segunda-feira, 21 de abril de 2014

NOVOS CINEMAS

Com a reforma do Cariri Shopping (hoje, Cariri Garden Shopping) as então duas salas de cinema foram encerradas. Desde a sua reabertura temos cobrado insistentemente a reabertura das novas salas. Agora são seis novas salas, três delas com 3D, com 500 lugares. As fotos mostram o interior de uma das salas e uma visita realizada nesta semana ao local pelo cinéfilo Dr. Sávio Leite Pereira, ciceroneado pelo Sr. Franklin, um dos empresários da Multiplex Orient Filmes. Agora parece definitivo: os cinemas serão inaugurados no dia 25 de abril, uma sexta feira. Mas ainda não foi divulgada a programação. Com certeza ela está inserida na atualidade da programação dos grandes centros do país. Na página da empresa encontramos o seguinte release: “A Orient Cinemas está crescendo e espalhando cultura, entretenimento e lazer por todo o país, com mais dois cinemas a serem inaugurados pelo grupo: o Orient Cinemas Cariri Shopping e o Orient Cinemas Amapá Garden Shopping. Os amantes da sétima arte têm muitos motivos para comemorar, pois os novos complexos estarão entre os cinemas mais modernos do país. Buscando surpreender o público, a rede Orient Cinemas irá investir em alta tecnologia, projetores de última geração, salas com conceito premier e uma decoração sofisticada tornando o ambiente confortável com um toque de requinte.
O Orient Cinemas Cariri Shopping, que será instalado em Juazeiro do Norte, no Ceará, possuirá 6 salas com capacidade total para 1400 lugares, sendo que 3 salas serão 3D. Já o Orient Cinemas Amapá Garden Shopping, que será instalado na capital Macapá, terá 08 salas, sendo todas montadas com projetores 3D e, além disso, terá 2 salas vips. O objetivo da Orient Cinemas é oferecer o que há de melhor no mercado exibidor como as salas vips, salão para festas de aniversários, ambiente de luxo com poltronas altamente confortáveis, serviços corporate, programação de alto nível e mais algumas surpresas que em breve serão anunciadas. Por curiosidade, eis os filmes que estão em cartaz pelos cinemas desta mesma organização:
Capitão América 2: O Soldado Invernal (EUA, 2013 - 136 min. - Ação, Aventura - 12 anos); 
Confia em Mim (Brasil, 2013 - 85 min. - Suspense - 12 anos);
Hoje eu Quero Voltar Sozinho (Brasil, 2014 - 96 min. - Drama - 12 anos);
A Ascenção do Império (EUA, 2014 - 103 min. - Ação, Aventura, Guerra - 16 anos); 
Alemão (Brasil, 2013 - 109 min. - Policial - 16 anos);
As Aventuras de Peabody e Sherman (3D, EUA, 2013 - 93 min. – Animação, Comédia – Livre);
Noé (EUA, 2014 - 138 min. - Drama, Épico - 14 anos);
Rio 2(EUA, 2013 - 101 min. - Animação, Aventura, Comédia – Livre);
SOS Mulheres ao Mar (Brasil, 2014 - 90 min. - Comédia - 12 anos);
Tinker Bell: Fadas e Piratas (EUA, 2014 - 78 min. - Animação, Fantasia – Livre). 

WILKER: HISTÓRIA DE UM CASAMENTO 
A colunista carioca Hildegar Angel publicou em sua página no dia 13, pp., na internet a seguinte matéria: o casamento de José Wilker que a imprensa não contou e você não soube, aqui com foto e tudo. Eis a matéria transcrita: “O dia da morte de José Wilker, meu antigo companheiro de elenco na peça A mãe, em 1971, escrevi sobre ele aqui: O JOSÉ WILKER QUE EU CONHECI DE PERTO. Falei sobre a noiva psicanalista, noivado à moda antiga, aliança no dedo direito, almoço nos finais de semana com a família dela, num cenário totalmente burguesia Zona Sul, a antítese do Wilker transgressor daqueles anos, na vida e nos palcos. A noiva era a mítica “Elzinha”, nome cochichado discretamente, pois poucos no meio teatral a conheciam e sequer a haviam visto. Até que um dia, no auspicioso ano de 1974, depois de um longo noivado, eles enfim se casaram. Foi tudo dentro dos padrões burgueses da época, conforme vocês podem constatar na foto histórica abaixo. Os pais convidando, da noiva e do noivo, ambos vestidos de branco no altar da Igreja Nossa Senhora da Conceição, transpirando felicidade. A mãe de Wilker chamava-se Santinha, mas santa de fato aparentava ser a noiva, a jovem Elza Rocha Pinto, linda e angelical, como eram as noivas daqueles anos. O único toque inusitado foi o lay out do convite, evocando o de um programa de teatro (o formato era bem o dos programas teatrais daqueles anos) como se “O Casamento” fosse o título de um espetáculo e se, além dos noivos, houvesse um “grande elenco”. Ah, e a entrada era “franca”. Wilker e Elzinha não chegaram a ser “felizes para sempre”, uma pena, porém o matrimônio durou uns bons e longos 12 anos, até se separarem e ele contrair novos laços de casamento com a atriz Renée de Vielmond, posteriormente com Mônica Torres e por fim com Guilhermina Guinle, de quem também se separou. Por mais que desejasse se enquadrar em parâmetros convencionais, a inquietude estava impregnada em sua alma. Volto ao tema porque não li em qualquer dos muitos obituários publicados referência a este que talvez tenha sido o mais longo e planejado dos casamentos de José Wilker, e aquele que, seguramente, foi o único precedido de noivado, iniciado com ele jovenzinho, na flor de seus 20 e poucos anos.
 NOVOS CIDADÃOS JUAZEIRENSES

A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte concedeu os seguintes Títulos Honoríficos de Cidadão Juazeirense:
RESOLUÇÃO N.º 690 DE 20 DE MARÇO DE 2014 Concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor PAULO JOSÉ DE MACÊDO. Autoria: Glêdson Lima Bezerra Subscrição: Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Francisco Alberto da Costa – José Adauto Araújo Ramos – José Tarso Magno Teixeira da Silva – Firmino Neto Calú – José Ivan Beijamim de Moura – José Nivaldo Cabral de Moura – Rubens Darlan de Morais Lobo – Normando Sóracles Gonçalves Damascena – Cláudio Sergei Luz e Silva – Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha – Danty Bezerra Silva – João Alberto Morais Borges – Cícero Claudionor Lima Mota – Maria Calisto de Brito Pequeno - Rita de Cássia Monteiro Gomes.
RESOLUÇÃO N.º 691 DE 20 DE MARÇO DE 2014 Concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor JOÃO ALBERTO MORAIS BORGES. Autoria: Glêdson Lima Bezerra e José Tarso Magno Teixeira da Silva Subscrição: José Adauto Araújo Ramos – José Ivan Beijamim de Moura – Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha – Danty Bezerra Silva – Maria Calisto de Brito Pequeno - Rita de Cássia Monteiro Gomes.
RESOLUÇÃO N.º 692 DE 03 DE ABRIL DE 2014 Concede o Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Senhora Rejane Maria Maciel Sales. Autoria: José Nivaldo Cabral de Moura
Subscrição: Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Firmino Neto Calú – José Adauto Araújo Ramos – Glêdson Lima Bezerra – Francisco Alberto da Silva – Paulo José de Macêdo – Antônio Vieira Neto – Normando Sóracles Gonçalves Damascena – Cláudio Sergei Luz e Silva – Rubens Darlan de Morais Lobo – Francisco Alberto da Costa – Danty Bezerra Silva – José Tarso Magno Teixeira da Silva - Rita de Cássia Monteiro Gomes.
RESOLUÇÃO N.º 693 DE 03 DE ABRIL DE 2014 Concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor Luiz Carlos Simão de Macêdo. Autoria: José Tarso Magno Teixeira da Silva Coautoria: Danty Bezerra Silva Subscrição: Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Firmino Neto Calú – José Adauto Araújo Ramos – Glêdson Lima Bezerra – Paulo José de Macêdo – Antônio Vieira Neto – Normando Sóracles Gonçalves Damascena – Rubens Darlan de Morais Lobo  – José Ivan Beijamim de Moura – Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha – Cícero Claudionor Lima Mota – João Alberto Morais Borges – José Nivaldo Cabral de Moura – Rita de Cássia  Monteiro Gomes e Maria de Fátima Ferreira Torres.
RESOLUÇÃO N.º 694 DE 03 DE ABRIL DE 2014 Concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense  ao Senhor Luiz Wagner Mota Sales. Autoria: José Nivaldo Cabral de Moura Subscrição: Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Firmino Neto Calú – José Adauto Araújo Ramos – Glêdson Lima Bezerra – Paulo José de Macêdo – Normando Sóracles Gonçalves Damascena – Rubens Darlan de Morais Lobo – Cícero Claudionor Lima Mota - José Tarso Magno Teixeira da Silva – Antonio Vieira Neto – Francisco Alberto da Costa – Cláudio Sergei Luz e Silva - Danty Bezerra Silva – Rita de Cássia Monteiro Gomes.
RESOLUÇÃO N.º 695 DE 03 DE ABRIL DE 2014 Concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor Moacyr Mondardo Júnior. Autoria: Cláudio Sergei Luz e Silva Coautoria: Danty Bezerra Silva Subscrição: Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Firmino Neto Calú – José Adauto Araújo Ramos – Glêdson Lima Bezerra – Paulo José de Macêdo – Normando Sóracles Gonçalves Damascena – Rubens Darlan de Morais Lobo – José Ivan Beijamim de Moura – Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha – Cícero Claudionor Lima Mota – João Alberto Morais Borges - José Nivaldo Cabral de Moura – José Tarso Magno Teixeira da Silva - Rita de Cássia Monteiro Gomes – Maria Calisto de Brito Pequeno e Maria de Fátima Ferreira Torres.
RESOLUÇÃO N.º 696 DE 03 DE ABRIL DE 2014 Concede o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Reverendíssimo Padre César Casetta. Autoria: Maria de Fátima Ferreira Torres Subscrição: Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Firmino Neto Calú – José Adauto Araújo Ramos – Glêdson Lima Bezerra – Paulo José de Macêdo – Antônio Vieira Neto – Normando Sóracles Gonçalves Damascena – Rubens Darlan de Morais Lobo – Cícero Claudionor Lima Mota – José Tarso Magno Teixeira da Silva – Antônio Vieira Neto – Francisco Alberto da Costa - José Nivaldo Cabral de Moura - João Alberto Morais Borges – José Ivan Beijamim de Moura - Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha e Rita de Cássia Monteiro Gomes.
(Na foto: João Alberto Morais Borges, Rejane Maria Maciel Sales e Moacyr Mondardo Júnior, Padre César Casetta). 

