sábado, 8 de agosto de 2015

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
177: (07.08.2015) Boa Tarde para Você, Fábio Carneirinho
Há muitos anos já passados, a convite de Demontieux Fernandes, como ainda hoje editando o herOico Folha da Manhã, de tal resistência, me foi permitido ali publicar uma crônica quase diária, porque naquela época eu estava eufórico por descobrir enormes valores juazeirenses, por aí. Artistas, gente da imprensa, empresários, professores, intelectuais de boa envergadura, tudo, enfim, convergia para um escrito alegre, com o qual eu me regalava diante deste brilho que se iniciara aqui, por vezes, tão anônimo, e que agora era motivo de grande orgulho, por aí, pelo mundo. Nestes anos já vividos desde então, este sentimeNto não parou no ar, pois esta nossa terrinha nunca deixou de produzir boas cepas e de continuar atraindo fartas e bem reconhecidas vocações, gente que se abeirou desta província e aqui se tem justificado com competência, afeto e admiração. De uns anos para cá eu tenho colado o ouvido no rádio para ouvir a boa música de um destes grandes valores que adotou nossa cidadania, tratando-se do Vicente Fábio Carneiro da Silva, o nosso tão festejado Fábio Carneirinho. Como se sabe, Carneirinho nasceu em São Caetano do Sul, São Paulo e veio para Juazeiro aos quatro anos de idade, e com doze, já cantando e tocando sanfona, iniciava uma carreira fortemente influenciada por grandes valores como Gonzagão, Fagner e Dominguinhos. Dele, realmente, se pode dizer que sendo cantor, compositor e instrumentista, é um homem culto, estudioso da cultura do Nordeste, considerado no meio artístico como uma das maiores revelações da música nordestina na atualidade, compondo admiravelmente, e falando de suas raízes e de amor. 
Aos 15 anos de carreira, iniciado fazendo barulho na feira do Juazeiro, ajudando a mãe que o compreendeu e lhe deu o primeiro teclado com o compromisso de ir tocar na igreja, Carneirinho está hoje na Europa, demorando-se ali 55 dias, entre Suécia, Inglaterra, Portugal, França e Itália. Amanhã ao meio dia, hora de Estocolmo, sete horas da manhã conosco aqui acordando no Brasil, Carneirinho sobe o palco do Brazilian Day, em evento de 9 horas, ao lado de grandes nomes da cena artística do Brasil para esta tradicional festa de congraçamento entre europeus e brasileiros. Antes de chegar a Suécia, onde fica de amanhã até domingo, Carneirinho fez Esposende, em Portugal e Hamburgo, na Alemanha, para depois seguir rumo a Londres, entre os dias 13 e 17, continuando na Noruega, de 18 a 23, voltando a Portugal, entre 26 e 30, para depois ir até a Itália, passando pela França e Suiça. Fico aqui imaginando como será a sua presença abrindo o fole, mandando ver com sua banda e cantando com aquele vozeirão para dizer, sem que até seja preciso traduzir os versos que nos dizem: “Pra onde você for / Me leve com você / Não deixe de querer / Nem de gostar de mim. Pra onde você for / Eu quero ir com você / Não quero te perder / Te ver longe assim. Me leve na cabeça / Ou antes que esqueça / Você pode me levar na fotografia / Você escutar no rádio uma canção. Se lembra, coração! / Se lembra, coração!” O ritmo de Carneirinho é, sem dúvida alguma, aquilo que preserva a raiz mais funda de nossa música regional, infensa aos modos de ocasião, o que adultera e inverte valores, para esquecer este grito preso na garganta e para nos lembrar dos grandes mestres, como aqueles que o influenciaram. Penso que dedicar-lhe atenção, reconhecendo o grande valor de sua música, como agente e agitador cultural, nos faz um bem enorme, especialmente porque sua música até encara, de maneira tão bem humorada esta reverência por sua terra adotiva, numa compreensão atualizada e sem ranços, quando nos canta: “Tudo ao redor é só beleza / Vejo a grandeza dessa capital / Aprendi muito eu lhe sou muito grato
Mas o melhor lugar do mundo / É encostado ao Crato. Naquele tempo muito distante / Era fazenda Tabuleiro Grande / O padre Ciço te levou nos braços. E hoje só és um gigante / Porque é encostado ao Crato”. Parabéns, Carneirinho, isso nos enriquece, e já não mais nos separa, mas ajuda a resgatar o que reclamamos para a nossa própria autoestima, e que passa necessariamente, não apenas por esta beleza que contemplamos, mas por este sentimento humanista que se irradia de sua música. 