sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
120: (16.02.2015) Boa Tarde para Você, Cícero Wagner de Almeida Pinheiro
Fazia bom tempo que não lhe via, meu amigo Ciço Wagner, e no nosso último encontro na Praça você foi direto, sem me dar chance de um abraço, quando me perguntou: O que fazer para salvar o nosso rio Salgadinho? Eu já pus no papel e divulguei as minhas mágoas ao ter visto em 50 anos de contemplação a gradativa degradação deste riozinho de minha aldeia que hoje se apresenta tão completamente descaracterizado, como se fosse parte da nossa rede de esgoto a céu aberto. Se não for uma visão muito simplista, estribada em longos 22 anos com a experiência gratificante de ter aprendido a respeitar o meio ambiente como gestor de uma estação de tratamento de efluentes, e respondendo a seu questionamento, eu enumeraria os seguintes propósitos: Primeiro: Você - Bagada, eu, o prefeito, o vereador, o juiz, o bispo, o delegado, o chefe de família, a dona da casa, o cidadão cumpridor de seus deveres civis e pagador de impostos, todos, enfim, temos de fazer um esforço para não continuar jogando nossas fezes no Salgadinho. Segundo: Não é possível conviver com os lançamentos não autorizados, a propósito de não querer pagar pelo serviço público, sob qualquer pretexto de valores de tarifas, pois afinal que diferença há neste nosso entendimento sobre luz, telefone, água e qualquer outro serviço público e comunitário? Terceiro: É precioso combater este espírito de porco que há onde menos se espera e que vem de espertezas de grandes impactantes como os equipamentos do próprio município, e instalações tais como as industriais, as comerciais e as de serviços. Quarto: Custe o que custar, o Salgadinho precisa de uma grande intervenção que implique na sua revitalização, sem dispensar a necessária canalização urbana, mesmo porque isto permitirá a ocupação de solos que hoje impedem a expansão urbana em certas direções. Quinto: Evidentemente não basta fazer qualquer coisa com o Salgadinho se a infraestrutura de saneamento da cidade não for agregada com um mais amplo serviço de drenagem e a melhoria urgente da Estação de Tratamento da CAGECE. Talvez isto não esgote tudo o que de bom ainda temos para fazer por este riacho, já que ele é parte desta mínima geografia de um município que vive dia-a-dia o agravamento de suas questões ambientais, acentuadas pelos parcos recursos hídricos. A crise da água, como no sudeste, tem mostrado a inadiável necessidade de tratar estes efluentes que emporcam os rios, para que, uma vez tratados, se destinem a reuso humano, controlado, para que não fique a impressão de que vamos novamente beber e tomar banho com esgoto. Foi o que vi outro dia, perplexo, pela voz autorizada de meu antigo mestre de recursos hídricos na USP, prof. Ivanildo Espanhol, a nos falar da necessidade de potabilizar as águas de reuso, lançadas em algum manancial, após o tratamento de bacias de estabilização, como as que temos aqui. Não seria nada estranho, Dr. Cícero Wagner, você que é engenheiro, compreender que necessitamos também constituir mais espelhos d´água em nosso município, como lagos e lagoas de modo a nos ajudar a suportar a agressividade destes efluentes e as perturbações climáticas que vivemos. Mas, não há dúvida, a solução correta para o rio Salgadinho também depende de como temos que enfrentar o que já vem desde o além de nossas fronteiras, de outras contribuições sobre as quais nenhuma ingerência, nem nós nem o nosso poder público tem. Por isso mesmo, ela é cara, é demorada, é complexa e jamais será ação da vontade de um só homem, por maior que seja o seu interesse, determinação e dedicação. Mas, não temos que nos animar ou nos conformar com algo que difira disto, pois o Salgadinho, desgraçada seja a sua situação, simplesmente não pode ser riscado do mapa, nesta pouca Geografia do município, como já nos advertia o Pe. Murilo de Sá Barreto, para que nos façamos alegres, com as muitas Histórias de nossas vidas que temos para contar. Isto tudo é urgente, urgentíssimo, pois esta é uma das coisas que necessitamos fazer por este nosso Juazeirinho, para não deixarmos nada para depois. Nem o futuro que a Deus pertence.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 16.02.2015)

