meus familiares e amigos.”
Ao falecer, Geneflides deixou viúva dona Lúcia, hoje aos 83 anos, filha dedicada aos cuidados com seus pais, já falecidos ainda entre 1976 e 1977. Também perdeu seu irmão mais velho que ela em 2012 e atualmente, ainda tem a companhia de sua irmã mais nova, Maria Angélica, medica, viúva, com quem mantém laços de amizade e carinho verdadeiro. Amante de viagens, deu a volta ao mundo na companhia de Geneflides. É dotada de grande alegria e simpatia e faz amizade com muita facilidade.
Atualmente, dona Lúcia reside em Fortaleza na companhia de Elke, uma de suas filhas, e Renata, sua netinha de 15 anos. Continua comandando seus próprios negócios, como aluguéis de seus imóveis, apesar da idade, com a mesma lucidez de há muitos anos. Mulher de fé, administra a Capela de Santa Filomena (Rua Joaquim Nabuco, Meireles) onde assiste missa e comunga todos os dias. Vaidosa, nunca encontramos dona Lúcia sem estar devidamente bem vestida e maquiada desde os seus tempos de muito jovem. Está é uma das qualidade que nenhuma de suas filhas conseguiu até hoje ultrapassar. No mais, apesar do avançar da idade, está sempre com a mesa pronta para um café para quem lá chegar.
É possível que dentre as suas lembranças da juventude em Juazeiro do Norte, dona Lúcia possa recordar um flagrante de sua vida, como registra Amália Xavier de Oliveira, no seu livro de memórias (Juazeiro e suas Memórias, inédito): “13 de maio de 1953: D. Francisco, Bispo Diocesano, benze a Capela de Nossa Senhora de Fátima, destinada ao serviço religioso do Ginásio Santa Terezinha, construída pela Diretora do Ginásio, Profª. Amália Xavier de Oliveira. O terreno onde foi construída é o mesmo onde era instalado o cemitério da aldeia e havia uma Capelinha dos escravos com a imagem de Nossa Senhora do Rosário. A capela foi construída pelo Pe. Pedro Ribeiro de Carvalho, neto da Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, proprietário da Fazenda “Tabuleiro Grande”. A imagem da Padroeira está, atualmente, no Arco da Rua Pe. Cícero, no núcleo em frente à estrada que vai para o Crato. Na Capela nova do Ginásio, ficou a imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, oferta do Português Manoel Marques da Cunha, casado com Oscalina de Figueiredo Matos, moça descendente de famílias tradicionais de Juazeiro. A imagem foi trazida de Fátima especialmente para este fim. De Fortaleza veio em carro especial, atrelado ao trem de horário, chegando aqui no dia 13 às 11:15 do dia. A comitiva que acompanhou a imagem se compunha de: O casal – Manoel e Oscalina Marques Cunha; duas filhas: Lúcia e Maria Angélica; Terezinha, noiva de Pedro, também filho do casal; dois deputados estaduais, amigos do casal – Raimundo de Queiroz Ferreira e José Firmo de Aguiar. Uma multidão enorme aguardava na Estação. Descerem pela Rua Conceição juntando-se à Rua Pe. Cícero onde aguardava o carro-andor, às associações religiosas, colégios e povo em geral. Formavam em frente ao carro-andor arrumado com a azinheira e os três pastorinhos. Rumaram para a Matriz de Nossa Senhora das Dores, onde a imagem foi depositada em altar adrede preparado. Às 14 horas o Sr. Bispo benzeu a imagem na Matriz. Às 19 horas houve a Procissão das Velas que foi uma verdadeira apoteose. Toda cidade compareceu. À frente, três anjos conduziam três bandeiras: brasileira, portuguesa e pontifícia. Após a procissão o Sr. Bispo benzeu a Capela que recebeu a imagem. O altar foi doado pelo Sr. Ângelo Almeida, português residente em Juazeiro.” Lembranças que se eternizam.
Para resgatar a necessária homenagem a esse seu filho ilustrado e a sua família, a municipalidade juazeirense decidiu prestar-lhes uma homenagem. E, nesse momento está ultimando os preparativos para a conclusão de obras e a inauguração de uma praça no bairro do Limoeiro que terá o nome do médico Geneflides Matos. Bela homenagem para data tão expressiva, em meio à celebração do seu centenário.
(Por Renato Casimiro, Genucia Matos e Aluísio Neri Filho, 10.06.2017)
BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que semanalmente estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de quartas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
258: (07.06.2017) Boa Tarde para Você, Edmilson Casimiro Pereira
No início de 2014, procurando por livrarias de sebo, onde frequentemente vou encontrando velhas publicações e algumas raridades bibliográficas, fui bater na porta do Sebo O Spiga, da rua Pio X, quando nos vimos pela primeira vez, com a agradabilíssima notícia de nosso parentesco.
Desde 1968, instigado por um querido tio-avô de meu pai, eu comecei a fazer apontamentos sobre nossa genealogia, sobre esses Casimiros, de velha família sertaneja, do alto sertão paraibano, sediada principalmente em Sousa e, felizmente, irradiada para o resto do mundo, com o qual, seguramente, vou passar o resto de minha vida descobrindo laços familiares.
Estima-se que a primeira casa da família no Sítio Carnaúba, foi provavelmente ocupada pelos pais de José Alves Casimiro, portugueses de origem, moradia simples, de taipa, na década de 1880, bem ao lado do atual casarão.
Já para o final da década, na moagem de 1888, começou a operar o engenho de cana de açúcar, movido a duas juntas de bois, e outras atividades como cultivo de algodão e plantação de mandioca que permitiu a família construir o imponente casarão, a sede do Sítio Carnaúba, ainda hoje muito vistoso.
A casa ficou pronta em 1892, e ao lado do engenho foram sendo instalados, embora não se saiba com que ordem, a bolandeira para descaroçar algodão, também puxada a junta de bois, a casa de farinha e o alambique para cachaça.
No Juazeiro, meu caro Spiga, no início do século passado, já flagrávamos vários desses nossos ancestrais, senão Casimiros declarados, ascendentes, descendentes ou colaterais, outros troncos, como Nascimento, Gonçalves, Machado, Pereira, Oliveira, Sucupira, etc, bem entrelaçados.
