quarta-feira, 3 de junho de 2015

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
158: (03.06.2015) Boa Tarde para Você, dona Rosinha do Horto
Eu cresci sabendo que esta gente romeira que vive no Juazeiro, como a minha própria família vinda de Alagoas e da Paraíba, tem muitas histórias de vida para contar, e também como diz dona Rosinha do Horto, se escritas fossem dariam um grande romance. Tardei um pouco a subir a Colina do Horto e parar naquele velho caminho, para entrar na casa tão simpática desta dona Rosinha, para ouvir-lhe uma narrativa esticada de histórias que remontam aos anos 20, quando veio para cá com sua família. Eu a havia reencontrado no ano passado, em meio ao 4º Simpósio sobre os temas de Juazeiro, quando por grande inspiração a Irmã Annette Dumoulin, havia inserido na programação um depoimento de dona Rosinha que encantou muita gente estudiosa e reunida. Próximo a completar os seus 95 anos, dona Rosinha é de nos causar inveja pela vitalidade que exibe, pela saúde que só lhe causa pequenos achaques, pela disposição de uma juventude que parece não se esgotar, pela memória privilegiada para sua idade e pela fé inabalável que este mundo, na graça de Deus, ainda tem jeito, sim. Foi neste clima que eu me armei de toda a curiosidade para ouvir as histórias desta alagoana, Rosalva da Conceição Lima, nascida em 23 de dezembro de 1920, primeira filha do casal João Nicolau da Silva e Constância Maria da Conceição, gente de vida rural, das cercanias de Palmeira dos Índios. Ainda solteiro, o João Nicolau já se acertara algumas vezes no caminho do Juazeiro e para cá viera em algumas romarias, até que em 1926 ele convenceu Constância a juntar a mobília e vir com os três primeiros filhos, Rosalva, Pedro e Antonio, para morar definitivamente na terra do meu padim. A família poderia ter crescido muito, pois do seu primeiro casamento com Constância, João gerou 15 filhos, e destes apenas Rosinha atingiu a idade adulta e ajudou a criar esta enorme prole, até quando pôde, porque faleceram todos em tenra idade. 
João, o pai, casaria uma segunda vez e outros oito filhos geraria, mas lamentavelmente apenas um deles se criaria. Quando chegaram ao Juazeiro, e como era de praxe, foram visitar o Pe. Cícero para lhe fazer aquela pergunta tão conhecida deste tempo: - Meu padrinho, o senhor me dá licença de vir morar aqui no Juazeiro, trazendo minha família? “Seu padre” os acolheu, recomendou uma vida de oração e trabalho, com muito mais paciência que algum dinheiro e determinou que fossem viver da agricultura em sua propriedade da Baixa Dantas. Tempos difíceis aqueles, quando se precisava até de salvo conduto para transitar e ter proteção da polícia, para não ser confundidos com marginais ou até mesmo como gente do Caldeirão, já destruído. Em 1930, Rosinha e sua família visitaram o Pe. Cícero em sua casa da Rua Nova, quando foram lhe pedir a bênção, e por várias vezes depois o encontrariam na missa dominical da Matriz de Nossa Senhora das Dores, em cenário edificante para tantos quantos o admiravam. Rosinha guarda ainda com muita nitidez as cenas daquele 20 de julho de 1934 quando ele faleceu, lembrando a correria do povo pelas ruas, a tristeza imensa das pessoas, as lamentações diante daquelas incertezas de uma gente que se reconhecia por não ter mais o pastor a quem recorrer, a quem pedir, com quem se aconselhar. Recorda ainda emocionada a sua visão do padre morto, exposto na janela da casa da Rua São José durante o velório, a ansiedade do povo para tocar-lhe e beijar uma ponta dos paramentos que pendiam do caixão, e a sofrer outro tanto no cortejo que o levaria ao campo santo do Socorro. Rosinha não tinha ainda quinze anos e casou com Manoel Roberto de Lima, em 26.11.1935, jovem que vivia também em Baixa Dantas e por lá se criaram próximos, até que em 1938, com o suor do rosto e os poucos dinheiros das safras agrícolas, compraram casa e foram morar no São Miguel. Rosinha e Manoel Roberto tiveram 5 filhos: três que se chamaram Marias, Lenira e um José, todos falecidos, não chegando a 5 ou 6 anos. Em 1962, o casal foi morar na Rua do Horto e dai para continuar o trabalho na agricultura de milho, fava, andu e algodão do Sítio Maroto, de propriedade da família de Maria e Manoel Germano. Durante muitos anos e até hoje, Rosinha do Horto é a própria imagem de uma criatura de Deus, entregue ao permanente voluntariado, dedicada a tantos serviços que a fizeram a alma santa de uma das últimas carpideiras de que se tem notícia, por cuidar de pessoas moribundas e de defuntos que a tiveram como o anjo bom da morte, por serviços e zelo. Devota fervorosa, de grande fé, de dedicação inexcedível a serviços paroquiais, como circulista, dizimista, senhora da caridade, zeladora do Apostolado da Oração, catequista e missionária, e ainda assim me diz que não é mulher de muita reza, a não ser por esta sua grande disposição e o amor aos Sagrados Corações, de Jesus e de Maria.
