quarta-feira, 30 de julho de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
059: (30.07.2014) Boa Tarde para Você, Antônio Chessman Alencar Ribeiro
Temos em comum, professor Chessman, o sentimento que se abeira a um misto de indignação, revolta e muita tristeza, para expressar com alguma fidelidade o acontecido recente, ou remoto, com o acervo da Fundação Memorial Padre Cícero. Estive na mesma cadeira que você ocupa hoje e bem sei o quanto isto é angustiante, e pude senti-lo quando em uma das suas entrevistas você se referia a esta sensação, como se alguém tivesse nos roubado a própria alma. Portanto, a você, expresso a minha solidariedade nestas horas em que, sobre si recaem tantas cobranças e se põe tanta desconfiança sobre o zelo que não teria sido exemplar para proteger tão expressivo patrimônio. Em minha curta passagem por aí, professor Chessman, também me encontrei em situação muita aflitiva, quando entre novembro de 2009 e junho de 2010, a estrutura do museu necessitava, como ainda hoje, de uma reforma, especialmente na sua cobertura. Um intenso aguaceiro de chuva da temporada vazou para dentro do salão principal, atingiu o documento precioso do processo de execução do testamento do Padre Cícero e causou o definitivo estrago, afetando umas 50 páginas manuscritas de um dos três volumes. Como sofri com tudo aquilo, onde se destacava, principalmente, a extrema má vontade de uma fulana imprestável que ocupava a secretaria de infraestrutura no desgoverno municipal. Para mim, era como se me ferisse também na alma, porque eu já estava lá, antes mesmo que o museu abrisse suas portas ao grande público de todas as romarias ao Juazeiro. Naquela época, Pe. Murilo de Sá Barreto, Assunção Gonçalves, Daniel Walker e eu, mas outros também, recebemos a incumbência de ir, onde necessário fosse, para reunir as lembranças do Patriarca, obtendo-as de famílias e de colecionadores. Foi o que fizemos, em tempo recorde, com o grande reforço e prestígio de Mons. Azarias Sobreira, de dona Edith Figueiredo, de dona Stela Pita, e de outros juazeirenses notáveis. Assim, nasceu o acervo do Memorial, por doações as mais generosas, com livros, documentos, jornais, fotografias, objetos diversos, muitos dos quais oriundos da própria casa do Padre Cícero. Agora somos assaltados, duplamente, pela surpresa e pelo fato em si, quando alguém absolutamente desqualificado, estúpido e ignorante no pensar e no fazer, ousou tocar na nossa própria alma. Desculpe-me, Chessman, se lhe digo que este é um caso de polícia, não um procedimento meramente administrativo. Estou absolutamente convencido que não lhe cabe nenhuma imputação antecipada, face o acontecido. Faço-lhe a sugestão para que nos convoque e nos reúna, os antigos gestores, para que o auxiliemos nesta tarefa um tanto ingrata de correr atrás do prejuízo. Temos o dever cívico de colaborar com a instituição e, infelizmente, apenas algum prazer em estar aí para esclarecer sinais obscuros desta questão. O museu da Fundação Memorial Padre Cícero, nas estatísticas das suas congêneres brasileiras é uma das vitrines mais vistosas deste país e para cá vai continuar atraindo uma visitação que poucas superam em número. Até parece que ninguém consegue enxergar nada de surpreendente nesta constatação e insiste em perpetrar a mesma má vontade que marcou diversas administrações municipais, ignorando o seu grande papel civilizatório. 

NOVOS LIVROS
Registro com prazer novos livros de interesse da Biblioteca Juazeirense. O primeiro deles, nesta menção já com atraso, trata-se da reedição de TEIXEIRA, Francisco Nóbrega. – 2004 – Psicobiografia do Padre Cícero – do amor a si mesmo ao amor pelo próximo. Um estudo psicanalítico aplicado à biografia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 176p. Ele foi reeditado como: TEIXEIRA, Francisco Nóbrega. – 2013 – Padre Cícero, Biografia Psicanalítica. 2ª. Ed. São Paulo, Escrituras Editora, 191p. Baseando seus estudos na teoria clássica freudiana, acrescida dos ensinamentos mais modernos sobre o narcisismo formulados por Heinz Kohut e outros psicanalistas, o autor nos oferece uma Psicobiografia completa do padre Cícero Romão Batista, o consagrado “santo” do povo nordestino. Provavelmente um pioneiro estudo desta magnitude realizado no Brasil, ou seja, uma biografia abrangendo toda uma vida realizada sobre o prisma da Psicologia profunda.
O segundo livro é A Caminho dos Sonhos, do poeta juazeirense Ivan Fernandes Magalhães. Este é o sétimo livro do poeta que nasceu em Retalhos de minha vida (Fortaleza: Editora Henriqueta Galeno, 1985. 213p). Não bastasse a confirmação que o poeta é consagrado por tantas outras produções, este vem recomendado pela leitura atenciosa e de encantamento por Leandro Fernandes Cardoso, Anchieta Martinez de Mont´Alverne, Francisco Renato Sousa Dantas e Raimundo Araújo. Recomendo antecipadamente e vou ler o meu exemplar com muito carinho, pois assim me remeteu o poeta com atenciosa dedicatória.
O terceiro livro também é de surpresa para quem chega de viagem e encontra o presente em meio à correspondência. É o Por dentro da Cantoria (Fortaleza, BNB, 2013, 386p), do poeta e cordelista Pedro Ernesto Filho, meu quase vizinho de Rua São José. No folhear apressado de suas páginas, vou encontrando um misto da sua poesia bem reconhecida e apreciada, junto ao que chamaria de uma pedagogia de cantoria, pois o poeta se detém vastamente sobre seu histórico e gêneros de cantoria. Uma delícia para quem quer, como eu, aprender em ótima fonte. Meus agradecimentos a Pedro Ernesto por esta sua lembrança e a atenciosa dedicatória.


STÊNIO DINIZ NA ALEMANHA
José Stênio Diniz estará seguindo para a Alemanha, em mais um temporada de trabalho e exposições, no próximo mês de setembro, podendo ali se demorar até 90 dias, conforme o entendimento com a mentora de seu patrocínio.  

