sábado, 24 de junho de 2017


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BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que semanalmente estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de quartas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.

259: (21.06.2017) Boa Tarde para Você, Carlos Alberto Tolovi

Desejo agradecer-lhe e o faço publicamente, meu caro prof. Tolovi, a sua gentileza esmerada de me remeter com amável dedicatória e autógrafo o seu mais recente livro Mito, Religião e Política – Padre Cícero e Juazeiro do Norte, saído já esse ano pela Editora Prismas.

Não posso deixar de considerar o fato de que tem sido para nós, amantes dessa temática, pelo menos nos últimos cinquenta anos, se temos colhido ótimos frutos que emergiram de trabalhos diligentes e tão bem circunstanciados sobre o nosso fenômeno religioso.

E isso tem para nós, também, o peso significativo porque você é parte dessa competência firmada por uma novíssima geração de estudiosos, vinculados à Universidade Regional do Cariri, no seu Departamento de Ciências Sociais, no Curso de Ciências Sociais, sob sua coordenação. 

Realmente, professor Tolovi, esse seu, egresso de sua vida acadêmica, a tese de doutorado em Ciência da Religião pela PUC de São Paulo, sob o título de Juazeiro do Norte: a construção do mito e seu alcance social e religioso, é uma preciosa contribuição a essas reflexões necessárias sobre o mito Cícero.

Mas, felizmente, é fácil de beber em suas expressões a assertiva de que Pe. Cícero não pode ser considerado pela narrativa pretérita porque já salta aos olhos menos avisados a grande e expressiva influência que continua se manifestando na atualidade desse nosso Nordeste, e não somente no território mais reduzido do Juazeiro.

Ao conhece-lo melhor, como em tantas contribuições importantes, livros como o seu, é para sequer minimizar, enfim, e como você mesmo nos indica, a força desse “sujeito histórico considerado como enigmático para o campo da Ciência da Religião, mas emblemático para o campo da religiosidade popular.

Pessoalmente, prof., Tolovi, eu manifesto uma reação severa ao lidar com a tipologia do personagem que nos aparece vigoroso em suas contradições, como essa de se fixa-lo no papel de coronel, ao lado do que foi essencialmente um padre, com flagrantes sinais de humanidade e santidade.

Quando considero, por exemplo, o marco expressivo do famoso Pacto de Harmonia Política, que passou à crônica histórica desse pais, na fase pouco heroica da velha república, como Pacto dos Coronéis, eu me questiono se a liderança de Cícero, exercida naquele momento de nosso nascimento cívico e municipal, não era outro sinal evidente de sua personalidade, de pacificador, mais que a mesmice de tantos outros signatários do momento, gente de índole sanguinolenta?

Evidentemente, aquele momento encerrou argumentação suficiente para alimentar por décadas, como ainda hoje, o desenvolvimento de raciocínios equivocados à luz de múltiplos olhares transdisciplinares que, felizmente em muitos casos muito tem nos orientado em sua compreensão. 

À margem da Igreja, fato deplorado por todo o resto de sua vida, Pe. Cícero ingressou na política para gerir a cidade que gestou, e que de certo modo “inventou”, sendo por outras sete vezes reconduzido em período tão ímpar desse Ceará, não porque era um coronel, mas porque tinha um perfil de líder avançado para o seu tempo, deixando-nos até hoje a mais definitiva impressão.

Por isso mesmo, prof. Tolovi, vejo seu livro, como já lera em sua tese, o trabalho magnífico que a Academia vem nos prestando quando nos gratifica com tantas reflexões sobre esse Mito Cícero, nas perspectivas de revisão histórica, na constatação dessa riqueza presente, de ritos, práticas, conceitos, mas também no elenco do que se prepara para o futuro da gente romeira e sua nação.

