quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
102: (31.12.2014) Boa Tarde para Você, Francisco Alemberg de Souza Lima
Na semana passada eu satisfiz a minha curiosidade, de há muito instigada, para conhecer uma instituição sobre a qual eu não perdoava a minha ignorância, e fui ver de perto a Fundação Casa Grande e o seu Memorial do Homem Kariri, fundado por Alemberg Quindins, em Nova Olinda. A Fundação e seu Memorial, de natureza cultural e filantrópica, foram fundados em 19 de Dezembro de 1992, e já são declarados de utilidade pública municipal, estadual e federal, tombados pelo patrimônio histórico municipal, e registrados perante diversos Conselhos de Assistência Social pelo país. Enfim, Alemberg, eu fui ver a sua grande obra, talvez o milionésimo curioso, destes últimos mais recentes a estar ali, assinando o livro de visitantes deste ano, já perto dos 50 mil. Que extraordinário fato este que a Fundação desencadeia ao proporcionar a este Sul cearense um novo e importante vetor de destino turístico, e de núcleo de pesquisa, ampliando muito o que possibilitou a inserção definitiva do município de Nova Olinda no roteiro cultural do Cariri! Isso foi tão importante que quebrou a aparente polarização de outrora em torno de Patativa do Assaré e o sítio paleontológico da serra de Santana, sem falar na hegemonia deste Crajubar. Fui recebido à porta por uma garota muito simpática, Yasmin, minha guia de apenas 9 anos, instrumentista de cordas, produtora e apresentadora de um programa de rádio sob o título “O meu olhar sobre a Escola”. O que é isso, meu amigo Alemberg? Aliás, a resposta você já nos havia dado muito antes ao dizer que a Fundação veio para transformar pois, “Transformar é reconhecer talentos e criar oportunidades para que eles desabrochem.” Nestes anos de trabalho, necessário se faz citar os prêmios recebidos, os reconhecimentos nacional e internacional, por Angola, Moçambique, Portugal, Itália, Alemanha e outros, e os projetos desenvolvidos em frentes diversificadas que contemplam a memória do homem kariri, a arte, o turismo e a cultura que integram os programas de capacitação de crianças e adolescentes. É muito relevante, Alemberg, esta visibilidade internacional que tem sido dada ao projeto, graças às atividades que são realizadas como workshops, exposições itinerantes e apresentações de shows com as crianças e jovens da Casa Grande que divulgam as potencialidades da região, o meio ambiente, a cultura popular, e a própria entidade. Vocês fazem também o resgate da cultura local nas áreas de arqueologia, mitologia, artes e comunicação, usando canais de rádio e TV, uma editora de gibis e um museu que conta com um rico acervo de milhares de títulos de livros, gibis, clássicos do cinema, com o objetivo de desenvolver a capacidade de liderança das crianças a partir de laboratórios de produção. O que há de essencial em todo este vitorioso projeto, Alemberg, eu penso que é sem dúvida a sua determinação e a de Rosiane Limaverde em realizar com todo o empenho todas estas ações que de outra sorte talvez só acontecessem se isto gerasse recursos financeiros aos seus empreendedores. Vocês se atiraram a este propósito e é surpreendente que façam um amplo programa de formação pessoal e social de crianças de Nova Olinda a custos tão reduzidos, a partir de uma cifra como R$0,70 por cada visitante, independentemente se é turista, pesquisador, ou estudante que procure a Fundação. Mesmo reconhecendo que a função primordial da Fundação não é profissionalizar o jovem, forçoso é reconhecer que a missão da Casa Grande termina por produzir novos valores que já estão invadindo espaços midiáticos muito nobres, para ações culturais por este país. Testemunho aqui, Alemberg, com os meus parabéns e reconhecimento público, um tanto tardio, mas sincero, desta imensa e meritória missão que vocês vêm cumprindo à frente da Fundação Casa Grande, que existe para a nobilíssima tarefa de ampliar o horizonte de vida dos nossos jovens e de quebra resgata a história deste homem kariri.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 31.12.2014)

TENTANDO MELHORAR