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 07.08.2015)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (SESC, Rua Cel. Francisco José de Brito, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 10, segunda feira, às 19 horas, o filme MARIGHELA (Direção de Isa Grispum Ferraz, Brasil, 2011, 100 min). Documentário tendo no elenco Lázaro Ramos, como narrador. Sinopse: Carlos Marighella foi o maior inimigo da ditadura militar no Brasil. Este líder comunista e parlamentar foi preso e torturado, e tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano. Devido à ditadura militar, muito sobre os bastidores da época foi mantido em sigilo ou, no máximo, pouco divulgado. Natural, afinal de contas o país vivia um período onde a censura atuava com rigor, impedindo a publicação livre de notícias e opiniões. Nos últimos anos, o cinema brasileiro tem recuperado um pouco desta história, seja devido à vivência dos diretores mais antigos ou pelo próprio interesse da nova geração. Não há, por enquanto, um único filme que aborde a ditadura militar como um todo, ao menos não com a abrangência do ainda impactante Pra Frente, Brasil (1981). Mas há vários filmes que revelam trechos da época, como se pouco a pouco o cinema brasileiro fosse montando um quebra-cabeças sobre o assunto. Marighella é uma destas peças. Crítica: Muitos confundem documentário com trabalho jornalístico e acham que documentarista não pode tomar partido e está obrigado a ouvir todas as partes. Sem for da intenção do diretor, sim, o filme documental pode ser uma das formas possíveis - dentre muitas - de se fazer reportagem, com a vantagem de explorar com maior liberdade as possibilidades técnicas e narrativas. Se o propósito do autor for outro, não se deve condenar a parcialidade, apenas cobrar verdade no que é retratado. É assim com Marighella, filme dirigido por sua sobrinha, Isa Ferraz. O longa humaniza a figura do militante mostrando detalhes da intimidade familiar e do círculo de amigos de luta deste ícone da ícone da esquerda brasileira, baleado e morto dentro de um Fusca em 1969, em São Paulo. Um olhar singular e interessante que só quem era de dentro da família seria capaz de documentar, com a vantagem de não mitificar ainda mais a figura de Marighella, levando às telas o ser humano por atrás do revolucionário ilustre dos quadros da Ação Libertadora Nacional. A diretora reúne entrevistas com militantes que combateram ao lado do guerrilheiro, de Clara Charf, sua viúva, de seu filho Carlos Augusto Marighella e de figuras notáveis na resistência à ditadura, como o professor Antonio Candido. O filme conta também com a narrativa em off de poemas e escritos de Marighella, interpretados pelo ator Lázaro Ramos. A ausência de registros filmados de Marighella - não existem imagens dele em movimento - é compensada por imagens da época retratada e fotografias familiares. O documentário revela ainda algumas pepitas garimpadas por Isa, como documentos secretos da CIA sobre Carlos Marighella e uma entrevista inédita dada por ele à Radio Havana, em 1967, e encontrada em perfeito estado de conservação. Marighella não é um documento jornalístico sobre a figura controversa do guerrilheiro que pegou em armas contra a ditadura. Isa não ouviu o outro lado. Seu filme não é imparcial, mas uma homenagem ao tio, o baiano poeta, misterioso aos olhos da menina Isa, que sempre desaparecia, por força da militância política, e, sem prévio aviso, retornava. Até o dia em que não mais voltou. Um trabalho pessoal e afetivo, mas que com suas imagens ajuda a reaver a memória política do país. (Por Roberto Guerra, http://www.cineclick.com.br/criticas/marighella-2011)

CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (SESC, Rua da Matriz, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 12, quarta feira, às 19 horas, o filme GERMINAL (Germinal, Direção de Claude Berri, Bélgica/França/Itália, 1993, 160 min). Elenco: Miou-Miou (Maheude), Renaud (Étienne Lantier), Gérard Depardieu (Toussaint Maheu), Jean Carmet (Vincent Maheu dit Bonnemort), Judith Henry (Catherine Maheu), Jean-Roger Milo (Chaval), Laurent Terzieff (Souvarine), Bernard Fresson (Victor Deneulin), Jean-Pierre Bisson (Rasseneur), Jacques Dacqmine (Philippe Hennebeau), Anny Duperey (Madame Hennebeau), Gérard Croce (Maigrat), Frédéric van den Driessche (Paul Négrel), Annick Alane (Madame Grégoire), Pierre Lafont (Léon Grégoire). Sinopse e Crítica (Bianca Wild): O filme germinal caracteriza perfeitamente o processo de produção do trabalho do modelo capitalista, a expansão do chamado capital, mostrando assim de uma forma bem clara os opostos entre as necessidades humanas e as materiais. O filme se passa na França do século XIX e transmite muito bem aquele determinado momento histórico e seu contexto social, econômico e político e é claro cultural e para obtermos uma análise satisfatória se torna necessário o conhecimento dos antecedentes da revolução industrial presentes nele. O filme é baseado no romance de Émile Édouard Charles Antoine Zola. No inicio do filme um dos personagens não me lembro o nome ao certo, talvez o personagem de