sábado, 22 de fevereiro de 2014

Maria de Araújo, túmulo e busto








































Na semana que passou a figura histórica de Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo voltou a ser o foco de dois eventos: o primeiro foi a inauguração do busto em sua homenagem na praça que agora leva o seu nome, anteriormente designada como Praça do Marco Zero, por ser a posição geográfica onde a cidade se iniciou, no início da Rua Grande, Rua do Arame, depois Rua Pe. Cícero. Foi uma bonita festa promovida pela municipalidade e que contou com a presença do escritor Ralph Della Cava. O busto foi um presente do prof. Geová Sobreira à cidade de Juazeiro do Norte. Ele agora está instalado em pedestal de alvenaria, decorado com cerâmica, e com placa comemorativa. Outro fato importante foi o esclarecimento de que o túmulo que havia sido descoberto numa propriedade do município de Aurora (CE) efetivamente não é da beata maria de Araújo, mas de uma pessoa bem identificada, cuja revelação ficou esclarecida por conta de um antigo jornal da cidadee. Assim, continuamos com a questão antiga, em busca do verdadeiro jazigo da beata.    

DELLA CAVA: JOASEIRO
 
Foi lançado no dia 17 passado a terceira edição do livro Milagre em Joaseiro, do prof. Ralph Della Cava. Anteriormente anunciado para acontecer no Memorial Padre Cícero, às pressas, decorrente de fortes chuvas na madrugada, o evento foi transferido para o Teatro Patativa de Assaré, no SESC-Juazeiro do Norte. Casa cheia e um grande evento ali aconteceu. No início a assistência foi brindada com um show musical conduzido por Afonso Gadelha, Daniel Sobreira e banda. A seguir, organizado por Geová Sobreira, aconteceu a sessão de lançamento, que contou com a participação do prefeito municipal, dr. Raimundo Macedo, a secretária de cultura, Marli Bezerra, a reitora da UFCA, profa. Suely Salgueiro Chacon, o prof. Ralph Della Cava e o prof. Renato Casimiro. Professores, intelectuais, estudantes e expressiva representação da sociedade caririense se fizeram presentes, em noitada que se estendeu por mais de 4 horas de duração. O prof. Della Cava, muito emocionado, se deteve em quase três horas pondo autógrafo em cerca de 240 exemplares adquiridos pelos presentes. Some-se a isto o gesto digno do prefeito municipal que adquiriu mais 280 exemplares para endereçar aos colégios da rede pública municipal de Juazeiro do Norte. Assim, foram cerca de 520 exemplares os que inicialmente ficaram na cidade. Nos próximos meses, algumas livrarias da cidade terão a obra para aquisição dos interessados. Gostaria de me congratular com Geová Sobreira por toda a sua iniciativa de ter coordenado a reedição desta obra e mais por tudo que foi feito para que ela fosse lançada em grandes momentos, tanto em Juazeiro do Norte (lançamento nacional), como em Fortaleza (veja comentários a seguir). Nós, indubitavelmente, fomos agraciados com um dos maiores acontecimentos culturais já acontecido em Juazeiro do Norte, em toda a sua história. A seguir, transcrevo o texto do meu discurso, com o qual fiz a saudação ao prof. Ralph Della Cava, e sua magnífica obra. 
RALPH DELLA CAVA E A NOVA HISTÓRIA DE JUAZEIRO DO NORTE
Excelentíssimo Senhor Dr. Raimundo Macedo, 
Excelentíssima Senhora Marli Bezerra,
Excelentíssima Senhora Dra. Suely Salgueiro Chacon,
Excelentíssimo Senhor Geová Magalhães Sobreira,
Excelentíssima Senhora Olga Della Cava,
Caríssimo Professor Ralph Della Cava,
Meus senhores e minhas senhoras:
Acreditem que é impossível iniciar breves palavras que, eventualmente, tenham alguma serventia à apresentação da obra que se lança, neste local e nesta abençoada terra, revista e ampliada, da forma em que esta terceira edição de sua tese doutoral se apresenta hoje, sem que não me seja ensejado a relembrança de fatos presenciados no recuado segundo semestre de 1964. 
