quinta-feira, 30 de julho de 2015

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
175: (29.07.2015) Boa Tarde para Você, Pe. Adalmiran Silva de Vasconcelos
Diz-se, há muito tempo, e em tom profético se tem espalhado, atribuindo-se a expressão ao Padre Cícero, que “No dia que a pedra da Batateira rolar, e o Cariri virar mar, tal a invasão das águas, o Pontal de Farias Brito será um porto de navio, junto com a Serra do Horto de Juazeiro”. Este fato se liga a uma lenda que encerra uma maldição que teria sido deixada pelos índios Cariris, e que no início do século XX vem com outra conotação, pela visita do Padre Cícero ao povoado de Araticum, na Serra do Quincuncá, para escolher e benzer o terreno do futuro cemitério local. Leio pela imprensa que o Pontal é o mais novo complexo turístico religioso da região do Cariri, construído nestes três últimos anos, com praça, acessibilidade, monumento ao Padre Cícero, lanchonete, lojinhas, banheiros, recinto para orações e um mirante com uma vista fantástica. Quem esteve à frente deste investimento de R$4 milhões e hoje coordena a sua funcionalidade é o Pe. Adalmiran Silva de Vasconcelos, pároco da Matriz da Imaculada Conceição de Farias Brito, e que acaba de realizar no último dia 20 a primeira Romaria da cidade ao Pontal do Padre Cícero. Antes de ir lá conhecer pessoalmente este grande empreendimento, me apresso em cumprimentá-lo Pe. Adalmiran, pois vejo com que empenho o senhor tem se dedicado inteiramente por esta inserção de Farias Brito, e muito bem justificada, no concerto de tantos destinos de romarias em nosso pais. Chamou-me a atenção o fato de que isto está mobilizando expressivo número de lideranças locais, e isto tudo articulado com os poderes sob a orientação de técnico especializado em Marketing Católico, que faz prospecção em potenciais e diagnósticos sobre esta nova vocação da localidade. E soube que não obstante o que foi possível realizar inicialmente, as preocupações se voltam para a complementação do equipamento, procurando dotá-lo com um Centro de Acolhimento ao Romeiro, bem como a construção de um Luzeiro para maior embelezamento da área. É bastante sintomático e muito promissor que o Pontal de Farias Brito já venha recebendo cerca de dois mil visitantes por mês, especialmente a partir da tradição que se procura construir com as missas do dia 20 de cada mês, além de outras promoções semanais da paróquia.Não há dúvidas, Pe. Adalmiran, que este é um bom sinal da presença viva do Padre Cícero em diversas comunidades do Cariri, a partir do que aconteceu entre nós, aqui no Juazeiro do Norte, pelo grito pioneiro do Pe. Murilo de Sá Barreto e que ressoou fundo no coração dos romeiros. Em verdade, ainda vemos com timidez esta realidade vivida por muitas localidades, por diversas paróquias desta nossa Diocese e outras, por este Nordeste a dentro, como se ainda sinalizassem com o clima detestável de intolerância religiosa, que há muito deveria ter ficado para trás. A longa e demoradíssima atitude que esperamos da hierarquia católica no reconhecimento destes valores nos deixam ainda mais ansiosos sobre esta pauta que trata da reabilitação histórico-eclesial necessária para o reconhecimento do valor do Padre Cícero para nossa Igreja. Dizem-nos os documentos da garimpagem histórica que um verdadeiro clima de terror foi implantado e prosseguiu com a perseguição a tantos padres que se antecipavam neste reconhecimento, falando das maravilhas que aqueles acontecimentos demonstravam.Felizmente, Pe. Adalmiran, hoje podemos vislumbrar um novo tempo, onde se pode reconhecer virtudes, milagres, graças, liderança, intercessão, dar vivas e fazer exaltação, coisas tão profundamente vividas por estes sertões que nem nos aventuramos ignorar. De outra sorte, só vejo com entusiasmo iniciativas como esta de Farias Brito, o velho Quixará dos idos do Padre Cícero, como uma marca autêntica de suas preocupações com o desenvolvimento que não guarda ansiedades rançosas e que o procura, principalmente, com o auxílio do povo de Deus. Desejo sucesso, Pe. Adalmiran, a sua paróquia, ao seu povo reunido em torno desta empreitada, para que o Pontal do Padre Cícero na Serra do Quincuncá, seja ainda mais, na esperança do povo, isso como o senhor reconhece, “o local de uma das mais belas vistas do Cariri do nascer do sol”. Afinal, como o senhor bem lembra, a profecia sobre o Pontal não guarda nada de apocalíptico, nada que nos mostre a antevéspera da catástrofe, do dilúvio e do final dos tempos, mas a visão atualizada do que cada um de nós busca quando se vive à deriva da vida, mas na esperança do Ressuscitado.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 29.07.2015)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 31, sexta feira, às 20 horas, o filme UM CONTO DO DESTINO (Winter´s tale, EUA, 2014, Direção de Akiva Goldsman). Elenco: Colin Farrell (Peter Lake), Jessica Brown Findlay (como Jessica Brown-Findlay) (Beverly Penn), Russell Crowe (Pearly Soames), Jennifer Connelly (Virginia), William Hurt (Isaac Penn), Will Smith (Juiz), Matt Bomer (O jovem), Lucy Griffiths (II)(A jovem),  Romeo Tan (Kevin Corrigan), Cesar Tan (Kevin Durand), Willa (Adulta) (Eva Marie Saint), Humpstone John (Graham Greene (II), Gabriel (Finn Wittrock), Gravesman (Joshua Henry). Sinopse: Esta história fantástica, baseada em um romance literário, se desenvolve tanto na Manhattan dos dias atuais quanto no século XIX. Durante um inverno rigoroso, Peter Lake (Colin Farrell), um mecânico irlandês, decide roubar uma imensa mansão, fechada como uma fortaleza. Ele tem certeza que a casa está vazia, mas acaba encontrando uma garota (Jessica Brown Findlay) no interior. Quando ele descobre que ela está prestes a morrer, nasce uma história de amor entre os dois. Crítica: Magia por todos os lados (por Bruno Carmelo). “Antes de entrar na sala de cinema, deixe o cinismo do lado de fora”. Essas foram as palavras dos atores Colin Farrell e Jessica Brown Findlay em uma das entrevistas sobre Um Conto do Destino. Os dois provavelmente já previam alguma dificuldade para o público aceitar a história com um estranho cavalo alado, milagres às pencas, pessoas que não envelhecem e Will Smith no papel de Lúcifer, ou “Lu”, para os íntimos. De fato, apesar de o livro original ser popular e respeitado nos Estados Unidos, a versão cinematográfica adota tão cegamente o tom fantástico que só pode ser aceita por um espectador profunda e sinceramente romântico. Para todos os outros, o filme lembra uma dessas histórias doces, cheias de reviravoltas, que os pais contam aos filhos pequenos antes de dormir. O que importa é menos o sentido do que o brilho, o encantamento, os efeitos. A diferença, no caso, é que uma dessas historinhas foi ilustrada com um orçamento de US$60 milhões e, acima de tudo, contada aos adultos. Talvez esse seja o elemento mais perturbador desta produção: tentar vender ao público maduro um roteiro cujo maniqueísmo faria mais sentido nas histórias de princesas e dragões dos desenhos infantis. Não que o livro seja melhor, ou pior – o autor desta crítica não leu a obra de Mark Helprin -, mas incomoda a trama lisa, asséptica, em que a violência não tem sangue, o sexo não tem prazer, o amor não tem sedução. Tudo é entregue ao espectador como um fato: o mocinho se apaixona porque sim, o vilão quer matá-lo ao longo de um século inteiro porque sim, outra garotinha aparece em seu caminho porque sim. É o destino, com sugere o título nacional, ou então são milagres, como dizem os personagens. É preciso ter muita fé e credulidade para acatar tamanhas liberdades com a coerência narrativa. Os atores se esforçam, e neste sentido merecem respeito por conseguirem atribuir verossimilhança a frases como “Não me elogie mais, senão vou derreter toda a neve sob os meus pés” ou “Eu sou um ladrão, não posso roubar apenas uma vida?”. Para o bem ou para o mal, o demônio Russel Crowe torce o queixo, abaixa o olhar e transforma a voz de maneira exageradíssima, mostrando comprometimento com esta visão etérea e escapista do mundo. Já Jennifer Connelly e Eva Marie Saint, cujas personagens têm menor relação com a magia e os efeitos especiais, estão convincentes e emocionantes em seus papéis dramáticos. Por fim, Um Conto do Destino funciona como uma versão menos criativa visualmente de Amor Além da Vida, ou uma releitura menos romântica de Cidade dos Anjos. Certamente, ainda falta descobrir porque Colin Farrell usa esse corte de cabelo no começo dos anos 1910, e porque Will Smith interpreta Lúcifer com sua voz habitual e com trajes de hipster. Os conceitos elaborados pelo diretor Akiva Goldsman e sua equipe não ficam nada claros, mas se existe um verdadeiro mérito nesta história atípica, é nadar contra a norma de Hollywood e acreditar no sucesso de um tipo de magia e ilusionismo que a indústria abandonou há muito tempo.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

