sábado, 9 de junho de 2018



JUANORTE: TRISTE FIM DE UMA TRINCHEIRA (V)
Não sou dos que, de forma muito pessimista, discriminaram o JUANORTE pela maneira incisiva em que assumiu a defesa das causas juazeirenses. Evidentemente, a minha saída da equipe revelou, seguramente, o meu desconforto pela estratégia como o jornal se houve. Agora revendo estes textos, entendo que a missão era mais importante que a forma como se agia para a sua consecução. Mas, foi um tempo, um período que deixou grandes lucros, especialmente sobre a formação de um juízo crítico que devemos ter para com essa defesa necessária. Continuo com as transcrições, para recuperar os textos outrora produzidos para uma coluna semanal do jornal eletrônico JUANORTE, editado a partir de Brasília, DF, pelo jornalista Jota Alcides. Em razão de ataque de hackers e a destruição dos arquivos, o próprio editor resolveu desativar o jornal. A seguir mais 10 destes textos por mim escritos.
VOLTEMOS À PRAÇA PADRE CÍCERO
Depois de sofrida espera, o velho Quadro Grande dos nossos bisavós, a Praça da Liberdade dos nossos avós, outrora Alexandrino de Alencar de nossos pais, e eterna Padre Cícero de nossa adolescência, está novamente disponível. A Praça é do povo, como o céu é do condor, diz o poeta. Não foi fácil esperar por este momento. Reformada, ela ainda é um canto das nossas memórias que procuramos recuperar e preservar para gerações adiante. Aproximamo-nos dela, sem jeito. Vamos chegando desconfiados. À primeira vista, parece não ter mais o charme de antigamente, das rodas de amigos, das turmas dos bancos do Vasco e do Flamengo, das retretas, dos namorados e da caminhada em torno de seu centro. Mas, é nosso coração, inflamado e ardente, que saúda este reencontro. Do que mudou, já fazemos uma contabilidade rápida e rasteira entre perdas e ganhos. Observei que estando mais ampla, mais liberta de uma cercania indigesta, entre biroscas de comidas ruins e o rápido congestionamento dos espaços, apropriados indevidamente pelo mercado “de um tudo”, mesmo assim a praça parece-nos desprotegida de sua cobertura vegetal, antes tão vasta, feita cabeleira de verdoso clorofilado. Tomara que muito rapidamente ela se recupere destas podas recentes e nos apareça uma boa alma que pense em continuar “reflorestando” seus canteiros e entorno. O meu juazeiro amado aparece-nos mais acuado, espremido pela presença de relocado coreto. Me lembrei dos versos memoriais da professora Maria Gonçalves da Rocha Leal: “Meu Juá, meu Juazeiro/ Como te vejo hoje / Como te vi primeiro...” Meu padrinho, coitado, ganhou cor de um cobreado que não sei onde se encontrou, pois em estátua de bronze, o tom é o natural, basta polir, não requer maquiagem. Onde ficou nosso respeito por um monumento de 85 anos? No mais a molecagem da praça estranhou a nova fonte que com quatro jatos fortes mais parece um bidê em cima do Patriarca. Ouvi da senhora secretária que o velho relógio de Mestre Pelúsio está irremediavelmente perdido. Desgastes mecânicos de seu maquinismo inviabilizam a “meia sola” costumeira destes tantos anos, desde os jeitos criativos de Dário Maia Coimbra que, inquilino de seus batimentos, não o deixava sem a assistência necessária para as badaladas fizessem marcas inesquecíveis nos transeuntes, às lembranças do CRP. Talvez seja substituído por alguma coisa digital, destas coisas modernosas que pode até marcar os segundos, como o de antes não faria. Mas, me pergunto: e os meses e as fases da lua? Seriam estes, ingredientes tão dispensáveis, coisas tão fora desta nossa memória, se a ela não ligássemos o gênio local e a escola e a oficina que pontificou em várias cidades do sertão? Segundo se diz, a praça terá policiamento, certamente o disciplinamento necessário para que melhor nos habituemos com as condições do equipamento, respeitando-o sempre, pois é conveniente para a nossa pretensa conduta de gente civilizada. A praça foi entregue em manhã de fogos e palavrório. O poder público fez a sua parte e, enfim, somos gratos. A praça está de volta, felizmente. Agora já podemos marcar, de novo, belos encontros, com as famílias, com os amigos, com as namoradas, com a história de uma vila centenária, com nós mesmo que tanto buscamos fraternos e saudáveis momentos. Será, certamente, destes encontros que nós, pelo menos os mais crescidos, haveremos de ajustar contas com uma infância que se escondeu naquela praça, pelas dobras do tempo.
(JUANORTE, 26.07.2009) 
UM CONDE NA TERRA DO PADRE CÍCERO (I)
Adolphe Achille van den Brule era de origem franco-belga. Nasceu na França, mas seus antepassados mais remotos são belgas. Era nobre, originário de família de tradição, posição sócio-econômica, reconhecida com títulos de nobreza, há várias gerações. O seu título de nobreza era o de Conde. E, entre nós, assim era mais denominado de “Conde Adolfo”, ou “Conde van den Brule”, ou até mesmo como “Conde Belga”, mais popularmente. O local de origem da família é Mechelen, na Bélgica. Portanto, “flamenca”. Aí, entre 1598 e 1660, viveu um certo Lucas van den Brule, de pais não identificados, que aos 30 anos contraiu núpcias com Catharina Boyens, de 23 anos, também de pais não identificados, e que viveu entre 1605 e 1660. Deste casamento, nasceram-lhes os filhos Judocus van den Brule e Johana van den Brule. O primeiro filho, Judocus, contraiu matrimônio, sem identificação da esposa, e desta nasceram-lhes sete filhos: Anna (*1637/+?), Cornelius (*1638/+?), Joanna (*1640/?), Antonnius (*1643/+?), Petrus (*1645/+?), Joanes (*1652/+?) e Carolus (*1654/+1720). O segundo deles, Cornelius Augustinus van den Brule, gerou filhos e netos que não foram ainda identificados pelos genealogistas. Mas, sabe-se que um destes netos de Cornelius foi Ludovicus Louis van den Brule (*20.07.1784/+?) que casou com Marie Therèse de Muylaert, nascida em 1780, tendo o casal um único filho: Jean Baptiste van den Brule (* Berchem-Bélgica:16.12.1794/+Convento de Heldergen-Flandres Oriental-Bélgica: 04.10.1884). Pode-se mencionar que o citado Ludovicus era um rico proprietário de terras que, por razões políticas morreu na guilhotina, tendo suas propriedades saqueadas e incendiadas e todos os seus bem destruídos. Jean Baptiste, que era mais conhecido com o apelido de Jeantje Van Parys (Petit Jean de Paris – no Brasil seria o “Joãozinho de Paris”) é considerado o fundador do ramo francês da família van den Brule, e desposou Françoise Rosalie Lemoine, nascida em 1809, que concebeu seis filhos: Alphonse Joseph (*Saint Cloud, França:1823/+Bizanos, França:13.07.1899), Auguste (*1823-1826/+?), Zélie (*1823-1826/+?), Louis (*1823-1826/+?), Rosalie (*1823-1826/+?) e Henry Jean Baptiste (*Paris: 05.04.1825/+Paris:15.12.1896). Este último filho, Henry, foi ordenado padre em 18.10.1853, em Paris, e aí fundou a Igreja de São Francisco de Sales, tendo sido, também, vigário nas cidades de Avignon, Rouen, Tours, Chambery, La Rochelle e Evreux. O primogênito, Alphonse Joseph van den Brule (Oficial da Ordem du Nichan Iftikhar – comenda tunisiana criada em 1837), que é considerado o marco inicial do ramo francês da família van den Brule, foi casado duas vezes. Na primeira, com Marie Claire de Régis, em 17.10.1871, e teve três filhos: Ferdinand Marie Joseph Auguste (*Arras-Pas de Calais, França: 28.08.1872/+15.06.1932), Adrien (*1872-1874/+?) e Marie Valentine Henriette (*1873/+Beauséjour par Voreppe-Isère, França: 24.12.1885). Do seu segundo matrimônio, com Jenny Marie Delphine Pillot, que viveu de 1823 a 03.03.1862, em Arras, o casal teve sete filhos: Ferdinand; Alfred – ordenado padre jesuíta na Companhia de Jesus; Felix – caixa do Banque de France em Tarbes, Poitier e Viena; Berthe, Jenny, Edouard (*02.02.1856/+13.06.1913) – Cavaleiro da Legião de Honra da Armada Francesa, Tenente e Capitão do Regimento de Infantaria, e Adolphe Achille que nasceu na localidade de Arras, França, em 14.03.1869. Estes, alguns dos detalhes da origem do Conde Adolphe Achille. Continuaremos...