BOA TARDE (II)
121: (18.02.2015) Boa Tarde para Você, Elizabeth Ribeiro Tavares
Eu tenho sido advertido por diversos amigos e até pessoas que me reconhecem pelas ruas que estas crônicas devem lembrar, num tributo muito merecido, e em sinal de resgate da vida e da obra de muitas pessoas ilustradas, e principalmente de anônimos esquecidos, para relevar-lhes nos seus grandes exemplos. Por alguma razão que não se assemelha a nenhuma descriminação de que tenham sido lembradas algumas pessoas do meu afeto comum, eu me penitencio aqui que não tenha sido possível, em vida, saudar nestas crônicas o Francisco Silva (Foguinho), o Francisco de Assis Ferreira Lopes (o Escurinho), e por último, o José Tavares Noca. Ontem, Elizabeth, estivemos ao seu lado e junto de seus familiares durante a celebração da santa missa, no sétimo dia da ressureição de seu pai, José Tavares Noca, falecido aos oitenta e três anos, no último dia 11. Bem imagino como tem sido duro para vocês receber todo este apreço, numa procissão interminável que procura confortar-lhes diante desta ausência que não quer calar, num sentimento próprio do que Rachel de Queiroz já nos estimulávamos a crer: “Somos imortais, não somos imorríveis”. Por estes dias, uns falaram em boa prosa, outros, como Jevan Siqueira, lembraram em poesia, pois ao Zé por todos nós perdido era parte deste clima nostálgico de tantas memórias da ambiência destas velhas amizades, entrecortadas por sons de músicas inesquecíveis. Jevan, por exemplo, Elizabeth, escreveu: “Quando um livro perde a página / Perde o gosto e a poesia / É quando se perde um amigo / Completando sete dias / É um adeus que se deu / foi pra nós um grande adeus / A José e à boemia.” “Sete dias sem o amigo / Nosso Zé Tavares Noca / um amigo sem rasuras / que não era de fofoca / Essa viagem ele fez / Foi direto de uma vez / Sem pular nenhuma grota.” “Seus amigos ainda choram / Zé Tavares sua partida / Nos deixou órfãos e com dor / Que não vai ser esquecida / Se desse certo juntar / Seus amigos pra formar / Outro Zé pra nossa vida...” Nestas circunstâncias, costumo lembrar a carta de Paulo a Timóteo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” Por todos os motivos, Elizabeth, Zé Tavares foi um homem simples e ninguém deixou de nos dizer quanto foi bom e prestativo, alegre e solidário, sendo sempre uma presença desejada, alguém que nos trouxe um clima ameno na conversa e no relacionamento, e por isto vai fazer falta. Por paradoxal que nos posso parecer é esta falta que vai nos consolar, a certeza inevitável que ele nos legou uma perspectiva de busca, aquilo que não deve nos satisfazer apenas pelo necessário, senão pelo fundamental, o que alimenta a nossa luta em todos os momentos de nossas vidas. O Zé Tavares despediu-se de nós e o fez não porque viveu uma vida pequena, superficial e inútil, mas porque soube marca-la com um sinal de paz, com um serviço que foi ao próximo e por um legado que sua família enaltece. Estes fazem e farão falta, Elizabeth, pois não é sendo o famoso que se justifica nesta memória, nesta querência, neste afeto, é aquele que se reconhece pela obra que nos lega e que alegrou e confortou nossas dores e nossos momentos. Foi-se Zé Tavares para a eternidade dos nossos sonhos e em cada um de nós ficou a imagem de um homem bom, um companheiro agradável em todos os momentos mais simples da vida, alguém que não se fez banal, nem banalizou-se no caminho da vida que viveu.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 18.02.2015)
BOA TARDE (III)
122: (20.02.2015) Boa Tarde para Você, Pe. Giuseppe Venturelli
Giuseppe Venturelli, este mesmo que seguimos apelidando de José, filho de Lucia e Giovanni Venturelli, nascido em 26 de agosto de 1944, em Sona, Itália, e ordenado padre em 26 de Março de 1972, em Verona, é este Salesiano que está conosco há uns 15 anos, se mal calculo. Seus amigos mais antigos na missão em Areia Branca, RN, desde os idos de agosto de 1978, falam ainda hoje com certo orgulho, do fato que este José, em demorados 16 anos de trabalhos como Diretor da obra e vigário, terminou se incorporando à história do lugar. Venturelli veio para o Nordeste, sendo um dos pioneiros da nova fronteira missionária que contemplava Areia Branca, Grossos, Tibau e Serra do Mel, construindo casas populares, escola especial, centros juvenis, centros de pastoral paroquial, oficina mecânica e outros marcos. Terminada esta fase importante da vida missionária, o Pe. José, como se referem os potiguares, a Inspetoria do Nordeste o removeu para novo e importante desafio, na direção deste Juazeiro, aqui tendo acumulado funções de responsabilidade em diversos segmentos da Ordem entre nós. Mas foi como administrador do Horto, propriedade secular no topo da Serra do Catolé, que Venturelli termina por legar o melhor do seu empenho, com a construção da ansiosamente aguardada Igreja do Bom Jesus do Horto, edifício proibido desde os idos de 1904. Mas, Pe. José Venturelli deverá ser reconhecido também como alguém que lutou e conseguiu restaurar a Estátua do Patriarca, o velho Casarão do Pe. Cícero, as Muralhas que protegeram o Juazeiro na Sedição de 1914 e a respectiva Casa da Pólvora, as melhorias do Acesso ao Santo Sepulcro e outras obras de arte do sítio histórico. Eu considero importante o seu esforço para melhorar o Museu da Casa do Pe. Cícero, um dos mais visitados museus deste pais, embora me mantenha como um crítico severo do estado em que os Salesianos insistem em deixa-lo à margem de investimentos, ao relevo que ocupa. Agora estamos sabendo que a Pia Sociedade de São Francisco de Sales, a ordem Salesiana, por sua Inspetoria do Nordeste está removendo o Pe. José Venturelli para novos encargos em destino, pelo menos a mim, não revelado. A verdade é que ao lado do nosso entendimento quanto difícil será substituí-lo, não há o que retocar naquilo em que tememos pelo futuro do Horto, como propriedade privada Salesiana, herança de um patrimônio da nação romeira, e sítio de uma das mais amplas responsabilidades sociais existentes entre nós. Para se fazer respeitado e para fazer respeitada a obra que representava, o Pe. José Venturelli feriu muitas sensibilidades, todas contrariadas entre iniciativa privada e poder público, pois foi grosseiro, deselegante, mal educado, truculento, e até pareceu desrespeitoso. Mas, justiça se faça, pois José Venturelli não foi o mal necessário à retomada do Horto como uma parte desta terra sagrada, autêntico refrigério sertanejo, senão o operário de uma grande obra, deste novo templo que consome sangue e suor nordestino, dos afilhados do Padre Cícero. Por isto, Pe. Venturelli, com as minhas desculpas, se assim lhe convenço na minha sinceridade, hoje eu posso lhe afirmar que lhe dedico o respeito necessário ao que você nos deixa, ao daqui sair para uma nova missão, reconhecendo o zelo, o empenho e a responsabilidade por tudo quanto realizou. Não é problema seu, se você nos deixa incertezas e temores que se acendem no alto da serra, se nos parece pouco crível que alguém esteja pronto para sucedê-lo, a ponto de manter a ordem, a paz, e aquele recanto quase paradisíaco, à margem da violência urbana. Desejamos felicidades à sua vida, a estes novos caminhos que a sua Ordem lhe impõe, porque ela sabe, como ninguém, muito mais que nós, quem a este tempo e aos seus caminhos foi o missionário temperado que se forjou na vida destes sertões. O Horto, e tudo o que se configurou no alto da colina, como parte desta Jerusalém terrestre, vai ficar sob as nossas vistas, vigilantes e apreensivas, e a nossa boa vontade para continuar fazendo por sua preservação, para que ela nunca deixe de ser aquela derradeira paragem da utopia sertaneja.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 20.02.2015)

