sábado, 3 de agosto de 2013

UFCA abrigará Centro de Línguas e Cultura

Li no Facebook, assinado por Camila Prado (UFCA) e divulgo que “A Pró-Reitoria de Cultura e Arte da UFCA abrigará um Centro de Línguas e Culturas que tem como objetivo o apoio à formação acadêmica e cultural das comunidades intra e extra-universitárias, através de cursos regulares de línguas estrangeiras e de atividades de divulgação das diversas expressões culturais nacionais e estrangeiras. Como instituição de ensino superior, pesquisa e produção de conhecimento, a UFCA deverá prezar pelo princípio da universalidade, favorecendo tanto o conhecimento, o respeito e a valorização das diversidades culturais, quanto a promoção de diálogos interculturais e internacionais. Compreendendo a interrelação essencial entre lingua e cultura, planejamos a médio prazo as seguintes ações: 1.Cursos regulares de linguas estrangeiras modernas, com duração de oito semestres (no primeiro semestre ofereceremos: inglês, espanhol e francês, ampliando progressivamente o leque de idiomas); 2. Cursos regulares instrumentais de linguas estrangeiras antigas e modernas, com duração de 2 semestres (no primeiro semestre ofereceremos: inglês, espanhol e francês, ampliando progressivamente o leque de idiomas); 3.Oficina regular de leitura e produção textual em Lingua Portuguesa, com duração de 2 semestres; 4. Atividade de formação de futuros professores de linguas por meio de cursos e estágios supervisionados; 5. Atividades de pesquisa e divulgação das culturas brasileiras e estrangeiras por meio de eventos, palestras, grupos de estudos, cinema, teatro, música, dança, culinária e cursos específicos; 6. Atendimento a intercambistas estrangeiros, em parceria com as Direções de Assuntos Estudantis e de Cooperação Internacional, atgravés de cursos de Língua Portuguesa para estrangeiros.” 

CINE ROULIEN
O que os nossos pais assistiam antigamente? Voltamos aos cartazes dos cines Roulien (Rua São Pedro, 389) e Eldorado (Rua Santa Luzia, 429) durante o ano de 1949. No dia 01.06 o Roulien exibiu em sua sessão às 19:30h o filme “Um tigre domesticado”. A ficha técnica da película é: Título original: The kid from Brooklin; Estados Unidos, 1946; Direção: Norman Z. McLeod;
Elenco: Danny Kaye, Steve Cochran, Walter Abel, Lionel Stander, Clarence Kolb, Victor Cutler, Charles Cane, Jerome Cowan, Don Wilson, Knox Manning, Kay Thompson, Johnny Downs, Virginia Mayo, Vera-Ellen, Eve Arden, Fay Bainter; Sinopse: Um tímido homem, o leiteiro Burleigh Sullivan (Dany Kay) derrota um campeão de boxe Speed McFarlane, em uma briga de rua. O pugilista estava flertando com a irmã do leiteiro, que é confundido. Os jornais se apossam da história e os fotógrafos conseguem que Burleigh nocauteie Speed novamente. O empresário malandro de Speed decide transformar Burleigh num lutador profissional. Burleigh não percebe que todos os seus adversários são de mentira. Pensando que realmente é um grande lutador, Burleigh fica todo cheio de si, o que coloca em risco sua relação com a cantora de boate Polly Pringle. Ele terá, finalmente, o seu merecido castigo quando desafiar Speed para o título.
CINE ELDORADO
O Eldorado exibiu no dia 12.06: O Beco das Almas Perdidas. A ficha técnica, sumariamente, é: Título original: Nightmare alley; Estados Unidos, 1947; Direção: Edmund Gouldin; Elenco: Tyrone Power, Joan Blondell, Coleen Gray, Helen Walker, Taylor Holmes, Mike Mazurki, Ian Keith, Florence Auer, George Beranger, Oliver Blake, June Bolyn, James Burke, George Chandler, Harry Cheshire, Edward Clark, Clancy Cooper, George Davis, Julia Dean, Sayre Dearing, James Flavin, Charles Flickinger, Bill Free, Nina Gilbert, Leo Gray, Henry Hall, Al Herman, Hollis  Jewell, Robert Karnes, Kenner G. Kemp, Mike Lally, George Lloyd, Emmett Lynn, Wilbur Mack,
George Magrill, Pat McKee, Jerry Miley, Harry Hays Morgan, Maurice Navarro, Frank O'Connor,
Jack Raymond, Cyril Ring, Albin Robeling, Roy Roberts, Gene Roth, Frank J. Scannell, Bert Stevens, John Wald, Eddy Waller, Gilbert Wilson; Sinopse: Stanton Carlisle (Tyrone Power) é um rapaz que trabalha como apresentador em um parque de diversões. Charmoso e bonitão, Stanton passa seu tempo com Zeena (Joan Blondell), uma vidente que trabalha com seu marido, um alcoólatra. Precisando encontrar um novo numero, Stanton convence Zeena a voltar a fazer leituras de mente e os dois alcançam enorme sucesso. Mas sua afeição está voltada para Molly (Collen Gray) cujo namorado é muito ciumento e essa afeição faz com que os dois sejam afastados do parque. Assim eles partem e decidindo fazer um novo número de leitura de mentes, conseguindo grande sucesso junto a alta sociedade. Porém, uma previsão não estava em seus planos.