DETETIVES DA HISTÓRIA 
Com direção geral de Belisario Franca e direção de Sylvestre Campe, o The History Channel contratou a GIROS para pesquisar mistérios da história e produzir a primeira série com conteúdo brasileiro: DETETIVES DA HISTÓRIA. A série é apresentada pelos atores André Guerreiro Lopes e Renata Imbriani, uma dupla de “historiadores-investigadores”. Os episódios desvendam os mistérios escondidos por trás de pequenos tesouros familiares e construções enigmáticas, que por muito tempo estiveram esquecidos nas estantes, porões e paisagens de cidades brasileiras. Detetives da História é uma série original para TV que usa mistérios locais e objetos achados pelos telespectadores como ponto de partida para um processo de investigação. Apresentada por uma dupla de “historiadores-investigadores”, a série irá desvendar os mistérios escondidos por trás de pequenos tesouros familiares e construções enigmáticas que por muito tempo estiveram esquecidos nas estantes, porões e paisagem de cidades brasileiras. Cada episódio começa com nossa dupla de apresentadores visitando a casa do telespectador e discutindo sua conexão pessoal com o objeto ou fato misterioso. Nossas lentes irão acompanhar todo o processo de investigação enquanto os investigadores visitam historiadores, arqueólogos, genealogistas, arquitetos, restauradores, estudiosos de cultura popular e detetives profissionais para revelar a origem secreta destes enigmas da vida privada. Ao longo do programa, teremos a chance de investigar e desvendar fatos surpreendentes sobre alguns capítulos da história do Brasil, seus mitos e costumes. A série é uma oportunidade para conhecer fatos, por vezes surpreendentes, sobre acontecimentos da história do país. O processo se inicia com o contato de telespectadores que desconfiam da importância histórica de determinado objeto, construção ou local. Os episódios acompanham todo o processo de investigação em entrevistas a historiadores, arqueólogos, genealogistas, arquitetos, restauradores, estudiosos de cultura popular e detetives profissionais. O History Channel pode ser assistido através das seguintes operadoras de Tv a cabo: SKY (54); NET (83) ou HD (583); CLARO TV (108) ou HD (608); OI TV (83); GVT (61); VIVO CABO (33); VIVO FIBRA (33); VIVO DTH (347) ou HD (835). Este colunista está tomando a iniciativa para provocar na equipe produtora uma revisão sobre o desaparecimento do corpo da beata Maria de Araújo. Para tanto, estamos remetendo material bibliográfico para a equipe, solicitando deles um estudo sobre esta possibilidade. 
  
ORAÇÃO PARA DONA HELOÍSA
Por ocasião do velório de Dona Heloísa Assunção Feitosa, (ex-primeira dama do município de Juazeiro do Norte, ao tempo dos mandatos prefeiturais de seu esposo, Dr. Antonio Conserva Feitosa), o advogado José Guedes de Campos Barros pronunciou o seguinte discurso: 
Quando, pelo primo Frederico, o nosso querido Fred, fui informado de sua partida, depois de dezesseis dias de muito esforço, de muita luta e de muita esperança, buscando adiar o seu atendimento ao chamado de Deus, que a nós, cá neste plano finito, não é dado imaginar os seus divinos desígnios, passei a assistir, em reprise, a um filme que marcou profunda e indelevelmente a vida das nossas famílias. Ele começou com a chegada de vocês à minha querida Fortaleza, nos idos de cinquenta, quando seu muito amado Feitosinha, o então deputado Antônio Conserva Feitosa, para lá foi mandado como deputado estadual, representando a vontade deste nobre povo do Juazeiro e do Cariri, a quem ele serviu, com amor, com competência e com valentia, por tanto tempo, como médico e como homem público, do mais alto nível. A chegarem: Feitosinha, a senhora, a Neneca, o Fernando, a Lígia (com seus belos cabelos que chegavam à cintura), a Mirtes, o Eduardo (o Dudu dos “dois pão e um bolo”), a Miriam (sua herdeira nas artes culinárias), o Marcos (marquinho pintor, poeta, musicista, explorador de tantas minas, sertões e amazônicas florestas) e o Fred, o afilhado do papai e da mamãe (Góes e Neuza), esse sempre manso, sempre cordato, sempre meigo e fazedor de amizades. A receberem: o primo-irmão-amigo major Góes – o colega do primário no colégio marista, lá da serra de Triunfo, das famosas rapaduras, Neuza, aquela que nasceu no dia 29 de agosto, como a senhora, faz noventa anos, a Neuza a quem a senhora adotou por irmã única e que findou , também, sua comadre, o João, o Helinho, este José que, em nome deles todos, busca falar-lhe, em tom de oração, trazendo amor, carinho e saudade, a Neusinha, a Celinha, o Chico e o Marcelo, o nosso compositor e cantor de além mar.  E, dentre tantos momentos alegres e felizes dessas que são uma só família, lembro do bolo, bolo obra de arte, como todos os que a senhora fazia, presente que me foi dado quando da minha primeira comunhão, que comemoramos juntos, lá no km 8, perto de Parangaba, com as presenças dos meus padrinhos Clóvis e Edméa  Mendes, vovô Álvaro Wayne e vovó Maria José, doutor Josa Magalhães e dona Aurinha, doutor Leite Maranhão e dona Ercília, dentre tantos outros amigos. E também vieram-me à mente as brincadeiras, os jogos de futebol e voleibol, os festejos juninos, os natais e aniversários, os fins de semana, quando nós, meninos e meninas, absolutamente despreocupados e felizes, sob a batuta de duas grandes, belas, despojadas e corajosas mulheres, a senhora e mamãe, fiéis e leais companheiras de dois guerreiros, Feitosinha e papai, cujos maiores “defeitos” foram em verdade virtudes: a coragem invulgar, a decência, a lealdade, a firmeza, em suma, a integridade, coisa hoje em dia tão em falta. E não vou falar de fatos da vida política do papai e do Feitosinha, alguns pitorescos, outros graves, em face do temperamento e do caráter dos patriarcas, mas faço questão de proclamar, porque de justiça, que, naquelas horas mais difíceis, prevaleciam e prevaleceram a sensatez, o equilíbrio, o bom senso e a coragem com mansidão, tanto da senhora como da mamãe, as belas matriarcas, como ponto de equilíbrio. E os anos foram passando...e nós, seus meninos e meninas, constituímos novas famílias, trazendo-lhes, também como bênçãos de deus, novas meninas e novos meninos, que já lhes deram bisnetos...e por aí vai a continuidade da vida. Depois vieram os dissabores inesperados, aquilo que nos maltrata muito, porque subverte o que deveria ser, para nós, a ordem natural da vida: a perda da doce e boa neneca, sempre aquele ser angelical, os genros e netos queridos, as amigas, os amigos e os parentes, tão bem lembrados pelo chico buarque, no seu inesquecível “oh! Pedaço de mim; oh! Pedaço arrancado de mim...” Porém, dona Heloísa querida de todos nós, muito querida mesmo, graças a deus, clemente e misericordioso, também houve reencontros agradabilíssimos, momentos deliciosos que eu lhe peço licença para lembrar, de um deles, pelo menos: Foi quando, solidários com a Mirian que há pouco ficara viúva, Feitosinha, a senhora e a Mirian, vieram passar uns dias lá em Paracuru, no sítio-casa de praia, que nós tínhamos (papai, mamãe, tio Hélio e Celinha, os proprietários), faz menos de vinte anos. Conhecedor dos gostos da senhora, do velho Conserva Feitosa e da prima, combinado com a minha mulher Fátima, com papai e mamãe, que estavam morando em Brasília, simplesmente larguei todos os meus afazeres, tirei férias por uns dias, pedi emprestado um bugre do meu vizinho e amigo Nilson, então primeiro prefeito da sua Ipaporanga, lá pras bandas do norte, na parte setentrional do maciço da Ibiapaba, abastecí-o com camarões e lagostas, sem esquecer-me das garrafas de uísque old eight e teatcher’s, e fui ter com os tios e a prima. E..., como foi bom aquele reencontro, por menos de uma semana, posando de motorista-bugrista da família; levando-os a conhecerem, nas alvoradas e ao por do sol, as belezas daquelas praias,  seus coqueiros açoitados pelos alíseos, suas dunas e sua paz. E, querida dona Heloísa, tendo ainda o direito de degustar daqueles manjares, frutos do mar, transformados delícias dos deuses do olimpo, por suas mãos de maestrina, bem acolitada, é claro, pelo prima Mirian. Foi uma das semanas mais gratificantes da minha vida, Fátima e meus filhos o sabem, dito por mim, à época, porque vi alegria e felicidade nos olhos da senhora, nos olhos do Feitosinha e da Miriam, e por isso senti-me feliz e recompensado. Tudo porque, dona Heloísa, mais que tia Heloísa, naqueles breves dias eu senti que a senhora estava sabendo o quanto fora importante para mim aquele bolo da primeira comunhão; o quão importante fora para papai, mamãe e meus irmãos, ter tido a felicidade de compartilhar da sua generosidade, por tantos anos. Agora, que o filme é por demais longo e só poderá ser de todo assistido no plano maior, onde não há limite de tempo, permito-me dizer-lhe algo que disse ao papai, seu compadre Góes, no dia 22 de dezembro último, em sua missa da ressurreição: Sua partida, que foi triste para nós, não foi uma “triste partida”, como aquela do sempre saudoso Patativa do Assaré. “Porque a senhora nem partiu triste, nem partiu sem rumo definido.” “A senhora apenas voltou para o seio da mãe terra, que é parte do todo, que é deus, clemente e misericordioso.” Por derradeiro, dona Heloísa, peço-lhe permissão  para dizer, para a senhora e para o patriarca Feitosinha, que fará cem anos conosco daqui a sete dias, um soneto do Júlio Salusse, que eu dizia no jantar de confraternização da minha turma de direito, a turma de 1966, da UFC, no Marinas, na minha Fortaleza, em homenagem ao papai e à mamãe, sem saber que, àquela hora, perto de uma da manhã do dia 17 de dezembro, papai, o seu compadre Góes, estava, em sua casa, bem pertinho dali, entregando sua alma ao criador: 

“OS CISNES”  
A vida, manso lago azul algumas
Vezes, algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente
Um lago azul sem ondas, sem espumas,

Sobre ele, quando, desfazendo as brumas
Matinais, rompe um sol vermelho e quente,
Nós dois vagamos indolentemente,
Como dois cisnes de alvacentas plumas.

Um dia um cisne morrerá, por certo:
Quando chegar esse momento incerto,
No lago, onde talvez a água se tisne,

Que o cisne vivo, cheio de saudade,
Nunca mais cante, nem sozinho nade,
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!

Dona Heloísa, muito querida. Em nome de mamãe, sua comadre e irmã Neuza, da Fátima, dos meus filhos e netos, dos meus irmãos, irmãs, cunhadas e cunhados, sobrinhos e sobrinhas, por ter sido a senhora, durante toda sua loga vida, uma mulher portadora de todas as virtudes humanas, como filha, irmã, esposa, mãe, amiga e matriarca, primando pela caridade e submissão a deus, peço que interceda junto a Deus, único e verdadeiro, clemente e misericordioso, em cuja visão encontra-se, no paraíso celestial, para que nos dê forças para bem aceitar a momentânea separação, tanto quanto para lembrá-la sempre com alegre saudade. Por derradeiro, peço que interceda junto a Deus, justo e bondoso, para que dê muita força ao patriarca Feitosinha, o “cisne vivo, cheio de saudade”, para que, doído mas compensado pelo amor e pela fé, comemore conosco, no dia 14 que vem, o seu centenário, dando-nos ainda muitos e muitos anos de felicidade, por tê-lo em nosso meio.  Amém! De Fortaleza para Juazeiro do Norte, 06 de janeiro de 2007. Jose Guedes de Campos Barros, pela família.