domingo, 15 de fevereiro de 2015

BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
118: (11.02.2015) Boa Tarde para Você, Joaquina Gonçalves de Santana
Naqueles primeiros anos da década de sessenta eu não era senão, como tantos, um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones e vivia a antevéspera de um grande dilema para satisfazer o desejo ardente de meus pais que queriam um engenheiro na família. Mas, como diria Drummond, havia uma pedra no caminho e parecia que ao derredor de sete léguas era muito difícil, encontrar alguém que conseguisse operar o milagre que me fizesse passar a gostar de matemática. Gostava, sim, de História, de Geografia e já lia muito sobre isto, sobre literatura e línguas, mas números, contas, equações e teoremas eram bichos de mais de sete cabeças que infernizavam meus caminhos e os meus planos para o futuro. Foi quando nos apareceu em sala de aula deste Ginásio Salesiano uma professorinha que já conhecia pelas relações familiares, daqueles guardados afetuosos de minha mãe e minhas tias, que vinha para a substituição temporária de um professor titular. Em verdade, dona Quininha, eu tenho pouca lembrança daqueles motivos que a fizeram pelos anos a legenda extraordinária que você se tornou para diversas gerações de jovens que passaram por este estabelecimento, vendo-a operosa e dedicada entre sala de aula e a secretaria do colégio. Para mim, foi o milagre, se assim posso dizer-lhe, a experiência única que me tocou fundo para abrir alguma coisa que não sei onde ficava e que desencadeou toda a mudança que revirou preconceitos e me tornou sensível aos seus conteúdos e ao domínio razoável de seus métodos. Certamente não é misterioso que falemos desta sua habilidade, tantas vezes reconhecida e referenciada, de como sua atividade docente se esmerou pela prática exemplar de organização, de didática e de responsabilidade irretocável nas funções do magistério. Matemática, quero crer, foi apenas um viés expressivo de sua vocação, do seu gosto particular já manifestado precocemente desde os tempos da velha e querida Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, como professora ruralista. Poucos anos depois, e lhe digo isto dona Quininha, com imenso orgulho e gratidão, exatamente por estas mudanças que se operaram, eu voltei para casa trazendo um resultado expressivo de terceiro lugar no vestibular da Escola de Engenharia, nos exames de 1968, incluindo-se aí um grande e surpreendente resultado na prova de matemática. Daí por diante, felizmente como sempre esperei, eu fui feliz e fui sabendo que já não era tão intrincado transitar com as ferramentas dos cálculos numéricos, com os exercícios complexos no plano do infinitésimo, das equações diferenciais e das integrais múltiplas. Devo-lhe isto, eternamente, dona Quininha, porque é parte do meu sucesso profissional, da minha própria vocação docente que não se contentou daí por diante em apenas ser o agente do aprendizado do que a vida lhe proporcionou, para também me dedicar a transferir para outros o que esta matemática em parte nos ensina. Lamento muito que tão pouco hoje nos vejamos, agora que os anos lhe impõe uma vida de recolhimento à sua casa, o trato mais reservado com a família, diante de pequenos achaques que impedem a sua mais livre mobilidade. Mas se isto lhe trás algum conforto neste reconhecimento tão simplório que lhe dedico a esta altura da vida, eu lhe digo dona Quininha, que a senhora foi e continua sendo o meu tipo inesquecível, a criatura admirável que me encantou com esta insuperável capacidade de transformar pessoas. Não tenho dúvidas em testemunhar-lhe que no magistério das escolas por onde caminhou e semeou, e no ministério espiritual a que tanto se dedicou na maturidade da vida, seus exemplos continuam a nos iluminar com estas lembranças ternas e gratas que nos emocionam. Por isso mesmo, dona Quininha, cada um de nós sempre terá histórias para contar destes anjos que nos aparecem em nossas vidas e que jamais se revelariam apenas na frieza dos números da matemática.         
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 11.02.2015)
BOA TARDE (II)
119: (14.02.2015) Boa Tarde para Você, Cícero Andrade
“A Arte é como um filho que nasce, ela é sempre bem vinda e traz com ela muita alegria e um pouco de vida para o seu criador. Nos meus traços nordestinos em nanquim, passei toda a leveza para o traço e, ao mesmo tempo, força no estilo, tanto que acabei criando uma brincadeira de riscar. Não me preocupei com a estética dos personagens para o mundo real, mas fiz deles, figuras verdadeiras do mundo irreal, mostrando o verdadeiro viver nordestino.” Este é o texto que abre a ótima exposição que acontece no Centro Cultural BNB Cariri, aqui em Juazeiro do Norte, oportunidade na qual Andrade Juá está mostrando o que denominou de “Meus Traços Nordestinos em Nanquim”, com a curadoria de Cleiton Araújo. Ele usa um pigmento preto sobre papel branco que já era empregado 400 anos antes de Cristo entre os chineses, oriundo originalmente de excreções de animais marinhos e que hoje tem conotação tecnológica de reações químicas com alcatrão. É uma pequena grande mostra contendo apenas 15 quadros daquilo que o autor expressa como a sua observação de flagrantes do viver nordestino, com altíssimo nível técnico de execução, demonstrando a habilidosa marca de Andrade Juá com o desenho, e a sua versatilidade como ilustrador. Em diversos momentos de sua vida mais recente, Andrade Juá tem-se expressado publicamente sobre a sensação particular, a emoção flagrante de fazer arte, de criar, de alimentar seus sonhos diante da intransferível realidade da batalha pelo feijão nosso de cada dia. A mostra em que reconhece como o sonho realizado é o ápice da vida do artista quando ele também se expõe e se devassa na sua proposta por uma estética, um estilo que o consagre como interlocutor do homem e o meio. Esses traços nordestinos, e bem sertanejos assim expostos, acolhem a observação detalhada das cenas da vida rural, da agricultura de sobrevivência entre chuvas e secas, sem esquecer o fenômeno do cangaço como marca indelével da violência rural e urbana. Aliás, neste particular, a obra momentânea de Andrade Juá parece-me revisar ao seu estilo, as marcas tão apreciadas dos cangaceiros de Aldemir Martins, o genial filho de Ingazeiras, também em nanquim, e que se notabilizou com uma produção vasta como ilustrador de grandes obras da literatura regional, assinalada igualmente por esta notória leveza do traço. Mas o artista é também o poeta, talvez o fingidor de que nos fala o Pessoa, que dissimula na leveza do traço, na quase delicadeza de um entalhe em madeira, como se a obra tivesse a marca inconfundível da xilogravura, e a contundência da expressão fiel de suas angústias. Desde que conheci Andrade Juá, por suas obras como chargista, desenhista publicitário, caricaturista e ilustrador, eu fui tocado pela beleza de suas imagens, pela diferenciação de seus olhares, o que procura conciliar família, sociedade, arte e os momentos difíceis da vida. A sua religiosidade impõe, sem traumas, a gratidão, a reverência, a conformação, a plena adaptabilidade no existir como pessoa, na convivência com amigos, família, trabalho e sociedade, e que experimenta a simplicidade gratificante das emoções no dia-a-dia. Ele vai permanecer, vai ficar, ajuntando seu nome, a legenda que o identifica como um destes mestres das artes plásticas do Cariri, por um registro personalíssimo no desenho, em suas ilustrações, mergulhado na diversidade cultural que esbanja a riqueza deste Vale. A exposição destes mais recentes trabalhos de Andrade Juá vai continua acontecendo no quarto andar do Centro Cultural do BNB Cariri, até o próximo dia 28 deste mês de fevereiro e eu recomendo a todos vocês que não percam a oportunidade para encontrar nesta coleção a sensibilidade de um artista que expressa parte da grandeza desta nossa ambiência cultural caririense. 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 14.02.2015)
NOVOS CIDADÃOS JUAZEIRENSES
Por atos da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, sancionados pelo edil municipal, a cidade declara como honorários dois cidadãos que, conforme rezam os termos das resoluções, merecem-nos pelos “relevantes serviços à comunidade. Vejamos os Atos. RESOLUÇÃO N.º 745 DE 03 DE FEVEREIRO DE 2015, pela qual fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor Francisco Cícero do Nascimento. Autoria: Maria Calisto de Brito Pequeno; Coautoria: Normando Sóracles Gonçalves Damascena - Firmino Neto Calú; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota – José Tarso Magno Teixeira da Silva – José Ivan Benjamim de Moura – Paulo José de Macêdo - Rubens Darlan de Morais Lobo - Antônio Vieira Neto - João Alberto Morais Borges - Antônio Alves de Almeida - José Nivaldo Cabral de Moura – Rita de Cássia Monteiro Gomes – Maria de Fátima Ferreira Torres. RESOLUÇÃO N.º 746 DE 03 DE FEVEREIRO DE 2015, pela qual fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor Francisco Aparecido do Nascimento. Autoria: Maria Calisto de Brito Pequeno; Coautoria: Normando Sóracles Gonçalves Damascena - Firmino Neto Calú; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota – José Tarso Magno Teixeira da Silva – José Ivan Benjamim de Moura – Paulo José de Macêdo - Rubens Darlan de Morais Lobo - Antônio Vieira Neto - João Alberto Morais Borges - Antônio Alves de Almeida - José Nivaldo Cabral de Moura – Rita de Cássia  Monteiro Gomes – Maria de Fátima Ferreira Torres.

Nota: Não encontramos informações biográficas sobre o homenageado Francisco Cícero do Nascimento. Contudo, transcrevemos abaixo um texto encontrado na internet que nos dá informações sobre o homenageado Francisco Aparecido do Nascimento, empresário bem reconhecido em nosso meio.

