REVISTA MELHORES
Encontra-se na internet (http://revistamelhores.com/) esta Revista Melhores, editada apenas eletronicamente, por uma equipe constituída por: Diretora Geral: Vanda Carneiro; Diretor Executivo, Projeto Gráfico e Jornalista Responsável: Dante Moreira; Diretor de Marketing Institucional: Igor Moreira. Sua proposta é a de veicular matérias sobre o desenvolvimento sócio-político-econômico e cultural do norte-nordeste brasileiro. Sua periodicidade é bimestral. Nos dois primeiros números disponíveis para leitura, a Revista foca em personalidades do nosso desenvolvimento, destacando especialmente o setor produtivo, cuja performance mais recente tem trazido grande animação a toda a cidade. Os dois números teriam sido veiculados no ano passado, mas em nenhum momento há uma data registrada para cada uma das duas edições.
ESTATISTICAS
Nas recentes celebrações de nascimento do Pe. Cícero, li pela imprensa a menção de que Juazeiro do Norte deve estar recebendo cerca de 2,5 milhões de visitantes por ano. Este número é uma estimativa quase sempre feita por uma amostragem que não se sabe que base técnica ou científica tem. Mas é o tal negócio: na hipótese de que seja falsa, de tanto repetir, virou verdade e o que era, há pouco, uns 2 milhões, agora se acresce mais uns 25%. E como por estes dias também foi divulgado uma listagem de destinos turísticos mais visitados no mundo, aproveito para por um pouco de discussão neste nosso dado. Vejam, na tabela abaixo, com dados que estão disponíveis na internet, os números de visitantes/ano em cinqüenta cidades, em todo o mundo. A prevalecer a nossa “verdade”, Juazeiro do Norte estaria num 33ª posição, acima de reconhecidos deste ranking. Faltam-me elementos concretos para avaliar e certificar esta nossa inserção neste hall. A maior suspeita é que isto é mentira. Ou, se alguém achar melhor, digamos, uma meia verdade. Veja o caso de Paris. As autoridades francesas divulgaram que a cidade recebeu em 2012 cerca de 15 milhões de turistas. Isto é bem mais que a tabela abaixo registra.
CINE ROULIEN
O que os nossos pais assistiam antigamente? Estamos procurando relembrar alguns dos cartazes da programação ordinária dos cines Roulien (Rua São Pedro, 389) e Eldorado (Rua Santa Luzia, 429) durante o ano de 1949. Nesta época, ambos exibiam em sessões noturnas únicas, às 19:30h. Vamos relembrar o que estava no Roulien, no dia 26.01.1949: Uma Vida Roubada. Na ilustração, um cartaz de divulgação encontrável na internet. A ficha técnica da película é: Título original: A stolen life; Estados Unidos,1946; Direção: Curtis Bernhardt; Elenco: Bette Davis, Glenn Ford, Dane Clark, Walter Brennan, Charles Ruggles, Bruce Bennett e Peggy Knudsen; Sinopse: Drama no qual duas irmãs gêmeas, uma virtuosa e outra mentirosa, estão apaixonadas pelo mesmo homem. Vários acontecimentos levam a um acidente que muda o destino de todos.
CINE ELDORADO
O Eldorado exibia no dia 27.01.1949: Noite de Surpresas. A ficha técnica, sumariamente, era: Título original: Boston Blackie's Rendezvous; Estados Unidos, 1945; Direção: Arthur Dreifuss; Elenco: Chester Morris, Frank Sully, George E. Stone, Richard Lane, Steve Cochran, Nina Foch e Iris Adrian; Sinopse: Boston Blackie, um ex-ladrão de joias que torna-se detetive amador, ajuda um refém de um maníaco a fugir. Interessante observar que nesta semana, no dia 29, um sábado, o Eldorado iniciava a exibição de um seriado, cujo título era Bandidos das Selvas, que foi mostrado, em 15 capítulos, ao final da exibição do filme principal, com o neste caso, com A Diligência de Sonora (Sonora Stagecoach), produção americana de 1944, dirigida por Robert Emmett Tansey, que tinha no seu elenco, Hoot Gibson; Bob Steele; Chief Thundercloud; Gene Alsace; Betty Miles; Glenn Strange; George Eldredge, e cuja sinopse era: Rocky Cameron (Hoot Gibson) é acusado de um crime que não cometeu e pede ajuda ao Trail Brazers (Bob Steele) para provar sua inocência. Aliás, para saudosistas militantes, este seriado, em DVD, poderá ser encontrado em lojas especializadas, consultando pela internet.