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
014: (14.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, ODILON BEZERRA MORAIS.
AMANHÃ, DIA 15, ESTAREI COM SUA FAMILIA E AMIGOS, NA IGREJA DO NOVO JUAZEIRO, PARA ABRAÇÁ-LO PELA PASSAGEM DA SUA DATA NATALÍCIA. EM ASSIM SENDO, ESTAREMOS JUNTOS, AGRADECENDO A DEUS POR ESTE DOM DE SUA VIDA. BEM SABEMOS, ODILON, QUE ESTE NÃO É UM FATO QUALQUER, CORRIQUEIRO. AFINAL, VOCÊ ESTÁ COMPLETANDO CENTO E DOIS ANOS DE VIDA. DE ALGUM TEMPO PARA CÁ, VOCÊ JÁ FAZ PARTE DESTE SELETO CLUBE PATRIARCAL, DE LONGEVOS E FELIZES QUE, DENTRE OUTRAS COISAS, PODEM OLHAR PARA TRÁS E DIZER: - MINHA NETA, ME DÊ CÁ A SUA NETA. DIZEM AS ESTATISTICAS QUE SUPERAMOS A VIDA MÉDIA DE 73 ANOS. MAS, PARA VOCÊ, ODILON, ISTO JÁ É COISA MIÚDA. O QUE NÃO É POUCO, ISSO SIM, É REUNIR CINCO GERAÇÕES DE UMA MESMA FAMILIA, FESTIVA E ANIMADA, EM DATAS COMO A DE AMANHÃ. SÓ VOCÊ MESMO, ODILON, UM CABRA DESTEMIDO E DETERMINADO, QUE DEIXOU SUA PACATA SERRA DE SÃO PEDRO PARA VIR TRABALHAR PELA GRANDEZA DESTA SUA TERRA ADOTIVA. QUANDO ALGUÉM FAZ ISTO, E COMO VOCÊ, DEIXANDO A CASA PATERNA, DE TÃO BOA PROTEÇÃO, SOB OS CUIDADOS E ZELO DE CARRIM E MIGUELINA, E TRAZENDO PARA CÁ A RESOLUÇÃO PARA EMPREENDER PROFISSIONALMENTE, CERTAMENTE NÃO DEVE TER ENCONTRADO OBSTÁCULOS, SENÃO DESAFIOS QUE VOCÊ FOI, UM A UM, VENCENDO COM GALHARDIA. E A NÓS, PARECE, EXCEDEU A TODOS OS LIMITES, NÃO SÓ OS DA EXISTÊNCIA, PARA SER HOJE ESTA FIGURA QUERIDA DE UM HOMEM VENCEDOR. QUANDO VOCÊ COMPLETOU CEM ANOS, VI PELA INTERNET ALGUMAS IMAGENS SUAS, JUNTO AOS FILHOS, ALGUNS DOS QUAIS MEUS CONTEMPORÂNEOS DE JUVENTUDE. AO VÊ-LOS, NÃO ME FURTEI DA EXPRESSÃO: - MEU DEUS, COMO ESTA GENTE ESTÁ ENVELHECIDA! COMO EU, MESMO, RECONHEÇO. MAS VOCÊ, NÃO. ODILON, VOCÊ NÃO ENVELHECEU. VOCÊ DEVE ESTAR ESCONDENDO EM ALGUM LUGAR DAS MALVAS A TAL FONTE DA JUVENTUDE, ONDE SE BANHOU DIARIAMENTE, POR TANTOS ANOS. COM CERTEZA FOI ENTRE A VELHA RUA NOVA, AS MALVAS E A RUA SÃO SEBASTIÃO QUE OUVI FALAR, E PASSEI A ADMIRAR, ESTE HOMEM SIMPLES QUE VIVIA PARA O TRABALHO E PARA A FAMILIA. DOS SEUS EMPREENDIMENTOS, LEMBRO BEM DA VELHA SERRARIA SÃO SEBASTIÃO, AQUI NO COMEÇO DA HOJE DELMIRO GOUVEIA, QUE BENEFICIAVA MADEIRAS PARA CONSTRUÇÃO E FAZIA ESQUADRIAS. E A CONFIAR NA EXPRESSÃO SINCERA DE SEU LUIZ CASIMIRO, ERA PARA SE DESFRUTAR DE SUA ATENÇÃO, SER BEM SERVIDO, E AINDA, COMO SE DIZIA, PARA SE TER OS MELHORES PREÇOS DA PRAÇA. NA CAMINHADA, DE TAL EXEMPLAR LEGADO, VOCÊ – ODILON E DONA JUNILIA PRODUZIRAM FRUTOS BEM CONCEBIDOS DE UMA FAMILIA, QUE DE TÃO NUMEROSA, MAIS PARECE UMA DAQUELAS 12 TRIBOS DE ISRAEL. É INEVITÁVEL QUE LEMBREMOS AQUI A SUA COMPANHEIRA, DONA JUNILIA, SOLIDÁRIA EM TODAS AS LUTAS E ATÉ NO PERCURSO CENTENÁRIO DO CASAL. ESTAS LEMBRANÇAS, INADIÁVEIS, MAIS NOS ENCHEM DE SAUDADES, ESPECIALMENTE, NESTAS HORAS DE CELEBRAÇÃO À VIDA. ASSIM, RECEBA DE TODOS NÓS OS VOTOS DE UMA VIDA AINDA MAIS LONGA E TODO O NOSSO AFETO QUE ESTAS ALEGRIAS ENCERRAM.

015: (16.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, JOSÉ BERNARDO DA SILVA NETO.
EM JULHO PRÓXIMO, NOSSA CIDADE CELEBRARÁ O CENTENÁRIO DE SUA ELEVAÇÃO. ALGUNS DIAS ANTES, O JORNAL FOLHA DE JUAZEIRO TERÁ CHEGADO AO MÁXIMO DA LONGEVIDADE DE NOSSA IMPRENSA ESCRITA. SOB A SUA DIREÇÃO, E BEM ASSIM, DE SUA MÃE, MARIA ANA SILVA BARBOSA, NOSSA QUERIDA ZUZINHA, HÁ 45 ANOS O FOLHA RESISTE BRAVAMENTE ÀS INTEMPÉRIES DESTE NOSSO, SEMPRE LEMBRADO, CEMITÉRIO DE JORNAIS. É BEM VERDADE QUE SEU FUNDADOR, SEU PAI, JACKSON PIRES BARBOSA, TRATOU DE INSERIR NA SUA PRIMEIRA PÁGINA O SLOGAN DE QUE SE TRATA: “A FOLHA QUE NÃO CAI”.  REALMENTE, BERNARDO, SOU TESTEMUNHA DE QUE VIERAM MUITOS VENTOS, GRANDES TEMPESTADES COM CHUVAS INTENSAS, MAS O FOLHA NÃO CAIU. PROVAVELMENTE, QUANDO PLANTARAM ESTA SEMENTE, JACKSON E ASSIS SOBREIRA, ELES O FIZERAM EM BOM TERRENO E BOA REGA, PARA GARANTIR-LHE RAIZES MAIS FUNDAS PARA SUA SUSTENTAÇÃO. MESMO ESPAÇANDO MESES, DOIS, TRÊS MESES E ATÉ LAPSO MAIOR, O FOLHA DE JUAZEIRO RETORNOU PARA NOSSA LEITURA, NA SIMPLICIDADE DE SUA PROPOSTA. NÃO A DE SER UM PERIÓDICO QUE NOS SURPREENDA COM A INSTANTANEIDADE DA MÍDIA ELETRÔNICA, MAS PELA FIDELIDADE AO REGISTRO DE UMA CRÔNICA QUE SE FAZ HISTÓRICA A CADA EDIÇÃO. O JORNAL, PRINCIPALMENTE ESTES NOSSOS INTERIORANOS, NÃO PODE FAZER APENAS A RESENHA DE UMA VULGARIDADE CONTEMPORÂNEA. DE TÃO EFÊMERA, ESTA É A VIA LIGEIRA PARA ENCERRAR E SEPULTAR BONS PROPÓSITOS. O OUTRO GUME DESTA FACA É A VINCULAÇÃO PARTIDÁRIA, POR VEZES TÃO SECTÁRIA E INFLAMANTE, FINANCIADOR BARATO DE UMA IMPRENSA DE OPORTUNIDADE. FELIZMENTE, BERNARDO, ENXERGO NA EXISTÊNCIA DO FOLHA DE JUAZEIRO A DISTÂNCIA MAIS QUE REGULAMENTAR DESTAS TENTAÇÕES, TÃO BEM IDENTIFICADAS NESTE JORNALISMO INTERIORANO PROVISIONADO, QUASE SEMPRE EGRESSO DA RADIODIFUSÃO. QUERO LOUVAR NESTA SAUDAÇÃO, O PAI, O FILHO E O SANTO ESPÍRITO, TODOS DE PLANTÃO NA REDAÇÃO DE FOLHA DE JUAZEIRO, POR TODOS ESTES ANOS. NA SIMPLICIDADE DE SEU ESCRITÓRIO, EM ENDEREÇO TÃO FAMILIAR, O FOLHA SE DESPOJOU DO ESTÚDIO REQUINTADO A QUE TINHA DIREITO, PARA SE FIRMAR NA OFICINA RÚSTICA QUE TANTO CARACTERIZOU OS JORNAIS DESTA FASE. A OFICINA DE ENTÃO JÁ ERA UMA BOA ESCOLA DE JORNALISMO, CENTRADA NA GRÁFICA DE JOSÉ BERNARDO DA SILVA, SEU AVÔ. ALI, NA RUA SANTA LUZIA, À ESPREITA DE MINHA JANELA, VI DE LÁ SAIREM MUITAS EDIÇÕES DESTE E DE OUTROS JORNAIS. TODOS, CARREGADOS DAQUELA ESPERANÇA POR UMA IMPRENSA ATUANTE, CONTUNDENTE E INOVADORA. NEM TUDO FOI EXATAMENTE ASSIM. MAS, SE HOJE, CONTABILIZAMOS CERCA DE 310 EDIÇÕES PARA O FOLHA, DISSO DAMOS GRAÇAS PELA VIGILANTE ATIVIDADE QUE NOS INFLUENCIA E NOS PROMOVE. PARA O JUAZEIRO DE HOJE, NESTE CARIRI CONTEMPORÂNEO, ESTAMOS EXIGINDO UMA IMPRENSA DIÁRIA, E NOS CONFORMANDO COM OS QUE CONTINUAM E NOS CHEGAM SEMANAIS, MENSAIS, OU COM UMA PERIODICIDADE INCERTA, OCASIONAL, COMO JÁ LEMBRAVA SEU PAI, JACKSON, EM TIRADAS BEM HUMORADAS, DAS RODAS ENTRE AMIGOS. TUDO ISTO, BERNARDO, EU LHE DIGO PARA LHES AGRADECER POR TANTO SERVIÇO, PARA LHES MANDAR UM ABRAÇO E DIZER QUE ANDO COM SAUDADE ENORME DO FOLHA DE JUAZEIRO. NÃO DEMORE PARA NOS TRAZÊ-LO. 

