BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação
nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM
Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e
sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
118: (11.02.2015) Boa Tarde para
Você, Joaquina Gonçalves de Santana
Naqueles primeiros anos da década
de sessenta eu não era senão, como tantos, um garoto que amava os Beatles e os
Rolling Stones e vivia a antevéspera de um grande dilema para satisfazer o
desejo ardente de meus pais que queriam um engenheiro na família. Mas, como
diria Drummond, havia uma pedra no caminho e parecia que ao derredor de sete
léguas era muito difícil, encontrar alguém que conseguisse operar o milagre que
me fizesse passar a gostar de matemática. Gostava, sim, de História, de
Geografia e já lia muito sobre isto, sobre literatura e línguas, mas números,
contas, equações e teoremas eram bichos de mais de sete cabeças que
infernizavam meus caminhos e os meus planos para o futuro. Foi quando nos apareceu
em sala de aula deste Ginásio Salesiano uma professorinha que já conhecia pelas
relações familiares, daqueles guardados afetuosos de minha mãe e minhas tias,
que vinha para a substituição temporária de um professor titular. Em verdade,
dona Quininha, eu tenho pouca lembrança daqueles motivos que a fizeram pelos
anos a legenda extraordinária que você se tornou para diversas gerações de
jovens que passaram por este estabelecimento, vendo-a operosa e dedicada entre
sala de aula e a secretaria do colégio. Para mim, foi o milagre, se assim posso
dizer-lhe, a experiência única que me tocou fundo para abrir alguma coisa que
não sei onde ficava e que desencadeou toda a mudança que revirou preconceitos e
me tornou sensível aos seus conteúdos e ao domínio razoável de seus métodos.
Certamente não é misterioso que falemos desta sua habilidade, tantas vezes
reconhecida e referenciada, de como sua atividade docente se esmerou pela
prática exemplar de organização, de didática e de responsabilidade irretocável
nas funções do magistério. Matemática, quero crer, foi apenas um viés
expressivo de sua vocação, do seu gosto particular já manifestado precocemente
desde os tempos da velha e querida Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte,
como professora ruralista. Poucos anos depois, e lhe digo isto dona Quininha,
com imenso orgulho e gratidão, exatamente por estas mudanças que se operaram,
eu voltei para casa trazendo um resultado expressivo de terceiro lugar no
vestibular da Escola de Engenharia, nos exames de 1968, incluindo-se aí um
grande e surpreendente resultado na prova de matemática. Daí por diante,
felizmente como sempre esperei, eu fui feliz e fui sabendo que já não era tão
intrincado transitar com as ferramentas dos cálculos numéricos, com os
exercícios complexos no plano do infinitésimo, das equações diferenciais e das
integrais múltiplas. Devo-lhe isto, eternamente, dona Quininha, porque é parte
do meu sucesso profissional, da minha própria vocação docente que não se
contentou daí por diante em apenas ser o agente do aprendizado do que a vida
lhe proporcionou, para também me dedicar a transferir para outros o que esta
matemática em parte nos ensina. Lamento muito que tão pouco hoje nos vejamos,
agora que os anos lhe impõe uma vida de recolhimento à sua casa, o trato mais
reservado com a família, diante de pequenos achaques que impedem a sua mais
livre mobilidade. Mas se isto lhe trás algum conforto neste reconhecimento tão
simplório que lhe dedico a esta altura da vida, eu lhe digo dona Quininha, que
a senhora foi e continua sendo o meu tipo inesquecível, a criatura admirável
que me encantou com esta insuperável capacidade de transformar pessoas. Não
tenho dúvidas em testemunhar-lhe que no magistério das escolas por onde
caminhou e semeou, e no ministério espiritual a que tanto se dedicou na
maturidade da vida, seus exemplos continuam a nos iluminar com estas lembranças
ternas e gratas que nos emocionam. Por isso mesmo, dona Quininha, cada um de
nós sempre terá histórias para contar destes anjos que nos aparecem em nossas
vidas e que jamais se revelariam apenas na frieza dos números da
matemática.