É como se cada um de nós se sentisse prazerosamente contemplado por uma narrativa sincera, exatamente porque assim já o sabemos que, com ela, atravessaremos séculos, legitimamente identificados, não como uma sociedade de miseráveis, apenas apensos a um lenda, mas umbilicalmente ligados a algo que nos fortalece e nos recarrega diariamente para a luta.

Os que nos servem, como você e seu tão apreciado trabalho, não são apenas para serem referidos e homenageados circunstancialmente, mas são os que queremos guardar eternamente com sinais evidentes de nossa gratidão por tais legados.

Minimamente, desejo grande sucesso ao seu novo livro, pelo qual não devo escolher palavras simplórias, mesmo que de louvores, indicando para a leitura obrigatória de muitos que me ouvem e a quem devo explicações, até sobre as minhas próprias leituras e percepção.

Espero, sinceramente, que por sua missão docente e de pesquisa esse nosso meio universitário tão exuberante, reconheça e o privilegie na continuidade de sua missão de educador. 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 21.06.2017)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
 
CINE CAFÉ VOLANTE (CASA GRANDE, NOVA OLINDA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 30, sexta feira, às 19 horas, o filme UM VIOLINISTA NO TELHADO (Fiddler on the Roof, EUA, 1971, 179 min). Direção Norman Jewison. Sinopse: A história passa-se na pequena aldeia ficcional de Anatevka, na Rússia sob o czarismo, no início do século XX. Lá vivem, em boa vizinhança mas sem se misturar, as comunidades judaica e cristã ortodoxa, seguindo as antigas tradições estabelecidas. O leiteiro judeu Tevye leva uma vida tranquila até o dia em que pretende casar as suas duas filhas mais velhas, Tzeitel e Hodel. Ambas recusam os casamentos arranjados pelo pai e a tolerância de Teyve é levada ao limite quando outra das suas filhas, Chava, decide casar com um não judeu. O leiteiro debate-se nesta situação delicada quando um decreto do Czar obriga todos os judeus a abandonar a aldeia, condenando a sua família ao exílio e à dispersão.

CINE CAFÉ VOLANTE (FAMED, BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Auditório da Faculdade de Medicina), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 30, sexta feira, às 19 horas, o filme ADIVINHE QUEM VEM PARA JANTAR (Guess Who's Coming to Dinner, EUA, 1967, 108min). Direção de Stanley Kramer. Sinopse: Casal de ricos brancos entra em choque quando sua filha Joey anuncia que está noiva de John Prentice, um doutor conceituado, de boa base financeira, apaixonado, porém negro. Como nos anos 60 o casamento entre raças diferentes não era algo comum, John e Joey devem enfrentar os absurdos preconceitos não apenas dos pais brancos da jovem, mas também de outros negros.

CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no dia 30, sexta feira, às 19 horas, dentro do Festival Filmes Inesquecíveis, o filme SISSI, IMPERATRIZ (Sissi: Die junge Kaiserin, Alemanha, 1956, 102min). Direção de Ernst Marischka. Sinopse: Elisabeth Amalia Eugenia von Wittelsbach, duquesa da Baviera, é uma jovem adolescente filha do Duque Max da Baviera e de sua esposa, a duquesa Ludovika. Na Áustria, a arquiduquesa Sophie deseja que seu filho, Franz Josef, se case com Helene, a irmã mais velha de Elisabeth. No entanto, durante a apresentação formal, o imperador (kaiser) apaixona-se por Elisabeth (Sissi), então com apenas 15 anos. Assim, no dia 24 de abril de 1854, ao toque dos sinos da igreja de Santo Agostinho, em Viena, Sissi, a essa altura com 16 anos, torna-se Elisabeth von Habsburg, imperatriz da Áustria. 
Depois do casamento, Sissi se depara com os problemas e inconvenientes do protocolo da Corte e, principalmente, com o mau relacionamento com a sogra, a arquiduquesa Sophie, que sempre lutara para que o filho se casasse com Helene. Em março de 1855, ao nascer sua primeira filha, Sofia Frederika, a criança lhe é retirada pela sogra por não considerá-la a pessoa adequada para dar uma boa educação à filha. Até o nome da criança foi escolhido pela sogra sem ao menos consultá-la. Descontente e magoada, Sissi retorna à casa dos pais, mas o imperador a segue e pede-lhe que retorne. A tímida e jovem imperatriz continua a ter dificuldades para se acostumar à vida no palácio imperial austríaco. Nos dois anos que se seguem, ela dá à luz dois outros filhos, Gisela e Rudolfo. Com o marido quase sempre ocupado com a política do império, Sissi acaba se afundando na solidão e, por consequência, passando a sofrer de depressão, confiando apenas ao seu diário o que sempre escondeu do marido. Seu único objetivo político só foi alcançado quando, em 1867, Franz Josef e ela foram coroados rei e rainha da Hungria, na sequência da assinatura do compromisso austro-húngaro. Dez meses depois, nasceu sua última filha, Maria Valéria. Sua dificuldade de adaptação às rígidas regras da Corte de Viena, e sua preferência pela Hungria, chocaram a Áustria e a isolaram ainda mais da vida familiar e dos compromissos oficiais.

