terça-feira, 21 de abril de 2015

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
144: (16.04.2015) Boa Tarde para Você, Claudio Smalley Soares Pereira
Conclui a leitura da Dissertação de Mestrado de Cláudio Pereira, intitulada “Centro, centralidade e cidade média: o papel do comércio e serviços na reestruturação da cidade de Juazeiro do Norte, CE”, da sua Pós-Graduação em Geografia, da Universidade Estadual Paulista - UNESP, em 2014. Claudio Pereira é licenciado em Geografia pela URCA, em 2011, e membro do Grupo de Pesquisa em Produção do Espaço e Redefinições Regionais, da Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias, com experiência em Geografia Urbana, com ênfase em reestruturação e produção do espaço urbano. O prof. Claudio já é Doutorando em Geografia pela UNESP, em Presidente Prudente, e está realizando estágio na Universitat de Lleida, na província da Catalunha, na Espanha, como bolsista com dupla orientação (Brasil/Espanha) pelas professoras Encarnação Sposito e Carmen Sanfeliu. No mestrado, o prof. Cláudio se voltou para a analise do processo de redefinição da centralidade urbana nas cidades médias brasileiras porque isto tem sido bastante investigado e uma grande preocupação para estudiosos do desenvolvimento de cidades emergentes nas últimas décadas. Ele e sua pesquisa buscaram contribuir para o estudo desta temática a partir de Juazeiro do Norte, considerada cidade média pelos seus papéis exercidos na escala da rede urbana, lançando mão de diversos procedimentos metodológicos, como entrevistas, enquetes, trabalhos de campo para o levantamento de uso do solo urbano, e a formação de um acervo documental. Gostaria de elogiar a riqueza de ilustrações que constam neste documento, pela inserção de 39 fotos, remissivas aos aspectos históricos da cidade e de seu comércio, ao qual juntaria mais 13 figuras, 14 quadros, 14 tabelas, 14 mapas, e 6 gráficos, todos de grande expressão e propriedade. Outro ponto de grande envergadura está concebido em entrevistas realizadas com executivos do comércio local, de grandes empresas do ramo varejista, para daí elaborar um histórico da organização, as suas lógicas espaciais, a estrutura da empresa, e o perfil dos seus consumidores. Outras pessoas foram ouvidas, como memorialistas, dentre os quais este seu criado, obrigado, pela matéria que eu escrevi no Jornal do Cariri, em 2011, afirmando que em 1925 o Padre Cícero alertava para a necessidade de Juazeiro ter outro centro comercial, o que se tornou muito verdadeiro, embora na época, ele foi pouco acreditado. Este rico roteiro de informações coletadas na pesquisa contemplou a audiência a diretores da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), representantes do poder público, “ex-políticos”, e cidadãos comuns, para ouvir impressões sobre comércio, transportes, serviços bancários e outros temas. Como conclusões importantes, o trabalho identifica relevantes e novas lógicas locacionais praticadas por agentes econômicos, de governo, comércio e serviços que estão produzindo uma reestruturação da cidade, fato em acentuado curso, em se tratando de atividades econômicas.
No foco das mudanças estão as lojas de eletrodomésticos, os serviços bancários e as grandes áreas comerciais, com super e hipermercados, shopping centers, que tem tido importantes funções no processo de desconcentração da atividade terciária do centro da cidade. A redefinição da centralidade na cidade de Juazeiro do Norte é vista nas práticas relativas ao consumo, mudando os espaços de compras tradicionais que estão acelerando a migração do centro principal da cidade, para novas áreas do Pirajá, Triângulo, e o eixo rodoviário Juazeiro-Crato. Na reflexão do prof. Cláudio, o centro urbano passou a ter uma conformação multi(poli)nucleada, com vários espaços expressando centralidade e possibilitando novos usos da cidade quanto ao consumo que se posiciona em novas áreas de fixação habitacional mais densa. Finalmente, ele conclui que contraditoriamente, algumas práticas espaciais permanecem, tendo ainda as áreas tradicionais de comércio e serviços, no velho centro da cidade, importância para algumas pessoas que convivem com alguns conflitos desta redefinição da centralidade diante do crescimento da cidade. Sem dúvida alguma, este é um precioso documento que deverá integrar a necessária revisão do planejamento urbano que temos que rever e reformular para melhor disciplinar as adversidades que nos puxam, sem que percebamos, para  momentos dramáticos de verdadeiro caos urbano. Claudio Smalley Soares Pereira continua dedicado a esta problemática de Juazeiro do Norte, agora confrontado com Presidente Prudente, no interior paulista, em novo e valioso estudo.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 16.03.2015)

AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
Estamos voltando aos números informados pela Infraero, com respeito a movimentos de aeronaves, passageiros e cargas em nosso Aeroporto. Não há novidades relevantes. Pequenas variações ainda indicam o potencial seguro do equipamento, desde que resolvidas algumas questões pendentes como o parque de estacionamento, a definição de novos voos e destinos. Neste ponto, estamos ansiosos para o início das operações que trarão de volta a rota de Recife e o fortalecimento das que estão em exploração como Brasília e São Paulo. Voltamos também a registrar o movimento de cargas para construir uma série que nos permita fazer algumas avaliações. Por enquanto, o volume de carga no mês anterior estava em 48.663, acumulando em 2015 um valor de 100 toneladas. Agora com ligeiro acréscimo, passamos de 60 toneladas para acumular 160.631 quilos. Faz parte, necessariamente, uma melhor exploração do terminal para cargas, pois o aeroporto se conserva em boa posição, sendo dentre os seus congêneres, domésticos, o décimo quarto em vinte e nove aeroportos. No mais, não se tem nenhuma divulgação pública sobre a questão da remoção de obstáculos, como torres de telefonia, na área cônica das proximidades do aeroporto, como foi amplamente noticiado. Contudo, permanece o impedimento detectado pelo COMAER (Recife), especialmente com respeito ao conflito que se verificou em audiência quando foi notificado que a instalação de algumas destas torres teria sido objeto de aprovação pelo órgão. Depois disto, parece acintoso que na cabeça da pista do aeroporto tenha sido autorizada a construção de um posto para revenda de combustíveis.