Alegria à parte por esses achados tão significativos, dispensável seria relatar a quase interminável consideração sobre perfis, competências, vocações, afetos e circunstâncias, inerentes a essa história familiar que nos alimenta e demonstra a riqueza da cena humana aí bem guardada.
Firmo-me, particularmente, nesse nosso conhecimento pessoal, recentíssimo, surpreendentes elementos de suas habilidades, gostos e atividades, a esmerar-se na intelectualidade e no valor próprio de um artista plástico, autodidata de grande valor e reconhecimento.
Realmente, bastaria uma breve passagem, navegando por entre páginas das redes sociais, nominadas como Artistas do Planeta; Artes, Fotos e Pics; Artistas e Artes do Mundo; Arte Brasil; Spiga Arte para Todos e a sua própria página pessoal, para nos depararmos com algo surpreendente.
Breve resenha sobre si me diz que, juazeirense nascido em 1964, desde cedo interessou-se por artes e as possibilidades das cores, optando pela abstração e integrando a AMAR (Associação de Artistas e Amigos da Arte) na década de 80, participando de exposições coletivas pelo Cariri e em Recife.
Sua obra, utilizando a técnica de tinta a óleo sobre tela, evidencia a percepção criativa do artista, onde, não seguindo um padrão definido, mostra a riqueza das formas abstratas, com grande liberdade de cores, sem perder as características que os definem como conjunto.
Nesse particular, sua inclinação já se fez pelo abstracionismo informal para expressar em suas telas o que lhe vem na alma, entre sentimentos e emoções, consolidando “unidade e harmonia como uma obra musical”, coisa que até se sugere por uma proximidade à obra de Pink Floyd.
Como fato marcante e implícito ao desejo de fazer conhecer sua arte pelo mundo, Spiga, achei surpreendente que ela se possa encontrar bem acolhida e referida em cerca de 133 países, através da rede mundial de computadores, que assim se configura como uma infinita mostra virtual.
Aliás, a rede de computadores é pródiga para revelar valores dessa nossa cultura local e regional e um desses exemplos é o que podemos achar com respeito a um certo Benjamim Silva, cidadão do mundo que nascido aqui, e se vivo for, deve estar beirando o centenário, em local incerto.
Benjamim, que também como você, abraçou o abstracionismo informal, não geométrico, exatamente pela criação livre entre cores e formas, sem a menor preocupação de fixar objetos próprios de nossa realidade e, por isso, ganha a expressividade maior.
Enfim, meu primo Spiga, a arte no Cariri sempre revelou grandes vocações em todas as linguagens e estéticas, graças a esse notório espírito criativo que em você também se revela com grandeza.
(Crônica remetida para leitura no Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 07.06.2017)
PERIÓDICOS JUAZEIRENSES (I)
No trabalho que realizamos há vários anos, com o intuito de fazer o tombamento de jornais que circularam em Juazeiro do Norte (já passam de 650 títulos), vez por outra vamos encontrando alguns projetos que não sabemos ao certo se foram finalizados, com a impressão de exemplares da primeira edição e a sua respectiva distribuição. Vários são os exemplos de periódicos planejados para tal. Contudo, de alguns nada sabemos. Talvez não seja o caso desse que estamos nos referindo, encontrado na internet através do link (
http://pt.calameo.com/books/004777215e13af4e6ca7a)
Cariri Real Juazeiro do Norte, Ano 01, edição 01, 07 de julho de 2016. CDL lidera campanha para melhorias no Aeroporto. Centro de Juazeiro sofre com esvaziamento de lojas. pag 02. Evento contra o fechamento do aeroporto, é ponto forte na campanha do CDL. pag 02. Inadimplência em Juazeiro é reduzida em tempo recorde. pag 03 “Onde é que está a crise?”. Este foi um dos questionamentos feitos pelo presidente da CDL de Juazeiro do Norte, Michel Araújo, em entrevista coletiva concedida a estudantes do curso de jornalismo da Universidade Federal do Cariri – UFCA. Michel expôs sua opinião sobre o apuro econômico que se apresenta atualmente no Brasil, mas que, segundo ele, não chegou ao Cariri. Conforme levantamento da CDL, as noventa e nove lojas fechadas na Rua São Pedro e Rua São Paulo não são registro de crise econômica. Deste número, apenas 14 estabelecimentos teriam encerrado suas atividades e tal fato não teria ocorrido entre os anos de 2015 e 2016. As outras lojas mudaram de endereço.” No expediente da edição estão registrados os seguintes encargos/responsáveis: REPORTAGENS: Edla Ribeiro, Fernanda Alvez, Hudson Jorge e Jussara Lima; Edição: Hudson Jorge; Diagramação: Hudson Jorge. Por fim, pela dica de uma das matérias, tudo faz crer que seja um jornal-experimental de alunos do curso de jornalismo da UFCA.