IMAGEM DE NOSSA SRA. DAS DORES EM MACEIÓ


A réplica da imagem de Nossa Senhora das Dores foi recebida no dia 20, passado, com muitos hinos, orações e aplausos de dezenas de fiéis de várias paróquias em Maceió. A acolhida aconteceu na Paróquia de São Paulo Apóstolo, no bairro do Salvador Lyra, parte alta da Capital. Vários romeiros de Padre Cícero Romão Batista prestigiaram a acolhida da réplica da imagem, que foi trazida pelo o bispo da Diocese de Crato/CE, dom Gilberto Pastana, e padre Cícero José, reitor da Basílica Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte/CE, e entregue ao arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz. A réplica da imagem da Santa foi entronizada no Santuário do Romeiro, que fica na Paróquia de São Paulo Apóstolo, onde todo dia 20 de julho acontece a Missa do Romeiro. O bispo Dom Gilberto Pastana disse que a vinda da imagem é, sobretudo, uma visita solidária e vem trazer conforto de mãe para os católicos. “No ano Mariano, a imagem vem como uma visita solidaria principalmente para os irmãos que sofreram com as fortes chuvas. Ela veio para trazer conforto, fé e esperança como uma verdadeira mãe”, disse o Bispo do Crato Dom Gilberto. Além de ser uma visita solidária, o coordenador da Pastoral do Romeiro na Arquidiocese, Padre José Aluísio, ressaltou que a chegada da imagem (símbolo) demonstra a ligação entre os romeiros com Juazeiro. “A chegada da réplica da imagem de Nossa Senhora das Dores é uma ligação entre os fiéis alagoanos com Juazeiro do Norte. Grande parte dos romeiros que vão até a Basílica de Nossa Senhora das Dores é daqui. E mais ainda quando a imagem é trazida pelo Bispo e pelo Pároco da Basílica é uma emoção muito grande”, comentou Padre Aluísio. Dom Antônio Muniz acrescentou que a vinda também faz parte do ano “Jubileu 300 anos de bênçãos”. “Estamos unidos em fé. Em romaria de lá para cá. E a vinda da imagem demonstra essa importância e reflete a fé de cada fiel, naquilo que os disseram, apoderem-se em sua fé.” A programação teve início às 14h com concentração no Santuário Nossa Senhora de Fátima, localizada no Conjunto Pouso da Garça. Em seguida, às 15h, aconteceu à peregrinação até a Igreja Matriz, onde houve a entronização da imagem e descerramento da placa comemorativa. Às 17h, foi celebrada a Santa Missa presidida por dom Antônio Muniz e dom Gilberto Pastana. A programação se encerrou com o São João dos Romeiros no pátio da igreja.