(JUANORTE, 02.08.2009) 
UM CONDE FRANCÊS NO JUAZEIRO (II)
Adolphe não era parisiense, pois seu pai, Alphonse, nesta época era diretor do Banque de France, em Arras. Mas, ele estudou na École National Supérieure de Mines de Paris e formou-se em Engenharia Civil de Minas. Engenheiro e residindo em Roma, conheceu Saleta Cabrero Martinez, nascida em Toledo-Espanha, filha do embaixador da Espanha na Santa Sé, com quem se casou, oficiado por Leão XIII. O casal foi morar em Toledo, onde nasceram os seus dois filhos (mostrados na coluna da semana passada): José Maria van den Brule y Cabrero (*1888?/+?) e Alfredo van den Brule y Cabrero (*02.11.1890/+29.08.1936). Foi nomeado por Leão XIII como “Camareiro Secreto de Capa e Espada”, e recebeu a comenda de Cavaleiro da Ordem Pontifical “Pro Ecclesia et Pontífice”, prestígio honorário reafirmado por Pio X. Os genealogistas consideram Adolphe o marco do ramo espanhol e do futuro ramo brasileiro da família van den Brule. José Maria, o filho mais velho, casou com Julia Fé e não teve filhos. Alfredo, por sua atividade na política espanhola, teve uma biografia muito rica e heróica. Nasceu em 02.11.1890. Cursou a Faculdade de Direito da Universidade Livre El Escorial, Madrid. Monarquista convicto, de grande fidelidade ao rei Afonso XIII, nos anos 1910 colaborou com jornais e revistas na difusão de suas idéias de defesa intransigente às tradições toledanas. Em 14.11.1915, jovem advogado, elegeu-se para a Câmara Municipal de Toledo. Depois, no ano seguinte – 1916, foi nomeado secretário municipal da Intendência, para encargos de Polícia de Segurança, Saúde, Beneficência, e Instrução Primária. Casou-se em 08.11.1919 com Maria de la Assunción Gómez Llarena, e teve sete filhos: Maria de la Inmaculada (na foto, acima, com os pais), Maria de la Salud, Joaquin, Maria de la Esperanza, Maria Del Pilar, José Ignácio e Maria de los Dolores. Em 08.03.1930 foi nomeado, pelo Governo espanhol, Alcaide (Prefeito) de Toledo, tomando posse em 14.03. A proclamação da República Espanhola em 14.04.1931 trouxe grande convulsão para Alfredo, por seu posicionamento monarquista. Em 16.07.1931 demitiu-se e se manteve afastado de cargos e funções, mas ativo políticamente. Foi condecorado com a Cruz do Mérito Militar, a Grande Cruz do Mérito Agrícola e título de Cavaleiro do Pilar. Em julho de 1936, durante a Guerra Civil Espanhola, Alfredo e seu irmão José Maria foram presos por algum tempo e depois libertos. Alfredo voltou a ser preso em 29.08.1936. Nos arredores do Monastério de San Juan de los Reys foi fuzilado sumária e covardemente. Do seu último desejo, prevendo final trágico, deixou por escrito uma exortação à mulher e filhos, para que ainda fizessem por Toledo o bem que ele não fizera. Das suas últimas palavras frente aos seus algozes, Alfredo lhes disse: “Meus filhos, perdoem estes homens porque não sabem o que fazem, e se tiverem um pedaço de pão, partilhem com eles e seus filhos, porque são mais infelizes que vocês.” Alfredo foi assassinado aos 45 anos de idade. Sua família conseguiu a proteção do Governo e, deixando sua propriedade (Cigarral de la Inmaculada), nos arredores de Toledo, viajou por terra a Madrid, depois Alicante. De navio, a família chegou à França, em Marselha, daí a Monpellier, onde se reuniu aos familiares de Alfredo que já residiam no país. Na ausência da família, a propriedade do Cigarral foi saqueada e incendiada. A viúva teve de vendê-la, destruída e desvalorizada. A vida de Alfredo van den Brule, de tão expressiva, foi relatada no livro Legendas de Toledo, sobre os mártires da Guerra Civil Espanhola, de Luis Moreno Nieto(1999). (Continuaremos...)
(JUANORTE, 09.08.2009) 
UM CONDE FRANCÊS NO JUAZEIRO (III)
No final dos anos 1890, com o falecimento de seu pai, e decidido a se “aventurar” em busca de recursos minerais, especialmente em cobre e ouro, Adolphe Achille van den Brule veio para o Brasil, deixando a família na Espanha, firmando sociedade com seu “meio irmão” Ferdinand van den Brule, do segundo casamento de seu pai com Marie-Claire de Régis. Eles percorreram locais de exploração de minas, levantando dados sobre ocorrências. Em seu discurso na Câmara Federal, em 23.09.1923, Floro Bartholomeu da Costa relata o que o Conde Adolphe lhe afirmara: era parisiense, engenheiro de minas formado em 1882, filho do conde Ildefonso Pilo Jevaule, falecido em Paris em 1898, ex-diretor aposentado do Banque de France, cujo título de nobreza foi concedido pelo rei da Bélgica, Leopoldo II, em recompensa por serviços militares de seus antepassados. Aqui registro este aparente equívoco com respeito ao Conde Ildefonso Piló Jevaule e sua mulher Jeanne de Mello Vaule. Na Internet, há quem diga que esta é a mesma Jennie Marie Delphine Pillot, nascida em 1823 e falecida em 3 de Março de 1862. Esta Jennie Marie foi casada com Alphonse Joseph van den Brule, que, como vimos, nasceu em 1823 em St. Cloud e morreu em 13 de julho de 1899, em Bizanos, França. Desembarcando no Porto do Recife e por informações de que havia uma grande mina de ouro no município de Princesa-PB, Adolphe decidiu fixar residência em Triunfo-PE, próximo dali sete léguas. Procurou organizar a empresa exploradora e até fez vir uma equipe francesa de técnicos em mineração, sob a coordenação do engenheiro Paul Dupuy. Mas, a questão não foi concluída, pois a ambição de um pequeno proprietário de terra local criou obstáculos e a empreitada não surtiu efeito. Adolphe procurou outras alternativas e viajou pelo interior do Nordeste, nos Estados de PE,BA,CE, indo conhecer em Aurora a propalada ocorrência das minas do Coxá. Após a realização do primeiro levantamento, Ferdinand, então, voltou para a França, criando uma empresa - Societé Anonyme d´Exploration des Mines de Cuivre d´Aurora (Brésil), situada na rue d´Amsterdam, 69 - Paris, para explorar minas que Adolphe selecionasse. O capital social da empresa era de 5 milhões de francos, distribuído em 10 mil ações no valor de 500 francos, cada. Anos depois, Ferdinand deixaria a relação comercial com o irmão, alistando-se no exército francês e participando na frente de batalha da Primeira Guerra Mundial. E nada mais se soube dele. Do Cariry, Adolphe rumou para os sertões da Bahia, na região de Capim Grosso e Patamuté. Nesta última, conhece Floro Bartholomeu da Costa, médico recém formado e ali clinicando. Dali, foram juntos para Morro do Chapéu e Ventura, onde havia extração de diamantes e carbonatos. Em Triunfo-PE, Adolphe casara, pela segunda vez, com Albertina Gonçalves Lima, religiosa e civilmente, em 28.11.1901 e teve duas filhas, Yvonne, nascida em Triunfo-PE, em 1903, que morreu com sete meses de idade, e Zaira, nascida em Ventura-BA, em 15.12.1907. Adolphe e Floro se associaram comercialmente e no final de 1907 decidiram vir para o Cariry, passando por Triunfo. Em fevereiro de 1908, dona Albertina adoeceu e faleceu. Em maio, Adolphe e Floro chegaram a Joazeiro, conheceram o Padre Cícero, e se estabeleceram na cidade. A razão principal foi: Padre Cícero era proprietário de alguma terra em Aurora, na área de mineração do Coxá. (Na foto, Adolfo e Floro foram fotografados quando visitavam a área das minas, em Aurora, 1908). (Continuaremos...)