Quando lhe pergunto sobre o que é para si o futuro, às vésperas de completar 95 anos, ela me olha com um sorriso ingênuo para me dizer que tudo isto a Deus pertence, e que por esta crença, espera ter a paciência para alcançar a graça de sua proteção e o perdão de seus pecados. A vida de dona Rosinha do Horto é para todos nós nesta Nação Romeira, um exemplo autêntico de uma missionária, no sentido mais cristão da palavra, para expressar a existência de um ser iluminado que se não tivesse existido neste Juazeiro do Pe. Cícero, precisaria ter sido inventado e muito imitado. 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 03.06.2015)

ANIMAIS ABANDONADOS
Através de um dispositivo legal, lei municipal, a prefeitura municipal atende a muitos que reclamam do abandono de animais por logradouros da cidade. Veja como ficou a Lei: LEI Nº 4479, de 21.05.2015: Proíbe o abandono de animais domésticos ou domesticados em logradouros públicos ou áreas particulares e dá outras providências. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará. FAÇO SABER que a CÂMARA MUNICIPAL aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1º – Em consonância com a Lei Federal nº 9605/1998, fica proibido o abandono de animais domésticos e/ou domesticados em logradouros públicos ou de uso público e em áreas particulares, sejam elas desabitadas ou vazias. Parágrafo único – As áreas particulares referidas neste artigo abrangem: I – residências vazias desabitadas e inabitadas: II – terrenos; III – fábricas; IV – galpões; V – estabelecimentos comerciais; VI – campus universitário de faculdades particulares. Art. 2º – A inobservância ao disposto nesta Lei acarretará ao infrator multa no valor de 100 (cem) UFIRM – Unidade Fiscal de Referência do Município de Juazeiro do Norte. Art. 3º – No caso de reincidência da conduta: I – sendo o infrator pessoa física, o valor da multa será duplicado e o processo será encaminhado à Procuradoria Geral do Município – PGM para as providências criminais cabíveis, conforma a Lei Federal nº 9605/1998; II – sendo o infrator pessoa jurídica, o valor da multa será aplicado por cabeça de animal abandonado, procedendo-se a cassação do Alvará de Funcionamento do estabelecimento. Art. 4º – Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após sua publicação. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 21 (vinte e um) de maio de dois mil e quinze (2015). DR. RAIMUNDO MACEDO, PREFEITO DE JUAZEIRO DO NORTE.

JUAZEIRO, POR AÍ
Há muitos anos atrás eu me animei por revelar aquilo que ia encontrando sobre juazeirense que eram notícias por toda a parte, no interior do país, em grandes cidades e capitais e até pelo exterior. É ocaso deste Cícero que encontro em matéria na internet, cuja vida em parte se pode saber aqui.