Naquela época, aluno do quarto ano, do então Ginásio Salesiano São João Bosco, eu e tantos outros, dentre os quais, também aqui nesta noite, meu irmão e amigo dileto, Daniel Walker, fomos convidados pelo padre Mário Balbi, prefeito da disciplina do estabelecimento, a permanecermos todos no pátio, após as orações matinais. A seguir, ouvíamos do Pe. Gino Moratelli, diretor do colégio, a palavra de apresentação do jovem doutorando, um americano que estava entre nós para escrever um livro sobre a história de Juazeiro e de seu patriarca. 
Eu lhe confesso, professor Della Cava, que aqueles jovens, na maioria, curiosos por aquela presença, quase inusitada, de um “gringo”, em tempos de Aliança para o Progresso, que já se fizera notar pelo trânsito circunstancial, a passos rápidos, entre o pavimento superior, especialmente entre a biblioteca e o refeitório, ainda não sabiam que história era aquela que se contaria, que padre era aquele que despertava a atenção do historiador, que terra era aquela que inspirava tanta curiosidade. Era como se, de nada disso ainda tivéssemos notícia, senão uma leve desconfiança de que, dentre as cenas da cidade, frequentemente um bulício prenunciava sinais evidentes de um milagre que pouco de anunciava. Se bem me lembro, notória era a alegação de minha avó, dona Neném Soares, de que “seu” Padre, seu compadre, já não queria que falássemos dessas coisas.
Relembraria, por exemplo, que não demorou muito, por além daquele primeiro encontro ainda no pátio do colégio, para sentir que o meu interesse pessoal mudaria substancialmente as minhas atenções para com minha cidade. No ano anterior, 1963, exatamente na noite de 22 de novembro, um fato muito importante já havia determinado uma breve interação com a história do Juazeiro. No dia da tragédia de Dallas, ao lado do meu pai, Luiz Casimiro, tristes por aquele acontecido, também em parte frustrado porque, de tão ansiosos, não teríamos naquela noite a transmissão normal da Voz da América, com os programas esperados sobre filatelia e cinema. Desistimos, eu e ele. Melhor, seria ir fazer outra coisa, diante de notícias tão dramáticas. Meu pai me apontou para uma velha estante para que dali escolhesse alguma coisa, como um daqueles volumes das obras de Alexandre Dumas, tão do seu agrado. Mas eu fui casualmente para outro, até então não percebido, nos meus catorze anos de vida. Era o conhecido discurso de Floro Bartholomeu da Costa, na Câmara Federal, em defesa do Juazeiro e do Padre Cícero, autografado pelo doutor-coronel do sertão, para meu avô, Antonio Alves Casimiro, seu colaborador durante as ações militares com respeito à Coluna Prestes. 
Quando lhe conheci, lembrei-me imediatamente daquilo que me despertara meses antes. O que não percebi de imediato foi que o trabalho que jovem doutorando terminaria por me atirar, também em leituras compulsivas a um sem número de publicações que já estavam entronizadas ao elenco vário desta missão. Estas leituras ainda não terminaram. Não tenho a menor ideia quando isto vai acontecer. Sei apenas que ao tempo, lugar e circunstâncias, isso de fato, me rendeu uma melhor compreensão sobre aquelas primeiras indagações inquietantes, em um dia qualquer, daquele tempo de uns cinquenta anos, onde muitos de nós ainda teríamos tempo para amar os Beatles e os Rolling Stones, mas que, felizmente, ao lado disto, ainda nos coube a tarefa gratificante de contribuir para que tudo isto fizesse parte de uma nova atenção sobre o nosso passado. Dois destes, pelos menos, estão hoje aqui e podem e devem lhe falar sobre isto.
Em 1970, com a edição americana de Miracle at Joaseiro, tivemos a revelação, o deslumbramento inevitável do que fora aquela jornada, especialmente pelo resgate de farta base documental, pela investigação empreendida e que nos mostrava com grande extensão a riqueza de nosso passado. Ali se iniciava a cruzada na qual nos lançávamos à longa jornada para recompor o grande arquivo da casa do Patriarca. 