PERIÓDICOS JUAZEIRENSES (II)
O Jornal Sertão Transviado, produto do projeto Ânus Livres - Mídias Radicais e Histórias Marginais, vinculado à Pró-Reitoria de Cultura da Universidade Federal do Cariri. O jornal é uma produção dos estudantes do curso de Jornalismo da UFCA. Sob tutoria do professor, José Anderson Freire Sandes, a primeira edição do impresso foi lançada no mês de março e a segunda já está em fase de elaboração, com data de lançamento prevista para o início de julho. A proposta das matérias, reportagens e colunas é mostrar um Cariri considerado marginal, ligado à contracultura, comunidade LGBTT e Queer e aos movimentos sociais. Além do Sertão Transviado, o projeto conta com diversas outras atividades de cultura, como por exemplo, oficinas, palestras, rodas de conversa e grupo de estudo. Ao lado do projeto de cultura Diversidade nas Escolas, o Ânus Livres se reúne todas as quartas-feiras com estudantes interessados em discutir gênero, sexualidade e educação. O jornal foi aprovado na análise de mérito artístico na categoria de atividades de fruição do Festival de Inverno de Garanhuns (PE) 2016. Expediente: (Edição 1): Professor Orientador: José Anderson F. Sandes; Projeto Gráfico: Isaac Brito Roque; Ilustração: Iurio Ferreira e Denise Silva; Texto e Fotos: Ribamar Junior, Izabelly Macedo e Mariana Caseli; Colaboração: Nirvana Lima e Maria Clara Feitosa; Expediente: (Edição 2): Professor Orientador: José Anderson F. Sandes; Projeto Gráfico: Isaac Brito Roque; Ilustração: Iurio Ferreira; Texto e Fotos: Ribamar Junior, Izabelly Macedo e Nirvana Lima; Colaboração: Cauê Henrique Chaves e Wiarlley Spears; Expediente: (Edição 3): Professor Orientador: José Anderson F. Sandes; Projeto Gráfico: Isaac Brito Roque; Ilustração: Iurio Ferreira, Stephen McDermott; Texto e Fotos: Mariana Caseli, Erica Bandeira, Caio César, Breno Arleth e Ribamar Junior; Colaboração: Andreia Santos e Celestino Junior; Expediente: (Edição 4): Professor Orientador: José Anderson F. Sandes; Projeto Gráfico: Isaac Brito Roque; Foto de Capa: Carlos Lourenço (Aquarela Cariri); Ilustração: Iurio Ferreira e Bansky; Texto e Fotos: Mariana Caseli, Vamille Furtado, Felipe Azevedo, Ribamar Junior e Giovanna Duarte; Colaboração: Pâmela Queiroz, Gabrioela Ramos, Juliana Longuinho, Dora Moreira e Maria Clara Rocha. Edições: ANO (I): (4 edições: I(1):.2016 a I(4):.2016): I(1):04.2016, 12p; I(2):07.2016, 12p; I(3):10.2016, 12p; I(4):12.2016, 20p
PERIÓDICOS JUAZEIRENSES (III)
O Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Cariri – UFCA lançou a revista “Folha de Rosto” durante Semana Acadêmica 2014, realizada de 22 a 26 de setembro. Contudo, só circulou com data de 2015. A revista é uma publicação científica em formato eletrônico e tem o objetivo de reunir e dar visibilidade às publicações de estudantes e pesquisadores na área de Ciências da Informação. A revista, com periodicidade semestral, originou-se durante as ações do Projeto de Iniciação à Docência “Prática bibliotecária da unidade curricular de organização e tratamento da informação”, tutoriado pela professora Cleide Rodrigues. "Folha de Rosto" publicará artigos, trabalhos de conclusão de curso, trabalhos de iniciação científica, práticas docentes e estágio supervisionado. A publicação estabelece regras para a publicação de trabalhos: contribuição original e inédita; não estar sendo avaliado para publicação por outra revista e contar com um estudante e professor-orientador nos casos em que os autores sejam estudantes de graduação. Os interessados devem passar pelo processo de submissão online, no qual uma equipe composta de estudantes e professores fará avaliação e encaminhamento para possível publicação. Data: 22.09.2014; Editor: Curso de Biblioteconomia da UFCA; Dimensões: 20,5cm x 29,7cm; Periodicidade: semestral. Edições: ANO (I): (edições: I(1):.2015 a I(Esp):.2015): I(1): .2015, p; I(2): .2015, p; I(Esp): .2015, p; ANO (II): (edições: II(1):.2016 a II(Esp):.2016): II(1): .2016, p; II(2): .2016, p; II(Esp): .2016, p.
PERIÓDICOS JUAZEIRENSES (IV)
A revista Baldio é uma publicação que mistura várias mídias e se propõe a intervir na cidade, instigando as pessoas a caminharem pelas ruas, explorar os lugares e refletir. A primeira edição foi lançada durante a II Mostra UFCA, em dezembro de 2015. “A Baldio nasceu sob a perspectiva dessa história do terreno baldio, uma cidade baldia e ao mesmo tempo (com a perspectiva) de brincar com essa vagabundagem pela cidade”, explicou Ricardo Salmito, um dos mentores da publicação. O primeiro número da Baldio traz uma espécie de mapa musical de Juazeiro do Norte utilizando a linguagem textual e a música. Para isso, o coletivo do Artes Híbridas imprimiu na revista o mapa da cidade indicando um percurso musical por meio do qual as pessoas pudessem visitar locais e ouvir músicas disponibilizadas por eles em códigos QR. Os códigos QR, uma espécie de código de barras que pode ser decodificada por um aplicativo de smathphone, foram dispostos nos locais indicados na revista em stickers (adesivos), que, hoje em dia é uma das expressões da arte urbana usada principalmente no grafite. A primeira edição da Baldio foi impressa em papel tamanho A3 e dobrada em formato A6, sem um direcionamento claro de leitura. “Esta primeira edição é uma experimentação de mudar o formato, mudar a forma de dispor as coisas. Não seguir aquela narrativa de introduzir, desenvolver e concluir de maneira linear”. A ideia é trabalhar com a conotação de arte e política, mas a perspectiva de vagabundagem, dialogar com a cidade e capturar um olhar de crônica urbana se mantém. A segunda edição da Baldio, publicação elaborada pelo programa Artes Híbridas da Pró-reitoria de Cultura (PROCULT), foi lançada em 24.08.2016, no auditório do Campus Juazeiro do Norte da UFCA. A Baldio é uma publicação resultado da reflexão/ação de arte e hibridismo cultural. Segundo Ricardo Salmito, coordenador do programa, esta segunda edição tem como foco arte e política. O programa Artes Híbridas pensa o hibridismo de linguagem do ponto de vista conceitual e de intervenção. Além da revista Baldio, está em fase de realização um documentário sobre os coletivos artísticos do Cariri que trabalham numa perspectiva da multilinguagem. O lançamento da Baldio fez parte da programação do evento COMPLURAL: Comunicação, cidadania e diversidade, realizado pelo coletivo do Curso de Jornalismo da UFCA, que ocorreu dias 23 e 24 de agosto (2016) no Campus Juazeiro do Norte. Na mesma noite do lançamento da Baldio, foi relançado o Jornal Sertão Transviado, do projeto de Cultura Ânus Livres – Mídias Radicais e Histórias Radicais, vinculado à PROCULT e que tem como foco de atuação questões de gênero, sexualidade, ativismo queer e contracultura na região do Cariri. A terceira edição da Baldio, foi lançado em 21.12.2016, no pátio do campus Juazeiro do Norte da UFCA. Na ocasião, houve uma roda de conversa sobre a experiência da ocupação dos estudantes da UFCA, tema-mote desta edição da Baldio, que trouxe colaborações do artista Reginaldo Farias e dos professores Luís Celestino (Jornalismo-UFCA), Deisson Xenofonte (Design de Produto-UFCA) e Claudia Rejane (Letras-URCA). A Baldio é uma publicação resultado da reflexão/ação de arte e hibridismo cultural do programa de cultura Artes Híbridas, que é realizado pelo pelo professor Ricardo Salmito, coordenador do programa, e pelos bolsistas Caio César (Jornalismo), Luan Oliveira e Rogê Venâncio (Design de Produto). Edições: ANO (I): ( edições: I(1): 12.2015 a I(3):.2016): I(1): 12.2015, 8p; I(2):24.08.2016, 8p; I(3):21.12.2016, 8p.