“Cearense radicado em Natal divide rotina de vendedor com a produção de réplicas de veículos pesados, paixão que o acompanha desde a infância. Rebento de família pouco abastada, criado no interior e batizado com o nome do famigerado padre-santo de Juazeiro, Cícero tem desde a infância a alma do caboclo sonhador sertanejo. O menino que tirava da cabeça engenhocas de madeira e borracha para se divertir com as outras crianças da cercania onde morava cresceu com o sonho de ganhar a vida a fazer seus carros de brinquedo. “A minha meta é viver dessa arte”, diz. Cícero é vendedor de peças de caminhão, mas queria mesmo era trabalhar fazendo réplicas de veículos automotores. Ele nasceu em Juazeiro do Norte, no Ceará, e aos sete anos de idade começou a confeccionar suas primeiras miniaturas. “Um pai para dar um brinquedo ao filho era difícil, não tinha recursos. Então a gente fazia nossos próprios brinquedos”, lembra. A paixão pelas réplicas o acompanhou também pela adolescência, quando começou a fazer reproduções de modelos de aviões da 2ª Guerra Mundial junto com um amigo que o auxiliava nas peripécias lúdicas de fabricar miniaturas. A ideia dos aviões de guerra veio junto com o interesse pelo próprio acontecimento histórico. Cícero recorda que já com quase 15 anos confeccionou um B17, imponente aeronave de combate americana, todo de cartolina. “E ele voava. A gente amarrava um cordão e puxava pela rua. O nosso B17 tinha hélices que o faziam voar quando a gente corria com ele”, conta. A alegria do garoto de Juazeiro do Norte era ver o avião no ar, enquanto os vizinhos também paravam para olhar o brinquedo das crianças fazer manobras coordenadas pelo cordão. Mas a paixão maior do menino Cícero sempre foi os caminhões, brinquedo que mais gostava de confeccionar durante a infância em Juazeiro. A criança cresceu sem perder o encantamento. Aos 22 anos, em 1988, Cícero Rodrigues veio para a capital potiguar. A ideia era passar alguns dias e visitar uma irmã que havia se mudado para essas bandas. Só que ele conseguiu um trabalho e resolveu fixar moradia. Por coincidência, foi contratado para ser vendedor de uma loja de peças automotivas para caminhões, função que exerce até hoje em uma outra empresa. No emprego ele produziu o primeiro caminhão nos moldes que confecciona atualmente: com mais ou menos um metro de comprimento por 70 centímetros de altura. “Era um Wolksvagen. Inclusive o pessoal da fábrica gostou e ficou com a miniatura”, recorda. Todavia a correria diária o afastou das produções de seus carros de brinquedo. Cícero precisava ganhar a vida da forma mais convencional, pois nunca pensou que a arte pudesse um dia lhe pagar as contas, como ainda não paga. Nessa época o passa-tempo de Cícero consistia basicamente na produção de brinquedos para o filho Gabriel. Há oito anos, quando foi trabalhar em uma outra loja, ainda vendendo peças de caminhão, recebeu uma proposta. O proprietário do estabelecimento queria uma miniatura de caminhão. “A ideia era fazer um motor de tamanho original para facilitar a explicação do funcionamento na hora da venda”. Coube a Cícero atender ao pedido. “Eu peguei um motor real, limpei, pintei, cortei, fiz umas janelas que a pessoa via ele dentro, funcionando. Fiz o caminhão, coloquei uma prancha, com três eixos e o motor ficou em cima, coberto por uma cúpula de acrílico”. A reaproximação com o hobbie fez com que Cícero Rodrigues depositasse mais crédito na possibilidade de usar o talento para conseguir um dinheiro extra. De lá para cá, ele tem destinado o tempo que consegue à atividade, entretanto ainda não dá para  mergulhar de cabeça no seu mundo de brinquedo. A rotina dupla e a falta de capital para investimento em maquinário ainda são um impedimento.