POLO INDUSTRIAL DO CAMPO ALEGRE
O Governo Municipal acaba de efetivar o instrumento legal para a doação de terras para a implantação das primeiras 30 empresas que passarão a constituir o Polo Industrial do Campo Alegre. Trata-se da Lei Nº 4359, de 24 de Julho de 2014, (Diário Oficial do Município, 28.07.2014) através da qual “Fica o Chefe do Poder Executivo Municipal autorizado a firmar instrumentos de doações de imóveis Próprios do Município de Juazeiro do Norte, objetos das matrículas abaixo identificadas, destinados a empresas interessadas no Projeto Municipal do Polo Industrial do Campo Alegre, nesta urbe, abaixo descritos e caracterizados:
Indústria de Fabricação de Calçados (18 unidades), Galpão para Guardar Equipamentos da Empresa (Caminhões, Maquinas, Geradores, Automóveis, Palco, e Estrutura de Alumínio) (2 unidades), Comercio por Atacado de Motocicleta e Motonetas (1 unidade), Fábrica de Confecção de Roupas Intimas Femininas (1 unidade), Fábrica de Roupas Femininas de Infantil (1 unidade), Indústria de Fabricação de Bolsas, e Acessórios do Vestuário (1 unidade), Indústria de Fabricação de Cosméticos, Produtos de Perfumaria e de Higiene Pessoal (1 unidade), Indústria de Fabricação de Facas e Manutenção de Maquinas (1 unidade), Indústria de Fabricação de Produtos de Aço e Derivados (1 unidade), Indústria de Fabricação de Produtos de Metálicos (1 unidade), Indústria Fabricação de Bijuterias e Artefatos Semelhantes (1 unidade), Recuperação de Materiais Metálicos, Exceto Alumínio (1 unidade).
I - EMPRESA PEDROZA INDÚSTRIA E COMERCIO DE CALÇADOS LTDA - ME, CNPJ/ MF 05.748.395/0001-29, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
II - EMPRESA L. & L. INDÚSTRIA DE CALÇADOS E COMPONENTES LTDA ME, CNPJ/ MF 17.213.791./0001-30, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
III - EMPRESA RAMAGEM COUROS INDUSTRIA DE ARTEFATOS DE COURO LTDA ME, CNPJ/ MF 07.646.707/0001-19, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE BOLSAS, E ACESSÓRIOS DO VESTURARIO);
IV - EMPRESA ANNY L. CALÇADOS LTDA - ME, CNPJ/MF 18.615.098/0001-57, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS); 
V - EMPRESA LUCY CALÇADOS LTDA - ME, CNPJ/ MF10.217.513/0001-90, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
VI - EMPRESA FREDSON DIAS QUEIROZ - ME, CNPJ/MF 08.680.427/0001-90, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
VII – EMPRESA GLÁUCIA DA SILVA LEITE – ME, CNPJ/MF 13.350.143/0001-75, (FÁBRICA DE ROUPAS FEMININAS E INFANTIL);
VIII - EMPRESA MARCOS RERALD BEZERRA-ME, CNPJ/MF nº 13.674.895/0001-91, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
IX – EMPRESA MARIA JOSÉ TEOTONIO VIEIRA – EPP, CNPJ/ MF 63.304.216/0001-60, (FÁBRICA DE CONFECÇÃO DE ROUPAS INTIMAS FEMININAS);
X – EMPRESA RAIMUNDO BENJAMIM– ME, CNPJ/ MF 01.984.596/0001-74, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XI – EMPRESA ANA LINS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SANDALIAS LTDA - EPP, CNPJ/ MF 12.233.390/0001-29, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XII – EMPRESA FRANCISCO ICARO DE LIMA PEDROSA - ME, CNPJ/ MF 17.764.560/0001-15, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XIII - EMPRESA YURI DO PAREDÃO EMPREENDIMENTOS EIRELE – ME, CNPJ/MF nº 11.999.449/ 0001-21, (GALPAO PARA GUARDAR EQUIPAMENTOS DA EMPRESA (CAMINHOES, MAQUINAS, GERADORES, AUTOMOVEIS, PALCO, E ESTRUTURA DE ALUMINIO);
XIV - EMPRESA M.C. COMPONENTES EMBORRACHADOS LTDA – ME, CNPJ/MF nº 10.600.402/0001-80, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XV - EMPRESA SAMARA RODRIGUES PIRES ME, CNPJ/MF nº 07.243.482/0001-50, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XVI - EMPRESA JOAO BATISTA TORRES ME, CNPJ/MF nº 06.822.449/0001-11, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XVII - EMPRESA AUGUSTO FERREIRA DA SILVA, CNPJ/MF nº 41.298.100/0001-23, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE COSMÉSTICOS, PRODUTOS DE PERFUMARIA E DE HIGIENE PESSOAL);
XVIII - EMPRESA ÚNICA CALÇADOS LTDA - CNPJ/MF 19.578.865/0001-68, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XIX - EMPRESA CASA DO AÇO LTDA ME- CNPJ/ MF 11.564.649/0001-51, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE BIJUTERIAS E ARTEFATOS SEMELHANTES);
XX - EMPRESA RESENDE INDÚSTRIA E COMERCIO DE CALÇADOS LTDA - CNPJ/ MF 03.760.159/0001-00, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS); 
XXI - EMPRESA SMILLE MONTEIRO GOMES – ME CNPJ/ MF 13.904.993/0001-78, (RECUPERAÇÃO DE MATERIAIS METALICOS, EXCETO ALUMINIO);
XXII - EMPRESA JOSE MAURICIO FERREIRA DO NASCIMENTO – ME CNPJ/ MF 02.991.989/0001-78, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METALICOS);
XXIII - EMPRESA CICERA MENDES DIAS AZEVEDO – ME CNPJ/ MF 13.317.065/0001-07, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XXIV - EMPRESA MAQFIO INDÚSTRIA E COMERCIO DE MAQUINAS E NAVALHAS LTDA ME - CNPJ/ MF 10.627.824/ 0001- 40, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE AÇO E DERIVADOS);
XXV - EMPRESA PATAMAR MAQUINA E NAVALHAS LTDA ME - CNPJ/ MF 10.518.312/0001- 45, (INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE FACAS E MANUTENÇÃO DE MAQUINAS);
XXVI - EMPRESA AURINO F. DE OLIVEIRA SERVICOS E LOCACOES - ME - CNPJ/ MF 41.575.473/0001-02, (GALPAO PARA GUARDAR EQUIPAMENTOS DA EMPRESA (CAMINHOES, MAQUINAS, GERADORES, AUTOMOVEIS, PALCO, E ESTRUTURA DE ALUMINIO);
XXVII - EMPRESA MASSAYO INDÚSTRIA E COMERCIO DE CALÇADOS LTDA ME - CNPJ/ MF 14.565.443/0001- 34, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XXVIII - EMPRESA HAIKOU MOTOS LTDA ME - CNPJ/MF 17.992.867/0001- 73, (COMERCIO POR ATACADO DE MOTOCICLETA E MOTONETAS);
XXIX - EMPRESA CALÇADOS VIA FASHION LTDA – EPP CNPJ/ MF 04.503.776/0001-85, (
INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS);
XXX - EMPRESA ATELIE CALÇADOS VIA FASHION – ME CNPJ/ MF 07.175.032/0001-77, (INDÚSTRIA FABRICAÇÃO DE CALÇADOS). 
As condições de doação dos respectivos terrenos para a implantação destas unidades fabris foram as seguintes:
§ 1º - Fica, por esta Lei, autorizada a desafetação pública das áreas referenciadas nos incisos I a VI do art. 1º desta Lei (Quadras F5 e C2), nos moldes da Lei nº 6766/79 (Lei do Parcelamento do Solo
Urbano) e no Plano Diretor do Município de Juazeiro do Norte. 
§ 2º - A área de 12.200,00m2 (doze mil metros quadrados) do sistema viário das Ruas Educadora Antônia Vieira, Guilherme José Bezerra e Antônio Sátiro, será incorporada ao projeto Polo industrial no Campo Alegre.
§ 3º - As donatárias poderão usar e dispor da propriedade plena dos imóveis doados, e caso necessite, oferecê-los em garantia de financiamento, desde que para os fins destinados nesta Lei.
Art. 2º – As empresa donatárias do projeto Polo Industrial do Campo Alegre ficam obrigadas a construir no imóvel no prazo de 2 (dois) anos, e por em funcionamento suas atividades pelo prazo
mínimo de 10 (dez) anos no Município, sob pena de reversão.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
058: (28.07.2014) Boa Tarde para Você, Excelência Reverendíssima Cardeal Dom Cláudio Hummes
Ontem, no aeroporto da cidade, ao cumprimentá-lo, desejei boas vindas e ótima estada entre nós. Na nossa breve conversa, D. Cláudio, percebi que era muito discreta a sua permanência no Cariri. E de fato, mesmo na página da Diocese de Crato, não há uma notícia qualquer sobre esta sua missão. Mas, o senhor me adiantou sobre o retiro do clero da Diocese de Cajazeiras, entre o dia de hoje e o próximo dia 31, no Centro de Expansão. Recorri a fontes de Cajazeiras e por lá soube do regozígio com que seus padres o recebem para o recolhimento anual desta Diocese Centenária. E é a própria Diocese de Cajazeiras que o apresenta como Arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, da Ordem Franciscana dos Frades Menores e um dos participantes do último Conclave que elegeu o Papa Francisco, tendo V. Reverendíssima muito contribuído para a escolha do nome Francisco para o pontificado do Papa Bergoglio. Sem dúvidas, não exatamente por pretensões humanas, mas pela ação do Espírito Santo, na hora do nome de Bergoglio ser escolhido para Papa, V. Reverendíssima, que é seu amigo, sentado ao seu lado, abraçou-o e disse: “não esqueça dos pobres”, e tão espontaneamente saiu da boca de Bergoglio, Francisco, como nome para o seu papado. O restante da história, diz a fonte da Diocese, nós já conhecemos. Quero crer que sua presença no Cariri apenas enseje, de fato, um melhor resultado desta ansiedade do clero paraibano. Contudo, figura tão proeminente da Cúria Romana, como Cardeal da Santa Igreja Romana, Prefeito Emérito da Congregação para o Clero e Presidente do Conselho Internacional de Catequese, é indiscutível a sua audição, opinião e interlocução para as questões mais emergentes da Igreja neste país. Particularmente entre nós, juazeirenses, a pauta insatisfeita de mais de cem anos, com respeito à reabilitação do nosso Padrinho Cícero é do seu conhecimento há muito tempo. Mais de perto, tendo sucedido seu irmão gaúcho e franciscano Dom Frei Aloísio Lorscheider, no importante Arcebispado de Fortaleza, entre 1996 e 1998, V. Reverendíssima conheceu amiúde esta questão, como ela se impõe, em razão da importância que este povo de Deus, sediado nesta verdadeira Nação Sertaneja, Romeira e Missionária, se manifesta com vigor para os destinos de nossa crença religiosa. Ainda mais de perto, podemos lembrar a sua estada anterior entre nós, quando em 2 de fevereiro de 2006, então Arcebispo de São Paulo, encerrou o novenário das Candeias, realizado pela primeira vez, sem a figura notável do Monsenhor Murilo de Sá Barreto, cujo desaparecimento abriu lacuna impreenchível por entre os devotos mais fervorosos do Padre Cícero Romão Batista. Imagino também que, como se diz nos bastidores da Diocese de Crato, a causa do Patriarca de Juazeiro esteja bem encaminhada e conte com a melhor sensibilidade deste papado que também não deve esquecer os pobres destes sertões. Mesmo assim, recorro a V. Reverendíssima para que a causa deste que há muito se consagra como o Santo dos Nordestinos, seja considerada e revista sob as bênçãos de Deus, e fortaleça em tudo aquilo que anima a nossa Igreja. Também, com sua bênção, D. Cláudio Hummes.

CINE CAFÉ NO CCBNB
No próximo dia 02.08, as 17:30 horas o Cine Café do CCBNB estará exibindo o filme Zona de Risco (Gongdong Gyeongbi Guyeok, Coreia do Sul, 2000), película do GêneroAção/Drama/Guerra, com duração de 110 minutos. Do diretor Chan-Wook Park. Elenco - Yeong-ae Lee (Major Sophie E. Jean), Byung-hun Lee (Sargento Lee Soo-hyeok), Kang-ho Song (Sargento Oh Kyeong-pil), Tae-woo Kim (Nam Sung-shik), Ha-kyun Shin (Jeong Woo-jin) e Christoph Hofrichter (Major General Bruno Botta). Sinopse - Na fronteira que separa a Coréia do Norte da do Sul, dois soldados da Coréia do Norte foram mortos, supostamente por um soldado da Coréia do Sul. As 11 balas encontradas no corpo dos soldados levantam dúvidas. A investigação da equipe Suí ça/Sueca da fronteira neutra, suspeita que outra parte desconhecida possa estar envolvida - tudo faz parecer indicar um plano para encobrir algo. A verdade é mais simples do que se pode imaginar e muito mais trágica.