maior expressão devido ao seu espírito contestador e revolucionário, esta desempregado e chega até a companhia de mineração a fim de conseguir empregar-se, se depara com um outro senhor o qual é pai do personagem de Gerard Depardieu, que na verdade não é tão senhor assim, mais devido as condições de vida as quais foi exposto desde os 8 anos de idade trabalhando na mina possui uma saúde bastante debilitada, pode-se observar isso pela sua tosse constante e pela visível intoxicação, toda a sua família trabalha também na mesma mina; o personagem recém-chegado a procura de emprego se choca com as dificuldades das condições de trabalho, constituída de pura exploração e pobreza, o personagem de Gerard Depardieu por ser um funcionário mais antigo e respeitado consegue arranjar-lhe uma vaga devido a morte de uma outra companheira de trabalho. Todos os membros das famílias trabalham, desde crianças até os mais idosos, porque precisam dos míseros salários para assim juntos conseguirem a subsistência de todos, sendo assim necessário quando acontece uma morte substituírem rapidamente o membro perdido no trabalho, pois, mesmo sendo uma só renda perdida reflete-se no sustento de todos os outros. Só os bem pequeninos não trabalham a pobreza dos personagens é evidente, a situação que vivem é quase calamitosa, a cozinha não tem nada de comer, as crianças pedem comida, pão, a água causava-lhes cólicas devido às condições precárias as quais era armazenada. A mina aparenta ser bem profunda, tipo mais de quatrocentos metros, os carros dela descem com cinco operários, as condições de trabalho são de enojar, vivem em regime de exploração constante, as mulheres ficam desesperadas por não terem o que dar de comer as crianças, e se endividam com um comerciante inescrupuloso e espertalhão, este nem sempre esta disposto a permitir crédito, devido o pagamento frequentemente estar atrasado, mas costuma aceitar favores sexuais em troca de comida, as mães desesperadas com a fome aceitam tal aproveitamento cedendo suas filhas ou a elas mesmas ao promíscuo e depravado comerciante. Aparentemente, a região possui 13 minas, as quais não se conhecia os seus donos, estes não estavam preocupados com o que acontecia aos operários, e sim com a economia, com a política afetando seus lucros, e com as eclosão de greves demonstrando a lógica capitalista da acumulação. O personagem de Depardieu foi multado por não ter escorado perfeitamente um possível desabamento, mesmo não tendo sido proporcionado a ele condições satisfatórias para um trabalho bem feito. Além de terem sido multados devido ao escoramento mal feito, os salários haviam sido diminuídos devido à suspensão dos pedidos de ferro para exportação e essa situação é repassada injustamente aos trabalhadores. O trabalhador recém chegado estimula os outros a começarem um fundo de reserva a fim de iniciarem uma greve reivindicando aumento de salários e melhores condições, cada um dando uma determinada contribuição para isso, e encorajam-se a iniciar a greve. Eles tentam falar sobre as suas reivindicações com o diretor geral da mina, não obtendo sucesso, pois este arruma várias desculpas para justiçar a permanência do funcionamento delas (as minas) pondo as companhias como se estivessem na mesma situação de precariedade dos seus trabalhadores a partir da exposição das situações de “quebra” delas, desejando que eles culpem os fatos e a conjuntura econômica pelas suas situações. Pode-se observar o contraste de situações, entre patrões (donos dos meios de produção) e empregados (trabalhadores-mercadoria) a partir de um jantar de noivado que acontece no decorrer do filme na família de um dos donos, comida farta, alegria e tranquilidade, nota-se também que o noivado é quase como um negócio, pois é baseado no interesse de fusão de capitais, além das relações de interesse mantidas entre os “burgueses” até entre seus familiares, pois a esposa do dono da mina mantêm um caso extraconjugal com o sobrinho de seu marido. A situação se agrava, pois a companhia contrata trabalhadores da Bélgica e ameaça despedi-los caso a greve permaneça, alguns trabalhadores temerosos e famintos querem retornar ao trabalho outros tão engajados preferem morrer a abandonar a causa. Daí os grevistas vão até as minas em funcionamento, as destroem, as inutilizam temporariamente com a paralisação de elevadores, bombas etc., além de agredirem os que permaneceram trabalhando, gerando conflitos seguidos, o que causa a necessidade para os proprietários das minas de segurança, acabam ocorrendo mortes, as mulheres também se revoltam com a situação e a mais estimulada com a causa é a esposa do personagem de Gerard Depardieu, vão até a mercearia do aproveitador e a saqueiam, este desesperado