BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
141: (08.04.2015) Boa Tarde para Você, Antonia Alves dos Santos
Já mencionei nestas crônicas a minha imensa admiração pelos serviços que a invenção do rádio provocou na civilização, e de modo particular o que encantou aquele menino solto feito moleque, enturmado em bandos pela Rua São José. Foi desta época, no começo dos anos 50, que eu fui conhecer a nossa primeira emissora de rádio, funcionando ainda aqui pelo Socorro, quase na antiga Praça São Vicente, num prédio de Afonso Dias, e com o nome de Rádio Anhanguera. Durou pouco, pois o nome não agradou e logo mudou para Rádio Iracema, filiando-se à então rede iracemista dos irmãos Parente, como nós conheceríamos a pioneira da radiodifusão, mudando também para o edifício do antigo Clube dos Doze, na Rua da Conceição. Três irmãos, pelo menos, pontificaram nesta emissora: Vicente Alves dos Santos (o mestre Coelho Alves, de várias gerações, entre o jornalismo e o rádio), Geraldo Alves e Antonia Alves dos Santos, a quem cumprimento nesta tarde, para reverenciar com muito carinho. Faço pequena memória de sua vida e trabalho, reconhecendo seu talento e dedicação como uma parte desta história que muito nos engrandeceu, pois não é tarefa simples inventariar resumidamente o que foram estes primeiros momentos de nossa radiofonia. Antonia Alves dos Santos, a querida Toinha Alves, nasceu em Missão Velha, aos 22 de maio de 1936, filha de Antonio e Alcina Alves dos Santos, este casal que gerou também Vicente, José (Dedi), Raimundo, Geraldo e Valdeni, e outros quatro filhos que não se criaram. No início dos anos 50, aos catorze anos de idade, Toinha, sua mãe e irmãos vieram morar em Juazeiro, depois que deixaram Icó, fixaram-se temporariamente em Missão Velha, e para cá vieram após o falecimento prematuro do pai, “seu” Antonio Alves. Nesta época, Coelho Alves já residia em Juazeiro, fora balconista na Casa Celeste, militara na imprensa, no jornal O Pioneiro, fazia parte do primeiro time do velho Centro Regional de Publicidade, ao lado de Lourival Marques, e se tornou o grande protetor da familia, especialmente encaminhando para a radiofonia os seus irmãos Geraldo e Toinha, que sempre o considerou um pai. Toinha fez seus estudos básicos na velha Escola Normal Rural, para em seguida dedicar-se à sua formação em contabilidade, concluida em 1963 na Escola Técnica de Comércio, estabelecimento que lhe garantiu também parte de seu sucesso profissional, exercendo função técnica no conceituadíssimo escritório de Antonio Teodorico Teles, da Praça Pe. Cícero. Profissionalmente, Toinha teve grandes mestres na sua formação em Contabilidade, como Helvídio Landim, Eliseu Damasceno, Geraldo e Valter Barbosa, e por cerca de quinze anos dedicou-se com afinco a assistir empresas do comércio juazeirense, também com escritório próprio de escrituração contábil. Na Rádio Iracema, Toinha se iniciou como controlista na mesa de som, para depois ir figurar no quadro de locutores, conduzindo o programa musical Apontando o Sucesso e participando também da fase aurea do rádio-teatro, no cast da novela Romeu e Julieta, dentre outras. Este era o rádio juazeirense naquele início dos anos 50, com nomes extraordinários como Edésio Oliveira, Robson Xavier, José de Sousa Menezes, Coelho Alves, Wilani Magalhães, Almeri Sobreira, Maciel Silva, Pedro Barbosa, Alceli Sobreira, Escurinho, Geraldo Alves, Irene Monteiro, Zermar Bernardes, e tantos outros. Quando Coelho Alves deixou a Rádio Iracema, fundando a Transcariri, primeira FM da cidade, Toinha também se aposentou do Rádio, tendo antes lhe prestado grande contribuição na sua administração, em substituição a Dalva Mendonça. Lembranças como estas, ainda hoje enchem o coração de Toinha Alves, rememorando sua vida no teatro, na locução, na secretaria e na mesa de som que rodava os grandes sucessos dos famosos desta geração, como Dalva de Oliveira, Alcides Gerardi, Nelson Gonçalves, Silvio Caldas, Emilinha Borba e Luiz Gonzaga, gente que ela conhecera pessoalmente na emissora em dias de festas, como o 15 de novembro, a data maior da inesquecível ZYH 21, a Rádio Iracema de Juazeiro.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 08.04.2015)
BOA TARDE (II)
142: (10.04.2015) Boa Tarde para Você, Cila Braz