Falo-lhes de mim, especialmente, pela notável experiência de vida que aquele fato determinou. Vários anos depois, já em 1974, por nosso primeiro encontro, o seu apontamento, generoso e afetuoso, posto em dedicatória no meu exemplar da primeira edição americana de Miracle at Joaseiro, me revelaria a atenção e certo reconhecimento de uma lida, tão incipiente, na expressão gentil de “...por cujas mãos seguras, repousa a herança histórica do Joaseiro”. E é hora, então, me permita, de firmar um testemunho e o meu agradecimento público diante do que a vida nos ensejou. 
Devo-lhe isto prof. Rafael Della Cava. Devemos todos nós um pouco de nós mesmos diante deste monumento edificado. É o nosso sentimento pela existência de Milagre em Joaseiro. Devemos-lhe isto, os filhos da terra e os adventícios, todos, sem exceção, romeiros da Mãe de Deus e do Padre Cícero. O seu trabalho, Rafael, como a gentileza e o afeto de tantos juazeirenses assim se deram na colaboração espontânea, também nos trás à lembrança de uma turma que se representa ainda hoje na presença Madre Maria Neli Sobreira da Silveira, mas também nas ausências de José Ferreira de Menezes, de José Geraldo da Cruz, de Odílio Figueiredo, de Otávio Aires de Menezes, de Murilo de Sá Barreto, de Cícero Fernandes Coutinho, de Amália Xavier de Oliveira, de Generosa Ferreira Alencar, de Beatriz Santana, de Maria Gonçalves da Rocha Leal, de Azarias Sobreira Lobo, de Maria Assunção Gonçalves, e de tantos mais. 
Quando esta obra chegou a meu conhecimento, pelas mãos carinhosas do amigo comum José Oswaldo de Araújo, eu me espantei pela riqueza que aquelas páginas guardavam. Num primeiro momento, aquilo que mais me fascinaria, por estes anos, através de densos acervos documentais, especialmente próximos e tão distantes aos nossos olhos, até então. E que se anunciavam reunidos em ABC - Arquivo do Bispado do Crato e ACS - Arquivo do Colégio Salesiano, especialmente, além de outras fontes. Até hoje, professor Della Cava, não obstante o farto aparato tecnológico em torno da digitalização, em contraposição às suas imensas dificuldades para fotografar, página a página, tudo o que lhe era apresentado, continuamos nós, essas outras gerações mais recentes, a garimpar novas achegas, complementares à sua diligente, profícua e meritória jornada entre nós. Tratamos ainda hoje, de certo modo, de realizar esforços para recompor a imensa fragmentação do original arquivo da casa do patriarca, disperso em mais de uma centena de novos endereços e destinos. Felizmente, ainda sob sua permanente inspiração.          
Particularmente, no que tocava a esta nova e grande contribuição para a história do Juazeiro, necessário se faz dizer da impressão muito vistosa de que até então o que tínhamos para ler sobre nossas questões políticas e religiosas, estava de há muito polarizado em duas tendências sectárias, entre a louvação e o escárnio. Era por assim dizer, como mencionavam resenhas anteriores, uma literatura do pró e uma outra literatura do contra. Especialmente sobre os interesses do Juazeiro. Milagre em Joaseiro passou a formar e a fortificar a tendência de novos olhares sobre este universo, pontificando pela atualidade e densidade documental, ajuntando novos estudos multidisciplinares e interdisciplinares ao gosto e eleição de parcela expressiva da academia brasileira e pelo mundo. Lembro particularmente, uma primeira impressão deste lócus quando ainda estudante na USP, em 1978, presenciei sessão pública de defesa de doutoramento de candidato que se propunha analisar fatos atinentes ao fenômeno do coronelismo na velha república. A examinadora, professora Maria Isaura Pereira de Queiroz, tão conhecida desta seara, num dado momento da sua arguição, se diz surpresa que o candidato não havia lido Ralph Della Cava, e como tal, nem mencionara em seu suporte bibliográfico, a que sua leitura e análise tinham recorrido por primeiro. E para concluir: como pode alguém pretender reescrever página tão expressiva desta nossa nacionalidade sem a atualidade, brilhante, de Milagre em Joaseiro? Foi um mau pedaço arranjar uma desculpa, todos reconheceram. 
