sábado, 16 de dezembro de 2017














BOM DIA!
LOURIVAL MARQUES, SEU CRIADO, OBRIGADO!
(XXV) Oh... Ópera! (8ª. Parte)
Por Renato Casimiro
Contrariando o que havia dito o colunista Catão, de Luta Democrática (RJ), Dona Mag realmente respondeu a Lourival Marques, usando seu espaço, na sua coluna no Diário de Notícias, edição de 04.12.1958. Ao que parece, não reclamou o direito de resposta, junto ao Diário Carioca, procurando minimizar a repercussão, assim me pareceu. Eis aqui seus comentários, sem qualquer novidade sobre sua argumentação, já manifestada em diversas colunas anteriores e objeto das respostas de Lourival Marques. Transcrevo-as. “A ENTREVISTA – Não me surpreenderam os termos da entrevista concedida a um matutino pelo Sr. Lourival Marques a propósito dos comentários desta cronista ao seu programa “Oh... Ópera!”, transmitido pela Rádio Nacional. Transparece na citada entrevista o mesmo estilo boçal da produção radiofônica e, sob outro aspecto, pode ser visto na diatribe um repugnante retrato moral do Sr. Lourival Marques. Não possuindo cultura suficiente para produzir um programa operístico, nem mesmo sob a forma de sátira musical, seria mesmo de esperar-se que o Sr. Lourival Marques só soubesse debater o assunto fora do terreno da erudição, servindo-se das armas torpes da calunia, que são as armas da covardia e da ignorância. Qualquer pessoa sensata, lendo a entrevista, chegará a essa conclusão. O cronista Catão da “Luta Democrática”, analisando a entrevista do Sr. Lourival Marques, escreveu ontem no seu jornal: “O produtor da Rádio Nacional, inconformado com as críticas dirigidas ao seu programa, apelou para a ignorância e respondeu aos comentários de Mag com acusações que envergonham a qualquer homem decente”. E acrescentou: “Toda a crítica especializada sofreu com a afronta recebida pela colega, e, nesta oportunidade, estou inteiramente ao lado de Mag”. Assim, o sr. Lourival Marques ficará sozinho a remoer este triste incidente que restará, apenas, como mancha negra na sua inexpressiva carreira radiofônica. O PROGRAMA – Como é do conhecimento dos leitores, a Rádio Nacional lançou recentemente o programa intitulado “Oh... Ópera!”, produção do Sr. Lourival Marques. Possui o programa valorosos recursos artísticos como um grupo de bons cantores populares. Ótima orquestra, excelentes orquestradores e maestros. Com tais elementos, poderia o Sr. Lourival Marques apresentar um programa popular de agrado geral, sem recorrer, como o faz, a deturpações de textos históricos e literários, numa pretendida sátira a um gênero musical consagrado, isto é, o operístico. Entre outros resumos escritos pelo Sr. Lourival Marques para o programa “Oh... Ópera!” já criticados nesta coluna, limito-me agora a citar um pequeno trecho: “Iracema, a virgem dos lábios de mel, toma banho na mata quando à sua frente surge o guerreiro branco. Iracema supõe que ele é do Texas, pensa que ele é o famoso Caramuru, mas o guerreiro se irrita. “Não uso nome de fogos de São João”, diz ele. Acalmado o receio da virgem, Martim vai ao encontro de Araken, cacique tabajara e pai de Iracema”. Como verificam os leitores, isso não é sátira de coisa nenhuma. Trata-se de criminoso atentado a um episódio que as crianças estudam nos colégios. CONCLUSÃO – Apesar da longa, desaforada e inconsistente entrevista do Sr. Lourival Marques, não caíram por terra os meus argumentos contra o seu programa, que são apenas os seguintes: 1º - O título do programa (ópera) não corresponde ao material irradiado (“script” e partitura); 2º - Sendo o programa uma contrafacção de uma obra musical consagrada (ópera), considero a respectiva transmissão imprópria para a Rádio Nacional, emissora que pertence ao Governo e que deve cumprir os objetivos culturais e educativos da radiodifusão no Brasil, não aceitando “scripts” de má qualidade literária e artística.” A esses termos, Lourival Marques não mais se refere e não ocupou mais qualquer espaço de imprensa escrita para completar o seu posicionamento. Embora a esse fim de conversa a questão tenha sido assumido pelo jornalista da Luta Democrática, ele também provocará o aborrecimento de um grande amigo e colaborador de Lourival que, enfim, também entrará na questão para ir em defesa do amigo. Trata-se de Nestor de Holanda que será objeto de alguns textos a seguir. No mais, a questão parece ter sido esclarecida no sentido do que se firmou, por a colunista do Diário de Notícias se precipitou ao analisar o programa, antes de conhece-lo, e além do mais, havia contra si algumas questões expostas por Lourival e que envolvia a sua conduta administrativa e a antipatia pessoal pelo produtor. Nesse clima, de fato, eclodiu a crise que se revelou. (Continua na 9ª. Parte)

Na Foto: Lourival Marques (Rádio Nacional, 1954)













