Dou continuidade à publicação nesta
página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio
Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e
sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
095:
(15.12.2014) Boa Tarde para Você, Luiz Felisberto Nunes Oliveira
Tanto tempo
sem lhe ver, Felisberto, que você não imagina a alegria de reencontrá-lo noutro
dia no aeroporto de Brasília. Foi longa e ótima a nossa conversa, graças à sua
ilustração e bom humor, e ao atraso do voo para nos trazer de volta a esta
santa terrinha, especialmente porque tivemos um pouco de tempo para revisar
algumas coisas das histórias recentes deste nosso Juazeirinho. Como você passou
pelo Planejamento municipal, dei-lhe crédito e confiança, o suficiente para não
deixarmos de analisar este vexame presente, com o qual o executivo municipal
insiste em propor um projeto mal explicado, para ter a liberdade de ir ao
mercado, para mais explorar o contribuinte com a suspeitosa tributação
extorsiva. Desta conversa, Felisberto, alertei-me para um elo perdido do meu
entendimento, de uma destas antigas leituras que sabia ser da lavra da então
ministra britânica Thatcher, e que lera algum dia. Finalmente a encontro e me
permita que a relembre, quando ela nos diz: Um dos grandes debates do nosso
tempo é sobre quanto do seu dinheiro deve ser gasto pelo Estado e com quanto
você deve ficar para gastar com sua família. Não nos esqueçamos nunca desta
verdade fundamental: o Estado não tem outra fonte de recursos além do dinheiro
que as pessoas ganham por si próprias. Se o Estado deseja gastar mais ele só
pode fazê-lo tomando emprestado sua poupança ou cobrando mais tributos. E não
adianta pensar que alguém irá pagar. Esse “alguém” é você. Não existe essa
coisa de dinheiro público. Existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos,
por inventarmos mais e mais programas generosos de gastos públicos. Você não
enriquece por pedir outro talão de cheque ao banco. E nenhuma nação jamais se
tornou próspera por tributar seus cidadãos além de sua capacidade de pagar. Nós
temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadamos com a tributação
seja gasto bem e sabiamente. Pois é o nosso partido que é dedicado à boa
economia doméstica. Proteger a carteira do cidadão, proteger os serviços
públicos essas são duas maiores tarefas e ambas devem ser conciliadas. Como
seria prazeroso “gaste mais nisso, gaste mais naquilo”. É claro que todos nós
temos causas favoritas. Mas alguém tem que fazer as contas. Toda empresa tem
que fazê-lo, toda dona de casa tem que fazê-lo, todo governo deve fazê-lo, e
este irá fazê-lo. Não há dúvida alguma, Felisberto, que de tais
palavras logo reconhecemos esta lucidez posta na simplicidade de quem analisa
premissas de Estado, à luz de uma economia doméstica, e por princípios tão
lógicos, insuperáveis e inadiáveis. Você tem plena razão quando me diz que na
contramão desta lucidez está o descontrole sobre contas públicas, a corrupção desbragada
e a falta de planejamento que não elege o prioritário da comunidade, para ceder
frequentemente às tentações dos acordos imundos entre empresários aloprados e
muito mais aloprados gestores públicos, asquerosas e insaciáveis personagens do
parasitismo politiqueiro e palaciano. No caso específico deste malfadado
projeto que contribuiria para o nosso endividamento por mais uns 10 anos,
triste é constatar as manobras injustificáveis do Executivo até em instruir o
pedido de aprovação, sonegando dados e omitindo informações sobre a aplicação
dos recursos. Como, pois, aprovar uma imoralidade destas? Não me escondo,
Felisberto, para dizer de público o quanto isto me agride como cidadão e
pagador de impostos, e por tais prerrogativas, pedir aos senhores vereadores
desta nossa Câmara, a urgência, inclusive, para que não deixem de manifestar,
pela representação que lhes concedemos, o desprezo e a unânime desaprovação
deste Projeto. Por fim, Deus nos livre, quem sabe também pelo nosso voto, desta
gente nojenta que continua a nos assaltar, por ser ignorante, ou no mínimo,
gente de má fé, com uma pretensa e falaciosa modernidade para o desempenho do
aparelho coletor de impostos, comprometendo cada vez mais estas combalidas
contas que não tem nada de parecido com aquelas que nós mesmos fazemos todos os
meses, quando cada um recebe o seu, nem sempre justo, mas merecido salário,
para prover o pão nosso de cada dia.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM
Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 15.12.2014)
FAMILIAS DO
JUAZEIRO
Houve um tempo em que eu coloquei dentre
as minhas preocupações um projeto com o qual eu desejava informar as origens e
alguns apontamentos genealógicos de famílias juazeirenses. Evidentemente isto
começava por aquelas poucas famílias desde os tempos mais remotos, ainda no
século XVIII, como Bezerra de Menezes, Sobreira, Macedo, Rocha, Landim,
Gonçalves, Teles de Menezes, etc. Alguns destes núcleos, como os três
primeiros, já foram bem visitados e sobre eles há bons livros neste sentido.
Mas a cidade cresceu muito a partir do milagre eucarístico de 1889, e para cá
intensas correntes migratórias se desenvolveram, de gente simples, de povo
modesto de muitas áreas rurais deste Nordeste. Sem dúvida alguma, algumas
destas famílias se estabeleceram de migração portuguesa e se fixaram nas
cidades do Cariri, especialmente no Crato. Esta semana, por uma gentileza muito
grande de Huberto Cabral, eu estou lendo o livro Pessoas & Lugares, livro
de Memórias de Ebert Fernandes Teles, publicado em 2011 pela BSG. E logo nas
suas primeiras páginas eu encontro a gênese de uma destas famílias, muito
importante para nosso Juazeiro, que é a família Coimbra. E o roteiro abreviado
é o seguinte: Do português imigrante, Antonio Francisco de Mendonça, casado com
Maria Eugênia Teles, e falecido em 03.03.1851, nasceram vários filhos (Manoel
Felipe Teles de Quental, Pedro Teles de Quental, Francisco Teles de Quental,
Ana Teles de Quental, Raimunda Teles de Quental, e Teodorico Teles de Quental.
Deste último, casado com Ana Balbina da Encarnação Teles, nasceram os filhos
Fernando, Filemon, Maria, Joaquim, Antonio, Teresa de Jesus, Januária e
Henrique Fernandes Teles. Deste, Henrique, com o casamento com Januária
Coimbra, vieram sete filhos, dos quais Maria Fernandes Lopes, que casada com
Antonio Coimbra, geraram os Fernandes Coimbra, alguns de Juazeiro: José,
Antonio, Luiz, Raimundo, Henrique, Januária e Maria. Luiz Fernandes Coimbra foi
pai, dentre outros de Olon, Assis, Ieda Coimbra. Raimundo foi pai de Mascote,
Olavo, Estela e Darim.
SANTANA
DO CARIRI: MEMÓRIA DO LEGISLATIVO
O Prof. Plácido Cidade Nuvens acaba de
lançar um livro sobre os sessenta anos da existência do Poder Legislativo de
sua cidade natal, Santana do Cariri. É um obra importante que deveria ser
imitada por todas as diversas comunidades do Cariri. O seu foco é, além da
história deste poder municipal, um amplo painel sobre a composição dos membros
que integraram este Casa, com apontamento biográficos muito importantes para
esta cidade. Destas biografias, relevamos a de um santanense que foi
particularmente importante em Juazeiro do Norte: Hercílio de Figueiredo Cruz.
Reproduzimos, a seguir as páginas dedicadas por Plácido Cidade Nuvens a Dr.
Hercílio Cruz.
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