016: (18.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, EXPEDITO VIEIRA COSTA.
MUITO PROVAVELMENTE VOCÊ JÁ DEVE TER VISTO O FILME CINEMA PARADISO. É UM FILME EXTRAORDINÁRIO, PELO MENOS PARA MIM, EXPEDITO. IMAGINO QUE PARA VOCÊ, TAMBÉM, PELA RAZÃO MAIS SIMPLES DE COMO O ENXERGAMOS: UM CINÉFILO BEM QUALIFICADO. AFINAL, EM SUA VIDA VOCÊ JÁ POSSUIU 17 SALAS DE CINEMA ENTRE A PARAÍBA E ESTE CEARÁ, ATIVIDADE QUE LHE ANIMOU, PESSOAL E PROFISSIONALMENTE, POR MAIS DE 50 ANOS. CINEMA PARADISO NA SUA ESSÊNCIA, E COMO DISSO VOCÊ SABE, EXPEDITO, FALA DO CINEMA E COMO ESTA ARTE ENCANTOU E CONTINUA DESLUMBRANDO TANTA GENTE. PARTICULARMENTE, ACHO QUE O FILME TAMBÉM CONTERIA CENAS ANTOLÓGICAS DE COMO, TAMBÉM ENTRE NÓS, VIVEMOS UM DIA ESTA ÍNTIMA INTERAÇÃO COM A ARTE CINEMATOGRÁFICA. NÃO ENTRO NO MÉRITO PARA DISCUTIR O QUANTO VIMOS DE PÉSSIMOS FILMES. CHANCHADAS BRASILEIRAS, DRAMALHÕES MEXICANOS, FAROESTES ITALIANOS, E ATÉ MUITA PORNOGRAFIA. O PARADISO, PARA NÓS, JÁ PODERIA TER SIDO AS SALAS DA MINHA INFÂNCIA, COMO O AVENIDA, O GURI, O LUZ E O ROULIEN. OU MESMO OS DA JUVENTUDE MARCADOS POR SESSÕES INESQUECÍVEIS ENTRE CAPITÓLIO, ELDORADO E PLAZA. NAS ÚLTIMAS CENAS, COMO NO PARADISO, VÊ-SE O INEVITÁVEL DILEMA DAS TRANSFERÊNCIAS DOS TRADICIONAIS CINEMAS DE RUA, PARA AS SALAS LOCALIZADAS EM CENTROS COMERCIAIS. AQUI TAMBÉM NÃO FOI DIFERENTE. PRECISAMOS FALAR DESTE SOFRIMENTO VIVIDO POR PESSOAS COMO VOCÊ, EXPEDITO, QUE VIVERAM POR DENTRO ESTA TRANSIÇÃO, COM O FECHAMENTO DE TRADICIONAIS SALAS PARA CONVERTÊ-LAS EM LOJAS COMERCIAIS, CLUBES, IGREJAS, ESTACIONAMENTOS E CASAS NOTURNAS DE PÉSSIMA FAMA. FINALMENTE, ANUNCIA-SE PARA BREVE A REABERTURA DOS CINEMAS DO SHOPPING. ALEGRIA, ALEGRIA!! VOLTAMOS AOS CINEMAS PARA O NOSSO DELEITE, COMO DOS NOSSOS MELHORES HÁBITOS. ESTE MOMENTO PRESENTE ME PERMITE REVERENCIÁ-LO, EXPEDITO, COMO TAMBÉM NUNCA DEIXAREI DE FAZÊ-LO A OUTROS PIONEIROS, COMO PELÚSIO CORREIA DE MACEDO – COM O SEU PIONEIRO CINE IRACEMA, NA RUA PE. CÍCERO; UM PIMPIM ALMEIDA – PELO VELHO CINE-TEATRO ROULIEN, NA RUA SÃO PEDRO; OS IRMÃOS JOSÉ E OTACÍLIO ALMEIDA – COM A EMPRESA GURI E, ESPECIALMENTE, COM CAPITÓLIO E ELDORADO, NASCIDOS NA RUA SANTA LUZIA; E UM LUIZ DANTAS DE MACEDO – COM SEU MODESTO CINE LUZ, NOS FRANCISCANOS. QUANDO VOCÊ HERDOU TUDO ISTO, TODA ESTA TRADIÇÃO PARECIA SE INSTALAR NO CINE PLAZA PARA CONTINUAR REALIZANDO SESSÕES PARA O NOSSO ENCANTO POR ATORES E ATRIZES MEMORÁVEIS, EM FILMES INESQUECÍVEIS. AGORA EM 2014 VOCÊ ESTÁ CHEGANDO AOS 70 ANOS. QUE SEJAM ESTAS NOVAS SALAS DE CINEMA QUE VAMOS GANHAR NOS PRÓXIMOS DIAS, COM REQUINTES DE INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS, UM BRINDE À SUA FELICIDADE, UM PRESENTE AO MERITÓRIO ESFORÇO QUE VOCÊ FEZ PARA QUE NESTA TERRA NUNCA MAIS SE TENHA UMA ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA, SENÃO DAQUELAS NOS FINAIS DE NOITES, QUANDO TANTOS SONHOS SE EMBALARAM.

016: (21.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, REVERENDO DR. AUGUSTUS NICODEMUS GOMES LEITE
QUANDO ESTA MENSAGEM CHEGAR AO SEU DESTINO, É PROVÁVEL QUE O SENHOR ESTRANHE ESSE CUMPRIMENTO QUE LHE FAÇO. AFINAL, NUNCA NOS VIMOS. NO ENTANTO, QUANDO LHE DESCOBRI, ACIDENTALMENTE, NÃO DEIXEI DE MANIFESTAR O PRAZER DESTE ACHADO, REGISTRANDO-O, TEMPOS ATRÁS, NUMA PÁGINA DA WEB. A SEU RESPEITO, DR. AUGUSTUS NICODEMUS, HOJE SEI, POR INFORMAÇÕES PÚBLICAS, QUE O SENHOR NASCEU NA PARAIBA, É CASADO COM MINKA LOPES E TÊM QUATRO FILHOS. É PASTOR DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. FEZ SEU CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA NO SEMINÁRIO PRESBITERIANO, EM RECIFE. OBTEVE O TÍTULO DE MESTRE NA ÁFRICA DO SUL, NA UNIVERSIDADE CRISTÃ DE POTCHEFSTROOM. DEPOIS DE SERVIR COMO PROFESSOR E DIRETOR DESTE SEMINÁRIO PRESBITERIANO, BEM COMO O DE PASTOR DA PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DO RECIFE, OBTEVE O GRAU DE DOUTOR EM HERMENÊUTICA E ESTUDOS BÍBLICOS, PELO SEMINÁRIO TEOLÓGICO DE WESTMINSTER, NA FILADÉLFIA, ESTADOS UNIDOS. E FEZ  ESTUDOS ADICIONAIS NA UNIVERSIDADE REFORMADA DE KAMPEN, NA HOLANDA. O SENHOR FOI PASTOR DA IGREJA EVANGÉLICA SUIÇA DE SÃO PAULO, PROFESSOR E DIRETOR DO CENTRO PRESBITERIANO DE PÓS-GRADUAÇÃO ANDREW JUMPER, E É AUTOR DE DIVERSOS LIVROS SOBRE A BÍBLIA E ESPIRITUALIDADE. MAIS RECENTEMENTE, E POR 10 ANOS, O SENHOR FOI REITOR E CHANCELER DA FAMOSA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE, DE SÃO PAULO. DESDE QUE COLHI ESTAS PRIMEIRAS INFORMAÇÕES, NÃO DEIXEI DE ASSOCIAR SUA PESSOA À FIGURA INESQUECÍVEL DE NICODEMOS LOPES PEREIRA. O CARIRI DEVE UM GRANDE RECONHECIMENTO AO SEU PAI, AQUELE ENGENHEIRO DA CHESF QUE VEIO DO RECIFE PARA, DE JUAZEIRO DO NORTE – PRESIDINDO A CELCA – COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO CARIRI, CONDUZIR A MAIS IMPORTANTE OBRA DE QUE TEMOS NOTÍCIA, EM TODA A NOSSA EXISTÊNCIA: A ELETRIFICAÇÃO DO CARIRI. NAQUELA ÉPOCA, O SENHOR ERA UMA CRIANÇA E AQUI RESIDIU POR UNS SEIS ANOS, JUNTO À SUA FAMILIA, NA LAGOA SECA. RECENTEMENTE, SOUBE DE SUA PRESENÇA DISCRETA NESTA CIDADE, OPORTUNIDADE EM QUE PROCUROU REENCONTRAR ESPAÇOS DAQUELA MEMÓRIA DE INFÂNCIA. E SOUBE TAMBÉM QUE VISITOU A ANTIGA RESIDÊNCIA AÍ DEMORANDO UM POUCO, REVENDO SALAS, RECANTOS E APOSENTOS. QUEM LHE PERMITIU E O RECEBEU COM TÃO BOM ACOLHIMENTO, REVELOU-ME O QUE VIU. NAQUELA BREVE VISITA, O SENHOR ERA UM HOMEM EMOCIONADO, A PONTO DE TER LÁGRIMAS ROLANDO PELA FACE.  DURANTE VÁRIOS ANOS, PELA IMPRENSA, USANDO UM ESPAÇO DE JORNAL IMPRESSO, EU – VASCULHADOR DE ANTIGUIDADES, OUSEI REVELAR ASPECTOS DESTA ÍNTIMA E SENTIMENTAL VINCULAÇÃO DE MUITA GENTE COM O JUAZEIRO. EM TANTOS CASOS, EU ENCONTREI ESTE MESMO SENTIMENTO QUE ADAIL MENDONÇA ME DESCREVEU A SEU RESPEITO. ERAM, COMO AINDA HOJE POSSO FAZÊ-LOS, COMENTÁRIOS SOBRE ESTE JUAZEIRO, POR AI, SURPREENDENTE EM AFETOS E GRANDIOSO NAS RELAÇÕES QUE SE ESTABELECERAM ENTRE ESTA CIDADE E OS HOMENS QUE PARA CÁ VIERAM. DR. NICODEMOS E SUA FAMILIA NOS LEGARAM ESSE CARINHO, ESSE AFETUOSO TRATO HUMANÍSTICO COM O QUAL A CIVILIZAÇÃO SE ENRIQUECE E NOSSAS OBRAS SE ETERNIZAM. VOLTE QUALQUER DIA A ESTAR CONOSCO. CERTAMENTE SERÁ UM ENORME PRAZER PARA ESTA, TAMBÉM SUA CIDADE – TÃO DESMEMORIADA, DR. NICODEMUS, RENCONTRÁ-LO OUTRA VEZ.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

José Wilker

 JOSÉ WILKER (1)
Com a prematura morte de José Wilker, o Diário do Nordeste republicou uma entrevista exclusiva com o ator, publicada REVISTA GENTE, em março de 2013: Um cearense daqueles que tem orgulho da terra natal, sem, no entanto, deixar de ser cosmopolita no sentido mais amplo que a palavra permite. Ator e diretor de televisão, cinema e teatro, José Wilker recebeu a Revista Gente, em sua casa, no Rio de Janeiro, em março de 2013. Cidadão do mundo, José Wilker queria ser tudo quando criança, menos ator. Talvez a curiosidade que o acompanhou desde sempre, assim como o afã pela independência, levaram-no a se encantar com a vida artística. Aos poucos, o cearense construiu uma galeria de tipos e personagens que conquistaram admiradores no Brasil e em outros países. O sucesso é resultado da valorização de suas raízes, do trabalho árduo e vontade de dar sempre o melhor de si. São quase quatro décadas de carreira, muitas viagens, experiências no teatro, cinema e televisão, vivências que o tornam mais ciente dos propósitos da existência e disposto a dividir um pouco do que aprendeu. Segundo as próprias palavras, devemos viver com desprendimento e com a obrigação de acharmos, cada qual, a nossa fórmula da felicidade.  