Recolho no Diário Oficial do Município de Juazeiro do Norte estas duas preciosidades que se inserem na tentativa de dispor de um instrumento que moralize a vergonhosa situação das licitações para aquisições de materiais e serviços por parte do Executivo. Parece até que isto vai dar certo contra a bandidagem que assola este setor da administração pública. Muito mais rapidamente que se espera vamos nos encontrar sabendo de notícias sobre a fraude que se verificará na burla destes Decretos. Enquanto não, vamos esperar que, de fato, não estes, mas outros procedimentos, dentro mesmo do corpo administrativo da municipalidade honrem o necessário para corrigir estas imoralidades. Querer coibir abusos com fotografia de fachada do prédio onde a empresa funciona e o livro de empregados, é demais. Mas, vejam os Decretos:
DECRETO N.º 139/2014, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2014. Estabelece obrigatoriedade de apresentação de fotografia da fachada do prédio em que exerce suas atividades por parte das pessoas jurídicas concorrentes em licitações promovidas pelo município de Juazeiro do Norte – CE e adota outras providências. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72, inciso VII e IX da Lei Orgânica do Município de Juazeiro do Norte, Considerando a necessidade conferir a maior lisura e transparência possível nas licitações públicas; Considerando que muitas empresas que se apresentam para concorrer em licitações existem apenas formalmente, sem possuírem sequer uma sede onde desempenhe suas atividades; DECRETA: Art. 1.º - Em todos os procedimentos licitatórios, incluindo aditivos, promovidos pelo município de Juazeiro do Norte – CE é obrigatório para as pessoas jurídicas concorrentes a apresentação, juntamente com a documentação exigida pela Lei n.º 8.666/93, de fotografia com registro de data da fachada do prédio onde exerça as suas atividades. Art. 2.º - O prédio constante na fotografia de que trata o artigo anterior deverá possuir o mesmo endereço constante no CNPJ da concorrente, em sua inscrição estadual e municipal quando for o caso, bem como em seu registro comercial ou contrato social conforme se tratar de empresa individual ou sociedade. Art. 3.º - A fotografia de que trata este Decreto somente será considerada válida pela Comissão Central de Licitação se a sua qualidade for considerada suficiente para auferir sua autenticidade e for datada com até sessenta dias na data da sua apresentação. Art. 4.º - A Comissão Permanente de Licitação do Município de Juazeiro do Norte – CE fará constar a exigência contida neste Decreto em todos os editais de licitação a seu cargo. Art. 5.º - O não atendimento ao disposto neste Decreto implicará na desclassificação do concorrente. Art. 6.º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Registre-se, Publique-se. Juazeiro do Norte (CE), 23 de dezembro de 2014. RAIMUNDO MACEDO Prefeito Municipal
DECRETO N.º 140/2014, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2014. Estabelece obrigatoriedade de apresentação de livro de registro de empregados por parte das pessoas jurídicas concorrentes em licitações promovidas pelo município de Juazeiro do Norte – CE e adota outras providências. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72, inciso VII e IX da Lei Orgânica do Município de Juazeiro do
Norte, Considerando a necessidade conferir a maior lisura e transparência possível nas licitações públicas; Considerando que muitas empresas que se apresentam para concorrer em licitações promovidas pelo Poder Público existem apenas formalmente, sem possuírem sequer funcionários em seu quadro; DECRETA: Art. 1.º - Em todos os procedimentos licitatórios, incluindo aditivos, promovidos pelo município de Juazeiro do Norte – CE é obrigatório para as pessoas jurídicas concorrentes a apresentação, juntamente com a documentação exigida pela legislação, do livro de registro de funcionários dos últimos 03 (três) meses. Art. 2.º - A Comissão Permanente de Licitação do Município de Juazeiro do Norte – CE fará constar a exigência contida neste Decreto em todos os editais de licitação ou aditivo a seu cargo. Art. 3.º - O não atendimento ao disposto neste Decreto implicará na desclassificação do concorrente. Art. 4.º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário. Registre-se, Publique-se. Juazeiro do Norte (CE), 23 de dezembro de 2014. RAIMUNDO MACEDO Prefeito Municipal.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014



BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
101: (29.12.2014) Boa Tarde para Você, Francisca Iêda Sobreira de Carvalho.