RECONHECIMENTO PÚBLICO
Através da Lei nº 4351, de 18 de julho de 2014 a Prefeitura Municipal de Juazeiro do Nortereconheceu de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO DA FEIRA DO TROCA, fundada em 02 de março de 2011, com sede e foro no Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. Ela é uma associação social, educativa e desportiva e de direito privado, sem fins lucrativos, políticos ou religiosos, sem distinção de nacionalidade, cor, raça, religião e crença, com prazo indeterminado de duração e que se destina à execução das atividades culturais, sociais e desportivas, e reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. Projeto de autoria do vereador José Nivaldo Cabral de Moura.

NOVAS RUAS
Duas novas ruas foram nomeadas, em homenagens, conforme as leis sancionadas recentmente:
Lei N.º 4355, de 21.07.2014 que denomina de RUA ANTÔNIO FLORÊNCIO DA SILVA, a artéria que se inicia na Rua Antônio Ferreira de Souza e término na Rua Manoel Fialho de Brito, sentido Leste/Oeste, no bairro Brejo Seco, Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. Autoria doVereador Danty Bezerra da Silva. Subscrição do Vereador Antônio Vieira Neto;
Lei N.º 4356, de 21.07.2014 que denomina de RUA ELISA MARIA MOTA, a artéria que tem sentido Leste/Oeste, iniciando-se na Rua Antônio Ferreira de Souza e término na Rua Manoel Fialho de Brito, sentido Leste/oeste, entre a Travessa José Antônio Severino e a Rua Antônio Florêncio da Silva, no bairro Brejo Seco, Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. Autoriado Vereador Danty Bezerra da Silva. Subscrição do Vereador Antônio Vieira Neto.

CIDADÃ JUAZEIRENSE
Pela Resolução N.º 713 de 15.07.2014, o Presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e o Prefeito Municipal sancionou o ato que concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense a Senhora Raimunda Gonçalves Oliveira, pelos inestimáveis serviços prestados à nossa comunidade. Autoria: Francisco Alberto da Costa. Coautoria: João Alberto Morais Borges e José Adauto Araújo RamosSubscrição: José Nivaldo Cabral de Moura - Antônio Vieira Neto - José Ivan Beijamim de Moura - Rubens Darlan de Morais Lobo - Normando Sóracles Gonçalves Damascena - José Tarso Magno Teixeira da Silva - Cícero Claudionor Lima Mota – Cláudio Sergei Luz e Silva - Firmino Neto Calú - Glêdson Lima Bezerra – Paulo José de Macêdo – Maria Calisto de Brito Pequeno - Auricélia Bezerra e Rita de CássiaMonteiro Gomes.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
056: (25.07.2014) Boa Tarde para Você, Wilton Bezerra
Quando faleceu Francisco de Assis Silva, o Foguinho, eu fiquei muito angustiado porque alguns amigos já haviam sugerido que não o esquecesse naqueles dias de copa do mundo. Lamentável é que, de fato, não o fiz prontamente e fiquei aguardando um momento para saudá-lo, pensando até mesmo que o melhor resultado estava para vir. Penso que ainda seja oportuno dizer-lhe, meu caro amigo Wilton Bezerra, que este cumprimento que lhe faço hoje se deve à permanência da grande impressão que tive e pela forte emoção que senti por suas palavras na despedida de seu compadre Foguinho. Ao vê-lo assumir esta missão dolorosa, no altar da capela, à hora amarga do pranto e da saudade de seus familiares, eu senti que aquele instante não era exatamente o momento de uma quase formalidade que por vezes pensamos que seja quando muitos se ajuntam para prantear alguém cuja morte é muito sentida e lamentada. E não era, mesmo. Quem quer que tenha prestado atenção, Wilton, ao conteúdo de sua mensagem de conforto à família e aos amigos de Foguinho, terá ouvido como sua sensibilidade havia tocado muito fundo no nosso sentimento para revelar um pouco da alma do amigo morto, para daí considerar um lado pouco lembrado de sua felicidade. Na sua simplicidade, e era com isto que você, Wilton, nos confortava, Foguinho foi precisamente o que você perfilou: um homem simples que soube construir sua felicidade pessoal e a de sua família, ao sabor das coisas mais comuns, o que não lhe sofisticou a vida, o que não o fez um homem fútil e afetado pelas oportunidades que a vida lhe conferiu. Você, e bem assim também outros da radiofonia, desde os tempos de Foguinho, controlista da Iracema, mas especialmente na área do esporte, sabiam por sobejas razões o que fazia diariamente aquele camarada trabalhador, competente, sincero, leal e divertido. Esse era o Foguinho que vocês lembravam, às lágrimas, nas maravilhosas jornadas das copas de que participou, narrando para nós algumas das campanhas vitoriosas do selecionado brasileiro. Também concordo consigo, Wilton, que Foguinho não era um homem frio e insensível à grande frustração desta copa mais recente. Não há como não relacionar sua morte à sua angústia dupla, de ausência do microfone, exatamente quando o certame estava em nossa terra, e bem assim pela decepção dos resultados, fosse por quais motivos alegados. Seguramente, nesta angústia, vimos o querido Foguinho sucumbir, porque seu coração afetuoso não resistira às emoções. Somos, por estes pequenos argumentos, mas também pela forma elegante e humanitária como você, Wilton, chegou junto a esta família, por seus eternos laços de compadrio, gratos pela sua sensibilidade e por suas palavras sobre o amigo, nesta hora derradeira. No nosso imaginário, Foguinho vai continuar fazendo falta. Ainda lamentaremos muito a sua ausência no rádio, um encontro casual nas ruas para ouvir-lhes em deliciosas histórias contadas com bom humor, a repetir muitas delas, sempre com uma nova motivação e grande graça. Enfim, Wilton, esta é a vida que nos cabe, a que tem de incluir no nosso sofrimento a perda de amigos, como este Foguinho, dentre tantos outros que nos deixam saudosos.

CINE ELDORADO
O Cine Eldorado (Rua Pe. Cícero, esq. Floro Bartolomeu) estará apresentando nesta sexta feira, às 20 horas a película Deu a Louca no Mundo (It's a Mad, Mad, Mad, Mad World), EUA, 1963. Esta comédia será projetada em 192 min, e na direção o festejado diretor Stanley Kramer. Elenco: Spencer Tracy (Capt. T. G. Culpepper), Milton Berle (J. Russell Finch), Sid Caesar (Melville Crump), Buddy Hackett (Benjy Benjamin), Ethel Merman (Sra. Marcus), Mickey Rooney (Ding Bell), Dick Shawn (Sylvester Marcus), Phil Silvers (Otto Meyer), Terry-Thomas (J. Algernon Hawthorne), Jonathan Winters (Lennie Pike), Edie Adams (Monica Crump), Dorothy Provine (Emeline Marcus-Finch), Eddie 'Rochester' Anderson (Second Cab Driver), Jim Backus (Tyler Fitzgerald), Ben Blue (Biplane Pilot), Joe E. Brown (Union Official), Alan Carney (Police Sergeant), Chick Chandler (Detective Outside Chinese Laundromat), Barrie Chase (Sylvester's Girlfriend), Lloyd Corrigan (The Mayor), William Demarest (Police Chief Aloysius), Andy Devine (Sheriff of Crockett County), Selma Diamond (Ginger Culpepper (voz), Peter Falk (Third Cab Driver), Norman Fell (Detective at Grogan's Crash Site), Paul Ford (Col. Wilberforce), Stan Freberg (Deputy Sheriff), Louise Glenn (Billie Sue Culpepper (voz), Leo Gorcey (First Cab Driver), Sterling Holloway (Fire Chief), Marvin Kaplan (Irwin), Edward Everett Horton (Sr. Dinckler), Buster Keaton (Jimmy the Crook), Don Knotts (Nervous Motorist), Charles Lane (Airport Manager), Mike Mazurki (Miner), Charles McGraw (Lt. Matthews), Cliff Norton (Reporter), Zasu Pitts (Gertie - Switchboard Operator), Carl Reiner (Tower Controller at Rancho Conejo), Madlyn Rhue (Secretary Schwartz), Roy Roberts (Policeman Outside Irwin & Ray's Garage), Arnold Stang (Ray), Nick Stewart (Migrant Truck Driver), The Three Stooges (Bombeiro), Sammee Tong (Chinese Laundryman), Jesse White (Radio Tower Operator at Rancho Conejo), Jimmy Durante (Smiler Grogan), Joe DeRita (Bombeiro), Larry Fine (Bombeiro), Moe Howard (Bombeiro), Wayne Anderson (Extra (não creditado), Phil Arnold (Garage Mechanic (não creditado), Jack Benny (Man in Car in Desert (não creditado), Paul Birch (Policeman (não creditado), Wally Brown (Policeman (não creditado), John Clarke (Helicoper Pilot (não creditado), 
Stanley Clements (Detective in Squad Room (não creditado), Minta Durfee (Woman in Final Crowd (não creditado), Roy Engel (Patrolman / Police Radio voz Unit F-14 (não creditado), James Flavin (Patrolman (não creditado), Nicholas Georgiade (Detective at Grogan's Crash Site (não creditado), Stacy Harris (Police Radio Unit F-7 (voz) (não creditado), Don C. Harvey (Policeman in Helicopter (não creditado), John Indrisano (Hard Hat in Crowd (não creditado), Allen Jenkins (Cop (não creditado), Robert Karnes (Officer Simmy (não creditado), Tom Kennedy (Traffic Cop (não creditado), Harry Lauter (Police Dispatcher (não creditado), Ben Lessy (George (não creditado), Bobo Lewis (Pilot's Wife (não creditado), Jerry Lewis (Driver Running Over Hat (não creditado), Bob Mazurki (Eddie (não creditado), Ralph Moratz (Spectator (não creditado),  Barbara Pepper (não creditado), Eddie Rosson (Eddie, The Miner's Son (não creditado), Eddie Ryder (Air Traffic Control Tower Staffer (não creditado), Jean Sewell (Woman in Migrant Truck (não creditado), Charles Sherlock (Crowd Member (não creditado), Eddie Smith (não creditado), Paul Sorenson (Hardhat in crowd next to Joe E Brown. (não creditado), Doodles Weaver (Hardware Store Clerk (não creditado), Danele (Extra (não creditado). Sinopse Spencer Tracy comanda um hilariante elenco de grandes estrelas da comédia de Hollywood (Milton Berle, Sid Caesar, Buddy Hackett, Ethel Merman, Mickey Rooney, Dick Shawn, Phil Silver, Terry-Thomas e Jonathan Winters) e filme a aparições muito especiais de vários comediantes famosos, de Bom Knotts e Jerry Lewis aos Três Patetas. Indicado a seus prêmios Oscar, Deu a Louca no Mundo é uma explosiva experiência cinematográfica. Em uma tortuosa estrada deserta, oito motoristas viajando em férias, dividem uma experiência que muda seus planos...e suas vidas! Depois de um misterioso desconhecido, lhes informar a localização de uma fortuna em dinheiro roubado, cada um deles apressa-se para entrar em uma louca e atropelada corrida, para colocar as mãos no fruto do assalto, na mais eletrizante festa do riso da história.