“K&K COUROS: um misto de história de amor e empreendedorismo. A K&K COUROS é uma marca brasileira de acessórios masculinos e femininos que se utiliza dos melhores e mais exóticos couros, primando sempre pela qualidade e o design inovador, voltado para as últimas tendências internacionais. Foi como uma indústria de fundo de quintal que em 1988 na cidade de Juazeiro do Norte – Ceará, quando ainda namoravam, que o casal Francisco Aparecido e Valdirene Nascimento (hoje Designer, formada em Pedagogia pela Urca Crato – CE, concluindo Designer de Moda pela Enmoda São Paulo e Gestão Comercial pela Leão Sampaio Juazeiro do Norte-CE), iniciaram a história da K & K COUROS. O Sr. Aparecido criava e produzia sapatos, cintos e bolsas artesanais, vendendo-os pelo interior do estado do Ceará a pequenos lojistas, bem como na Feira Artesanal na Beira do Mar, na capital Alencarina. Outra parte era comercializada pela Sra. Valdirene, na faculdade do Crato – CE, quando ainda cursava Pedagogia. Com o aumento da ocorrência, decidem inovar. Ao identificarem a necessidade atual do mercado, passam a produzir somente carteiras masculinas e femininas. A empresa passa a ser regulamentada somente em 1991, com o nascimento de seus filhos Kelvyn e Klécia, daí a origem do nome K & K COUROS. Em 1995 têm sua própria, um galpão de 150m², contando com 25 colaboradores e a K&K COUROS começa a se destacar na região nordeste mais precisamente em Recife-PE. No mesmo ano, expande suas atividades com uma nova parceiria e passa a produzir em grande escala para um rede de lojas com sede em Fortaleza-CE, aumentando sua estrutura física para 300m². O crescimento de 100% em produção, proporciona a empresa mais um salto, obtendo assim um espaço de 600m² bem estruturado e gerando mais de 100 novos empregos, com um total de 250 pessoas. Decisões importantes fizeram a diferença no sucesso da empresa. Investiu-se na alta qualidade dos produtos, desde a seleção de matérias-primas ao design moderno e retornaram às origens, lançando no seu mix de produtos uma belíssima coleção de bolsas masculinas e femininas, que não só fortaleceu a marca como também seus produtos ganharam status. A empresa cresce 200% em 2011 e percebe a necessidade de expandir sua estrutura física. Após várias tentativas frustradas em conseguir apoio para construir uma nova sede, junto aos órgãos Estaduais e Municipais, por acreditar no seu potencial, compra um terreno de 20.000m² para realizar o sonho de indústria modelo, visando não somente dar continuidade ao crescimento da marca, bem como a capacitação de seus parceiros e a realização de projetos sociais. m 2012 nasce a loja K & K COUROS no Cariri Garden Shopping, Juazeiro do Norte-CE e a ideia de transformar o seu negócio em franquias, objetivando o reconhecimento da marca e a difusão de todo know-how adquirido ao longo dos anos.

TESE DE DOUTORADO



 
 
Em novembro do ano passado foi julgada no UFRJ, Rio de Janeiro a tese “A DÁDIVA DA IMAGEM, as promessas como produção de pessoas e objetos (etnografia em Juazeiro do Norte)”, de Thiago Zanotti Carminati, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, como requisitos à obtenção do título de Doutor em Antropologia, sob a orientação do prof. Marco Antonio Gonçalves. A Tese foi aprovada pela seguinte comissão: Presidente: Prof. Dr. Marco Antonio Gonçalves (Orientador), Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia/IFCS/UFRJ; Profa. Dra. Els Lagrou (Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia/IFCS/UFRJ); Prof. Dr. Cesar Gordon (Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia/IFCS/UFRJ); Prof. Dr. Carlos Alberto Steil (Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/UFRGS); Profa. Dra. Rose Satiko Gitirana Hikiji (Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/USP); Suplente: Profa. Dra. Patrícia Pereira Pavesi (Universidade Federal do Espírito Santo/UFES); Suplente: Profa. Dra. Maria Laura Cavalcanti (Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia/IFCS/UFRJ). Eis o Resumo da Tese: Esta tese é uma etnografia sobre a produção de pessoas e objetos no mundo das promessas de Juazeiro do Norte. Aproximando-se do ciclo cerimonial e festivo das romarias através de suas imagens, a etnografia encontra a ‘promessa’ como o modo de conceituação comum para atividades aparentemente antitéticas permitindo, portanto, a reflexão dos rituais de promessas para além de uma prática de desobriga, mas como práticas generativas da produção de socialidade e de agenciamentos cosmológicos. Percebeu-se, assim, em analogia ao sistema das dádivas, que a intensidade com a qual o mundo artefato visual de Juazeiro é construído surge como um efeito das promessas em sua qualidade de trocas mediadas e não mediadas, pois o que se espera do contato entre pessoas, objetos e imagens é a influência direta entre mentes e corpos. Nesse sentido, a tese retoma a história do Padre Cícero, argumentando com dados etnográficos sua forma particular de instanciação na cosmologia católica. O poder das imagens é argumentado desde os primeiros usos da fotografia pelo próprio Padre Cícero que, de então, eclipsa este mundo fixando-se em ‘iconografia continente’. Desse modo, a observação participante foi direcionada para os espaços onde a presença do Padre se faz em relação aos objetos de promessa. Descobre-se, então, que o “presente” da promessa é a presença, a dádiva que a imagem permite; a eficácia que sua existência garante. Por fim, discutindo o estatuto destes objetos, classicamente apreendidos como ex-votos, a tese propõe outras aproximações conceituais capazes de dar relevo à criação, à individuação e a pessoalidade. Palavras-Chave: Etnografia. Imagem. Ritual. Noção de Pessoa. Cultura Material. Romaria. Juazeiro do Norte-CE. Nordeste.
Observações: O autor Thiago Zanotti Carminati, tendo sido aprovado em concurso para a área de Antropologia, na URCA, acaba de ser nomeado em ato do governador Camilo Santana e deverá assumir brevemente. Os que desejarem acessar o documento em pdf para sua leitura poderão ir para o link e fazer o dowload necessário, pois é seguro:
 
AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
Como em meses anteriores estamos tomando os resultados disponíveis no site da Infraero para divulgar a performance do Aeroporto de Juazeiro do Norte, com respeito a movimentação de passageiros (embarcados e desembarcados, mensalmente e nos últimos doze meses), aeronaves (pousos e decolagens, nos mesmos períodos e cargas (movimentação que apenas iniciamos no fim do ano passado, e que deveremos apresentar mês a mês e proximamente o acumulado nos últimos doze meses). Observo que os dados de cargas são na unidade de quilograma. No geral, um pouco mais ocioso, face ao enceramento de alguns voos e a retirada de empresas, o Aeroporto continua exibindo a mesma performance que em meses anteriores. Nada há a ser observado senão as atenções que ultimamente vieram a conhecimento pelo noticiário dando conta dos impedimentos de algumas torres no espaço aéreo de influência do aeroporto que se espera sejam resolvidos a contento para que não haja impedimento na tramitação de um novo projeto de ampliação do nosso Aeroporto. Outro fato relevante é que parece estar interessando à Azul a retomada de um voo com o destino de Recife, fato lamentável acontecido no ano passado. No mais não há nenhuma novidade com respeito a novos voos ou outras operadoras no Aeroporto. Nos últimos 12 meses o número de usuários do Aeroporto atingiu cerca de 410.838 passageiros (embarcados/desembarcados)  em 7.165 operações de pouso/decolagem. Isto oferece uma média de ocupação da ordem de 57 passageiros/operação. Mas no mês de Janeiro houve uma pequena melhora neste desempenho,  elevando esta ocupação para 66 passageiros/operação.
 