BOM DIA!
LOURIVAL MARQUES, SEU CRIADO, OBRIGADO! (XXV)
Oh... Ópera! (9ª. Parte)
Por Renato Casimiro
O artigo de Catão, no Luta Democrática, de 04.12.1958, fazia menção ao envolvimento pessoal e crítico do jornalista Nestor de Holanda (Cavalcanti Neto), um conhecido jornalista pernambucano, nascido em Vitória de Santo Antão, em 01.12.1921 e que faleceu precocemente no Rio de janeiro, em 14.11.1970. Nestor era grande amigo e admirador de Lourival, com o qual partilhou muitos projetos na Rádio Nacional e também em empreendimentos fora dali, mas relacionado ao rádio. Além de jornalista, um escritor muito farto, e de produção muito extensa, em teatro, jornais, livros, etc. O que encontro de Nestor de Holanda está no Diário Carioca de 16.12.1958, na sua coluna diária, Rádio e Tv. Não encontrei algo de Nestor que fosse imediatamente após a publicação nesse mesmo Diário Carioca, próximo da resposta de Lourival. Então completando esse quadro das críticas ao “Oh... Ópera”, vamos transcrever o que diz Nestor, para não deixar uma “ponta solta” nesse painel que foi construído pelas aleivosias de dona Magdala. “Está rolando por aí encrenca danada. Claro que o leitor que tem mais o que fazer não toma conhecimento desses bate-fundos. Mas a verdade é que o produtor Lourival Marques e a bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira só não se mataram ainda porque sabem que existe o 121 do Código Penal, invenção de utilidade Pública, que tem zelado pela existência de muitos (e, modéstia a parte estou entre esses muitos. Outro comentarista de assunto de rádio não sei porque entrou na questão. A “Radiolândia” publicou declaração do Lourival, já divulgadas pelo DC. A bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira escreveu artigo, dizendo que o produtor da Rádio Nacional se serviu de “armas da covardia e da ignorância”. Lourival enviou à bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira cópia de reportagem assinada por Eustórgio Cunha, na revista “Cartaz do Rádio”, na qual a bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira fôra acusada de desvios de verbas e “otras cositas más” no tempo em que era diretora da Roquete Pinto. E, o pau está comendo solto. Tudo começou porque a bondosa senhora dona Magdala da gama Oliveira, que faz (ou pensa que faz) crítica de televisão e rádio no “Diário de Notícias” e se assina “Mag”, arrasou o programa “Oh...Ópera” antes de ouvir a coisa. Depois, não satisfeita, continuou atacando a produção de Lourival Marques, impiedosamente, menos porque – segundo provou o atacado – é cacoete da bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira, xingar a Nacional, seus filhos, pais, outros parentes, afins, descendentes e ascendentes. E Lourival, não tendo como se defender concedeu a entrevista ao DC. Agora, o autor de programas (de bons programas) da E-8 na carta que endereçou à bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira deixou o comentarista que entrou na briga definitivamente envolvido. Disse ele: “Quanto ao cronista que tomou a sua defesa creio que a senhora terá razões de sobra para ficar zangada com o rapaz. Diz ele que eu a chamei de “tarada” (a palavra está lá). Ora, eu nem a ofendi com esse termo nem fiz sequer, quaisquer insinuações a tal respeito. Não seria melhor esclarecer esse detalhe, também publicamente? Acho que o cronista deixou-a em má situação.” Mas, quanto a isso, minha impressão é de que Lourival Marques se enganou. O comentarista não defendeu a bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira. Em primeiro lugar, nunca vi alguém defender usando aquele qualificativo. Em segundo lugar, o comentarista votou no concurso da “Radiolândia”, integrando a comissão dos “Maiores do Rádio”. Como se sabe foi convencionado esse pleito, que todas as decisões seriam unânimes. Os resultadores diziam: “Maior produtor – Lourival Marques, pelo seu cada vez melhor “Oh...Ópera”. Maior orquestrador – Léo Peracchi, fazendo os arranjos e conduzindo a orquestra do “Oh...Ópera”. Em outras palavras, isso quer dizer que o comentarista em questão e toda a crítica especializada estão contra a bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira, em seus ataques sistemáticos ao “Oh...Ópera”. E, evidentemente, hipotecaram solidariedade ao Lourival (Nestor de Holanda). Então, em palavras finais, diz Nestor de Holanda que o ano de 1958 se encerrou com a escolha dos melhores, por críticos de rádio e tv, a exemplo do que já vinha acontecendo desde 1954, Lourival foi escolhido como um dos melhores. Isso era, pelo menos para mim, a confirmação do que doze anos antes já preconizava outro grande crítico de rádio, o jornalista Alziro Zarus, nas páginas do jornal A noite, de 10.09.1946: “Há dias, focalizei aqui a obra de um dos novos autores de programas do rádio carioca: Lourival Marques. Esse moço, pertencente ao “cast” da Rádio Globo, é, realmente uma esperança em marcha. Tem feito o suficiente para merecer o estímulo da crítica, num “broadcasting” cujo lema, para a maioria, é FAMA E PREGUIÇA... Não lhe fiz, portanto, nenhum favor. Entretanto, o jovem “producer” da PRE-3 acaba de enviar-me a carta seguinte: “Ilmo. Sr. cronista radiofônico de A NOITE. Embora atrasado, quero agradecer suas referências a mim e a alguns programas que tenho tentado fazer aqui na Rádio Globo. Na verdade, tais audições estão abaixo da crítica, e não vale a pena atribuir a este ou àquele motivo o fato de não atingirem o fim desejado. Naturalmente, na sua coluna, preferiu não fazer restrições, levando em conta que sou um dos novos e, além de tudo, luto contra umas tantas barreiras. Por isso mesmo é que tomei suas palavras como um valioso estímulo. Renovo aqui, o meu “muito obrigado”. Lourival Marques”. Ora, em dez anos de crônica de rádio, tenho notado que a displicência é a característica dos asteroides do éter. A vaidade não lhes permite agradecer coisa alguma. Seu valor é imenso, e o crítico tem mesmo de lhes prestar vassalagem... De modo que, para encurtar razões, esse Lourival Marques é uma “avis rara” na Parvônia sonora da Radiolândia carioca... (Alziro Zarur). (Continua na 10ª. Parte)

(Na Foto: Lourival Marques, com sua esposa Luci Landim e dois filhos, 1955)













