segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

BOA TARDE

Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.

095: (15.12.2014) Boa Tarde para Você, Luiz Felisberto Nunes Oliveira

Tanto tempo sem lhe ver, Felisberto, que você não imagina a alegria de reencontrá-lo noutro dia no aeroporto de Brasília. Foi longa e ótima a nossa conversa, graças à sua ilustração e bom humor, e ao atraso do voo para nos trazer de volta a esta santa terrinha, especialmente porque tivemos um pouco de tempo para revisar algumas coisas das histórias recentes deste nosso Juazeirinho. Como você passou pelo Planejamento municipal, dei-lhe crédito e confiança, o suficiente para não deixarmos de analisar este vexame presente, com o qual o executivo municipal insiste em propor um projeto mal explicado, para ter a liberdade de ir ao mercado, para mais explorar o contribuinte com a suspeitosa tributação extorsiva. Desta conversa, Felisberto, alertei-me para um elo perdido do meu entendimento, de uma destas antigas leituras que sabia ser da lavra da então ministra britânica Thatcher, e que lera algum dia. Finalmente a encontro e me permita que a relembre, quando ela nos diz: Um dos grandes debates do nosso tempo é sobre quanto do seu dinheiro deve ser gasto pelo Estado e com quanto você deve ficar para gastar com sua família. Não nos esqueçamos nunca desta verdade fundamental: o Estado não tem outra fonte de recursos além do dinheiro que as pessoas ganham por si próprias. Se o Estado deseja gastar mais ele só pode fazê-lo tomando emprestado sua poupança ou cobrando mais tributos. E não adianta pensar que alguém irá pagar. Esse “alguém” é você. Não existe essa coisa de dinheiro público. Existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos, por inventarmos mais e mais programas generosos de gastos públicos. Você não enriquece por pedir outro talão de cheque ao banco. E nenhuma nação jamais se tornou próspera por tributar seus cidadãos além de sua capacidade de pagar. Nós temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadamos com a tributação seja gasto bem e sabiamente. Pois é o nosso partido que é dedicado à boa economia doméstica. Proteger a carteira do cidadão, proteger os serviços públicos essas são duas maiores tarefas e ambas devem ser conciliadas. Como seria prazeroso “gaste mais nisso, gaste mais naquilo”. É claro que todos nós temos causas favoritas. Mas alguém tem que fazer as contas. Toda empresa tem que fazê-lo, toda dona de casa tem que fazê-lo, todo governo deve fazê-lo, e este irá fazê-lo. Não há dúvida alguma, Felisberto, que de tais palavras logo reconhecemos esta lucidez posta na simplicidade de quem analisa premissas de Estado, à luz de uma economia doméstica, e por princípios tão lógicos, insuperáveis e inadiáveis. Você tem plena razão quando me diz que na contramão desta lucidez está o descontrole sobre contas públicas, a corrupção desbragada e a falta de planejamento que não elege o prioritário da comunidade, para ceder frequentemente às tentações dos acordos imundos entre empresários aloprados e muito mais aloprados gestores públicos, asquerosas e insaciáveis personagens do parasitismo politiqueiro e palaciano. No caso específico deste malfadado projeto que contribuiria para o nosso endividamento por mais uns 10 anos, triste é constatar as manobras injustificáveis do Executivo até em instruir o pedido de aprovação, sonegando dados e omitindo informações sobre a aplicação dos recursos. Como, pois, aprovar uma imoralidade destas? Não me escondo, Felisberto, para dizer de público o quanto isto me agride como cidadão e pagador de impostos, e por tais prerrogativas, pedir aos senhores vereadores desta nossa Câmara, a urgência, inclusive, para que não deixem de manifestar, pela representação que lhes concedemos, o desprezo e a unânime desaprovação deste Projeto. Por fim, Deus nos livre, quem sabe também pelo nosso voto, desta gente nojenta que continua a nos assaltar, por ser ignorante, ou no mínimo, gente de má fé, com uma pretensa e falaciosa modernidade para o desempenho do aparelho coletor de impostos, comprometendo cada vez mais estas combalidas contas que não tem nada de parecido com aquelas que nós mesmos fazemos todos os meses, quando cada um recebe o seu, nem sempre justo, mas merecido salário, para prover o pão nosso de cada dia.

(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 15.12.2014)

FAMILIAS DO JUAZEIRO
Houve um tempo em que eu coloquei dentre as minhas preocupações um projeto com o qual eu desejava informar as origens e alguns apontamentos genealógicos de famílias juazeirenses. Evidentemente isto começava por aquelas poucas famílias desde os tempos mais remotos, ainda no século XVIII, como Bezerra de Menezes, Sobreira, Macedo, Rocha, Landim, Gonçalves, Teles de Menezes, etc. Alguns destes núcleos, como os três primeiros, já foram bem visitados e sobre eles há bons livros neste sentido. Mas a cidade cresceu muito a partir do milagre eucarístico de 1889, e para cá intensas correntes migratórias se desenvolveram, de gente simples, de povo modesto de muitas áreas rurais deste Nordeste. Sem dúvida alguma, algumas destas famílias se estabeleceram de migração portuguesa e se fixaram nas cidades do Cariri, especialmente no Crato. Esta semana, por uma gentileza muito grande de Huberto Cabral, eu estou lendo o livro Pessoas & Lugares, livro de Memórias de Ebert Fernandes Teles, publicado em 2011 pela BSG. E logo nas suas primeiras páginas eu encontro a gênese de uma destas famílias, muito importante para nosso Juazeiro, que é a família Coimbra. E o roteiro abreviado é o seguinte: Do português imigrante, Antonio Francisco de Mendonça, casado com Maria Eugênia Teles, e falecido em 03.03.1851, nasceram vários filhos (Manoel Felipe Teles de Quental, Pedro Teles de Quental, Francisco Teles de Quental, Ana Teles de Quental, Raimunda Teles de Quental, e Teodorico Teles de Quental. Deste último, casado com Ana Balbina da Encarnação Teles, nasceram os filhos Fernando, Filemon, Maria, Joaquim, Antonio, Teresa de Jesus, Januária e Henrique Fernandes Teles. Deste, Henrique, com o casamento com Januária Coimbra, vieram sete filhos, dos quais Maria Fernandes Lopes, que casada com Antonio Coimbra, geraram os Fernandes Coimbra, alguns de Juazeiro: José, Antonio, Luiz, Raimundo, Henrique, Januária e Maria. Luiz Fernandes Coimbra foi pai, dentre outros de Olon, Assis, Ieda Coimbra. Raimundo foi pai de Mascote, Olavo, Estela e Darim.
SANTANA DO CARIRI: MEMÓRIA DO LEGISLATIVO
O Prof. Plácido Cidade Nuvens acaba de lançar um livro sobre os sessenta anos da existência do Poder Legislativo de sua cidade natal, Santana do Cariri. É um obra importante que deveria ser imitada por todas as diversas comunidades do Cariri. O seu foco é, além da história deste poder municipal, um amplo painel sobre a composição dos membros que integraram este Casa, com apontamento biográficos muito importantes para esta cidade. Destas biografias, relevamos a de um santanense que foi particularmente importante em Juazeiro do Norte: Hercílio de Figueiredo Cruz. Reproduzimos, a seguir as páginas dedicadas por Plácido Cidade Nuvens a Dr. Hercílio Cruz.