Ela nasceu em 21 de fevereiro de 1945, no Baixio dos Popôs e foi registrada no cartório local como Maria Ferreira Mendes, mas poderia ter sido a Maria Auxiliadora, porque em casa a família lhe chamaria de Dora ou Cila, como terminou sendo conhecida até hoje. Aos vinte e um anos de idade, casou com Vanderlei Braz, filho de um grande ourives desta cidade, de nome Nivardo Braz, teve quatro filhos (Webert Janssen, Pedro Neto, Wanderlane e Lidiane), e desta relação ficou a identidade definitiva de Cila Braz que acabou de completar setenta anos de vida dedicada à família, 56 dos quais à sua eterna música. Cila descende de bisavós que já se fixavam no Tabuleiro ainda no século XIX, sendo um deles, o Hipólito Mendes, o seu Popô, exatamente este que terminou por atribuir nome a um dos aprazíveis sítios deste Juazeiro, os Popôs, onde também nasceram seus pais Beatriz e Pedro Ferreira Mendes. Aos cinco anos, Cila veio para a cidade, menina de vida simples e muito doméstica, e aos nove anos, aluna do Grupo Escolar Padre Cícero, participava das sessões musicais das sextas feiras, organizadas por Tudinha de Zé Bernardo, Balbina Garcia, Deceles Bezerra e Nair Silva. E nisto, registrem-se dois fatos marcantes na vida de Cila Braz: sua voz que já chamava a atenção de quem a ouvia naquelas festinhas da escola, e a grande amizade com a musicista Nair Silva, pelas mãos de quem Cila foi se aperfeiçoando e se vinculando com uma estima que se tornou eterna. Nair Silva foi uma destas pessoas extraordinárias na vida de Cila Braz, como hoje ela destaca sua grande amiga Ione Rocha, almas irmãs que se tornam grande alento, estímulo e exemplo de vida. Na primeira formação do Coral do Instituto Cultural do Vale Caririense, que eu presidia em 1988, Cila Braz participou com grande entusiasmo, fato que se manteria em anos posteriores com o Coral Fênix, ressurgido das cinzas, reorganizado no Memorial Padre Cícero. Na noite do dia 23 de março de 1988, Nair Silva reuniu Cila Braz, Débora Callou, Carlos Macedo, Francisca Teles, Irenilce Xavier, Nininha, Ana Célia Casimiro, José Brito e Valba Gondim, para fazer uma seresta comemorativa, naquela véspera de aniversário do Padre Cícero. Foi esta a primeira vez que se realizou o que o tempo consagrou como a Seresta do Padre Cícero que anualmente acontece aos pés da estátua do Socorro, puxada pelo saudosismo dos grandes mestres como Augusto Calheiros, Orlando Silva, Dolores Duran, Dalva de Oliveira, e tantos mais. Ainda no início de sua carreira, Cila Braz muito jovem foi apresentada ao grande violonista João Ferreira que se encantou com suas qualidades e muito a incentivou para que participasse de shows de calouros, em programas de rádio desta época, como o Domingo Alegre, com José Brasileiro e A Cidade se Diverte, com Alceli Sobreira. Brilhante e encantadora nestas apresentações, Cila Braz foi aos poucos se inserindo neste meio onde já se reconheciam vozes de grandes valores como Dunga, Socorro Alencar, José Brasileiro, Escurinho, Zé Tavares, Heleno Vieira, José Wellington Alencar e outros. O rádio destes anos 60 foi fundamental para o sucesso crescente de Cila, com sua presença num programa na Rádio Progresso, Uma Voz e um Violão, conduzido por seu marido, Vanderlei Braz, e que contava com as participações de Acilon (irmão do músico João Martins) e Horácio Fechine. Com a morte de Horácio, Cila e João Ferreira emplacaram um programa semanal na emissora, com o título sugestivo de Enquanto Houver Saudade, um grande sucesso de audiência no seu tempo, que se seguiria com outro, de nome Recordar é Viver, que durou 5 anos, para também não deixar de falar de apresentações nas TVs, festas e celebrações que não dispensavam a presença de Cila Braz. Só bem recentemente, por iniciativa conjunta com seu marido e empresário José Agostinho da Silva, o Zequinha, Cila Braz registrou em disco a sua marca inconfundível em memoráveis páginas do nosso cancioneiro, encontráveis nas gravações em CDs e DVD com os títulos: Cila Braz, a voz de ouro do Cariri (2002); Recordar é viver (DVD de 2002); Momento Marcante (2007); Um pouco de mim e canções que marcaram época (2009); Cantos Religiosos (2009); De volta ao passado (2012); e o mais recente, Cila Braz e J. Fernandes ao vivo (2015). Boa Tarde para Você, Cila Braz, notável e querida voz de ouro do Cariri, com o nosso carinho.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 10.04.2015)