BOM DIA!
LOURIVAL MARQUES, SEU CRIADO, OBRIGADO! (XXV)
Oh... Ópera! (10ª. Parte)
Por Renato Casimiro
A menção de Nestor de Holanda por nós transcrita, anteriormente, segundo a qual Lourival enviara à “bondosa senhora dona Magdala da Gama Oliveira” cópia de reportagem assinada por Eustórgio Cunha, na revista “Cartaz do Rádio”, na ela fôra acusada de desvios de verbas e “otras cositas más” no tempo em que era diretora da Roquete Pinto, nos permite um retorno aos argumentos de Nestor. Não encontramos o texto inserido na revista em questão, por sinal, periódico que foi fundado por Lourival e do qual ainda voltaremos a nos referir. Mas, em maio de 1959, muito próximo ainda da querela havida com Lourival, dona Mag volta às colunas de arte, rádio e tv, para ser referida com a sua demissão do serviço público, pelo motivo que se descreve sem maiores detalhes, nesse texto de Nestor de Holanda. “TELEGRAMA - Não costumo dar atenção a todas as cartas que me enviam sobre assuntos focalizados por esta coluna. O leitor bem intencionado se identifica. Manda o endereço certo, embora, às vezes, peça que seu nome seja omitido na publicação, o que é absolutamente respeitado. As cartas sem remetentes vão para a cesta. E ganham o mesmo destino as que fazem acusações sem provas. Assim, recebi várias cartas sobre a demissão da sra. Maria Magdala da Gama Oliveira, da Escola de Bailados do Teatro Municipal. Traziam acusações violentas à ex-violinista. Outras encerravam ofensas graves. Joguei-as fora. O assunto não é meu. Além disso, não estou aqui para servir de inocente útil às vinganças alheias. E, sobretudo, os signatários não se identificaram devidamente. Hoje, porém, recebi telegrama sensibilizador, que me envaideceu, que me transformou em homem cada vez mais convencido de que a opinião pública sabe da força que representa a lisura que é cumeeira desta seção. Eis o texto do honroso telegrama: “Peço ter maior noção de ética jornalística, abstendo-se de comentar minha demissão da direção da Escola de Bailados do Teatro Municipal. Qualquer comentário em sua apagada e inexpressiva coluna, a soldo do partido político situacionista, receberá o troco de ação judiciária. (a) Maria Magdala da Gama Oliveira.” “Obrigado dona Mag.” E continua Nestor de Holanda: “Li os motivos da demissão da diretora, numa coluna de “O Jornal TV”, intitulada “Ballet em foco” e assinada por Evelyne G. Perlov. A história ali contada era até das mais honrosas para a ex-coleguinha do Nicolau (Paganini). Por se tratar de elemento ligado ao rádio, talvez lhe fizesse aqui um elogio. Mas, pelo telegrama que recebi, estou proibido de comentara demissão, sob pena de receber o troco de ação judiciária... Somente por isso não louvo a atitude da ex-diretora da Escola de Bailados. Quanto “ao partido político situacionista” que, no dizer do telegrama, paga a esta coluna, ainda não descobri qual, porque não sei bem qual o dono da situação: o PSD do presidente ou o PTB do Vice? O PSP do prefeito de São Paulo ou a UDN da demitida da Escola de Bailados? Se é algum desses, está atrasado, em muitos anos, no soldo que me deve. Preciso saber, com urgência, qual o partido e a quem cobrar... Se isso não é verdade, Dona Mag. Acaba de caluniar (art. 138), de difamar (art. 139), e de injuriar (art. 140) profissional da imprensa e jornal, ambas honradas e acreditadas pela opinião pública. Tenho a grande esperança, porém, de acabar descobrindo que o telegrama não é da autoria de D. Magdala da Gama. Deve ser obra de seus inimigos, tentando comentários contra a ilustre rabequista. Esta coluna, de fato, sai apagada, às vezes, pois nem sempre a impressão é boa. Por que, então, o pavor antecipado de comentário que não seria aqui inserido? Muito obrigado, mais uma vez! No caso de o telegrama ser mesmo de D. Mag., jamais vi coisa tão estapafúrdia em toda a minha vida. Só se justifica porque, segundo me disseram, a infância volta depois de certo tempo. E, embora a velhice não seja feia, embora seja linda e dignificante, há velhices feias... Finalmente, continuo duvidando de que D. Mag., depois de me caluniar, injuriar e difamar, intentasse ação judiciária. Ela não é de mandar meirinho à casa de ninguém. Tanto prova que certa vez, o repórter Eustórgio Cunha publicou provas de desvio de verbas da Prefeitura, isto há oito anos atrás, quando ela dirigia a Rádio Roquete Pinto, e não aconteceu nada. Lourival Marques, recentemente, lhe fez sérias acusações e não foi processado. Como iria, portanto, me acionar se meu comentário sobre sua demissão seria elogioso, e se jamais tive intenção de ofender à veneranda senhora?” (Nestor de Holanda, Diário Carioca, 12.05.1959).

Na Foto: Lourival Marques, na Rádio Nacional, entre músicos da orquestra, 1954)











BOM DIA!
LOURIVAL MARQUES, SEU CRIADO, OBRIGADO! (XXV)
Oh... Ópera! (11ª. Parte/Final)
Por Renato Casimiro
O “Oh...Ópera” não teve vida muito longa. Talvez apenas entre a sua estreia, em 23.09.1958 e 21.04.1959 (o que me pareceu ser a última audição, a confirmar). São essas as duas datas que se encontra nas noticias da imprensa carioca. Mas certamente, pelos títulos dos programas, bem se vê o grande esforço de Lourival Marques para recontar capítulos memoráveis da construção de grandes obras, de grandes vultos, de grandes episódios, objeto de obras extraordinárias, tanto de ficção como da história. O programa, como mencionamos desde o início, foi apresentado em primeira audição no dia 23.09.1958. Em 1959, “Oh... Ópera!”, passada a temporada de má reputação, continuou no ar, talvez até o final de abril. Dificuldades na pesquisa não permitiram localizar com precisão o término da temporada. Conseguimos identificar 16 dos 31 programas, dentre os espetáculos, programas que foram ao ar, nas suas respectivas datas, a seguir nomeados: 23.09.1958: A Bela Adormecida (Estreia); 30.09.1958: Helena de Troia; 21.10.1958: Romeu e Julieta; 28.10.1958: Colombo; 11.11.1958: Cleópatra; 18.11.1958: O Belo e a Fera; 25.11.1958: Sansão e Dalila; 16.12.1958: Tristão e Isolda; 06.01.1959: Madama Maria, o amor de Lampião; 13.01.1959: Um Ianque na Corte do Rei Chaveco; 20.01.1959: Príncipe Ígor; 27.01.1959: O Descobrimento do Brasil; 03.02.1959: Dom Quixote; 17.02.1959: Chapeuzinho Vermelho; 03.03.1959: Os 12 Trabalhos de Hércules; 24.03.1959: Carlota Joaquina; 21.04.1959: O Conde de Monte Cristo. Não encontramos precisão nas datas em que teriam sido levadas ao ar os seguintes programas: Príncipe Igor; Iracema; Otelo; O Barbeiro de Sevilha. Portanto, além desses nomeados, devem ter ficado de fora, pela duração da temporada, cerca de 11 outros espetáculos. Durante as suas apresentações, a Rádio Nacional enviava para a imprensa, especialmente os colunistas de jornais, da área de rádio e tv, uma súmula do programa que contemplava o seu título específico dentro da série “Oh... Ópera”, um pequeno texto sobre o argumento, a relação de pessoal envolvido e demais detalhes técnicos. No geral, a maior parte das divulgações se fazia apenas com os dados técnicos, sem o sumário do argumento. Algumas referências foram recuperadas e são transcritas a seguir: 1) “Oh, Ópera” em sua audição de hoje, pela PRE-8, apresentará a produção de Lourival Marques, com orquestração do maestro Léo Peracchi, “Helena de Troia”, cujo resumo é o seguinte: “O rei Príamo e a rainha Hécuba resolveram mandar seu filho Páris (Paris, para os íntimos), como embaixador de Esparta junto a Menelau, rei de Tróia. Fascinado pela beleza de Helena, esposa de Menelau, Páris procede deslealmente, seduzindo-a. Quando Menelau volta de uma viagem (e ele estava sempre viajando) descobre a maroteira... Helena havia fugido em companhia do jovem embaixador. É a passagem mais comovente da ópera, quando, então, ele canta a célebre ária “Eu ontem cheguei em casa, Helena, te procurei e não te encontrei...", etc. Diante dos fatos, só resta ao soberano ofendido um caminho: a guerra. Todos os reis gregos a ele se aliam e, enquanto o diabo esfrega um olho, eles sitiam Tróia. Fizeram, nos arredores, uma aterrissagem forçada (cavalo de pau) e acabaram entrando na cidade, onde exterminaram até o último dos troianos. Infelizmente não há “happy end” nesta história e emocionante narrativa. Os papeis dessa apresentação de “Oh, Ópera!” estarão assim distribuidos: Lenita Bruno (Helena de Tróia), Gilberto Milfont (Páris), Nuno Roland (Menelau), Zezé Gonzaga (Hécuba), Abelardo Magalhães (Príamo) e, em outros papéis: Albertinho Fortuna, Arací Costa, Hélio Paiva, Jamelão, Cleide Moura, Consuelo e o Grande Côro dos Troianos, dirigido por Carlos Monteiro de Souza.” 2) “Lourival Marques apresentou “Principe Igor”, recentemente, em seu “Oh... Ópera”, baseado num velho poema russo. A direção foi do próprio Lourival Marques e a direção musical esteve a cargo de Léo Peracchi. Aurélio de Andrade foi narrador. O elenco foi o seguinte: Helio Paiva, Lenita Bruno, Gilberto Milfont, Cosme Teixeira, Marly Cardoso, Luis Bandeira, Galvez Morales, Carlinhos, Francisco Monteiro (cantor juazeirense, por sinal), Pedrinho Zaza Gonzabor, Venilton Santos, Albertinho Fortuna, Zezé Gonzaga e Consuelo Leandro, e coro dirigido por Carlos Monteiro de Souza.” 3) Hoje: “Oh...Ópera!” – O programa “Oh...Ópera!”, hoje, da Rádio Nacional, apresentará uma sátira de “Carlota Joaquina”, original de Lourival Marques com orquestrações de Lirio Panicalli e regência do maestro Leo Peracchi. Participarão do programa de hoje, além de Grande Coral, os seguintes artistas: Zezé Gonzaga, Hélio Paiva, Rui Rey, Cosme Teixeira, Venilton Santos, Consuelo Sierra, Marli Cardoso, Luis bandeira, Nuno Roland, Carlos M. Sousa, Francisco Monteiro e Romeu Fernandes. A narração é de Aurélio de Andrade. 4) Revendo a cotação de programas de rádio, expediente habitual de informação ao ouvinte, encontramos em Radiolândia Sobre o Programa “Oh... Ópera” de 03.03.1959, um dos últimos erem apresentados, a crítica favorável, com os seguintes comentários: “Neste dia, “Oh...Ópera!” contava a história dos 12 trabalhos de Hércules. O tom jocoso e brincalhão, a participação de cantores e cantoras – dos melhores da Nacional – interpretando paródias ilustrativas da história em foco, os arranjos bem-humorados (nesse dia, se não nos enganamos, de Lírio Panicali) não impediam que o público tomasse conhecimento de uma lenda da “mitologia grega”, narrada corretamente no seu essencial. O programa divertia, e ensinava, sim. Sem querer, rindo e achando graça, o público tomou conhecimento das maldades do irmão de Hércules, que temeroso de sua força o fez lançar-se em 12 ousadas tarefas, enfrentando a Hidra de Lerna, o Leão de Neméia, etc e tal. Portanto, um bom programa, dos que instruem e divertem. Realização maiúscula da E-8. Cotação: 8 (oito).”