Já vai para uns vinte anos que eu tenho uma mania e a alimento pela procura compulsiva da presença de Juazeiro do Norte, por aí, especialmente por pessoas em atividades, funções, cargos e instituições. Foi numa destas buscas, Iêda, agora com o auxílio impressionante da rede mundial de computadores em sites de buscas, há dois anos, que eu fui encontrar notícias sobre as atividades da farmacêutica juazeirense Maria Nelly Sobreira de Carvalho Barreto. Menor não foi a alegria de saber que ela é, aquela mesma, a sua filha, uma profissional que tem um belo currículo e hoje é dedicada professora e pesquisadora da Faculdade Pernambucana de Saúde, na área de atenções básicas. Sempre que me ocorrem momentos como este, e que me trazem de volta ao convívio e a amizade com a família de Tarcila e Celso Gomes Alves, seus pais, eu devo lhe confessar a minha emoção inevitável porque isto me remete ao início dos anos 60, à vivência na nossa Rua São José, quando comecei a conhecê-los, a partir da amizade comum de nossas famílias. Naquele tempo, Iêda, devo lembrar Celso, Tarcila, você e suas irmãs, trazidos de Fortaleza porque ele passou a ocupar a então vistosa função de coletor federal em nossa cidade, precursora da hoje Receita Federal. Por nossa amizade, relação tão próxima como vivenciamos, conheci poucos casais que poderiam exibir, sem afetação, predicados éticos e morais como aqueles que eram marcas fundamentais de Celso Gomes e Tarcila. Com os anos, e lamentavelmente pelos falecimentos de Celso, em 04.01.1991 e de Tarcila, em 24.09.1999, você Iêda, foi se tornando esta herdeira de um afeto comum que sempre nos uniu. Vimos ainda em 1970 quando você, Iêda, concluiu seus estudos no velho Monsenhor Macedo, e casou com Cícero Roberto Sobreira de Carvalho, seu parente distante, um radialista de ótimo caráter que se mantém ativo, não obstante a aposentadoria merecida. Vimos depois o crescimento da família com os filhos que iam chegando, como Nely, de quem falávamos antes, sua primeira filha, hoje casada com Cícero Barreto, do TRE pernambucano, e que já lhes deram os netos Ana Thais e Daniel. E depois, a chegada de Celso Gomes Alves Neto que por este nome, diria até, esta legenda, carrega nisto mais que uma identificação familiar, para ser igualmente uma responsabilidade da inquestionável razão de se consagrar como homem de bem, e também a continuar pelo que se desdobrou numa genealogia que contempla mais dois netos, Pedro Henrique e Rafael. Para um orgulho justificado em família, Iêda, Celso Neto hoje é um engenheiro eletricista, do corpo técnico da Petrobrás, em Aracaju, casado com a farmacêutica Keila Alencar. Graças e louvores devem ser ditos a você, Iêda, pois sua missão de mãe e educadora se fez em casa e publicamente, como luz para os filhos que educou, desde a alfabetização aos vestibulares, e a gente que instruiu por seu serviço profissional no magistério no velho e querido Grupo Escolar Pe. Cícero. Hoje vemos você com tempo e entusiasmo para ainda dedicar-se à sua Igreja, ministra da eucaristia como se consagrou, fruto de sua religiosidade exemplar, de um grande voluntariado em nome da fé que professa e que assiste, sempre com alegria, as atividades da paróquia-Basílica. Desejo abraçá-la, Iêda, e bem assim a toda a sua família reunida neste final de ano, em torno da celebração natalina tão familiar, tão afetuosa, na antevéspera das esperanças que nutrimos por vida saudável, por paz neste mundo velho, e por um Ano Novo que nos anime com grandes conquistas e com um serviço como sua vida sempre nos inspira.    