(Crônica lida durante o Jornal da
Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 11.02.2015)
BOA TARDE (II)
119: (14.02.2015) Boa Tarde para
Você, Cícero Andrade
“A Arte é como um filho que
nasce, ela é sempre bem vinda e traz com ela muita alegria e um pouco de vida
para o seu criador. Nos meus traços nordestinos em nanquim, passei toda a
leveza para o traço e, ao mesmo tempo, força no estilo, tanto que acabei criando
uma brincadeira de riscar. Não me preocupei com a estética dos personagens para
o mundo real, mas fiz deles, figuras verdadeiras do mundo irreal, mostrando o
verdadeiro viver nordestino.” Este é o texto que abre a ótima exposição que
acontece no Centro Cultural BNB Cariri, aqui em Juazeiro do Norte, oportunidade
na qual Andrade Juá está mostrando o que denominou de “Meus Traços Nordestinos
em Nanquim”, com a curadoria de Cleiton Araújo. Ele usa um pigmento preto sobre
papel branco que já era empregado 400 anos antes de Cristo entre os chineses,
oriundo originalmente de excreções de animais marinhos e que hoje tem conotação
tecnológica de reações químicas com alcatrão. É uma pequena grande mostra
contendo apenas 15 quadros daquilo que o autor expressa como a sua observação
de flagrantes do viver nordestino, com altíssimo nível técnico de execução,
demonstrando a habilidosa marca de Andrade Juá com o desenho, e a sua
versatilidade como ilustrador. Em diversos momentos de sua vida mais recente,
Andrade Juá tem-se expressado publicamente sobre a sensação particular, a
emoção flagrante de fazer arte, de criar, de alimentar seus sonhos diante da
intransferível realidade da batalha pelo feijão nosso de cada dia. A mostra em
que reconhece como o sonho realizado é o ápice da vida do artista quando ele
também se expõe e se devassa na sua proposta por uma estética, um estilo que o
consagre como interlocutor do homem e o meio. Esses traços nordestinos, e bem
sertanejos assim expostos, acolhem a observação detalhada das cenas da vida
rural, da agricultura de sobrevivência entre chuvas e secas, sem esquecer o
fenômeno do cangaço como marca indelével da violência rural e urbana. Aliás,
neste particular, a obra momentânea de Andrade Juá parece-me revisar ao seu
estilo, as marcas tão apreciadas dos cangaceiros de Aldemir Martins, o genial
filho de Ingazeiras, também em nanquim, e que se notabilizou com uma produção
vasta como ilustrador de grandes obras da literatura regional, assinalada
igualmente por esta notória leveza do traço. Mas o artista é também o poeta,
talvez o fingidor de que nos fala o Pessoa, que dissimula na leveza do traço,
na quase delicadeza de um entalhe em madeira, como se a obra tivesse a marca
inconfundível da xilogravura, e a contundência da expressão fiel de suas
angústias. Desde que conheci Andrade Juá, por suas obras como chargista,
desenhista publicitário, caricaturista e ilustrador, eu fui tocado pela beleza
de suas imagens, pela diferenciação de seus olhares, o que procura conciliar
família, sociedade, arte e os momentos difíceis da vida. A sua religiosidade
impõe, sem traumas, a gratidão, a reverência, a conformação, a plena
adaptabilidade no existir como pessoa, na convivência com amigos, família,
trabalho e sociedade, e que experimenta a simplicidade gratificante das emoções
no dia-a-dia. Ele vai permanecer, vai ficar, ajuntando seu nome, a legenda que
o identifica como um destes mestres das artes plásticas do Cariri, por um
registro personalíssimo no desenho, em suas ilustrações, mergulhado na diversidade
cultural que esbanja a riqueza deste Vale. A exposição destes mais recentes
trabalhos de Andrade Juá vai continua acontecendo no quarto andar do Centro
Cultural do BNB Cariri, até o próximo dia 28 deste mês de fevereiro e eu
recomendo a todos vocês que não percam a oportunidade para encontrar nesta
coleção a sensibilidade de um artista que expressa parte da grandeza desta
nossa ambiência cultural caririense.