 

 
 
 
 
 
 
 


















terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
116: (07.02.2015) Boa Tarde para Você, Wilson Pereira

O tempo corre e em breves dias, a 11 de Maio, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos vai completar 163 anos, criada com a primeira linha telegráfica brasileira, no Departamento de Correios e Telégrafos, há 46 anos autarquia federal, hoje nomeada, simplesmente, como os Correios. Não vamos longe, historiando fatos, meu caro Wilson, senão atestando que é pouco provável que exista no conhecimento e no conceito do povo brasileiro uma instituição que goze de tanta credibilidade quanto esta que você serve com tal dedicação. Esse patrimônio inquestionável passa por gente como você, meu amigo, estimado carteiro sempre aguardado por esta nossa Rua São José, por ser parte deste exercido diário de mais de cento e vinte mil servidores dos Correios. É sempre muito gratificante, Wilson, encontrar em qualquer avenida, rua ou viela deste país alguém que se identifica visualmente pelo serviço que esta empresa se empenha em realizar em nome do desenvolvimento de nossa nação. Essa famosa credibilidade resiste aos temporais pelos quais já passaram greves, paralizações, e toda a sorte de reclamações partidas de seus usuários para se afirmar como algo que raramente a abalou. Não é que não haja um motivo só, pois você sabe, Wilson, que as queixas se acumulam em razão de prazos nas entregas de encomendas, de documentos, de mercadorias, extravios e erros nas entregas de correspondências, coisas referidas por todos nós. É intrigante saber que estes acontecimentos, que seguramente comprometem a qualidade e a eficiência dos serviços, parecem não afetar esta crença de que os Correios, apesar dos pesares, merecem a nossa fé e o nosso reconhecimento. Lembro, particularmente, o Sedex como um destes serviços, para encomendas expressas que devem chegar a destino seguro em pouquíssimo tempo, algo diferenciado da mais de uma centena de produtos oferecidos. Como se justifica que uma encomenda com esta tarifa, tão bem remunerada, possa demorar setenta e duas horas para ser entregue em Fortaleza, se há transporte rodoviário regular da Empresa, e de terceirizados, além da rota aérea? Não sei se você sabe, Wilson, mas ainda nos anos 60, um juazeirense empreendedor, criou o primeiro e bem referido serviço nacional de encomendas expressas, que eu usei muitas vezes para remeter documentos de Fortaleza para o Rio de Janeiro e não demorava mais que 24 horas. Mas, deixemos isto de lado, pois não lhe cumprimento nesta tarde, Wilson, para lhe fazer portador autorizado a reproduzir a minha queixa abusada nestas mal traçadas linhas. Exatamente porque eu nunca tardei em me associar a toda esta vontade do povo brasileiro em credenciar com respeito e reverência os serviços postais que utilizamos, mesmo nestes tempos de internet. E olha que poucos de nós sabemos o que há por trás de toda esta organização, como o seu Código de Ética, preconizando com grande transparência os seus princípios fundamentais, e as relações no ambiente de trabalho com os clientes, fornecedores, parceiros, governo, instituições, sociedade e concorrentes. Gostaria de me dirigir especialmente a você, Wilson, este caririense exemplar, carteiro de 25 anos de batente diário, exilado por longos anos na Paulicéia desvairada e que finalmente retornou à terra querida pela sonhada transferência. Para louvar esta sua dedicação aos Correios, esta fidelidade e este empenho, nem precisaríamos saber mais que duas ou três coisas a seu respeito. Fiel a esta vocação de serviço, você completou suas bodas de prata na Empresa, e ainda fez seus estudos universitários em Letras com habilitações em literatura brasileira, inglesa e espanhola. Sem dúvida alguma, Wilson, isto é parte surpreendente do perfil de um grande servidor que diariamente percorre a minha rua distribuindo simpatias e boas notícias guardadas em pequenos envelopes que nos chegam com a responsabilidade devida, como se ali tivesse ouro em pó.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 07.02.2015)

BOA TARDE (II)
117: (09.02.2015) Boa Tarde para Você, Elvis Pinheiro

Das gratas satisfações do ano passado, uma delas, Elvis, foi saber da sua existência, e mais que isto conhecê-lo, ainda que tão superficialmente, para saber da importância de sua completa dedicação à animação cultural deste nosso Cariri. Isso se faz presente entre nós, hoje com tanto vigor, porque você, um cinemeiro por vocação, de esmerado conhecimento e tanto gosto, assumiu para si esta tarefa de grande prazer em realizar pelo cinema, e em diversas salas dos espaços culturais da região, o fórum permanente que a arte sempre permite. Recebi na última, e tão privilegiada sessão de cinema, a 21ª edição, a mais recente de Sétima - Revista de Cinema, de cuja leitura isto me permitiu conhecer um pouco mais deste seu grande trabalho, por algo que a mídia sempre nos lembra de que é a maior diversão. Sem historiar, exatamente porque você, Elvis, deve saber da minha grande ignorância por seu itinerário, refiro-me ao que se programa entre este mês de fevereiro e o seguinte de março, como agenda de cinema alternativo que invade o Cariri e se afirma como dos seus melhores momentos. É necessário divulgar aqui, e insistir em tantas outras instâncias, o grande serviço que você promove, e com larga competência, entre as sessões do Cine Café, do Centro Cultural BNB Cariri, nas tardes de sábados. Mas, igualmente se deve dizer de quanto isto se apresenta tão diverso com o Cine Café Volante, em Nova Olinda, do Cinerama do SESC Crato, e do Cinetatógrapho do SESC Juazeiro, sem falar do Grupo de Estudos que se reúne neste último, para debater temas dos interesses desta sétima arte. Portanto, Elvis Pinheiro, tem o cumprimento desta tarde o dever de fazer a desnecessária louvação destes grandes méritos a alguém como você que por estudos, análises, planejamento e execução, nos conduz a uma permanente inserção ao grande valor do cinema e que foge, frequentemente, à massificação dos esquemas de exploração meramente comercial. Isto é importante para alargar o nosso conhecimento para além daquele vício que nos cativou ao consumo de Holywood, mercê do acordo comercial de Luiz Severiano Ribeiro e Harry Stone, e nos tirou por muitas décadas os olhares sobre o cinema do impressionismo francês, do expressionismo alemão, do surrealismo espanhol, do neorrealismo italiano, e das novas estéticas dos países emergentes, sobretudo os do Sudeste Asiático, da América do Sul e do Oriente Médio. De tudo quanto você tem realizado com grande esforço, mas também com a compreensão dos centros culturais e seu apoio financeiro, destaco a acolhida que permite a exibição de mostras as mais representativas, como esta que apenas se iniciou, em busca da Ditadura Militar Brasileira Revisitada, com a exibição de documentários e filmes de grande importância. A sua abertura com a exibição do extraordinário documentário, “O Dia que Durou 21 Anos”, mostrou para nós a participação do governo dos Estados Unidos na preparação, desde 1962, do golpe de estado de 1964, e tudo o que de mais dramático aconteceu a esta nação até à sua redemocratização. Felizmente, o Cariri se abriga na sua competência para que o cinema seja para nós algo que permanentemente nos auxilia no exercício necessário da nossa crítica, da nossa própria formação cidadã, como agentes desta construção necessária que nos torna formadores de opinião. Desejo, em nome de todos, se assim não recorro ao excesso do voluntariado, para agradecer-lhe publicamente por tudo isto que você, Elvis Pinheiro, vem realizando pelo cinema alternativo no Cariri, oportunizando tantas exibições, debates e o nosso próprio crescimento. Permita-me que lhe diga que está sendo um grande prazer conhecê-lo ainda mais, para hoje continuar privando e usufruindo um pouco mais intimamente desta sua missão civilizadora, pois se não me fizer nenhuma censura, até diria que se você não existisse, seria necessário inventá-lo. Nós caririenses, sua plateia fiel e agradecida, estamos sempre ansiosos e atentos na expectativa do próximo espetáculo, na certeza de que este ainda não será a última sessão de cinema.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 09.02.2015)