O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
CINEMA NORDESTE (CCBNB, JUAZEIRO DO NORTE)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, também faz uma incursão sobre a produção cinematográfica do Nordeste brasileiro, com uma seleção do que há de melhor. Assim, exibe no dia 14, quarta feira, às 18h, uma pequena mostra de curtas metragens do Cinema Baiano. mosábado, com os filmes
SUPER OUTRO (1989, Curta metragem / Ficção / 45min32seg). Direção de Edgar Navarro. Sinopse: “Um louco de rua tenta libertar-se da miséria que o assedia e acaba por subverter a própria lei da gravidade.
VADIAÇÃO (1954, Curta metragem / Não ficção / 8 min). Direção de Alexandre Robatto Filho. Sinopse: A capoeira na Bahia, ao som de berimbaus, evolui de luta de guerrapara forma popular de dança. Com os mestres Bimba e Waldemar.
CINE CAFÉ VOLANTE (FAMED, BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Auditório da Faculdade de Medicina), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 16, sexta feira, às 19 horas, o filme O SOL TORNARÁ A BRILHAR (A raisin in the sun, EUA, 1961, 128min). Direção de Daniel Petrie. Sinopse: A família Younger, frustada com a vida em seu espremido apartamento em Chicago, vê a chegada de um cheque de dez mil dólares de um seguro como a resposta para suas preces. A matriarca Lena Younger imediatamente usa-o como parte do pagamento de uma casa num subúrbio cujos vizinhos são, em sua maioria, brancos. Mas a família se divide quando Lena confia a aplicação do dinheiro ao irrequieto filho Walter Lee, contra os desejos de sua filha e da nora.
CINE CAFÉ VOLANTE (CASA GRANDE, NOVA OLINDA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no dia 16, sexta feira, às 19 horas, o filme O GRANDE DITADOR (The Great Dictator, EUA, 1940, 124min). Direção de Charles Chaplin. Sinopse: Adenoid Hynkel (Charles Chaplin) assume o governo de Tomainia. Ele acredita em uma nação puramente ariana e passa a discriminar os judeus locais. Esta situação é desconhecida por um barbeiro judeu (Charles Chaplin), que está hospitalizado devido à participação em uma batalha na 1ª Guerra Mundial. Ele recebe alta, mesmo sofrendo de amnésia sobre o que aconteceu na guerra. Por ser judeu, passa a ser perseguido e precisa viver no gueto. Lá conhece a lavadora Hannah (Paulette Goddard), por quem se apaixona. A vida dos judeus é monitorizada pela guarda de Hynkel, que tem planos de dominar o mundo. Seu próximo passo é invadir Osterlich, um país vizinho, e para tanto negocia um acordo com Benzino Napaloni (Jack Oakie), ditador da Bacteria.
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no dia 16, sexta feira, às 19 horas, dentro do Festival Filmes Inesquecíveis, o filme TRAPÉZIO (Trapeze, EUA, 1956, 105min). Direção de Carol Reed. Sinopse: Tino Orsini (Tony Curtis) é o filho de um trapezista que vai até Paris, para tentar aprender com um famoso trapezista, Mike Ribble (Burt Lancaster), que sofreu um acidente no passado, como executar o triplo mortal. Gradativamente Orsini ganha a confiança de Ribble, mas a amizade entre os dois é ameaçada quando Lola (Gina Lollobrigida), outra trapezista do circo, se livra dos seus parceiros, pois quer atuar junto de Orsini e Ribble. Entretanto Ribble só gosta de trabalhar em dupla e, além da dificuldade da tarefa, um triângulo amoroso surge, quando Lola desperta a atenção dos dois trapezistas.
CINE CAFÉ (CCBNB, JUAZEIRO DO NORTE)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 17, sábado, às 17:30 horas, o filme CARNE TRÊMULA (Carne tremula, Espanha, 1997, 103min). Direção de Pedro Almodóvar. Sinopse: Madri, janeiro de 1970. Uma prostituta tem um filho em ônibus, quando tentava chegar na maternidade. O bebê se chama Victor. Após vinte anos, Victor (Liberto Rabal) está começando sua vida adulta e tenta se encontrar com Elena (Francesca Neri), desconhecida com quem, uma semana antes, teve um fugaz encontro.