CINE CAFÉ NO CCBNB
O Cine Café exibirá amanhã, dia 26.07, às 19:00, o filme A Excêntrica Família de Antonia (Antonia,1995). Elenco: Willeke van Ammelrooy – Antonia, Els Dottermans – Danielle, Veerle van Overloop – Thérèse, Jan Decleir – Bas, Mil Seghers - Kromme Vinger (Dedo Torto), Dora van der Groen – Allegonde, Thyrza Ravesteijn – Sarah, Esther Vriesendorp - Thérèse (13 anos), Carolien Spoor - Thérèse (6 anos), Leo Hogenboom – padre. Sinopse: O filme A excêntrica família de Antonia da diretora holandesa Marleen Gorris apresenta a vida em uma pequena cidade no interior da Holanda após segunda guerra, onde a volta de Antonia depois de vinte anos é vista de diversas formas: algumas positivas e outras negativas. Em torno da personagem principal percebemos a vida e a morte, as vitórias e as perdas. A obra traz um universo feminino, onde as ações dos homens estão envolta de um poder e mostra eles agindo de forma impulsiva e irracional, como exemplo: o incesto onde o irmão usa a irmã, o filho que volta para receber a herança e impondo medo na família, dessa forma a diretora faz uma critica a sociedade machista e patriarcal e esboça uma defesa ao universo feminino mostrando que as mulheres do filme são independentes no mundo exterior; tocando em assuntos que ainda geram conflitos de ideias no período e algumas até hoje como: a independência feminina, aborto, a capacidade de decisão de ser mãe, sexualidade, homossexualismo, desejo. Ainda reforça a capacidade da mulher de trabalhar em diversas áreas. E referindo sobre as reflexões apresentada no filme sobre a educação mostrando uma menina gênio, levando para o mundo da filosofia nos apresentando questões sobre o tempo, o raciocínio, a vida, a morte e questões existenciais. A Excêntrica Família de Antonia traz também questões sociais como a violência sexual (essa tem maior destaques), as doenças psicológicas, as relações de vizinhança, os boatos na cidade (fofocas) e fazer justiça com as próprias mãos. Um fator relevante a ser considerado é as experiências e de cada personagem, pois Antonia realmente tem uma família excêntrica, família essa criada de forma generosa devida a nem todos os personagens terem laços consanguíneos e todos se aceitam e se cativam, aceitando as diferenças entre eles dando maior importância aos laços afetivos. O filme faz jus ao Oscar recebido 1995 por retratar uma realidade pós-guerra que não é contada nos livros de história convencional. 


ARIANO SUASSUNA NO CÉU
O cordel, com certeza, foi a linguagem por excelência da vida literária de Ariano Vilar Suassuna, há pouco falecido. Em sua homenagem os poetas e cantadores já se manifestam num preito de saudade ao grande mestre. É o caso deste folheto que já deve estar ao alcance do público, feito ao calor da hora, como o cordel sempre cuidou de grandes personagens como este criador de Chicó e João Grilo. Ariano esteve há alguns anos atrás em Juazeiro do Norte e fez magistral aula-espetáculo, tão ao seu gosto. A máquina fotográfica de Célia Morais flagrou um instante quando ao lado de Ariano estavam José Carlos dos Santos e Walmi Paiva. A seguir, reproduzimos o texto que acaba de nos ser enviado, de autoria de Klevisson Viana (Fortaleza) e Bule-Bule (Salvador), com o título de A Chegada de Ariano Suassuna no Céu.
A CHEGADA DE ARIANO SUASSUNA NO CÉU
Autores: Klévisson Viana e Bule-Bule

Nos palcos do firmamento
Jesus concebeu um plano
De montar um espetáculo
Para Deus Pai Soberano
E, ao lembrar de um dramaturgo,
Mandou buscar Ariano.

Jesus mandou-lhe um convite,
Mas Ariano não leu.
Estava noutro idioma,
Ele num canto esqueceu,
Nem sequer observou
Quem foi que lhe escreveu.

Depois de um tempo, mandou
Uma segunda missiva.
A secretária do artista
Logo a dita carta arquiva,
Dizendo: — Viagem longa
A meu mestre não cativa.

Jesus sem ter a resposta
Disse torcendo o bigode:
— Eu vejo que Suassuna
É teimoso igual a um bode.
Não pode, mas ele pensa
Que é soberano e pode!

Jesus, já perdendo a calma,
Apelou pra outro suporte.
Para cumprir a missão,
Autorizou Dona Morte:
— Vá buscar o escritor,
Mas vê se não erra o corte!

A morte veio ao País
Como turista estrangeiro, 
Achando que o Brasil
Era só Rio de Janeiro.
No rastro de Suassuna,
Sobrou pra Ubaldo Ribeiro.

Porém, antes de encontrá-lo,
Sofreu um constrangimento
Passando em Copacabana,
Um malfazejo elemento
Assaltou ela levando
Sua foice e documento.

A morte ficou sem rumo
E murmurou dessa vez:
— Pra não perder a viagem
Vou vender meu picinez
Para comprar outra foice
Na loja de algum chinês.

Por um e noventa e nove
A dita foice comprou.
Passando a mão pelo aço,
Viu que ela enferrujou
E disse: — Vai essa mesma,
Pois comprar outra eu não vou!

A morte saiu bolando,
Sem direção e sem tino,
Perguntando a um e a outro
Pelo escritor nordestino,
Obteve informação,
Gratificando um menino.

Ao encontrar João Ubaldo,
Viu naufragar o seu plano,
Se lembrando da imagem
Disse: — Aqui há um engano.
Perguntou para João
Onde é que estava Ariano.

Nessa hora João Ubaldo,
Quase ficando maluco,
Tomou um susto arretado,
Quando ali tocou um cuco,
Mas, gaguejando, falou:
—Ele mora em Pernambuco!

A morte disse: — Danou-se
Dinheiro não tenho mais
Para viajar tão longe,
Mas Ariano é sagaz.
Escapou mais uma vez,
Vai você mesmo, rapaz!

Quando chegou lá no Céu
Com o escritor baiano,
Cristo lhe deu uma bronca:
— Já foi baldado o meu plano.
Pedi um da Paraíba
E você trouxe um baiano.

João Ubaldo é talentoso,
Porém não escreve tudo.
“Viva o Povo Brasileiro”
É sua obra de estudo,
Mas quero peça de humor,
Que o Céu tá muito sisudo.

Foi consultar os arquivos
Pra ressuscitar João,
Mas achou desnecessário,
Pois já era ocasião
Pra ele vir prestar contas
Ali na Santa Mansão.

Jesus olhou para a Morte 
E disse assim: — Serafina,
Vejo não és mais a mesma.
Tu já foste mais malina,
Tá com pena ou tá com medo,
Responda logo, menina?!

— Jesus, eu vou lhe falar
Que preciso de dinheiro.
Ariano mora bem
No Nordeste brasileiro.
Disse o Cristo: —Tenho pressa,
Passe lá no financeiro!

— Só faço que é pra o Senhor.
Pra outro, juro não ia.
Ele que se conformasse
Com o escritor da Bahia.
Se dependesse de mim,
Ariano não morria.

A morte na internet
Comprou passagem barata.
Quase morria de susto
Naquela viagem ingrata.
De vez em quando dizia:
— Eita que viagem chata!

Uma aeromoça lhe trouxe
Duas barras de cereais.
Diz ela: — Estou de regime.
Por favor, não traga mais,
Porque se vier eu como,
Meu apetite é voraz!

Quando chegou no Recife,
Ficou ela de plantão
Na porta de Ariano
Com sua foice na mão,
Resmungando: — Qualquer hora
Ele cai no alçapão!

A morte colonizada,
Pensando em lhe agradar,
Uma faixa com uma frase
Ela mandou preparar,
Dizendo: “Welcome Ariano”,
Mas ele não quis entrar.