PATRIMÔNIO
Cumprimentamos os senhores vereadores e o prefeito municipal pelo seguinte ato: LEI Nº 4451, DE 06 DE AGOSTO DE 2015, Declara Patrimônio Material, Cultural e Religioso do Povo Juazeirense, a Via Sacra do Caminho do Horto e adota outras providências. Art. 1º – Com fulcro no art. 23, inciso III da Constituição Federal e no art. 15, inciso III da Lei Orgânica Municipal de Juazeiro do Norte, fica declarado Patrimônio Material, Cultural e Religioso do Povo Juazeirense, as estações da VIA SACRA da Rua Caminho do Horto. Parágrafo único – O monumento a que se refere o caput deste artigo, fora construído em concreto armado e distribuído em quinze estações formato painel em alto relevo, recriando as imagens da via crúcis (Via Sacra), trajeto seguido por Jesus Cristo carregando a cruz, do Pretório ao Calvário, encerrando com sua ressurreição e que se inicia na Avenida Leandro Bezerra, seguindo pela Rua Caminho do Horto até a colina próximo ao monumento do Padre Cícero Romão Batista. Art. 2º – Para fins do disposto nesta Lei, o Poder Executivo Municipal de Juazeiro do Norte, procederá aos registros necessários nos livros próprios do órgão competente. Art. 3º – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 06 (seis) de abril de dois mil e quinze (2015). DR. RAIMUNDO MACEDO, PREFEITO DE JUAZEIRO DO NORTE AUTORIA: Vereadora Maria de Fátima Ferreira Torres; COAUTORIA: Vereador Normando Sóracles Gonçalves Damascena.
NOVAS VIAS
A cidade continua crescendo e por isto mesmo novas ruas são abertas e nomeadas, como estas 3 últimas, pelos atos que foram aprovados e sancionados.
LEI Nº 4452, DE 06 DE ABRIL DE 2015, Fica denominada de RUA MARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA CRUZ, a primeira artéria paralela norte à rua Francisco Medeiros da Silva, localizada no Loteamento Green Parque, no bairro Campo Alegre, entre as quadras “A, B, C, D e E”, “G,H,I,J,K e L”, com início entre as quadras “A e L”, e término entre as quadras “F e G”, nesta cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. Autoria: Vereador Ronaldo Gomes de Lira; Coautoria: Vereadores Cícero Claudionor Lima Mota e Danty Bezerra Silva.
LEI Nº 4453, DE 06 DE ABRIL DE 2015, Fica denominada de RUA SIMÃO NOBRE DA CRUZ, a artéria localizada no Loteamento Green Parque, no bairro Campo Alegre, entre as quadras “A, B, C, D e E”, com início na rua projetada e término a quadra “A”, sentido leste/oeste nesta cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. Autoria: Vereador Ronaldo Gomes de Lira; Coautoria: Vereadores Cícero Claudionor Lima Mota e Danty Bezerra Silva.
LEI Nº 4454, DE 06 DE ABRIL DE 2015, Fica denominada de RUA VICENTE GAMA PEREIRA, a segunda rua paralela sul à Rodovia Major Gonçalo, início na Avenida Manoel Coelho Alencar e término entre as quadras09 e 11 do Loteamento Blandina Sobreira, sentido oeste/leste, no bairro Betolândia, nesta cidade. Autoria: Vereador Firmino Neto Calú.
MISSA DO PE. CÍCERO
A TVC, emissora estatal do Governo do Ceará, abrirá espaços, a partir do próximo dia 20, para transmissão da Missa do Padre Cícero Romão Batista, direto da Igreja do Socorro, em Juazeiro do Norte. Símbolo de religiosidade e fé dos nordestinos, Padre Cícero tem uma das missas mais prestigiadas no Interior do Ceará. A celebração, que começa às 6 horas da manhã, atrai a atenção de milhares de romeiros de diferentes estados brasileiros e,especialmente, do Nordeste. A transmissão da missa de Padre Cícero é uma das iniciativas do novo diretor-presidente da Fundação mantenedora da TVC, Tibico Brasil. A medida cria um elo maior entre a emissora e a população católica. A TVC, que, na Grande Fortaleza, pode ser sintonizada pelo Canal 5, tem também a sua imagem nos pacotes de TV paga e na internet. A emissora não irá se limitar à transmissão da missa do Padre Cícero e abrirá espaços para a missa de Fátima, celebrada a partir do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, na Avenida 13 de Maio em Fortaleza, e de eventos da área gospel. (Fonte: http://www.cearaagora.com.br/site/2015/04/tvc-transmitira-missa-do-padre-cicero/)
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