MOSTRA A DITADURA REVISITADA
O Cinematógrapho (SESC, Juazeiro do Norte), com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, iniciou na semana passada a Mostra A Ditadura Militar Brasileira Revisitada, com a exibição do filme O Dia que Durou 21 Anos (Brasil, 2012). Na próxima quarta feira, dia 11, a Mostra exibirá o filme Hoje é dirigido por Tata Amaral (Brasil, 2011), com duração de 90 minutos. Elenco: Denise Fraga como Vera; César Troncoso como Luiz; João Baldasserini como Carregador  1; Pedro Abhull como Carregador 2;  Lorena Lobato como Síndica;  Cláudia Assunção como Antônia. Sinopse: Em 1998, Vera (Denise Fraga) está se mudando para um novo apartamento, na região central de São Paulo, que conseguiu comprar devido a uma indenização que ganhou do governo brasileiro em decorrência do assassinato do marido Luiz (César Troncoso). A perda de seu companheiro ocorreu na época em que ambos eram militantes contra a ditadura militar no Brasil e, enquanto a mudança ocorre, ela vê o fantasma de Luiz, fazendo com que se recorde das torturas sofridas por ambos na época do regime militar. Crítica: Foi curiosa - e acertada - a escolha do título do quarto longa metragem de Tata Amaral. Apesar de ser um filme sobre o passado, ou ao menos sobre o impacto deste na vida de uma mulher, o nome Hoje retratar bem a realidade de quem sofreu duramente nas mãos da ditadura. Ao contrário do que a Lei da Anistia e algumas correntes políticas nos querem fazer acreditar, o regime militar no Brasil não é uma página completamente virada em nossa história e as pessoas que sofreram diretamente através de tortura ou perda de parentes e amigos continuam muito marcadas por isso, por mais que já tenhamos mais de 20 anos de democracia. O "hoje" do título faz menção justamente à presença do passado no presente e são questões como estas que são a força da produção, que não se utiliza de técnicas de linguagem batidas como flash backs ou reconstituições. Reflexões sobre indenização monetária para pessoas que sofreram com a ditadura e sobre a ausência de punição para os torturadores estão em foco no longa, transformando-o em algo que merece ser conferido. Alguns problemas claros no desenvolvimento comprometem, principalmente na tentativa de investir em um ministério cuja a solução é óbvia desde o primeiro segundo em que o personagem aparece em cena, mas ainda assim a fotografia excelente de Jacob Solitrenick (em especial na bela tomada final) e a trilha contida de Livio Tragtenberg ajudam a manter os expectador preso do filme.  O mesmo pode ser dito com relação às atuações de Denise Fraga e César Trancoso. Conhecida por papéis cômicos em produções como O Auto da Compadecida e Como Fazer um Filme de Amor, Fraga reforça com sua performance em Hoje que está muito longe de ser uma atriz de um só gênero. Em seu papel mais intenso e dramático, ela se entrega a uma personagem que não necessariamente irá conquistar o público, mas que provavelmente despertará muito interesse e curiosidade. Marcado pela atuação em O Banheiro do Papa, o uruguaio César Trancoso também faz bonito, embora seu papel seja menos significativo. O ator, que parece em lua de mel com o cinema brasileiro e já está confirmado em novas produções como Faroeste Caboclo e Circular, é um dos nomes mais talentosos do cinema latino-americano e só colabora para aumentar a qualidade do longa de Tata Amaral. Hoje é uma adaptação do livro "Prova Contrária", de Fernando Bonassi, mas curiosamente o roteirista Jean-Claude Bernardet não leu a obra literária para escrever o filme. Ele preferiu levar para as telas as impressões passadas pela cineasta, o que mostra que a trabalho de Amaral vai bem além de apenas sentar na cadeira de diretora, sendo responsável direta pela concepção da ideia inicial. Rubens Rewald e Felipe Sholl aparecem como co-roteiristas. Contando com sequências bem originais, em especial àquelas que utilizam-se da projeção para interagir com o que está sendo dito ou lido pelos personagens - algo confessadamente inspirado no curta Superbarroco, de Renata Pinheiro -, o longa é passado inteiramente em um apartamento, lembrando um pouco Cabra Cega, que também aborda a questão da ditadura. Em alguns momentos parece teatral demais, mas nunca banal. (Lucas Salgado, http://www.adorocinema.com/filmes/filme-202661/criticas-adorocinema/)
A mostra estará acontecendo sempre às 4as feiras, às 19 horas, no SESC Juazeiro do Norte-CE, com entrada gratuita. A abertura da Mostra contou com um bom público e ao final da exibição aconteceu um momento de reflexão e de debate sobre o documentário. Este fato se repetirá a cada nova apresentação.