(Crônica lida durante o Jornal da
Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 14.02.2015)
Por atos da Câmara Municipal de
Juazeiro do Norte, sancionados pelo edil municipal, a cidade declara como
honorários dois cidadãos que, conforme rezam os termos das resoluções,
merecem-nos pelos “relevantes serviços à comunidade. Vejamos os Atos. RESOLUÇÃO
N.º 745 DE 03 DE FEVEREIRO DE 2015, pela qual fica concedido o Título
Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor Francisco Cícero do Nascimento.
Autoria: Maria Calisto de Brito Pequeno; Coautoria: Normando Sóracles Gonçalves
Damascena - Firmino Neto Calú; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota – José
Tarso Magno Teixeira da Silva – José Ivan Benjamim de Moura – Paulo José de
Macêdo - Rubens Darlan de Morais Lobo - Antônio Vieira Neto - João Alberto
Morais Borges - Antônio Alves de Almeida - José Nivaldo Cabral de Moura – Rita
de Cássia Monteiro Gomes – Maria de Fátima Ferreira Torres. RESOLUÇÃO N.º 746
DE 03 DE FEVEREIRO DE 2015, pela qual fica concedido o Título Honorífico de
Cidadão Juazeirense ao Senhor Francisco Aparecido do Nascimento. Autoria: Maria
Calisto de Brito Pequeno; Coautoria: Normando Sóracles Gonçalves Damascena -
Firmino Neto Calú; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota – José Tarso Magno
Teixeira da Silva – José Ivan Benjamim de Moura – Paulo José de Macêdo - Rubens
Darlan de Morais Lobo - Antônio Vieira Neto - João Alberto Morais Borges -
Antônio Alves de Almeida - José Nivaldo Cabral de Moura – Rita de Cássia Monteiro Gomes – Maria de Fátima Ferreira
Torres.
Nota: Não encontramos informações
biográficas sobre o homenageado Francisco Cícero do Nascimento. Contudo,
transcrevemos abaixo um texto encontrado na internet que nos dá informações
sobre o homenageado Francisco Aparecido do Nascimento, empresário bem
reconhecido em nosso meio.
“K&K COUROS: um misto de
história de amor e empreendedorismo. A K&K COUROS é uma marca brasileira de
acessórios masculinos e femininos que se utiliza dos melhores e mais exóticos
couros, primando sempre pela qualidade e o design inovador, voltado para as
últimas tendências internacionais. Foi como uma indústria de fundo de quintal
que em 1988 na cidade de Juazeiro do Norte – Ceará, quando ainda namoravam, que
o casal Francisco Aparecido e Valdirene Nascimento (hoje Designer, formada em
Pedagogia pela Urca Crato – CE, concluindo Designer de Moda pela Enmoda São
Paulo e Gestão Comercial pela Leão Sampaio Juazeiro do Norte-CE), iniciaram a
história da K & K COUROS. O Sr. Aparecido criava e produzia sapatos, cintos
e bolsas artesanais, vendendo-os pelo interior do estado do Ceará a pequenos
lojistas, bem como na Feira Artesanal na Beira do Mar, na capital Alencarina.
Outra parte era comercializada pela Sra. Valdirene, na faculdade do Crato – CE,
quando ainda cursava Pedagogia. Com o aumento da ocorrência, decidem inovar. Ao
identificarem a necessidade atual do mercado, passam a produzir somente
carteiras masculinas e femininas. A empresa passa a ser regulamentada somente
em 1991, com o nascimento de seus filhos Kelvyn e Klécia, daí a origem do nome
K & K COUROS. Em 1995 têm sua própria, um galpão de 150m², contando com 25
colaboradores e a K&K COUROS começa a se destacar na região nordeste mais
precisamente em Recife-PE. No mesmo ano, expande suas atividades com uma nova
parceiria e passa a produzir em grande escala para um rede de lojas com sede em
Fortaleza-CE, aumentando sua estrutura física para 300m². O crescimento de 100%
em produção, proporciona a empresa mais um salto, obtendo assim um espaço de
600m² bem estruturado e gerando mais de 100 novos empregos, com um total de 250
pessoas. Decisões importantes fizeram a diferença no sucesso da empresa.