(JUANORTE, 16.08.2009) 
UM CONDE FRANCÊS NO JUAZEIRO (IV)
Com a vinda de Conde Adolfo para Juazeiro, sua filha Zaira van den Brule, com pouco mais de um ano de idade, tornou-se afilhada de Pe. Cícero e de Joana Tertulina de Jesus - a Beata Mocinha, a quem o conde tratava de comadre Mocinha. Zaira cursou escola primária em Juazeiro e a escola secundária no Colégio da Imaculada Conceição, em Fortaleza. Depois foi para Minas Gerais, tendo passado por escola de formação religiosa a cargo das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, em Barbacena, aí recebendo o hábito e adotando o nome de Irmã Apolline van den Brule. Depois se transferiu para São João Del Rey e, em 8 de setembro de 1935, fez os seus votos. Numa carta à sua madrinha Mocinha, de 2 de julho de 1935 (Arquivo Salesiano) ela confessa a sua tristeza pelas mortes de seu pai e do Pe. Cícero que tanto desejavam vê-la freira da caridade. Agora ela estava dedicada ao Collegio Nossa Senhora das Dores, dirigido pela Irmã Germana Jardim, sua superiora. Viúvo, e ainda residindo em Juazeiro, Adolfo casou pela terceira vez com Maria Custódia de Jesus, nascida em Maceió-AL, que pela morte de seus pais em Juazeiro, foi adotada pela irmã do Pe. Cícero – Angélica, que a criou. Maria Custódia e Adolfo van den Brule tiveram dois filhos: Cícero e Joana Yolanda. Cícero van den Brule nasceu em 4 de setembro de 1911, em Barbalha (CE). Ingressou no Ginásio do Crato em 14.03.1927, no 1º ano secundário, submetendo-se em seguida ao exame de admissão ao curso seriado, cujo término ocorreu em dezembro de 1931, conforme a memória do escritor Tomé Cabral Santos, seu colega de turma, no livro “Os 19 e seu Jubileu de Ouro” (Crato, 1981). Aliás, dentre outros, Cícero foi colega de Expedito Gonçalves Pita e de Alceu Sobreira de Figueiredo e de Hercílio Cruz de Figueiredo. Terminado o curso secundário, tentou ingresso nas faculdades de Direito e Farmácia e Odontologia, em Fortaleza. Apesar destas informações do próprio Cícero, contrariamente, conforme relata Tomé Cabral: “(Ele) fez curso de Administração e de Relações Públicas, em Recife. Como funcionário do Ministério da Saúde, exerceu as funções de Chefe Administrativo até 1964, quando se aposentou. A partir daquele ano passou a trabalhar na SUDENE, onde exerceu as funções de Assessor. Casou-se, em primeiras núpcias, com Nyra Duarte, em 04.09.1936. Separado, vários anos depois, Cícero casou em segundas núpcias, com Antonieta Monteiro, em 12.06.1954; e em terceiras núpcias, com Maria da Conceição Soares, em 24.10.1956. Deste último matrimônio teve os filhos: Manoel Adolfo e Conceição de Fátima. Faleceu em Recife. Joana Yolanda van den Brule concluiu seu curso pedagógico no Colégio da Imaculada Conceição em Fortaleza, em 08.12.1936 (foto). Casou-se com José de Matos Franca (Juazeiro do Norte: *22.05.1906/+17.05.1983) e tiveram sete filhos: Pedro Adolfo (médico, falecido em São Paulo), Luis Alberto, administrador de empresas, falecido em Crato), Antonio Érico (médico, atualmente residente em Juazeiro do Norte), José Everardo (Engenheiro Químico, residente em São Paulo), Francisco Eduardo (médico nefrologista, residente em São Paulo), Ticiano José (odontólogo, falecido), Fernando Eça (administrador de empresas). O conde Adolfo faleceu em Juazeiro do Norte em 30.07.1932. Após sua morte, a viúva Maria Custódia casou com o sr. José Severino, e desta união tiveram a filha Maria Yvone, casada com Raimundo Morais, próspero comerciante em Juazeiro do Norte, recentemente falecido. (Continuaremos...)
(JUANORTE, 23.07.2009)
UM CONDE FRANCÊS NO JUAZEIRO (V-FINAL)
O objetivo do Conde Adolfo no Cariri era a exploração das minas do “Coxá”, renomeadas de “Zaíra”, em Aurora. A demarcação foi feita por ele e compreendia uma área de 3.688 hectares, diferentemente das estimativas anteriores que ele, com recursos técnicos, ampliou (respectivamente 809 e 2880 hectares). Estas terras e pretensas minas foram foco prolongado de demandas judiciais, estendidas até os anos 60, já na posse de herdeiros, os Salesianos. Aliás, a questão já era muito antiga, pois através d´O Rebate, em 1910, Floro Bartholomeu, numa série de 5 longos artigos faz a defesa do Pe. Cícero, o proprietário, sobre a rumorosa questão das demarcações, nas quais, por sua competência, Adolfo foi o responsável pelos estudos geodésicos. Num relato ao Pe. Cícero, em 18.05.1928, Adolfo detalha o processo de exploração do cobre (Fundição-Extração-Nova Fundição-Moldagem), indicando alguns valores de pureza (até 42,5%), rendimento (até 23,3%) e valores pagos ao cobre processado (até FF $1.800/tonelada), relevando o potencial da mina. Efetivamente, a correspondência encontrada nos arquivos dos Salesianos nos indica quão agitada foi a vida do engenheiro de minas, nas explorações de ocorrências de minérios no Cariri, especialmente de xisto betuminoso, de carvão, de cobre e outros minerais. Sobre o xisto, por exemplo, é do geólogo Sylvio Fróes de Abreu, uma das maiores expressões brasileiras na área, e que visitou Juazeiro em 1921, a expressão de que o xisto encontrado por Adolfo em Taboca (a 13 km do Crato), era, um dos melhores do Brasil (11% de hidrocarbonetos pesados). O geólogo, da Estação Experimental de Combustíveis e Minérios do Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, realizava as análises dos minérios enviados pelo Conde van den Brule, através de Floro. Na inauguração da mina, em 13.12.1917, na localidade denominada Santa Rosa, de propriedade do Pe. Cícero, com uma galeria inicial de até 20 metros de profundidade, para exploração de carvão, Adolfo van den Brule contou com a presença do então presidente do Estado, Dr. João Thomé de Saboya e Silva (na foto, onde Adolfo é o quarto, em pé, da esquerda para a direita). De outras funções desempenhadas, o conde Adolfo foi professor do Colégio São José (O Pedagógico) de José Marrocos, fundado em 1910. Foi um dos partícipes da luta pela emancipação, tendo, inclusive sido colaborador de O Rebate, e escrevia com o pseudônimo de M. d´Otsuc. O primeiro planejamento urbanístico do futuro município, com o traçado de suas ruas, recebeu de Adolfo uma grande colaboração, por suas habilidades como topógrafo. Nos arquivos do Pe. Cícero ainda hoje se encontram cadernos de anotações por estes serviços e outros encargos profissionais realizados. Enfim, estes cinco pequenos textos aqui apresentados estão longe de esgotar a rica experiência de vida do Conde Adolphe Achille van den Brule em terras do Cariri, em seus últimos 24 anos de vida. Importante, assim me parece, ainda será resgatar com maior inteireza e brevidade a sua profícua expressão profissional e a contribuição para o nosso desenvolvimento. Vinte e dois anos antes de falecer, deixou escrito que desejava um sepultamento simples, em meio aos mais pobres falecidos, e com uma simples cruz de madeira. Sem pompa e circunstância, assim se fez no enterro de Adolfo, no túmulo de seu amigo, José Marrocos, no cemitério de Juazeiro do Norte, quase anonimamente.