CINEMA E VÍDEO, SECULT 2012
De acordo com matéria oficial da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará foi divulgado no dia 17 o resultado final dos projetos contemplados nas categorias "Desenvolvimento do Cineclubismo" e "Formação em Audiovisual" e "Produção" do X Edital Cinema e Vídeo - 2012. De acordo com a Coordenação do Sistema de Incentivo Estadual a Cultura, SIEC, os contemplados devem se dirigir a sede da Secult - rua Major Facundo, 500 - 8 ª andar - para os ajustes necessários nos planos de trabalho e, posterior assinatura dos convênios. O Edital de Cinema e Vídeo 2012, no valor de R$ 3.810.000,00, objetiva o desenvolvimento de projetos de audiovisual, por meio da concessão de apoio financeiro, através da assinatura de Convênio (Pessoa Jurídica) ou Termo de Cooperação Financeira (Pessoa Física), que visem fortalecer a política de audiovisual através do fomento à produção, formação e difusão de obras audiovisuais de longa-metragem, curta-metragem, produtos para televisão e novas mídias de produção cearense independente no Estado do Ceará, Inserir o produto audiovisual cearense no mercado exibidor nacional e internacional, entre outros. O Resultado final contemplou cinco projetos de interesse de Juazeiro do Norte: Categoria I: Produção/Modalidade: Desenvolvimento de Roteiro de Longa-Metragem: 1) Padre Cícero – a historia de um santo do povo; Emmanuel Nogueira Ribeiro (Fortaleza); Categoria I: Produção/Modalidade: Longa-Metragem: 2) Sedição de Juazeiro: O Filme; Associação de Estudos e Pesquisas Técnico Científica – Apec (Fortaleza); Categoria II: Desenvolvimento do Cineclubismo/Modalidade: Criação ou Manutenção de Cineclubes: 3) Cine Arte Clube Samuel Macêdo do Nascimento (Juazeiro do Norte); 4) Cine Cultura Jefferson de Albuquerque Junior: Comunidade Beneficente Zaila Lavor (Juazeiro do Norte); Categoria III: Formação em Audiovisual/Modalidade: Eventos de Formação em Audiovisual: 5) Espia Juá 2013; Instituto de Ecocidadania Juriti (Juazeiro do Norte).

LIVROS
Registro algumas informações bibliográficas dentro do propósito de informar sobre a produção regional, especialmente dos autores da terra caririense, bem como os lançamentos editoriais. Alguns recentes, outros mais antigos e que ainda não tinham, sido percebidos. Maria Marly de Oliveira: CTSA – Experiência Multi e Interdisciplinares no Ensino de Ciências e Matemática (Recife: Edições Bagaço, 508p, ilus., 2009; Como fazer Projetos, Relatórios, Monografias, Dissertações e Teses (Rio de Janeiro: Elsevier, 5ª. Ed., 198p, ilus, 2011; Sequencia Didática Interativa no Processo de Formação de Professores (Petrópolis: Ed. Vozes, 285p, ilus., 2013); Jurandy Temóteo: Anos de Chumbo-O Movimento Político Estudantil e a Ditadura Militar no Crato (Crato: A Província Editora, 360p, ilus., 2013); Governo do Estado do Ceará: Geopark Araripe: Histórias da Terra, do Meio Ambiente e da Cultura (Crato: URCA,167p, ilus., 2012); Cleonísia Alves Rodrigues do Vale e Jeová Torres Silva Júnior: Catálogo de Artesanato Caririense, vol. 1 (Juazeiro do Norte: BSG, ilus., 20p., 2012. 