A brincadeira quer virar negócio
A princípio, Cícero Rodrigues fazia as réplicas só por diversão, sem o intuito de comercializá-las. Mas de repente as encomendas começaram a chegar e ele viu ali a chance de realizar o seu maior sonho: viver de sua arte. A riqueza nos detalhes das miniaturas começou a chamar a atenção de clientes em potencial. Cícero levou um de seus caminhões, o mais recente produzido, para a loja em que trabalha atualmente e por lá, ainda sem querer, começou a atrair uma pequena clientela. Ele conta que o caminhão ficou exposto no estabelecimento e um homem que viu a réplica foi procurá-lo para que confeccionasse uma igual. “Ele também pediu para que eu fizesse uma L200”. Recentemente, o vendedor também recebeu proposta de uma revendedora de Parnamirim, na Região Metropolitana da capital, para produzir mais um caminhão. O problema agora é conseguir tempo para dar conta dos pedidos. Uma réplica demora entre dois e três meses para ser finalizada. Os caminhões de Cícero têm em média um metro de comprimento, 70 centímetros de altura, contados na cabine, e aproximadamente 20 quilos. O brinquedo de gente grande custa em torno de R$ 1,5 mil, valor que varia de acordo com a complexidade do projeto. Os carros são feitos de madeira, plástico, borracha e metal, frutos de descartes de sucatas e serrarias. Cícero diz que poderia comprar o material, porém acredita que o reuso seja uma opção mais viável no que diz respeito à responsabilidade ambiental. O primeiro passo do artesão no processo de criação é pegar a planta do veículo que será replicado. Cícero observa o desenho e faz uma projeção, ampliando a escala da planta, para obter as medidas corretas do carro. “E aí eu aumento na escala que eu quero”, reforça. Quando não é possível conseguir o croqui do veículo, ele recorre a outros meios, como a internet, para juntar o maior número de informações possível acerca do objeto desejado pelo cliente. Como é o caso de um carro norte-americano sobre o qual começou a debruçar os primeiros esforços. Cícero não lembra do nome do modelo, mas já recorreu a vários sites para conseguir entender a dinâmica da máquina de quatro rodas. O pedido é de um pai de um garoto altista. O homem conseguiu o e-mail de Cícero (cicerolift@hotmail.com) e entrou em contato para atender a um desejo do garoto. “O menino assistiu a um filme em que esse carro aparece e ficou louco por ele. Então me procuraram para que eu reproduzisse. Até esse filme eu já assisti”, conta. A maior dificuldade enfrentada pelo vendedor artista atualmente é a falta de ferramentas de trabalho. “Esse caminhão aí foi feito só com um teco-teco (pequena serra), um compressor e uma serra”, disse Cícero, apontando para o exemplar que levou para ser exibido na empresa em que trabalha. A produção ainda tímida no que diz respeito à quantidade de caminhões construídos é reflexo da falta de maquinário. Ele estima que, caso tivesse mais máquinas para fazer as miniaturas, o tempo de confecção cairia pela metade e as réplicas sairiam muito mais bem elaboradas. Porém falta dinheiro para investir. “Estou comprando as coisas aos poucos”. Por enquanto, na tentativa de otimizar o máximo possível o seu tempo, Cícero divide o dia entre o trabalho da revendedora de peças e as tarefas de artesão. Ele sai de manhã cedo de casa e só volta no início da noite. Aí já começa a produção dos carros, entrando a madrugada. “Não tem descanso. Final de semana é quando trabalho mais, pego das 6h às 23h no sábado e no domingo”. Sem pressa, o menino de Juazeiro, hoje com 48 anos, vai alçando voos, que nem o seu B17 adolescente, rumo à conquista do sonho.” 

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
157: (29.04.2015) Boa Tarde para Você, Claudio Sergei Luz e Silva
Antes de qualquer coisa, desejo cumprimentá-lo e agradecer a gentileza de ter remetido para minha leitura a primeira forma do Plano Municipal de Educação de Juazeiro do Norte para o período 2015 a 2025 que, segundo sua consideração foi construído e proposto sem a participação dos professores, pais, alunos e sociedade civil organizada. Sua expectativa, como me afirma, seria no sentido de que a Secretaria de Educação do município, e diria também o Conselho Municipal de Educação, tivesse realizado debates e possibilitado a participação democrática do cidadão juazeirense. Mas, vereador Cláudio Luz, me permita que lhe observe que na primeira página deste documento está a menção bem qualificada das pessoas que o produziram e firmaram, envolvendo exatamente professores, pais, alunos e sociedade civil organizada, sem falar na equipe técnica da SEDUC e do Conselho. 