Investiu-se na alta qualidade dos produtos, desde a seleção de matérias-primas
ao design moderno e retornaram às origens, lançando no seu mix de produtos uma
belíssima coleção de bolsas masculinas e femininas, que não só fortaleceu a
marca como também seus produtos ganharam status. A empresa cresce 200% em 2011
e percebe a necessidade de expandir sua estrutura física. Após várias
tentativas frustradas em conseguir apoio para construir uma nova sede, junto
aos órgãos Estaduais e Municipais, por acreditar no seu potencial, compra um
terreno de 20.000m² para realizar o sonho de indústria modelo, visando não
somente dar continuidade ao crescimento da marca, bem como a capacitação de
seus parceiros e a realização de projetos sociais. m 2012 nasce a loja K &
K COUROS no Cariri Garden Shopping, Juazeiro do Norte-CE e a ideia de
transformar o seu negócio em franquias, objetivando o reconhecimento da marca e
a difusão de todo know-how adquirido ao longo dos anos.
TESE DE DOUTORADO
Em novembro do ano passado foi julgada no UFRJ, Rio de Janeiro a tese “A DÁDIVA DA IMAGEM, as promessas como
produção de pessoas e objetos (etnografia em Juazeiro do Norte)”, de Thiago
Zanotti Carminati, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e
Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Brasil, como requisitos à obtenção do título de Doutor em
Antropologia, sob a orientação do prof. Marco Antonio Gonçalves. A Tese foi
aprovada pela seguinte comissão: Presidente: Prof. Dr. Marco Antonio Gonçalves
(Orientador), Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia/IFCS/UFRJ;
Profa. Dra. Els Lagrou (Programa de Pós-Graduação em Sociologia e
Antropologia/IFCS/UFRJ); Prof. Dr. Cesar Gordon (Programa de Pós-Graduação em
Sociologia e Antropologia/IFCS/UFRJ); Prof. Dr. Carlos Alberto Steil (Programa
de Pós-Graduação em Antropologia Social/UFRGS); Profa. Dra. Rose Satiko
Gitirana Hikiji (Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/USP);
Suplente: Profa. Dra. Patrícia Pereira Pavesi (Universidade Federal do Espírito
Santo/UFES); Suplente: Profa. Dra. Maria Laura Cavalcanti (Programa de
Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia/IFCS/UFRJ). Eis o Resumo da Tese: Esta
tese é uma etnografia sobre a produção de pessoas e objetos no mundo das promessas
de Juazeiro do Norte. Aproximando-se do ciclo cerimonial e festivo das
romarias através de suas imagens, a etnografia encontra a ‘promessa’ como o
modo de conceituação comum para atividades aparentemente antitéticas
permitindo, portanto, a reflexão dos rituais de promessas para além de uma
prática de desobriga, mas como práticas generativas da produção de socialidade
e de agenciamentos cosmológicos. Percebeu-se, assim, em analogia ao sistema das
dádivas, que a intensidade com a qual o mundo artefato visual de Juazeiro é
construído surge como um efeito das promessas em sua qualidade de trocas
mediadas e não mediadas, pois o que se espera do contato entre pessoas, objetos
e imagens é a influência direta entre mentes e corpos. Nesse sentido, a tese
retoma a história do Padre Cícero, argumentando com dados etnográficos sua
forma particular de instanciação na cosmologia católica. O poder das imagens é
argumentado desde os primeiros usos da fotografia pelo próprio Padre Cícero
que, de então, eclipsa este mundo fixando-se em ‘iconografia continente’. Desse
modo, a observação participante foi direcionada para os espaços onde a presença
do Padre se faz em relação aos objetos de promessa. Descobre-se, então, que o
“presente” da promessa é a presença, a dádiva que a imagem permite; a eficácia
que sua existência garante. Por fim, discutindo o estatuto destes objetos,
classicamente apreendidos como ex-votos, a tese propõe outras aproximações
conceituais capazes de dar relevo à criação, à individuação e a pessoalidade. Palavras-Chave:
Etnografia. Imagem. Ritual. Noção de Pessoa. Cultura Material. Romaria. Juazeiro
do Norte-CE. Nordeste.