(JUANORTE, 30.08.2009) 
MEMÓRIA DA BASÍLICA DO JUAZEIRO
Em dias da semana passada recebi um convite que dizia: “Nós da Comissão Pró Preservação do Patrimônio Histórico Religioso da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores, estamos convidando para uma reunião na quinta feira dia 27 de agosto às 19;00h, no Memorial Padre Cícero, com o objetivo de questionar as reformas que estão sendo feitas pelo atual administrador.” Releva-se que após a morte de Mons. Murilo foram feitas algumas mudanças no interior da casa paroquial, e mais recentemente no complexo da Basílica que foi ampliado pela incorporação de toda uma área comum entre os prédios anexos, gerando espaço interno de convivência. Seríamos dos primeiros a não concordar que isto fosse estendido ao núcleo central da Basílica, com seus altares, capelas, presbitério e nave central. Acho que tal não deve estar acontecendo. Vejo com simpatia que a reforma da capela do encontro e a abertura de uma nova capela do Santíssimo como demandas que o tempo tem conduzido, mercê do compromisso missionário e evangelizador, pela constante expansão das atenções para com o povo romeiro. Neste particular, por terem sido construções recentes, a cargo inicial de Mons. Murilo, isto, felizmente, em nada descaracterizou o conjunto. Faço estas ressalvas, ao meu sentimento mais leigo, pois não vejo nenhum comprometimento sobre os valores históricos e arquitetônicos que o conjunto representa. Observador mais atento dos registros fotográficos sobre a "capelinha que virou Basílica", vejo com certa nostalgia e mesmo tristeza, que o conjunto sofreu impiedoso golpe desde a reforma que a transformou em uma igreja mais ampla com uma única torre central. Velhas fotos nos mostram no seu entorno alguns edifícios que enriqueciam a cena arquitetônica com grande exuberância. Paciência, foi assim, e deu no que deu, capítulo rumoroso de conflito e sofrimento vivido entre povo e clero, especialmente entre Pe. Cícero e Mons. Esmeraldo. Agora, estamos muito próximo de consolidar o conjunto da Basílica, que por ações e funções tão dinâmicas na sua missão de congregar a nação romeira, requer por estes tempos a funcionalidade de um conjunto ágil e versátil. Vejo isto assim, na praticidade do cotidiano, sem que renuncie a minha posição de vigilância com respeito à preservação da memória do Juazeiro. Por isto, ainda farei o possível para que isto possa chegar ao nosso diocesano e seus padres, a necessária reserva e respeito a estes valores, não permitindo que isto se descaracterize ao ponto de já não mais sabermos os valores desta herança. Assim, por exemplo, aos edifícios da rua Pe.Cícero, onde estão atualmente a secretaria paroquial, a sala do romeiro, a casa paroquial, e demais pontos, sem falar na significação grandiosa do Círculo Operário, será necessário aplicar ferramentas de bom senso que restaurem estes elementos de sua memória, corrigindo o que foi alterado sem uma orientação adequada, pois temos sempre uma história pouco esclarecida de reformas intempestivas. Eu penso, embora não tenha visto ainda, que será a ocasião de desfazer as mudanças internas que se fizeram na casa paroquial, para que ela abrigue o memorial da paróquia como se tem falado. Tudo isto deve fazer parte de um bom entendimento entre nós, Basílica e Diocese, em quem reconheço a sensibilidade e a disponibilidade de esclarecer o que vem motivando este ruído, aparentemente desnecessário.
(JUANORTE, 06.09.2009) 
LIÇÕES DO REBATE
Das alegrias que pude sentir por estes dias, destaco a repercussão das lembranças do jornal O Rebate, demonstrada pela juventude de minha terra ao sair às ruas para saudar mais uma data festiva da independência do Brasil. O sete de setembro deste ano em Juazeiro do Norte trouxe, dentre outras coisas, a menção explícita de como estes jovens vieram a conhecer sobre a existência deste periódico e compreendendo a sua ação puderam reverenciá-lo respeitosamente. Devemos isto, inicialmente, ao Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil que apoiou a recente Exposição sobre a nossa Imprensa Centenária. Devemos isto, também, à sensibilidade da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte que viu no evento algo substancioso para assinalar o início dos trabalhos que culminarão com a celebração do Primeiro Centenário da Cidade. Devemos isto, também, à Comissão do Centenário, porque acreditou que simbólica e efetivamente a extensa programação a ser cumprida devia se iniciar exatamente com o centenário do lançamento do primeiro número do nosso primeiro jornal. Afinal, o Rebate foi um divisor de águas durante aquele período marcado pelo debate político, nos quais tantos protagonistas se firmaram na memória da cidade e se consagraram como defensores intransigentes de nossa cidadania e do nosso progresso. O que se pode dizer hoje da vida juazeirense sem que não seja referido a este primordial momento da nossa luta primeira, e ao seu espírito de lutas e conquistas ? As lições do Rebate continuam pelo tempo. De um lado, a nos dizer o quanto é válido sonhar e sonhar alto e grande. Deve correr ainda hoje em nossas veias, estribado em seus ideais elevados, o sangue novo, e permanentemente renovado, da ambição e zelo pelo bem comum, muito mais que o espírito menor e apenas municipal de satisfações pessoais e de ganhos individuais. Não será desonesto dizer-se a esta hora que, mesmo tendo percorrido uma centúria no tempo, ainda temos tanto por aprender e fazer. Os desafios aí estão postos, em testes cotidianos à nossa criatividade e inventiva. O que fazer para que sejamos um povo feliz a respeitar seus líderes e instituições ? O Rebate, filosófica e materialmente, cumpriu esta missão. Por suas páginas não emerge apenas a dialética de inflamados representantes do seu povo, mas caminhos factíveis de desenvolvimento. Os que participaram das lutas de O Rebate chegaram ao comando primeiro do município, com a dignidade de uma conquista realizada em campo limpo de combate que os recomendou a assumir os primeiros e importantes cargos municipais. O Rebate abriu esta página, plena de heroísmo e transferiu para o nosso cuidado cidadão a eterna vigilância pelo elevado papel da imprensa diante das nobres causas da cidade. Coube a este jornal a organização e a estrutura de uma imprensa comprometida com os interesses populares, tantas vezes reafirmado. E nos pareceu dizer que a ninguém que lhe assumisse posteriormente estava ensejado falsear sobre estas verdades. Hoje, procuramos cumprir em nome desta legenda a missão viva e permanente do Rebate. O jornal não morreu em 1911, ele está vivo também nas linhas deste Juanorte, na certeza de que nos cabe trabalhar seriamente para que os ideais maiores de nosso crescimento e desenvolvimento, neste século XXI, sejam parecidos com aqueles de sua gloriosa existência. 