foge para o telhado e acaba caindo, não satisfeita, uma das mulheres que havia sido humilhada por ele e tomado de fúria e desespero, o mutila demonstrando muito bem a revolta contida no interior dessas pessoas, estes conflitos também causam a morte do personagem de Gerard, pela escolta da mina a qual eles desejavam paralisar também. A partir destas passagens do filme posso concluir, que para a compreensão do filme é necessária uma analise das relações de trabalho, isto é, a miséria a que eram expostos, a relação deles com as máquinas, a relação entre capitalistas e operários, o surgimento de greves e do sindicalismo, anarquismo e socialismo. Essas questões sociais são etapas históricas, na França nessa época, no inicio da revolução industrial, muitas pessoas viviam do trabalho manual, como nos demais países europeus, estavam ainda ligadas as formas de produção anteriores, e foram obrigadas a habituar-se com as novas condições, estando também assim presos aos donos dos meios de produção, tendo assim que vender a sua força de trabalho, para conseguirem sobreviver, isto é, o trabalho vira mercadoria; devido aos chamados acercamentos e de outros fatores os trabalhadores migraram para os centros onde se expandiam as industrias afim de conseguirem se empregar, sendo que, com o decorrer desta situação o que era escasso, a mão-de-obra, se tornou excedente daí a desvalorização do trabalho que expunha os trabalhadores as condições mostradas no filme de precariedade e salários inaceitáveis com cargas horárias desgastantes de 16 horas ou mais diárias, causando a necessidade do trabalho do trabalho infantil para as famílias conseguirem sobreviver, vale a pena lembrar que mesmo estando expostos a possíveis acidentes de trabalho, os trabalhadores não recebiam seguro e não recebiam se ficassem sem trabalhar devido a estes, além de também não receberem quaisquer tipo de benefícios, este sistema fabril apareceu para “organizar” o processo de trabalho, isto é organizar em partes, apenas para garantir a dominação do capital sobre o trabalho, organizando um controle social. O novo processo de produção utilizando as maquinas, foi em cheio na organização familiar operária em respeito econômico, a necessidade de manter operários ao redor das maquinas criou a situação de ter que “sair para o trabalho”, homens mulheres e crianças inclusive e ainda se tornavam mais presos ainda a seus patrões pelo fato de suas casas pertencerem a eles, como no caso do filme. A revolução industrial foi um processo construído com o tempo, ainda no século XVI já haviam empresas capitalistas promovendo o comercio europeu mundialmente, ocasionando a revolução comercial, que se segue da primeira fase da revolução industrial em meados do século XVIII segue até o século XX, pode-se ver de forma explicita no filme o inicio das revoltas populares, pois desde o início do capitalismo, da sua implantação lá no século das grandes navegações, do capitalismo comercial, ele dá origem a profundas contradições e injustiças, marcadas pela forma de como era explorada brutalmente a mão de obra operaria inclusive infantil sem oferecer direitos, o que com certeza fez eclodir a partir dos mais conscientizados as tensões sociais, sistemas sócio-economico-politicos alternativos, a organização de sindicatos e etc, esses foram acontecimentos mostrados no filme, muito bem expressos em questões cronográficas pois mostra muito bem o inicio das revoltas na França que estavam se expandindo pela Europa durante o mesmo período, e a disseminação dessas ideias comunistas, sindicalistas, socialistas pelo mundo, nem sempre bem aceitas pelo próprio proletariado temeroso com as suas consequências, como no caso do marido da filha do personagem de Gerard que quando consegue uma melhor colocação na companhia abandona a causa, bom como Marx disse: “era necessário uma consciência de classe para o início de uma real revolução por parte do proletariado.” (Fonte: http://meuartigo.brasilescola.com/sociologia/resenha-filme-germinal-1.htm)

CINE CAFÉ VOLANTE (BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Parque da Cidade), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 14, sexta feira, às 19 horas, o filme AS VIRGENS SUICIDAS (The virgin suicides, Direção de Sophia Coppola, EUA, 1999, 97 min). Elenco: Kirsten Dunst (Lux Lisbon), James Woods (Mr. Lisbon), Kathleen Turner (Mrs. Lisbon), Josh Hartnett (Trip Fontaine), Michael Paré (Trip Fontaine '97), Scott Glenn (Father Moody), Danny DeVito (Dr. Hornicker), Giovanni Ribisi (Narrador), Mary Lisbon (A. J. Cook), Jake Hill Conley (Hayden Christensen), Paul Baldino (Robert Schwartzman), Tim Weiner (Jonathan Tucker), Dominic Palazzolo (Joe Dinicol), Mrs. Buell (Sherry Miller), Principal