INFOTEC
Circulou neste mês de julho o primeiro número do Infotec - Informação tecnológica, cultural e interativa, destinado aos discentes de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Cariri, promovendo a interação dos alunos com as novidades que estão o correndo no curso, no campus, na região e no mundo. A Organização é dos bolsistas de Monitoria de Projeto de Graduação, Luana Stephanie Santos Oliveira e Jeampierre Tavares Belino. O informativo, com 10 páginas, está na internet através do link http://issuu.com/jeampierretavaresbelino/docs/infotec  

UM PEDACINHO DE JUAZEIRO DO NORTE EM ITAJUBÁ(SC)
Recebi de Odinilia Moraes Casimiro a matéria abaixo, produzida por Cacá Fagundes, ob o título de Fazendo arte. Trata-se de um destaque para a ideia do meu primo Antonio Irivaldo Alves Casimiro, filho de Nadir e Cipriano Casimiro. Pela leitura abaixo vão entender tudo, perfeitamente:
Antonio Irivaldo Alves Casimiro é homem muito especial, que recorda com muita nostalgia o  tempo de criança em Juazeiro do Norte, no Ceará. A lembrança da rua onde morou, da casa onde nasceu, da igreja onde ele e os irmãos foram batizados, da movelaria do seu pai, ainda perfaz com tanta   intensidade a sua memória, que resolveu reproduzi-la em um grande painel em Itajuba. O projeto que está sendo coordenado pelo pintor, Osmar Rodrigues (Maroka), que vem se destacando  em pinturas de grandes proporções, consiste na ampliação de uma velha fotografia, que Antonio guarda com muito carinho. O trabalho inusitado não chama a atenção  somente pelas dimensões, mais pela sensibilidade do cearense em materializar parte da sua infância, na terra do padre Cícero Romão Batista. O grande Mural na verdade é uma réplica das "casas geminadas" da Rua São Paulo, em Juazeiro do Norte na década de 50. A igreja foi colocada estrategicamente no mesmo logradouro como forma de homenagear toda a sua família. "Dal", como é carinhosamente conhecido pelos irmãos, diz que teve uma infância muito feliz, que seu pai "Cipriano Casimiro de Oliveira" era um homem muito religioso e honesto, que conseguiu educar e formar todos os filhos e que por isto quis lhe prestar uma homenagem também. Para quem quiser conhecer, o mural esta localizado na Rua Isaura Borges Machado, lateral da Avenida Cirino Cabral, em Itajubá (SC).
Na foto acima, está ao fundo o mural com a réplica da rua São Paulo (entre as ruas São Francisco e e Sana Luzia, em Juazeiro do Norte na década de 50. Ao lado o pintor Osmar Rodrigues (Maroka), à esquerda, e o idealizador do mural, Antonio Irivaldo Alves Casimiro, à direita. 

EMBAIXADOR VASCO MARIZ
Recebi em 29.07, do embaixador Vasco Mariz, o seguinte e-mail: Prezado dr. Casimiro:  Obrigado por sua mensagem. O Papa partiu e não ouvi nenhuma alusão ao Padre Cícero, exceto aquela notinha no Globo. Pelo teor das declarações do Papa, ele deseja que os padres sejam mais agressivos e procurem o povo, em vez de ficarem nas igrejas a espera dele. Ele deseja recuperar os fieis perdidos e aí pode entrar a reabilitação do Padre Cícero, cuja imagem continua forte no Nordeste. A igreja do Papa Francisco precisa do padre Cícero.  Por isso acredito que quando ele conhecer melhor o dossier Cícero virá a reabilitação. Eu tive ótima impressão do Papa.  Como moro na praia de Copacabana, a visão de 3 milhões de jovens e menos jovens me impressionou. Nós ficamos ilhados em casa por três dias. Se precisasse ir a um medico ou chamar ambulância, seria muito difícil o acesso. Aceite um cordial abraço do Vasco Mariz. O embaixador, por correspondência anterior vinha muito ansioso para ouvir um pronunciamento com respeito à petição da Diocese de Crato. No ano passado ele produziu um ótimo texto no qual revisa algumas providências recentes nesta direção. Esta ansiedade vai continuar existindo em muitos de nós que esperamos uma atenção a este processo.