ESCOLA NORMAL RURAL: TESE(I)
Tratamos hoje de fazer breve apresentação da Tese de Duoramento de PEDRO FERREIRA BARROS, sob o título de: FORMAÇÃO DE PROFESSORES (AS) RURALISTAS EM JUAZEIRO DO NORTE (CE) (1934-1973): UM PROJETO EMANCIPATÓRIO. Esta Tese foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Doutor em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará – UFC, em 13 de junho de 2011 (aliás, data de aniversário de fundação da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, a primeira criada no Brasil. A BANCA EXAMINADORA foi constituída pelos professores: Prof. Dr. José Ribamar Furtado de Souza - UFC (Orientador), Profª Dra. Maria Juraci Maia Cavalcante – UFC, Profa. Dra. Maria Socorro Lucena Lima – UECE, Profª Dra. Ana Elisabeth Bastos Miranda – UFC, e Profª Dra. Risomar alves dos Santos – UFCG. Eis o seu RESUMO: O objetivo principal deste trabalho é conhecer como a formação recebida da Escola Normal Rural de Juazeiro - ENRJ contribuiu para a conquista de espaços de emancipação por ex-alunas nas suas trajetórias de vida, para identificar práticas educativas e culturais usadas, que possam iluminar o processo de educação das gerações presentes contribuindo para a elaboração de políticas públicas. Para este fim foi enfocado o período de 1934 a 1973, tempo durante o qual foi executado o projeto de formação de professores rurais. A pesquisa de natureza qualitativa foi desenvolvida nos níveis descritivo e explicativo como estudo de caráter sócio-antropológico e histórico, numa abordagem fenomenológica na perspectiva da etnometodologia. Os sujeitos da pesquisa foram professoras formadas pela ENRJ. Na execução do trabalho de campo foram colhidas através de entrevistas semi-estruturadas quatro relatos histórias de vida de ex-alunas formadas nos anos de 1938, 1942, 1950 e 1959, e, cinco depoimentos de ex-alunas, gravados do arquivo da Sala de Memória Amália Xavier de Oliveira, datada de 2009, narrando memórias de suas vivências na família, escola, sítios, cidades, e práticas profissionais, os quais, como resultados da pesquisa foram analisados para resposta à pergunta central que relaciona formação e emancipação. Foram usadas fontes de outras naturezas como: registros escolares, discursos de autoridades, professores e alunos, e a fonte hemerográfica. No percurso teórico-metodológico a oralidade é destacada como importante fonte de pesquisa. Coloca-se, por este meio, no âmago da história educacional cearense de meados do Século XX, a mulher, a educadora, a professora normalista, sua formação ruralista em Juazeiro do Norte e a questão da sua emancipação pela educação e pelo trabalho.
ESCOLA NORMAL RURAL: TESE(II)
Tese de Doutoramento de TANIA MARIA RODRIGUES LOPES, sob o título de UMA HISTÓRIA DE INSTITUIÇÕES ESCOLARES E FORMAÇÃO DE PROFESSORAS NO CARIRI (1923 A 1960): O COLÉGIO SANTA TERESA DE JESUS E A ESCOLA NORMAL RURAL DE JUAZEIRO DO NORTE EM PERSPECTIVA HISTÓRICO-COMPARADA. Esta Tese foi apresentada e julgada ao Programa de PósGraduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará – UFC, como requisito para a obtenção do título de Doutora em Educação, em defesa no dia 09 de Julho de 2015, perante a BANCA EXAMINADORA: Profa. Dra. Maria Juraci Maia Cavalcante (Orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC), Profa. Dra. Patrícia Helena Carvalho Holanda Universidade Federal do Ceará (UFC), Profa. Dra. Francisca Geny Lustosa Universidade Federal do Ceará (UFC), Profa. Dra. Maria de Fátima Leitão Araújo Universidade Estadual do Ceará (UECE), Profa. Dra. Maria Socorro Lucena Lima Universidade Estadual do Ceará (UECE). Eis o seu RESUMO Este estudo tem por finalidade compreender os princípios políticos e as concepções pedagógicas que nortearam a formação da professora para a instrução primária pública, no período compreendido entre 1923 a 1960, na região do Cariri cearense, por meio de duas instituições escolares proeminentes na referida região: 1) Colégio Santa Tereza de Jesus (CSTJ), localizado na cidade do Crato; 2) Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte (ENRJN). A pesquisa tem perspectiva comparada e natureza qualitativa, apoiada em estudo bibliográfico, documental e técnica de história oral sobre a vida, formação e trabalho de dezesseis ex-alunas das duas instituições, com o objetivo geral de comparar e relacionar as concepções políticas e pedagógicas que fundamentaram a formação de professores, em cursos Normal e Normal Rural, desenvolvida pelas referidas instituições escolares, implantadas no Cariri cearense. Teve apoio nos estudos e reflexões de Della Cava (1976), Cortez (2000), Santos (2010), Cavalcante (2000), entre outros, o entendimento da especificidade das histórias locais, assim como, as tensões políticas envolvendo as duas mais importantes cidades do Cariri cearense. Dentre os estudos relativos à história da ENRJN, foram consultadas as teses de Araújo (2006) e Barros (2011); as dissertações produzidas por Nogueira (2008), Silva (2010) e Varela (2012); consultou a primeira monografia sobre a ENRJN, desenvolvida por Sousa (1994), intitulada Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte: uma experiência pioneira, publicada pelo IPESC. A busca de fontes historiográficas sobre o CSTJ mostrou estudos escassos, que abordam de maneira simplificada as experiências da primeira instituição de formação de professoras, a exemplo de Santos (2010) e Cortez (2000); em artigos publicados por Queiroz (2008, 2011, 2012, 2013). Como resultados, a tese coloca em evidência os seguintes aspectos: 1) as duas instituições foram inspiradas em outras experiências similares de ensino normal, vividas por suas diretoras, modelo apreendido quando elas foram alunas de colégios confessionais de Fortaleza, regulados pela Escola Normal do Ceará – que serviram de baliza na organização das duas primeiras instituições criadas no interior cearense, para formar os primeiros professores da região; 2) na memória das suas ex-alunas, as duas instituições deixaram marcas profundas, enquanto experiência escolar e formativa marcante, jamais superada por sua qualidade, diversidade e possibilidades de crescimento, em atmosfera favorável à disputa historicamente constituída entre as localidades de Juazeiro do Norte e Crato; 3) a escola normal no Cariri foi formada em termos de um mesmo padrão nacional, em relação ao referencial pedagógico e institucional por ela utilizado, o que evidencia o valor social dessa ação, capaz de favorecer, em parte, a superação de desigualdades sociais, sobretudo em relação à criação de oportunidades para instruir mulheres e formar para o magistério, para fomentar o crescimento da oferta educacional naquele espaço regional; 4) o desnível quanto às condições de desenvolvimento, entre a Capital e as cidades interioranas do Ceará, no período tratado, em relação aos seus processos de estruturação administrativa e de recursos disponíveis, revelando fragilidades acentuadas, sobretudo, no tocante aos obstáculos encontrados para a organização das suas instituições escolares, em especial, as que