quarta-feira, 21 de janeiro de 2015



BOA TARDE (I)

Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.

109: (19.01.2015) Boa Tarde para Você, Pe. Cícero Gomes da Silva

Por nota inserida na página da Basílica de Nossa Senhora das Dores, o Padre Cícero Gomes da Silva, após sete anos na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Grangeiro, foi nomeado vigário paroquial de Nossa Senhora das Dores, por provisão que foi lida no último dia 13. Diz a nota que o Pe. Cícero Gomes da Silva é filho de Juazeiro do Norte e veio para somar com os padres da Basílica Santuário nas celebrações e confissões do povo desta cidade e dos fiéis romeiros da grande nação peregrina. Seja bem vindo Pe. Cícero, e aqui se faça enquanto for possível, com a nossa acolhida, a sua morada, seu canto de trabalho e serviço pastoral. Talvez nem haja originalidade em saudá-lo desta maneira, pois no mínimo seria pertinente indagar sobre qual Pe. Cícero nesta terra isto não se disse e se repetiu com tanto prazer, tantas vezes? Se há algo em comum com esta nossa hospitalidade, esta herança que recebemos de tantos corações nordestinos, isto se diz pelo nome de Cícero, e em seu nome desde aquele que veio, o primeiro que aqui chegou e ficou Patriarca até nossos dias. De vez em quando, um outro Cícero, também sacerdote em Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, nos aparece e até aqui fica, como o último Cícero José, que agora consigo dividirá encargos desta assistência espiritual tão necessária. Por isso, repito, seja bem vindo Pe. Cícero, a esta terra de tantos outros Cíceros, homens fortes pelas lutas, gente surpreendente do diário ora et labora, gente grata que agradece todos os dias ao Deus do Universo, o pão que recebe com tal boa vontade, fruto da terra e de seu trabalho, e que não se cansa de considerar que este é verdadeiramente o pão da vida. Estamos felizes, Pe. Cícero Gomes, porque mais e mais há uma sensibilidade tantas vezes e quase secularmente ignorada que impôs a este povo de Deus espalhado pelo amplo território desta terra, a limitação de atenções reclamadas. Ao dizer-se que “Grande é a messe, mas poucos são os operários” foi sempre assim que fomos nos confortando até que aos nossos rogos eles fossem chegando, manifestando o seu entendimento sobre as nossas razões mais profundas, a fé que cultivamos, os mistérios que vivemos. Talvez tenha sido por isto que a Graça de Deus operou o grande milagre e se fez por intercessão de seus beatos a permanência de sua mensagem salvadora que terminou por edificar esta nova Jerusalém nordestina e sertaneja. Simbólicamente, se me permite, Pe. Cícero Gomes da Silva, reparo que até por seu nome, não há como esconder esta particularidade que o associa ao fato notável de uma construção de fé no mundo beato, a lembrar destes dois primeiros entre nós, Cícero Romão Baptista e José Lourenço Gomes da Silva. Desejo, sinceramente, Pe. Cícero, que sua existência entre nós seja uma bela continuidade de sua missão de pastor na comunidade paroquial que assume, onde lhe cabe ouvir e orientar o povo e suas famílias, atender os doentes, administrar os sacramentos e transmitir a Palavra para maior glória de Deus que é nosso Pai. Que sua missão se exerça, como se lê em Lumen Gentium: “Cada um dos que foram chamados à profissão dos conselhos, cuide com empenho de perseverar na vocação a que o Senhor o chamou, e de nela se aperfeiçoar para maior santidade da Igreja e maior glória da una e indivisa Trindade, a qual em Cristo e por Cristo é a fonte e origem de toda a santidade.” Seja bem vindo, Pe. Cícero Gomes da Silva.