BOA TARDE (I)
172: (20.07.2015) Boa Tarde para Você, José Carlos Pimentel e Silva
Por vezes eu me angustio lembrando a expressão sábia de que “a vida que a gente leva não deixa a gente viver”, especialmente com esta experiência recente de volver à terra amada e já não encontrá-la recheada de velhos amigos que se reuniam em cada esquina desta cidade. Disso reclamo meu caro e muito estimado amigo Pimentel, porque não é uma questão que se resume apenas a uma observação mais restrita de um certo saudosismo quando frequentemente até esperávamos que o tempo, senhor da razão, desse uma parada para nos privilegiar nesses sonhos. Hoje, até por questões de segurança que queremos trazer para o plano mais pessoal e da defesa dos nossos entes mais queridos, sobretudo no âmbito familiar, pouco circulamos, ficamos muito em casa, presos a outras mazelas cotidianas mostradas pela televisão, nas tragédias das 8, das 9 e por aí. Vivemos, literalmente, assaltos permanentes só em assistir como ao nosso redor tudo se convulsiona, e como a marginalidade e a banalidade em que se colocou a vida humana aviltam os nossos mais primitivos conceitos de respeito à cidadania e ao dom sagrado da existência. Aqui no Cariri, Pimentel, como você tão bem sabe, tem sido um grande sufoco encarar como rotineiro o que nos dizem as folhas policiais do dia-a-dia, para daí tirarmos a conclusão mais simples que vivemos a barbárie, pela frequência, pela contundência e pela violência das ações. Imagino que a você, pelo motivo óbvio do seu envolvimento profissional junto à judicatura e os tribunais, não deve ser fácil viver a angústia de que está se tornando absolutamente impraticável a ação comum do cidadão, até mesmo para proteger sua integridade e o exercicio dos seus deveres. Há uma corrupção absolutamente incontrolável que leva, por exemplo, a municiar presidiários com aparelhos celulares que entram nos presídios para a articulação de quadrilhas que passam a exercer ações criminosas de roubos, assaltos e crimes de morte, ordenados por seus chefes. Entram estes aparelhos, e pasmem, na maioria, metidos na genitália de mulheres, esposas, familiares, namoradas e amantes, em oportunidades de visitas aos presidiários, e em absoluta concordância com o sistema prisional que nos confessa, ingenuamente, a sua própria impotência. Durante muitos anos, Pimentel, na indústria de alimentos eu monitorei a eventual ocorrência de fragmentos de metais, da ordem de um milimetro de tamanho, através de detetor de metais, e os encontrava para proteger a qualidade dos alimentos que tinha que oferecer ao mercado. Como é possível aceitar, com tamanha ignorância, ou ingenuidade, que a polícia não tenha melhor resultado diante do controle sobre estes bandidos, muitos dos quais até vítimas desta perversa e desigual sociedade em que vivemos, para conter esta onda avassaladora de criminalidade. É realmente doloroso, Pimentel, ouvir por gravações que são interceptadas nestas ações criminosas que nos agridem até pelo vocabulário da conversação cifrada, e que até impõe ao repórter policial a ter que fazer a tradução respectiva sobre o que é: “Olha cara, puxa o ferro e senta o prego...” Parece não haver mais nenhuma dúvida que nossa existência, com nossa meia idade de além dos sexagenários, está inserida num quadro dantesco nunca antes vivido pela civilização brasileira, mercê da absoluta falta de controle como a nação se resolve, principalmente à revelia dos poderes. Definitivamente, nossas leis, de tão perfeitas como diriam tantos juristas, não cumprem a eficiência para regular as circunstâncias que as motivaram como normas de conduta jurídica e cidadã, de modo que isto exterioriza parte da crise moral e ética que nos assola. Meu caro Dr. Pimentel, no foco desta crise que nos martela está o cidadão, o civil comum ou o militar, do aparelho do Estado, corrupto, corruptível e corruptor, como a chaga flagrante da nossa cena, sem dúvida, a maior praga com a qual tentamos conviver, enquanto não a erradicamos. Cada um de nós tem a legítima impressão de que não bastaram os melhores anos de nossas vidas, as maiores forças de nossa competência e determinação, para sentir que ainda temos pela frente uma enorme tarefa para reformar este estado de coisas e que, por isso mesmo, a luta continua. Meu amigo Pimentel, resiguino-me a aguardar mais um pouco a oportunidade de revê-lo, de abraçá-lo, e de fazer votos por sua felicidade pessoal, para lembrar bons momentos das nossas gagalhadas largas sobre histórias e tipos desta cidade, num tempo em que éramos felizes e nem sabíamos. 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 20.07.2015)

BOA TARDE (II)
173: (22.07.2015) Boa Tarde para Você, Luiz Ivan Cruz Bezerra de Menezes
Como o senhor bem sabe, Sr. Prefeito Luiz Ivan, ao celebrar hoje mais uma data, a centésima quarta da comemoração de nossa mais orgulhosa cidadania, não é este o tom, e não este o clima festivo que tantas vezes experimentamos, desde a nossa juventude, para festejar a alegria nesta cidade. Há dias, o senhor herdou o comando desta cidade em meio a algo pouco explicado, mas largamente esbravejado, colocando esta responsabilidade assumida solidariamente, em razão do voto popular, diante da esperança que nos resta para aqui ainda encontrarmos honra, deveres e dignidade. Diz-se, e para mim é verdade inconteste, que esta cidade tão amada hoje é uma locomotiva importante desta região, em um Estado que ainda espera tanto de seus municípios e que isto se vê em um dos mais exuberantes fenômenos emergentes, pouco vistos antes de cidade do nosso porte. Também é verdade que a grande expansão do centro urbano, a grandeza de seus setores produtivos, entre comércio, indústria e serviços, assim como os demais pólos que se estabeleceram aqui pelas imensas oportunidades da chamada globalização, parece formar a essência desse rolo compressor. Essa hegemonia que experimentamos, Sr. Prefeito, tem a grande particularidade de influir substancialmente sobre os caminhos da gestão pública, mas também é perversamente atingida pelos desmandos destes poderes, a tal ponto de sobressair daí algo que a impele até mesmo contra eles. Desejamos antes de tudo, firmar-lhe e reafirmar uma tradução mais simples, rasteira - até diria, de que ao enunciar prioridades que o momento clama, queremos antes de tudo banir de nossa consciência o tão comum “locupletemo-nos, todos”, para enfim, tentar restaurar a moralidade. Por isso mesmo, reconhecemos na sua vitalidade, na sua jovialidade e ambição, elementos imprescindíveis à frente desta missão, com a qual podemos começar, de forma mais objetiva, determinada e responsável, elencar o que é o princípio da recuperação desta cidade. Qualquer juazeirense destes nossos milhares, um homem simples, uma mulher sofrida, uma criança desprotegida, um velho desassistido, qualquer um deles saberá dizer-lhe, Sr. Prefeito, o que lhe envergonha, quem lhe maltrata, por onde se sofre, quanto se paga, e quando isso começou. Todos saberão dizer de pronto o que se pode e o que se deve fazer por esta cidade, cumprindo deveres constitucionais para eleger prioridades diante das demandas intransferíveis na infraestrutura, na saúde, na educação e para geração de emprego como base da sustentabilidade. É preciso, é necessário, é absolutamente imperioso ouvir o clamor de meu povo para que, acima de tudo, suas vozes fortaleçam suas convicções, animem suas forças, entusiasmem suas energias e alimentem este orgulho pessoal do qual não nos afastamos, mesmo diante de tão grave privilégio. Mais que questões pontuais, emergências surgidas em razão das águas e dos tempos, das necessidades flagrantes de manter todos os equipamentos funcionando para prestar serviços demandados, são necessários procedimentos arrimados em planejamento de mais longo curso. Não me cabe aqui dizer-lhe, mesmo porque, sem experiência qualquer, se o que lhe convêm é a exemplar fidelidade à conjuntura que o elegeu, ou o rompimento propalado para um choque de governo, o que talvez o destacasse como liderança de grande credibilidade. Desejo ao senhor, antes de tudo, sucesso no que lhe aguarda, certo de que não lhe faltarão luzes, regras, conselhos, determinação e iniciativas para honrar esta confiança que já havia sido conquistada, mas que é agora pode ser reafirmada na esperança de que não haja nenhum equívoco. Somos um povo que anoitece recolhido ao conforto de suas famílias, devotando aos nossos santos o respeito e as orações, e amanhecemos na esperança de que o trabalho nos fortaleça e nos promova à condição de filhos amados desta nova Jerusalém celeste. Hoje é o Dia do Município, uma data em que é oportuno se pensar um pouco sobre o que esta conquista nos legou, desde as lutas de Cícero, de Floro, de Marrocos, de Alencar e de bravos juazeirenses, gente destes nossos troncos mais fundos, gente romeira dos sertões nordestinos. No dia de hoje, Senhor Prefeito Luiz Ivan, cada um de nós reacende em seu coração a chama viva de uma esperança que se desenha no imaginário de nossas mentes para que esta cidade, de fato, se transforme na terra dos nossos sonhos.     
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 22.076.2015)