(JUANORTE, 13.09.2009) 
PRESERVAÇÃO DO SÍTIO HISTÓRICO
Nas discussões recentes sobre o que fazer para a preservação do sítio histórico, simbólico e urbanístico da antiga Matriz de Nossa Senhora das Dores em Juazeiro do Norte, recebemos dos irmãos Nireu Cavalcanti (arquiteto e historiador) e Luitgarde Barros (antropóloga da UERJ) algumas recomendações. Objetivamente, eles nos dizem: “Na formação da cidade do Juazeiro um sítio destaca-se: a igreja de Nossa Senhora das Dores e seu entorno, com seus logradouros e edificações construídos ao longo do tempo em função da atividade do padre Cícero e de suas beatas, organizadores da fé e religiosidade de parte da população nordestina. A igreja se destaca das demais edificações pela sua localidade, dimensões e linguagem formal, constituindo um raro e belo exemplo de conjunto histórico ou tradicional, especificado na Conferência da Unesco, em Nairobi. Como um verdadeiro milagre o conjunto preservou-se até os dias atuais e, portanto, é dever de todos preservar a integralidade do sítio. O primeiro passo é fazer-se o levantamento da área definida como conjunto histórico a preservar, elaborando mapas cadastrais com as dimensões dos logradouros e localização das edificações nos lotes. Cadastrar cada edificação em ficha individual registrando o ano de construção, o autor do projeto e da construção (se possível), o estado de conservação e as características arquitetônicas: número de pavimentos, número e tipo de janelas, portas ou outra qualquer abertura, tipo do telhado e estilo arquitetônico e sistema construtivo. Fotografar externamente e internamente cada imóvel. Se possível, fazer o histórico dos proprietários e registrar fatos ou personagens que viveram ou tem alguma ligação com a edificação. Montar arquivo iconográfico (fotos, desenhos, pinturas, mapas, filmes etc.), documental e de depoimentos de pessoas mais velhas que conheceram ou moraram no local, em época a mais remota possível. Circundar a igreja e registrar as visadas do monumento de tal forma que possa ser estabelecido os planos que garantam a visão da igreja ou de sua torre, livre de interferência de obstáculos construtivos. Conhecendo os elementos constitutivos do conjunto a ser preservado, deve-se estabelecer aqueles bens que não poderão sofrer qualquer modificação em sua volumetria, fachada, telhado e, caso seja conveniente, no seu interior. É importante pesquisar qual a cor, ou material de revestimento usado originalmente, nessas edificações. O mesmo deve ser feito com relação ao logradouro, buscar adequar a pavimentação da pista de rolamento e o desenho das calçadas ao conjunto. Hierarquizar os demais imóveis em função de seu peso no conjunto e para a valorização da igreja. Estabelecer regras claras para as intervenções possíveis nessas edificações formadoras do conjunto e de menor destaque. Constituir comissão com agentes públicos e representantes da sociedade para acompanhamento do trabalho e, após a concretização da Lei de proteção do “Conjunto Histórico Nossa Senhora das Dores”, fiscalizar e realizar projetos de manutenção e valorização do Conjunto.” Eis aí o que disseram. Daqui por diante, nós vamos tratar de fomentar o debate no contexto da celebração do Centenário, para que de fato nossa terra tome juízo para restaurar, conservar, e dinamizar os equipamentos que restaram, a despeito de sua involução urbana. 
(JUANORTE, 20.09.2009) 
AEROPORTO DE JUAZEIRO
O prefeito municipal de Juazeiro do Norte, Sr. José Monteiro de Macedo, sancionou e promulgou a lei número 77, em 23.09.1953, com a qual o município de Juazeiro do Norte doava ao Ministério da Aeronáutica gleba de terra, nos lugares Pedrinhas e Brejo Seco, para que no prazo de trinta meses, se iniciasse a construção do Aeroporto Regional do Cariri. Naquela época votaram os vereadores: José Maria de Figueiredo, Raimundo José da Silva, Raimundo de Sousa Viana, Vicente Ribeiro Sobrinho (Senhorzinho), Antônio Fernandes Coimbra (Mascote), Margarida Pereira Lima (Dona Guidinha), Luiz de Matos Franca, Aderson Borges de Carvalho, Argemiro Mota de Carvalho, Neide Pereira Nobre e José Gonçalves Ribeiro. Passados tantos anos, a questão do novo Aeroporto persiste, à espera de um projeto, depois da nova tramitação em que o Estado do Ceará fez nova doação, agora à Infraero. Esta, por sua vez, como já foi divulgado, deverá realizar investimentos na obra de um novo terminal - mais dia, menos dia. Para tanto, arbitrou que o projeto será idêntico ao que executará em Santarém (PA). No dia 22 de janeiro passado, o presidente da Infraero, Tenente Brigadeiro do Ar, Cleonilson Nicácio Silva, assinou no Auditório da Universidade Federal do Pará, em Santarém, contrato para a elaboração de estudos preliminares e projeto básico do novo Terminal de passageiros e nova Seção Contra Incêndio, além da ampliação do pátio de aeronaves, sistema viário de acesso, estacionamento público e obras complementares do Aeroporto Maestro Wilson Fonseca. Este aeroporto, atualmente, tem um movimento diário de cerca de 65 pousos e decolagens. O contrato entre a Infraero e o consórcio Engevix-Planway, no valor de cerca de R$ 1,7 milhão, tem um prazo de 270 dias para entrega do projeto, a partir da data da emissão da Ordem de Serviço. Portanto, talvez como presente de Natal, deverá ser conhecido, por tabela, como ficará o novo terminal de Juazeiro do Norte. Mas, uma coisa pode ser adiantado, pelo menos em tese: o movimento de passageiros em Santarém, por dados oficiais do Infraero, já alcança 400 mil em 2009. Há poucos dias, o blog do Aeroporto de Confins (MG), com base em informações oficiais da Infraero referia à movimentação de passageiros (embarque e desembarque), no Aeroporto de Juazeiro do Norte, que chegou à marca de 170.896, até a data de 15 de setembro de 2009, ultrapassando toda a movimentação de 2008, que foi de 170.853. A previsão é de que passem pelo Aeroporto, até o final deste ano, cerca de 220.000 passageiros. Contudo, por e-mail, o vice-prefeito de Juazeiro do Norte, José Roberto Barreto Celestino, diz categórico que “sua previsão é de 246.000 passageiros para 2009, desde que não haja nenhuma descontinuidade dos voos que aí estão operando.” Esse temor procede, pois a revisão da frota da Gol-Varig acena com a mudança de equipamentos, o que virtualmente embute a possibilidade de uma descontinuidade das operações destas empresas na região. Na expectativa de uma demora maior até que tudo se consuma, restará a manutenção das operações de Oceanair e o ingresso de outras bandeiras regionais já comentadas. As últimas informações veiculadas pela imprensa dizem que entre 16.10 e 02.11 o presidente da Infraero – Murilo Marques Barboza, desembarcará no Aeroporto Regional do Cariri, acompanhado da bancada federal do Cariri, para ver de perto a realidade do terminal. De qualquer modo, sem contestação, permanece a decisão acertada entre deputados e a Infraestrutura Aeroportuária para que estes investimentos de R$ 40 milhões sejam consolidados em 2010.
(JUANORTE, 27.09.2009) 

ESTUDOS ACADÊMICOS (II)
Dando sequência ao que iniciamos na semana anterior, continuamos publicando breve sumário bem identificado, a partir de estudos acadêmicos de interesse dos diversos estudos que continuam sendo feitos para gerar monografias, TCCs, dissertações, teses e livros, em geral, focando temas de interesse regional, tanto na cultura, como na educação. 