Na escolha dos Melhores do Rádio em 1959, realizada na Associação Brasileira do Rádio (ABR), quando se reuniram 26 cronistas de rádio e tv, Lourival Marques foi novamente, como em anos anteriores, exceto o de 1958, pelo que já foi comentado, escolhido o melhor produtor, com votos de 18 membros do júri. Um escore alto, pois o mais votado nesse certame foi o humorista Antonio Carlos (pai da atriz Glória Pires), com 22 votos de 26 membros. (Fim). 

Na Foto: Parte do elenco do programa “Oh... Ópera: Jamelão, Gilberto Milfont, Nuno Roland, Lenita Bruno, Zezé Gonzaga e Aracy Costa, 1958)
















BOM DIA!
LOURIVAL MARQUES, SEU CRIADO, OBRIGADO!
(XXVI) Rádio Nacional: Como contar uma História
que se perdeu. (1ª. Parte)
Por Renato Casimiro
Lourival Marques de Melo ingressou na Rádio Nacional em 1949. Antes disso ele havia passado pelas seguintes emissoras: Ceará Rádio Clube, Fortaleza; Rádio Baré, Manaus; Rádios Tupi, Globo e Mayrink Veiga, as três do Rio de Janeiro. Já firmei aqui que prefiro trancrever depoimentos e fontes primárias para não correr o risco de deturpar, mesmo que a minha narrativa o faça minimamente, a inteireza dos acontecidos, em fidelidade ao que necessitamos conhecer. Tenho tido muita sorte no tocante a textos que refiram, particularmente a Lourival Marques, enquanto grande executivo e homem de criação e produção da emissora, nos jornais da época. Contudo, li recentemente dois livros, artigos, dissertações e teses acadêmicas e fiquei particularmente intrigado porque a riqueza da produção de Lourival Marques, especialmente nos anos 40 e 50, estando em muitos jornais, não chegou com sinceridade a estes livros, artigos e puyblicações acadêmicas. Não entro em detalhes para referir as grandes omissões desses últimos. Assim, optei por transcrever nesse capítulo, com o propósito de ter uma avaliação do que foi a Rádio Nacional, enquanto Lourival ali trabalhou, o texto elaborado pela jornalista Mirian Alencar (Jornal do Brasil, (RJ), edição de 22.08.1976, como a seguir: “Na fase áurea do rádio no Brasio – décadas de 40 e 50 – ainda está viva na memória de muitos e pode ser recordada por produtores, locutores, artistas, pessoal técnico, que ajudaram a fazê-la. Mas quase que só recordada. Documentalmente, grande parte dessa história – apesar de recente – está perdida. Que o diga o produtor Lourival Marques, responsável pelo programa 40 anos de Rádio Nacional, iniciativa da atual direção da emissora e apresentado todas as segundas feiras, com reprise no domingo seguinte. O programa é rico em depoimentos, mas tem que contentar-se com uma precária documentação – o importante acervo da Rádio Naciona perdeu-se, dispersou-se pelos anos afora, num processo que acompanhou o próprio declínio de uma fórmula radiofônica que teve naquela emissora seu grande modelo. A direção da Rádio Nacional tenta recompor, em parte, aquele acervo. Mas como reconstituir os discos de Alma de Vidro, os Instantâneos Sonoros, de Almirante, os prefixos de Um Milhão de melodias, do Almanaque Kolynos? Alguns de seus jingles famosos como “Só Esso dá ao seu carro o máximo”, ou aquele do Nescafé, “Agora é fácil beber um bom café...”, ou ainda o que dizia que “Coca-Cola faz um bem...” Lourival Marques perdeu a conta dosjingles que fez, mas tem na memória as 21 novelas que escreveu, entre elas Quando Morre o Dia, Almas Selvagens, Três Homens Sem Medo e Frank e Maria. Seu Criado, Obrigado, outra criação sua, ficou no ar durante 20 anos, e só acabou quando morreu seu apresentador, César Ladeira, enquanto o Calendário Kolynos, transmitido em horário especial, às 20h 30min, após o Repórter Esso, foi ouvido durante 15 anos consecutivos. Nos seus 26 anos de Rádio nacional, Lourival Marques é um pouco da própria história da Rádio, que já teve um dos mais valiosos arquivos radiofônicos do Brasil. Ninguém melhor do que Lourival Marques para recompor os 40 anos da emissora, tarefa que não tem sido fácil, como ele explica: - A idéia de mostrar os 40 anos de Rádio nacional é excelente e partiu da direção atual da emissora. Nessa história, há coisas pitorescas e inesquecíveis e os exemplos são muitos: como a primeira novela de sucesso apresentada no rádio, Em Busca da Felicidade, que ficou no ar durante três anos. Nela, Amaral Gurgel fazia o papel de um médico, e se identificou tanto com o público que era procurado diariamente na emissora para dar consultas. As vezes, para se livrar, ele se arriscava a indicar um remediozinho caseiro e inócuo. O Saint´Clair Lopes tamvbém teve sérios problemas por seu famoso personagem O Sombra. O Almirante quando fez pela primeira vez um programa folclórico, pedia aos ouvintes que mandassem pregões de todo o Brasil, e citava exemplo dos pregões do Rio. Um dia, recebeu um pregão de ferro, de verdade. Mas o forte do programa são depoimentos de pessoas que ajudaram a construir a casa, como Paulo Tapajós, Haroldo Barbosa, Amaral Gurgel, Floriano Faissal, José Mauro, cada um na sua especialidade, ou então, falando sobre os companheiros já desaparecidos. Além da intenção de mostrar a história da Rádio Nacional, que irá ao ar até o dia 31 de dezembro, existe a de reconstituir um acervo que foi quase que totalmente destruído. Essa é a parte mais dramática e mais difícil para Lourival Marques, que procura explicar por que se perdeu o arquivo da Rádio: “- A partir de 1940 (a Rádio foi fundada em 1936, os programas passaram a ser gravados em discos para serem arquivados ou repetidos. Isso não acontecia com nenhuma emissora. Eram discos de 16 polegadas com alma de vidro (a alma – hoje de alumínio – recebia por cima o acetato), verdadeiras preciosidades que não podem ser reconstituídas em nenhuma hipótese, que começaram a ser “arquivados” numa determinada época, nos banheiros da emissora. Como a alma de vidro era quebrável, eles se perderam integralmente. Entre esses discos, estava uma série extraordinária – a do programa Instantâneos Sonoros do Brasil, feito por Almirante e que condensava o que havia de melhor no verdadeiro folclore brasileiro. Os poucos discos que existem hoje são de 1947 em diante, de pouco valor. “ (Continua na 2ª. Parte)