(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 19.01.2015)




100 IMAGENS DE LAMPIÃO

As histórias do cangaço e dos cangaceiros povoam a memória do brasileiros. Narrados em lendas, canções populares e cordéis, seus feitos passaram a fazer parte de nossa cultura. O fenômeno, que remonta ao século 18, se tornou mais conhecido e comentado no momento em que os meios de comunicação passaram a divulgar os feitos de Lampião, Maria Bonita, Corisco e tantos outros. Mais do que todos, Virgulino Ferreira, o Lampião (1898-1938), fez uso desses meios, em especial da fotografia, para popularizar o movimento, levando-o para as páginas dos jornais, e também apresentar os seus seguidores. Na maioria das vezes, as imagens foram realizadas por anônimos, que se encontravam com o bando no meio do sertão, ou por fotógrafos como Pedro Maia e Lauro Cabral de Oliveira, que registraram uma viagem de Lampião a Juazeiro do Norte, em 1927. Mas quem se consagraria como o "fotógrafo oficial" de Lampião seria o mascate libanês Benjamin Abrahão (1890-1938), que acompanhou a saga do rei do cangaço, fotografando e filmando seus feitos. Parte desse acervo, já reunido no livro Iconografia do Cangaço (Editora Terceiro Nome/2012), pertence ao pesquisador Ricardo Albuquerque, diretor do Instituto Cultural Chico Albuquerque, em Fortaleza. Agora, Ricardo Albuquerque selecionou 100 entre as melhores imagens, feitas por vários profissionais, para lançar a Coleção Cangaceiros, um registro sistematizado sobre o movimento no Brasil que não deixou de fora as volantes, que eram grupos de policiais disfarçados contratados pelo governo para perseguir os cangaceiros. Com texto de apresentação de Rubens Fernandes Jr., no total, foram criadas 40 caixas destinadas a um público colecionador: "Muitas das imagens não têm grande qualidade técnica, mas possuem um incrível valor histórico. É um álbum fotográfico. São imagens soltas, sem texto ou legenda", comenta ainda Albuquerque. A coleção será lançada na quinta-feira, dia 22 de janeiro, na Mira Galeria de Arte. Além das imagens, acompanha a caixa um audiovisual de 14 minutos, Lampião, filmado pelo próprio Benjamin Abrahão, que será exibido na ocasião. A relação de Ricardo Albuquerque com o acervo não é gratuita, visto que ele pertence a uma família que, desde sempre, esteve ligada à fotografia e ao cinema. Seu pai, Chico Albuquerque, foi um dos pioneiros da foto publicitária no Brasil, e seu avô, Adhemar Albuquerque, foi quem ensinou o mascate libanês Benjamin Abrahão a fotografar, na década de 1930: "Meu avô gostava muito de fotografar e fazer documentários", explica Ricardo. "Em 1934, ele foi filmar o funeral do Padre Cícero e ali conheceu Benjamin Abrahão, que, na época, era o secretário do Padre Cícero." Abrahão já conhecia Lampião desde 1926, quando Virgulino foi até Juazeiro do Norte pedir proteção para ele e seu bando. Após a morte do padre, o libanês solicitou permissão ao rei do cangaço para acompanhar suas andanças e registrar seus feitos. Foi aí que ele foi em busca de Adhemar Albuquerque, que, além de lhe ensinar a utilizar a câmera fotográfica e a filmadora, ainda lhe emprestou o equipamento. A maior parte das imagens é de fotografias posadas, retratos e, muitas vezes, até encenações de batalhas. Um material historicamente importante, um inventário que desvenda o cotidiano desse movimento tão perseguido pelo governo de Getúlio Vargas. A maioria dos registros foi feita entre 1936 e 1937, captando os últimos dois anos do bando. Cenas do dia a dia que nos apresentam seus costumes, como viviam suas mulheres, a alimentação, as danças, os esconderijos, até a clássica imagem das cabeças cortadas dos sete líderes do cangaço, após a dissolução do movimento pelas forças governamentais. Um registro histórico que foi sendo enriquecido com o tempo e acabou por tornar visível e perpétuo o que a clandestinidade deveria esconder. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