Azarias e Floro |
AZARIAS
Um dos juazeirense mais ilustrados que conheci foi o Mons. Azarias Sobreira Lobo (*Juazeiro: 24.01.1894; +Fortaleza: 14.06.1974, ordenado sacerdote em Cristo, em 22.04.1917). Vez por outra me lembro que seria desejável que alguém tomasse para si escrever-lhe um belo perfil biográfico, pois sua vida foi exemplar no ministério que assumiu. Agora sei, e com isto fico muito contente, que Geová Magalhães Sobreira está produzindo este texto para uma publicação próxima. Trata-se de um resgate histórico sobre um pioneiro dentre alguns que tem tratado da necessária revisão histórico-eclesial do Patriarca de Juazeiro. Aliás, esta sua obra prima, encerra um dos títulos mais adequados a padrinho de todos os sertões nordestinos.
FLORO
Voltou-se a falar de Floro Bartholomeu da Costa por ocasião da celebração dos 169 anos de nascimento do Pe. Cícero Romão Baptista. E no meu sentimento, com dois equívocos. Primeiro: No começo dos anos 70 eu visitei seu túmulo no Cemitério São João Batista, na Rua Real Grandeza, em Botafogo, Rio de Janeiro. Seus restos mortais continuam lá, e não em Salvador. Segundo: é um grande erro trazer o que restou deste pobre homem para junto do túmulo do Pe. Cícero. Até lembro a reação de Amália Xavier de Oliveira, ao tempo em que, no governo de Orlando Bezerra, se falou nesta hipótese, pela primeira vez. Quando lhe comuniquei que isto estava em gestação, ela prontamente se levantou da rede, fez-se um silêncio constrangedor e, finalmente me disse: É ele entrando por aquela estrada e eu saindo pelo Logradouro. Realmente, não era para menos, pois a perseguição que sofreu a família Xavier de Oliveira, especialmente o filho Toinho (Dr. Antonio Xavier de Oliveira) foi algo que começou pela publicação do livro Beatos e Cangaceiros e só foi terminar quando o doutor-coronel-deputado morreu no Rio de Janeiro, precocemente.
UFCA
No cronograma de apreciação do Projeto (PL 2208/2011) de criação da Universidade Federal do Cariri, em Juazeiro do Norte, já foi encerrado no dia 21, pp, o período de apresentação de emendas a serem submetidas à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Nenhuma emenda foi apresentada, e agora começou a transcorrer o prazo para que o relator, dep. José Nobre Guimarães (PT-CE) apresente o seu Parecer. Isto, certamente é tarefa de rápida execução, uma vez que o referido deputado, em outra comissão, já deu seu parecer favorável ao mesmo projeto. Aguardemos para os próximos dias novas noticias atualizadas através de: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=518566. Em breve conversa com o prof. Jesualdo Pereira Farias, inteiramente informado deste andamento, ele me assegurou que no mais tardar em agosto próximo será sancionada a lei de criação da Universidade Federal do Cariri. E aqui fica uma sugestão que faço ao magnífico reitor, aquele que será encarregado de fazer a transição UFC – UFCA: No dia 04.03.2014 (uma terça feira) alguns poderão lembrar que neste dia, há 100 anos, determinou-se pelo estabelecimento do Estado de Sítio no Ceará, o final da famigerada Sedição de Joazeiro. Não antes der ser perpetrada a violência dos ataques e tomadas de Crato, Barbalha e Missão Velha. Se esta data, apesar dos pesares, histórica, não puder ser apagada de nossas memórias, que em seu lugar surja uma nova celebração para este Cariri, hoje progressista e aparentemente pacificado, com a instalação, neste dia, de nossa Universidade, coincidindo, provavelmente, com a abertura do seu primeiro ano letivo, de uma longa história, que muitos de nós não assistiremos. Fica a sugestão.