Para mim foi um dos sinais evidentes de como a obra viria a entranhar-se na necessidade imperiosa desta missão: reescrever e estabelecer novos marcos basilares para a continuidade das discussões sobre Juazeiro e suas questões. Não obstante críticas destoantes e de pequena repercussão, a obra chega a esta sua necessária reedição intacta na sua proposta de nos mostrar que num certo foco, por exemplo, Pe. Cícero nem é santo, nem impostor. O personagem “...aparece no livro como tantos outros sacerdotes do Sertão do século XIX, erigido antes pelas circunstâncias que por qualquer característica pessoal notável a uma das figuras mais polêmicas da história do Brasil. Defensor involuntário de um “milagre”, foi denunciado pela Igreja como impostor, por temerosos coronéis e chefes políticos como perigoso agitador e aclamado pelas massas de sertanejos como santo injustiçado, capaz de livrar os pobres e enfermos de suas aflições. Por um complexo jogo de fatores, coube ao obscuro sacerdote desempenhar um papel dos mais relevantes na vida política do Ceará, canalizando os descontentamentos das populações miseráveis e contendo-os, numa região onde já dominavam tendências milenaristas e onde era comum a prática religiosa marcada pela fé ingênua e exaltada e, por outro lado, comandando, em virtude das forças sociais e políticas que despertou, um movimento religioso e popular de grande amplitude.”
Neste contexto, saudamos e aplaudimos esta terceira edição com o cuidado e zelo do seu coordenador editorial, Geová Sobreira. Vinte e cinco anos depois da segunda edição, a obra reaparece íntegra na proposta de revisão histórica sobre como se houve, por exemplo, a romanização na igreja do Ceará, e como isto afetou a trama que resistiu aceitar, ente nós, um milagre eucarístico. Milagre em Joaseiro é rico na narrativa de fenômenos sociais e políticos que tangenciaram ou marcaram indelevelmente a vida no Cariri cearense, só para citar fatos como páginas do coronelismo no inicio do século passado, o poder oligárquico de algumas famílias, as marcas do cangaceirismo, a revolução de 1913-14 e a construção de nossa autonomia política. E por tais predicados, está hoje aqui ereta e digna, como se sustentam as grandes obras, em pé nas prateleiras, à espera de nossa leitura e reflexão. 
Foi o que me ocorreu lhes dizer, meus senhores e minhas senhoras, meus queridos amigos Ralph e Olga Della Cava. Por esta minha inequívoca e franciscana indigência literária talvez ainda não tenha lhes expressado aquilo que de tão forte seu trabalho e esta obra nos impressionaram e nos marcaram nos últimos 50 anos. E não sem razão. Mas, felizmente, é tudo verdade. 
Ralph e Olga, nestes anos, depois que vocês partiram, e nos mandaram tantas notícias, continuamos aqui construindo e reconstruindo estes itinerários. Vocês sabem com quanto de Milagre em Joaseiro foi possível construir uma nova história. Sem dúvida alguma, o Joaseiro afetou-lhes profundamente em suas vidas. Mas, efetivamente, foi muito mais profundamente afetado por sua obra. Só assim foi possível entender que à sombra dos velhos patriarcas, à sombra dos grandes marcos de nossas lutas em torno das nossas mais flagrantes questões sociais, Juazeiro é, Juazeiro continua sendo o milagre.
Muito obrigado
(Discurso de Renato Casimiro, na apresentação da 3ª. Edição do livro Milagre em Joaseiro, do prof. Ralph Della Cava, em Juazeiro do Norte, no Teatro Patativa de Assaré, na noite do dia 17.02.2014)