Observações: O autor Thiago Zanotti Carminati, tendo sido aprovado em
concurso para a área de Antropologia, na URCA, acaba de ser nomeado em ato do
governador Camilo Santana e deverá assumir brevemente. Os que desejarem acessar
o documento em pdf para sua leitura poderão ir para o link e fazer o dowload
necessário, pois é seguro:
AEROPORTO DE
JUAZEIRO DO NORTE
Como em meses anteriores estamos tomando os resultados disponíveis no
site da Infraero para divulgar a performance do Aeroporto de Juazeiro do Norte,
com respeito a movimentação de passageiros (embarcados e desembarcados,
mensalmente e nos últimos doze meses), aeronaves (pousos e decolagens, nos
mesmos períodos e cargas (movimentação que apenas iniciamos no fim do ano
passado, e que deveremos apresentar mês a mês e proximamente o acumulado nos
últimos doze meses). Observo que os dados de cargas são na unidade de
quilograma. No geral, um pouco mais ocioso, face ao enceramento de alguns voos
e a retirada de empresas, o Aeroporto continua exibindo a mesma performance que
em meses anteriores. Nada há a ser observado senão as atenções que ultimamente
vieram a conhecimento pelo noticiário dando conta dos impedimentos de algumas
torres no espaço aéreo de influência do aeroporto que se espera sejam
resolvidos a contento para que não haja impedimento na tramitação de um novo
projeto de ampliação do nosso Aeroporto. Outro fato relevante é que parece
estar interessando à Azul a retomada de um voo com o destino de Recife, fato
lamentável acontecido no ano passado. No mais não há nenhuma novidade com
respeito a novos voos ou outras operadoras no Aeroporto. Nos últimos 12 meses o
número de usuários do Aeroporto atingiu cerca de 410.838 passageiros
(embarcados/desembarcados) em 7.165
operações de pouso/decolagem. Isto oferece uma média de ocupação da ordem de 57
passageiros/operação. Mas no mês de Janeiro houve uma pequena melhora neste
desempenho, elevando esta ocupação para
66 passageiros/operação.
AOS MESTRES DA QUERIDA JUAZEIRO DO NORTE.
ResponderExcluirNA PESSOA DA SRA. JOAQUINA GONÇALVES DE SANTANA
A GRANDE PROFESSORA DONA QUININHA
Meus queridos amigos conterrâneos de Juazeiro do Norte, lendo a Crônica na Coluna do Renato Casimiro sobre o maior ícone da matemática juazeirense , não poderia ficar em silencio, este momento não poderia permanecer em albis por este eterno pecador.
Nos idos de 1974 exatamente no dia 20 de fevereiro , em busca de melhores horizontes estudantis , deixei a Meca do cariri, me aboletei na cadeira 16 de um Ônibus da Viação Pernambucana , na recém inaugurada Rodoviária defronte ao Romeirão, estava comigo a metade da família, que do lado de fora acenava dando adeus, dentro da condução um neófito para o mundo, que o mais longe dos recantos conhecidos fora a capital do Estado do Ceará, fruto de várias apresentações musicais como membro dos Canarinhos do Cariri, apresentações feitas na Catedral, no Salesiano de Fortaleza, no de Baturité e na TV Ceará, uma das músicas executada foi exatamente “ERA UM GAROTO QUE COMO EU AMAVA OS BEATLES E OS ROLLING STONES, do Brancato Jr, cantada pelos INCRÍVEIS , no final da apresentação na TV ao vivo , esquecemos uma estrofe e inteligentemente o Padre Osvaldo Freitas como um maestro comandou com as duas mãos que, fôssemos abaixando a voz até o RATATATÁ, TÁ,TÁ ficar inaudível, foi um sucesso, foi um grande sucesso, comigo o Cícero Fidelis, o João Luiz, o Zé Balbino e outros cantantes mirins.