São quase 40 anos dedicados à arte da atuação, sendo referência na teledramaturgia. Sempre que é escalado, o público já espera mais um personagem memorável. Você se sente satisfeito por ter conquistado o seu espaço na TV ou continua em processo de constante autoaprendizado?
José Wilker: Bom, a pior coisa que pode acontecer para um artista, seja lá o que ele faça, é ter uma espécie de funeral. Então, prefiro me sentir, sinceramente, uma pessoa sempre começando. Não sou alguém de planejar, é claro. A minha carreira foi uma sucessão de acasos. Jamais sonhei, na minha infância, e, digamos, começo de juventude, em ser ator. Eu queria ser tudo, menos ator. Queria ser piloto de avião, engenheiro, físico; minhas expectativas eram nesse sentido. Adoro matemática; queria fazer algo ligado a isso e, de repente, quando pensei em conseguir um emprego, tipo, uma coisa qualquer para ter uma certa independência, aconteceu que, em Recife, na televisão, ofereciam teste pra locutor. Resolvi fazer, mas fui reprovado. E o cara que me aplicou o teste ficou muito acabrunhado por ter me reprovado e falou assim: “tem vaga pra ator, quer?” E eu peguei a vaga. Claro, tinha feito alguma coisa ligada a teatro na escola, nos Salesianos de Juazeiro e nos Salesianos de Recife. Então, fui fazer teatro e lembro que a minha estreia foi na televisão, na TV Rádio Clube. Em seguida, tive outra chance de fazer teatro na Festa da Mocidade, que acontecia numa praça, onde eu tinha que atravessar o palco puxando uma lata de goiabada. Eu até hoje não sei pra quê. Acho que era uma experiência moderna porque, se alguém fizer isso hoje, vão achar ser alguma experiência pós-moderna. Eu sei que tinha que fazer isso e eu fiz isso durante duas semanas. Então, trabalhar como ator, é sempre uma espécie de recomeço, de reinvenção, de recriação. A cada trabalho, descubro que você pode olhar pro ato de representar de forma nova e diferente, ou se não nova, pelo menos diferente. Pra ser ator, pra representar, ou seja, pra você fazer alguma coisa que de alguma maneira toque o coração das pessoas, que de alguma maneira contribua para que você promova, do ponto de vista da emoção, algum crescimento, você tem de estar permanentemente antenado. Mas, resumindo, se eu for medir o que me falta, eu diria que falta tudo.

Você sente que assim, de certa forma, é bom estar nesse patamar de excelência, mas também se sente pressionado conforme um personagem tem de ir de acordo com essa expectativa das pessoas?
JW: Não me sinto pressionado porque eu não posso, de maneira alguma, não acho que deva, colocar esse peso nas costas dos outros. Recentemente, fui fazer ‘Gabriela’. Tinha participado da primeira versão. Quando a gente fez ‘Gabriela’ (1975), vivia no Brasil sob uma ditadura militar e, ‘Gabriela’, na versão do Walter George Durst e Walter Avancini, precisava privilegiar, de alguma maneira, um símbolo qualquer, um sinal qualquer de protesto com relação à repressão sob a qual a gente vivia. O trilho de ‘Gabriela’ era muito em cima do protesto e, como na época eu me sentia muito inclinado a protestar, mas sempre na segurança de ‘vou protestar e ninguém vai me encanar’, portanto ‘tô à vontade, protestando via televisão’, que era um lugar privilegiado, eu aproveitei o meu temperamento do momento e aproveitei tudo isso para fazer o meu personagem, o Mundinho Falcão, que digamos, era o novo, entre aspas, porque era o ‘novo’ que, no correr da história, ia se adaptando, às circunstâncias de velhice que ele queria combater. 

E na nova versão, quando viveu o coronel Jesuíno ....
JW: De repente, fazia o oposto. E fiquei pensando, ‘como é que eu vou transitar nisso?’. Fiquei olhando as elevações e vendo de que maneira estava sendo conduzida a adaptação, pela cenografia, pelo figurino, pela escolha do elenco, pela maneira que a gente estava sendo dirigido etc. Então, de repente escolhi um outro caminho. Tanto naquele quanto nesse, eu sou absolutamente responsável pelas minhas escolhas. Qualquer equívoco é um equívoco que eu atribuo plena e totalmente a mim. Qualquer acerto também. É muito importante que a gente tenha a adesão do público para o qual se dirige, que o respeite, que tenha, com relação ao seu trabalho, esse compromisso de respeito e reciprocidade porque, na medida em que te admiram, você tem uma dívida enorme a pagar por essa admiração.

Jesuíno teve ótima aceitação. Começou como o vilão que matou a esposa, em nome da honra,  mas foi se redimindo porque amava aquela mulher. Foi ganhando essa dimensão humana que o público compreendia, não que aceitava. Você esperava que ele conquistasse essa empatia toda, mesmo sendo tão árido?
JW: Eu queria que as pessoas se reconhecessem nele. Se reconheceram tanto que ele passou a ser usado em ‘n’ circunstâncias, muitas vezes aparentemente de brincadeira, muitas vezes de verdade. Antes de começar a trabalhar, eu fiquei olhando o noticiário e pra minha história familiar e descobri coisas tais como “Nós do Brasil temos hoje uma lei chamada Lei Maria da Penha”. Por que existe essa lei? Porque foi necessária pra coibir um crime. Crime esse que ocorria em 1920, no interior da Bahia, no interior do Ceará e ocorre, hoje, aqui no Rio de Janeiro e em São Paulo. E, pior que isso, muitas vezes ocorre e ninguém nem se dá conta, porque as pessoas têm vergonha de publicamente reconhecer que esse tipo de coisa acontece. De um lado, investiguei isso e, por outro, a enorme capacidade que um certo tipo de formação que existia, e ainda existe e dificulta para os homens, para os machos, o exercício da ternura, do carinho, a exibição da própria fragilidade, da própria carência e assim por diante. Ainda é, por exemplo, educativo por parte das famílias dizer que “homem não chora”. Quer dizer, fui juntando uma porção de informações e achei que, independentemente de concordar ou não com aquela pessoa, com o coronel Jesuíno, era preciso que tivesse, com relação a ela, uma certa compreensão, que passava pela compreensão da própria personalidade, do seu caráter, passa por você. Quer dizer, você se reconhece naquilo. 

Mas o coronel Jesuíno também teve sua veia cômica, fazendo muito sucesso... 
JW: Evidentemente, também quis que fosse engraçado porque, se aquilo fosse pura e simplesmente a pedra bruta quebrada, talvez não atraísse a atenção. Então, também fui brincar, tentar trabalhar o lado do humor da personagem. Agora, quando eu falo esse monte de coisa, tem que dar um desconto de que a gente faz muita teoria a respeito disso ou daquilo, de representar, de se relacionar com as pessoas, mas eu não sei como é que é a ponte dessa teoria para a prática, entende? Mas eu tenho ‘n’  informações de histórias familiares que me alimentam pra esse tipo de personagem e que eu costumo usar.

A cultura nordestina e a questão da tradição ajudam na construção desses personagens...
JW: É, pode ser que tenha a ver... Eu digo o seguinte. Não vivo no Ceará desde 1963. Desde 63 que eu moro no Rio. Mas é evidente que 90% daquilo que é o meu temperamento é porque nasci no Ceará. Eu seria outra pessoa sem o Ceará. Ou, como aquela brincadeira, “você pode sair do Ceará, mas o Ceará não sai de você”. Quando os americanos chegaram à Lua, tinha um cearense lá vendendo ouro (risos).

Como você analisa a teledramaturgia contemporânea? Ainda acompanha novela?
JW: Não. É muito tarde pra mim. Não, não é só isso não, quer dizer, quando a gente está gravando, antigamente era aqui do lado da minha casa, eu descia a pé, voltava pra almoçar em casa, acabava de gravar e voltava pra casa. Eram quatro quadras da Globo. Era aqui do lado. Agora, eu gasto duas horas e meia pra chegar lá. Eu acabo de gravar por volta das 9 horas da noite. Chego em casa às 10h30, 11 horas da noite. Já acabou a novela. Não tenho saco de gravar pra assistir depois. Quando descobri o VHS, descobri que eu tinha um canal de televisão na minha casa que podia programar. Sem intervalo comercial, com os programas que queria. Minha prática com a televisão era essa. Ver os filmes que queria. E, durante um tempo, quando eu era de esquerda, não via. Porque achava, ridiculamente, imbecilmente, que a TV era veículo da ditadura, era só janela pra divulgar e esconder, de um lado as qualidades e de outro, os crimes.

Mas você já trabalhava em televisão nessa época?
JW: Já. Mas não tinha vontade de ver. Mas acho que a gente, agora, está em um momento muito legal de dramaturgia em televisão. De conviver lá dentro, acaba vendo, claro. Eu não tenho hábito de acompanhar, mas vejo. Teve uma época de ouro, que durou até meados dos anos 1980. Depois, passou por um período de readaptação, de reinvenção, com a chegada da TV a cabo, das outras mídias, dos novos sistemas, a televisão foi precisando se rearrumar. Ela passou por várias fases. O que era quando ela foi implantada no Brasil? Era rádio com imagem. A gente transportou tudo o que se fazia no rádio para a televisão. A linha de show, as novelas, os noticiários. Aí, de repente, no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, ela começou a encontrar linguagem própria. Com o tempo, passou a fazer uma coisa que foi usar técnicas de cinema porque a gente passou a trabalhar com câmeras muito menores. Isso libertou a novela do confinamento em estúdio, do “caixotão de palco”, e a gente foi evoluindo.  