foram destinadas à formação de professores; 5) o pioneirismo e a liderança das diretoras do CSTJ e da ENRJN, apoiadas por representantes da elite política e cultural das duas cidades, ao organizar as duas instituições escolares, em condição de garantir a oferta educacional almejada para as suas localidades, sabendo-se que a sua organização teve por base um conjunto de normatizações e ordenamentos, com o objetivo de regularização da oferta da instrução pública nacional, a criação e funcionamento de instituições escolares, a adoção de princípios pedagógicos e práticas educativas de referenciais de sucesso, na perspectiva de obter resultados mais significativos para a modernização pretendida, no Brasil, a partir dos anos 1930. Conclui que as influências pedagógicas e culturais recebidas pelas duas instituições escolares advinham de modelos educacionais do contexto nacional e internacional, de teor laico e confessional, sendo adaptadas para promover a instrução feminina e a formação de professoras no Cariri cearense. Palavras-Chave: Ensino Normal. Instituição escola
ESCOLA NORMAL RURAL: TESE(III)
Tese de Doutoramento de Fátima Maria Leitão Araújo, sob o título de MULHERES LETRADAS E MISSIONÁRIAS DA LUZ: Formação da Professora nas Escolas Normais Rurais do Ceará - 1930 a 1960. Esta Tese de Doutoramento foi apresentada à coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará como requisito final para obtenção do título de Doutora em Educação, em Defesa em 19 de janeiro de 2007. BANCA EXAMINADORA: Prof. PhD Jacques Therrien – UFC (Orientador), Prof.ª Dª. Maria de Lourdes Peixoto Brandão- UFC, Prof.ª Dª. Maria do Socorro Lucena Lima- UECE, Prof. Dr. Rui Martinho Rodrigues- UFC, Prof.ª Drª. Selva Guimarães Fonseca- UFU. Eis o seu RESUMO: A presente tese tem por objeto o estudo da proposta de formação docente das escolas normais rurais do Ceará em idos de 1930 a 1960. Propõe responder aos questionamentos acerca da compatibilização entre o ideal preconizado pelos discursos e documentos oficiais e o perfil de professora produzido na prática cotidiana da sala de aula. Os caminhos percorridos a partir da pesquisa, leva a que se entenda a proposta de formação docente das escolas normais rurais do Ceará, analisando a sua inserção no contexto sociopolítico e ideológico do Ceará/Brasil pós-1930 (Era Vargas), além de compreender o significado do projeto escola normal rural na definição de um perfil ideal de educadora para o meio rural. Dessa forma, analisam-se as idéias, experiências, práticas, representações e o lugar reservado às professoras ruralistas naqueles efervescentes anos das primeiras décadas do século XX. A escrita ora apresentada é fruto da persistente busca dos vestígios deixados e dos relatos expressos pelas personagens que fizeram parte da trama cotidiana de histórias que se cruzam, na consecução de idéias e práticas vividas no âmbito da educação escolar daqueles idos. As fontes utilizadas foram de várias naturezas, tais quais: oral, relatórios, arquivos escolares e particulares, documentos oficiais, discursos de autoridades políticas e intelectuais, diretores, professores e exalunas, monografias de conclusão de curso, fotografias e fonte hemerográfica. Em tal percurso teórico-metodológico, destaquei a oralidade como importante fonte da pesquisa., haja vista a tentativa de efetivar a (re)construção histórica numa perspectiva da “história vista de baixo”, dando voz às pessoas que tiveram papel central no projeto escolar encetado pelas escolas normais rurais do Ceará. Assim, coloca-se no cerne da história educacional cearense de meados do século XX, a mulher, ou seja, a professora rural, a educadora e missionária que assumiria a árdua tarefa de iluminar o sertão via luz da instrução primária.
ESCOLA NORMAL RURAL: DISSERTAÇÃO(I)
Dissertação de Mestrado de Quitéria Lúcia Ferreira de Alencar Ribeiro, sob o título de ESCOLA NORMAL RURAL DE JUAZEIRO DO NORTE: DO MUSEU VILAS NOVA PORTUGAL À SALA DE MEMÓRIA AMÁLIA XAVIER DE OLIVEIRA. Essa Dissertação de Mestrado foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará – Faced/UFC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação brasileira. Linha de Pesquisa: História da Educação Comparada, em defesa no dia 17 / 03 / 2015. BANCA EXAMINADORA: Profa. Dra. Patrícia Helena Carvalho Holanda (Orientadora)(UFC), Profª. Drª. Francisca Geny Lustosa (UFC), e Profa. Dra. Zuleide Fernandes Queiroz (URCA). Eis o seu RESUMO: Esta dissertação cujo tema versa sobre “Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte: do Museu Vilas Nova Portugal à Sala de Memória Amália Xavier de Oliveira”, objetiva analisar a importância do antigo Museu Vilas Nova Portugal, criado pela Escola Normal Rural do Juazeiro do Norte, em 1934, como parte de um projeto civilizador, inserido no contexto histórico de sua criação, como também conectá-la à Sala de Memória Amália Xavier de Oliveira, criada em 2007, e que se encontra, atualmente, em momento de dispersão do acervo histórico e pedagógico da referida escola. Partiu de questionamentos que embasaram a pesquisa, em termos conceituais e metodológicos, e indicaram o seu delineamento: 1) Qual papel desempenhou o Museu Vilas Nova Portugal, no ambiente educacional juazeirense, nas primeiras décadas do século XX? 2) Qual teria sido a duração do seu funcionamento e por que razão foi desativado? 3) Que função desempenhou a Sala de Memória Amália Xavier de Oliveira, quando foi criada e na atualidade? Abrange, portanto, dois períodos: 1934 aos anos de 1940; e de 2008 aos dias atuais. O estudo baseou-se nas ideias de Geertz (1989), sobre história cultural; nos estudos de Maria João Mogarro (2013), sobre a relação entre museu e patrimônio; na contribuição de Norbert Elias (1993), quando explora a noção de civilidade como processo de transformação dos costumes; e em Malinowisk (1976), por tratar a cultura como essencial para a compreensão da sociedade. Trata-se de uma pesquisa históricodescritiva, que se apoia em fontes documentais, bibliográficas e orais, para entender o contexto de criação dos referidos museus e, assim, apresentar a sua história, localizada no tempo e no espaço, em Juazeiro do Norte-Ceará. Começou por identificar ideologias conflitantes em relação à Museu e Patrimônio escolar, nas primeiras décadas do século XX; reconheceu o papel do Escolanovismo, na criação de museus de Ciências Naturais; e revelou a descontinuidade presente na experiência museológica do Juazeiro do Norte. Oferece, por fim, uma tentativa de reconstrução histórica dos dois museus, com base na interpretação e análise dos entrevistados e dos documentos encontrados, que funcionam como registro e testemunho da existência dos referidos museus, como patrimônio escolar, ameaçados pela falta de hábito, interesse e vontade política de sua preservação e cultivo da memória histórica, o que poderá ser evitado por meio da instauração do Museu da Educação da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte-Ceará, parte de uma luta travada por ex-alunos e professores daquela instituição escolar.