Na Foto: Edifício A Noite, Rádio Nacional, Rio de Janeiro)

BOM DIA!
LOURIVAL MARQUES, SEU CRIADO, OBRIGADO!
(XXVI) Rádio Nacional: Como contar uma História
que se perdeu. (2ª. Parte)
Por Renato Casimiro
Continuando o depoimento de Lourival Marques de Melo, ex-integrante do cast e da administração da Rádio Nacional, à jornalista Mirian Alencar (Jornal do Brasil, (RJ), edição de 22.08.1976, prosseguimos com a transcrição: “Conta Lourival Marques que há cerca de 10 anos (1966) a Nacional começou a fazer um museu, um embrião bem valioso. Tudo desapareceu, ninguém sabe como. Entre as peças que integrariam o museu estavam a primeira válvula do transmissor da Rádio; os primeiros programas com artistas que já não vivem mais; a primeira revista interna, feita em papel couché, com muita categoria, que era distribuída para o mundo inteiro; objetos de sonoplastia; livros de impressões de visitantes ilustres e discos. Uma parte desse acervo foi doado ao Museu da Imagem e do Som. Essa doação incluiu mais de 100 mil partituras originais de Radamés Gnatalli, Lírio Panicalli, Leo Peracchi e outros maestros; e a discoteca com todos os discos de 78 rpm, contendo talvez a mais completa e mais valiosa coleção de jazz existente no Brasil, pacientemente organizada por Haroldo Barbosa. A propósito, o Jornal do Brasil publicava em 04.09.1975, sob o título Acervo do MIS corre perigo, o seguinte: “Para tentar salvar ao menos a terça parte das 100 mil partituras do acervo musical da Rádio Nacional que foram doadas ao MIS em 1972, e desde então estão apodrecendo em salas úmidas do prédio vizinho, a diretora da Fundação Estadual de Museus do Rio de Janeiro, Sra. Neuza Fernandes, vai convocar técnicos em restauração, antes que seja tarde.”Mas isso é apenas uma parte, e Lourival Marques é enfático: “- A Rádio Nacional não tem mais acervo artístico, que acredito foi até um dos mais importantes do mundo, já que a Rádio chegou a fazer programas com a participação de até 100 elementos. O material de 1950 para cá está salvo. Isso porque descobrimos, por acaso, vários discos guardados no depósito da torre transmissora, em Parada de Lucas. Entre o que se perdeu está a gravação original do prefixo da Rádio nacional, o famoso Luar do Sertão, tocado em xilofone. Tivemos que regravá-lo para o programa dos 40 anos, há poucos dias. Também não existem mais os conhecidos prefixos do Repórter Esso, dos programas Um Milhão de Melodias, Rádio-Almanaque Kolynos, entre outros. Só para se er uma idéia, tambémhá dias regravamos com Saint Clair Lopes aquela famosa frase do Sombra, que também não existe mais: “Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos? O Sombra sabe.” A Rádio Nacional chegou a ter no ar 14 novelas por dia, por volta de 1945(cerca de 150 novelas por ano). A maioria se perdeu. De 1936 a 1959, não temos nada. Se ainda temos gravações de Celso Guimarães, que foi o maior galã de novelas, é material muito recente, não do período áureo.” Outro exemplo citado por Lourival Marques é o da novela O Direito de Nascer. “- A adaptação feita pela Nacional foi tão boa que seu autor, o cubano Felix Cagnet, pediu-a. Considerou a adaptação muito melhor que o original. A gravação da novela não existe mais. A Rádio Nacional foi a emissoraa emissora que ditou a forma de fazer grandes programas, inclusive divulgando a música erudita em programas que duraram anos, como Festival GE. Infelizmente, as novelas não podem ser reapresentadas nesse programa dos 40 anos. Alguns dos autores tem seus scripts. O que ficou na nacional foi destruido pelo cupim, pelas traças, pelas baratas e pelos ratos. A nacional tinha coisas fantásticas, como seus estúdios. Basta dizer que o estúdio principal era separado do auditório por três gigantescos vidros importados da Tcheco-Eslováquia. Esses vidros vieram acompanhados por um engenheiro da fábrica. Ao ver que eles tinham que subir 22 andares, o engenheiro não se responsabilizou pelo que acontecesse. Eles levarammais de um mês para chegarem, pelo lado de fora, até o 22º andar. Os três vidros eram móveis: subiam ou desciam mecanicamente. Um dia, no final da década de 50, alguém esqueceu um banco justamente no local onde eles baixavam. Na hora que isso aconteceu, o vidro do meio partiu-se contra o banco. E nunca mais pode ser reconstituido ou colocado outro. São coisas inestimáveis. Para a parte de sonoplastia (ruidos e sons), foi montada uma casa de verdade, com tanque, torneiras, e tudo que pudesse representar um ruido real. Essa casa era uma perfeição. Hojepouco resta do que foi.” Dentro de todo esse quadro, um aspecto atinge diretamente Lourival marques. Um estudioso, voltado permanentemente para a pesquisa, livros, ele tinha um arquivo pessoal, feirto à sua custa, com 50 mil letras de músicas fichadas; 5mil vozes gravadas, incluindo as de Florence Nightingale, Thomas Edison, John Kennedy fazendo seu discurso de posse na Presidência dos Estados Unidos, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart; mais de 40 mil anedotas e piadas fichadas; e uma biblioteca especializada com 6 mil volumes. “Cerca da metade desse material foi destruida por sucessivas mudanças de local, dentro da própria emissora e, ultimamente, por goteiras de chuva. O último lugar onde os livros estiveram era o da amtiga boate da Ráio, no 23º andar. O que se salvou, levei para casa ou para a TV Educativa, onde também trabalho. De forma geral, as coisas se perderam no decorrer dos anos por serem colocadas nos locais mais absurdos. Eu tinha também mais de 10 mil partes de piano impressas. Salvei a metade. O resto a água destruiu.” Atualmente, além do prorama 40 Anos de Rádio Nacional, Lourival Marques faz também Best Sellwer,um programa que divulga o movimento literário do Rio. Quando fala nisso, ele relembra a frase de Roquete Pinto: “O cinema e o rádio (não havia TV) são a escola dos que não tiveram escola.” “ Com programas assim, nós estamos tentando mostrar que a frase de Roquete Pinto está tão viva hoje como no passado, apesar de tudo. Por isso, também o programa 40 anos de Rádio Nacional é uma das iniciativas mais louváveis da atual direção, já que estamos tentando reconstituir a história da Nacional, que é a história do próprio rádio no Brasil.” (Fim)


