Neste dia 18 de Novembro está chegando ao fim a X Bienal Internacional
do Livro do Ceará, no novo Centro de Eventos de Fortaleza. Um grande evento.
Largos e novos espaços foram abertos para comportar mais de uma centena de
livreiros, dentre editoras e livrarias, além de instituições ligadas ao livro e
ao fomento da leitura. A grande presença foi, indiscutivelmente, a juventude de
colégios, faculdades e universidades de vários Estados, especialmente
nordestinos. Tive uma atenção particular para ver a presença de Juazeiro do
Norte, seus temas, personagens e fatos, objeto do produto mais desejado – o
livro, mas também em diversos acontecimentos como oficinas de cordel e
xilogravura, poetas e artistas presentes. Dos livros, constatei a presença de
muitos títulos interessantes à bibliografia de Juazeiro do Norte, especialmente
reedições a cargo de seus autores e promovidas por URCA, UFC, SECULT. Dos novos
títulos, ou mais recentes, estou mencionando os abaixo ilustrados com suas
capas:
1.Lampião continua ensejando muitas publicações, e nestes livros, parece
inesgotável a cena do Juazeiro, com a passagem do bandido e seu grupo. Parecem
ainda inexplicáveis e sujeito a teorias e hipóteses a associação
Pe.Cícero/Lampião. Um tema sempre recorrente na bibliografia do cangaço.
2.Também na história geral do Ceará, Juazeiro continua merecendo algum
destaque. Os livros que se escrevem mais recentemente já passam a resenhar com
maior sinceridade os capítulos que inserem Juazeiro e o Pe. Cícero, o fenômeno
da religiosidade popular como um capítulo típico destas obras.
3.A arte local, particularmente circunscrita à produção de gravadores
(xilógrafos) e poetas (literatura oral) não sai de pauta pelo falo relevante de
um tom histórico, mas também pela renovação que se identifica em novas
gerações, novos temas, e variações desta estética.
4.No cordel, chamou-me atenção duas coisas: a permanência do interesse
de cordelistas com a classificação do cordel como veiculador da reportagem,
sempre inserida nas questões locais e de grande repercussão. Veja o caso de
Abraão Batista, um dos poetas presentes na Bienal, com três títulos nos quais
explora com muito humor e também por sarcasmo bem ferino a questão nos negócios
da Diocese de Crato dentro do Juazeiro. Tanto no interesse do faturamento pela
coleta de esmolas e ofertas dos devotos, como pelo caso rumoroso das terras
vendidas pelo Mons. Murilo.
5.Também
no cordel, Lunga não deixou de estar presente por inúmeros títulos em
reedições, e também por novos títulos e outros poetas. Tudo é motivo. E Lunga
passa a ser o personagem de muitas histórias, a maioria recontadas, sem um
mínimo de realidade, para não deixar de se referir ao Lunga que conhecemos.
Vejam só alguns novos títulos: Seu Lunga e o futebol, Seu Lunga assistindo
novela, As outras do Seu Lunga, A primeira e a verdadeira história de Seu
Lunga, O sobrinho de Seu Lunga, Seu Lunga – histórias contadas pelo povo, As
respostas de Seu Lunga.
Enfim, amigos, a X Bienal Internacional do Livro do Ceará foi uma grande
e merecida promoção de um esforço conjunto da Câmara Cearense do Livro, do
Governo do Estado do Ceará, através da sua Secretaria de Cultura, com o apoio
do Sindicato dos Livreiros e de Editoras. Parabenizamos a todos por esta grande
realização.
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