BOA TARDE (III)
174: (24.07.2015) Boa Tarde para Você, Jaime Laurentino, romeiro potiguar
No dia 20 passado, lembrando os 81 anos da morte do Pe. Cícero Romão Baptista, a cidade mais uma vez celebrou esta data em clima de festa, recebendo grande romaria de nordestinos, pois afinal, “Olha lá, no alto do Horto, ele tá vivo, o padre não tá morto”. Antes de falecer, ele pedia aos romeiros para que nunca deixassem de voltar a Juazeiro após a sua morte, e eles assim o fizeram e hoje, em todas estas oportunidades de festas religiosas eles invadem a cidade que, sinceramente, é tão deles, quanto nossa, os que aqui moramos. O fenômeno religioso de Juazeiro, especialmente marcado pela grande devoção do Pe. Cícero e o fervor dos primeiros habitantes do povoamento, nasceu pelo milagre eucarístico de 1889, ensejando neste mesmo ano a primeira romaria de que se tem notícia. Em 1903 veio até nós e aqui ficou até morrer, o beato Sabino, um potiguar da localidade de Lagoa Salgada, no Rio Grande do Norte, que havia abandonado a família e percorreu a pé estes seiscentos quilômetros de “estrada tão longa e tão cheia de pedra e areia”. No último dia 19 eu encontrei na Basília de Nossa Senhora das Dores o jovem Jaime Laurentino, aniversariante no dia, aos 37 anos, homem de fé, sertanejo de grande têmpera que já fez esta viagem a pé, dezenove vezes, e que estava acompanhado de outros 4 amigos. Desde quando o beato Sabino inaugurou esta caminhada, os lagoa-salgadenses nunca mais deixaram de vir a Juazeiro, e se hoje ainda são uma pequena cidade do agreste potiguar, de uns 10 mil habitantes, estima-se que o equivalente à metade de sua população já fez esta viagem. Podemos falar do velho Severino Paulino e seus descendentes, sertanejo que viveu até os 82 anos e que fez esta viagem, a pé, quarenta e cinco vezes, sendo imitado por um dos seus filhos que já veio aqui 10 vezes ou mesmo de um neto que a fez por 18 vezes. Para se ter uma idéia aproximada do que é este percurso empreendido por esta gente romeira, basta que se diga que gastam de 17 a 18 dias de caminhada, cumprindo uns 35 quilometros a cada dia, desde as 2 horas da manhã, parando em casas de famílias que os recebe para alimentar e repousar. Nesta localidade de origem, Lagoa Salgada, a uns 60 quilômetros de Natal, vive-se de agricultura familiar, especialmente das culturas de mandioca e caju, de onde se tiram principalmente os produtos derivados como goma para tapioca e amêndoas cruas ou tostadas. Na época adequada da colheita da mandioca, a produção do município é destinada a uma fábrica que processa cerca de 120 toneladas por dia, resultando daí o polvilho doce, a goma que tanto serve para fazer tapioca, bolos e biscoitos. A única paróquia de Lagoa Salgada, sob a invocação da Imaculada Conceição, tem como pároco o Pe. Magno Jales, que por ocasião do Centenário de Juazeiro do Norte, em 2011, veio comandando esta romaria com outros 20 pessoas, várias das quais voltam e outras datas do ano. Quando lhes perguntei o que fazem em Juazeiro, além das atividades religiosas e que incluem as passagens por lugares como museus, Horto, Memorial, etc, eles me disseram que gostam de ver a cidade, de passear em suas ruas e se deixar ficar repousando em algumas de suas praças. Mas, foram muito sinceros quando me perguntaram sobre o que está acontecendo com esta cidade que está se tornando tão feia e tão suja, a ponto de lhes desagradar, pois não era assim em outros tempos e os mais velhos sempre falavam da cidade do Pe. Cícero, por sua formosura.
Agora andam mais preocupados porque lhes falta segurança nas ruas e na maior parte do seu tempo estão em atividades religiosas, pois é no aconchego das igrejas e capelas que mais encontram a paz que tanto procuram. Logo depois da missa solene do dia 20, no Socorro, Jaime Laurentino e o grupo de Lagoa Salgada tomou o caminho de volta para sua terra, e por ser grupo reduzido, optaram por abreviar o retorno, voltando de ônibus. Para lhes acompanhar nesta saída, a música tocava no rádio: “Em todos os anos, setembro e novembro / Vou ao Juazeiro alegre e contente / Cantando na frente sou mais um romeiro / Vou ver meu padim / De bucho cheio ou barriga vazia / Ele é o meu pai ele é o meu santo, é minha alegria.”
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 24.076.2015)

HOMENAGEM
A Câmara Municipal e a Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte está homenageado a dra. Huguette Leimig Telles, fixando seu nome à mais nova unidade básica de saúde. Veja o ato formal:
LEI N.º 4505, DE 14 DE JULHO DE 2015 Dá denominação de Unidade Básica de Saúde – USB e adota outras providências. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará. FAÇO SABER que a CÂMARA MUNICIPAL decretou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1.º - Fica denominada de UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE – USB HUGUETTE LEIMIG TELLES, a USB localizada na Rua Antônio Dias Sobreira com a Rua Nossa Senhora do Carmo, no bairro Pio XII, nesta cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. Art. 2.º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3.º - Revogam-se as disposições em contrário. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 14 (quatorze) dias de julho do ano de 2015 (dois mil e quinze). LUIZ IVAN BEZERRA DE MENEZES PREFEITO DE JUAZEIRO DO NORTE AUTORIA: Vereador José Nivaldo Cabral de Moura 

NOMES DE RUAS
Duas novas ruas foram recentemente nomeadas com homenagens póstumas a Francisco Antonio da Silva e a Francisca Galvão Pereira. Vejamos os atos.
LEI N.º 4506, DE 14 DE JULHO DE 2015 Dá denominação de artéria pública e adota outras providências. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará. FAÇO SABER que a CÂMARA MUNICIPAL decretou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1.º - Fica denominada de RUA FRANCISCO ANTÔNIO DA SILVA, a primeira paralela a Rua Javé Alencar Gonçalves, com início na Avenida José de Melo, sentido leste/oeste, no bairro Salgadinho, nesta cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. Art. 2.º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3.º - Ficam revogadas as disposições em contrário. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 14 (quatorze) dias de julho do ano de 2015 (dois mil e quinze). LUIZ IVAN BEZERRA DE MENEZES PREFEITO DE JUAZEIRO DO NORTE AUTORIA: Vereador Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro 
LEI N.º 4507, DE 14 DE JULHO DE 2015 Dá nova redação ao art. 1.º da Lei Municipal n.º 4408, de 27 de novembro de 2014 e adota outras providências. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará. FAÇO SABER que a CÂMARA MUNICIPAL decretou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1.º - o art. 1.º da Lei Municipal n.º 4408, de 27 de novembro de 2014, passa a vigorar com a seguinte redação: “ART. 1.º - Fica denominada de RUA FRANCISCA GALVÃO PEREIRA, a primeira rua paralela norte à rua Francisco Antônio Mourão, com início na rua Joaquim Leandro de Sousa, prolongando-se até a rua Amâncio Barbosa de Sousa, interligando-se as Vilas Nova e São Francisco, bairro Pedrinhas, neste Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará”. Art. 2.º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3.º - Ficam revogadas as disposições em contrário. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 14 (quatorze) dias de julho do ano de 2015 (dois mil e quinze). LUIZ IVAN BEZERRA DE MENEZES PREFEITO DE JUAZEIRO DO NORTE AUTORIA: Vereadora Rita de Cássia Monteiro Gomes 

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (SESC, Rua Cel. Francisco José de Brito, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe neste dia 27, segunda feira, às 19 horas, o filme CIDADÃO BOILESEN (Direção de Chaim Litewski, Brasil, 2009, 92 min). Um capítulo sempre subterrâneo dos anos de chumbo no Brasil, o financiamento da repressão violenta à luta armada por grandes empresários, ganha contornos mais precisos neste perfil daquele que foi considerado o mais notório deles.

CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (SESC, Rua da Matriz, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 30, quarta feira, às 19 horas, o filme A FRATERNIDADE É VERMELHA (Trois couleurs: rouge, Direção Krzystof Kieslowski, França/Polônia/Suiça, 1994, 99 min). Valentine (Irene Jacob) atropela um cachorro que tem o endereço do dono na coleira. É dessa forma que ela conhece a pessoa que iria alterar o curso de sua vida.

CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, ainda não divulgou a sua programação para o próximo dia 31, sexta feira, às 20 horas. Mas será, com certeza, mais um grande espetáculço. Procure na página de Francisco Humberto Menezes Bezerra, no Facebook.


CINE CAFÉ VOLANTE (BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Parque da Cidade), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 30, sexta feira, às 19 horas, o filme ELEIÇÃO (Election, Direção de Alexander Payne, EUA, 1999, 103 min). Matthew Broderick, astro juvenil nos anos 80, faz nesse filme o professor de uma High School que não suporta a ascensão vertiginosa da melhor aluna da classe, Reese Whitherspoon, candidata a Presidente do Grêmio Estudantil.

CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 01.08, sábado, às 17:30 horas, o filme BASTARDOS INGLÓRIOS (Inglourious Basterds, Direção de Quentin Tarantino, Alemanha/EUA, 2009, 153 min). 2ª. Guerra Mundial, na França ocupada pelos nazistas o tenente Aldo Raine, encarregado de reunir um pelotão de soldados de origem judaica e Shosanna Dreyfuss tentando vingar o assassinato de sua família têm como objetivo matar o maior número possível de nazistas, da forma mais cruel possível.

domingo, 19 de julho de 2015

BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
171: (15.07.2015) Boa Tarde para Você, Abel Bernardo da Silva
Somos a grande cidade romeira deste pais e não há como a verdade de que esta gente, seguindo o conselho do patriarca, não deixando de vir logo após a sua morte, vem e continuará vindo pelos tempos, para aqui ficar, diferentemente de tantos outros lugares de peregrinação. Por isto mesmo, a nossa etnia é resultante de uma mescla admirável do povo destes sertões e que logo se percebe por tantos indicativos que a exterioriza em hábitos, determinação pelo trabalho, têmpera, caráter, cultura e religiosidade. Hoje eu desejo tributar a Abel Bernardo da Silva uma homenagem que reputo muito justa porque ele para mim representa parte desta similaridade ao perfil mais geral de diversas personagens que aqui têm sido lembrados, como autênticos e anônimos construtores deste nosso desenvolvimento. Abel nasceu em Belo Jardim, Pernambuco, em 31.07.1936, filho de Antonio Bernardo da Silva e Maria Francisca da Conceição, tendo a família, além de Abel, outros quatro filhos: José, Hilda, Miguel e Antonio, infelizmente já falecidos. Passando por Juazeiro, a família aqui pouco se demorou e foi residir em Fortaleza, onde Antonio Bernardo se tornou funcionário público, como bombeiro na Base Aérea, enquanto Abel empregou-se em loja de moda masculina, a famosa Loja O Cruzeiro, do comércio da capital. Na juventude, Abel fez estudos suplementares de formação musical em canto coral e violão, no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, sob a direção do grande maestro Orlando Leite. No canto e no violão, aqui residente, Abel era presença obrigatória em grupo animado de serestas, ao lado de velhos seresteiros como João Martins, José Tavares Nova e Mestre João. A morte prematura do pai levou sua mãe e os irmãos a permanecer em Fortaleza, enquanto Abel veio para Juazeiro no começo dos anos 60, tendo aqui conhecido a cratense Maria Lidia da Silva, com quem casou-se em 1961, gerando 5 filhos: Carmen Silvia, Elisabeth, Sandra, Marcos e Samara. Esta felicidade conjugal a invadir toda a família é estimada porque todos os filhos já estão casados e deram a Abel e Lídia 28 netos, para muito em breve um deles lhe apresentar o seu primeiro trineto, quando então será a hora de Abel dizer, certamente emocionado: “meu neto, me dê cá o seu neto”. Em 1964, Abel foi trabalhar na antiga Cooperativa dos Servidores Públicos, instituição que tinha o Dr. Dion Saraiva como presidente, Amadeu Brito como tesoureiro e o gerente era Walter Barbosa, daí surgindo com este uma grande amizade que os reuniria entre teatro e o escotismo. Nesta época, Walter dirigia o grupo de teatro amador, originariamente ativo no auditório da Escola Técnica de Comércio, tendo participado de pelo menos duas montagens, como lembra, e ter contracenado com Marleide Duarte em Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Particularmente, lembro bem de outra montagem que assisti, nesta época, no recém inaugurado auditório do Edifício D. Pires, quando encenaram a peça Solar dos Urubus, por sinal, mostrada antes pelo cast do Circo Nerino, em temporada no Cariri, em 1953, sob a direção de Roger Avanzi. Nesta remontagem, em comédia muito divertida, Abel era o personagem Coronel Tibúrcio, um tipo bem sertanejo, bem caracterizado, pai do personagem de Walter Barbosa, coisa de que ríamos muito pelas cenas de tipos tão diferentes, e especialmente pelos cacos que Walter introduzia no texto. Pena que aquela fase do teatro amador de Juazeiro não durou tanto para daí continuar revelando grandes valores, como era a tradição das velha e tradicionais escolas desde os tempos das beatas professoras, até o período áureo da Sociedade do Teatro Escola de Juazeiro do Norte. Em meados dos anos 60, Abel conseguiu a adesão de Walter Barbosa para ingressar no Escotismo, filiando-se a União dos Escoteiros do Brasil, como ele já o fizera quando residente em Fortaleza, e participante do grupo existente na Escola de Aprendizes Marinheiros. O comércio foi sempre a maior atividade de Abel, como o comércio ambulante de confecções, o Armarinho no mercado ou a loja de peças e assistência técnica de bicicletas. Desde 1976, Abel é filiado à Grande Loja Deus e Humanidade Nº 14, do Grande Oriente do Ceará, sendo hoje Mestre de Cerimônia do Consistório na Loja Cavaleiros Espartanos, no grau 33. Minhas senhoras e meus senhores: é um imenso prazer homenagearmos Abel Bernardo da Silva.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 15.07.2015)

