sexta-feira, 20 de junho de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
042: (20.06.2014) Boa Tarde para Você, Dra. Ângela Massayo Gingo
Em 2008, a senhora assumiu a direção geral da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte. Ignorância, a minha, que naquela data ainda não havia percebido a sua existência profissional há mais tempo. Do seu currículo vejo as menções de médica pela Universidade Federal da Bahia, em 1992, e Mestre pela Universidade Estadual do Ceará, na área específica de Saúde da Criança e do Adolescente, no ano anterior, de 2007, além do seu serviço médico como infectologista e clínica de nomeados méritos e dedicação. Em 2010, a senhora me ensejou conhecer a FMJ, satisfazendo a minha curiosidade de anos. Por uma tarde inteira, e minuciosamente, setor por setor, sala por sala, laboratório por laboratório, eu fiquei maravilhado com tudo que vi. Nesta semana, desgraçadamente, seu nome esteve no noticiário policial por ter sido vítima de uma grande violência. Triste sina, esta, para alguém de qualidades profissionais, reconhecidas na sua missão educacional e no desempenho de habilidades encontráveis nas citações da Plataforma Lattes, ou do Index Medicus. Costumo dizer, doutora Ângela, que para acontecimentos como estes se faz necessário o conhecimento preciso de “Texto, Contexto, Pretexto e Entrelinhas”. No texto, pessoas idôneas, especialmente do pronto atendimento médico, e de viva voz, já vieram a público para nos relatar o fato e a nos deixar a tranquilidade de que, dos males o menor, as perdas da repercussão sobre sua saúde. A senhora está viva, se recuperando bem, e isto é um grande sinal para todos nós. Do Contexto, somos todos, em uníssono, a reagir, a protestar, e a clamar por aquele indispensável BASTA, com o qual queremos estancar esta violência urbana de imprevisíveis consequências. Respeitamos que, por enquanto, Pretexto e Entrelinhas deste fato, talvez não isolado, mergulhem fundo no competente inquérito policial que venha a esclarecer todas as circunstâncias e motivação fútil desta ação criminosa. É papel do policial colecionar fatos, pessoas, provas e circunstâncias que pelo menos revele a lógica perversa desta violenta ação. Enquanto não, é perfeitamente razoável que, ao sabor desta indignação coletiva, muitas conjecturas se façam, no afã de se encontrar uma razão, se é que há, para tal loucura. Este caso, sem sombra de dúvidas, é parte daquilo que deve nos completar a medida estranha, nos limites de nossa tolerância. Por fim, Dra. Ângela Gingo, fazendo votos por seu restabelecimento, por sua felicidade pessoal e muita paz, permita-me que lhe conte uma história que este seu episódio nefasto me fez lembrar. A exatos cem anos atrás, em cena tão conflagrada pela violência na região do Cariri, de tristes páginas históricas, havia entre nós a presença do então coronel Doutor Floro Bartholomeu da Costa. Numa noite, na vigilância com os jagunços, entre as trincheiras dos valados da Mãe de Deus e as muralhas do Horto, ele disse aos seus comandados: “- Eh! O Cariri está muito perigoso. Tentaram matar o doutor fulano de tal no tiroteio de ontem, numa emboscada, pras bandas de Pernambuco, e ele quase foi ferido de morte.” Ao que reagiu um deles: “- Má empregado esse fogo, seu doutô coroné. Antes tivesse matado uns cabras do doutô. Pro quê cabra é cuma capim de burro. Se arranca um e nasce mais de cem. Mas um doutô? Um doutô, seu coroné? Esse custa muito a se fazê.”
CINE CAFÉ
O Cine Café, do CCBNB exibirá amanhã, às 17:30h, O Sol tornará a Brilhar. A ficha técnica, sumariamente, é: Título original: A raisin in the sun; Estados Unidos, 1961, 128 min.; Direção: Daniel Petrie; Elenco: Sidney Poitier (Walter Lee Younger); Claudia McNeil (Lena Younger); Ruby Dee (Ruth Younger); Diana Sands (Beneatha Younger); Ivan Dixon (Asagai ); John Fiedler (Mark Lindner). Sinopse: A família Younger, frustrada com a vida em seu espremido apartamento em Chicago, vê a chegada de um cheque de dez mil dólares de um seguro como a resposta para suas preces. A matriarca Lena Younger imediatamente usa-o como parte do pagamento de uma casa num subúrbio cujos vizinhos são, em sua maioria, brancos. Mas a família se divide quando Lena confia a aplicação do dinheiro ao irrequieto filho Walter Lee, contra os desejos de sua filha e da nora.