MANOEL GONÇALVES DA SILVA
Cearense da zona do Cariri, o ex-deputado federal Manoel Gonçalves da Silva nasceu na cidade de Assaré, no dia 26 de março de 1928, sendo seus pais o agropecuarista Antônio Francisco de Oliveira e Maria Isabel de Oliveira. Ele iniciou seus estudos na terra natal, seguindo para o Crato, onde cumpriu a etapa do 2º. grau no Ginásio Wilson Gonçalves. No prosseguimento dos estudos, foi para Fortaleza e ingressou no Curso de Direito da Universidade Federal do Ceará, diplomando-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Buscando aprofundar seus conhecimentos na área jurídica e dos estudos sociais aplicados, o bacharel e advogado Manoel Gonçalves participou de numerosos congressos e seminários nacionais, frequentando, dentre outros, os seguintes cursos extra-curriculares e da maior importância profissional: Curso Intensivo de Administração de Empre sas, ministrado na Universidade da California, em Los Angeles , EUA; Curso de Extensão Universitária sobre Direito das Sucessões, Curso de Direito das Obrigações; Curso de Direito de Família; Curso de Direito Penal. Como funcionário do Banco do Nordeste do Brasil, Manoel Gonçalves chegou a ocupar as mais diversas funções numa escalada progressiva que avançou desde o tempo de escriturário ao exercício de chefias de natureza técnica e administrativa. Na área privada, foi diretor e presidente de várias empresas, tendo dado expressiva contribuição ao processo de desenvolvimento que se instalara na região do Cariri. Como sócio do Rotary Club de Juazeiro do Norte, exerceu as funções de secretário e de presidente, tomando parte ou comandando campanhas em favor da comunidade caririense. Chegou a cumprir um segundo mandato parlamentar na Câmara dos Deputados e não tardou a conquistar invulgar notoriedade, participando de várias Comissões Mistas, inclusive como presidente. Como integrante das Comissões Técnicas, durante quatro anos foi membro efetivo da Comissão de Economia e suplente da Comissão do Interior, da qual foi um atuante titular, passando a ser suplente da Comissão de Agricultura, área econômica do seu maior interesse, pelo que diz respeito à problemática do Nordeste em seus aspectos fundiário, agrícola e pastoril. Como parte de sua indormida ação política, o então deputado Manoel Gonçalves reuniu no livro Nordeste, Problema No. 1, seus melhores e mais incisivos pronunciamentos acerca de nossa sofrida região, sendo importante ressaltar aqueles em que critica a ação da SUDENE e pleiteia a integração da microrregião de Uruburetama nos projetos do POLONORDESTE; Apela às autoridades para liberação de recursos em favor de municípios cearenses atingidos pela seca; Solicita maior assistência do Governo Federal aos pequenos e médios produtores agrícolas; Analisa a situação do Nordeste e propõe a restauração dos recursos da SUDENE; Discorre sobre a empresa privada brasileira em face das multinacionais e das estatais. Autor de numerosos pareceres como relatar da Comissão de Economia, Indústria e Comércio, os apartes do deputado Manuel Gonçalves teriam igual repercussão, pela consciência dos problemas questionados. Mas, se no setor econômico sua atuação foi das mais brilhantes, na área institucional seu trabalho lograria repercussão nacional, notadamente quando em defesa da Emenda Dante de Oliveira e das eleições "diretas já". Como premiação ao devotamento a essa causa democrática, a Câmara Municipal de São José dos Campos, no Estado do São Paulo, lhe outorgaria o diploma de "Honra ao Mérito". Em seu discurso na Câmara dos Deputados na sessão de 27 de junho de 1984, dizia o ilustre parlamentar cearense: "Fiel aos reclamos de minha consciência, coerente com a minha conduta na vida política e procurando interpretar a vontade soberana do povo, votei no dia 25 de abril último, a favor da Emenda Dante de Oliveira, que propunha o restabelecimento de eleições diretas já, para Presidente da República. Deixei, naquela oportunidade, de atender a muitos pedidos, em sentido contrário, de Ministros, de lide ranças do Governo, do meu partido e do próprio Presidente da República, o que muito me sensibilizou pela maneira cortês, atenciosa aberta e verdadeiramente democrática com que ouviu as minhas ponderações. Entre o Governo a que pertenço, entre o PDS, sob cuja legenda me reelegi e o povo, preferi ficar com o povo, porque tem o direito de não ser defraudado, por seus representantes, em suas legítimas reivindicações". Deputado intimamente ligado aos problemas do seu Estado, defensor do desenvolvimento de nossa agricultura através do uso mais intenso da irrigação, propugnador por um melhor tratamento ao Nordeste e maior apoio aos seus investimentos industriais, o deputado Manoel Gonçalves representou uma bandeira de luta no âmbito do Congresso Nacional. Contudo, candidato à Constituinte de 1986, não logrou êxito em sua campanha pela reeleição, quando esperava participar de mais esse feito da história política nacional. Casado com D. Margarida Alves de Souza Gonçalves, o casal teve os seguintes filhos: Eduardo, Margareth, Márcia, Fernando e Alberto.
Foto 1: Reunião ordinária do Rotary Clube de Juazeiro do Norte, em 1963, com jantar servido no restaurante de Ferrer Almeida, na Rua da Conceição. Na oportunidade, os membros do clube estavam recebendo dois professores americanos (Universidade da California), integrantes da Missão Morris Azimow que estavam no Cariri para elaborar os projetos para implantação de indústrias. Na foto vêem-se, de perfil, à esquerda: Aderson Borges de Carvalho, José Matias Júnior, Luiz Alberto van den Brule Matos, Luiz Cidrão de Oliveira, José (Zeca) da Cruz e Carlos Figueiredo. De costas, (parcialmente, Dr. Antonio Balbino, José Humberto Mendonça, (não identificado), Oto Mendonça, Manoel Gonçalves da Silva, e os quatros visitantes. De pé, servindo cervejas, o proprietário do restaurante, Ferrer Almeida, e ao fundo o rotarianos Edgard Coelho Alencar (sentado) e Luiz Bezerra de Souza (de pé).
Foto 2: A mesma reunião referida na foto 1. Vêem-se, de frente: parcialmente, Adalgisa Borges de Carvalho, os dois professores, Manoel Gonçalves da Silva, Oto Mendonça. De costas: José (Zeca) da Cruz, Luiz Cidrão de Oliveira e Luiz Alberto van den Brule Matos.
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