CARICATURA
Dois artistas juazeirense já realizaram caricaturas minhas. O primeiro foi o prof. Abraão Batista que fez uma expressiva capa de cordel, com a qual família e amigos me homenagearam nos meus 50 anos de idade. Agora foi a vez do Andrade Juá que me brinda com este seu trabalho. Agradeço-lhe mais uma vez e só posso dizer que em seu trabalho há de fato, traços marcantes de minha fisionomia e do meu iotipo.






PE CLIMÉRIO: 150 ANOS & MEMÓRIA CURTA
O sesquicentenário de nascimento de Climério Correia de Macedo, o Cônego Climério, parece que só foi lembrado pelo Site Miséria como forma de homenagem póstuma já que não se tem notícias de nenhuma celebração da data em Juazeiro do Norte. O seu pai foi quem trouxe o Padre Cícero para o Juazeiro e ele foi um dos precursores do bairro São José e grande incentivador da homeopatia em nosso município. Cônego Climério nasceu no povoado de Juazeiro no dia 30 de junho de 1865 e era filho do professor Semeão Correia de Macedo e Rosa Amélia Parente Macedo. Ele e seu irmão, Pelúsio Correia de Macedo, fundaram e mantiveram a primeira Banda de Música de Juazeiro. Foi aluno do professor José Marrocos em Crato e seguiu adiante nos estudos até se ordenar presbítero no Rio de Janeiro. Nessa mesma Diocese carioca paroquiou por muito tempo nas freguesias de Vila Bela e Jacarepaguá. Tratava-se de um sacerdote por vocação e homem de muitas virtudes. Já com a idade avançada e doente viveu os últimos anos de sua vida no Sítio Limoeiro de sua propriedade o qual deu origem ao bairro do mesmo nome e com devoção à São José. Á única homenagem a ele prestada foi o nome de uma rua de apenas cinco quarteirões entre as avenidas José Bezerra e Carlos Cruz no bairro Pio XII. (Site Miséria, por Demontier Tenório). Fatos como estes indicam quanto temos uma memória curta e nem sabemos ao certo reverenciar pessoas ilustradas e que contribuíram para nosso desenvolvimento. O Pe. Climério, sacerdote virtuoso que ainda o conhecemos no Sítio Limoeiro, pelo final dos anos 50, era um homem muito culto e ficou mais conhecido, depois que retornou à sua terra e aqui viveu na propriedade de sua família, dedicando-se a homeopatia. Diariamente havia uma autêntica “romaria” à sua casa por dezenas de pessoas que desejavam se consultar. Ele atendia com muita atenção. Uma particularidade que eu lembro, de uma destas visitas que, ainda muito criança, eu fiz ao seu consultório, padecendo de infecção nas amigdalas, foi de que me impressionou o fato de que ele usasse de rapé no nariz e com isso espirrava bastante e fazia um asseio com um lenço todo embolado, coisa que impressionava qualquer garoto de minha época.  

ADAUTO BEZERRA NA REVISTA O POVO CARIRI 5
Já está circulando em todo o Ceará a revista O Povo Cariri, em cuja capa figura o juazeirense e ex-governador do Estado, Cel. José Adauto Bezerra. Este é o número 5 da publicação e conforme seus editores, “A proposta da 5ª edição da O POVO Cariri é festejar e mostrar lugares que reúnem alegria. Hotéis e restaurantes expõem o melhor em serviços e em gastronomia. Frequentadores da noite no Cariri também revelam o prazer de um bom papo regado à cerveja e petiscos em bares de sucesso. Adauto Bezerra também abriu seu coração. A história do homem que marcou vários cenários da sociedade cearense: ele nos conta sobre cenas de sua infância, a relação com o irmão gêmeo Humberto Bezerra e, ainda, os projetos que, aos 89 anos, desenvolve em Juazeiro do Norte. Entre temas que "pegam fogo" no Cariri, está a constituição de movimentos feministas, que começou com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher do Cariri (CMDMC). O grupo uniu professoras, agricultoras, estudantes, donas de casa e todas as mulheres que lutavam pela igualdade de gêneros. A procura por cursos de outras línguas e o sucesso da inserção do rugby em escolas públicas do Cariri também estão nesta quinta edição. Ao lado desses temas, a tradição da gráfica Lira Nordestina, que procura manter viva a beleza dos cordéis. Na música, o protagonista é o cantor Fábio Carneirinho, defensor do forró “das antigas”, com música poética e dançante. Os luthiers do Cariri também enchem de beleza nas páginas, com histórias como a de Gil Chagas, autodidata na arte de fabricar instrumentos musicais. Os colunistas Valdo Figueiredo e Leca Fonseca trazem novidades sobre o mercado de decoração e design e os melhores momentos sociais do sul do Ceará, respectivamente. A publicação pode ser encontrada nas bancas e livrarias de Fortaleza. Em Juazeiro do Norte, os exemplares estão disponíveis na Banca do Gledson (Praça Da Sé),  Banca do Cezar (Praça Padre Cícero) e  Bonequinhas de Luxo, no Cariri Garden Shopping. O conteúdo pode ser conferido no portal O POVO Online: digital.opovo.com.br/opovocariri”.

EX-ALUNOS SALESIANOS
Por ocasião de mais um encontro anual de Ex-Alunos do Ginásio Salesiano de Juazeiro do Norte, foram lançados dois livros e um folheto de cordel: Salesiano, uma escola viva na memória e no coração, de Luiz Gomes de Moura (2ª. Edição, revisada e ampliada); Um Salesiano cooperador de coração Oratoriano: Joaquim Izidro do Nascimento, de Luiz Gomes de Moura e Pe. José Pereira Lima Filho; e Dr. Camilo Santana, governador do Ceará, de Pedro Bandeira. O encontro contou no seu primeiro dia, 17.07, com a presença do ex-diretor, Pe. Elias Cedraz, quando houve celebração eucarística pelo aniversário de sua atividade religiosa no sacerdócio. No dia 18, o ponto máximo transcorreu com reunião de congraçamento de ex-alunos no auditório do Colégio, quando foram lançados estes livros mencionados, além de uma sessão que contou com a participação de antigos alunos, como o ex-prefeito Carlos Alberto da Cruz, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB,PE), além de mais de duas centenas de ex-alunos desde as décadas iniciais até mais recentemente, especialmente dos anos 70, 80 e 90. Também foi apresentada uma sessão de velhas fotografias enfocando as primeiras ações dos Salesianos entre nós, a construção do colégio, antigos dirigentes, eventos, etc. Foram prestadas diversas homenagens e finalmente a manhã se estendeu com um churrasco em local em voga na cidade. Nas redes sociais há muitas fotografias do evento. 

GALÃS E BELDADES 
Quero agradecer a gentileza de Raimundo Araújo que me presenteou com seu último trabalho denominado Galãs e Beldades, um álbum fotográfico que deriva de um outro seu livro saído no centenário de Juazeiro do Norte, com o sugestivo nome de Rostos de Juazeiro. Com este mais novo, Raimundo Araújo fez uma criteriosa seleção para incluir nesta publicação mais sumária apenas os maiores destaques da beleza masculina&feminina de nossa cidade. Parabéns ao amigo 











DIOCESE CENTENÁRIA E LIVROS 
Recebi e agradeço “piamente” pelo presentão que recebi de Armando Lopes Rafael, Chanceler da Diocese de Crato, ao me remeter quatro livros cujas publicações fizeram parte da celebração do Centenário da Diocese de Crato, festivamente comemorado. Na ilustração as capas das edições: A Revista Comemorativa do Centenário da Diocese de Crato; a dissertação de mestrado do Pe. Tales Eduardo Santos Figueiredo, originalmente apresentada, julgada e aprovada na Faculdade de História e Bens Culturais da Igreja, da Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma; a Cartilha do 13º Intereclesial de CEBS, realizado aqui em Juazeiro do Norte, entre 7 e 11 de janeiro de 2014; e o livro Benigna: um lírio no sertão cearense, da autoria coletiva de Armando Lopes Rafael, João Paulo Cabral Alves, Plácido Cidade Nuvens, Raimundo Sandro Cidrão e Ypsilon Rodrigues Félix. Muito grato pelo presente e estou certo que serão leituras muito prazerosas.

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
 
CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (SESC, Rua Cel. Francisco José de Brito, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 20, segunda feira, às 19 horas, o filme DIÁRIO DE UMA BUSCA (Brasil/França, 20910, 108 min), direção de Flávia Castro. 

CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (SESC, Rua da Matriz, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, estará em recesso pelo motivo do feriado municipal em Juazeiro do Norte, com a celebração do Dia do Município.

