BOA
TARDE
Dou continuidade à publicação nesta
página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio
Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e
sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
103:
(02.01.2015) Boa Tarde para Você, Espedito Veloso de Carvalho
No dia em que Espedito Veloso
de Carvalho nasceu na Fazenda Poço do
Novilho, em Arneiroz, sertão dos Inhamuns, em 29.10.1939, seus pais Raimundo
Pinto de Carvalho e Maria Pastora Veloso, viviam modestamente da agricultura de
subsistência e da fabricação de selas para animais que sequenciava habilidades
de pais, avós e bisavós. Essa atividade patriarcal marcou tanto sua vida que
hoje, sem exagero, pelo mundo inteiro se ouve falar de um grande mestre do
artesanato coureiro do nordeste brasileiro, com o nome de Espedito Seleiro.
Seleiro, hoje, é quase um sobrenome, uma identidade que se fez, para quem, por
artes e ofícios, vividos ainda numa ponta do grande ciclo rural do couro, de
herança de família, como escola de formação profissional, conquistou nossa
admiração e reverência. Exatamente porque há varias décadas, você Espedito, se mantém ativo,
hoje aos 75 anos de existência, fiel a esta tradição de fazer bolsas, sapatos,
chapéus, carteiras, gibões, roupas, peças mobiliárias, acessórios, e outros
objetos, participando de feiras pelo Brasil, exposições em New York, como agora
você se prepara. No bom sentido, a vida lhe pregou esta peça, Espedito,
simplesmente porque pela sobrevivência ou não, você se entregou à arte para
ajudar pais e família, criando soluções para a sobrevivência no agreste, para
vaqueiros, ao mesmo tempo em que selou, com mãos tão habilidosas, a grande arte
da caatinga. Quem vai à Nova Olinda, além da obra magnânima da Fundação Casa
Grande, não pode deixar de ir conhecê-lo, como o fiz na semana que passou.
Quero dizer-lhe Espedito, que mesmo conhecendo seu trabalho, desde ainda as
modestas presenças na ExpoCrato nos anos 80, eu fiquei encantado com as
dimensões que sua arte terminou por semear neste rico e cultural Cariri. Seu
complexo de trabalho, constituído por ateliê, oficinas, exposição, loja e museu
é uma parada obrigatória para quem vai à Nova Olinda porque o seu mundo não é
mais a vila de poucos habitantes e seus trabalhos são reconhecidos e já
integram coleções de grifes internacionais, exportados para vários países do
mundo. O mundo descobriu a sua
genialidade em retratar em tantas peças, especialmente as utilitárias, estes
ingredientes que o levavam a cumprir todas as etapas do artesanato mais típico,
a partir da obtenção das peles e a própria curtição do couro com cinzas e
taninos. A pressa deste mundo, a curiosa demanda por esta arte em tempos de
hoje, não violentaram o seu compromisso artístico pela inserção de couro de
cabra, pelica e
camurça, senão por enriquecê-lo com
muita criatividade e versatilidade. E pensar que tudo isto começou quando você faliu
comercialmente como bodegueiro e resolveu recriar sandálias como aquelas que
seu pai fez para Lampião e Maria Bonita... Destaco,
especialmente, a sua sensibilidade de ter construído com seus próprios recursos
o Museu do Couro, o Memorial de Espedito Seleiro, um bem montado equipamento
que oferece ao visitante os elementos significativos do ciclo do couro para
contar capítulo importante da história do Cariri. Ao conhecê-lo recentemente,
na maturidade de toda esta existência criativa e produtiva, Espedito, eu tive a
sensação de ali descobrir, no sorriso tímido de um menino, grandioso tradutor
artístico de seu povo, as razões desta pessoa simples que a todos nos encanta e
mostra ao mundo uma arte destes sertões que só você é capaz de realizar. Mais
ninguém!
(Crônica
lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em
02.01.2015)
DIVIDA DA PMJN
COM A PREVIJUNO
Agora é pra valer, e não mais suspeições
como parecia a intriga da oposição para com o executivo municipal. Através de
dois Termos de Acordo de Parcelamento e Confissão de Débitos Previdenciários,
celebrado entre Previjuno, por seu gestor, Jesus Rogério de Holanda, e a PMJN,
por seu titular, Raimundo Antônio de Macedo, está reconhecendo os débitos da
municipalidade para com a Previdência Municipal, em dois períodos: Primeiro
(Reparcelamento): Decorrente do não repasse de Contribuição Patronal entre
Julho a Dezembro de 2012 (ADMINISTRAÇÃO SANTANA); e Janeiro a Novembro de 2013
(ADMINISTRAÇÃO RAIMUNDÃO), no valor de R$ 9.495.938,41. Segundo (Parcelamento):
Decorrente do não repasse de Contribuição Patronal entre Junho a Outubro de
2014 (ADMINISTRAÇÃO RAIMUNDÃO), no valor de R$ 4.309.857,58. Total: R$
13.805.795,99 (Treze milhões, oitocentos e cinco mil, setecentos e noventa e
cinco reais e noventa e nove centavos). Detalhes: os parcelamentos serão em 60
(sessenta meses), a partir de 31.01.2015, cada uma no valor de R$ 230.096,60 e
a correção se dará mediante a aplicação do IPCA, mais juros de 1% e multa,
conforme a legislação. Esta dívida, em 60% do seu valor, já está consolidada
para o próximo prefeito, em 75% do período da gestão futura, uma vez que a esta
administração caberá apenas 24 de 60 parcelas. Melhores esclarecimentos podem
ser lidos na publicação dos dois Acordos, na edição do Diário Oficial do
Município, de 30.12, que entrou no site da PMJN na tarde do dia 02.01.2015.
Junte-se a isto uma dívida de quase R$2 milhões pelo não repasse de
contribuição patronal para com os empregados da Câmara Municipal.
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