(OBS. À margem dessa notícia, solidarizo-me com os amigos Rozélia Costa e Marcus Aurélio Gomes pelo infausto acontecido verificado quando os dois se dirigiam para Maceió, levando a imagem de Nossa Senhora das Dores. Foram atropelados no caminho por um outro veículo e o automóvel em que viajavam capotou na estrada produzindo algumas escoriações nos dois, sem contudo provocar nenhum dano à imagem que ainda chegou a tempo para a manifestação objeto dessa notícia. Graças a Deus!).

NOVO LIVRO DE LUITGARDE
Já está sendo comercializado pela Eduneal (Editora da Universidade Estadual de Alagoas) o mais novo livro da professora Luitgarde Oliveira Cavalcante Barros, “Pelos Sertões do Nordeste, 2015, 618p, em co-edição com a Universidade Regional do Cariri (URCA). A própria editora a divulga no seu site (https://www.eduneal.com/p-gina-de-produto/pelos-sert%C3%B5es-do-nordeste) com o seguinte texto: Pelos Sertões do Nordeste é uma coletânia de vinte e nove textos analisando, a partir de teorias hisórico-antropológicas, a "estrutura social" da região mais seca do Brasil, em suas dimensões econômicas, políticas, religiosas e de organização familiar. No livro se destaca ainda a saga de um povo em busca da liberdade e da justiça, numa luta representada por movimentos sociais de cunho político x religioso, enfatizando-se o papel do catolicismo na estruturação daquela sociedade, desde a catequese até o movimento contemporâneo dos milhões de nordestinos em romaria para "Juazeiro do Padre Cícero a Terra da Mãe de Deus". O livro contém uma ilustração do xilógrafo juazeirense Stênio Diniz. A propósito da profa. Luitgarde e o conjunto de sua obra, vale a pena ler o artigo “As contribuições de Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros para os estudos do universo social e cultural do sertão nordestino”, do prof. Selmo Nascimento da Silva(Professor do Departamento de Sociologia do Colégio Pedro II, mestre em Ciências Sociais pela UERJ e doutorando em História Social pela UFF. Nesse artigo, o autor tece algumas reflexões sobre dois temas relevantes da obra de Luitgarde O. C. Barros: o catolicismo popular e o cangaço. Temas centrais para o entendimento do universo simbólico do sertão nordestino.


NOVO LIVRO
Já pode ser encontrado no Cariri, especialmente na Livraria Saraiva (URCA, Crato), o livro do prof. Carlos Alberto Tolovi, resultado de sua Tese de Doutoramento em Ciências da Religião, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É um belo trabalho que merece ser lido para uma melhor reflexão sobre o Padre Cícero, Juazeiro do Norte e o seu fenômeno religioso. 