CINE CAFÉ VOLANTE (BARBALHA / NOVA OLINDA)

O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande) (alternando), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 24, sexta feira, às 19 horas, o filme LADRÃO DE ALCOVA (Trouble in Paradise, EUA, 1932, 83min), com direção de Ernst Lubitsch. 

CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, ainda não divulgou o que exibe no próximo dia 24, sexta feira, às 20 horas. Na última sexta feira foi a vez de VIDAS SECAS, direção de Nelson Pereira dos Santos, da obra genial de Graciliano Ramos. Sempre é exibido um grande filme. Para melhores informações procurar as páginas do Facebook redigidas por Edmilson Martins e Francisco Humberto Menezes Bezerra. 


CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), r
ealizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 25, sábado, às 17:30 horas, o filme ADEUS, MINHA RAINHA (Les Adieux à la Reine, França/Espanha, 2011, 100min), direção de Benoit Jacquot. 

AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
Com esta foto, feita por Fernando Dias, e postada na página do Facebook – Aeroporto de Juazeiro do Norte – Revista (https://www.facebook.com/AeroportoDeJuazeiroDoNorte) foi feito o registro necessário da primeira aeronave a cumprir a rota Brasília – Juazeiro do Norte – Recife, ida e volta, no último dia 13. Segundo consta na mesma página o “Primeiro voo da TAM foi um sucesso no nosso aeroporto. A aeronave Airbus A319 veio de Brasília cumprindo o voo TAM9096, e depois seguiu para Recife, e após retornou para Juazeiro com um atraso de 50min por um problema no computador da aeronave.” E de acordo com informação da Assessoria da PMJN, “O prefeito de Juazeiro, Luiz Ivan Bezerra, recebeu na tarde desta segunda-feira dirigentes da Tam Linhas Aéreas após o vôo inaugural da empresa que passa a operar no Aeroporto Orlando Bezerra com vôos diários para Recife e Brasília. Para ele, é motivo de comemoração ao oferecer a possibilidade de incrementar o turismo na região e o movimento de passageiros no aeroporto. O gerente Norte/Nordeste de Vendas da TAM, Hermano Storti, agradeceu a acolhida e destacou a alegria da empresa em poder levar Juazeiro e o Cariri ao Mundo. Antes, o Coordenador de Turismo de Juazeiro, José Roberto Celestino, fez questão de agradecer o apoio da Justiça Federal para que fossem atendidas as exigências do Ministério da Aviação Civil. Por sua vez, o Juiz Leonardo Coutinho garantiu que a 16ª Vara do Fórum Federal de Juazeiro estará ao dispor em nome de tudo que for necessário para dar condições de pleno funcionamento do aeroporto. A exemplo de outros oradores, ele, também, fez referências a atuação de Roberto Celestino em nome da aviação civil no Cariri. O Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turístico de Juazeiro, Antonio Barbosa Mendonça, se referiu ao trabalho constante no intuito de trazer o desenvolvimento para Juazeiro e pontuou que a TAM tem tudo a ver com essas ações. Da mesma forma, o Chefe de Gabinete do Governador Camilo Santana, Fernando Santana, chamou a atenção para importância da TAM no progresso do Cariri. Ele aproveitou ainda para saudar o prefeito Luiz Ivan Bezerra e almejar boa sorte na missão de gerir os destinos de Juazeiro. Com a TAM, Juazeiro passou a ter as quatro maiores empresas aéreas do Brasil, incluindo a Avianca, GOL e Azul. A novidade cria expectativa de o Cariri viver um crescimento no setor turístico, já neste semestre, de 5% e até sete mil passageiros por mês no aeroporto. Todos os dias, o vôo da TAM nasce em Brasília às 10h45min e chega por volta das 13 horas em Juazeiro, decolando às 13h30min para Recife, onde chega às 14h30min. Decola da capital pernambucana às 15 horas, pousa em Juazeiro às 16h30min quando levanta vôo para Brasília às 17 horas onde chega às 19 horas.” Enfim, mais uma conquista da região do Cariri em busca de melhores serviços de transporte aéreo, ligando a região a diversos destinos de negócios e turismo em nosso pais. Estamos todos de parabéns. Para completar esta matéria, fazemos publicar as tabelas que pinçamos do site oficial da Infraero, com o desempenho do nosso Aeroporto, tanto em transporte de passageiros, movimento de aeronaves e movimento de cargas, como vimos fazendo mensalmente. Agora são os dados de junho passado. Acreditamos que o início de operações da TAM, embora a quase meados do mês, já começar a modificar estes números, colocando nosso aeródromo em uma melhor posição do desempenho global, tanto a nível nacional, como no regional, e principalmente dentre os seus congêneres, domésticos. Mas, é bom referir que este entusiasmo por melhorias no nosso aeroporto já está motivando uma preocupação na classe política que pretende transformá-lo em breve num terminal na categoria internacional. Não custa nada sonhar.  
















domingo, 12 de julho de 2015

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
170: (13.07.2015) Boa Tarde para Você, Ana Jaqueline dos Santos Silva
Na última homenagem que aqui prestei, eu lhes falei de dona Maria das Virgens dos Santos e de Apolônia dos Santos Silva, avó materna e mãe de Jaqueline, criaturas admiráveis que pela última ouvi contar muitas histórias, algumas das quais verdadeiramente intrigantes e misteriosas. Isto foi o suficiente para retomar este fio da meada e continuar explorando estes elementos valiosos da história oral e do imaginário popular, além, necessessariamente, dos valores maiores de tão ricos personagens que continuam construindo parte desta nossa cena urbana, humana e exuberante. No capítulo da grande devoção, tanto de dona Das Virgens quanto de dona Apolônia, por Maria Auxiliadora e por Dom Bosco, que antes nem aqui referi, ficou para mim um pouco de insatisfação diante do curto espaço que tenho para desenvolver estes textos, e não foi a primeira vez. Dona Das Virgens legou para vocês, Jaqueline, este componente importante de um perfil de mulher religiosa e de grande devoção, e se acercou também das obras fundantes dos Salesianos entre nós, ainda nos anos 40, tendo sido colaboradora e entusiasta pela liderança de vários dos seus diretores. Foi o caso especial do Pe. Carlos Galli, o quinto diretor que esta casa teve, entre 1949 e 1951, cujo perfil me parece bem caracterizado pelo Pe. Antonio Gomes de Medeiros Filho, quando escreve “...psicologicamente disposto a visões, sonhos e interações sobrenaturais”, mencionando também que ele “...tornou-se querido e venerado entre o povo, por causa de uns milagres e profecias que tinham se realizado com precisão.” E também de “...uma profecia de que tal dia, toda a cidade veria o Pe. Cícero descendo do céu para a Serra do Horto.” Não foi a primeira vez, Jaqueline, que ouvi falar do Pe. Galli e o interesse reaberto na conversa que tivemos, me animou a recuperar no meu arquivo um velho jornal, o Correio de Juazeiro, de 1949, editado aqui pelo Dr. Geraldo Menezes Barbosa que lhe dedicou substanciosas matérias. Na edição de 15.05.1949, o Correio faz menção de primeira página sob o título “Os Sermões do Padre Carlos”, destacando algumas revelações que já estavam inquietando os fieis, como a decisão de imediatamente construir a igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, ao lado esquerdo do Colégio e de propalar alguns milagres, não de sua autoria, mas de um mandato superior dos céus. Era perfeitamente compreensível aquele clima vivido pelos devotos, como Das Virgens, durante os sermões do Pe. Galli, deixando a mais forte impressão, ainda hoje reproduzida por seus descendentes, tal o clima místico destas afirmações, e o inusitado das revelações. Na edição de 22.05.1949, Jaqueline, o Correio continua transcrevendo estas afirmações do Pe. Galli, como a de que às 5 horas da tarde do dia 25.01.1959, aqui em Juazeiro do Norte estaria Nosso Senhor Jesus Cristo pregando no altar de Nossa Senhora Auxiliadora, por 40 dias. O jornal não fez nenhum comentário e apenas disse que transcrevia com fidelidade aquilo que lhe era ditado e anotado pelo repórter, a inesquecível figura do prof. Aldenor Jaime Alencar Benevides, criatura boníssima que faleceu em nossa casa e está sepultado no jazigo de nossa família. Na edição de 29.05.1949, Jaqueline, volta o Correio a tratar das revelações do Pe. Galli, destacando particularmente que naquele tal dia 25.01.1959, também o Pe. Cícero estaria na igreja dos Salesianos, ao lado de Jesus Cristo, durante sua permanência entre nós, pelos 40 dias. Isso foi o que disse a imprensa da época, em parte comentado na narrativa de Apolônia, além da previsão de um extraordinário e doloroso fato acontecido em 06.01.1950, ainda com o Pe. Galli na direção desta casa salesiana, e que correspondeu à morte prematura de Mons. Joviniano da Costa Barreto, vigário de Juazeiro, na pedra fundamental do Santuário dos Franciscanos. Não encontrei nenhuma menção explícita de que o Pe. Carlos previu este dia, Jaqueline, mas eu pretendo um dia falar desta tragédia, pois Mons. Joviniano celebrou o casamento de meus pais, me batizou pouco antes de ser assassinado e foi um dos homens mais importantes de sua época. Ainda vou me valer destas lembranças e fortes impressões de dona Das Virgens e de Apolônia para continuar contando alguns dos momentos mais enigmáticos da história mais recente de Juazeiro, como esta que, prevista ou não, terminou por levar o débil mental Manoel Pedro, devidamente armado, para uma cena de crime, dramático e inesquecível. 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 13.07.2015)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI


CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (SESC, Rua Cel. Francisco José de Brito, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe hoje, dia 13.07, segunda feira, às 19 horas, o filme HOJE (Direção de Tata Amaral, Brasil, 2011, 90min). Ex-militante política recebe indenização do governo brasileiro pelo desaparecimento do marido, vítima da repressão desencadeada pela dit5atura militar brasileira (1964-1985).

CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (SESC, Rua da Matriz, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 15, quarta feira, às 19 horas, o filme A IGUALDADE É BRANCA (Trois couleurs: blanc, direção de Krzysztof Kieslowski, França/Noruega/Polônia, 1994, 91 min). A esposa de Karol (Zbigniew Zamachowski) pede o divórcio e o trata com crueldade, pois ele está impotente.

