BOA
TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta
página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio
Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e
sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
110: (22.01.2015) Boa Tarde para Você, Jair Rodrigues Melo
Vivendo uma nova realidade, por diversas
mudanças que a vida me impõe na atualidade, eu tenho o conforto diário, talvez
por vaidade, não duvido, de me fazer conquistador de novas amizades. Noutro dia
eu me preocupei em olhar para dentro de mim mesmo, se seria possível, para
tentar reconhecer nisto algo que me anime por novos amigos, seja nas relações
de trabalho, nos laços familiares ou na vida social, através de relacionamentos
afetivos. A primeira indagação que enfrentei vinha na direção de uma tentativa
para esclarecer o que é um novo amigo, e como o vemos, ao olhar para esta
conquista? Por oportuno, me lembrei de ter lido recentemente a expressão
segundo a qual “Cada novo amigo é também, uma nova possibilidade que se abre
para que se possa tornar-se um ser humano menos imperfeito”. Essas divagações,
faço a você meu caro Jair, como algo que se abriga ao encontro de um
profissional, psicólogo graduado em academia, como você, e que vive o labor
diário entre clínica, docência e a gestão desta emissora. Encontro-o aqui,
amigo novo, na função qualificada de Diretor Executivo desta Rádio Educativa
Salesiana Pe. Cícero, também como radialista e apresentador de programas
diários, diante de uma competência polimorfa que o torna versado em assuntos
que nem ouso ensaiar considerandos. Não creia que quero aluga-lo a este
instante do nosso relacionamento ainda tão incipiente, mas me permita que possa
louvá-lo, à luz destas primeiras e firmes impressões que, muito antes de mim,
outros mais já se apressaram, avalizando a sua bem sucedida trajetória
profissional. Recai sobre si, o quanto disto desconfio, uma expectativa de
tornar ainda muito maior esta bem concebida figura jurídica de direito
privado sem fins lucrativos, com a finalidade de veicular matéria de cunho
educacional, cultural, científico, artístico e religioso, contribuindo para
formação e evolução do ser humano. Bem se vê, Jair, a enorme responsabilidade
de ser este executivo que trata de um veículo, em atenção à sua ampla
sustentabilidade, e diante de uma missão que se manifesta no evangelizar, no
educar, no informar e no difundir conteúdos que ajudem no desenvolvimento
humano e cultural deste Cariri, cumprindo uma responsabilidade de meio de
comunicação social comprometido com o indivíduo e a sociedade. No dia de hoje,
toda esta sua equipe está feliz por abraça-lo, ao festejar o dia do seu
aniversário, porque nos cabe nesta hora a manifestação sincera dos afetos, da
estima e do respeito que dedicamos a quem nos lidera e cujos predicados nos
servem de horizonte para esta realização solidária. O rádio brasileiro, se me
permite a consideração, parece estar vivendo em nossos dias algo de primazia e
que o coloca como veículo de insuperável desempenho para firmar influência,
credibilidade e versatilidade, tal a sua dispersão e aceitação na casa
brasileira. Mas, você Jair, sabe muito bem que isto pode se tornar uma grande
ilusão se a retaguarda de um veículo como este não se consolida por uma carta
de princípios que apontem claramente para uma visão de mundo, para o respeito a
valores inegociáveis, e para um foco que não se dispersa pela caminhada.