DELA CAVA EM FORTALEZA

Também se revestiu de grande sucesso o relançamento de Milagre em Joaseiro, 3ª. Edição, em Fortaleza. O evento aconteceu no último 20, na Livraria Cultura, a melhor e mais importante livraria da capital cearense. A propósito deste evento, transcrevo aqui o que escreveu o ex-reitor da URCA, prof. André Herzog, que foi postado na sua página no Facebook: “O público era menor do que o que acorreu ao relançamento em Juazeiro, na segunda-feira passada no Teatro Patativa do Assaré totalmente lotado, de uma obra que veio a lume há 44 anos. Todavia, poucas apresentações na Livraria Cultura reúnem público semelhante. Um Governador e um Presidente do Tribunal de Justiça, seis ex-Reitores, de três Universidades do Ceará, um Deputado, Secretários de Estado, dois presidentes da OAB, Professores de diversas formações e filiações acadêmicas, com larga trajetória, estudantes, artistas, profissionais liberais, livres pensadores, interessados em geral, gente da melhor qualidade. Uma apresentação musical formidável, a que se seguiu a palavra do ex-Reitor da UFC, Prof. Paulo Elpídio, improvisado como chefe de cerimonial. O Prof. Eduardo Diatahy, que escreveu um rico ensaio crítico à nova edição, encarregou a apresentação do livro a um emocionado Prof. Josênio Parente, aluno de Mestrado do autor da obra.Na sequência uma fala modesta e de agradecimentos do autor, entrecortada por recordações pessoais, e uma dificilmente contida emoção, que se dissipou com o chamamento à sessão de autógrafos. Uma noite para reunir amigos e celebrar o curso da vida, apesar das muitas ausências inevitáveis e outras contornáveis. Uma noite para recordar e apreciar com atenção. O ciclo de uma vida e de uma obra fechando-se sobre si mesmo, porém longe de se esgotar no autoelogio, irradiando inspirações humanas, espirituais e intelectuais, lançando luzes, e provocando novos desafios à diferentes compreensões. Assim foi o renascer de Milagre em Joaseiro, a obra fruto da Tese de Doutoramento do ítalo-americano brasilianista Ralph Della Cava, que intencionalmente cambiaria o curso de sua vida e da historiografia do Ceará, da virada do século XIX para o século XX. Diatahy encerra seu ensaio invocando o Eclesiastes e a sabedoria de seus autores. Eu lembro que no antigo testamento Os Profetas, ao contrário de um senso comum, não eram aqueles que previam o futuro, senão aqueles que melhor compreendiam o presente. Viva o Pe. Cícero do Juazeiro. Viva o Cariri.”
Também recebi um comunicado do organizador destes eventos, prof. Geová Sobreira, nos seguintes termos: Renato, Recebi o texto de sua apresentação do livro de Ralph. Irei guardá-la e, quem sabe, será um dia publicada. Quero, antes de tudo, agradecer sua valiosa contribuição, fundamental, para o brilhantismo daquela noite maravilhosa. Pelos meus registros foi uma das mais belas noites da história cultural moderna de Juazeiro e você foi um dos responsáveis daquela majestosa noite. Em Fortaleza, o Ralph não se cansava de repetir que o evento em Juazeiro foi uma das maiores da vida dele. Peço-lhe que transmita aos amigos de Juazeiro o meu especial agradecimentos a todos. Repito: muito obrigado por tudo! Abraços fraternos, Geová Sobreira.

NOVO LIVRO
Uma síntese histórico-documental de Ibicuã, pela professora Maria Delânia da Silva. Como recolho no Facebook, "uma viagem pelas trilhas da História de Ibicuã: uma terra fértil em matéria de episódios históricos célebres; deles, de repercussão nacional até, como "A Sedição de Juazeiro" ou "A Guerra do Coronelismo", cujo clímax deu-se com o desaparecimento do notável Capitão J. da Penha, ferido mortalmente às margens da então Estrada de Ferro de Baturité - EFB, nas cercanias do antigo Miguel Calmon, em 22 de fevereiro de 1914."







MEMÓRIA FOTOGRÁFICA
Imagem do Palestra Esporte Clube, o segundo time de futebol de Juazeiro do Norte, fundado pelo desportista João Araújo, (sem data, provavelmente anos 40). Formado para jogo, no antigo campo existente na atual praça Leandro Bezerra (antigo Quadro da Clayton, e Praça dos Ourives – Franciscanos). Alguns são identificados: (Na fila do meio, da esq. para a dir.: Ananias Araújo, Mascote e José Gonçalves Magalhães; Outros craques a serem reconhecidos: Chico de Adones, Mário de Telvina, Parali, Raimundo Amazonas, Raimundo Galinha dágua, Moacir de Gino. (Foto do Arquivo de Raimundo Araújo, cedido gentilmente.)

CINE ELDORADO & CINE CAPITÓLIO
No recesso, recebemos o seguinte e-mail: Olá, Renato! Estava acompanhando a programação dos cinemas no ano de 1949, esperando a hora que você pudesse postar informações sobre os filmes exibidos nos cinemas de Juazeiro durante o ano de 1953, pois só assim teria algo mais desse tempo que não vivi, mas que tenho interesse de conhecer e assim poder completar uma história de amor que ouvi de alguém que falecera sem ter tempo para concluí-la. Parabéns a esse trio maravilhoso (Daniel Walker, Tereza Neuma e Renato Casimiro) por nos fazer reviver o passado e nos atualizar no presente. Abraço, Simone (Fortaleza-CE). Agradecemos a Simone a gentileza do contato e suas observações. Infelizmente não temos à mão jornais dsta época e estamos envidando esforços para tentar obter. Sabemos que o jornalista Aldemir Sobreira tem uma coleção completa do jornal O Pioneiro (“Semanário independente e noticioso.” Data de Circulação (Primeiro Número): 15.02.1953; Data de Encerramento (Última Edição): 22.02.1954; Diretores: Othon Mendonça de Matos/Edvan Coelho; Vice-Diretor Rômulo Xavier Barbosa; Secretário Espedito Cornélio de Miranda (com o pseudônimo de Hélio Caldas); Redator: Francisco Campos Aires; Coluna Desportiva, assinada por Dário Maia Coimbra (com o pseudônimo de Carlos Baraúna); Diretor Comercial: Aldemir Sobreira; Repórteres: João Tavares e Alcely Sobreira; Ilustrações com xilogravuras: Damásio Paulo de Oliveira; Redação: Rua da Conceição, 782. Oficinas: Tipografia São Francisco, Juazeiro do Norte e Tip.Imperial, Crato.; Dimensões: 24,5cm x 33,0cm; Periodicidade: semanal, circulando aos domingos). Vamos ver se conseguimos e poderemos atender. Enquanto isto, lançarei mão do jornal Folha de Juazeiro, e outros, para retomar esta lembrança dos filmes antigos em nossos cinemas. Muito grato. 