MAIS NOVA DOUTORA
A Universidade Federal do Cariri tem uma nova Doutora, profa. Maria Cleide Rodrigues Bernardino. Meus parabéns. No último dia 25.07 ela defendeu a sua Tese de Doutoramento na Universidade de Brasilia, no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, sob o título: “Gestão da Imagem Organizacional da Biblioteca Pública na Sociedade da Informação: as bibliotecas polos do Estado do Ceará". Sua Banca examinadora de Defesa de Tese de Doutorado foi constituída por: Presidente: Prof. Dr. Emir José Suaiden, Membros Externos: Profª Drª Lídia Eugênia Cavalcante – UFC e Profª Drª Walda de Andrade Antunes – UnB, Membros Internos: Profª Drª Sofia Galvão Baptista e Profª Drª Elmira Luiza Melo Soares Simeão, e o Suplente: Prof. Dr. Antônio Lisboa Carvalho de Miranda. Eis o Resumo de sua Tese: Investiga a imagem organizacional da biblioteca pública a partir das variáveis propostas por Justo Villafañe, autoimagem (imagem que a organização tem de si mesma), imagem intencional (imagem que a instituição projeta para o público) e imagem funcional (estrutura tecnológica e comercial da instituição). A pesquisa se dá nas bibliotecas públicas do Estado do Ceará, especificamente nas bibliotecas polos, que é um projeto de descentralização da coordenação do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Estado do Ceará - SEBP/CE. Tem o objetivo de identificar a imagem organizacional da biblioteca pública no Ceará, revelando sua imagem pública na sociedade da informação. Tendo como pressuposto a hipótese que esta deve atuar significativamente na sociedade da informação, entretanto, construiu uma imagem de descaso e abandono, amparada pelos questionamentos: qual a imagem da biblioteca pública do Estado do Ceará na sociedade da informação? Qual a mudança operacional na imagem da biblioteca pública do Estado do Ceará, a partir da criação das bibliotecas polos? Como as bibliotecas públicas do Estado do Ceará se veem? Como essas bibliotecas se projetam para a comunidade usuária? Como essas bibliotecas estão estruturadas tecnologicamente e comercialmente? E como se relacionam com a comunidade usuária? O modelo conceitual se baseia nas Teorias da Gestalt (Psicologia) e Institucional (Administração), para a construção do campo organizacional da biblioteca pública. A metodologia é alicerçada no método dialético e nos métodos de procedimento comparativo -, a partir do isomorfismo mimético (teoria estruturalista) -, e método monográfico e funcionalista (representação imagética da biblioteca pública). O delineamento se dará a partir de uma pesquisa quali-quantitativa em quatro etapas e a mensuração dos dados coletados será por meio da Escala de Likert, a partir de um modelo de quantificação adaptado de Villafañe e pela análise de conteúdo. Neste sentido, a investigação pretende revelar a representação imagética da biblioteca pública na sociedade da informação no Estado do Ceará.
A profa. Cleide Rodrigues, do corpo docente do curso de Biblioteconomia - UFCA, obteve o seu grau de doutoramento também cumprindo período sanduíche na Universidad Complutense de Madrid, sob a orientação da profa. Aurora Cuevas Cerveró. 