Vendo a tal faixa, Ariano
Ficou muito revoltado.
Começou a passar mal,
Pediu pra ser internado
E a morte foi lhe seguindo
Para ver o resultado.

Eu não sei se Ariano
Morreu de raiva ou de medo.
Que era contra estrangeirismos,
Isso nunca foi segredo.
Certo é que a morte o matou
Sem lhe tocar com um dedo.

Chegou no Céu Ariano,
Tava a porta escancarada.
São Pedro quando o avistou
Resmungando na calçada,
Correu logo pra o portão,
Louvando a sua chegada.

Um anjinho de recado
Foi chamar o Soberano,
Dizendo: - O Senhor agora
Vai concretizar seu plano.
São Pedro mandou dizer
Que aqui chegou Ariano.

Jesus saiu apressado,
Apertando o nó da manta
E disse assim: — Vou lembrar
Dessa data como santa
Que a arte de Ariano
Em toda parte ela encanta.

São Pedro lá no portão
Recebeu bem Ariano,
Que chegou meio areado,
Meio confuso e sem plano.
Ao perceber que morreu,
Se valeu do Soberano.

Com um chapelão de palha
Chegou Ascenso Ferreira,
O grande Câmara Cascudo,
Zé Pacheco e Zé Limeira.
João Firmino Cabral
Veio engrossar a fileira.

E o próprio João Ubaldo
(Que foi pra lá por engano)
Veio de braços abertos
Para abraçar Ariano.
E esse falou: - Ubaldo,
Morrer não tava em meu plano!

Logo chegou Jorge Amado
E o ator Paulo Goulart.
Veio também Chico Anysio
Que começou a contar
Uma anedota engraçada
Descontraindo o lugar.

Logo chegou Jesus Cristo,
Com seu rosto bronzeado.
Veio de braços abertos,
Suassuna emocionado
Disse assim: — Esse é o Mestre,
O resto é papo furado!

Suassuna que, na vida,
Sonhou em ser imortal,
Entrou para Academia,
Mas percebeu, afinal,
Que imortal é a vida
No plano celestial.

Jesus explicou seus planos
De fazer uma companhia
De teatro e ele era
O escritor que queria
Para escrever suas peças,
Enchendo o Céu de alegria.

Nisso Ariano responde:
— Senhor, eu me sinto honrado,
Porém escrever uma obra
É serviço demorado.
Às vezes gasto dez anos
Para obter resultado.

Nisso Jesus gargalhou
E disse: — Fique à vontade.
Tempo aqui não é problema,
Estamos na eternidade
E você pode criar
Na maior tranquilidade.

Um homem bem pequenino
Com chapeuzinho banzeiro,
Com um singelo instrumento,
Tocou um coco ligeiro
Falando da Paraíba:
Era Jackson do Pandeiro.

Logo chegou Luiz Gonzaga,
Lindu do Trio Nordestino,
E apontou Dominguinhos
Junto a José Clementino
E o grande Humberto Teixeira,
Raul e Zé Marcolino.

Depois chegou Marinês
Com Abdias de lado
E Waldick Soriano,
Com um vozeirão impostado,
Cantou “Torturas de Amor”,
Como sempre apaixonado.

Veio então Silvio Romero
Com Catulo da Paixão,
Suassuna enxugou 
As lágrimas de emoção
E Catulo, com seu pinho,
Cantou “Luar do Sertão”.

Leandro Gomes de Barros
Junto a Leonardo Mota,
Chegou Juvenal Galeno,
Otacílio Patriota.
Até Rui Barbosa veio
Com título de poliglota.

Chegou Regina Dourado,
Tocada de emoção,
Juntinho de Ariano,
Veio e beijou sua mão
E disse: — Na sua peça
Quero participação.

Ariano dedicou-se
Àquele projeto novo.
Ao concluir sua peça,
Jesus deu o seu aprovo
E a peça foi encenada
Finalmente para o povo.

Na peça de Ariano
Só participa alma pura.
Ariano virou santo,
Corrigiu sua postura.
Lá no Céu ganhou o título
Padroeiro da cultura.

Os artistas que por ele
Já nutriam grande encanto
Agora estando em apuros,
Residindo em qualquer canto,
Lembra de Santo Ariano
E acende vela pro santo.

Ariano foi Quixote 
Que lutou de alma pura.
Contra a arte descartável
Vestiu a sua armadura
Em qualquer dia do ano
Eu digo: viva Ariano
Padroeiro da Cultura!

FIM

quarta-feira, 23 de julho de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
054: (21.07.2014) Boa Tarde para Você, Raimundo Mailson de Souza
No dia de ontem, nossa cidade e um grande pedaço deste povo nordestino celebraram no adro do Socorro a tradicional missa do dia 20, lembrando o nosso irmão mais ilustre, sepultado no altar da capela, há exatos 80 anos. Estava distante daí, Mailson, mas pude ver por algumas fotos postadas na internet a multidão que acorreu ao evento e por isto me veio na imaginação, uma sensação do quanto isto foi emocionante para aquela gente que se espremia na praça. Nestes anos decorridos, especialmente depois da morte do Padre Cícero, o Socorro tornou-se a derradeira morada de muitos romeiros que vieram de todos estes Estados, como os meus que vieram das Alagoas. Por assim dizer, penso que ele é um pequeno santuário, se não há engano da minha parte, porque ali deixamos gente que por tantas virtudes são os nossos santos mais próximos. Por isso mesmo, Mailson, recai sobre você o privilégio de ser o zelador, mentor desta guarda de tão importantes despojos. Além do que, bem sabemos, não é uma atividade fácil, porquanto isto inclui habilidades para tratos delicados e conflitos exaltados pelo estado emocional de famílias enlutadas. Realço a sua iniciativa de ter promovido algumas ações para que o Cemitério do Socorro não fosse tão abandonado. Pena é que você tem pouco, aliás, pouquíssimo apoio, a ponto de viver implorando a atenção da municipalidade para suas melhorias e manutenção. Lembro bem que o Mons. Murilo até nos fazia rir ao relatar as suas muitas idéias para modernizar e melhorar o perfil deste cemitério como, por exemplo, a sua verticalização. Claro que tudo isto dependeria de recursos que, enfim, nunca apareceram. E Mons. Murilo brincava, dizendo que tinha algum temor que você viesse a cobrar IPTU dos pobres finados. Brincadeira à parte, vez por outra, Mailson, sofremos também consigo porque ficamos sabendo de algumas mazelas que afligem o nosso cemitério. Ora falamos da superpopulação que o campo abriga, da má conservação que caberia às famílias detentoras de jazigos, da falta de iluminação pública, da ausência de segurança, de pessoal de serviço a ser provido pelo poder público, de espaços disciplinados para a circulação, novas áreas para sepultamentos, e outras questões. Não bastassem estes agravantes, ainda se tem que conviver com pessoas que resolvem estimular uma grande praga de gatos que são alimentados em cima das sepulturas. Quanto a questão do espaço, creio que você saiba, Mailson, que o propósito original do Padre Cícero, ouvindo Mestre Pelúsio e Conde Adolfo, pessoas que cuidaram do traçado da cidade no início do século XX, era o de que o nosso campo santo tivesse as dimensões que compreenderiam, além da sua área atual, um novo espaço entre o prolongamento da rua Santa Cecília, e as ruas Santa Luzia, São José, e Pe. Alencar Peixoto. Infelizmente, o crescimento da cidade nunca foi entendido pelos nossos gestores municipais, e o cemitério era parte destas atenções que nunca foram consideradas. O ano corre apressado e daqui a pouco um novo novembro virá lhe trazendo grandes preocupações. Gostaríamos muito de que estes argumentos em tão poucas palavras sensibilizassem a prefeitura municipal de nossa cidade para que o seu dedicado colaborador tivesse, apenas, a oportunidade de melhor realizar o seu trabalho. Para nós que continuaremos vivos, isto já seria muito bom. Aos nossos mortos, seria parte do seu repouso eterno.