MUSEUS
Como bem já nos advertiu o Mons. Murilo de Sá Barreto (“Juazeiro é uma terra de pouca Geografia e muita História”), nossa cidade é uma comunidade que ao se estabelecer e a exibir este primeiro século de cidadania, até merece um acréscimo na sua rede de museus. É preciso referir a datas, fatos e personagens que constituíram esta trajetória, antes que nos esqueçamos, ou que algum novo m modismo nos faça de memória curta. Por isto mesmo, louco a iniciativa do jornalista Demontier Tenório ao inserir na Revista Costumes (Mercadinhos São Luiz) uma pequena, mas expressiva menção sobre os museus da terrinha que estão se ocupando de revisar a trajetória do personagem mais ilustre. Seria só? Claro que não. Admitimos que Juazeiro do Norte tem razões de sobra para ter outros espaços para sua memória, como para romarias, imprensa, cidade, industria, folclore, etc. Até me preocupa o destino que poderão ter alguns dos imóveis velhos da cidade, em mãos de quem, nem sabemos, como o conjunto da Rua São José onde funcionou o velho Abrigo da SAM, o velho prédio que seria destinado à Diocese de Juazeiro e o sobrado de Agostinho Balmes Odísio. O que vai ser disso, entregues à sua própria sorte, sem conservação?
SEU LUNGA
A jornalista Adriana Negreiros, esposa do escritor Lira Neto, colocou no ar a sua página na internet (www.adriananegreiros.com) com diversas entrevistas que realizou enquanto participava das equipes de Veja, Cláudia e Playboy. Uma desta matérias saiu pela Playboy e até já comentamos nesta página, enfocava Seu Lunga. Ela veio ao Ceará, foi conhecer Seu Lunga em Juazeiro do Norte e produziu deliciosa matéria que pode ser lida em sua página, bem como de outras importantes e ótimas matérias e entrevistas. Boa leitura.
LIVRO
Desde o ano passado está pronto um dos mais novos livros do prof. Gilmar de Carvalho, e que trata de tirar do ineditismo nove folhetos de cordel de autoria do poeta Expedido Sebastião da Silva. Me diz o Gilmar, ao me presentear com um exemplar, que qualquer dia destes será lançado. Expedito foi um dos mais importantes colaboradores de José Bernardo da Silva, a partir de 1948, tendo ali ficado até o encerramento melancólico da velha Lira Nordestina. Os direitos de publicação destes nove folhetos foram adquiridos por Abraão Batista que o cedeu a Gilmar para o fim específico desta publicação (A Lira do poeta Expedito. Fortaleza: Expressão Gráfica, 176p, ilus.). O livro trás também um estudo introdutório sobre a obra de Expedito, além de entrevistas transcritas com o poeta. E bem ilustrado por João Pedro do Juazeiro, com xilogravuras. Um obra que deve ser celebrada, Sem dúvida, uma celebração à altura da memória de Expedito, que há pouco mais de 15 anos nos deixou.
SEMANA SANTA NO HORTO
O governo municipal baixou um Decreto (nº 15, de 27.03.2013, publicado no DOM da mesma data) através do qual se diz que: CONSIDERANDO as festividades alusivas à Semana Santa que ocorre na colina do Horto, onde os fiéis fazem suas visitas de fé e orações, e que à administração municipal compete controlar o uso e coibir abuso por parte de pessoas que visitam a Estátua do Padre com o fito de consumir bebidas alcoólicas e promover algazarras durante as festividades; Fica(m) proibido(s) a venda, distribuição, transporte e consumo em público de bebidas alcoólicas na Colina do Horto do Padre Cícero e adjacências; e que a proibição compreende o dia 28 (vinte e oito) quinta-feira santa até as 12:00 horas do dia 30 (trinta) de março de 2013, sábado de aleluia; e que as Secretarias Municipais de Turismo e Romaria e de Segurança Pública exercerão a fiscalização necessária ao cumprimento deste Decreto, podendo inclusive solicitar o auxílio da força policial. Comentários: A PMJN deveria, há mais tempo, ter estabelecido isto como Lei Municipal, propondo à CMJN, para evitar a reedição deste instrumento que é tão autoritário. Outra coisa é a natural delimitação da área em proibição. A menção de Colina do Horto não está clara, pois bem que poderia envolver, desde o início da Rua do Horto, até à entrada do espaço privado da Congregação Salesiana. Pois, como sabemos, embora com função social e pública, o Horto que freqüentamos, com todas as suas instalações, casarão, museu, etc, tem dono. Isto, no mínimo, merece uma discussão para esclarecer as pessoas onde pisam, e todos conheçam muito bem os limites entre o público e o privado. Afinal, até onde vai a competência do poder público em legislar sobre o assunto?