Na Foto: Auditório da Rádio Nacional nos Anos Dourados, anos 50.

(XXVII) DILÚ MELO, Uma legítima intérprete
do nosso folclore musical.
Por Renato Casimiro
Posso assegurar que, em vista do que foi narrado pelo próprio Lourival Marques em capítulo anterior, ao lado do lamento sentido que manifestamos porque de sua lavra parece que quase tudo virou pó, é muitíssimo agradável ainda garimpar para encontrar esparsos escritos com os quais se torna inevitável o deleite com uma redação correta, atraente e elegante. Na revista Carioca, edição 538, de 26.01.1946 encontramos uma dessas preciosas referências. É algo que muito revela sua predileção pelo perfil, pela biografia e pela feitura de arquivos com dados fundamentais com a gente de Rádio. Assim já mencionamos que nasceu o seu Dicionário, através da Revista Radiolândia. Dilú Melo não consta da relação dos seus perfilados no Dicionário. Essa sua primeira grandeza, como assim parece ser a classificação que ele mesmo daria, mereceu esse texto que vamos transcrever: “O aplauso veemente deu-nos que pensar. Dilú Melo estava encerrando mais um programa em que fizera valer, como exímia acordeonista, cantora, violonista e compositora, toda a beleza da música regional brasileira. Não havia dúvida. O público retribui o esforço dos que lutam pela difusão da música nativa, compensando com o seu entusiasmo um trabalho que não é de hoje, mas começa a ser compreendido. Não se poderia negar à artista daquela noite, o primeiro lugar entre os bandeirantes de nosso folclore musical. Nas canções que ela interpreta como ninguém, encontramos retalhos maravilhosos da terra sem fim que é o Brasil. O Rio-Mar dos botos e aguapés, Belém das Festas de Nazaré, a Terra de Iracema e sua legenda de sol e Heroísmo, Recife das ponte e cantigas, Bahia das Igrejas e das lendas, Os Pinheirais e os Pampas... de tudo nos fala o tesouro de canções recolhidas por Dilú Melo em todo o Brasil. Um comentário que fizemos sobre o êxito do seu programa, foi o início de alguns minutos de palestra. O aplauso expressivo – Dilú respondeu nossa pergunta – “mostra que estou no caminho certo. A música regional brasileira, uma das mais ricas vale todos os sacrifícios que eu tenho feito em prol de sua difusão.” Lembramos que a vitória é bem sua, à persistência de seu trabalho, deve a nossa canção típica, grande parcela do triunfo alcançado. E não se deve pensar que o interesse pelas suas audições esteja limitado ao Rio de Janeiro. Cartas de todo o país – capitais e cidades mais afastadas, elogiam calorosamente a música do seu repertório e a interpretação personalíssima que ela lhe dá. Soubemos, mais tarde, que Dilú detém um recorde de correspondência entre as cantoras, e que não são somente do Rio, de quase todos os Estados. - São palavras de estimulo que bem me ajudam. Sem elas, é como se estivesse à sós num mundo vazio. Fizemos alusão ao calango mineiro “Dezessete e Setecentos”, incluído entre os mais populares nos programas que ela apresenta. É justo afirmar que, Dilú Melo é quem mais canta o 17$700. Todos falam nela, todos dizem – olhem a pequena de 17$700 – explica-se. Dilú é a única acordeonista e cantora e quando apresenta o calango de Miguel Lima e Luiz Gonzaga, é acompanhando-se ao acordeom onde faz “misérias” – como se diz na gíria. Assim Dilú se expressou quando abordamos o assunto: - “não sei, mas os ouvintes só por causa do público como também porque os autores são meus bons amigos. Dilú trazia no peito, um curiosíssimo broche com o nome do calango mineiro – “Dezessete e setecentos” – Sorriu à nossa curiosidade. – Foi presente de um fã. Pode ver, é um lindo trabalho e uma lembrança feliz que me comoveu profundamente. De fato, é um delicado e belo trabalho. O fã homenageara a cantora pela sua interpretação, oferecendo-lhe o raríssimo broche a canivete em madeira escura, sobre a qual, em marfim, um gatinho toca sanfona e uma legenda – 17$700. (...) Dilú, você é muito amiga de Antenogenes Silva, não é? – Por que? Porque você gravou um número com ele deixando de gravar composições suas para gravar dos amigos – Miguel Lima e Antenogenes Silva... – Sim, gravei “Cesário!”. Gosto do Antenogenes, é um velho e grande amigo. Foi ele quem muito contribuiu para que eu comprasse um acordeom. Há muitos anos ele lutava por esse momento – momento em que eu pudesse interpretar músicas, acompanhando-me ao acordeom. Fizemos ver que várias canções de sua autoria, figuravam no repertório de outros artistas. – Sim, respondeu-nos – algumas foram mesmo lançadas por eles e somente a eles atribui o sucesso obtido. Estelinha Egg criou “Alecrim” e “Meninos dos olhos tristes”, dois números que o público aceitou muito bem e que parece gostar deles, quase sempre algum me diz: “ouvi Estelinha cantando “Alecrim”, ouvi cantando “Menino dos olhos tristes”. Ela canta muitos números meus e com isso tenho satisfação, gosto dela e estou satisfeito com suas interpretações. Jorge Fernandes muito contribuiu para que eu aparecesse como cantora e harmonizadora. Ele tem numerosas composições minhas. “Rolete de cana” foi gravado por ele e a crítica referia-se ao pregão nordestino em termos que desvaneceram – a mim como autora da letra e ao Jorge como o artista correto que é. Dilú Melo tem boas razões para sentir-se feliz. Querida por milhares de fãs, festejada entre colegas de “broadcasting” e compreendida por todos que acompanham a sua devotada carreira artística, vê abrir-se, diante de si, um futuro ilimitado. Dilú Melo bem o merece – para todos tem uma palavra amiga e sincera conforta, ajuda aqueles que se aproximam pedindo auxilio. Há poucos dias ouvimos em magnífica orquestração sinfônica do maestro Bob Miller, “Fiz a cama na varanda” – Schotisch em estilo gaúcho de sua autoria e parceria do poeta Ovídio Chaves. – É um dos números que logram maior número de pedidos, esclareceu Dilú – e Bob Miller sentindo isso – aproveitou-o e fez um dos seus maiores trabalhos conforme ele mesmo me disse. ... O tempo transcorrera, Dilú falando mais dos outros do que de si. E a sua carreira merece uma longa reportagem. É a história dos que lutam por um ideal, sem recusar diante de obstáculos, sem temer insucessos. Sentimos, naquele momento, que Dilú Melo está no apogeu. Um público imenso aplaude a sua apresentação e um recorde de correspondência atesta a sua popularidade em todo o pais. A vitória da música folclórica do Brasil é a sua própria vitória. Cantora, acordeonista, violonista e compositora, Dilú é a artista mais completa em seu gênero. Uma grande artista.”