Woodhouse (Andrew Gillies). Sinopse: Durante a década de 70, o filme enfoca os Lisbon, uma família saudável e próspera que vive num bairro de classe média de Michigan. O sr. Lisbon (James Woods) um professor de matemática e sua esposa uma rigorosa religiosa, mãe de cinco atraentes adolescentes, que atraem a atenção dos rapazes da região. Porém, quando Cecília (Hanna R. Hall), de apenas 13 anos, comete suicídio, as relações familiares se decompõem rumo a um crescente isolamento e superproteção das demais filhas, que não podem mais ter qualquer tipo de interação social com rapazes. Mas a proibição apenas atiça ainda mais as garotas a arranjarem meios de burlar as rígidas regras de sua mãe. Crítica: O olhar feminino é um olhar raro no cinema. Mais raro ainda é encontrar nesse olhar um carinho autêntico pela condição humana, que valoriza as questões do segundo sexo sem os excessos do feminismo raivoso, colocando a mulher no centro do universo sem atirar o homem num subúrbio mal-cheiroso. Sophia Coppola, em seu primeiro filme, dá sinais evidentes de talento (principalmente na direção de atrizes e atores) e de sensibilidade, usando a bela trilha – onde se destaca a banda francesa "Air") e a fotografia delicada para criar uma obra original, climática e agradável aos sentidos. Faltou, quem sabe, uma narrativa um pouco mais incisiva (sem ser demasiadamente "masculina", claro) para retirar da bela história um impacto psicológico mais denso. Cinco - logo depois, com a morte da caçula, quatro - meninas maravilhosas, na idade de descobrir o sexo e a vida, recebem uma educação ultra-conservadora e praticamente não têm chances de sair com rapazes. Seus pais, contudo, não são monstros. São parecidos com milhares de pais do mundo todo, cuja religiosidade extremada e convicções morais que beiram o fundamentalismo reprimem a explosão da adolescência, criando conflitos dificílimos de administrar. E agem dessa maneira não por maldade, e sim por amor às filhas. As tentativas de suicídio da mais jovem, Cecilia - a primeira, frustrada, e a segunda, mortal – fazem os pais flexibilizar e depois, assustados, radicalizar sua vigilância sobre as filhas restantes, construindo um caminho sem volta para a inevitável tragédia familiar. Num primeiro olhar, o enredo e os cenários (cidade pequena, colégio, bailes de adolescentes) lembram Carrie, a estranha, mas esse vínculo é superado rapidamente pela delicadeza da narrativa, muito distante dos maneirismos de Brian de Palma. Por outro lado, Sophia Coppola não quer (ou não consegue) estabelecer uma identificação mais profunda do espectador com o cotidiano das meninas, porque seu drama é observado à distância, por quatro rapazes da vizinhança, que funcionam como narradores desde o início do filme. Este artifício tem conseqüências positivas - permitindo uma reflexão poética, tranqüila, quase nostálgica (eles contam a história conscientes da tragédia final) sobre os fatos – e negativas, "esfriando" a trama e esvaziando a dor das meninas. Provavelmente foi uma escolha consciente da diretora, que assim fugia, sem dúvida, de um enfoque demasiadamente feminista. O roteiro privilegia uma das garotas - Lux Lisbon, a mais bela, a mais provocante, interpretada pela diabólicamente angelical Kirsten Dunst - e conta a história da perda da sua virgindade. Um novo personagem, colega de escola e desejado por todas as meninas da cidade, é introduzido para fazer o serviço. O ator, Josh Hartnett, é competente, vem acompanhado de três amigos igualmente verossímeis, e toda a cena do baile e da transa é bacana; contudo, de repente, os quatro rapazes narradores ficam muito distantes dos acontecimentos, só conseguindo retomar sua força dramática nas últimas cenas. Talvez uma maior condensação de personagens tornasse As virgens suicidas um filme mais poderoso, mais emocional, mais intenso, sem perder o clima poético que a diretora claramente persegue e obtém. Uma última palavra sobre Kathleen Turner, a maravilhosa atriz que fazia a temperatura subir até o ponto de ebulição naquela banheira de Corpos Ardentes(1981). Ela está magnífica como a mãe das virgens, e seu desempenho é tão desglamurizado que chega a ser assustador. "Ela está velha...", provavelmente vocês estão pensando, mas o cinema tem ferramentas muito eficientes para vencer, ou atenuar, vinte anos de deterioração física. Nesse mundinho de aparências fúteis, de plásticas, silicones e rostos que parecem estar conservados num balde de formol, ver Kathleen Turner, em Virgens Suicidas, com todas as rugas a que tem direito, é uma lição de vida. Da fragilidade da vida. E de como um filme, dirigido por uma mulher, pode desmontar, sem alarde, a equivocada visão masculina da eternidade das musas do cinema. 