Wilker, se fosse para eleger um filme, um personagem, que estreou esse reconhecimento nacional, qual escolheria?
JW: ‘Dona Flor’ (filme baseado na obra de Jorge Amado, no qual interpretou o Vadinho). Preferia que fosse o Tiradentes, de ‘Os Inconfidentes’, de Joaquim Pedro de Andrade, mas foi ‘Dona Flor’, um filme que não acreditava que fosse fazer sucesso. Aliás, tinha certeza absoluta que iria ser um fracasso. Pensava que um filme erótico-espírita jamais poderia dar certo. E ‘Dona Flor’ não é um filme que projetou a gente apenas internamente; é um filme que teve repercussão no Taipei (capital de fato e maior cidade da República da China), Itália, Estados Unidos, Argentina, Japão. É um acontecimento até hoje.

Você ganhou notoriedade como crítico de cinema e tem um diferencial dos outros especialistas, que são mais acadêmicos, por se comunicar de maneira mais objetiva com o público. O fato de ser ator ajuda?
JW: Há uns anos, no Telecine, tinha um programa chamado “Cineview”, e eu era amigo da diretora do programa na época, Nice Benedicts. Um dia, a gente conversando aqui em casa – eles exibiam o Oscar – nessa época a premiação não era exibida em TV aberta – isso faz uns 15, 20 anos – e ela disse que sentia um buraco na transmissão, que era o intervalo comercial. Não tinha anunciante nos canais a cabo ainda. Aí ela me perguntou se eu não queria, por gostar de cinema, falar da cerimônia. E eu disse: “acho que vale a pena falar se a gente puder falar como a gente fala aqui, como sendo uma conversa e não uma coisa técnica. Que deve ser chato pra cacete para o telespectador”. Então, durante cinco, seis anos, fazia isso. Era como se tivesse conversando aqui em casa, na mesa do bar, com as pessoas. Nessa época, pintou de eu escrever para jornal. Ao invés de escrever de forma acadêmica, fazia como se estivesse falando em voz alta. Isso foi ficando, ficando e hoje não me sinto confortável com a coisa técnica porque acho que ela afasta, mas também me expõe porque acabo dando a cara à tapa. Já ouvi barbaridades. Quando você pega e diz que não gosta, todo mundo se sente agredido. O que é uma bobagem, eu digo, porque já li coisas a respeito do meu trabalho de uma agressividade monumental. Acho a crítica essencial, devo a minha carreira à crítica. Me sinto mais confortável quando recebo uma crítica do que um elogio. A crítica que me afeita, me promove, me provoca, me desafia. O elogio me deixa tranquilo, o meu ego alimentado, é legal, eu sou “gostoso”. Mas tem o limite. 

Como você analisa o atual cenário do cinema brasileiro? 
JW: O primeiro grande prêmio que o Brasil precisa ganhar é a adesão do seu público. Esse é o melhor prêmio que a gente merece e deve ganhar. O Oscar...não sei se é tão importante. Não muda porra nenhuma. Nosso problema era de produção. Aí, até como forma de censura, o governo resolveu que ia estimular a produção. Ele estimulou, mas não equipou o País para consumir esse produto. Então, a gente tem, nesse momento exato, 200 filmes prontos, pelo menos. E 200 filmes na prateleira, invisíveis. Nossa produção, há 30 anos, ocupava 25% de market share. Hoje, nos anos bons, chega a 10%. Em 2011 foi bom, e tivemos entre 10 e 11%. Em 2012, perdemos 4% desses dez e produzimos mais filmes que o ano anterior. Então, a gente já resolveu a questão da produção, mas não a do consumo dessa produção. O Brasil tem menos salas que Manhattan, um bairro de Nova York,  menos que a Argentina, um país de 30 milhões de habitantes. Somos 190 milhões e temos 2.400 telas. Por outro lado, a gente fala português, faz filmes em português, então, o nosso mercado é aqui. Os filmes são feitos para serem consumidos no mercado nacional. Senão, as chances dele fora são muito pequenas. A gente tem grandes problemas a serem encarados. Viramos as costas para a América Latina, que é, potencialmente, o melhor mercado pra gente trocar. O que o Brasil sabe do cinema da América Latina? Só o da Argentina e porque somos inimigos da Argentina. Então, importa para não gostar e acaba se deparando com bons filmes. Agora, o que sabemos do cinema do Chile, Peru, Venezuela, Equador, México, Caribe, do cinema em si feito em língua espanhola? Nada. Eles não chegam aqui.

Como avalia a qualidade do cinema brasileiro?
JW: Muito boa. A gente está fazendo filmes muito bons. Do ponto de vista técnico, há filmes tão bons quanto de qualquer outro país. Até porque a técnica não é mais propriedade de nenhum país. O que usa no Brasil é o mesmo que os caras usam em Hollywood. Eles só têm mais dinheiro. 
Que diretores brasileiros têm feito um trabalho interessante?
JW: O Breno Silveira, o Wagner Assis, o Beto Brant, o Cacá Diegues, o Bruno Barreto, o pessoal de Recife, o Kleber Mendonça Filho, que fez um belíssimo filme, ‘O Som ao Redor’, não um filme para multidões, mas um belo de um filme que honra qualquer cinema do mundo. Tatá Werneck, Tatá Amaral, Sandra Werneck, pô não dá pra citar, teria que citar cem nomes. O Brasil, nos últimos anos, lançou mais de 150 novos diretores, e todos eles muito talentosos, formados em boas escolas de cinema. Tem uma gente muito boa, do ponto de vista técnico. De repente, a gente se dá o luxo de exportar fotógrafos. A gente não tem é dinheiro. Não tem dinheiro porque não tem mercado.  O Brasil tem filmes, não tem cinema ainda. 

Você tem a curiosidade de acompanhar o que está sendo criado no cinema nordestino?
JW: Sim, sim. O Karim Aïnouz (cearense) é um cara que eu acompanho desde o primeiro filme dele. Eu estava em Cannes quando ele o exibiu. É uma das minhas tristezas até hoje não ter feito um filme com ele. Lembro em parte o que foi o ‘Madame Satã’. Que maneira de filmar especial. Agora, estou querendo fazer um trabalho, já escrevi, mas é meio iconoclasta a minha leitura da história do Juazeiro. Não sei quando vou fazer. Quero fazer no cinema. É centrado no beato José Lourenço, que foi para o Caldeirão. Uma coisa terrível. Pouca gente sabe disso. Só há a referência em um livro, de Rui Facó, o ‘Cangaceiros e fanáticos’, no qual conta como liquidaram com o Caldeirão. Há a história do boi santo também. E a primeira peça que fiz aqui e abriu a minha carreira no Rio foi uma peça sobre Juazeiro do Norte, ‘O som dos penitentes’. Estava desempregado e li que ia ter uma peça sobre o Juazeiro. Me candidatei. Pensei: “ninguém conhece mais o assunto que eu”. Mentira. Fui aceito para fazer uma ponta como assistente de direção. Foi quando comecei a sobreviver de teatro aqui.

Apesar de ter saído há bastante tempo do Ceará, ainda tem algum costume regional? 
JW: Meu costume permanentemente está ligado à alimentação. Aqui em casa a gente tem, pelo menos, uma vez por mês, um baião de dois, que é uma coisa que a minha mãe fazia e da qual não abro mão. Baião de dois com queijo de coalho e uma carne de sol, não dá pra não ter. Por que eu leio? Porque aprendi a ler em Juazeiro, com o meu tio professor de Português. A minha curiosidade pelo mundo é uma curiosidade que é cearense. O melhor restaurante de comida vietnamita de Paris é dirigido por um cearense, que faz a melhor sopa de pequi do mundo. Na China,  depois de ficar uma semana comendo pato, fui a um catálogo telefônico e vi “brazilian cuisin”. Aí, liguei e falei: “alô”. Era um cearense que estava lá, na única churrascaria de Pequim. Sócio de um alemão. Uma mistura maluca. O alemão criava os bois, e o cearense administrava a churrascaria.  Era muito ruim a churrascaria, mas estava indo muito bem. 

E sua relação com Juazeiro?
JW: Quando morava lá, não tinha luz elétrica durante uma época, que eu me lembre. Depois, a luz funcionava por um período de duas horas por noite. Tinha um negócio chamado, Centro Regional de Publicidade. Havia uns alto-falantes pela cidade, uns quatro ou cinco. Um locutor anunciava o comércio local e tinha o momento em que tinha música “de mim para você”, “eu ofereço essa canção”, aquela coisa. E era um mundo que me fascinava. Isso era um lado. De outro lado, tinha a casa das minhas tias – a minha mãe, meu pai e meus irmãos já moravam em Recife – eu ia e voltava várias vezes. Hoje, vou muito pouco ao Ceará. Porque não dá tempo. Férias de ator é desemprego.  Meu apego à leitura, à música, à magia (em Juazeiro tem essa mística especial), vem do Ceará. Eu via aquelas pessoas que passavam na frente da minha casa, deixando um rastro de sangue, pois estavam vindo de joelhos desde de não sei onde, pagando promessa. Achava uma coisa absurda. Na Semana Santa, a gente era confinado à noite, porque havia uns penitentes que se flagelavam nas ruas, com capuz, tipo ‘Ku Klux Klan’.  Afora isso, eu, pra me vingar, de ter que ceder a minha cama, durante as romarias para os romeiros, vendia pedaços de roupas de luto das minhas tias como relíquia da batina do padre (Padre Cícero). Deve estar fazendo milagre até hoje por aí. Tem toda uma história que é fascinante. Meu gosto, meu olhar pra arte, aprendi lá.  

Você acha importante esse processo de viver em vários lugares ao mesmo tempo em que preserva suas raízes?
JW: Tem que ter uma base. Só a partir dela  se constrói o resto. Se eu não tivesse tido os bons professores que tive de Francês, de Português, de História, de Desenho, em Juazeiro, eu dificilmente teria evoluído para algum lugar. Não estou dizendo com isso que eu evoluí pra algo genial. Não. Eu só evoluí um pouquinho. Mas eu tive um professor de Francês, que me chamou a atenção, pra todo o Romantismo Francês de Voltaire, Diderot, Descartes, Chateaubriand. Quando fui morar em Paris, eu sabia falar, não o francês do cotidiano, que só vivendo lá que se aprende, mas eu me entendia. E foi lá, em Juazeiro, que minha curiosidade em relação à História me foi despertada por um professor de História bom que eu tinha. Da mesma forma que o Desenho. A Matemática. Eu tinha um professor que era um padre polonês, nos Salesianos, que me chamou a atenção pra Matemática de um jeito que não é aquele que faz as pessoas odiarem a Matemática. Eu passei a gostar de Equação do 2º grau, Números Complexos, com os caras. Coisa fascinante.

E neste ano, você está gravando um programa para o Canal Brasil?
JW: É um programa de entrevistas com atores. Estou de férias da TV, da Rede Globo, por enquanto. E comecei a  dirigir uma peça chamada ‘Rain Man’, adaptação para o teatro do filme com o Dustin Hoffman e o Tom Cruise. Depois, vou fazer, no segundo semestre, Virginia Woolf no teatro. Nesse meio-tempo, tenho que lançar o meu filme em abril, ‘Giovanni Improtta’ (o qual é diretor) e tem mais um monte de coisas aí. É aquela coisa de acasos. Como não tem aquela indústria, a gente nunca tem certeza do que a gente vai poder fazer. Tenho certeza dessas duas, três coisas porque isso já foi captado. A gente já tem teatro, elenco, já pagou tudo, então a gente vai fazer. Mas eu quero filmar esse filme sobre Juazeiro, não sei quando vou poder. Depois do ‘Improtta’, fiz três filmes. ‘Os Velhos Marinheiros’, ‘A Casa da Mãe Joana 2’, com o Hugo Carvana, ‘Isolados’ (de Tomás Portella). Esses não têm previsão de estreia. Ah, participei também de ‘A Hora e a Vez de Augusto Matraga’, em que fiz o papel de Joãozinho Bem-Bem. Ele foi premiado no Festival do Rio 2011.