Na Foto: Dilú Costa, 1946
O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no dia 21, quinta feira, às 19:30 horas, dentro do Festival Grandes Faroestes, o filme SILVERADO (Silverado, EUA, 1985,133min). Direção de Lawrence Kasdan. Sinopse: Velho Oeste. Um cowboy, Emmett (Scott Glenn), é atacado num lugar isolado por três desconhecidos, que ele consegue matar. Dois dos cavalos fogem, mas Emmett quer saber quem é o dono da marca que o animal carrega, assim o leva quando ruma para Turley. No caminho encontra um cowboy desacordado, Paden (Kevin Kline), pois fora roubado por alguns "amigos", que o deixaram só com a roupa de baixo. Paden passa a cavalgar o outro cavalo e ambos rumam para Turley. Lá descobrem que haverá um enforcamento e conhecem Mal (Danny Glover), um negro que é discriminado no saloon quando apenas queria tomar uma bebida e dormir em uma cama, algo que não fazia há 10 dias. O preconceituoso dono e mais dois "seguranças" provocam Mal, que luta com os três e os vence. Chega então o xerife John Langston (John Cleese), que fica sabendo que Mal não tinha começado a briga, pois Emmett e Paden estavam ali tendo uma refeição e disseram que Mal não tivera culpa. Entretanto o xerife tem uma noção de justiça bem particular e, apesar de não o responsabilizar pelos danos, ordena que Mal deixe logo a cidade. Após a saída de Mal, Langston vai conversar com Emmett e Paden e pergunta se vieram para o enforcamento. Eles dizem que não e Emmett acrescenta que está procurando uma pessoa e depois seguirá viagem. Langston pede que a descreva e então os leva até o condenado, que é Jake (Kevin Costner). Fica claro que Jake será enforcado por ter matado em legítima defesa. Emmett diz que nada pode fazer para ajudar Jake, mas ao sair explica para Paden que terá de arrumar um jeito de tirá-lo da cadeia, pois é seu irmão. Paden diz que os caminhos deles se separam ali, mas vão até o saloon tomar uma bebida. Lá Paden encontra um "amigo", que tenta atirar nele e acaba morto. Paden também é preso por assassinato e colocado na mesma cela de Jake. Emmett distrai a atenção do xerife incendiando a forca e, enquanto isto, Jake e Paden iludem um auxiliar de Langston e fogem da prisão. Há um início de tiroteio, no entanto Emmett aparece com mais dois cavalos e os três fogem. Eles são perseguidos por um grupo comandado por John, mas não são capturados graças à ajuda de Mal, que deu tiros desencorajadores e fez o xerife parar a perseguição. Os quatro rumam para Silverado, sem imaginar que quando lá chegarem encontrarão a cidade dominada por um antigo amigo de Paden, Cobb (Brian Dennehy), que se tornou um xerife corrupto que, com "assistentes", espalha o medo.

CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no dia 22, sexta feira, às 19:30 horas, dentro do Festival de Lançamentos, o filme A MÚMIA.(The Mummy, EUA, 2017, 111min). Direção de Alex Kurtzman. Sinopse: Na Mesopotâmia, séculos atrás, Ahmanet (Sofia Boutella) tem seus planos interrompidos justamente quando está prestes a invocar Set, o deus da morte, de forma que juntos possam governar o mundo. Mumificada, ela é aprisionada dentro de uma tumba. Nos dias atuais, o local é descoberto por acidente por Nick Morton (Tom Cruise) e Chris Vail (Jake Johnson), saqueadores de artefatos antigos que estavam na região em busca de raridades. Ao lado da pesquisadora Jenny Halsey (Annabelle Wallis), eles investigam a tumba recém-descoberta e, acidentalmente, despertam Ahmanet. Ela logo elege Nick como seu escolhido e, a partir de então, busca a adaga de Set para que possa invocá-lo no corpo do saqueador.
CINE CAFÉ VOLANTE (FAMED, BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Auditório da Faculdade de Medicina, UFCA), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 22, sexta feira, às 19 horas, o filme UMA SECRETÁRIA DE FUTURO (Working girl, EUA, 1988, 115 min.). Direção de Mike Nichols. Sinopse: Tess McGill (Melanie Griffith) é uma secretária de origens humildes, que trabalha para a conceituada executiva Katharine Parker (Sigourney Weaver). Após sua chefe sofrer um acidente e quebrar a perna, Tess rouba o lugar de sua chefe, propondo uma inteligente jogada financeira a um grande empresário.
CINE CAFÉ VOLANTE (CASA GRANDE, NOVA OLINDA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 22, sexta feira, às 19 horas, o filme UMA ODISSEIA NO ESPAÇO (2001: A Space Odyssey, EUA/Reino Unido, 1968, 141 min). Direção de Stanley Kubrick. Sinopse: Desde a “Aurora do Homem” (a pré-história), um misterioso monólito negro parece emitir sinais de outra civilização, interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada a Júpiter para investigar o enigmático monólito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000.Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes.