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 29.12.2014)

UFC 60 ANOS
A Universidade Federal do Ceará foi fundada em 1954 e instalada no ano seguinte. Portanto, isto aconteceu há exatos 60 anos. A Instituição está programando para o ano que logo se inicia uma série de eventos com o objetivo de festejar esta grande data, o seu jubileu de diamante. O Jornal da UFC na sua mais recente edição assim divulga parte desta programação logo para o mês de fevereiro: “Uma exposição em comemoração dos 60 anos da UFC será replicada em todos os campi da Universidade, durante o primeiro semestre de 2015, começando por Fortaleza, a partir de fevereiro. A iniciativa irá contemplar a Região do Cariri com uma mostra sobre a relação entre os intelectuais caririenses e a Instituição de ensino. A Exposição passará pela Universidade Regional do Cariri (URCA), em maio; Universidade Federal do Cariri (UFCA), em junho; e Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, em julho.”

SECRETÁRIO DE CULTURA
Na composição do Secretariado do governador Eleito, Camilo Sobreira de Santana, o novo Secretário de Cultura do Estado do Ceará é Guilherme de Figueiredo Sampaio. Ele é originário de duas famílias muito tradicionais de Juazeiro do Norte: Sobreira e Figueiredo. Sua mãe é a educadora Aurélia Sobreira de Figueiredo, filha e neta, respectivamente, dos empresários Odilio Figueiredo e Dirceu Inácio de Figueiredo. Ele nasceu em Fortaleza, em 16 de dezembro de 1970. Educador, graduado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Adminis­tração de Recursos Humanos pela Universidade Mogi das Cruzes (SP). Vereador de Fortaleza (PT) e ex-presidente da comissão de Edu­cação, Cultura, Esporte e lazer da Câmara Municipal por três mandatos. Foi líder da Prefeita Luizianne Lins no mandato passado. Foi conselheiro municipal de Cultura e é autor do capítulo de Cultura da lei orgânica do Município, onde foi instituída a previsão constitucional de criação da secretaria, do conselho, do fundo e do sistema municipal de cultura de Fortaleza. É também autor de várias leis no campo da Cultura, entre as quais destacam-se a lei de isenção do ISS para artistas locais e a legislação de proteção do patrimônio cultural na Lei Orgânica do Mu­nicípio

sábado, 27 de dezembro de 2014



BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
099: (24.12.2014) Boa Tarde para Você, Francisco de Assis Sobreira Quintino
Quando lhe disse ontem à noite da minha imensa alegria em revê-lo, depois de várias décadas que passaram sem os nossos abraços fraternos, você me disse, quase filosofando: “Voltar é uma forma de renascer. E na volta, a gente nunca se perde...” Quem assim sentenciou, você mesmo me disse que nunca soube. Mas lhe asseguro que foi o notável José Américo de Almeida, aquele paraibano extraordinário, certamente em um destes momentos nos quais se sente que um filho pródigo retorna ao seu chão amado. Naquele instante, ao nos abraçarmos, eu estava com a edição mais recente do jornal Folha de Juazeiro, a de número 314, a tiragem deste mês de dezembro, em mais de 45 anos de existência, onde se lia na sua cabeça, “...fundado em 17.08.1969, por Jackson Pires Barbosa e Assis Sobreira”. Você estava ali, Assis, mais uma vez, na fidelidade irretocável deste jornal e no compromisso social de grande mérito, mantido a duras penas pela exemplar reverência de José Bernardo da Silva Neto e de sua mãe, Zuzinha Barbosa, e disso quase choramos juntos. Não deixa de ser um tanto melancólico ver suas edições mais recentes, tão minguadas em até somente Quatro páginas por mês, para ao lado disto sentir o conforto daquilo que é lutar bravamente para que esta terra continue tendo nele um dos seus porta-vozes. Fruto disto é encontrar na cena matutina deste dia de hoje, o Bernardo Neto, com enorme bolsa a tiracolo, amanhecendo no bairro de Santa Teresa, e distribuindo seus exemplares na mão de cada leitor, como se cada um fosse uma nova esperança no revigoramento ou na ressureição de tantos e permanentes ideias, e no fortalecimento de uma imprensa formadora de opinião.  