55: (23.07.2014) Boa Tarde para Você, Daniel Walker Almeida Marques
Em 18 de julho de 2009, nós reiniciamos uma jornada de celebrações que tinha, naquela data, a marca do nascimento da imprensa juazeirense. Abríamos um período que desejávamos longo para festejar centenários que traziam um novo ânimo a estes amantes impenitentes da cidade tão amada. Você, Daniel Walker, especialmente, tinha tudo a ver com este primeiro momento, por sua condição de memorialista, de historiador, de jornalista e de homem que dinamizou em muitos aspectos esta imprensa de jornais de folhas, da radiofonia, como pioneiro das FMs e das novas mídias eletrônicas. Assim foram os centenários do primeiro jornal, da emancipação política, do pacto dos coronéis, de personalidades marcantes e outros eventos. O povo desejou ver obras públicas como as que se anunciavam: a Praça do Centenário, o Marco Zero, os Portais de Entrada de Juazeiro, o Portal da Fé, os Marcos da Identidade Centenária, o Museu da Cidade, o Rancho de Romeiros, a Avenida Beira Rio, o Centro de Apoio aos Romeiros e outras coisas mais. Infelizmente, tudo frustrado para ser apenas uma pálida festinha interiorana, com todo o respeito. Por sorte, o calendário se repete e Juazeiro do Norte ainda terá em sua longa história muitas oportunidades para comemorar centenários, porque não abrimos mão de que esta seja uma terra que constrói riquezas, semeia esperanças e alegrias e ainda pode contar com o privilégio de verdadeiros homens públicos. Escolhi você, meu querido amigo e irmão, Daniel Walker, para receber nesta data de 23 de julho o abraço que nos damos por este momento tão simbólico e tão importante. Gostaria que fosse presencial, ao sabor da nossa conversa interminável, mas que agora se contenta com esta mensagem, porque estou, como não desejei, a milhares de quilômetros daí. O dia de hoje, como de outros centenários já vividos, tinha tudo para ser aquele instante mágico quando exercitamos com grande ufanismo esses sentimentos de cidadania por termos nascido, vivido e findarmos numa terra privilegiadíssima. De alguma maneira, quase tudo que nos ocorreu desde então, para festejar estes momentos, veio como cena pálida, ao desconforto de nossas expectativas. Como hoje, certamente, quando quase nada acontece para premiar este povo que decididamente construiu esta cidade entre oração e trabalho. Por força e propriedade da Lei 1177, de 23 de julho de 1914, depois da famigerada guerra, passamos de vila a cidade e foi criada a Comarca de primeira entrância, sendo seu juiz a figura íntegra e nobilíssima do Dr. Juvêncio Joaquim de Santana. Há neste momento fundante, meu caro, os sinais mais importantes do nosso foro, e da nossa cidadania. É nosso desejo ardente viver dedicados ao desenvolvimento desta cidade que nos viu nascer e cresce assustadoramente. Felizmente, meu caro Daniel Walker, quero crer que em todos os momentos da existência desta cidade, o fundamental foi feito. O seu povo, e este nada adiou, não mediu esforços para bem ou mal construí-la à nossa imagem e semelhança. Com os nossos defeitos e com as nossas virtudes, com os nossos corações e com os nossos braços, com as nossas esperanças e com as nossas frustrações, com o nosso sangue e com o nosso suor. Esta é a nossa glória: proclamar hoje e sempre, e onde estivermos, a grandeza desta centenária cidade de Juazeiro do Norte.

PROLONGAMENTO DE RUA & NOVA RUA
Através da Lei Nº 4348, de 14 de julho de 2014, o prefeito municipal de Juazeiro do Norte dispôs sobre o prolongamento da Rua Mestre José Caetano, a partir da Rua Coletor José Vitorino da Silva, numa extensão de 68m (sessenta e oito metros), no sentido Leste/Oeste, até a Rua Projetada, com terras da família Almeida Pinheiro, no bairro São José, desta cidade. Na mesma Lei, fica denominada de RUA ANTÔNIO TADEU DE ALMEIDA PINHEIRO, a artéria pública que se inicia no prolongamento da Rua Mestre José Caetano, no sentido Norte/Sul, até o limite com a Rua Engenheiro Apolônio de Macedo, no bairro São José, nesta cidade. A autoria da referida lei é do vereador Cícero Claudionor Lima Mota.

OFICINAS DE CINEMA
Alunos de escolas públicas participam das oficinas de animação para produzir um curta-metragem, que será apresentado durante o Cine Ceará 2014. O Cine Coelce inicia aulas nesta segunda-feira, 21, na sede em Fortaleza. Oficinas de cinema de animação do projeto, voltado para crianças e adolescentes de escolas públicas e filhos de colaboradores parceiros da Coelce, serão realizadas até sexta-feira, 25. Após essa data, o projeto segue para Sobral e depois Juazeiro do Norte. Ao todo, participam desta edição 225 crianças e adolescentes entre 9 e 1 anos. Ao final das oficinas, os alunos produzirão um curta-metragem que será apresentado durante o Cine Ceará 2014 - Festival Iberoamericano de Cinema. O tema desta edição é "Prevenção de Acidentes com Motos". Depois das aulas em Juazeiro do Norte (4 a 8 de agosto), projeto volta para Fortaleza, com atividades entre os dias 18 a 22 de agosto, em escola pública que será definida. Conforme a organização, oficinas contam com parceria da Associação Cultural Cine Ceará e da Casa Amarela Eusélio Oliveira, da Universidade Federal do Ceará (UFC). No fim das oficinas, os alunos que mais se destacam em cada turma são selecionados para participar de um curso de um mês no Núcleo de Cinema de Animação (Nuca), da Casa Amarela Eusélio Oliveira, conforme a Coelce. Lá, eles devem aprofundar os conhecimentos sobre o cinema de animação e têm acesso a equipamentos e programas de computador utilizados em grandes estúdios de animação. Cine Coelce é realizado desde 2007, com mais de 1.225 crianças e adolescentes beneficiadas com o aprendizado da técnica do desenho transformado em arte. (Fonte: Coelce e O POVO Online) 

domingo, 20 de julho de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
053: (18.07.2014) Boa Tarde para Você, Haydée Felipe Rodrigues
Esta semana, fizemos a inserção de uma foto sua, Haydée, na galeria de Rostos do Juazeiro, livro que eu e Raimundo Araújo pretendemos reeditar, com grande ampliação do acervo. Imediatamente me lembrei de um compromisso que assumi consigo para organizarmos uma publicação em homenagem ao seu sogro, Elias Rodrigues Sobral. E a propósito, no próximo dia 20 o lembraremos, na oportunidade do centésimo terceiro ano de seu nascimento. Então, Haydée, desde quando imaginamos esta homenagem merecida, eu tenho me esforçado para coletar textos e dados sobre este exemplar serviço da vida de Elias Rodrigues. Não descansei porque temos em família um grande conceito de suas ações como educador e figura de grandes méritos para o desenvolvimento do Juazeiro. Por seis anos, ao tempo em que dirigi o ICVC, era do professor Elias, um dos seus mais proeminentes membros titulares, que me chegavam atenções e dedicação que muito me lisonjeavam, na gestão do Instituto. Elias já era amigo de nossa família no início dos anos trinta. Disso vamos testemunhar com o sentimento de gratidão, pois para nós foi um benemérito. A cidade de Juazeiro do Norte deve a Elias Rodrigues uma grande reverência por inúmeras atividades que o vincularam à nossa grandeza sócio-educacional. Revisar sua vida, Haydée, como assim pactuamos, acredito, será um passeio, pois de sua lavra ficaram muitos escritos que precisam ser garimpados, face a efemeridade dos nossos jornais de folhas. Mas, felizmente, muita coisa foi salva com as nossas preocupações de guardar velharias. Numa destas, recorro ao velho jornal, O Lavrador, periódico da extinta Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, a primeira do Brasil, que Elias Rodrigues ajudou a fundar, em 13 de junho de 1934. Mas, também, vamos encontrá-lo ativo, esmerado e bem atualizado, nas páginas de O Lutador, de 1945, da então Congregação Mariana, vinculada à nossa igreja-matriz, onde ele era o redator-chefe. No primeiro, Haydée, encontro a estreia de Elias com articulista do Lavrador, na edição de 12 de outubro de 1935, em belíssima página de conteúdo cívico, pela festa do dia da pátria. Aliás, esta é uma tônica em seus escritos, cujo valor intrínseco, pela nacionalidade, jamais se arredou de tudo quanto produziu. Aos vinte e três anos de idade, aluno do então primeiro ano complementar, Elias pede desculpas por não adentrar mais íntima e historicamente à data celebrada. Prefere apresentar suas preocupações sobre o lugar do homem do campo diante da convulsionada vida política e social do pais, frente à ameaça do anarquismo. Em 29 de fevereiro de 1935, Elias volta ao Lavrador, para na sua primeira página destacar o relevante serviço da Escola Normal, assentado no grande tripé gestor, de Plácido Castelo, Jacinto Botelho e Amália Xavier. Na edição de julho de 1936, destaco um homenagem que o professor Elias faz ao dia do estudante. Para ele, não havia equívoco: o estudante era a única esperança da Pátria. Como se vê, até parece que as coisas não mudaram tanto. E a luta pela educação continua como parte de uma pauta que assegura melhores dias para nosso país. Enfim, Haydée, como você pode notar, ao tomar aleatoriamente apenas alguns textos em dois anos do jornal ao qual ele tanto se dedicou até o início dos anos 60, não teremos nenhuma dificuldade para realçar o perfil deste grande educador que foi Elias Rodrigues Sobral. E vamos juntos, tirar o projeto das nossas cabeças.