(Carlos Gerbase Fonte: http://www.terra.com.br/cinema/opiniao/virgens1.htm) 

CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 14, sexta feira, às 20 horas, o filme MARIDO DE MULHER BOA (Direção de J.B. Tanko, Brasil, 1960, 93 min). Elenco: Zé Trindade (Anacleto), Renata Fronzi (Arminda), Otelo Zeloni (Frederico (creditado como Zeloni), Renato Restier (Leal), Lilian Fernandes (Sofia), Luely Figueiró (Sueli), Celso Faria (Sérgio), Wilson Grey (Tenório, o atirador de facas), Isa Rodrigues (Virgínia),  Paulette Silva (Marlene), Darcy de Souza (Augusta), César Viola (Giovani), Billy Davis, Lys Marques (Mário), Geraldo Alves (Técnico de TV). Sinopse: Anacleto e Frederico são sócios da Alta Costura Pardal & Pardal. Os dois se desentendem frequentemente por Anacleto ter se casado com Arminda, de quem Frederico era noivo. Além disso, Anacleto é um mulherengo incorrigível e, por causa de ambos usarem o nome Pardal, Frederico vive apanhando, confundido pelo homens irritados com o assédio do sócio às mulheres deles. Anacleto compra um bilhete de loteria e distribui frações a suas "conquistas": dá uma a humilde empregada Sueli, dois a cantora Sofia, outras a cliente vedete Marlene e a manicure Virgínia. Quando o bilhete é sorteado para um grande prêmio, Arminda fica sabendo de tudo e para dar uma lição nele, exige de Anacleto que lhe mostre os papeis. Anacleto vai atrás das mulheres para recuperar as frações e não sabe que Arminda o segue para evitar que ele as consiga de volta. Crítica: Vendo trechos de 'Marido de mulher boa' se nota como a narrativa é dinâmica e não deixa nada a desejar ao passo corrido comum aos filmes feitos em Hollywood, California. O que os críticos da comédia musical brasileira não atinavam em suas pretenciosas colunas em jornalões culturamente colonizados, é que o produto nacional tinha adquirido um estilo eficaz que prendia a atenção das multidões que acorriam às salas de cinemas espalhadas pelo continente brasileiro. A comédia-musical nacional, chamada errôneamente de 'chanchada' pela 'inteligentsia' local [chamaria de 'burritze'], era consumida pelas massas, algo impensável nos dias de hoje. Zé Trindade é brilhante em seu tipo marôto-cafageste, que foi minuciosamente desenvolvido através dos anos em programas radiofônicos, em que Zé era imensamente popular. Zé tinha uma impostação toda própria e consciente de que o discurso é para ser entendido pelo público cinéfilo e ao mesmo tempo não pode deixar a ação diminuir de intensidade.  Trindade tinha a manha do político populista que sabe que tem que agradar ao maior número de eleitores possível, sempre tendo uma tirada filosófica do tipo, 'estou mais por fora que olho de sirí' ou 'estou mais por fora que umbigo de vedette'. A parte final parece que foi feita sob medida para o talento especial de Luely Figueiró. Nos minutos finais, a 'mocinha' chega bem-vestida à casa-de-modas. Dona Augusta, já pronta para lhe esculhambar, tem que engolir seco quando Suely diz: 'Hoje estou aqui como cliente! E quero ser atendida pela gerente!' Na cena seguinte Suely aparece vestida de noiva, mas muito triste, vai subindo as escadarias, pensando no amor que perdeu... De-repente aparece Sergio [Celso Faria], segura-a em seus braços e o 'happy ending' já se configura no horizonte. Suely agradece a Anacleto a chance de poder ter ganhado uma grana com o gasparino. Anacleto quer apenas uma beijoca do brôto, mas nesse momento aparecem Arminda e Sofia, já donas da situação e fazem todas as moças se enfileirarem para beijar [na face] o baixinho arretado. Dona Augusta fica no fim da fila, Zé Trindade olha p'ra câmera e diz p'ra platéia: 'A dona Augusta eu deixo p'ra vocês, tá?' Cafajeste até o último instante...  FIM. (Fonte: http://sambaembrasilia.blogspot.com.br/2012/02/marido-de-mulher-boa-1960.html)

CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 15, sábado, às 17:30 horas, o filme PODER VAI DANÇAR (Cradle will rock, USA, 1999, 129 min, Direção de Tim Robbins). Elenco: Hank Azaria (Marc Blitzstein), Bob Balaban (Harry Hopkins), Jack Black (Sid), Ruben Blades (Diego Rivera), Corina Katt Ayala (Frida Kahlo), Victoria Clark (Dulce Fox), Joan Cusack (Hazel Huffman), John Cusack (Nelson Rockefeller), Cary Elwes (John Houseman), Kyle Gass (Larry), Paul Giamatti (Carlo), Philip Baker Hall (Gray Mathers), Erin Hill (Sandra Mescal), Barnard Hughes (Frank Marvel), Cherry Jones (Hallie Flanagan), Angus Macfadyen (Orson Welles), Bill Murray (Tommy Crickshaw), Allan F. Nicholls (George Zorn), Vanessa Redgrave (Constance LaGrange), Gil Robbins (CJoe Starnes), Susan Sarandon (Margherita Sarfatti), Jamey Sheridan (John Adair), Barbara Sukowa (Sophie Silvano), John Turturro (Aldo Silvano), Emily Watson (Olive Stanton), Harris Yulin (Martin Dies). Sinopse: Nova York, 1936, uma época de tumulto social. Os sindicatos de trabalhadores lutam pelas ruas, os grandes industriais aproximam-se do Fascismo Europeu e os programas de trabalho do Governo são acusados de promover o comunismo. Contra este cenário geral, o jovem Orson Welles encena sua mais controversa peça, um violento musical sobrea opressão numa pequena cidade. Sua trupe de miseráveis e ecêntricos atores estão comprometidos com o show, mas as forças que agem contra eles são terríveis. Enquanto William Randolph Hearst e Nelson Rockefeller lutam para controlar o poder de idéias criativas com seus livros de bolso, o comitê de atividades não-americanas perde o apoio financeiro de Welles e tem seu teatro sitiado por soldados. A batalha pela apresentação do show e os sacrifícios pessoais de cada artista pela liberdade de expressão, espelham os pequenos e grandes conflitos da época. Contra tudo e todos, um breve porém triunfante momento de esperança aparece. Crítica: A ebulição política e cultural na Nova York de 1930 é o tema do filme O Poder vai dançar, terceiro longa-metragem de Tim Robbins. O filme entra no grande circuito depois de ter passado e pela Seleção Oficial de Cannes de 1999 e pelo Festival do Rio Br de 2000. Nas ruas da cidade, os sindicatos de trabalhadores lutam por melhores salários. Os grandes industriais fazem de tudo para se manter no poder e se aproximam do Fascismo Europeu. E os programas de trabalho do Governo são acusados de promover o comunismo. Neste conturbado cenário, um então desconhecido diretor de teatro, Orson Welles, de apenas 22 anos, dirige sua equipe de atores numa produção intitulada "The Cradle Will Rock" (O Poder vai dançar). O musical fala sobre a opressão em uma pequena cidade e da luta de seus cidadãos para derrubar os corruptos do poder. Enquanto isso, o magnata Nelson Rockefeller traz para a cidade o artista mexicano Diego Rivera para pintar o salão de entrada do Rockefeller Center. Mesmo fazendo algumas objeções ao trabalho "obceno" de Rivera, ele está pagando muito bem para que ele siga suas ordens. Ao mesmo tempo, um paranóico ventriloquista tenta tirar os ideais comunistas da cabeça dos integrantes de sua trupe e a propagandista italiana Margherita Sarfatti vende telas de Da Vinci a milionários, para arrecadar fundos para financiar as forças de guerra de Mussolini. Na véspera da estréia, o musical de Welles acaba sendo ameaçado de não acontecer, já que o teatro é fechado por soldados do exército americano. Os artistas, ao lutarem por sua liberdade de expressão, acabam por espelhar os conflitos da época. E contrariando tudo e todos, surge um breve, porém triunfante momento de esperança. Com Susan Sarandon, Bill Murray, Joan Cusack, Vanessa Redgrave, Emily Watson e John Cusack no elenco, o filme faz, a partir de várias histórias entrelaçadas, uma crítica feroz à censura americana na época e uma homenagem a este importante período. (Fonte: http://movies.go.com/cradlewillrock)


REVISTA SÉTIMA DE CINEMA
Já está sendo distribuída, especialmente no circuito alternativo de cinema do Cariri, a edição número 23 da Revista Sétima de Cinema, com interessantíssimos artigos de Emerson Cardoso (sobre Sofia Coppola), Elvis Pinheiro (sobre filmes de vampiros), Raquel Morais (sobre o filme Ela, de Spike Jonze), e de Camila Prado (sobre o filme Sniper americano), além de completa programação do cinema alternativo para este mês de agosto. No dia 1º de setembro sairá um número especial, o 24ª. Edição, em coquetel no SESC, Juazeiro do Norte. Aliás, os editores estão programando que estes lançamentos se darão na primeira terça feira de cada mês. 