Título: A Ação Pastoral de Padre Cícero a partir dos Sertanejos: Fé e Vida; Autor: Ulisses Abruzio; Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; Resumo: O presente estudo analisa, diante da realidade nordestina, a trajetória e a ação pastoral do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte. Diante de sua perspectiva de evangelização, Padre Cícero foi o mensageiro da libertação do povo oprimido, povo esse, que diante das dificuldades do dia-a-dia era constantemente espoliado e explorado por um sistema político e uma classe dominante que o exclui. O contexto do final do século XIX retrata a dicotomia entre a religiosidade da Igreja Oficial e a religiosidade popular. Diante dessa realidade, Padre Cícero desponta com sua ação pastoral em busca da liberdade do povo simples, respeitando suas tradições e sua religiosidade, comprometendo-se com uma transformação através da fé. Associando fé e vida, e inserindo o povo como agente de sua própria história, não é exagero falarmos de que Padre Cícero inaugurou, mesmo que de maneira embrionária, uma proto-teologia, teologia, essa, que mais tarde foi chamada de Teologia da Libertação.
Título: A Reforma da Instrução Pública do Ceará de 1922: As Diretrizes da Política Educacional do Governo Justiniano de Serpa. Autor: Jane Maria Fernandes de Almeida. Instituição: Universidade Estadual do Ceará; Dissertação aprovada em 17.02.2009 pela Comissão Examinadora constituída por: Prof. Dr. Hermano Machado Ferreira Lima (Orientador), Prof. Dr. Marco Aurélio Ferreira da Silva (Convidado), e Prof. Dr. Geovani Jacó de Freitas (Convidado). Resumo: Este ensaio busca refletir sobre as práticas políticas do Governo de Justiniano de Serpa (1920-1923) para a educação primária e o ensino normal no Ceará, mediante discursos relativos à criação de escolas e à organização prático-pedagógica; e a forma como é organizada a Reforma da Instrução Pública, por meio da promulgação de leis, decretos e regulamentos, essenciais para um estudo aprofundado da educação cearense que se projetava dentro das políticas de reformas em todo o País nas décadas de 1920 a 1940. Indaga que pontos positivos realmente se mostraram dentro da realidade cearense na década de 1920 e seus desdobramentos no âmbito das leis para a Educação até a década de 1940. Analisa a Reforma, do ponto de vista político e ideológico, que correspondia às necessidades de redefinição da função social da escola, situando-a a serviço da nova ordem industrial, científica e tecnológica, apresentada como redenção para um povo que sofria com o atraso na economia e nas relações políticas. Sabendo que o momento político do período de Serpa já mostrava certo desenvolvimento econômico e pacificação política, é que se compreende como as leis, regulamentos e reformas educacionais irão atingir de forma marcante o interesse da população por mudanças no ensino.
Título: O Colégio Salesiano em Juazeiro do Norte e o Projeto Educacional do Padre Cícero: Os Benfeitores da Juventude (De 1939 aos Anos De 1970). Autor: Núbia Ferreira Almeida; Instituição: Universidade Federal do Ceará; Tese aprovada em 04.08.2011, pela Comissão Examinadora constituída por: Prof.ª PhD. Maria Juraci Maia Cavalcante (Orientadora – UFC), Prof. Dr. Francisco Régis Lopes (UFC), Prof.ª Dr.ª Zuleide Fernandes de Queiroz (URCA), Prof.ª Dr.ª Ana Elizabeth Bastos de Miranda (UFC), Prof. Dr. Eduardo Girão Santiago (UFC), Prof. Dr. Jorge Carvalho de Nascimento (UFS). Resumo: O presente trabalho integra o campo da História da Educação Comparada, sob o prisma da Instituição Escolar. Trata da criação e implantação do Colégio Salesiano de Juazeiro, no período de 1939 a 1970, com o objetivo principal de comparar a sua prática educativa com o projeto de educação do Padre Cícero Romão Batista, líder religioso daquela cidade, que deixa em testamento os seus bens para a Congregação dos Salesianos, com vistas à educação escolar de crianças e jovens. Como ponto de partida, buscamos compreender o processo de organização da Congregação dos Salesianos, na Itália, os fundamentos teológicos, filosóficos e pedagógicos da formação intelectual de seu criador, Dom Bosco; analisar o contexto político e educacional no qual o Colégio foi criado em Juazeiro e, também, o desenvolvimento do Colégio, que se dá em meio ao embate entre um meio social, onde predomina o catolicismo popular, e o projeto de romanização da Igreja Católica que se espalhou pelo mundo. Foi de suma importância, além da historiografia consultada, o contato com os documentos do período, em especial as Crônicas da Casa, as Atas de Reuniões do Conselho da Casa, os Relatórios Anuais, os livros de visita, as revistas, jornais e Boletins Salesianos, em arquivos e acervos encontrados em Juazeiro do Norte, Recife, Natal, Fortaleza e Roma, bem como, as entrevistas, com testemunhos e relatos de ex-professores e ex-alunos. Como resultado, encontramos evidências de que a instituição salesiana manteve sua identidade confessional católica, empenhando-se por fazer da educação um espaço de explicitação de suas crenças a respeito da pessoa humana e da sociedade. Trabalhando em parceria com um dado segmento da população da cidade, desejoso de proporcionar uma educação formal para os seus filhos, tornou-se um projeto bem sucedido de romanização em terras sertanejas, quando a juventude da cidade se apropria da nova dinâmica emprestada, através do mecanismo de circularidade cultural, que os leva a ter acesso aos conhecimentos produzidos por uma determinada cultura letrada e esta, adaptando, em alguma medida, as suas novas leituras do mundo às vivências cotidianas de uma comunidade sertaneja.
Título: Padres Lazaristas no Ceará e a Formação Educacional Confessional: Seminários e Colégios (1864 e 1914); Autor: João Batista de Andrade Filho; Instituição: Universidade Federal do Ceará;Dissertação aprovada em 18.04.2012, pela Comissão Examinadora constituída por: Prof. Dr. Raimundo Elmo de Paula Vasconcelos Júnior (Orientador) (UECE), Prof. Dr. José Álbio Moreira de Sales (UECE), Prof. Dr. Rui Martinho Rodrigues (UFC). Resumo: No rol das ações efetivadas para continuar mantendo o controle social, a Igreja Católica postou-se como guardiã da sociedade e, a partir de uma visão tradicionalista, efetivou ações que desencadearam mudanças na maneira de ser dos diversos atores sociais dos diversos segmentos da sociedade, sejam em termos políticos, econômicos, propriamente religiosos, educacionais e comportamentais. Dentre as ações encampadas, o Processo de Romanização ocupou lugar central porque serviu de diretriz ao propósito disciplinador da referida instituição católica. O Estado do Ceará inseriu-se nesse contexto na medida em que foi instituído seu bispado e instituído o Seminário Episcopal de Fortaleza. A presente proposta, que teve a pretensão de ser compreensiva, buscou delinear o conjunto de fatores que permitiram que os padres Lazaristas permanecessem por quase um século à frente da referida instituição de ensino influenciando hábitos educacionais, intervindo, mesmo que indiretamente, na formação de professores bem como na disseminação da educação confessional secundária. Destarte, a Igreja Católica montou trincheiras na sociedade no intuito de garantir o monopólio da violência simbólica, estendendo seu poder e disseminando-o através da educação da juventude.
O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINE GOURMET (FJN, JUAZEIRO DO NORTE)
A Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) agora também está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri. As sessões são programadas para as terças feiras, duas vezes ao mês, de 13:30 às 15:30h, no Laboratório de Informática do Bloco I, na Rua São Francisco, 1224, Bairro São Miguel, dentro do seu Projeto de Extensão denominado Cine Gourmet, sob a curadoria de Renato Casimiro. Informações pelo telefone: 99794.1113. No próximo dia 12, estará em cartaz, o filme SOB O SOL DA TOSCANA (Under the Tuscan sun, EUA/Itália, 2004, 113 min). Direção de Audrey Wells. Sinopse: Frances Mayes (Diane Lane) é uma escritora que leva uma vida feliz em San Francisco, até que se divorcia de seu marido. Triste e deprimida, ela decide mudar radicalmente de vida e compra uma chácara na Toscana, para descansar e poder terminar em paz seu novo texto. Porém enquanto ela cuida da reforma de sua nova casa acaba conhecendo um novo homem, que reacende sua paixão.