MEMÓRIA (1)
Vez por outra recebo por e-mail a indicação de fotografias e filmes antigos. Geralmente não divulgo, mas guardo porque sempre são peças admiráveis. Há pouco, o amigo Francisco Neri Filho me mandou esta matéria e a divulgo prazerosamente: “USA-San Francisco -O filme mais antigo do mundo (sobreviveu ao terremoto de 1906). SENSACIONAL! Vale a pena ver. Eis o valor de um acervo cultural. É um túnel do tempo! 4 dias depois boa parte, senão a totalidade dessas pessoas estavam mortas e a cidade em ruínas. Perdemos tempo demais com tolices. A qualquer momento a natureza pode nos "deletar". Para os cinéfilos, segue o que talvez venha a ser o mais antigo filme já produzido (1906)!! São cenas filmadas a partir de um "cable car" na Market Street, em San Francisco, California. É surpreendente a quantidade de automóveis que já existiam àquela época. E quantas imprudências se cometiam, nas barbas dos policiais (Provavelmente, nem havia Leis de Trânsito...)!! O trânsito era caótico com a convivência, não tanto harmoniosa, entre pedestres, bicicletas, charretes, automóveis, cable car, bondes, etc. Observe que os bondes que cruzam a rua já possuem tração elétrica! No final da rua, existe um prédio que está lá até hoje, pois trata-se do terminal de passageiros da Baía de San Francisco. O filme, após muita polêmica, teve identificada a sua origem, bem como > a data de sua produção: É um filme produzido em 14 de abril de 1906, 4 dias antes do grande terremoto que acabou com a cidade de San Francisco. O filme foi embarcado para New York, num trem, para ser processado, daí ter sido poupado daquela tragédia. Uma raridade!!! Acesse: http://www.youtube.com/watch_popup?v=NINOxRxze9k”