CINE CAFÉ VOLANTE (BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Parque da Cidade), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 17, sexta feira, às 19 horas, o filme UMA SECRETÁRIA DE FUTURO (Working Girl, Direção de Mike Nichols, USA, 1988, 113 min). Uma secretária ingênua, Tess McGill (Melanie Griffith) consegue trabalho em um escritório que lida com o mercado de ações. Sua chefe, Katherine Parker (Sigourney Weaver) sofre um acidente e fica de repouso em casa. 

CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 17, sexta feira, às 20 horas, o filme A FONTE DOS DESEJOS (Three Coins in the Fountain, USA, 1954, 101 min.). Direção de Jean Negulesco, 101 min). Nesta charmosa comédia, três amigas americanas trabalhando na Itália fazem um desejo quando jogam moedas na magnífica Fontana de Trevi, em Roma, para conseguirem o homem de seus sonhos. Uma secretária de um órgão governamental (Dorothy McGuire) decide conquistar o coração de seu chefe (Clifton Webb). Sua colega de trabalho, uma escritora de fala suave, (Jean Peters) desafia as normas do escritório namorando um italiano (Rossano Brazzi) que trabalha com elas. E por último, a recém-chegada ao escritório Maggie McNamara encontra um verdadeiro Príncipe Encantado italiano (Louis Jourdan) e apaixona-se perdidamente. Agora, só falta selar o destino dessas três sonhadoras. Com diálogos inteligentes, um cenário deslumbrante e a lendária música título, este filme se tornou um clássico obrigatório para os românticos.

CINE CAFÉ (CCBNB, JUAZEIRO DO NORTE)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 18, sábado, às 17:30 horas, o filme TERRA DE NINGUÉM (No mans´s land, Reino Unido/Itália/Bélgica/França, 2001, 88 min), diração de Danis Tanovic. Chiki e Nino são dois soldados que lutam por lados opostos em meio a Guerra da Bósnia. Em meio ao combate, eles se vêem ilhados em plena fronteira da guerra.

TAXI EM JUAZEIRO
Publicamos na coluna passada um Decreto (DECRETO N.º 190, de 01.07.2015), com o qual a municipalidade fixou valores das Tarifas do Serviço de Transporte Individual de Passageiros, em veículos automotores (táxis) do Município de Juazeiro do Norte. Este Decreto acaba de ser revogado, por um novo, como abaixo se transcreve:
DECRETO N.º 193, DE 09 DE JULHO DE 2015 Fixa valores das Tarifas do Serviço de Transporte Individual de Passageiros, em veículos automotores (táxis) do Município de Juazeiro do Norte e revoga o Decreto Municipal n.º 190/2015. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará, no uso das atribuições que lhe confere os arts. 72, incisos VII e 110 da Lei Orgânica Municipal, combinado com a Lei Complementar Municipal n.º 9, de 19 de dezembro de 2005; CONSIDERANDO o disposto na Lei Municipal n.º 3742, de 09 de setembro de 2010, que dispõe sobre a regulamentação do serviço público de transporte de passageiros, em veículos automotores equipados com aparelhos de taxímetros, no âmbito do Município de Juazeiro do Norte; DECRETA: Art. 1.º - Fixa valores das tarifas dos Serviços Públicos de Transporte de Passageiros, através de veículos automotores equipados com aparelhos de taxímetros devidamente regulamentados no Município de Juazeiro do Norte, na forma abaixo: I – TÁXI CONVENCIONAL OU INCLUSIVO: a) – Bandeirada R$ 5,33 (cinco reais e trinta e três centavos) b) – Bandeira 1 R$ 2,56 (dois reais e cinquenta e seis centavos) c) – Bandeira 2 R$ 3,09 (três reais e nove centavos) d) – Hora parada R$ 20,70 (vinte reais e setenta centavos) Art. 2.º - A Bandeira 2 poderá ser usada nos seguintes casos: I – das 22:00h (vinte e duas horas) às 06:00h (seis horas) do dia seguinte; II – a partir das 14:00h (quatorze horas) dos dias de sábado; III – aos Domingos e Feriados; IV – em viagens para zona rural e intermunicipais, bem como as corridas iniciadas no Aeroporto Regional do Cariri. Art. 3.º - A contraprestação do serviço será efetuada via de regra, por meio de tarifa indicada exclusivamente no equipamento taxímetro do veículo, excetuadas as seguintes hipóteses: I – em se tratando de pagamento antecipado pelo usuário. Art. 4.º - Nos Pontos de Estacionamento Fixos do Aeroporto Regional do Cariri, Prefeito Orlando Bezerra de Menezes e na estação Rodoviária Interestadual de Juazeiro do Norte, será obrigada a fixação de placas indicativas das disposições referentes à tarifa, junto à área de embarque, sempre em observância ao modelo estabelecido pelo Setor de Transportes Urbanos – SETUR. Art. 5.º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 6.º - Revogam-se as disposições em contrário e em especial o Decreto n.º 190, de 1.º de julho de 2015. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 09 (nove) dias do mês de julho do ano de 2015 (dois mil e quinze). 

NOVOS CIDADÃOS JUAZEIRENSES
A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte distinguiu novas personalidades com o título honorífico de Cidadão Juazeirense. Vejamos os atos: 
RESOLUÇÃO N.º 771, de 02.07.2015, pela qual fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor Severino Eduardo de Vasconcelos, pelos relevantes serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: José Tarso Magno Teixeira da Silva Coautoria: Cláudio Sergei Luz e Silva Subscrição: Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, Francisco Alberto da Costa, João Alberto Morais Borges, José Nivaldo Cabral de Moura, José Ivan Beijamim de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, José Adauto Araújo Ramos, Rubens Darlan de Morais Lobo, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, Firmino Neto Calú, Antonio Vieira Neto, Rita de Cássia Monteiro Gomes, Maria de Fátima Ferreira Torres e Auricélia Bezerra. 
RESOLUÇÃO N.º 772, de 02.07.2015, pela qual fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor Demontier Oliveira Santos, pelos relevantes serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: Antonio Vieira Neto Coautoria: Cláudio Sergei Luz e Silva – Glêdson Lima Bezerra, José Tarso Magno Teixeira da Silva e Danty Bezerra Silva. Subscrição: Francisco Alberto da Costa, João Alberto Morais Borges, José Nivaldo Cabral de Moura, José Ivan Beijamim de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, Cícero Claudionor Lima Mota, Rita de Cássia Monteiro Gomes, Maria de Fátima Ferreira Torres e Auricélia Bezerra. 
RESOLUÇÃO N.º 773, de 02.07.2015, pela qual fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor Suarêz Leite Machado, pelos relevantes serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: Auricélia Bezerra Coautoria: Cláudio Sergei Luz e Silva, José Ivan Beijamim de Moura. Subscrição: Francisco Alberto da Costa, João Alberto Morais Borges, José Nivaldo Cabral de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, Cícero Claudionor Lima Mota, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Firmino Neto Calú, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, José Adauto Araújo Ramos, Antonio Vieira Neto, Rubens Darlan de Morais Lobo, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Maria de Fátima Ferreira Torres. 
RESOLUÇÃO N.º 774, de 02.07.2015, pela qual fica concedido o Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Senhora Cleonice Gomes de Oliveira, pelos relevantes serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: Normando Sóracles Gonçalves Damascena Coautoria: Cláudio Sergei Luz e Silva Subscrição: Francisco Alberto da Costa, João Alberto Morais Borges, José Nivaldo Cabral de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Firmino Neto Calú, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, José Adauto Araújo Ramos, Antonio Vieira Neto, Rubens Darlan de Morais Lobo, José Ivan Beijamim de Moura, Rita de Cássia Monteiro Gomes, Maria de Fátima Ferreira Torres e Auricélia Bezerra.

terça-feira, 7 de julho de 2015

BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
168: (01.07.2015) Boa Tarde para Você, Carlos Alberto de Oliveira.
Há uns anos atrás, celebrando os meus 60 anos, alguns amigos me mandaram mensagens fraternas, cumprimentando-me pela data, e outros o fizeram brincando porque eu acabara de ingressar, diziam eles, na privilegiada categoria dos “sexys”. Evidentemente, não é nada do que se poderia pensar, algo charmoso e verdadeiramente louvável, senão que desde então eu faço parte destes quase 20 milhões de brasileiros que estão formando nesta dita terceira idade - forçoso dizer, melhor idade, e mais propriamente na classe dos idosos. Você sabe muito bem, Carlos, que as estatisticas dizem que crescemos muito, passamos de 10% da nação e temos elevado em demasia a problemática social do pais caminhando celeremente para os previstos 64 milhões daqui a 10 anos até sermos um em cada 3 brasileiros, em 2050. Pessoalmente, como um desses privilegiados da vida, dou graças a Deus, só em pensar, no que minha familia realizou para me garantir esta instância da vida, não sendo um infeliz destes números frios que engrossam a miséria deste pais, não obstante os nossos desejos de realização e dignidade. Mesmo sabendo que mais de 70% dos idosos tem independência financeira, especialmente às custas da Previdência e outras rendas, e que boa parte tem a sua casa própria, o governo e a nação tem uma responsabilidade social imensa para com os velhos abandonados à sua própria sorte. Venho, a propósito deste rápido instantâneo de uma causa, meu caro Carlinhos, louvar a sua atitude benemérita de ter-se lançado de corpo e alma à necessária luta em defesa do idoso abandonado de nossa Juazeiro do Norte, com a fundação e a manutenção do Albergue Sagrada Familia. De duas ou três coisas que sei e posso testemunhar, elas não são diferentes de tudo aquilo que termina sendo a marca mais perversa da nossa quase alheiamento por este trabalho, omitindo-nos no auxílio e proteção a tudo que uma instituição desta natureza tem a realizar. Ouvi aqui e acolá boas loas que exaltam sua pessoa, na sua inexcedível abnegação em conduzir esta casa com toda a sorte de dificuldades para sua manutenção, tão pouco reconhecida de muitos setores desta responsabilidade social que temos de insistir como algo sério na nossa vida. Pessoas como você, Carlinhos, são dessas criaturas que nós gostaríamos de ver multiplicarem-se à nossa vista, mas que se não for possível assim, já é importante que mesmo uns poucos se consagrem como, até no mais completo anonimato, ao serviço do próximo. Não fossem vocações como esta sua, Carlinho, poderiamos ter a ingrata sensação de que um grande genocídio grassa e atinge todas as regiões deste pais, ceifando gente ora por doenças, ora por abrigo, ora por alimento, ora pela grande ausência de familia, de carinho, de afeto, de amor. Uma coisa que nos traz grande constrangimento é a constatação de como somos uma gente de coração duro, até mesmo naqueles instantes em que aparentemente nos sensibilizamos com a carência destes autênticos degredados filhos de nossa indiferença, visitando estas instituições. Por isso mesmo, necessário se faz que à medida que reconhecemos este estado de coisas, que também não é um fato isolado do grande descalabro da gestão pública, empunhemos uma bandeira a mais para realçar a grandeza destas cruzadas, para que nos sintamos solidários e úteis. Destaco neste cumprimento que lhe faço neste início de tarde, uma atenção particular para com esta missão que você abraçou e há tantos anos mais e mais se esmera para cumprir, tendo posto com determinação todas as suas forças e juventude, e a energia plena de uma grande vocação. Seu exemplo é destas coisas ímpares de nossa sociedade tão viciada no consumismo e no exibicionismo com os quais somas indeterminadas de riquezas, nem sempre fruto do trabalho honesto e da videira comunitária, desembarcam na inutilidade do bem estar solitário e egoista. Em diversas ocasiões de minha vida, visitei e não deixei de contribuir para estas necessidades flagrantes de instituições como este Albergue Sagrada Família que quero conhecer em breve, na ansiedade de que muitos outros também o façam e testemunhem com seu gesto solidário.
Valho-me do reconhecimento de vários amigos que me falam com o entusiasmo de como veem a atuação desta instituição benemérita, para que a esperança de tantos idosos não desapareça diante da nossa própria indiferença e insensibilidade.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 01.07.2015)