CCBNB-FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS, JUAZEIRO DO NORTE)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), promovendo a edição local do FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no dia 12, terça feira, às 18 horas, no Auditório CCBNB-Cariri, o filme PROMESSA AO ANOITECER (La promesse de l’aube, França, 2017, 130 min). Direção de Eric Barbier. Sinopse: De sua infância difícil na Polônia, passando por sua adolescência sob o sol de Nice, até suas proezas como aviador durante a Segunda Guerra Mundial, Romain Gary viveu uma vida extraordinária. Mas essa ânsia por viver mil vidas e se tornar um grande homem, ele deve à Nina, sua mãe. É o amor louco dessa mãe cativante e excêntrica que fará dele um dos maiores romancistas do século XX. Mas esse amor materno, sem limites, também será seu fardo por toda vida. 
CCBNB-FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS, JUAZEIRO DO NORTE)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), promovendo a edição local do FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no dia 14, quinta feira, às 18:30 horas, no Auditório CCBNB-Cariri, o filme RAZZIA (Razzia, França, 2018, 119 min) Direção de Nabil Ayouch. Sinopse: Em Casablanca, entre o passado e o presente, cinco destinos estão inconscientemente interligados. Diferentes rostos, diferentes trajetórias, diferentes lutas, mas a mesma busca pela liberdade. E o som de uma revolta que cresce.
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na quintas feira, dia 14, às 19:30 horas, dentro da Sessão CINEMA NOIR, filme QUANDO FALA O CORAÇÃO (Spellbound, EUA, 1945, 118 min). Direção de Alfred Hitchcock. Sinopse: A dra. Constance Petersen (Ingrid Bergman) trabalha como psicóloga em uma clínica para doentes mentais. O local está prestes a mudar de direção, com a substituição do dr. Alexander Brulov (Michael Chekhov) pelo dr. Edward (Gregory Peck). Ao chegar o dr. Edwards surpreende os médicos locais pela sua jovialidade e também por seu estranho comportamento. Logo Constance descobre que ele é na verdade um impostor, que perdeu a memória e não sabe quem é nem o que aconteceu com o verdadeiro dr. Edwards.
CCBNB - CINEMA (CASA GRANDE, NOVA OLINDA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais dentro da sua programação de Cinema na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande), com entrada gratuita e exibe no próximo dia 15 sexta feira, às 19 horas, o filme MULHERES E LUZES (Luci del Varietà, Itália, 1950, 93 min). Direção de Frederico Fellini. Sinopse: Uma companhia de espetáculos viaja para Roma e, no trem, o diretor é abordado por uma bela jovem que deseja ser dançarina. No aperto da primeira noite, ela acaba entrando, e faz enorme sucesso entre os espectadores. O diretor então se apaixona por ela, e ambos largam a companhia para formar uma outra independente; mas, enquanto o diretor pensa em formar uma trupe apenas de artistas de rua, sua principal estrela se ocupa sonhando com o glamour do show business.
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na sexta feira, dia 15 às 19:30 horas, dentro da Sessão FILMES INESQUECÍVEIS, o filme A PRINCESA E O PLEBEU (Roman holliday, EUA, 1953,119 min). Direção de William Wyler. Sinopse: A princesa Ann, cansada de sua vida como nobre, resolve passear anonimamente por Roma, e lá conhece o repórter americano Joe Bradley, que finge não reconhecê-la. Para ele, ela nada mais é do que uma boa matéria e um ótimo furo, mas decide preservar a identidade da jovem, que o conquista rapidamente. 
CCBNB-FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS, JUAZEIRO DO NORTE)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), promovendo a edição local do FESTIVAL VARILUX DE CINEMA FRANCÊS, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no dia 16, sábado, às 17:30 horas, no Auditório CCBNB-Cariri, o filme A APARIÇÃO (L'apparition, França, 2018, 137 min). Diretor Xavier Giannoli. Sinopse: Jacques, grande repórter de um jornal francês, recebe um misterioso telefonema do Vaticano. Em um pequeno vilarejo no sudeste da França, uma jovem de 18 anos afirma ter visto a aparição da Virgem Maria. Os rumores logo se espalham, e o fenômeno toma tal dimensão que milhares de peregrinos vão se reunir no local das supostas aparições. Jacques, que não tem nada a ver com esse mundo, aceita fazer parte de uma comissão de investigação encarregada de esclarecer esses eventos.
IMAGENS ESQUECIDAS (XLV)
A cidade em obras. Juazeiro do Norte é uma cidade permanentemente em obras. Não há como ser diferente. Hoje as nossas imagens, não que se possa dizer, esquecidas, nos levam a considerar essas obras, numa fase ainda um tanto romântica, como nessa primeira, pelos anos 40, quase oitenta anos atrás, na Rua São Pedro, que ainda se poderia interditar para refazer o velho calçamento de pedra tosta para o trato mais conveniente da pedra de paralelepípedo. Nessa reforma as calçadas de ambos os lados já foram se encurtando para enlarguecer a via por onde já trafegavam caminhões. As árvores ainda não eram retiradas, mas já estavam ameaçadas da extinção, como hoje observamos. 
IMAGENS ESQUECIDAS (XLVI)
Já no começo dos anos 60, na administração de Humberto Bezerra, a cidade experimentou uma grande maratona de melhorias de suas vias. Nesta foto o secretário da administração, sr. Gumercindo Ferreira Lima está pessoalmente envolvido com a obra de melhoria da Rua Santa Cecília, na chamada baixa do Salesiano, local onde se necessitava fazer uma grande obra de drenagem para escoamento de águas pluviais. Aliás, nesta área as obras se estenderam desde as ruas São José até mais em baixo, em busca das terras do Santo Antonio. Um fato notório era o da administração direta para essas obras. Não havia ainda a terceirização por empreiteiras da construção civil. Bons tempos, pois a corrupção era limitada aos inexpressivos “ladrões de galinha”, permitindo que nosso suado dinheirinho durasse um pouco mais para as necessidades desta cidade.
IMAGENS ESQUECIDAS (XLVII)
Por toda a cidade, nos anos 60 ainda havia muito o que fazer. Vejamos essa imagem da Rua da Glória, logo no seu início, nas proximidades da Av. Dr. Floro, vendo-se ao lado direito parte do muro da velha Escola Normal Rural e mais adiante o seu auditório. Em frente o muro da gleba de terra pertencente ao então ministério da agricultura que em parte serviu como campo agrícola da ENR. Essa rua tinha uma particularidade pois como era o espaço de ligação do escoamento de águas pluviais com o salgadinho, na temporada de chuva era um enxurrada medonha. Ficávamos, os estudantes, em dias de boas chuvas, vendo o espetáculo que se verificava por horas, quando parecia que toda a chuva que caía na cidade, desde o alto, nos franciscanos até em baixo, por ali escorria. Não era por menos que a Rua da Glória, já com a eletrificação implantada (veja o poste) tivesse esse aspecto. Nesse governo de Humberto Bezerra uma melhoria foi implantada e a coisa foi em parte saneada. Mas a Rua da Glória continua a merecer atenções.
A SEMANA NA HISTÓRIA DE JUAZEIRO (IV)
Estamos continuando a publicação de efemérides da história de Juazeiro do Norte, agora em sua segunda edição, referente aos dias 10 a 16 de junho. Estamos usando como fonte um trabalho inédito da professora Amália Xavier de Oliveira. 