CIDADANIA JUAZEIRENSE
Nove personalidades acabam de ser agraciadas com o título de Cidadão Juazeirense, através da iniciativa da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte. Vejamos os atos que os escolheram.

RESOLUÇÃO N.º 875, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Ilustre Senhora IVA JEAN PETERSON, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: José Adauto Araújo Ramos; Subscrição: Glêdson Lima Bezerra, Paulo José de Macêdo, Herbert de Morais Bezerra, José Barreto Couto Filho, José David Araújo da Silva, Francisco Demontier Araújo Granjeiro, Diogo dos Santos Machado, Cícero Claudionor Lima Mota, Márcio André Lima de Menezes, Rubens Darlan de Morais Lobo, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Jacqueline Ferreira Gouveia. 

RESOLUÇÃO N.º 876, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Ilustre Senhora MARIA DOLÔRES ALENCAR ROCHA BARRETO, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: Rosane Matos Macêdo; Coautoria: José Adauto Araújo Ramos, Paulo José de Macêdo e Glêdson Lima Bezerra; Subscrição: José David Araújo da Silva, Cícero Claudionor Lima Mota, Márcio André Lima de Menezes, José Barreto Couto Filho, Francisco Demontier Araújo Granjeiro, Rubens Darlan de Morais Lobo, Herbert de Morais Bezerra, Diogo dos Santos Machado, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Jacqueline Ferreira Gouveia. 

RESOLUÇÃO N.º 877, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Ilustre Senhor GENIVAL PEDRO NETO, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: Glêdson Lima Bezerra; Subscrição: Paulo José de Macêdo, José David Araújo da Silva, Cícero Claudionor Lima Mota, Márcio André Lima de Menezes, José Adauto Araújo Ramos, Damian Lima Calú, José Barreto Couto Filho, Herbert de Morais Bezerra, Diogo dos Santos Machado, Rita de Cássia Monteiro Gomes, Rosane Matos Macêdo, Auricélia Bezerra e Jacqueline Ferreira Gouveia. 

RESOLUÇÃO N.º 878, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Ilustre Senhor JOÃO JANUÁRIO MACIEL, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: Glêdson Lima Bezerra; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota, Márcio André Lima de Menezes, Damian Lima Calú, José Adauto Araújo Ramos, Diogo dos Santos Machado, Paulo José de Macêdo, José Barreto Couto Filho, José David Araújo da Silva, Herbert de Morais Bezerra, Rita de Cássia Monteiro Gomes, Rosane Matos Macêdo, Auricélia Bezerra e Jacqueline Ferreira Gouveia. 

RESOLUÇÃO N.º 879, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Ilustre Senhora MARIA ZULEIDE BARROS, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: José David Araújo da Silva; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota, Márcio André Lima de Menezes, Francisco Demontier Araújo Granjeiro, Rubens Darlan de Morais Lobo, Antônio Vieira Neto, Damian Lima Calú, José Adauto Araújo Ramos, Diogo dos Santos Machado, Paulo José de Macêdo, José Nivaldo Cabral de Moura, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Jacqueline Ferreira Gouveia. 

RESOLUÇÃO N.º 880, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor JOÃO BOSCO PEREIRA DE OLIVEIRA, pelos relevantes serviços prestados a esta comunidade. Autoria: Domingos Sávio Morais Borges; Subscrição: José Adauto Araújo Ramos, Cícero Claudionor Lima Mota, José David Araújo da Silva, Márcio André Lima de Menezes, Damian Lima Calú, Glêdson Lima Bezerra, Herbert de Morais Bezerra, José Barreto Couto Filho, Diogo dos Santos Machado, Rita de Cássia Monteiro Gomes, Jacqueline Ferreira Gouveia, Auricélia Bezerra e Rosane Matos Macêdo. 

RESOLUÇÃO N.º 881 de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Senhora Juíza DÉBORA AGUIAR DA SILVA SANTOS, pelos relevantes serviços prestados a esta comunidade. Autoria: Francisco Demontier Araújo Granjeiro; Subscrição: José Nivaldo Cabral de Moura, Antônio Vieira Neto, José Adauto Araújo Ramos, Cícero Claudionor Lima Mota, José David Araújo da Silva, Márcio André Lima de Menezes, Rubens Darlan de Morais Lobo, Damian Lima Calu, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Paulo José de Macêdo, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Jacqueline Ferreira Gouveia. 

RESOLUÇÃO N.º 882, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Ilustre Advogado LEONARDO JOSÉ MACÊDO, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: José Nivaldo Cabral de Moura; Subscrição: Paulo José de Macêdo, José David Araújo da Silva, Francisco Demontier Araújo Granjeiro, Antônio Vieira Neto, Cícero Claudionor Lima Mota, Márcio André Lima de Menezes, Rubens Darlan de Morais Lobo, José Adauto Araújo Ramos, Damian Lima Calú, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Jacqueline Ferreira Gouveia. 

RESOLUÇÃO N.º 883, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor LUIZ CARLOS VALENTIM DOS SANTOS, pelos relevantes serviços prestados à comunidade. Autoria: Diogo dos Santos Machado; Subscrição: José Nivaldo Cabral de Moura, Antônio Vieira Neto, José Adauto Araújo Ramos, Cícero Claudionor Lima Mota, Márcio André Lima de Menezes, Rubens Darlan de Morais Lobo, Damian Lima Calú, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Paulo José de Macêdo, Francisco Demontier Araújo Granjeiro, Gledson Lima Bezerra, Herbert de Morais Bezerra, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Rosane Matos Macêdo. 

RESOLUÇÃO N.º 884, de 05.12.2017: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor JORGE JOÃO ALVES DE ALMEIDA, pelos relevantes serviços prestados à comunidade. Autoria: Herbert de Morais Bezerra; Subscrição: José Nivaldo Cabral de Moura, Antônio Vieira Neto, José Adauto Araújo Ramos, Cícero Claudionor Lima Mota, Márcio André Lima de Menezes, Rubens Darlan de Morais Lobo, Damian Lima Calú, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Paulo José de Macêdo, Francisco Demontier Araújo Granjeiro, Gledson Lima Bezerra, José David Araújo da Silva, Diogo dos Santos Machado, Cícero José da Silva e Rosane Matos Macêdo.