ASSUNÇÃO & ASSUNÇÃO: TESE E EXPO. EM BH(MG)
Recebo com imensa alegria a notificação da querida amiga, professora Ana Cláudia Lopes de Assunção (Departamento de Artes da Universidade Regional do Cariri), para a Defesa de sua Tese de Doutoramento, no Programa de Pós-Graduação em Artes, da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Campus da Pampulha (Belo Horizonte, MG), sob o título: MEMÓRIAS AFETIVAS, PROCESSOS DE VIDA: ASSUNÇÃO GONÇALVES, ARTISTA E EDUCADORA DO CARIRI CEARENSE, no próximo dia 6 de Julho, às 14 horas. Segundo a própria autora, “Esta tese aborda a artista Assunção Gonçalves (1916-2013), oriunda da região do Cariri cearense e do processo de criação desenvolvido a partir da análise dos materiais e técnicas explorados pela artista e de suas contribuições no ensino/aprendizagem na sala de aula. Na análise das obras buscou-se identificar seu processo de criação e suas relações com a cultura local, tendo como foco desse processo a trajetória de vida da artista e as conexões com sua produção, reconhecendo seu estilo, temáticas abordadas, técnicas e materiais explorados. Tratou-se de identificar quais as influências que a pintura de Assunção Gonçalves exerce sobre a cultura local e de que forma a artista organizou e sistematizou suas ideias e seus questionamentos para realizar suas pinturas. Além de suas pinturas, a artista é reconhecida como guardiã da memória da cidade de Juazeiro do Norte e como Mestre da Cultura, pela execução de suas rendas e seus bolos confeitados, tendo recebido várias homenagens. Foram feitos experimentos com materiais e técnicas trabalhados pela artista que resultaram numa produção artística que abrange tanto os questionamentos, os procedimentos e as metodologias da artista quanto da pesquisadora. Foi elaborado uma caderno de processo onde há o registro da pesquisa sobre os materiais e técnicas de pintura. Pretende-se que esta tese dê visibilidade à trajetória de vida de Assunção Gonçalves, como artista e educadora, podendo ser fonte de referência para o ensino/aprendizagem de Arte.” Esta é a 105ª Defesa de Tese da instituição, para a qual, em sessão pública a se realizar na sede da Escola, à Av. Antonio Carlos, 6627, Pampulha (BH-MG), na sala 2005, terá como Banca Examinadora: Prof. Lucia Gouvea Pimentel (UFMG) (Orientadora); Prof. Rosvita Kolb Bernardes (UFMG); Prof. Fabio José Rodrigues da Costa (Universidade Regional do Cariri - URCA); Prof. Leôncio José Gomes Soares (Universidade Federal de Minas Gerais); Prof. Rejane Galvão Coutinho (Universidade Estadual Paulista); Prof. Juliana Gouthier Macedo (UFMG) – suplente; e Prof. Eugênio Paccelli da Silva Horta (UFMG) – suplente. Às 13 horas, uma hora antes, portanto, na mesma sede da Escola, será aberta uma exposição com esse mesmo título da referida TESE, com curadoria da profa. Ana Cláudia Lopes Assunção, contendo imagens, documentos e ilustrações coletadas durante a realização de sua pesquisa sobre Maria Assunção Gonçalves, a artista plástica notável do Juazeiro, sua vida e sua obra pictórica. A professora Ana Cláudia Lopes Assunção possui graduação em Licicenciatura em Educação Artística, Habilitação em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Pelotas (1993) e mestrado em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba / Universidade Federal de Pernambuco (2012). Atualmente é coordenadora do curso de artes visuais da Universidade Regional do Cariri e professor assistente da Universidade Regional do Cariri, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de arte, artes visuais, ensino de arte/mediação cultural, artistas visuais e mediação cultural. Desenvolve pesquisa na área Arte/Educação, Poéticas Visuais e Arteterapia. Ministra as disciplinas Desenho, Pintura e Arteterapia no curso de Licenciatura em Artes Visuais/URCA. Aliás, consultando a agenda da Escola de Belas Artes da UFMG-BH/Pampulha, através do link: https://eba.ufmg.br/pos/?page_id=1065&lang=pt_BR, podemos constatar que a Universidade Regional do Cariri URCA já será referida, no dia anterior, 05.07.2017, às 14 horas, acontecerá a 104ª Defesa de Tese, sob o título de PROCESSO DE ENCENAÇÃO COMO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM DE TEATRO: ESTUDO DE CASO CURSO DE LICENCIATURA EM TEATRO DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI (URCA), de autoria