ESTRADA
Num velho mapa rodoviário do Estado do Ceará, de 1936, encontro a projeção de construção da estrada Joazeiro – Missão Velha. Ô estrada difícil de sair. Há bem pouco tempo alguns segmentos das sociedades destas duas cidades se mobilizaram e publicamente procuraram sensibilizar as autoridades para a sua necessária construção. Missão Velha, neste caso, não deve ser observada apenas como um atalho a um melhor acesso à rodovia federal que corta o Cariri. Temos que enxergá-lo, igualmente, diante do que está posto como ponto importante da futura ligação ferroviária, transnordestina. Outra coisa importante, é que a ligação se faz pela extremidade municipal a partir do aeroporto, algo que interessa muito para uma maior disponibilidade de toda esta região onde se situam municípios como Barro, Milagres, Aurora, Brejo Santo, apenas para referir os mais importantes. O descanso já foi satisfatório, precisamos voltar à trincheira, insistindo com nossas lideranças para que Juazeiro do Norte – Missão Velha saia do papel, deste velho papel só encontrado em arquivo, e olhe lá.
DAVI BORGES
O leitor me pede indicação de onde adquirir os livros que andei mencionando em colunas anteriores. Sempre tive estas preocupação de fazer um registro sobre textos de nosso interesse. Procurei recuperar no arquivo e constatei que a maior parte destas referências são da minha coleção pessoal que venho construindo há pelo menos uns 50 anos. A maioria pode ser encontrado pacientemente em sebos pelo Brasil. Em Juazeiro do Norte, mesmo, é possível encontrar alguns, mas em geral são edições já esgotadas e há raridades que não é possível encontrar. Lembro até o caso de um destes livros, de Xavier de Oliveira, que demorai perto de uns 30 anos para conseguí-lo. De modo que eu recomendo que através da internet vasculhe, desde o site mais reconhecido (www.estantevirtual.com.br) e outros, pois o mercado livreiro de antiquário é bastante dinâmico e há um sem número de pequenas, médias e grandes empresas disponibilizando seus acervos.
MEMÓRIA FOTOGRÁFICA
Em novembro de 1922, uma comissão de estudos do Nordeste, esteve em Joazeiro, como parte do longo itinerário que foi percorrido por um grupo de vinte pessoas, ocupando seis automóveis, dentre políticos e técnicos, e membros de suas famílias. Pe. Cícero os recebeu em sua casa e ofereceu um banquete. No livro que publicaria no ano seguinte, com o texto de uma conferência sobre esta comissão, Paulo de Moraes Barros fez pesadas críticas ao Pe. Cícero. Esta fato mereceu prontamente a repulsa do deputado Floro Bartholomeu da Costa que respondeu em longo discurso na Câmara Federal. Na foto 1, aspecto da comissão, numa parada pela estrada; Na foto 2, em frente à casa do Pe. Cícero na Rua Grande (atual Pe. Cícero), da esquerda para a direita, estão: Paulo de Moraes Barros, Pe. Cícero, Marechal Rondon e Ildefonso Simões Lopes; Nas fotos 3 e 4, aspecto do trânsito de automóveis pelas estradas, com membros da comissão sendo transportados por dois dos seis veículos. Algumas breves informações sobre estes visitantes: Paulo de Moraes Barros (*Piracicaba, 16.06.1866 — +São Paulo, 15.12.1940) foi médico sanitarista e político. Durante a República Velha foi encarregado da Secretaria dos Negócios da Agricultura, Obras públicas e Comércio do Estado de São Paulo. Exerceu por cerca de vinte anos a presidência da câmara municipal, tendo sido deputado federal e senador. Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon (*Santo Antônio do Leverger, 05.05.1865 — +Rio de Janeiro, 19.01.1958), foi militar e sertanista. Sua biografia é muito rica. Dentre outras funções, de 1919 a 1924, foi diretor de Engenharia do Exército. Foi nesta condição que, participando da Comissão, esteve em Joazeiro. Ildefonso Simões Lopes (*Pelotas, 19.11.1866 — +Rio de Janeiro, 04.12.1943) foi deputado estadual pelo Partido Republicano Rio-Grandense (1897-1904). Como deputado federal (1906-1908; 1913-1919; 1922-1930) participou das comissões de Viação, Agricultura, Fazenda, Especiais e Orçamento, da qual foi relator. Foi Ministro da Agricultura, Indústria e Comércio (1919-1922).
FELIZ PÁSCOA
Deixo convosco, leitores meus muito diletos, uma mensagem pela Paz entre os povos, na convicção de que a Fé no Ressuscitado é a nossa maior Esperança. Felicidades a todos.
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