Sabemos o quanto de si está no empenho continuado de todas estas gestões para
que tenhamos presente a imagem segura de uma radiodifusão que promova o nosso
aperfeiçoamento. É exatamente sob este signo que, na oportunidade em que o
cumprimentamos e fazemos votos por sua felicidade pessoal, nos conservamos
diligentes e esforçados para executar este serviço de radiodifusão, como parte
integrante da missão Salesiana, e na sintonia fina do que nos cabe como custo e
benefício, quando influímos e somos influenciados pelo meio que desejamos
transformar. Parabéns, Jair! Desejamos-lhe felicidade neste dia e em todos os
outros de sua vida que esperamos seja longa.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde,
da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 22.01.2015)
BOA
TARDE (II)
Dou continuidade à publicação nesta
página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio
Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e
sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
111: (23.01.2015) Boa Tarde para Você, Marle de Sá
Barreto
Eu tenho uma vaga lembrança que, ainda
muito garoto, ouvi contar histórias ambientadas no Brejo Seco, o outrora Brejo
da Roça, pela circunstância de bons relacionamentos de minha família com gente
das famílias Callou, Sabiá e Sá Barreto. Quando nasci, dona Marle, já havia em
minha família braços de afeto pela gente do Brejo Seco, laços de compadrio,
especialmente aos Sá Barreto que ligavam aos meus tios Soares e isto às vezes
era coisa sagrada, tanto quanto os vínculos familiares mais fundos. Esses laços
de família sempre me fascinaram e eu pude em certos momentos me debruçar sobre
as suas narrativas, conversas que traziam coisas deliciosas sobre casamentos,
modos de vida, genealogia de densos clãs, poesias, anedotas e, especialmente, a
convivência com a zona rural. Demorei, dona Marle de Sá Barreto, mais que
cinquenta e cinco anos para viver o que nos foi possível na manhã de ontem,
depois do encerramento da festa de São Sebastião, acontecida na agradabilíssima
capelinha do Brejo Seco. Aceitei como dos melhores prazeres o convite que me
fizeram em correspondência formal postada pela Paróquia Menino Jesus de Praga
para, inclusive, receber a homenagem da comunidade, coisa que me deixou
vermelho de tanto encabulamento. Mas eu estava mesmo curioso, dona Marle, pelas
histórias do velho casarão centenário, existente ainda como sua moradia, e da
sua irmã Terezinha, cuja construção retroage ao tempo de nossa emancipação
política, em 1911, para ser a partir de 30 de novembro daquele ano, a aprazível
residência dos seus pais, Maria da Penha e João Romão de Sá Barreto. O casamento de Penha e João Romão, ela aos
dezesseis anos, pois nascida em 15.10.1900, e ele aos trinta e um, já que viera
ao mundo em 14.02.1885, resultou na família de sete mulheres, com você, Marle,
e suas irmãs Geli, Neusa, Nisa, Terezinha, Zélia e Marlene. Quero me referir,
num preito de saudade, a figura querida de Geli de Sá Barreto, a grande ausente
nestas minhas modestas e encantadas descobertas, exemplo de grande dignidade e
de serviço, educadora por excelência e que marcou neste Juazeiro com uma grande
página por sua atuação civilizadora na educação de nossos filhos. É importante
constatar, dona Marle, que o velho e centenário casarão conservou a memória da
família, pois cada um dos que aí viveram, ou passaram férias, tiveram a melhor
acolhida, especialmente de dona Penha que mais viveu, por todas as celebrações
de aniversários, as renovações, os grandes encontros da família para ouvir
histórias e lições dos seus antepassados. Num tempo em que tudo isto está tão
descaracterizado pela sociedade de consumo que vivemos, não é coisa mais
simples falar de como o Brejo Seco, especialmente o de cima, o mais seco e de
poucos recursos, permitiu que esta família crescesse, como já me dizia Marchet
Callou, muitos anos atrás, como uma daquelas, das doze tribos de Israel. Felizmente,
pelo que pude perceber, dona Marle, há no coração destas novas gerações, das
famílias que povoaram historicamente o Brejo Seco, um sentimento nobre e
importante para a sua conservação que os faz reunir no entorno do velho casarão
para continuar esta pastoral de vida, propagando sábias lições de decência e
honradez. Desejo agradecer-lhe pela generosidade de sua acolhida, pela prosa
solta e alegre que tanto me fez bem, particularmente para conhece-las mais
intimamente, o que me permitiu sentir a grandeza desta construção familiar,
concretizada pela permanente mensagem de amor que as embalou. Qualquer dia
destes, dona Marle, eu lhe prometo, vou voltar ao Brejo Seco e vamos combinar
um retorno ao varandão do casarão de Penha e João Romão, para nos perdermos
numa grande contação de histórias, entre as suas verdades e as mentiras dos
outros, que seguramente vão ainda muito me emocionar e divertir.