CANGAÇO

Foi lançado em Fortaleza este interessante trabalho da professora Vera Figueiredo Rocha, com o título Cangaço, Ecos na Literatuira e Cinema Nordestinos. A autora é professora de literatura da UECE e anteriormente já enveredara pela temática do cangaço e publicou o seu primeiro livro com o título de Cangaço, um certo modo de ver. Este segundo trabalho é resultante de longa pesquisa bibliográfica sobre autores nordestinos como José Lins do Rego, José Américo de Almeida, e outros, os quais analisaram em suas obras os personagens que marcaram a história do fenômeno do cangaço. Igualmente, a pesquisa se estendeu à obra de diversos cineastas, como Rosemberg Cariri e Lúcia Rocha, com a análise das obras cinematográficas que empreenderam. 


JOÃO MARTINS, 90 ANOS
Recebi de João Martins, o consagrado músico que conhecemos há décadas, para a celebração dos seus 90 anos de existência. No ato, em 29 de agosto, próximo, haverá uma missa na Igreja do Menino Jesus de Praga (Novo Juazeiro) e a isto se seguirá uma recepção quando ocorrerá uma grande seresta comemorativa desta marca maravilhosa na vida deste grande artista. Nesta coluna, em 20.03, passado, eu publiquei uma crônica com dados biográficos de João Martins Gonçalves, nascido em Missão Velha, em 1925. Será uma alegria revê-lo, na vitalidade desta marca invejável. Antecipadamente, os meus parabéns a João Martins e toda a sua família. 
DR. POSSIDÔNIO DA SILVA BEM
Por deferência especial de seu autor, o escritor Mário Bem Filho, tive acesso ao texto integral do seu novo livro, O Legado do Médico Possidônio da Silva Bem. É provável que ainda este mês de Agosto tenhamos o lançamento deste belo livro, feito com imenso capricho por seu autor, contendo substanciosa biografia do médico, político e poeta, nascido em Caruaru, PE. O livro está sendo impresso em Fortaleza, é bastante volumoso em sua matéria e contém um conjunto valiosíssimo de ilustrações, como esta que aí se apresenta, quando o médico recebeu o seu diploma na Faculdade de Medicina da Baia (assim mesmo que se escrevia anteriormente), em 30 de Janeiro de 1929. Fiz o prefácio da obra, usando da grande emoção de ter conhecido este extraordinário homem que tanto se dedicou ao povo de Juazeiro e do Cariri. Ele foi meu padrinho de Crisma e uma pessoa da maior estima de toda a minha família. Parabenizo Mário Bem Filho pela bela produção deste livro, com o qual ele continua sua expressiva vida literária. 


SÍLVIO GRANGEIRO
No próximo dia 12, no Memorial Padre Cícero, a partir das 19 horas, estará sendo realizado o XI Festival Nacional de Viola e Poesia. Nesta ocasião estará sendo prestada ao poeta Sílvio Grangeiro uma expressiva homenagem pelo conjunto de sua obra, considerado o embaxador da Cultura do Cariri. Estarão presentes poetas e repentistas de vários estados brasileiros, como Francinaldo Oliveira, Hipólito Moura, Zé Viola, Zé Cardoso, Gilmar de Oliveira, Jonas Bezerra, Moacir laurentino, Valdir Teles, Gilvan Grangeiro, Cícero André, Cícero Dias, marcos Ferreira, B. Caboclo, Damião Enésio, Augustinho de Oliveira, José Alves, Zé Fernandes, Cícero Cosmo, João Bandeira, Pedro Bandeira, Nascimento Araújo, Sirlan Grangeiro e Azarias. Serão os apresentadores Vandinho Pereira e Totó Dudé. Também participarão como declamadores, os poetas Paulo Ernesto e Pedro Ernesto.

CIDADÃOS JUAZEIRENSES
A Câmara Municipal apreciou, votou e decidiu favoravelmente sobre a concessão do título de Cidadão Honorário de Juazeiro do Norte para os Drs. Gúcio Carvalho Coelho e Francisco Leite de Oliveira. Dr. Gúcio Carvalho Coelho é Juiz de Direito, titular da 2ª. Vara Cível da Comarca de Juazeiro do Norte; Dr. Francisco Leite de Oliveira é titular da empresa Leitte Contabilidade e é muito conhecido por seu programa de entrevistas na Tv Verde Vale, Café com Leitte.