Você já fez vários personagens que marcaram, mas, se você pudesse, riscaria da sua lista algum personagem que se arrependeu de ter feito?
JW: Não, não. Eu posso contar nos dedos de uma mão as coisas que eu fiz que são ruins. Mas eu nego que fiz. Eu tive muita sorte. Eu acho que tem umas três, quatro coisas que fiz muito mal, muito mesmo. Tem umas novelas que fiz mal, mas eu nego que fiz (risos).

Quem é o homem por trás do artista? Como você se definiria?
JW: Eu tenho um olhar pra vida muito irônico, muito debochado. Não me levo muito a sério. Não consigo brigar com ninguém. Dificilmente me irrito. Eu gosto de me divertir, ser feliz. É uma coisa que talvez tenha herdado da minha mãe. Ela  dizia assim: “eu tive seis filhos e apontava pra mim e falava: o único esquisito é esse”. E o meu pai, que nunca tinha me visto fazer nada,  foi me ver fazer uma peça de teatro no Centro de Convenções, em Olinda. Um troço enorme, cinco mil pessoas. Quando terminou o espetáculo, falei assim: “quero dedicar o espetáculo de hoje a uma figura muito importante que está aqui presente, o meu pai”. Pedi pra ele levantar, ele levantou. O pessoal aplaudiu muito. Aí, ele foi no camarim e me falou a seguinte frase: “tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas, me diga uma coisa: quando é que você vai tomar vergonha na cara e começar a trabalhar?”. Então, não tenho com o que me preocupar. Eu sei de onde eu vim, entendeu? Muitos colegas meus, de escola, dizem que Deus é injusto porque não deu pra eles a mesma coisa que deu pra mim. Mas Ele não me deu nada. Essas coisas a gente vai ganhando com o trabalho, com o empenho, a autocrítica ou com o teu desapego. Sem pretensão. Quando você, de repente, começa a se achar melhor  que os outros, não dá certo. Nós somos todos iguais.  Temos a obrigação de encontrar uma forma de ser feliz. Sendo que, com isso, a gente não deve abusar do espaço de ninguém. O teu espaço é sagrado e você vai ser feliz com ele assim. 
Créditos:Entrevista por Juliana Colares; Fotos Gustavo Pellizzon

JOSÉ WILKER (2)
A primeira e única vez que tive oportunidade de conversar com Wilker foi no início da noite do dia 28.07.2009, durante a inauguração da livraria saraiva no Shopping Center Iguatemi, Fortaleza. Muito antes eu conhecia Wilker como uma pessoa qualquer, residente na casa de suas tias, na rua Pe. Cícero, ao tempo em que ele cursava o antigo ginasial, no Instituto Salesiano São João Bosco. Nesse ano, 2009, eu participava da comissão que tratava do centenário de Juazeiro do Norte. Sugeri, foi julgado conveniente e neste dia eu tratei com Wilker da possibilidade de que ele viesse a Juazeiro para esta celebração. Na conversa objetivamente, tratamos de uma agenda da para sua participação numa programação para o 22.07.2011. Havia tempo de sobra para tudo. mas, como sabemos, a Administração Santana  tinha outros embrulhos a resolver e se tornou incompetente para brindar o povo de Juazeiro com uma grande festa centenária. e deu no que deu. Naquela noite, no Iguatemi, três coisas foram faladas: 1. Wilker estaria presente para um encontro com seus conterrâneos, no palco do Memorial, quando falaria de sua vida e de suas obras (teatral, literatura, cinema, tv e jornalismo); 2. No Memorial aconteceria uma mostra dos seus melhores filmes, como Bye, Bye Brasil, etc.; 3. Mais remotamente, ele se dispunha a trazer do Rio uma montagem de um espetáculo com um texto seu, ou sob sua direção. Voltei muito animado com estas possibilidades.O tempo me mostrou outra realidade e as comemorações do centenário de Juazeiro do Norte foram um fiasco. E isto só me entristeceu muito até este momento em que lembro do que planejávamos para rever Wilker entre nós. Agora transferido para outra ocasião, enquanto ele descansa em paz.

NOVAS EDIÇÕES
As duas novas publicações da Editora 309, Cariri Revista (número 15) e Casa Cariri (número 3), já estão sendo distribuídas. Como das vezes anteriores, trazendo matérias muito importantes e em acabamento gráfico primoroso. Não deixe de lê-las.


BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
#11.(Dia 07.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, EDNALDO DANTAS RIBEIRO.
VOCÊ TALVEZ SE SURPREENDA, EDNALDO, QUE NESTE CUMPRIMENTO TAMBÉM DESEJE LHE FAZER UM AGRADECIMENTO PÚBLICO. PENA QUE ELE VENHA COM ENORME ATRASO. DEVO-LHE ISTO, ALIÁS, DEVEMOS ISTO A VOCÊ, MUITOS ESTUDANTES GINASIANOS, DO ENTÃO GINÁSIO SALESIANO DE 1964, OS QUE COMPLETAVAM SEUS ESTUDOS, HÁ EXATOS 50 ANOS. NAQUELE TEMPO QUERIAMOS GANHAR O MUNDO, SAIR POR AÍ, E IR AO RIO DE JANEIRO JÁ ERA UMA BOA REFERÊNCIA. VOCÊ NOS AJUDOU A CHEGAR LÁ. NAQUELA ÉPOCA PRECISÁVAMOS DE DINHEIRO PARA EMPREENDER A EXCURSÃO E ALI FICARMOS UNS 15 DIAS, CONHECENDO A CIDADE MARAVILHOSA. MEMÓRIAS ETERNAS, COISAS INESQUECÍVEIS. VOCÊ DIRIGIA A ENTÃO LDJ – LIGA DESPORTIVA JUAZEIRENSE E UMA COISA QUE PROMOVEMOS ENTRE 1963 E 1964 FOI REALIZAR, EM TARDES DOMINGUEIRAS NO VELHO CAMPO DA LDJ, ALGUMAS PARTIDAS DE FUTEBOL PARA ANGARIAR FUNDOS. LEMBRO, POR EXEMPLO, QUE ESTA ERA A FASE QUE MARCARA O NASCIMENTO DO ICASA. E LÁ ÍAMOS PARA O CAMPO VER ICASA E GUARANI, LEVANDO MAIS GENTE, VENDENDO INGRESSOS PARA O ENTÃO DESCONFORTO DA LDJ. MAS, O ENTUSIASMO ERA ENORME PARA ALI TAMBÉM CONVIVER COM ESSA GENTE QUE TANTO FEZ PELO NOSSO FUTEBOL, COMO VOCÊ EDNALDO, DARIM, MASCOTE, PATÚ, PRAXEDES, FEIJÓ, DORO GERMANO, LUIZ DE SOUSA, E TANTOS OUTROS. VOCÊ NOS EMPRESTOU ESTA CONFIANÇA MOTIVANDO AQUELES GAROTOS A SE ESFORÇAR PARA VENDER INGRESSOS ANTECIPADOS E CONTRIBUIR PARA O SUCESSO DO NOSSO ESPORTE. GANHAMOS NÓS QUE CONSEGUIMOS O QUE QUERIAMOS, A SONHADA EXCURSÃO À GUANABARA DE CARLOS LACERDA. TAMBÉM O ESPORTE JUAZEIRENSE DEVE TER GANHO, EM ALGUMA COISINHA, POIS ERA COMUM O QUE SEU EMPENHO JÁ ASSEGURAVA. QUERO ME CONGRATULAR COM VOCÊ POR ESTA FOLHA ENORME DOS SEUS SERVIÇOS AO ESPORTE, MAS TAMBÉM PELO EMPRESÁRIO QUE FOI COM SEU SEMPRE LEMBRADO ARMAZEM PRIMEIRO DE MAIO, EM ENDEREÇO TÃO TRADICIONAL, DESTINO CERTO E DIÁRIO DE UMA LEGIÃO DE AMIGOS QUE PARTILHAVAM DAS MESMAS PREOCUPAÇÕES COM O ESPORTE DA TERRA, DESDE OS TEMPOS EM QUE VOCÊ DIRIGIA A LDJ E O GUARANI. SEMANALMENTE PODEMOS ESTAR JUNTOS NA RODA ANIMADA DAS MANHÃS DE DOMINGO, NA PRAÇA PADRE CÍCERO. É UM ENCONTRO FRATERNO QUE SE RENOVA A CADA VEZ, EM PARTE POR SUA PRESENÇA ALEGRE, UM TANTO TÍMIDA, MAS SEMPRE BEM HUMORADA E FELIZ COM A VIDA. DEUS LHE CONSERVE ASSIM, EDNALDO DANTAS RIBEIRO. TENHO A DESCONFIANÇA DE QUE ELE NÃO LHE QUER POR LÁ, TÃO CEDO. E ASSIM FICAMOS NÓS MAIS FELIZES POR LHE TER, BEM CONSERVADO AQUI, ENTRE FAMÍLIA E AMIGOS, COM O NOSSO AFETO E BEM QUERER.