REQUERIMENTO
João Borges (Foto de Beto Fernandes
Blog de Juazeiro)
No dia de hoje o vereador João Alberto Morais Borges estará protocolando na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte o seguinbte requerimento dirigido ao sr. Prefeito Municipal de Juazeiro do Norte: Ao Senhor Prefeito Municipal, Raimundo Antônio de Macêdo. Venho, respeitosamente, através do presente requerer de Vossa Excelência a implantação de um programa de leitura nas bibliotecas e escolas públicas da rede municipal de Juazeiro do Norte. O ensino da cultura e da história dos municípios e do Estado Ceará nas escolas é obrigatório. Entretanto, os livros didáticos adotados nas escolas do Nordeste cumprem diretrizes dos Parâmetros Curriculares do MEC - Ministério da Educação e são, na quase totalidade, livros produzidos por autores e editoras do Sul e do Sudeste contemplando temáticas nacionais e internacionais, conforme estejam voltados para a História ou a Geografia Mundial ou do Brasil, não descendo a detalhes fundamentais para a compreensão do aluno, em relação ao chão onde pisa. Estes livros, mesmo sendo de grande importância não contribuem para o conhecimento local em si, tampouco para a conexão dos fatos históricos ou da Geografia, bem como da Economia e da Cultura de Juazeiro do Norte com os conteúdos disponíveis nestes livros adotados, criando-se um clima de desconhecimento e de alienação da realidade local, não contribuindo para o saber nem para a autoestima do aluno. Sugerimos que este programa comece pela aquisição dos seguintes títulos voltados para o conhecimento da história, da geografia, da cultura e da economia do município de Juazeiro do Norte e região, a saber: 01. Pedro Bandeira do Juazeiro – Org. Lucinda Marques; 02. O Nordeste nas Canções de Luiz Gonzaga – Adelson Viana et alli; 03. Patriarca do Juazeiro – Mons. Azarias Sobreira; 04. História da Independência de Juazeiro do Norte – Daniel Walker; 05. Milagres de Joaseiro – Ralph Della Cava; 06. Antes Qu’eu me Esqueça (Volumes 1, 2, 3, 4, 5 e 6) – Renato Casimiro; 07. Padre Cícero do Juazeiro (Antologia) – Raimundo Araújo; 08. Pe. Cícero, por ele mesmo – Ana Tereza Guimarães e Anne Dumoulin; 09. Padre Cícero, entre rumores e verdades – Paulo Machado; 10. Caminhadas com o Padre Cícero – Geraldo Menezes Barbosa. Acrescento a importância de adquirir para cada biblioteca pública ou escolar de Juazeiro do Norte uma coleção com os principais títulos de Literatura de Cordel sobre Juazeiro do Norte, sejam folhetos e romances clássicos, históricos sejam títulos atuais, valorizando assim a tradição de juazeiro como principal centro de produção e difusão desta importante expressão da poesia nordestina, desde a importante contribuição do empreendedor poeta e editor José Bernardo. Para que surta o efeito desejado dos pontos de vista cultural, pedagógico e didático sugerimos que sejam adquiridos pelo menos dez volumes de cada um destes títulos para cada biblioteca pública e/ou escola pública municipal e pelo menos um kit com os dez livros para cada professor da Rede Municipal de Ensino. Para coroar de êxito o tão auspicioso programa educativo-cultural sugerimos que a Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte realize um seminário de capacitação dos professores com autores e editores destes livros citados para que nossos mestres fiquem devidamente habilitados a repassarem estes conteúdos nas suas salas de aula. Na certeza do bom acolhimento, fico no aguardo da vossa decisão. Nestes Termos, Pede Deferimento. Juazeiro do Norte, 09 de Fevereiro de 2015. João Alberto Morais Borges, Vereador.

 

sábado, 7 de fevereiro de 2015



OUVIDOR GERAL DO JUDICIÁRIO
O desembargador Raimundo Nonato Silva Santos, integrante da 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), assumiu as atribuições de ouvidor-geral do Judiciário estadual para o biênio 2015-2017. A solenidade de posse ocorreu nesta terça-feira (03/02), na Presidência do Tribunal. A designação do desembargador Raimundo Nonato foi aprovada pelo Órgão Especial durante reunião realizada no dia 29 de janeiro. O magistrado substitui a desembargadora Maria Edna Martins, que exercia as funções desde julho de 2014. O novo ouvidor anunciou dois grandes desafios: “uma Ouvidoria proativa, com atuação no Fórum da Capital e nos fóruns das comarcas do interior, e uma Ouvidoria de gestão, identificando os problemas e as deficiências dos juízes de 1º Grau de jurisdição, para, em seguida, buscar soluções junto à Presidência”. A Ouvidoria, segundo o desembargador, realizará um trabalho de apoio ao descongestionamento dos processos acumulados no 1º Grau. O magistrado também defende a interiorização das ações, mediante a criação de quatro polos regionais. Para a presidente do TJCE, desembargadora Maria Iracema Martins do Vale, o desembargador Raimundo Nonato, “que realizou brilhante trabalho como ouvidor do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, certamente empenhará com o mesmo afinco sua missão como ouvidor-geral do Judiciário cearense”. Prestigiaram a solenidade os desembargadores Teodoro Silva Santos, Carlos Alberto Mendes Forte, Francisco Barbosa Filho, Paulo Francisco Banhos Ponte, Francisco Gladyson Pontes, Paulo Aírton Albuquerque Filho, José Tarcílio Souza da Silva, Haroldo Correia de Oliveira Máximo, Inácio de Alencar Cortez Neto e a ex-ouvidora-geral, desembargadora Maria Edna Martins. ATRIBUIÇÕES: A Ouvidoria Geral é um canal direto de comunicação entre a sociedade e o Poder Judiciário, que visa garantir um relacionamento democrático entre o Poder e a população e sugere medidas de aprimoramento da prestação de serviços jurisdicionais. Também tem competência para diligenciar, perante os diversos órgãos do Poder Judiciário, as reclamações, informações e sugestões dos cidadãos, identificando causas e buscando soluções. No período de janeiro a dezembro de 2014, a Ouvidoria recebeu 4.282 manifestações, sendo 97% delas por e-mail. O órgão está localizado no 2º andar do Palácio da Justiça, no Cambeba. Junto à Ouvidoria também funciona o Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), instituído pela Portaria nº 980/2012, cuja competência remete à Lei de Acesso a Informação (Lei nº 12.527/2011). PERFIL: Raimundo Nonato Silva Santos nasceu em Juazeiro do Norte, a 535 km de Fortaleza. Ingressou na magistratura em 1992, como juiz substituto da Comarca de Jaguaretama. Atuou ainda nas Comarcas de Russas e Sobral, sendo promovido para Fortaleza, em 1997, por merecimento. Na Capital, iniciou na 2ª Vara do Júri, sendo transferido no ano seguinte para 26ª Vara Cível. Também presidiu junta eleitoral e atuou como juiz auxiliar da Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua. Tomou posse como desembargador em 26 de julho de 2013.

PADRE CÍCERO & UNIÃO DOS PALMARES
A procissão da padroeira de União dos Palmares, Santa Maria Madalena, reuniu no final da tarde desta segunda-feira, 2, mais de 30 mil fiéis. A festa que completou 180 anos, dura onze dias e nesse período são realizadas procissões, missas e uma vasta programação cultural. No dia 2 de fevereiro, dia consagrado a padroeira, milhares de pessoas se reúnem para homenagear Santa Maria Madalena. Durante a manhã, foi celebrada uma missa solene na Igreja Matriz, presidida pelo Arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz e padres convidados. Antes da procissão, os fiéis se concentravam na Praça Basiliano Sarmento. Muitos usavam roupas brancas e pretas, alguns estavam descalços, vestidos de freira, além de outras formas de pagar as graças alcançadas junto à padroeira. O momento mais esperado é à saída da procissão. A emoção era visível nos olhos das pessoas que esperam o ano todo para agradecer e fazer pedidos de oração. Esse ano dezenove charolas percorreram as principais ruas da cidade, durante uma hora e meia. Pelo segundo ano a imagem do Padre Cícero, considerado o padroeiro do Nordeste, mas ainda não reconhecido santo pelo Vaticano, participou da procissão. Os devotos estavam com chapéus de palha e camisas com a imagem do padre, que foi bastante ovacionado pelas pessoas.  Diversas autoridades participaram do evento, o Prefeito do Município, Beto Baía, esteve na procissão ao lado da sua esposa, Conceição Baía, seu irmão Eduardo Baía e a secretária de Assistência Social, Rita Baía. O vereador Bruno Praxedes, também participou do ato religioso, ao lado da família. Para o Prefeito Beto Baia, esse momento representa a renovação da fé de milhares de palmarinos. “A festa de Santa Maria Madalena é um momento único, onde as pessoas se voltam à padroeira para agradecer e fazer pedidos de bênçãos para todo o ano”, disse. Na noite do dia 2, uma grande queima de fogos de artifício e os shows das bandas Conexão Latina e Forró Cheia de Charme, encerraram a Festa na Praça Basiliano Sarmento. Na terça-feira, 3, aconteceu a procissão de descerramento da bandeira, que esteve durante toda a festa hasteada no mastro. O evento iniciou-se às 20 horas, saindo da Praça Basiliano Sarmento em direção a Casa Paroquial.
(João Paulo Farias, texto-fotos, especial para a Tribuna União)