Não entendi e não desejo polemizar neste particular, mas apenas considerar que para ele contribuíram representantes das universidades, dos servidores técnico administrativos das escolas públicas municipais, dos docentes, do poder executivo, dos pais, e de gestores da rede municipal, exatamente porque é uma instância mais técnica nesta fase. Felizmente, vem agora este Plano para a consideração do Parlamento, a quem cabe seguramente aperfeiçoa-lo, mediante inclusive uma maior participação popular através de debates que ele deseje produzir e implementar para esta finalidade. Gostaria, tão somente de relevar alguns pontos importantes desta missão que cabe aos senhores vereadores para a sua análise, com o objetivo deste aperfeiçoamento e em busca da legitimação do que se poderá consolidar como a política educacional do município, dando grande contribuição para o nosso desenvolvimento. Desnecessário é dizer, Cláudio Luz, que sua concepção está arrimada nos ideais do Plano Nacional de Educação para o período 2014-2024, substantivamente apoiado na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e até que se diga em contrário, atendendo as expectativas e anseios da nossa sociedade juazeirense. Neste ponto, o documento firma metas baseadas em diagnóstico que me parece sincero e estabelece, para cada uma, diversas estratégias necessárias e factíveis para a sua implementação, neste período de 10 anos, e daí a grande responsabilidade, pois ele se elastece para outras administrações. Quero crer, ao meu sentimento, Cláudio Luz, que tudo de mais importante ali está contemplado, pois aborda as questões fundamentais nas atenções à Educação Infantil, à Alfabetização, ao Ensino Fundamental, ao Ensino Médio, à Educação Especial e Inclusiva, à Educação Profissionalizante, e ao Ensino Superior. Destaques especiais eu daria, realmente, para um novo olhar sobre a necessidade de realizar uma educação que contemple de fato o Tempo Integral, o Aprendizado Adequado na Idade Certa, particularmente quanto ao Alfabetismo de Jovens e Adultos integrado à Educação Profissional. Acredito mesmo que ao se referir a este herói, o professor de sala de aula, o Plano Municipal deve resgatar melhores cuidados para a sua valorização com um esforço continuado na formação de professores em Pós-Graduação e com um Plano de Carreira Docente, que auxilie a gestão da educação, com premissa democrática. Por último, Cláudio Luz, as discussões que Plano deverá permitir nesta casa legislativa, particularmente sobre o financiamento da educação, deverão convergir positivamente para que esta sociedade civil organizada de que nos fala venha a garantir recursos mínimos de 7% do PIB, no quinto ano para alcançar 10% PIB ao final do decênio. Assim, também acredito que esta construção democrática e participativa do Plano Municipal de Educação guiará as nossas ações e decisões nos próximos dez anos, possibilitando elevar e ampliar a qualidade da Educação em Juazeiro do Norte.

(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 29.05.2015)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (SESC, Rua da Matriz, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, começa a exibir no próximo dia 3, quarta feira, às 19:00 horas, e nas 3 outras quartas feiras do mês de junho, a Mostra Kieslowski Fase Polonesa. Por ignorância, recorro a Wikipedia para recolher dados biográficos do cineasta Krzysztof Kieslowski que nasceu em Varsóvia (Polônia), em 27.06.1941e aí também faleceu em 13.03.1996. Estudou cinema na Escola de Teatro e Cinema de Lodz, por onde também passaram os cineastas Roman Polanski e Andrrzej Wajda. A carreira de Kieślowski divide entre a fase polonesa e a francesa. Depois de concluir a faculdade, o jovem diretor começa a produzir documentários. A vida dos trabalhadores e dos soldados era o foco principal desses filmes. A narrativa dos documentários passa a influenciar os primeiros filmes de ficção do diretor. "A Cicatriz", "Blind Chance" e "Amador" são exemplos desse estilo. Mais tarde, Krzysztof Kieślowski realizou para a Televisão Polonesa uma série de filmes baseados nos Dez Mandamentos (chamada Decálogo) - um filme por mandamento, todos tratando de conflitos morais. Dois deles foram posteriormente produzidos, transformados em longa-metragens: Não Matarás e Não Amarás. A forma de contar a história muda nesta fase. O diretor passa a usar uma quantidade mínima de diálogos, concentrando-se no poder da imagem e das cores. As palavras são substituídas por uma poesia imagética. O cineasta aprimora seu estilo ao realizar seus próximos filmes. Os quatro últimos filmes do diretor foram realizados através de uma produção francesa: "A dupla vida de Veronique" (estrelando Irène Jacob) e a