da professora CECÍLIA MARIA DE ARAÚJO FERREIRA. Eis o resumo de seu trabalho:A tese Processo de encenação como processo de ensino/aprendizagem de teatro: estudo de caso Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Regional do Cariri (URCA) defende que a criação-cênico teatral deve ser prática de ensino na Licenciatura em Teatro pelo viés da encenação. A encenação teatral, com as mudanças ocorridos no século XX e espargidas para as primeiras décadas deste século, imprimiu aos criadores da cena autonomia poética. No advento da encenação a obra teatral estava exclusivamente sobre a égide do encenador, mas com o andar histórico e o desenvolvimento da linguagem da encenação teatral os múltiplos criadores da cena passaram a reivindicar a autoria na obra teatral dentro das suas competências específicas. De um sistema com sentido específico, a encenação passa a ser compreendida como um acontecimento teatral aberto para várias interpretações, cabendo ao espectador ser também cocriador do espetáculo. Esta transformação da encenação, entre outras variantes, é resultado de processos de criação coletiva e colaborativa nos quais os artistas da cena pactuam uma criação em horizontalidade. A linguagem da encenação teatral, nestes moldes, além de ser uma arte autônoma é compreendida como uma arte paradoxal por ser – una, múltipla, compósita e efêmera. A autoria compartilhada da obra teatral gera um processo movido pela revelação/criação/invenção de problemas concernentes aos partícipes do processo. Ao encenador-professor que conduz o processo de ensino/aprendizagem de teatro pela criação cênico teatral é imprescindível a conquista da sua presença ativa no mundo para que possa encorajar os seus estudantes nos atos de revelação/criação/invenção de si mesmos e do mundo que os circunda. O estudo de caso está localizado na prática docente da encenadoraprofessora, autora desta tese, nas disciplinas Processos de Encenação I, II e III da URCA. As disciplinas abarcam o estudo da linguagem da encenação teatral com ênfase em processos coletivos/colaborativos, em procedimentos práticos-teóricos nos quais os estudantes têm ampla liberdade de escolha procedimental em seus processos de criação. A liberdade está localizada também na formulação de questões/problematizações que são concernentes aos estudantes e que serão materializadas em expressão cênica no formato de montagem teatral. Com os atos de criar e refletir a criação, os estudantes vão construindo suas poéticas de atuação artístico-docentes e desenvolvendo um “saber fazer” e um “saber pensar o fazer”. Para a tese foi criado um questionário para os egressos no qual eles expusessem suas experiências com os processos de encenação tendo como objetivo averiguar se os processos de criação, pelo viés da encenação, reverberavam em suas práticas como artistas-professores-pesquisadores de teatro. Para essa defesa, a profa. CECÍLIA MARIA DE ARAÚJO FERREIRA será examinada pela seguinte banca: Prof. Maurilio Andrade Rocha (UFMG); Prof. Mariana de Lima e Muniz (UFMG); Prof. Lucia Gouvea Pimentel (UFMG) Prof. Davi de Oliveira Pinto (UFOuro Preto); Prof. Eugenio Tadeu Pereira (UFMG); Prof. José Savio Oliveira Araujo (UFRio G. do Norte); Prof. Monica Medeiros Ribeiro (UFMG) - suplente Prof. Ernani de Castro Maletta (UFMG) – suplente. A professora Cecília Maria de Araújo Ferreira, cujo nome artístico é Cecília Raiffer, é Encenadora, Dramaturga e Produtora Teatral. Professora Efetiva do Departamento de Teatro, Curso Licenciatura em Teatro da Universidade Regional do Cariri - URCA (desde 2009). Ministra as disciplinas Processo de Encenação, Tópicos de Pesquisa em Teatro, Elementos Visuais do Espetáculo e Projeto de Montagem Cênica. É diretora e coordenadora da Companhia de Teatro Engenharia Cênica e líder do Grupo de Pesquisa Laboratório de Criação e Recepção Cênica - LaCrirCe. Doutoranda em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da UFMG - PPG-Artes/EBA-UFMG (desde 2013). Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (2009). Especialista em Arte-Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Minhas Gerais - PUC-MINAS (2008). Graduada em Artes Cênicas com habilitação em Direção Teatral pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (2000). Desenvolve pesquisa em processo de criação cênica e em ensino do teatro.