BOA TARDE (II)
169: (06.06.2015) Boa Tarde para Você, Apolônia dos Santos Silva
Noutro dia, procurando um assunto na internet, abri uma página que me falava de Apolônia de Alexandria, mártir e santa venerada pelas Igrejas Católica Apostólica Romana e Ortodoxa Copta Egípcia, celebrada no dia 9 de fevereiro da cada ano. Na história, Santa Apolônia, que não se sabe quando nasceu em Alexandria, no Egito, na sua juventude insurgiu-se contra uma horda que combatia o cristianismo e foi duramente torturada com a brutalidade de terem lhe arrancado todos os dentes, alguns dos quais hoje exibidos em museus. De tão vilipendiada, física e moralmente, Apolônia foi também ameaçada de morte, diante do intuito de preservar a sua própria castidade, ao que preferiu antecipar-se com sua imolação, cometendo o suicídio numa fogueira em praça pública, no ano 249 de nossa era. Faço este comentário para realçar a minha certeza de que Maria das Virgens dos Santos, uma caririaçuense, sobrinha da beata Laurinda, da velha confraria do Padre Mestre Ibiapina, e aqui residente, manifestou a sua sensibilidade por esta história, ao escolher o nome da filha que nasceu nesta cidade de Juazeiro, exatamente, em 9 de fevereiro de 1939. Abro aqui um grande parêntese para lhes falar um pouco dos antecedentes desta amiga, Apolônia dos Santos Silva, também filha de Heliodoro José dos Santos, marinheiro que veio para o Juazeiro e se tornou ourives, fabricante de instrumentos musicais e fino artesão que lidava com vidros. Heliodoro, romeiro alagoano, casou-se com dona Das Virgens em 1934, e antes de Apolônia tiveram os filhos Maura e Heliodoro Filho, este falecido em tenra idade, nem oito meses alcançara.
Apolônia não conheceu o pai, pois ele veio a falecer quando ela tinha seis meses de idade, por grave enfermidade decorrente do seu artesanato que o levou a impregnar-se nos pulmões com o fino pó de vidro aspirado durante a construção da Coluna da Hora, na Praça Pe. Cícero, entre 1938 e 1939. A viuvez de dona Das Virgens deixou a familia em grande fragilidade emocional e financeira, a ponto de que suas orações e sua grande fé a fizessem determinada na luta pela sobrevivência, sobressaindo-se nestes primeiros tempos a sua iniciação como relojoeira de consertos. Numa noite, sonhou com a alma do seu santo Padre Cícero, de quem fora vizinha na Rua São José, que lhe aparecia com duas lentes de óculos nas mãos e no seu imaginário isto lhe sugeria que ela fizesse desta insinuação, o meio de vida que lhe garantiria o sustentáculo da familia. No dia seguinte, dona Das Virgens procurou o mercado público de Juazeiro e lá encontrou alguém que vendia óculos e trouxe para casa dois deles, com os quais deu partida nas suas atividades que lhe permitiam entender e realizar como se desmonta, corta lentes, monta e conserta armações. Esta história deve ter uns 75 anos, pois naquele tempo estava nascendo, e era o que se poderia dizer, a primeira ótica de Juazeiro do Norte, pelas mãos de uma grande mulher, sensível e religiosa, que pranteou seu marido com um luto fechado, de vestuário em preto, por longos 10 anos. Entre o início de 1940 e o dia 23.03.1967, data em que faleceu dona Das Virgens, de acidente automobilístico no cruzamento com a Rua São Pedro, aquele recanto da Rua da Conceição foi de fato um lugar de oração e trabalho, como se costuma dizer das casas de nossas famílias. Apolônia dos Santos Silva herdou de sua mãe as marcas fundamentais de uma grande figura humana, mulher generosa e profissional habilidosa que ensinou à filha aquela arte de lidar com óculos, desde os 13 anos de idade. Por longos anos a oficina de Apolônia e sua familia foi o socorro instantâneo de tantos de nós que corriamos para um pronto atendimento e terminou por evoluir para um bem sucedido comércio de óculos. Hoje aos setenta e seis anos de idade, Apolônia cumpriu exemplarmente a sucessão familiar, transferindo seu aprendizado autodidático para a filha Ana Jaqueline, fruto do seu casamento com Lourival Batista da Silva, em 1968, de onde vieram também os filhos Rita de Cássia e Caio Doman. No mesmo endereço em que esta familia vive nos últimos 80 anos, a Apolônia Ótica guarda lições vivas da trajetória de dignidade, de respeito e de proficiência, desde os tempos de dona Das Virgens, cujo nome bem poderia ser o de uma das ruas desta cidade de tão curta memória.  
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 06.06.2015)

LIVRO (I)
Sou testemunha de que por muitos anos, o escritor Dimas Macedo, parente de Joaryvar Macedo, tentou encontrar um exemplar do seu primeiro livro, denominado Caderno de Loucuras, impresso na Empresa Gráfica Ltda, em Crato, em 1965, 45páginas. Eu mesmo tive um exemplar destes, mas extraviou-se numa dessas mudanças e não pude fornecê-lo para uma reedição, como planejava. Felizmente, o amigo Anchieta Martinez de Mont´Alverne cedeu seu exemplar, raríssimo, para a reedição pretendida, facsimilarmente. Deste modo, Dimas realizou seu intento, através das Edioções Poetaria, de Fortaleza, com data deste corrente ano, incluindo também menções às agremiações Academia Cearense de Letras, nos seus 120 anos e Academia Lavrense de Letras (Lavras da Mangabeira). Na contracapa desta edição, o organizador transcreve a anotação de Anchieta, nos seguintes termos: “Cadernos de Loucuras”, de autoria de Joaryvar Macedo, foi-me oferecido, se não me engano, em 1965, pelo boníssimo e estimado amigo Dr. Aloisio Teixeira Férrer, quando, juntamente com dois Engenheiros Sanitaristas, colegas meus da CAENE, no Recife, passávamos por Lavras da Mangabeira, com o objetivo de inspecionar o sistema de abastecimento d´água local. Palestrar com o Dr. Aloísio não era só um desejo, mas uma necessidade que se impunha. Cidadão culto e inteligente, amigo e, acima de tudo, prestativo. Estimava-o, sinceramente. Anchieta Martinez de Mont´Alverne, 12.03.1980. A edição foi extremamente reduzida e agradeço penhoradamente ao Dimas a remessa do exemplar. 

LIVRO (II)
Com o selo da Tupynanquim Editora (Fortaleza), Sávio Pinheiro acaba de lançar o texto de “Auto de Meu Padim ou a Reza de Zé Poivinha com Alceu Valença no Horto de Juazeiro”. Ao apresentar a sua obra teatral, Sávio Pinheiro assim a resume: “O genial Maluco Beleza, pessoa inteligente e exótica, com base no êxito de João Grilo da peça Auto da Compadecida de Ariano Suassuna, pensa numa maneira de resgatar para o plano terreno três nordestinos ilustres (José Wilker, Dominguinhos e Ariano Suassuna). Pede ajuda a um poeta popular cearense (Zé Poivinha) e a um cantor pernambucano (Alceu Valença) para entrar em contato, através de orações, com as divindades nordestinas Padre Cícero e Frei Damião, e estes com as forças antagônicas da divindade (Deus e o Diabo). Num embate descentralizado, Luiz Gonzaga e Lampião representanto estes valores espirituais se enfrentam na tentativa de ressuscitar os três heróis nordestinos. No final, um acordo define a ascensão da trindade cultural a um plano espiritual superior e o envio, a cada ser humano, de uma mensagem virtual codificada informando que a população deve seguir o exemplo dos três mestres da arte e da cultura nordestina.

LIVRO (III)
O Pe. João Carlos Perini (SDB) está com o seu mais novo livro em fase de revisão, a ponto de ir para a impressão. Trata-se de “Uma excomunhão que não atingiu Padre Cícero”. Pe. João Carlos empreendeu uma grande busca em muitos documentos, revendo esta fase da vida do patriarca, para concluir, com o indica o seu título. Um assunto polêmico que julgamos tenha pesado no entendimento de autoridades eclesiásticas com vista a reabilitação do Pe. Cícero. Este livro esclarece, penso, definitivamente esta pendência histórica e para isto o prof. Daniel Walker já havia postado neste Portal de Juazeiro um substancioso trabalho a respeito e os dois, definitivamente firmam a mesma conclusão, contribuindo para o nosso entendimento.