GENEALOGIA CARIRIENSE

Yony de Sá Barreto Sampaio começou a elaborar a árvore genealógica de sua família aos 12 anos de idade. "Eu tinha muita curiosidade para entender as relações entre meus parentes porque a minha família era grande", justifica. Quarenta anos se passaram e a mania do menino Yony é a mesma. As pesquisas - no Brasil e exterior - foram tantas que extrapolaram as barreiras dos sobrenomes ligados ao professor e seus antepassados. Ele já estudou a origem de mais de cem sobrenomes. "Faço isso por prazer". afirma. Sobre as suas origens, Yony descobriu que a família Sá Barreto surgiu na Bahia, no ano de 1570, do casamento de um membro dos Sá Souto Maior com um componente dos Barreto. "Outra família Sá Barreto foi formada em Jaboatão, em 1730, da união de um Bento Correia de Sá com uma Paes Barreto". Já o português de sobrenome Sampaio do qual o professor é descendente chegou a Bahia em 1680. Yony disse que foi difícil traçar a origem do Sampaio. "Houve muitas entradas de portugueses com esse sobrenome no Brasil". Segundo ele, em Portugal, há registros do sobrenome datados até do ano 1100. Em suas pesquisas, realizadas até em período de férias, Yony estudou troncos de várias famílias antigas do interior de Pernambuco e de outros estados do Nordeste. Do estado, ele já levantou as raízes de sobrenomes tradicionais como Cavalcanti (com "i" ou com "e", todos têm a mesma ascendência, segundo o professor), Albuquerque, Souza Leão e Carneiro Leão. "Cada família dessa tem uma única origem", explica. De acordo com o professor, no Nordeste, a grande maioria das pessoas tem antepassados portugueses.




AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE

Dois assuntos tomam a nossa atenção nesta coluna: os resultados da estatística mensal/anual, acumulada, da parte da Infraero, posicionando o nosso aeroporto no contexto dos aeroportos administrados pela companhia, como vimos fazendo vá muitos meses, agora acrescido do movimento de cargas; e a questão objeto de recente reunião da Superintendência da Infraero com autoridades municipais, com vistas a eliminação de obstáculos no espaço aéreo de Juazeiro do Norte. Quanto a este último caso, leia a nota no fim desta coluna. Sobre os resultados do desempenho do aeroporto, o ano de 2014 registrou um total de 7.277 operações de pousos/decolagens, com médias de 606 mensais ou 20 diárias, envolvendo 10 aeronaves; bem como 418.895 passageiros embarcados/desembarcados por ano, numa média de 34.833 mensais ou 1.161 diários. Há pequeno sinal de recuperação face as questões de limite de operações, destinos e as próprias condições do aeroporto, que felizmente tem melhorado gradativamente. A posição relativa do nosso aeroporto continua razoavelmente estável frente a outras conjunturas (Brasil e Norte/Nordeste), mantendo sua posição inalterada quanto a este desempenho. No setor de cargas embarcadas/desembacadas, o volume total em 2014 foi de 830.249 kg, sendo 69.187 a média mensal, e um movimento diário, médio, de 2.306 Kg. Neste ponto, o aeroporto de Juazeiro do Norte ocupa a 33ª posição, diante dos 60 aeroportos administrados pela Infraero.


















OBSTÁCULOS NO ESPAÇO AÉREO
Pela importância do fato, transcrevo aqui a nota que a Assessoria de Imprensa da PMJN remeteu para a imprensa, na tarde do dia 20. “Oito torres de empresas de telefonia móvel, a antena da Rádio Vale FM e cerca de um metro da torre do Santuário de São Francisco terão que ser reduzidos ou removidos em nome dos projetos de construção da nova estação de passageiros e ampliação da pista do aeroporto de Juazeiro do Norte. Além disso, oito árvores que ostentam boa altura em torno do campo de pouso e a Prefeitura ficou na obrigação de remover e fazer o replantio noutro local atendendo as exigências legais do COMAR (Comando Aéreo Regional). Na manhã desta terça-feira o prefeito Raimundo Macedo e o Superintendente da Infraero, Nilson Suassuna, se reuniram com secretários municipais parar tratar sobre essas determinações em rebaixar alguns equipamentos que invadem o espaço aéreo, representando riscos para a navegação das aeronaves. Se isso não ocorrer, o projeto de uma nova estação de passageiros pode ser arquivado. Para a reunião de hoje só a TIM mandou representante, sendo que dirigentes da Vivo, Claro e OI não compareceram. Todas as empresas de telefonia serão notificadas sobre o assunto, a exemplo da direção da Vale FM e a Igreja de São Francisco que terão prazo de 72 horas para apresentar resposta. O Coordenador de Turismo de Juazeiro, Roberto Celestino, informou que eram 50 obstáculos em desconformidade apresentados pelo COMAR e pelo menos 32 já foram corrigidos dentro da zona de proteção do aeroporto. Segundo ele, existem antenas de telefonia com até 36 metros acima do que seria permitido e o Ministério Público Federal será avisado sobre as notificações.”