O REISADO DE JUAZEIRO: DISSERTAÇÃO
Dissertação de Mestrado de Cícera Nunes, sob o título O REISADO EM JUAZEIRO DO NORTE-CE E OS CONTEÚDOS DA HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRODESCENDENTE: UMA PROPOSTA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº. 10.639/03. Essa Dissertação de Mestrado foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira – Curso de Mestrado – da Universidade Federal do Ceará (UFC), como requisito parcial para a obtenção do título de Mestra, em 13/12/2007. Banca Examinadora: Prof. Henrique Antunes Cunha Júnior, Dr. (Presidente da Banca/UFC), Profª. Joselina da Silva, Dra. (UFC), Profª. Risomar Alves dos Santos, Dra. (UFCG). Eis o seu RESUMO: Esta pesquisa visa discutir no município de Juazeiro do Norte-Ceará a importância da inclusão no currículo da educação básica da temática “História e Cultura Africana e Afrodescendente” a partir da implementação da Lei nº. 10.639/03. Levantamos momentos importantes da história brasileira onde os movimentos negros estiveram presentes manifestando-se contra o descaso do Poder Público com relação às questões que dizem respeito à população negra residente neste país. Esta conquista importante é resultado da mobilização e pressão desses movimentos que durante anos têm denunciado as distâncias que separam negros e brancos neste país. Deste modo, adentramos no universo desta cidade e região, trazendo elementos da história local que nos ajude a compreender como tem se dado a participação afrodescendente no desenvolvimento econômico e cultural, como também chamar a atenção dos/as educadores/as locais para o redimensionamento do trabalho na escola com as africanidades e afrodescendências fortemente presentes na região do Cariri Cearense. Constatamos que o sistema educativo não possui este levantamento, o que reforça a idéia de que a presença negra nesta região não foi significativa. Neste estudo, optamos pela análise dos Reisados Juazeirenses, por ser uma característica importante da região enfocada e que nos possibilita o reconhecimento dos valores civilizatórios africanos enquanto um legado histórico-cultural. Apontamos um caminho para a implementação da Lei nº. 10.639/03 a partir da utilização desta dança de matriz africana enquanto uma possibilidade de significar a identidade étnica dos frodescendentes e promover o aprendizado da cultura. Consideramos que uma política de formação de professores que conte com a participação de universidades e dos demais órgãos responsáveis pela educação é urgente e necessária. Os vários fatos históricos e culturais levantados neste trabalho demonstram a necessidade de outros estudos que venham aprofundar as discussões em torno desta temática. O enfoque metodológico é a pesquisa participante fundamentada na história oral.
SALESIANO: DISSERTAÇÃO
Dissertação de Mestrado de Cícero Edinaldo dos Santos, sob o título de JUVENTUDE E RELAÇÕES DE GÊNERO NO ENSINO MISTO CONFESSIONAL: A PEDAGOGIA SALESIANA EM JUAZEIRO DO NORTE - CE (1970 - 1985). Essa Dissertação de Mestrado foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação. Área de Concentração: História da Educação Comparada, em 28.05.2014. BANCA EXAMINADORA: Prof.ª Dra. Maria Juraci Maia Cavalcante (Orientadora) (UFC), Prof.ª Dra. Patrícia Helena Carvalho Holanda (UFC) e Prof.ª Dra. Zuleide Fernandes de Queiroz (URCA). Eis seu RESUMO: Esta dissertação dialoga com os domínios epistemológicos da Educação Comparada e História da Educação. Trata da Transição para e Consolidação do ensino misto confessional no Colégio Salesiano de Juazeiro do Norte – Ceará, destacando o período de 1970 a 1985. Parte da análise dos fluxos discursivos entre Dom Bosco – fundador do Sistema Preventivo na Itália – e Padre Cícero – primeiro interessado pela implantação da Pedagogia Salesiana em Juazeiro do Norte. Enfatiza a operacionalização das práticas pedagógicas dos Salesianos imigrantes, nos primeiros anos de atuação no referido município. Em seguida, toma como foco a transição do ensino confessional masculino para o ensino misto confessional. Para isso, destaca o processo de feminização do magistério, a atuação dos padres-professores e a ideia de uma ― pedagogia da igualdade‖ direcionada e executada por distintos sexos/gêneros. Ressalta os dilemas da educação católica, no contexto investigado e a ação pedagógica dos Salesianos, demonstrando a existência de performatividades (des) generificadas no cotidiano escolar. A fim de entender como o Sistema Preventivo buscou reproduzir sujeitos para além dos muros institucionais, discorre sobre o Regime Militar e a Pastoral da Juventude, vendo-os como pontos basilares para a consolidação do ensino misto confessional na realidade do município. Antes de finalizar, dialoga com as noções de vigilância preventiva e a urgência da coeducação salesiana, deixando questionamentos em aberto. Evidencia que, para a condução desta investigação, foi de suma importância à abordagem interdisciplinar, a leitura da historiografia consultada, além das crônicas da casa, regulamentos, relatórios anuais, circulares e subsídios preservados no arquivo escolar salesiano, bem como quatro entrevistas com ex-alunos e ex-alunas (atuais funcionárias) da referida instituição. Como resultado, apresenta um conjunto de evidências de que o projeto educacional do Padre Cícero, isto é, a atuação dos Salesianos em Juazeiro do Norte, foi aceito pela população local, a qual via na educação escolar um caminho para o progresso e civilidade do município. Na transição para o ensino misto confessional, o processo foi amistoso, embora tenha despertado uma série de ressignificações de sentidos no cotidiano pedagógico. A condição juvenil e as performatividades de gênero foram mantidas. O sexo visto como natural e ligado à anatomia física. A juventude, dependendo da situação, discursada com enunciados positivos ou negativos. Em busca da desnaturalização da vida, dos sexos, gêneros e idades, esta dissertação encerra com alguns questionamentos sobre a coeducação nas instituições ligadas à Igreja Católica, buscando despertar reflexões e futuros estudos.