LIVRO (IV)
O Cel. José Ronald Brito está mandando para os amigos este seu mais novo livro denominado Momentos, enfeixando anotações biográficas sobre sí e membros de sua ascendência. Sempre com um estilo muito agradável na narrativa, Ronald nos conta muitas historias familiares, bem ilustradas com um acervo fotográfico remissivo à sua vida militar, familiar e de encargos administrativos. Agradeço-lhe por esta atenção e felicito-lhe por esta iniciativa de nos legar bons momentos de leitura com as quais temos nos deliciado por sua trajetória digna e honrada de cidadão exemplar.









LIVRO (V)
Conforme a divulgação, eis o resumo da obra de Emmanoella Pita que acaba de ser lançada: Nesse romance viverá emoções fortes e marcantes com Lis, Martins, Rogério, Paulo e Tâmara... e, sem que perceba, estará com eles, envolvido nas tramas, amores, ambições e generosidade, que farão com que você não consiga largar desse instigante romance. Lis e Martins viveram um amor verdadeiro até caírem em um golpe sórdido, arquitetado meticulosamente por Tâmara, que mudou abruptamente todos os planos de vida juntos, deixando-os sem notícias um do outro por dez anos. Autora: Emmanoella Feitosa Pita Lucena nasceu em 1978, mora no Juazeiro do Norte, Ceará. É casada, tem duas filhas e é comerciante. Sempre foi apaixonada por livros e filmes e, desde criança, tinha esse desejo de um dia escrever o seu livro. Foi na escrita que encontrou a melhor maneira de expressar seus sentimentos, pois durante a criação de “Lis” pôde dar vazão às fantasias e emoções do seu coração. Este primeiro livro significa para ela uma realização de um sonho que há muito tempo vinha sendo construído. Detalhes: Nesse romance viverá emoções fortes e marcantes com Lis, Martins, Rogério, Paulo e Tâmara... e, sem que perceba, estará com eles, envolvido nas tramas, amores, ambições e generosidade, que farão com que você não consiga largar desse instigante romance. Lis e Martins viveram um amor verdadeiro até caírem em um golpe sórdido, arquitetado meticulosamente por Tâmara, que mudou abruptamente todos os planos de vida juntos, deixando-os sem notícias um do outro por dez anos. Contudo, Lis teve sorte de reconstruir sua vida ao lado de Rogério, um homem extremamente bom e totalmente apaixonável e apaixonado por ela. Tudo ia bem, até um reencontro inusitado de Lis e Martins na estonteante Paris, onde trouxe à tona todo o amor reprimido de anos... Mas, e agora? O que fazer quando a verdade que você acreditou durante tantos anos desmorona e revela-se uma mentira? Continuar ou recomeçar? 
(O livro está à venda na AMORA, na Lagoa Seca. E se desejar ler um pequeno trecho, acesse: http://issuu.com/editorabarauna/docs/lis_15)

CORDEL
Cordel é a cara de Juazeiro do Norte. Tudo aqui vira poesia popular. E muitos poetas vão surgindo para falar do cotidiano, do exótico, das coisas fantásticas de ricos personagens da cultura popular. Agora dou conta de um novo poeta que lançou com data de ontem os seus dois primeiros folhetos. Trata-se de Luiz Alberto de Freitas, com os folhetos “O Cearense Invocado” e “O Servidor Público”. 

TAXI EM JUAZEIRO
A municipalidade, através do DECRETO N.º 190, de 01.07.2015, fixou valores das Tarifas do Serviço de Transporte Individual de Passageiros, em veículos automotores (táxis) do Município de
Juazeiro do Norte. E são os seguintes os novos valores para veículos dotados de aparelhos de taxímetros, no âmbito do Município de Juazeiro do Norte: I – TÁXI CONVENCIONAL OU INCLUSIVO: a) – Bandeirada: R$ 3,45 (Três reais e quarenta e cinco centavos); b) – Bandeira 1: R$ 2,13 (dois reais e treze centavos); c) – Bandeira 2: R$ 2,59 (dois reais e cinquenta e nove centavos); d) – Hora Parada: R$ 17,06 (dezessete reais e seis centavos).
A Bandeira 2 poderá ser usada nos seguintes casos: I – das 22:00h (vinte e duas horas) às 06:00h (seis horas) do dia seguinte; II – a partir das 14:00h (quatorze horas) dos dias de sábado; III – aos Domingos e Feriados; IV – em viagens para zona rural e intermunicipais, bem como as corridas iniciadas no Aeroporto Regional do Cariri.
A contraprestação do serviço será efetuada via de regra, por meio de tarifa indicada exclusivamente no equipamento taxímetro do veículo, excetuada a seguinte hipótese: em se tratando de pagamento antecipado pelo usuário.
Nos Pontos de Estacionamento Fixos do Aeroporto Regional do Cariri, Prefeito Orlando Bezerra de Menezes e na estação Rodoviária Interestadual de Juazeiro do Norte, será obrigada a fixação de placas indicativas das disposições referentes à tarifa, junto à área de embarque, sempre em  observância ao modelo estabelecido pelo Setor de Transportes Urbanos – SETUR. 

NOVAS DENOMINAÇÕES DE RUAS
A cidade continua crescendo e surgem novos logradouros e, milagre (?), com muitas ruas estendidas em seu curto território, 95% já urbanizado. Vejam os novos atos de nomeação e homenagens.
LEI N.º 4493, de 30.06.2015, com a qual fica denominada de RUA CONCEIÇÃO MONTEIRO, a rua projetada entre as Quadras “L” e “J” do Loteamento Solar dos Cajueiros, com início na rua projetada e término nos limites do Loteamento Jardim Vila Real II, sentido leste/oeste, no bairro Frei Damião. AUTORIA: Vereador Danty Bezerra Silva; COAUTORIA: Vereador Glêdson Lima Bezerra.
LEI N.º 4494, de 30.06.2015, com a qual fica denominada de RUA AMADEU LEANDRO DE SOUZA, a rua com início na rua Sebastião Palmeira, a primeira rua paralela oeste à Rua Amâncio Barbosa de Souza, no sentido norte/sul, no bairro Pedrinhas. AUTORIA: Vereadora Maria de Fátima Ferreira Torres.
LEI N.º de 30.06.2015, com a qual fica denominada de RUA DOMINGOS RODRIGUES BARBOSA, a primeira rua paralela oeste à rua José Ribeiro Fontes, com início na Avenida Padre Cícero e término na RFFSA, no sentido sul/norte, no bairro São José, zona urbana deste município. AUTORIA: Vereador Glêdson Lima Bezerra; COAUTORIA: Vereador Danty Bezerra Silva.
LEI N.º 4496, de 30.06.2015, com a qual fica denominada de RUA TEREZA LEANDRO DE LIMA, a rua com início na rua Sargento José Marcolino Brasileiro, a primeira rua paralela oeste à rua Moacir Gondim Lóssio, no sentido sul/norte, no bairro Jardim Gonzaga. AUTORIA: Vereadora Maria de Fátima Ferreira Torres.
LEI N.º 4497, de 30.06.2015, com a qual “O inciso L do art. 2.º da Lei Municipal n.º 4099, de 24 de outubro de 2012, que dispõe sobre a criação do bairro Monsenhor Murilo de Sá Barreto e denomina ruas, passa a vigorar com a seguinte redação: “L – RUA DULCIVÂNIA CAVALCANTE FREITAS, a rua projetada 17, sentido norte/sul, com início na rua projetada 44 (rua Taxista Pedro Sérgio de Araújo) e término na rua projetada 38 (rua Edite Cabral Sales), do Loteamento Oásis do Cariri”. AUTORIA: Vereador Glêdson Lima Bezerra; COAUTORIA: Vereador Danty Bezerra Silva
LEI N.º 4503, de 30.06.2015, com a qual ficam denominadas as artérias do Loteamento Green Park, no bairro Campo Alegre, neste município, a saber:
I – RUA EVANDRO CARLOS DA SILVA, (Soldado Evandro), a segunda rua paralela norte à Rua Francisco Medeiros da Silva, com início na Rua Luiz Pedro Gonçalves e término na Rua Edson Gomes Sobreira, sentido oeste/leste, no Loteamento Green Park;
II – RUA HAYANN DE MORAIS DAMASCENO, a primeira rua paralela norte à Rua Francisco Medeiros da Silva, com início entre as quadras “G, E e F” e término entre as quadras “A, E e L”, do Loteamento Green Park, sentido oeste/leste no bairro Campo Alegre;
III – RUA LUIZ PEDRO GONÇALVES, (Luiz Paulo) a rua projetada entre as quadras “A, B, H, F e G” do Loteamento Green Park, com início na rua Evandro Carlos da Silva (Soldado Evandro) e término na rua Francisco Medeiros da Silva, sentido norte/sul, no bairro Campo Alegre;
IV – RUA HIDELGIDO LOPES DE ANDRADE, a segunda rua paralela leste à rua Luiz Pedro Gonçalves, com início na rua Evandro Carlos da Silva (Soldado Evandro) e término na rua Francisco Medeiros da Silva, sentido norte/sul, no Loteamento Green Park, bairro Campo Alegre;
V – RUA EDSON GOMES SOBREIRA, a segunda rua paralela leste à rua Hidelgido Lopes de Andrade, com início na rua Evandro Carlos da Silva (Soldado Evandro) e término na rua Francisco Medeiros da Silva, sentido norte/sul, no Loteamento Green Park, bairro Campo Alegre, nesta cidade; AUTORIA: Vereador Glêdson Lima Bezerra. COAUTORIA: Vereador Danty Bezerra Silva.

RECONHECIMENTO PÚBLICO
Pela LEI N.º 4499, de 30.06.2015, fica reconhecida de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO DOS COMERCIANTES DO MERCADO MOZART CARDOSO, CNPJ/MF n.º 09.472.410/0001-00, fundada em 29 de junho de 2007, como sociedade civil de direito privado, de caráter beneficente e cultural, sem fins lucrativos, de duração indeterminada, com sede e foro no município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, regendo-se por seus estatutos sociais e pelas leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Vereador Cláudio Sergei Luz e Silva