É nesta paisagem que você, Assis, está de volta, na primeira página de um dos seus jornais e o tempo nos guardou você, e não se incomodou que daqui você tenha ido por aí, por São Paulo, por Viçosa, por Carnaíba, por Fortaleza, vencendo léguas tiranas e trabalhando firme e forte em anos sem fim. Cá o temos de volta, como herdeiro das memórias de seus pais, Edite e Amâncio Quintino, e dos seus irmãos, especialmente de Almery e do Alcely, nas graças do eterno, e a testemunho vivo de Aldemir e Célia, em Fortaleza, e de Amaury, em Russas, como parte das heranças da juventude que nos viu passar. Recebemos hoje a sua visita, no dia do seu aniversário, em data tão feliz desta nossa cristandade, para também nos dar a oportunidade de celebrar e darmos graças a Deus pelo dom de sua vida. É assim que nos cabe lembrar e reverenciar com tanto afeto todos aqueles de quem sabemos que daqui saíram e para cá voltaram um dia, nos dizendo, como você, com a alma lavada e enxaguada em tanto amor: “...quando fui embora, foi comigo o Juazeiro e tantos anos fora, mas o Juazeiro jamais saiu de dentro de mim...” Por isso, me avexei em lhe dar noticias breves destes tempos corridos, lembrando o Beco de Catarina, a saudade de tantos amigos, alguns dos quais exilados na eternidade, dos tempos da CELCA, dos velhos colégios, da praça e dos namoros, do Centro Estudantal Juazeirense, do Tibério, da AJI, daquela imprensa dos idos do Pioneiro, do Tribuna, de jornalistas e de oficinas. Parabéns, Assis, e que o dia de hoje, na mesma data em que sempre celebrávamos o dia dos seus anos, lhe reserve as gratas alegrias do reencontro com parte de sua família, com os amigos que nunca se esqueceram de você e lhe tributam um preito de afeto e gratidão, manifestando votos de um Feliz Natal e de um Ano Novo muito próspero. Seja bem vindo, Assis Sobreira, para este congraçamento tão ansiosamente aguardado e muito obrigado por parte de sua obra que aqui ficou a nos dizer que enquanto foi possível, um filho teu não fugiu à luta.
 (Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 24.12.2014)


100: (26.12.2014) Boa Tarde para Você, Aguinaldo Carlos de Sousa
Na última oportunidade em que nos encontramos, estávamos tristes pela memória dos nove anos da morte do nossos amigo Pe. Francisco Murilo Correia de Sá Barreto, e não deixamos de rememorar a grandeza moral e espiritual do amigo que perdemos. E tem sido assim, quando vez por outra, por estas lembranças, nos deixamos revelar impressões pessoais de nossa vivência pela fé que professamos, pelos missionários que admiramos, pela Igreja que vivemos. Deve ter sido impactante, também para você, Aguinaldo, este mais recente pronunciamento do Papa Francisco, diagnosticando perante a Cúria Romana, as quinze doenças que lhe parecem enfraquecer o serviço pastoral da nossa Santa e pecadora Igreja. Digo-lhe isto porque sei o quanto esta preocupação também lhe diz respeito, como receio daquilo que observamos à distância, em resposta aos escrúpulos que nos cabem na hora de duros juízos que fazemos. O Papa Francisco, como se tornou de hábito, nos surpreende ainda mais pela franqueza, pela determinação de não ser aquele morno que encontramos no capitulo 3 do Apocalipse: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.” Não é fácil reconhecer, Aguinaldo, mesmo por estes tempos de tantas surpresas, um pontífice vir à frente dos seus mais próximos para dizer que, feito o exame de consciência, quanto já seria belo pensar nesta Igreja, por sua Cúria, mas também por todos os cristãos, dioceses, comunidades, congregações, paróquias e movimentos eclesiais, em harmonia consigo próprios e com o próprio Cristo. Então, diz ele, padecemos todos, hierarquia e povo de Deus, de quinze mazelas, quantificadas sistematicamente, doenças ou tentações que até nos impedem de viver plenamente a data presente, deste grande sinal que foi o filho de Deus nascer pobre e humildemente para nos ensinar algo que corações duros insistem em não aprender. Recomendo a você, a leitura de todo este pronunciamento marcante que nos serve também para que não se estabeleça nenhuma dicotomia, nenhuma segregação ao