ORFANATO JESUS,MARIA JOSÉ: DISSERTAÇÃO
Dissertação de Mestrado de Vaneide Severo Goiana sob op título de A MEMÓRIA HISTÓRICA EDUCATIVA DO ORFANATO JESUS MARIA JOSÉ, NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, 100 ANOS DE PERMANÊNCIAS E RUPTURAS (1916 A 2016). Essa Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação. Área de concentração: Educação Brasileira, em 27.10.2016. BANCA EXAMINADORA: Profa. Dra. Patrícia Helena Carvalho Holanda (Orientadora) (UFC), Profa. Dra. Francisca Geny Lustosa (UFC), Prof. Dr. Roberto Kennedy Gomes Franco (UNILAB). Eis o RESUMO: O presente estudo consiste na investigação sobre a memória histórica educativa do Orfanato Jesus Maria José, localizado na Cidade de Juazeiro do Norte-CE, onde buscamos localizar as transformações impostas pelo tempo, no que se refere às práticas educativas, sua estrutura e funcionamento, situando-as de forma comparativa com as ideias socialmente circundantes de acolhimento à infância pobre ou desvalida, em âmbito nacional e internacional, no período que decorre de 1916 a 2016. Uma Instituição idealizada pelo Padre Cícero Romão Batista, com o propósito de recolhimento e educação para meninas órfãs pobres ou “desvalidas”. A instituição de início foi coordenada pelas Beatas do Juazeiro no ano de 1916 a 1935, quando assumem as Filhas de Santa Teresa de Jesus permanecendo até os dias atuais, completando (100) cem anos de existência. Buscamos problematizar os cem anos da sua existência, dando ênfase às permanências e rupturas, no seu processo histórico educacional durante esse período. Para tanto, elencamos as categorias: História de instituições educacionais; História da mulher na ação educacional; História da infância pobre ou “desvalida”. A metodologia se deu através da pesquisa qualitativa, apoiada em estudos bibliográficos, documental e na História Oral. Utilizou-se da entrevista não estruturada, com agentes participantes do projeto incluindo os sujeitos da atualidade. Através dos estudos e das entrevistas realizadas, percebemos algumas rupturas e permanências, tanto no processo estrutural como nas ações desenvolvidas pelos seus administradores. Das rupturas, destacamos três momentos: a mudança das Beatas em 1935 para as Filhas de Santa Teresa de Jesus; a instalação de uma escola de ensino primário em uma sala do Orfanato, tendo as religiosas que se adequar a uma nova metodologia educacional; quando a escola foi fechada, passando a instituição de internato para externato, se constituindo em uma instituição filantrópica de fins assistencialistas, atendendo ambos os sexos. Durante esse processo pode-se perceber mudanças, também no processo educacional, de acordo com as transformações sociais. Percebemos que, ainda habita na instituição aspectos da sua idealização, a instituição continua incidindo sobre o processo educacional, com projetos voltados para a população carente, desde a sua idealização até os dias atuais, o que caracterizamos como permanências históricas, que resistiram por um século.
O “BANGALOW”DA FAMILIA FIGUEIREDO
Segundo a enciclopédia vitual Wikipedia, “Bangalô é um tipo de edifício, originalmente da região de Bengala, sul da Asia, mas agora encontrado em todo o mundo. O significado da palavra bangalô varia. Características comuns de muitos bangalôs incluem varandas e baixa elevação. Basicamente é um edifício residencial, com sótão e telhado inclinado, independendo do tamanho”. Referimo-nos a um destes ainda existentes em Juazeiro do Norte, a rua Mtriz, esquia com o início da Rua São Paulo. Mas, infelizmente, pelo que sabemos, está com os dias contados, pois seus proprietários tencionam demoli-lo para melhor adequação de futuro empreendimento. Uma pena. Nele residiu a família de Edith e Odilio Figueiredo, constando também dos filhos: Odith Fernando Figueiredo (*16.11.1927/+25.11.2003); Eduardo Sobreira de Figueiredo (*28.02.1929); Doralice Sobreira de Figueiredo (*03.08.1930/+13.03.2001); Frederico Malesherbes Figueiredo (*08.11.1931/+26.02.1979); Dirceu de Figueiredo Neto (*28.05.1933/+28.10.1992); Lindberg Figueiredo (*02.06.1934); Giovani Figueiredo (*14.08.1935); Heitor Sobreira de Figueiredo (*06.12.1937/+31.05.2010); Aurélia Maria Sobreira de Figueiredo (*03.08.1939); Odílio de Figueiredo Filho (*01.05.1941); Herialdo Sobreira de Figueiredo (*15.01.1943); Jackson de Figueiredo (*04.02.1945); Margarida Maria Sobreira de Figueiredo (*26.06.1946); Ivan Sobreira de Figueiredo (*02.10.1950/+2012). O “bangalow” serviu de morada para a família, como terceiro endereço de residência em Juazeiro do Norte, entre 1957 e 1962. Logo em seguida toda a família se transferiu para Fortaleza, onde alguns membros da família ainda ali residem, entre netos e bisnetos. Lamentamos esse destino para o velho e afetivo casarão.