Voltando ao assunto, ao chegar em Juazeiro da Bahia , o pernoite foi na calçada da Viação São Luiz defronte a ponte da Amizade, à margem do Rio São Francisco, a tiracolo um gravador National e a fita do Belchior ," APENAS UM RAPAZ LATINO AMERICANO”, sem dinheiro no banco e vindo do interior, trazia um sonho, o sonho da liberdade cultural. Às cinco horas da manhã, já na cadeira 22 no belo ônibus, Carroceria Marcopolo, tomo o destino final, Salvador a capital da Bahia na nave da São Luiz, a direção já era hidráulica e os amortecedores faziam flutuar.
Naquele ônibus se encontrava um ferrenho devoto do Padre Cícero, um apaixonado pela Serra do Araripe e pelo Juazeiro do Norte, o filho de dona Tonha e de seu Zé Miguel, um eterno sonhador por dias melhores, trazia na bagagem livros e mais livros, trazia apostilhas, cadernos com algumas matérias, principalmente Português, Química, Física e Matemática , desenhos artísticos e algumas cadernetas escolares do Salesiano, Ginásio Municipal e do Moreira de Souza, um histórico escolar. Como todo bom interiorano tabaréu encampei a seguinte premissa, aqui , eu serei eu, meu pai, minha mãe, meus irmãos, meus vizinhos, meus amigos e meus professores, nesta terra estranha serei tudo se quiser chegar a algum lugar.
CONTINUAÇÃO Voltando ao assunto , não deixar em branco a emocionante crônica sobre Dona Quininha, informo que já naquela época, fazia confissões para os colegas da escola pré vestibular, muitos oriundos das melhores e grandes escolas da capital e do interior da Bahia, muitos não entendiam como um jovem tabaréu , egresso do interior do Ceará, que cursara o primário no Grupo Padre Cícero, o Ginásio até o segundo ano no Salesiano e complementado no Municipal Antonio Xavier de Oliveira e depois cursado os três anos científico no Colégio Moreira de Souza estava preparado nas quatro principais matérias. Não cansava de falar; além da bagagem familiar, da responsabilidade e dos livros, trazia uma preciosidade embutida no cérebro, os ensinamentos de um grupo de professores que em nada devia às demais escolas de peso das grandes capitais, trazia na cabeça as aulas de Dona Joaquina Gonçalves Santana , Professora Quininha(MATEMATICA), do seu irmão Professor Raimundo Santana(física e química), do Professor Joaryvar Macedo (PORTUGEUS), da Professora Socorro Lucena(PORTUGUES) e outros ícones como , Flavio Cordeiro de Oliveira, em matemática e João Batista, em Português, estes eram estudantes num turno e professores no outro, dois gênios da época , todos , todos sob a tutela dos compenetrados e dedicados diretores , Dona Assunção Gonçalves e Padre Osvaldo Freitas.
ResponderExcluirA estes meus amigos do Juazeiro , todos nós temos que agradecer, foram eles os nossos heróis e continuarão sendo para o resto da vida e de todos os nossos descendentes, sou grato a todos.
Dona Assunção Gonçalves de Oliveira fazia parte do meu itinerário de visitas nesta metrópole Ciceropolitana, não perdi o hábito , continuo visitando a sua casa e falo para os meus filhos, aqui morava e continua morando uma das minhas mestras , a Professora Assunção Gonçalves.
Dona Quininha minha mestra, todos os seus ex-alunos, os seus pais, os seus filhos e todas as suas famílias lhe agradecem pelos homens que a senhora formou com garra , paciência benevolência e muita responsabilidade, a senhora é para nós IMORTAL
Agradeço em nome de muitos:
ANTONIO MELO DE OLIVEIRA, FRANCISCO PEREIRA DOS SANTOS, LINO ALVES DE ALMEIDA, EVSON GOMES DOS SANTOS, CICERO FIDELEIS LOPES, FRANCISCO HUMEBERTO MENEZES, SIONE SABIÁ, ARMANDO COUTO, ALACOQUE OLIVEIRA , TODOS OS CÍCEROS DA TURMA, JORGE MARQUES E OUTROS QUE HOJE EXERCEM POR ESTE BRASIL AS SUAS NOBRES PROFISSÕES.
Iderval Reginaldo Tenório