juízo intempestivo de que somos uns, de outras doenças orgânicas e há, à margem disto, uma Igreja de ministros que sofre por outras angústias. O Papa Francisco também nos adverte, Aguinaldo, o quanto nos parece que somos suficientes a ponto de sequer fazer a sua própria autocrítica; o quanto mais nos preocupamos com o trabalho, sem tempo para ouvir a mensagem; o quanto somos homens de dura mentalidade e que se perdem sem serenidade interior; o quanto somos excessivamente pragmáticos no que planejamos e contabilizamos materialmente; o quanto nem parece, mas padecemos de uma certa diminuição progressiva das nossas faculdades espirituais, vivendo num estado de absoluta dependência de pontos de vista, muitas vezes imaginários; o quanto somos pelo excessivo valor da aparência, que nos leva a ser falsos e a viver uma falsa mística; o quanto estamos doentes e vitimados por uma vida dupla, fruto da hipocrisia e da vivencia de um progressivo vazio espiritual ao buscar em títulos o sentido de nossas vidas. É oportuna uma boa reflexão do que nos diz Francisco, Aguinaldo, especialmente para sinalizar com que indiferença reagimos à vida comunitária, pela perda da sinceridade e calor nas relações humanas; o quanto por medo ou insegurança deixamos de ser pessoas que se esforçam em cortesia, serenidade e entusiasmo; e o quanto por esta insegurança somos levados a acumular riquezas na tentativa de preencher um vazio existencial no coração, por vezes vivendo em pequenos grupos,  pelo exibicionismo da lucratividade mundana, absolutamente desonesta. Diante destas considerações de tão boa hora, espero logo reencontrá-lo para esticar esta conversa, ao tempo que a vida vai me proporcionar a agradabilíssima oportunidade de abraça-los, você Aguinaldo, Fátima e seus filhos e netos, exatamente porque, assim parece ser o plano de Deus.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 26.12.2014)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014



BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
098: (22.12.2014) Boa Tarde para Você, José Tarso Magno Teixeira da Silva
Amanhece esta segunda feira de uma quase véspera da natividade em meio a notícias de grande vexame e que compromete mais uma vez e de forma vergonhosa a casa que até poderia parecer a nossa certeza de que todo o poder emana do povo. É profundamente triste para cada um de nós, Dr. Tarso Magno, insignificantes e indefesos votantes desta comarca que não encontram mais nenhum alento para que nos derramemos em respeito cívico pela nossa representação no legislativo. Há poucos dias, embora não tenha me dirigido particularmente a vossa senhoria, eu bradei daqui para que a câmara municipal não aprovasse o tal projeto do PMAT, sob a vossa relatoria, pelos motivos que beiravam o desrespeito na instrução, a leviandade dos ajustes e a inoportunidade de se fazer algo que nos endividava em valor per capita descomunal. Não encontrei na sua conduta, Dr. Tarso, felizmente, nada que não se assemelhasse ao que se esperava de um representante que se esforçava para um mínimo de decência a ponto de honrar esta dignidade que lhe foi conferida. Mas, forças obscuras de plantão tornaram enfeada esta já triste e pobre cena do legislativo, como se isto fosse a nossa cara. Onde foi que nos distraímos para que o nosso zelo e preocupações se assemelhassem a este jogo sujo de conchavos e de negócios imundos, entre legislativo e executivo? Felizmente, e escrevo isto à altura de uma expectativa para que nada se reverta, por sua lavra e do meritíssimo doutor juiz Acelino Jácome, a tal autorização negociada no escuso das madrugadas, caiu pela evidência podre de um projeto, eivado de ilegalidades, e marcado pela omissão de seus defensores. Não bastasse esta queda que todos nós levamos, Dr. Tarso, pois isto encerra uma das muitas frustrações desta presente legislatura, a besta voltou e nos deu um grande coice para nos pregar a peça de que mais lama correu e ainda corre na velha intendência. E novamente a Câmara Municipal de Juazeiro do Norte mergulhou nos piores espaços das folhas da mídia para ser objeto de um caso