MOSTRA A DITADURA REVISITADA
O Cinematógrapho (SESC, Juazeiro do Norte), com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, iniciou ontem a Mostra A Ditadura Militar Brasileira Revisitada, com a exibição do filme O Dia que Durou 21 Anos (Brasil, 2012), Direção e roteiro de Camilo Tavares, com duração de 77 minutos. O Dia que Durou 21 Anos é um documentário brasileiro, dirigido por Camilo Galli Tavares (Cidade do México, 1971), sobre a participação do governo dos Estados Unidos na preparação, desde 1962, do golpe de estado de 1964, no Brasil. O filme tem como ponto de partida a crise provocada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, e prossegue até o ano de 1969, com o sequestro do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, por grupos armados. Em troca de sua libertação, 15 presos políticos são soltos e posteriormente banidos do país. Um deles, o jornalista Flávio Tavares, 27 meses depois de se radicar na Cidade do México, seria pai de Camilo, o cineasta cujo nome é uma homenagem ao padre católico e guerrilheiro colombiano Camilo Torres, morto em 1966. O Dia que Durou 21 Anos produzido pela PEQUI FILMES estreou nos cinemas brasileiros em 29 de março de 2013 e teve também uma versão para televisão, exibida anteriormente, dividida em três episódios de 26 minutos cada. A mostra estará acontecendo sempre às 4as feiras, às 19 horas, no SESC Juazeiro do Norte-CE, com entrada gratuita. A abertura da Mostra contou com um bom público e ao final da exibição aconteceu um momento de reflexão e de debate sobre o documentário. Este fato se repetirá a cada nova apresentação.


CINE CAFÉ NO CCBNB
Sábado, 07.02, às 17:30 horas no Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, o Cine Café estará exibindo o filme O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the lamb) (USA, 1991). Ele é um filme do gênero suspense, dirigido por Jonathan Demme. Elenco: Jodie Foster como Clarice Starling; Anthony Hopkins como Dr. Hannibal Lecter; Scott Glenn como Jack Crawford; Ted Levine como Jame "Buffalo Bill" Gumb; Anthony Heald como Dr. Frederick Chilton; Brooke Smith como Catherine Martin; Kasi Lemmons como Ardelia Mapp; Frankie Faison como Barney Matthews; Diane Baker como Senadora Ruth Martin; Tracey Walter como Lamar; Charles Napier como Tenente Boyle; Danny Darst como Sargento Tate; Ales Coleman como Sargento Jim Pembry; Dan Butler como Roden; Paul Lazar como Pilcher; Ron Vawter como Paul Krendler; Roger Corman como Diretor do FBI Hayden Burke; George A. Romero Agente do FBI lotado em Menphis ( não creditado); Chris Isaak como Comandante da SWAT; Harry Northup como Sr. Bimmel; Masha Skorobogatov como jovem Clarice Starling. Sinopse: Clarice Starling é uma jovem agente do FBI escalada para entrevistar um criminoso terrível, inteligente e violento, com a intenção de capturar um assassino em série que está solto, matando mulheres. Como elemento de ligação entre os crimes, apenas uma inusitada pista: casulos de uma mariposa tropical eram encontrados no interior dos corpos das vítimas. O assassino sequestra a filha de uma senadora, Ruth Martin e, com isso, todo o aparato policial é mobilizado para sua captura. Para fazer o perfil psicológico do seqüestrador, Clarice serve-se de um sociopata, Hannibal Lecter, condenado à prisão perpétua por nove assassinatos e detido há mais de oito anos. Tem início um jogo de pistas e enigmas que elevam a tensão do filme, onde Hannibal, um ex-psiquiatra que se tornara canibal, consegue engendrar uma espetacular fuga. O seqüestrador é um transexual que, insatisfeito com sua forma física, planeja construir para si uma segunda pele feminina, servindo-se das peles de suas vítimas. Sua última vítima era justamente a filha da senadora, que é aprisionada num poço aberto no porão de uma velha casa. Seguindo as pistas do psiquiatra-canibal, Clarice passa a concentrar suas investigações na primeira vítima do serial-killer: aquela que despertara sua cobiça deveria viver próximo a ele. Com isso, ela descobre a residência atual de um ex-vizinho dessa vítima e, já indo embora, vê uma mariposa exótica voando no interior da residência, indicando ser aquele o verdadeiro homicida. Tem início uma das seqüências mais tensas do cinema, que ocorre na escuridão dos porões da casa do assassino. O filme encerra, com a cena de Hannibal Lecter livre, nas ruas do Haiti, indo atrás do Dr. Chilton, o diretor do seu antigo sanatório. Crítica: As complexidades do Hannibal Lecter tornam o filme atraente e perturbador. Dirigido por Jonathan Demme mesmo diretor de “Filadélfia (1993)” que faz uma participação especial no longa que conta com mais duas “pontas” de dois cineastas célebres do gênero “terror”, Roger Corman e George A. Romero. O longa “O Silêncio dos Inocentes” conta duas historias paralelas a de Buffalo Bill um serial killer que sequestra mulheres e tira sua pele e a principal do Dr. Lecter um psicopata brilhantemente interpretado por Anthony Hopkins “Encontro marcado (1998)” “O Ritual (2011)” e “Hitchcock (2012)”, socialmente Lecter é um psiquiatra de origens obscuras, extremamente competente, mas temido por sua aguda inteligência e capacidade de manipulação, somado a uma perigosa união com seus desejos canibais, a trama gira em torno da Clarice Starling vivida por Jodie Foster, uma promissora estudante da academia do FBI que busca seu espaço, para resolver o caso que a traria carreira promissora, a prisão do serial killer Buffalo Bill, ela procura ajuda de outro assassino Dr. Lecter que esta em uma prisão de segurança máxima. A interpretação única de Hannibal Lecter que soa perigosa e agradável ao mesmo tempo, trás para o espectador e para Clarice várias formas de admiração que podem ser perturbadoras tratando-se de um psicopata canibal, todos os diálogos inteligentes e sutilezas do personagem principal trocados com a agente do FBI Sta. Starling fazem um suspense e apreensão que são passados ao público o que torna tudo interessante, diálogos com duplos sentidos e enredo bem detalhado e decorrido sem complicações fazem o filme memorável e premiado, “The Silence of the Lambs” recebeu cinco Oscars, Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Anthony Hopkins), Melhor Atriz (Jodie Foster) e Melhor Roteiro Adaptado, além de outros prêmios, apesar de ser o segundo filme do personagem, tendo ainda, mais três continuações, este é o filme que mais recebeu criticas positivas e sucesso, um filme que deve ser visto e aclamado.