(Crônica
lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 23.01.2015)
RUA LUIZ
GONÇALVES CASIMIRO
Há poucos
dias a minha irmã, Ana Célia, me lembrou que temos em casa algumas placas,
destas que servem para nomear ruas e outros logradouros da cidade, que há anos
tínhamos mandado fazer. A questão é a seguinte: depois que faleceram meus pais,
Doralice Soares Casimiro e Luiz Gonçalves Casimiro, o então vereador Raimundo
Sá e Sousa tomou a iniciativa de homenageá-los, fazendo tramitar na Câmara
Municipal duas leis para lhes conferir esta honraria. Depois de algum tempo,
constatamos que as mesmas ruas, no Bairro do Aeroporto, haviam sido dadas
também a um casal, por sinal, pais de um amigo dos meus pais. Notificamos
Raimundo Sá e Sousa do acontecido e ele se apressou em propor novas leis e as
honrarias foram restabelecidas, agora no Bairro José Geraldo da Cruz. No
início, era uma homenagem para uma rua projetada e não havia nada, nenhuma
construção, nenhum equipamento e até esquecemos de ir lá em outras ocasiões
para localizar as ruas e ver de perto como ela já estava crescendo. No dia de
hoje, sou surpreendido com esta notícia que aqui transcrevo, pela curiosidade
de que é esta a primeira menção pública que vejo pela imprensa, e exatamente
pelo pior do que se poderia anunciar: a marginalidade. Mas é isto mesmo, talvez
seja este um novo sinal dos tempos, onde uma simples homenagem pode até ser
confundida com ações criminosas em algum local deste Juazeiro do Norte. Vejamos
a notícia, redigida pelo querido amigo Demontier Tenório:
“JUAZEIRO DO NORTE-CE: POLÍCIA PROCURA UM CARRO DE
LUXO ROUBADO E ENCONTRA TRÊS, Por Demontier Tenório. O final de semana foi positivo para a polícia no tocante a recuperação
de veículos roubados ou furtados na região do Cariri. Em Juazeiro, por exemplo,
foram recuperados três carros de luxo no bairro José Geraldo da Cruz, bem como
duas motos nos bairros Romeirão e Antonio Vieira e um chassi no João Cabral.
Além disso, um Fiat em Mauriti e mais três motos, sendo duas em Crato e a outra
em Campos Sales totalizando nove veículos recuperados. Por volta das 14 horas
deste domingo militares do Serviço de Inteligência do 2º BPM souberam através
de uma empresa de rastreamento que um veículo Nissan X-Trail LE de cor preta,
ano 2008, tinha sido roubado e o sistema apontava que o automóvel estava em
Juazeiro. Os PMs seguiram no rumo e encontraram, em um imóvel na Rua Luiz Gonçalves Casimiro (Bairro José
Geraldo Cruz) em Juazeiro, o Nissan e mais dois veículos de luxo roubados. Era
um Corolla GLI Flex de cor branca e placas OIA-0230, inscrição de Fortaleza,
mas com a placa fria OIH-2474 de um Corolla XEI20 Flex de cor branca e placas
OIH-2474, inscrição de Juazeiro. O outro um Fiat Strada Adventure CD de cor
preta e placas OKV-6614 de Salvador (BA), com a placa fria EUH-8279 de um Fiat
Strada Adventure CD de cor preta e placas EUH-8279 de Crato. Os carros foram
levados para a Delegacia com uma jovem de 22 anos, residente no Salesianos, a
qual estava no endereço e afirmou que os carros pertenciam ao seu namorado que
a CIOPS optou por preservar seu nome oferecendo apenas as iniciais A. H. e este
não foi localizado pela polícia.”
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