NOVAS RUAS

Diversas novas ruas tiveram suas nomenclaturas estabelecidas  por dispositivos legais, como se segue:
LEI Nº 4345, DE 10 DE JULHO DE 2014, Art. 1º – O inciso XX do artigo primeiro da Lei Municipal nº 4231, de 05 de julho de 2013, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1º - (.......) XX – RUA JOSÉ ALVES RIBEIRO (SARGENTO ZÉ DUDU) a rua projetada 20 do Loteamento Conviver Life II, desta cidade, com início na Avenida Edgar Alvino Leite, sentido leste/oeste, no bairro Aeroporto”. AUTORIA: Vereador Glêdson Lima Bezerra.
LEI Nº 4346, DE 10 DE JULHO DE 2014, fica denominada de RUA PRESIDENTE TANCREDO NEVES, no bairro Brejo Seco, a Rua Projetada 13 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (oeste para leste) da Avenida Manoel Coelho de Alencar em direção à Rua Major Figueiredo.
Art. 2º – Fica denominada de RUA GOVERNADOR MIGUEL ARRAIS, no bairro Brejo Seco, a Rua Projetada 14 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (oeste para leste) da Avenida Manoel Coelho de Alencar em direção à Rua Projetada 06. AUTORIA: Vereador José Tarso Magno Teixeira da Silva
LEI Nº 4347, DE 10 DE JULHO DE 2014, fica denominada de RUA ROMÁRIO FERNANDES DOS SANTOS, a Rua Projetada 01 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul/vice-versa) da Rua Projetada 13 à Rua Projetada 14 (vice-versa).
Art. 2º – Fica denominada de RUA RAIMUNDO PINHEIRO NETO, a Rua Projetada 02 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa) da Rua Projetada 13 à Rua Projetada 14 (vice-versa).
Art. 3º - Fica denominada de RUA DORALICE BARBOSA DE SANTANA (Dona Dóris), a Rua Projetada 03 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa) da Rua Projetada 13 à Rua Projetada 14 (vice-versa).
Art. 4º - Fica denominada de RUA MARIA PITI, a Rua Projetada 04 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa) da Rua Projetada 13 à Rua Projetada 14 (vice-versa).
Art. 5º - Fica denominada de RUA JOSÉ HENRIQUE FILHO, a Rua Projetada 05 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa) da Rua Projetada 13 à Rua Projetada 14 (vice-versa).
Art. 6º - Fica denominada de RUA MARIA EDILENE PINTO ESTEVES, a Rua Projetada 06 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa) da Rua Projetada 13 à Rua Projetada 14 (vice-versa).
Art. 7º - Fica denominada de RUA VEREADOR FRANCISCO GUALBERTO BRANDÃO, a Rua Projetada 07 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa) da Rua Projetada 13 à Rua Projetada 14 (vice-versa).
Art. 8º - Fica denominada de RUA EMPRESÁRIO ANTÔNIO WENER FERNANDES DA SILVA, a Rua Projetada 08 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa) da Rua Projetada 13 à Rua Projetada 14 (vice-versa).
Art. 9º - Fica denominada de RUA HERMES PEREIRA BARBOZA, a Rua Projetada 09 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa).
Art. 10 - Fica denominada de RUA ARTISTA JOSÉ WILKER DE ALMEIDA, a Rua Projetada 10 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa).
Art. 11 - Fica denominada de RUA PROFESSORA E ARTISTA MARIA ASSUNÇÃO GONÇALVES (DONA ASSUNÇÃO), a Rua Projetada 11 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa).
Art. 12 - Fica denominada de RUA PROFESSOR LUIS HUMBERMAR DO NASCIMENTO, a Rua Projetada 12 do Conjunto Residencial Nossa Senhora das Dores (também conhecido como Conjunto Manoel Raimundo de Santana Filho – Projeto Minha Casa Minha Vida), com prolongamento inicial (norte/sul e vice-versa). AUTORIA: Vereador José Tarso Magno Teixeira da Silva

NOVAS UPA e UBSF
Duas novas Unidades de Pronto Atendimento estão para ser inauguradas cidade e a Câmara Municipal decretou e a municipalidade sancionou com homenagens, nos seguintes termos:
LEI Nº 4343, DE 10 DE JULHO DE 2014, pela qual fica denominada de Unidade de Pronto Atendimento – UPA EDUARDO GRANGEIRO FERNANDES (DUDU), a UPA localizada na Rua Alameda Espanha, esquina com a Rua Dr. Belém de Figueiredo, localizada no bairro Lagoa Seca, nesta cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. AUTORIA: Paulo José de Macedo. COAUTORIA: Danty Bezerra Silva, Glêdson Bezerra Lima e Normando Sóracles Gonçalves Damascena. SUBSCRIÇÃO: Antônio Vieira Neto, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Maria de Fátima Ferreira Torres Gomes e Maria de Fátima Ferreira Torres.
LEI Nº 4344, DE 10 DE JULHO DE 2014, pela qual fica denominada de Unidade Básica de Saúde da Família – UBSF DRA. MARIA SELMA LINS TAVARES BEZERRA – (DRA. SELMA), a UBSF localizada na Rua Interventor Erivano Cruz, esquina com a Avenida do Agricultor, no bairro Centro, nesta cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. AUTORIA: Paulo José de Macedo. SUBSCRIÇÃO: Maria de Fátima Ferreira Torres.

RECONHECIMENTO PÚBLICO
LEI Nº 4349, DE 14 DE JULHO DE 2014, Fica reconhecida de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO RURAL DO SÍTIO CACHOEIRA E ADJACENTES, fundada em 08 de dezembro de 2013, sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, tendo por finalidade a prestação de serviços que possam contribuir para o fomento e racionalização das atividades agropecuárias e a defesa das atividades econômicas, sociais e culturais de seus associados, com duração por tempo indeterminado, com sede e foro jurídico no Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, e reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Paulo José de Macedo


quarta-feira, 16 de julho de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
052: (16.07.2014) Boa Tarde para Você, José Pedrolina de Farias (Jota Farias)
Desejo agradecer, e até publicamente o faço, Jota Farias, a gentileza de sua felicíssima visita que recebi recentemente. Sou grato, portanto, a este seu gesto fraterno de ter deixado suas tantas ocupações e me ter dedicado várias horas ao sabor de minha inconveniente curiosidade sobre sua vida e seu vistoso e apreciado trabalho artístico. A tudo aquilo que desejava saber sobre si, você mais que correspondia, como ótimo contador de histórias e uma criatura de excelente bom humor. Particularmente, e para começo de conversa, por tudo que fui sabendo, como sua origem, em 5 de Fevereiro de 1953, na Palmeirinha, neste município de Juazeiro do Norte. Mais precisamente, nascido no histórico Moquém, que para mim é o berço desta civilização do Taboleiro Grande, o primeiro dos sítios, dos pais do pioneiro Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, lá pelos idos dos meados do século XVIII. Louvo aqui as suas origens de gente romeira, povo nascido em Bezerros, Pernambuco, que veio muito cedo para esta região, há mais de cem anos, em 1902, agricultores que se dedicaram por mais de trinta anos à propriedade do Maroto, no Horto, até quando morre seu proprietário, o Pe. Cícero, em 1934. Você me contou que seu pai foi um daqueles voluntários de 1913-1914, durante a Sedição de Juazeiro, tendo pegado em armas para defender esta santa terrinha, desde o flanco do Horto. Bendita aquela professorinha do Grupo Padre Cícero que em 1969 lhe descobriu como uma cara que levava jeito para cantar forró. Era quase um garoto viciado em ouvir Seu Eloi Teles pelo rádio. E assim você, Jota, passou a cantar e formou um trio com sanfona, zabumba, triângulo e pandeiro. Foi desta maneira que o Jota Farias e seu Regional foi se destacando e sendo convidado para muitos eventos por este Nordeste. Não demorou muito e surgiu a oportunidade de gravar o primeiro disco, ainda uma daquelas bolachas de vinil, o LP, numa gravadora de Caruaru. Já naquela primeira incursão à mídia musical, você já gravou uma música que falava das orientações do Pe. Cícero ao Povo nordestino. E isto se tornou uma praxe em muitos outros trabalhos. Daí porque hoje você é este consagrado “Cantor do Padre Cícero”. Quero lhe agradecer, Jota Farias, a sua cordialidade que me encheu as medidas me trazendo de presente fausto grande parte de sua obra musical. Uma mão cheia de CDs e DVDs que mais irão me encantar com a sua bela performance de artista popular. Dou graças a Deus pela sua felicidade pessoal e de toda a sua família, sua esposa, seus seis filhos e netos. Há alguns meses atrás fiquei feliz em conhecer seu filho o Pe. Máximo, sabendo que toda esta obra está coberta de bênçãos. Eu continuo lhe acompanhando pelo rádio, Jota Farias, e é muito agradável ouvir seus últimos trabalhos, a sua interação com o público, e as suas provocações com adivinhações. Observo que hoje você vem gravando todos os anos um CD de músicas para os romeiros e um CD de músicas de forró. Do seu repertório são centenas de músicas gravadas, e está sempre viajando para Pernambuco e Alagoas, fazendo shows em eventos em homenagem ao Padre Cícero. É assim que este Nordeste imenso lhe prestigia e lhe agradece, por levar a toda esta nação romeira a sua alegria e aquela mensagem de fraternidade que o Patriarca nos deixou e você ajuda a propagar.