Trilogia das Cores (A liberdade é azul, A Igualdade é Branca e A Fraternidade é Vermelha). A trilogia das cores foram filmes os quais deram um maior sucesso comercial ao diretor. São baseados nas cores da bandeira francesa e no slogan da revolução do país. O toque de Kieslowski está na sua representação das palavras liberdade, igualdade e fraternidade e na forma que as cores dão o ambiente psicológico da história. Outro ponto interessante é reparar no cruzamento de elementos em comum entre os três filmes. Depois do último filme da trilogia o diretor anunciou a sua aposentadoria devido ao fato de estar cansado de fazer cinema. Porém, começa a escrever o roteiro da trilogia "Paraíso, Purgatório e Inferno", baseada na Divina Comédia de Dante Alighieri. Kieślowski morre em 1996, aos 54 anos, sem concluir esses filmes. Em 2002, Tom Twyker filma o roteiro de "Paraíso", idealizado pelo diretor polonês. Ganhou os seguintes prêmios: Prémio do Júri no Festival de Cannes, por "Não Matarás" (1988); Prémio Ecuménico do Júri no Festival de Cannes, por "A Dupla Vida de Veronique" (1991); duas vezes o Prémio FIPRESCI no Festival de Cannes, por "Não Matarás" (1988) e "A Dupla Vida de Veronique" (1991); Urso de Prata de Melhor Realizador no Festival de Berlim, por "A Igualdade é Branca" (1994); Leão de Ouro no Festival de Veneza, por "A Liberdade é Azul" (1993); Prémio FIPRESCI no Festival de Veneza, por "Decálogo" (1989); Prémio Especial do Júri no Festival de San Sebastian, por "Não Amarás" (1988); duas vezes o Prémio OCIC no Festival de San Sebastian, por "Não Amarás" (1988) e "Decálogo" (1989); Prémio Bodil de Melhor Filme Não-Americano, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); duas vezes o Prémio Bodil de Melhor Filme Europeu, por "Não Matarás" (1988) e "Decálogo" (1989); Prémio da Crítica na Mostra de Cinema de São Paulo, por "Decálogo" (1989); Prémio do Público na Mostra de Cinema de São Paulo, por "Não Amarás" (1988). E recebeu nomeações para os seguintes prêmios: Oscar de Melhor Realizador, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Oscar de Melhor Argumento Original, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); BAFTA de Melhor Realizador, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); BAFTA de Melhor Argumento Original, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Duas nomeações ao César de Melhor Filme, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Duas nomeações ao César de Melhor Realizador, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Duas nomeações ao César de Melhor Argumento Original, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Duas nomeações ao Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro, por "A Dupla Vida de Veronique" (1991) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994). Venceu por "A Fraternidade é Vermelha"; European Film Awards de Melhor Argumento, por "Paraíso" (2002).
Mostra Kieslowski Fase Polonesa, então, se inicia nesta quarta feira, dia 3, com o filme A Cicatriz (Blizna)(Polônia, 1976, 112 min). Elenco: Franciszek Pieczka (Bednarz), Mariusz Dmochowski, Jerzy Stuhr, Jan Skotnicki, Stanislaw Igar e outros. 
Sinopse: Em 1970, um grande complexo químico está para ser instalado numa pequena cidade polonesa. A burocracia do socialismo decide o local da construção. A pessoa escolhida para tocar a obra é Bednarz, que já viveu no local onde a sua mulher foi uma ativista política. Ele não tem boas memórias desse tempo e está relutante em voltar a cidade.
Crítica: Há uma cena no início de "A Cicatriz" (1976), primeiro filme de Krysztof Kieslowski distribuído apenas a partir do ano passado após ter sido censurado e proibido na Polônia, em que a mão do diretor não deixa dúvidas quanto à carreira que ali se anunciava. Kieslowski (1941-96) ficou conhecido sobretudo pelo "Decálogo" (1987-89) e pela trilogia (1993-94) -menos espantosa- de "A Liberdade É Azul", "A Igualdade É Branca" e "A Fraternidade É Vermelha", além do esotérico e um tanto constrangedor "A Dupla Vida de Véronique" (1991). Em todos esses filmes, há um fundo moral, de fábula, em que a sombra de Deus e da religião (católica) contribui para a atmosfera metafísica com que o cineasta envolve as situações mais casuais, as coincidências e os dilemas mais humanos de seus personagens. "A Cicatriz" parece à primeira vista mais uma fábula de conotação social com clima de documentário, como tantos outros filmes poloneses da época. Trata da construção de uma fábrica numa floresta nos arredores de uma pequena cidade, de como essa decisão é tomada, dos interesses políticos em jogo e das consequências para a população e o meio ambiente. É, porém, uma cena curiosamente muito prosaica logo no início que deixa entrever a aspiração metafísica do cineasta: um grupo de homens representantes do poder vai de carro até o local, no meio da floresta, onde estão previstas as obras.  