MEMÓRIA (2)
A propósito de filme antigo, recomendo também a assistência de um velho filme realizado em Juazeiro do Norte, em 1925. Sobre ele, a título de introdução e melhor conhecimento, recomendo a leitura do excelente texto do pesquisador e escritor Rostand Medeiros, que transcrevo: “Nos primeiros dias do mês de junho de 1926, as colunas informativas sobre cinema, exibidas nos inúmeros jornais da capital pernambucana, traziam a notícia que em breve seria exibido um “film” que era considerado pelos jornalistas especializados como “diferente” e “interessante”.  Era a apresentação de “Joaseiro do Padre Cícero”, um documentário que mostrava a mítica figura do padre Cícero Romão Batista. Durante as décadas de 1910 e 1920, fotos tradicionais do padre Cícero, com a sua inconfundível batina negra e seu cajado, freqüentemente eram estampadas nas páginas dos jornais recifenses. Mas normalmente estas imagens vinham acompanhadas de uma pródiga quantidade de críticas e comentários ácidos sobre a figura e a trajetória política do conhecido “Padim Ciço”. Não faltavam nas páginas dos jornais adjetivos como “líder de fanáticos”, ou “comandante de um valhacouto de facinorosos”. Com este fluxo de notícias, associado ao interesse do público local pelos acontecimentos da cidade cearense de Juazeiro, a exibição desta película nos cinemas de Recife chamou atenção de muitas pessoas. Realizado em 1925, a película foi rodada em 35 milímetros, sendo dividida em cinco partes e a direção coube ao cearense Adhemar Bezerra de Albuquerque.  Sua primeira exibição ocorreu no Cinema Moderno, em Fortaleza, no mesmo ano de sua produção. Depois de seu lançamento, a película peregrinou por várias capitais brasileiras, através da ação de Godofredo Castro, então deputado estadual no Ceará, e do presidente da Associação de Jornalistas de Fortaleza, Lauro Vidal. A intenção destas apresentações era criar uma propaganda positiva em relação à ação política e social do padre Cícero, além de mostrar o crescimento da cidade de Juazeiro. Em Recife “Joaseiro do Padre Cícero” foi apresentado ao público local na última semana de maio de 1926, onde ficou em cartaz durante dois dias no tradicional Cinema Royal, localizado na Rua Nova. No dia 2 de junho foi exibido no Cinema São José. Segundo a edição do jornal recifense “A Província”, de 3 de junho de 1926, em uma reportagem sobre o filme, os propagandistas Castro e Vidal afirmaram que este projeto teria custado a soma avultada de “40 contos de réis”. Para se ter uma idéia do que significava este valor naquela época, na mesma edição deste matutino, temos um anúncio da loja “Oscar Amorim e Cia.”, localizada na Rua da Imperatriz, número 118, onde era oferecido o modelo mais barato da linha de automóveis da marca Ford, por cinco contos e seiscentos mil réis. Já a crítica, de uma maneira geral, se apresentou positiva em relação à obra de Adhemar Albuquerque e esta aparentemente chamou a atenção da elite cultural recifense. O próprio diretor do jornal “A Província”, Diniz Perilo de Albuquerque Melo assistiu a película e teceu comentários. Para o conceituado jornalista “Joaseiro do Padre Cícero” foi apontado como sendo um filme “nítido”, que servia para mostrar positivamente o “expoente da admirável feição moderna de Juazeiro, da sua vida intensa e dos seus aspectos naturais”. Entretanto ele não considerou “admissível o fanatismo” que era apresentado. Os jornais mostram que “Joaseiro do Padre Cícero” não foi classificado como um filme “cansativo”, com várias cenas que surpreenderam os jornalistas. Entre estas são comentadas as que mostravam o imponente açude do Cedro, as cidades de Juazeiro em dia de feira, Crato, Barbalha e paisagens da região do Cariri. Da capital Fortaleza foi focalizado o seu porto, o passeio Público, o Parque da Liberdade, entre outros locais. Mas a figura mais destacada era o padre Cícero Romão Baptista. Conforme vemos nas páginas do jornal “A Notícia”, de 3 de junho de 1926, ora o popular sacerdote era aclamado pelo povo, ora era apresentado na sua casa, mostrando seu trabalho como prefeito de Juazeiro e sempre junto aos seus fiéis seguidores. Não conseguimos apurar a rota seguida por “Joaseiro do Padre Cícero” pelas capitais brasileiras. Mas têm-se notícias que foi exibido  na então Capital Federal, em setembro daquele mesmo ano. Ocorreu sessão dupla na Sala Parisiense e o filme teria recebido fortes críticas da revista carioca “Cinearte”. Outra exibição confirmada por pesquisadores da história cinematográfica brasileira, mostra que esta película foi exibida no Cinema Politeama, no dia 30 de novembro de 1926, em Manaus. O periódico pernambucano “O Jornal do Comércio”, na sua edição de 2 de dezembro de 1926, informa que houve uma segunda exibição em Recife. Um interessante detalhe que não foi comentado por nenhuma das colunas cinematográficas dos jornais recifenses de junho daquele ano, da conta que aparentemente haviam sido inseridas para a segunda exibição, algumas fotos do grupo de cangaceiros do chefe Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Se esta informação é correta, estas fotografias certamente seriam as chapas obtidas em março de 1926, pelo fotógrafo Pedro Maia, quando da polêmica passagem do famoso bando de cangaceiros pela cidade de “Padim Ciço”. Independente desta questão, observando as notas dos jornais recifenses sobre o filme, não se pode negar que aparentemente este projeto alcançou o resultado que era desejado pelos seus idealizadores e financiadores. Ou seja, a de desmitificar para as classes dirigentes e formadoras de opinião dos  principais centros urbanos do Brasil, da segunda metade da década de 1920, que o padre Cícero era sim um líder carismático, que tinha um grande número de seguidores, mas ao mesmo tempo era um homem inteligente, sério, cumpridor das leis, que buscava tão somente o desenvolvimento de sua querida Juazeiro. Não temos informações sobre o destino desta película. Já Adhemar Bezerra de Albuquerque, o diretor de “Joaseiro do Padre Cícero”, possui o justo reconhecimento de ser cultuado como um dos principais pioneiros e expoentes do cinema cearense, que produziu muitos documentários em 35 milímetros, onde são principalmente apresentados aspectos e acontecimentos da capital Fortaleza e de outras cidades do Ceará. A este homem empreendedor se deve a criação da famosa empresa ligada ao ramo fotográfico “Aba Film”, até hoje em funcionamento e pertencendo a seus descendentes. Sobre esta empresa, não podemos deixar de comentar o famoso episódio ocorrido em 1936, que envolveu o emigrante Benjamin Abrahão Botto e a filmagem do bando de Lampião em plena caatinga. Com o apoio de Adhemar Albuquerque, o libanês de Zahelh, esteve em duas ocasiões com o “Rei do cangaço”, realizando uma proeza inédita e que se mostrava promissora em termos financeiros. Mesmo gerando toda uma expectativa entre o público, em pouco tempo a película é confiscada por ordem do governo de Getúlio Vargas. O Brasil se encontrava então em pleno período da ditadura do Estado Novo, que entre outras ações na região Nordeste, desejava exterminar definitivamente Lampião e o cangaço. Assim o filme de Abrahão seguia totalmente na contramão das ações governamentais, criando uma possível propaganda favorável aos cangaceiros e todo o projeto foi sumariamente encerrado. Logo depois, em maio de 1938, Benjamin Abrahão seria morto a facadas em uma pequena cidade do interior de Pernambuco. Após alguns meses, as margens de um pequeno grotão, próximo ao “Velho Chico”, em território sergipano, Lampião caia fulminado de balas, junto com sua Maria Bonita e outros companheiros. Do filme sobre os cangaceiros pouco restou. Entretanto se não fosse à iniciativa do libanês Abrahão e o apoio correto de Adhemar Bezerra de Albuquerque, não existiria nenhuma imagem cinematográfica de Lampião e seu bando.” Para assistir este documentário, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=3GdofXJ703w