policial, pois gente daí foi denunciada pelo cometimento dos crimes de ordenação de despesa não autorizada; aumento injustificado de despesa com pessoal; falsidade ideológica; uso de documento falso; associação criminosa; peculato em concurso de pessoas; crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. O que mais, Dr. Tarso, vamos ainda esperar deste poder, a partir mesmo de um ex-presidente, que chega a ser surpreendente pela ousadia, desfaçatez e irresponsabilidade? Fatos como estes trazem para dentro de nós todas as angústias da vivência de uma crise ética e moral destes novos e conturbados tempos, coisa que se abate sobre todos nós, geradora de incertezas e perplexidades, e extremamente perversa ao nos revelar a criminosa relativização de valores que nos orientam para uma melhor visão do mundo. Deixamos entre pessoas como vossa excelência, as esperanças desta pequena comunidade que desde tão antigamente, ora e trabalha, fazendo uma parte substancial que lhe cabe para prover todas as demais condições de nossa sociedade, enquanto apenas e principalmente fazemos isto, como exercício digno e honrado de nossa cidadania. Vá em frente, Dr. Tarso, propague entre outros de boa vontade o nosso desconforto, a nossa indignação, a nossa revolta, e nunca caia em tentação a ponto de nos trair, para que de tão diluído esforço ainda nos venha este lenitivo com o qual sempre tentaremos superar as nossas próprias dificuldades, custe lá o que custar.   
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 22.12.2014)



PATRIMÔNIO CULTURAL
Cabe-nos, quase diariamente, fazer uma leitura do Diário Oficial do Município. Em muitos anos, a administração se perde em rotinas do tipo: nomear, exonerar, pagar diárias, etc. Tudo necessário, não fosse o ritual de todas as edições. Por isso mesmo, vez por outra nos surpreendemos com atos que, mesmo oriundo da câmara municipal, aí são registrados na forma de Lei que o executivo sanciona, após a aprovação legislativa. É o caso desta que surge em meio a coisas mal resolvidas com respeito ao tombamento de bens materiais. Trata-se do reconhecimento de que as manifestações populares culturais denominadas “lapinhas, reisados ou folia de reis, guerreiros, bandas cabaçais, maneiro pau, dança de coco, bacamarteiros e autos natalinos”, agora são reconhecidos com patrimônio imaterial.  Vejam a Lei: LEI N.º 4412, DE 05 DE DEZEMBRO DE 2014. Declara patrimônio cultural e imaterial do povo juazeirense as manifestações populares culturais denominadas “lapinhas, reisados ou folia de reis, guerreiros, bandas cabaçais, maneiro pau, dança de coco, bacamarteiros e autos natalinos”. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará. FAÇO SABER que a CÂMARA MUNICIPAL decretou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1º – Fica declarado patrimônio cultural imaterial do povo juazeirense, as manifestações populares denominadas lapinhas, reisados ou folia de reis, guerreiros, bandas cabaçais, maneiro pau, dança de coco, bacamarteiros e autos natalinos”, amparado no art. 23, inciso III da Constituição Federal e no art. 15, incisos III e XI da Lei Orgânica Municipal de Juazeiro do Norte. Parágrafo único – Em consonância com a Lei Municipal n.º 4001, de 14 de maio de 2012, fica a Secretaria Municipal de Cultura e Romaria, através do Fundo Municipal de Cultura – FMC, autorizada a financiar projetos culturais para promoção, preservação, divulgação e execução da referida Lei. Art. 2º – Para fins do disposto nesta Lei o Poder ExecutivoMunicipal de Juazeiro do Norte, procederá os registros necessários nos livros próprios do órgão competente. Art. 3º – As despesas decorrentes desta lei, correrão por conta das dotações orçamentárias próprias ou suplementadas, se necessário. Art. 4º – A presente Lei será regulamentada por Decreto no prazo de 60 (sessenta) dias. Art. 5º – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 05 (cinco) de dezembro de 2014 (dois mil e catorze). DR. RAIMUNDO MACEDO, PREFEITO DE JUAZEIRO DO NORTE. AUTORIA: Vereadora Maria de Fátima Ferreira Torres; SUBSCRIÇÃO: Vereadora Rita de Cássia Monteiro Gomes.


AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE: PASSAGEIROS
Seguindo a nossa rotina mensal, voltamos a apresentar as tabelas usuais com as quais mostramos o desempenho do Aeroporto de Juazeiro do Norte, no contexto dos 60 aeroportos administrados e  monitorados pela Infraestrutura Aeroportuária do Brasil (Infraero). Temos procurado mostrar este desempenho entre aeroportos Internacionais e Domésticos, tanto em todo o país, como nas regiões Norte e Nordeste. Nesta edição estamos também ampliando esta visão para informar este desempenho também com relação ao terminal de cargas, cuja expressão pode ser vista nas tabelas de números 9a a 15, com as mesmas segregações (todos os aeroportos, apenas os domésticos ou os domésticos do interior, e isto tudo, para Brasil e regiões Norte/Nordeste. Com relação a passageiros, o que vem sendo objeto mais antigo de nossas séries, sempre baseadas nos dados oficiais publicadas pela Infraero, o aeroporto continua mantendo as suas posições relativas de desempenho, como consta das tabelas 7a e 7b. Na prática, em razão de alguma sazonalidade e da retirada de um vôo para Recife, o movimento de passageiros no terminal sofreu pequeno declínio em Novembro, passando de 36.013 para 32.863 passageiros embarcados e desembarcados, respectivamente nos meses de outubro e novembro. Isto decorreu principalmente porque estas operações tinham envolvido em outubro um número de pousos e decolagens da ordem de 669, reduzindo-se em novembro para 583. Como consequência, a redução foi de 3.150 passageiros em 86 operações de pouso e decolagem, com uma utilização frustrada da ordem de 37 passageiros por operação. No tocante a cargas, como esta é nossa primeira abordagem, as tabelas mostram que o mais expressivo desempenho do nosso terminal está no concerto de todos os aeroportos domésticos do interior do Brasil, em número de 16, o nosso ocupa a sétima posição, tendo carregado e descarregado o equivalente a 67.412 quilos de carga no mês de novembro, e já acumulando um total de 755.994 quilos durante este ano de 2014. Por ser a primeira abordagem, deixamos de apresentar a série histórica, remissiva aos últimos 12 meses e daqui por diante vamos acumulando informações para uma melhor avaliação. Contudo, convém verificar que comparando desempenhos de transporte de passageiros e transporte de carga, o Aeroporto de Juazeiro do Norte continua sendo um grande desafio para o poder público e para a administradora Infraero, no sentido de um trabalho mais efetivo quanto a ampliação e demais melhorias que o terminal necessita apresentar aos seus usuários. Uma destas questões é a ampliação do pátio de estacionamento, muito reduzido para todas as necessidades presentes. A outra, assim nos parece, pode vir a mais longo prazo com a decisão do governo em realizar a ligação rodoviária de Juazeiro do Norte-Missão Velha, bem como um redesenho do anel viário da cidade, para que ele possa contemplar a região do aeroporto, Leandro Bezerra, Betolândia, Tiradentes, Campo Alegre, Cidade Universitária e Lagoa Seca. Vejam os dados, em todas estas tabelas e tirem suas conclusões.