COPA DO MUNDO, AINDA
Uma das coisas mais comuns nestes dias, por jornais, rádios e tv, após o vexame brasileiro na Copa do Mundo 2014 tem sido a série de comentários sobre o desempenho do nosso selecionado. Vez por outra encontramos algum que vale a pena fazer uma referência. É o caso deste texto de Leonardo Boff que veio a público pela agência de notícias Adital. O prof. Ralph Della Cava me mandou e achei conveniente aqui reproduzi-lo.
DESLUMBRAMENTO E HUMILHAÇÃO: O JOGO BRASIL E ALEMANHA
O jogo para as semifinais entre Brasil e Alemanha do dia 8 de julho no grande estádio de Belo-Horizonte significou uma justa vitória da seleção alemã e uma arrasadora e vergonhosa derrota brasileira. Milhões estavam nas praças e ruas de todas as cidades. A atmosfera de euforia dos brasileiros, a maioria enfeitados de verde-amarelo, as cores nacionais, não toleraria jamais, sequer por imaginação, semelhante humilhação. E ela caiu como um raio em céu azul. Vejo duas razões básicas que explicam o resultado final de 7×1 gols em favor da Alemanha. Os alemães, bem como outros times europeus, renovaram as estratégias e as formas de jogar futebol. Investiram, a meu ver, em três pontos básicos: cuidadoso preparo físico dos jogadores para ganharem grande resistência e velocidade; em segundo lugar, preparar craques individuais que pudessem jogar em qualquer posição e correr todo o campo e por fim criar um grande sentido de conjunto. Excelentes jogadores que não pretendem mostrar sua performance individual mas sabem se integrar no grupo formando um grupo coeso, tornam-se fortes favoritos em qualquer competição. Não que sejam invencíveis, pois vimos que, jogando com os USA, a seleção alemã teve grande dificuldade em ganhar. Mas as referidas qualidades foram o segredo da vitória alemã sobre o Brasil. A grande questão foi a seleção brasileira. Criou-se quase como consenso nacional de que somos a pátria do futebol, que somos ganhadores de 5 copas mundiais, que temos o rei Pelé e craques excepcionais como Neymar e outros. Houve por parte da mídia corporativa e das agências de apoio, a criação do mito do "Jogador da Copa”, elevado a herói e quase a um semideus. Esta atmosfera de euforia que atendia ao marketing das grandes empresas apoiadoras,, acabaram contaminando a mentalidade popular. Poderíamos perder, mas por pouco. Mas, para a grande maioria, a vitória era quase certa, ainda mais que os jogos estavam se realizando no próprio país. Essa euforia generalizada não preparou a população para aquilo que é próprio do esporte: a vitória ou a derrota ou o empate. A maioria jamais poderia imaginar, nem por sonho, que poderíamos conhecer uma derrota assim humilhante. A vitória era celebrada por antecipação. Grave equívoco, em grande parte, induzido pela mídia do oba-oba e da euforia, orquestrada por uma famosa rede de TV e seus comentaristas. Mas houve também um penoso erro por parte da comissão técnica brasileira. Pelo nosso passado glorioso, ela julgou-se mestra a ponto de pretender ensinar aos outros como deve ser o futebol. Ficou sentada sobre as glórias do passado. Não se renovou. Enquanto isso, em outros lugares, na Europa, especialmente na Alemanha e na Espanha,mas também na América Latina como na Colômbia e em Costa Rica, se desenvolvia uma nova compreensão do futebol, criaram-se novas táticas e formas de distribuir as posições dos jogadores em campo. Nada disso foi aproveitado pela comissão técnica brasileira, especialmente seu treinador Luis Felipe Scolari (chamado de Felipão). É uma figura paternal, severa e terna ao mesmo tempo, amada pelos jogadores e, em geral, respeitada pelo público. Mas é teimoso e persistente em suas fórmulas, boas para o passado, mas inadequadas e questionáveis para o presente. Ele não se deu conta de que o mundo do futebol havia se transformado profundamente, embora tenha trabalhado fora do Brasil. Não conseguiu duas coisas que permitem entender o fracasso fragoroso da seleção brasileira. Scolari não desestimulou o tradicional e exacerbado individualismo dos jogadores. Cada qual quer mostrar sua boa performance, quer dar o seu show particular, até em vista de eventual contratação por grandes times estrangeiros. Em segundo lugar, não conseguiu criar um grupo coeso com espírito de grupo. Os jogos deveriam colocar ênfase no grupo e em seguida nas qualidades específicas de cada jogador. Deixou os jogadores dispersos. Criaram vácuos inadmissíveis no meio do campo. Não souberam marcar os principais craques do time adversário. Os alemães se deram conta desta fraqueza estrutural da seleção brasileira. Souberam explorá-la com habilidade. Nos primeiros minutos marcaram já o primeiro gol aos 29 minutos do primeiro tempo já era 5 a 0. Tal desastre futebolístico criou uma espécie de pane na seleção brasileira. Ficou totalmente desnorteada. Faltou-lhe a serenidade diante das dificuldades e deixaram-se tomar pela desorientação. O próprio treinador Felipão Scolari não soube fazer as substituições necessárias. Estas ocorreram apenas no segundo tempo. O jogo parecia uma disputa de um time suburbano e popular enfrentando uma seleção de nîvel internacional. Isso não era o futebol que sempre conhecíamos, cujos dirigentes não quiseram aprender nada dos outros, fechados em sua arrogância. Perdemos por arrogantes e ignorantes. Tivéssemos 11 Neymares em campo sem um grupo coeso e ordenado, o resultado não seria tão diferente. Perdemos porque jogamos mal e jogamos mal porque não soubemos nos apropriar do novo que se ensaiou fora do Brasil. E não formamos um grupo articulado e versátil. Sinto, pessoalmente, grande pena dos "brasileirinhos” que com entusiasmo torceram pela seleção, como bem escreveu o jornalista André Trigueiro. A maioria agora se sente órfã. Aqui, nesse país pluridiverso, com uma população hospitaleira e lúdica, para ela quase nada funciona bem nem a saúde, nem a educação, nem o transporte e nem a segurança. Tirando o carnaval, não somos bons em quase nada, dizem. Mas pelo menos somos bons no futebol. Isso dava ao simples povo o sentido de autoestima. Agora nem mais podemos apelar para o futebol. Por muitos e muitos anos esta terça-feira sinistra de 8 de julho de 2014 com 7 gols a 1 para a Alemanha nos acompanhará como uma sombra funesta. Mas o povo que suportou já tantas adversidades saberá dar a volta por cima. Ele detém uma resiliência histórica como poucos. Espero apenas uma coisa: que a elite que, na abertura, vergonhosamente vaiou a Presidenta com palavrões indizíveis não volte a envergonhar o Brasil diante do mundo, quando ela entregar a taça ao vencedor. Como tais elites não costumam frequentar os estádios e têm pouco compromisso com o Brasil, mas muito mais com seus privilégios serão capazes de renovar este ato despudorado. Elas apenas mostrariam como se comportam diante do povo e do seu próprio país: com soberano desdém, pois sofrem por não viver em Miami ou em Paris e se sentirem condenadas a viver acumulando aqui no Sul do mundo. Menção honrosa merece a seleção alemã que foi discreta na celebração e não se prevaleceu sobre uma vitória tão deslumbrante. E o povo brasileiro soube entender esta atitude e lhe reconheceu a dignidade na vitória aplaudindo-a, pois se mostrou realmente melhor.
(Sobre Leonardo Boff: Doutorou-se em teologia pela Universidade de Munique. Foi professor de teologia sistemática e ecumênica com os Franciscanos em Petrópolis e depois professor de ética, filosofia da religião e de ecologia filosófica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Conta-se entre um dos iniciadores da teologia da libertação. É assessor de movimentos populares. Conhecido como professor e conferencista no país e no estrangeiro nas áreas de teologia, filosofia, ética, espiritualidade e ecologia. Em 1985 foi condenado a um ano de silêncio obsequioso pelo ex-Santo Ofício, por suas teses no livro Igreja: carisma e poder (Record). A partir dos anos 80 começou a aprofundar a questão ecológica como prolongamento da teologia da libertação, pois não somente se deve ouvir o grito do oprimido, mas também o grito da Terra porque ambos devem ser libertados. Em razão deste compromisso participou da redação da Carta da Terra junto com M. Gorbachev, S. Rockfeller e outros. Escreveu vários livros e foi agraciado com vários prêmios.
(Fonte Adital / por e-mail de Ralph della Cava

NOVOS CIDADÃOS JUAZEIRENSES
RESOLUÇÃO N.º 711 DE 10 DE JULHO DE 2014, concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Ilustre Senhor ANDRÉ TAVARES EVANGELISTA, pelos inestimáveis serviços prestados à nossa comunidade. Autoria: Firmino Neto Calú. Coautoria: José Nivaldo Cabral de Moura. Subscrição: Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Antônio Vieira Neto - José Ivan Beijamim de Moura - José Adauto Araújo Ramos - Rubens Darlan de Morais Borges - Normando Sóracles Gonçalves Damascena - José Tarso Magno Teixeira da Silva - Glêdson Lima Bezerra – Cícero Claudionor Lima Mota - Paulo José de Macêdo - João Alberto Morais Borges – Maria de Fátima Ferreira Torres - Maria Calisto de Brito Pequeno - Auricélia Bezerra e Rita de Cássia Monteiro Gomes.
(O Dr. André Tavares Evangelista é cardiologista, com larga folha de serviços prestados na medicina pelo o Hospital Maternidade Santo Antônio, em Barbalha.)
RESOLUÇÃO N.º 712 DE 10 DE JULHO DE 2014, concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao ilustríssimo Senhor FRANCISCO ALVINO. Autoria: João Alberto Morais Borges. Coautoria: Danty Bezerra Silva, Cícero Claudionor Lima Mota e Cláudio Sergei Luz e Silva. Subscrição: José Nivaldo Cabral de Moura - Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Antônio Vieira Neto - José Ivan Beijamim de Moura - José Adauto Araújo Ramos - Rubens Darlan de Morais Borges - Normando Sóracles Gonçalves Damascena - José Tarso Magno Teixeira da Silva – Maria de Fátima Ferreira Torres - Auricélia Bezerra e Rita de Cássia Monteiro Gomes.
(Francisco Alvino é dirigente da empresa Engenho do Lixo, em Juazeiro do Norte e por nós já foi focalizado na coluna do dia 11.07.2014)

AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
Com a nova planilha fornecida pela Infraero, com respeito ao movimento de pousos e decolagens, passageiros e cargas, voltamos a considerar o desempenho do Aeroporto de Juazeiro do Norte, no mês de junho passado. No geral, quase nenhuma alteração. O mês fechou com 567 pousos e decolagens e uma movimentação de 31.708 passageiros, aproximadamente 56 passageiros por operação. Nos últimos doze meses esta média é de 59 passageiros/operação. Este mês de Julho, com o parte das festividades pelo dia do município e centenário da cidade, finalmente será inaugurado o primeiro trecho do acesso ao aeroporto, na Av. Virgílio Távora. Muito pouco para o que ainda precisamos fazer.