MEMÓRIA (3)
Para fechar esta pequena seleção de memória cinematográfica, eu gostaria de remetê-los a assistir um documentário realizado em 1969 pelo produtor Thomas Farkas, já falecido, que se notabilizou por registrar muitos aspectos relevantes da cultura brasileira. Neste filme, sob o título de Jornal do Sertão, ele nos apresenta um rico material sobre a literatura de cordel e as cantorias no Nordeste. Evidentemente, foi no Cariri e, especialmente em Juazeiro do Norte que ele encontrou o ambiente adequado para retratar estas atividades. O filme em questão foi realizado numa feira semanal de Juazeiro do Norte, na gráfica de Manoel Caboclo e numa fazenda de Genário Oliveira, onde cantadores, dentre os quais o jovem Pedro Bandeira, participam de uma cantoria típica de sertão. Os dados do filme são: Título: Jornal do sertão; Duração: 13 min; Ano: 1969; Cor: PB; Direção e Roteiro: Geraldo Sarno; Narração: Tite de Lemos; Empresa Produtora: Saruê Filmes
Produção: Thomaz Farkas; Produção Executiva: Edgardo Pallero, Wladimir Carvalho, Sérgio Muniz, Televisan; Direção Fotografia: Affonso Beato, Leonardo Bartucci e Thomaz Farkas;
Montagem/Edição: Eduardo Escorel e Amauri Alves; Técnico de Som Direto: Sidney Lopes
Edição Som: Carlos De La Riva; Suporte de Captação: 35mm. Para ver o documentário, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=f3y59DIBKOw


CONFERÊNCIA DE CULTURA
Leio no Facebook que há uma convocação para a realização da 3ª. Conferência Municipal de Cultura. Contudo, nada foi adiantado com respeito a sua pauta. Fiquei sem entender, principalmente porque em 2012 o então secretário Fábio Carneirinho realizou uma III Conferência. 

MARCO ZERO
A Praça do Marco Zero que era para ter sido inaugurada em 22.07.2011, ainda não saiu do papel. Ela é mais uma frustração dos juazeirenses que acreditaram no governo passado e que continuam acreditando neste arremedo de administração presente. O bonito projeto, da arquiteta Gisele Menezes, deveria ter sido viabilizado como marco daquele centenário. Fala-se que custará 1,5 milhão de reais. De fato, conforme divulgação recente da imprensa, o marco procura resgatar a primeira vila que deu origem ao Município de Juazeiro, no mesmo espaço onde existiam algumas casas, uma capela e três árvores de Juazeiro, inspirado na obra pictórica de artista plástica Assunção Gonçalves. A sua localização foi baseada em pesquisas que um grupo de intelectuais e historiadores de Juazeiro realizaram, os mesmos que integraram a Comissão do Centenário do município. Sua área, de mais de 12 mil metros quadrados, é mais um espaço público para aquela área da cidade, que bem poderia puxar uma nova tendência para o crescimento urbano. A inauguração foi recentemente anunciada e fazia parte da programação do dia do município, em 22.07.2013, quando a municipalidade deveria ter feito a proclamação da abertura do ano celebrativo do Centenário da Cidade. Mas, infelizmente, nem uma coisa nem outra.