A câmera os observa de longe, descendo dos carros no meio das "árvores de 200 anos", e, de repente, o barulho das portas batendo uma após a outra, um som de início banal e insignificante, vai ganhando, pela insistência, um sentido ostensivo, quase religioso, que será sublinhado em seguida, ao longo do filme, pela música de ficção científica. É com essa cena que o espectador entende que o que está assistindo é maior do que um simples "filme social". Há uma perturbação ali, que é mais do que uma mera fábula política. Porque, ao contrário da denúncia ou do protesto, que na maioria das vezes apresentam uma saída, no fundo, nem o próprio filme parece conhecer a solução para aquilo de que trata, apenas expondo, perplexo -e muitas vezes enojado-, o que os homens fazem com a criação de Deus. Se, por um lado, esse ponto de vista metafísico, aqui ainda um pouco acanhado diante da questão social mais imediata (se comparado aos filmes posteriores do cineasta), garante a Kieslowski uma originalidade e um estilo que lhe é natural, sem precisar lançar mão de nenhum maneirismo, por outro, exala uma moral que, embora difusa, parece ser não apenas conservacionista, mas conservadora. O protagonista é um engenheiro nomeado para dirigir a instalação da fábrica na sua cidade natal, onde não pisa há anos, desde o tempo em que a mulher cometeu um ato político que a impede de acompanhá-lo de volta desta vez. O dilema do engenheiro será o de ter de se resignar diante da fábrica destruindo a floresta, da filha fazendo abortos, da estupidez dos homens dando cigarros para os animais comerem - ou seja, da corrupção da natureza. É nesse ponto que Kieslowski vai associar o conservacionismo a Deus, ao conservadorismo e a uma verdade moral contra a mentira, a desonestidade e a imoralidade dos que corrompem a vida. Deus ainda não está totalmente explícito nesse primeiro filme do cineasta, mas vence quando a filha decide não abortar e o engenheiro por fim se recusa a continuar participando desse mundo corrupto, para ficar cuidando do netinho. A ambiguidade conservadora dessa moral, associando integridade, verdade e Deus (um deus católico e polonês), deixa de pé atrás até mesmo o espectador que reconhece em Kieslowski a originalidade e o estilo próprio de um verdadeiro cineasta. (Bernardo Carvalho, Folha de São Paulo)

RECONHECIMENTO PÚBLICO
O município de Juazeiro do Norte sancionou lei que reconhecem os inestimáveis serviços prestados por algumas instituições. Vejam os atos legislativos, assinados pelo prefeito municipal.
LEI Nº 4481, DE 22.05.2015, reconhece como de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA E EDUCACIONAL ARARIPE SOLDIERS – AS, sociedade civil de direito privado, sem fins econômicos e lucrativos, de cunho educacional e caráter esportivo, com autonomia administrativa e financeira, sem qualquer vínculo político, com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, com prazo de duração indeterminado, e reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Vereador José Tarso Magno Teixeira da Silva
LEI Nº 4482, de 22.05.2015, reconhece como de utilidade pública o 9.º GRUPO DE ESCOTEIROS IVA EMÍDIO GONDIM, sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter educacional, cultural, beneficente, filantrópico e comunitário, destinado a prática do escotismo no nível local, constituída em 26 de junho de 1996, filiada a União dos Escoteiros do Brasil com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, com prazo de duração indeterminado, e
reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Vereador João Alberto Morais Borges; COAUTORIA: Vereador Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro.
LEI Nº 4483, de 22.05.2015, reconhece como de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO JESUS É O SENHOR E A IMACULADA NOSSA MÃE – COMUNIDADE CATÓLICA SAL DA TERRA, sociedade civil, sem fins lucrativos, que tem por objetivo promover eventos religiosos, para evangelizar os batizados, levando a eles uma experiência pessoal com o Espírito Santo, sendo instrumento de cura e libertação do povo de Deus pela busca da vivência da palavra de Deus, seguindo os ensinamentos e passos de Jesus Cristo, sob a orientação e obediência à Igreja, constituída em 20 de setembro de 2002, com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, com prazo de duração indeterminado, e reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas
leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Vereador Danty Bezerra Silva; COAUTORIA: Vereador José Nivaldo Cabral de Moura