10 de Junho de 1912: Toma posse a nova composição de vereadores na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte para o quadriênio 1912-1916. A ata lavrada informa que naquele dia foram empossados os seguintes vereadores: Cincinato José da Silva, Manoel Vitorino da Silva, João Bezerra de Menezes, Fenelon Gonçalves Pita, José Eleutério de Figueiredo, Raimundo Nonato de Oliveira (Natim), Fausto da Costa Guimarães. Foram eleitos e empossados nos diversos cargos os seguintes vereadores: Francisco da Cruz Neves – Presidente, Cincinato José da Silva – Vice-presidente, José da Cruz Neves – Secretário. A cópia desta ata foi requerida pelo Pe. Cícero para fins eleitorais no dia 16 de outubro de 1912. Foi assinada pelos vereadores e secretário, José da Cruz Neves que datou e assinou no dia 12 de outubro de 1912.
11 de Junho de 1938: Foi posto numa das paredes do salão nobre da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte o retrato do Presidente, Getúlio Dorneles Vargas, promovido pelo prefeito Antonio Gonçalves Pita. Estiveram presentes, membros da comitiva do Colégio São Luiz de Fortaleza ora em excursão nesta cidade. Usaram da palavra: Lauro Cabral de Oliveira e o acadêmico Valdecy Uchoa.
12 de Junho de 1910: O jornal cratense “Correio do Cariri”, acusou o Redator – Chefe de “O Rebate”, Pe. Joaquim de Alencar Peixoto, de ambicionar a Prefeitura de Juazeiro. O escritor Ralph della Cava Della Cava, comenta em seu livro que “foi este o último esforço dos políticos cratenses para fazer naufragar o projeto de autonomia do Juazeiro dividindo a população entre os filhos da terra e os adventícios que não gostavam do Pe. Peixoto que apesar de renegado em Juazeiro, mantinha elos sólidos com sua cidade natal – O Crato”. Também os filhos da terra não gostariam que um cratense viesse a ser o 1º Prefeito de Juazeiro. Até o Presidente Accioly ficou horrorizado com a ideia do Pe. Peixoto ser Prefeito de Juazeiro, chegando a mandar um recado pelo Sr. Adolfo Barroso, em carta de 30 de agosto, ao Pe. Cícero: “Diga ao Pe. Cícero que ele me merece tudo, porém estando com o Pe. Peixoto não poderei dar um passo em seu favor”.
13 de Junho de 1959: Comemorando o vigésimo quinto aniversário da Escola Normal Rural, realizou-se no Bosque Luiz de Queiróz, organizada pelo Clube Agrícola da mesma Escola, com permissão da prefeitura local, uma Feira Livre. Os alunos do Curso Ginasial, constituíram o corpo de fiscais. Instalaram uma Delegacia, para evitar as desordens dos feirantes, alunos também. À noite houve a sessão solene no auditório da Escola, sendo orador oficial o Dr. Plácido Castelo, fundador da Escola e seu 1º Diretor. Na sessão foi instalado o Círculo de Pais e Mestres que tomou o nome de Círculo de Pais e Mestres. Dr. Moreira de Sousa, que quando diretor da Instrução do Ceará, idealizou e localizou a Escola em Juazeiro, e que também se fez presente às solenidades comemorativas do vigésimo quinto aniversário do estabelecimento. Não havendo o Prefeito Municipal de então permitido que os acionistas do Instituto Educacional erguessem na Praça Pe. Cícero um obelisco comemorativo daquele grande evento, a Diretora da Escola fechou com uma placa de cimento uma das portas de entrada do prédio ao lado da Avenida Dr. Floro colocando na mesma os seguintes dizeres: 1934-1959, 13 de junho: Inaugura-se oficialmente a Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte. Obs.: Nesta data eu era aluno no terceiro ano primário da Escola Normal, tendo como professora a sra. Francisca (Chiquinha) Cornélio de Miranda. Na Feira Livre mencionada por Amália Xavier de Oliveira, a nossa série cuidou da barraca de ervas medicinais. Lembro bem que passando todo aquele dia no Bosque, quase nada vendemos, mas nos divertimos muito. Lembro os colegas como Jairo Santana, Ivanildo Amorim, Valderi Marques, Jussier Figueiredo Filho, Iara Rocha, Ivan Figueiredo, Lilian Matos, Joselíria Cordeiro, Marília Matos, e tantos outros. Bons tempos.
14 de Junho de 1934: Circulou neste dia o 1° número do jornal “O Lavrador” órgão do Clube Agrícola Alberto Torres, da Escola Normal Rural. Após a 2° Reunião do Clube Agrícola que se realizou no Campo da Escola, foi empossada a 1° Diretoria do Clube que ficou assim constituída: Presidente – Maria Moreira (2° complementar); Secretário – José Sebastião da Paixão (1° complementar); Tesoureira – Maria Assunção Gonçalves; Diretora – Amália Xavier de Oliveira. Sobre as edições do jornal O Lavrador, temos anotado os seguintes dados: Foram editadas 140 edições, sendo a última a de 26.09.1974, com 6 páginas. Houve ano em que nenhuma edição foi publicada. Nos primeiros anos o jornal era trimestral. 
15 de Junho de 1968: Na ausência de notícia melhor (o que não era o caso, pois Juazeiro vivia uma das suas fases exuberantes de desenvolvimento), a imprensa local, entre a radiofônica e a impressa, repercutia ainda e muito favoravelmente a chegada de novos equipamentos para o Aeroporto do Cariri (na época ainda não se imprimia o Regional). Em primeiro lugar haviam chegado e instalados os equipamentos para abastecimento de querosene de aviação, para a unidade da Esso Brasileira de Petróleo, máquinas vindas de importação dos EUA e que haviam transitado antes pelo Galeão. Em segundo lugar, desde o dia 05.06 passado, a Varig dera partida na utilização dos “modernos” AVRO, que substituía a frota antiga, ainda a pistão, de DC3, Curtis e Convair. As nova aeronaves tinham instaladas as turbinas do tipo Jato-Hélice, de fabricação famosíssima, Rolls Royce. A operação desses novos aviões contemplava uma ampla malha aérea que incluía na nossa vizinhança as cidades de Fortaleza e Petrolina, mas que se estendia, em rotas continuadas para cidades como Remanso, Xique-Xique, Barra, Floriano, Teresina, São Luiz, Barreira, Carinhanha, Bom Jesus da Lapa, Salvador, Itabuna, Almenara, Brasília, Januária, Montes Claros, Governador Valadares, Araxá, Nanuque, Belo Horizonte, Uberaba, Uberlândia, Furnas, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Joinville e Itajaí. 
16 de Junho de 1910: Pe. Cícero escreveu ao Presidente do Estado, comendador Antonio Pinto Nogueira Acioly pedindo para afastar de Crato o Batalhão de Polícia ali sediado, temendo que o Cel. Antonio Luiz Alves Pequeno, chefe político da cidade, o utilizasse contra o Juazeiro. O Presidente respondeu com um telegrama informando que o Batalhão de Polícia que se achava em Crato havia algum tempo tinha o fim de limpar a área de cangaceiros e não o de atacar Juazeiro.
APOLÔNIA DOS SANTOS SILVA

Celebramos a passagem para a eternidade de dona Apolônia dos Santos Silva. Já está fazendo falta, é o que diz a memória mais recente de seus filhos, de sua família, e de grande número de amigos que tiveram o privilégio de conhecê-la. Foi com profunda tristeza que vivemos esses primeiros dias de sua ausência. Uma criatura sensível, muito autêntica e de grande fé. Viveu para continuar uma trajetória de vida exemplar de seus pais, imensamente dedicada a um serviço que aprendeu no artesanato de sua missão profissional. Reúno-m,e à sua família pra tributar-lhe um preito de saudade e de grande admiração por seus enormes predicados pessoais de caráter e de profissionalismo. A ela as nossas orações por seu eterno descanso, depois dessa enorme lida.