JORNAIS
Vez por outra somos surpreendidos com títulos de jornais de Juazeiro do Norte, ou que existiram ou que ainda continuam circulando. No nosso inventário, incluímos nesta semana o Informativo Além da Vida que é editado mensalmente pela Cariri Espírita. Renovamos o nosso pedido para que os nossos leitores façam contato conosco para indicar desde os mais simples informativos a todo e qualquer jornal que seja do seu conhecimento, para que tomemos alguma providência no sentido de catalogá-lo incluindo na História da Imprensa de Juazeiro do Norte. Foi o caso deste Informativo Além da Vida, cuja edição mais recente (primeira página) é este aí, referente a janeiro de 2014, no seu Ano 5 (portanto, nascido em 2010), edição 46. 

AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
A região do Cariri foi assaltada, literalmente, com a notícia do sumiço de verba para as obras do Aeroporto. Na última terça-feira, dia 18, aconteceu uma reunião em Brasília, envolvendo o presidente da Infraero, Gustavo Vale, o prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo, e o José Roberto Celestino. Nesta oportunidade, a Infraero anunciou que por necessidades de destinar recursos para outros setores com demandas maiores, transferiu para outros destinos a disponibilidade que havia para obras no Aeroporto de Juazeiro do Norte. A verba de R$ 15,8 milhões de reais estava destinada para custear a desapropriação dos 486 mil m2 de área, para serem utilizados em obras de ampliação do terminal de passageiros e novos espaços de pousos e decolagem. Agora será necessário apelar para instâncias superiores, dentre as quais o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e a própria presidente Dilma. Lamentável. Enquanto isso, o nosso aeroporto continua exibindo um desempenho fantástico para sua categoria. Temos nos ocupado, mensalmente, para apresentá-lo, com os dados oficiais da própria Infraero. Como agora, em que os resultados de Janeiro novamente expressam a força deste equipamento. Temos sempre comparado a posição relativa do nosso aeroporto, frente aos demais pelo pais. Assim, por exemplo, comparando a situação de 2013 para este primeiro mês de 2014, encontramos: Dentre todos os aeroportos do pais, era em 2013 36º de 63, em janeiro de 2014 é agora o 34º de 63; dentre os domésticos, em todo o país, em 2013 era o 16º de 34, agora é o 14º de 35; dentre os domésticos do interior, em todo o país, em 2013 era o 8º de 21, agora é o 6º de 22. Na região Norte/Nordeste, de todos os aeroportos (domésticos e internacionais), em 2013, era o 18º de 30, agora é o 17º de 30; dentre os domésticos, era o 7º de 14 e agora é o 6º de 14; no interior desta região, era o 5º de 11 e agora é 4º de 11. Como se vê, no foco desta crise, o aeroporto de Juazeiro do Norte, sem instalações condignas, se mantém apresentando ótimo desempenho. E até melhorando, com menor opção de voos. Isto é que é incrível. Compete a esta gente da Infraero um mínimo de discernimento para ver com bons olhos estas necessidades crônicas diante de tal performance. Mas, como tudo é esta miserável Copa do Mundo de 2014, até bem depois dela ainda amargaremos os vexames de não vê-lo com esta situação bem resolvida. E continuam as obras de alargamento da Av. Virgilio Távora. É o mínimo que compete à PMJN ir tocando para que pelo menos o acesso ao aeroporto seja mais adequado. (Foto: PMJN, Seinfra)