#12.(Dia 09.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊS, SOCORRO E GERALDO MILITÃO.
O TEMPO CORRE E JÁ ESTAMOS A UNS SESSENTA DIAS DA COPA DO MUNDO. E CADA VEZ QUE ME VEJO TÃO PRÓXIMO DESTE EVENTO, MINHAS LEMBRANÇAS SE VOLTAM PARA A INESQUECÍVEL CONQUISTA DA PRIMEIRA TAÇA, A DE 1958. FOI A PRIMEIRA DA SÉRIE JULES RIMET, QUE ACABOU UM DIA, DESGRAÇADAMENTE, ROUBADA E DESTRUIDA. PARECE-ME INCRÍVEL, SOCORRO E GERALDO, QUE JÁ SE VÃO 56 ANOS QUE OS CONHEÇO. ÉRAMOS VIZINHOS NA RUA SÃO JOSÉ E EM MEIO A AQUELES JOGOS MEMORÁVEIS, ESCUTADOS EM RÁDIOS BARULHENTOS, E COM TANTOS CHIADOS, VOCÊS NOS ENSINAVAM, E DEPRESSA APRENDÍAMOS E RECITÁVAMOS SEM ERRO OS ONZE DO ESCRETE NACIONAL: GILMAR, DJALMA SANTOS, BELLINI, ORLANDO, NÍLTON SANTOS, ZITO, GARRINCHA, DIDI, VAVÁ, PELÉ E ZAGALLO. ISSO MESMO, JAMAIS ESQUECI. PRINCIPALMENTE ESSE QUINTETO INSUPERÁVEL: GARRINCHA, DIDI, VAVÁ, PELÉ E ZAGALLO. DE GÊNIO E DE ARTE, QUASE VIROU ESTROFE POÉTICA. E SEM ERRO E UFANISMO, JUSTO NAQUELE DIA DE SÃO PEDRO DE 1958, DOS 5X2 SOBRE A SUÉCIA. DESTE FATO, AINDA HOJE NÃO QUER CALAR AOS MEUS OUVIDOS A INTENSA ALGAZARRA NA CIDADE, OS FOGOS QUE ESPOCÁVAMOS E TANTAS CELEBRAÇÕES EM FOLGUEDOS DE RUA, COM A GAROTADA LIVRE, LEVE E SOLTA, SEM MEDO DE SER FELIZ. FOI NESTA OCASIÃO, CERTAMENTE, MEUS QUERIDOS AMIGOS, SOCORRO CANSANÇÃO E GERALDO MILITÃO, QUE MAIS ESTREITAMOS A NOSSA RELAÇÃO COMO VIZINHOS. E DAÍ A AMIZADE QUE PASSOU DE UM SÉCULO PARA OUTRO. EU, UM MOLEQUE QUE NEM CHEGARA AOS NOVE ANOS, ACOLHIDO POR VOCÊS, NAS GRAÇAS E AFETOS QUE JÁ SELAVAM GRANDE ADMIRAÇÃO E RESPEITO ENTRE NOSSAS FAMILIAS. ESTE ANO, COMO EM 58, ESPERO MUITO PODER CELEBRAR TODAS ESTAS LEMBRANÇAS PARA TAMBÉM LHES DESEJAR MUITAS FELICIDADES, AGRADECENDO-LHES PELO GESTO FRATERNO QUE ME CONQUISTOU PELO ESPORTE. SEGURAMENTE, ESTAREMOS TODOS COMO REFERIU TÃO BEM NELSON RODRIGUES – A PÁTRIA DE CHUTEIRAS – DISPOSTOS A SOLTAR O GRITO PRESO NA GARGANTA. E, NOVAMENTE, VOU ME LEMBRAR DE TANTOS FOGOS QUE ÍAMOS COMPRAR NAS BARRACAS DA RUA SÃO JOÃO, ENQUANTO A BOLA ROLAVA NOS CAMPOS DA SUÉCIA. SEM DÚVIDA ALGUMA, NA RELEMBRANÇA DESTAS CENAS, VAI ESTAR FALTANDO AQUELA MORENA LINDA, O CHARME IRRESISTÍVEL DA GENI, A AMIGUINHA QUE UM DIA, TÃO RECENTEMENTE, PARTIU PARA MAIS LONGE DE NÓS. PROVAVELMENTE, AO LEMBRÁ-LA, NOVAMENTE UMA LÁGRIMA PERDIDA ME ESCORRA PELA FACE. NÃO SERÁ DIFÍCIL, PELA SAUDADE IMENSA QUE SENTIMOS POR SUA AUSÊNCIA. POIS É NESSAS HORAS QUE SE SABE QUE LÁGRIMA É EXATAMENTE AQUILO QUE SAI PELOS OLHOS, QUANDO SE APERTA O CORAÇÃO. 

#13.(Dia 11.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, DONA MARIETA CRUZ ALENCAR.
DEPOIS DE AMANHÃ, DIA TREZE, A SENHORA CHEGA AOS NOVENTA ANOS. DO POUCO QUE SEI A SEU RESPEITO, E ATÉ LAMENTO, POSSO ME TRANQUILIZAR. SEI QUE POR SEU ESPÍRITO ALEGRE, E TÃO CORDIAL, ESTA DATA SE CELEBRA EM GRANDE ESTILO PELO AFETO FAMILIAR. E A PROPÓSITO, ME DESCULPE SE A DECLARO. MAS, TALVEZ A SENHORA SEJA DOS QUE REPETIRAM COM O GRANDE CONTERRÂNEO QUE TIVEMOS NO CARIRI, O ESCRITOR JOÃO BRÍGIDO DOS SANTOS, AO DIZER: “HOJE FAÇO 90 ANOS. SE É FEIO DIZÊ-LO, MUITO MAIS FEIO SERÁ NEGÁ-LO.” AO LADO DE MINHAS FRUSTRAÇÕES, COMO ESTA, DE NÃO TÊ-LA BEM POR PERTO, POIS RESIDE AÍ NA ILHA DE SÃO LUIZ DO MARANHÃO, NÃO QUERO QUE ESTA DATA SE ATRAVESSE SEM UMA MEMÓRIA PÚBLICA SOBRE SUA EXISTÊNCIA. QUE SEJAM, ENTÃO, ESTAS MAL TRAÇADAS, UM CERTO REPERTÓRIO ACANHADO DO MEU ENCANTO POR SUA PESSOA, DONA MARIETA, ESPECIALMENTE DESDE 1998, QUANDO VIAJAMOS JUNTOS PELA EUROPA. ME PERDOE, SE ASSIM VASCULHO UM POUCO DE SUA BIOGRAFIA. PRETENSO HISTORIADOR, EU ME FARTO COM ESTA INVASÃO DE PRIVACIDADE PARA ENCONTRAR, EXUBERANTES, OS ITINERÁRIOS DE VIDAS, DE PESSOAS COMO A SENHORA. COMEÇARIA POR RECORDAR SUAS ORIGENS, DENTRE ESTAS RAIZES FUNDAS DO CHÃO SAGRADO CARIRIENSE, DE FAMILIAS DESBRAVADORAS ENTRE OS SÉCULOS 18 E 19. FUI LENDO, AQUI E ACOLÁ, EM PARALELOS QUE FUI TRAÇANDO, QUE SEU PAI, JOSÉ GERALDO DA CRUZ – PERSONALIDADE DESTA TERRA, TÃO ENDIVIDADA, TEVE NAQUELE 1924, A NOVENT´ANOS DE SUAS LUZES, UM DOS ANOS MAIS EXPRESSIVOS DE SUA VIDA. RECEBÊ-LA NOS BRAÇOS, SEGURAMENTE, DEVE TER SIDO UM MOMENTO COMOVENTE PARA AQUELE HOMEM. VEIO A SENHORA, DO VENTRE E DA ALMA DE MARIA ESTÁCIO DA CRUZ, PARA SE JUNTAR À PRIMOGÊNITA TARCILA, EM ANTEVÉSPERA DE PROLE NUMEROSA. AQUELE 1924 DE SUA CHEGADA, DESDE LOGO, NO PRIMEIRO DIA DO ANO, JÁ FÔRA PARA ESTA FAMILIA A PROVA DE FOGO DA SUA COMBATIVIDADE E DO AMOR À TERRA. QUANDO DO SEU NASCIMENTO, A EBULIÇÃO POLÍTICA NO LUGAR ERA VIVIDA ÀS CUSTAS  DA TRUCULÊNCIA DE FLORO BARTHOLOMEU CONTRA OS MACEDISTAS, LIDERADOS POR ZÉ GERALDO. SUA VIDA SE INICIAVA COM ESTES EMBATES QUE DETERMINARAM, POR EXEMPLO, A CRIAÇÃO, POR SEU PAI, DA NOSSA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL. FOI TAMBÉM UM ANO DOLOROSO PARA O JORNAL O IDEAL, ATÉ O SEU EMPASTELAMENTO AQUI NA RUA SÃO JOSÉ, EM 30 DE AGOSTO, EM PROPRIEDADE DA FAMILIA. E QUANTAS OUTRAS ANGÚSTIAS NÃO VIVERAM, COMO O EXÍLIO DA FAMÍLIA, FORA DO JOASEIRO. SOMENTE ISTO JÁ SERIA SUFICIENTE PARA CARACTERIZAR A ADVERSIDADE QUE CONSPIRARIA CONTRA A SUA PRÓPRIA EXISTÊNCIA, AINDA TÃO FRÁGIL, NOS BRAÇOS DOS PAIS. CONTUDO, MERCÊ DESTA GARRA, TÃO CARACTERISTA DOS ELEVADOS IDEIAS DE CIDADANIA DESTA FAMILIA, VOCÊ CRESCEU DETERMINADA, ILUSTROU SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA, CONSTITUIU FAMILIA, PRESTOU SERVIÇOS E SE CONSAGROU DENTRE AQUELES QUE FORMARAM A NOSSA RESERVA PROFISSIONAL, ÉTICA E MORALMENTE EXEMPLAR. POR ISTO MESMO, ME APRESSO EM SAUDÁ-LA, DONA MARIETINHA, ALMEJANDO QUE SUA VIDA AINDA SE ALONGUE POR MUITOS MAIS ANOS, PARA QUE NÃO NOS FALTE ESTE TESTEMUNHO DE FIDELIDADE QUE SUA VIDA SE DECLARA, POR SEUS IDEIAS DE CIDADANIA, PELA FAMILIA QUE NUTRE OS SEUS ALENTOS E PELA GRANDEZA DE SUA TERRA QUE SÓ PODE SE SENTIR MUITO AGRADECIDA.
(Obs.: Estes textos são lidos, originariamente, durante o Jornal da Tarde, da Rádio Pe. Cícero, FM 104,9, de Juazeiro do Norte, na voz do jornalista João Hilário Coelho Correia )

O INJUSTIÇADO PADRE CÍCERO
Com este título, o jornalista Barros Alves membro da Academia Cearense de Hagiologia e da Sociedade Cearense de Geografia e História, fez publicar o seguinte artigo no jornal O Povo, Fortaleza,edição de 06.04.2014, que abaixo se transcreve.
No dia 24 de março passado relembrou-se os 170 anos de nascimento do Padre Cícero Romão Batista, o profeta do povo sertanejo, que incompreendido, injustiçado, foi duramente maltratado a seu tempo, justamente por aqueles que deveriam assomar como paladinos da Caridade cristã. As maldades cometidas contra o Padre Cícero chegaram, em alguns momentos, ao vilipêndio. Nascido no Crato, depois de ordenado padre Cícero foi designado para cuidar das pouquíssimas almas na localidade de Juazeiro, encravada em lugar hostil da região caririense. Ali chegado, como que por predestinação divina, de logo entendeu – segundo ele por sonho – que daquela localidade não mais sairia e que os desejos de ser missionário em outras terras, antes aventados, sumiram totalmente de sua vontade por decisão de forças transcendentes. Em 1889 ocorreram fatos extraordinários envolvendo a Beata Maria de Araújo e o então jovem Padre Cícero. O chamado “Milagre da Hóstia”, não agradou à cúpula da Igreja no Ceará. Começou aí o calvário do vigário daquele lugarejo de gente pobre e sofrida. A hierarquia da Igreja, liderada em fins do século XVIII pelo Bispo Dom Joaquim José Vieira, não poupou o vigário da então pequenina Vila de Juazeiro, de grandes constrangimentos e muitas agruras. Ele sofreu as maiores agressões por parte de altos dignitários da própria Igreja, os quais, paradoxalmente, deram munição a posicionamentos de figuras interessadas na destruição do próprio rebanho do Cristo. Mas, “Meu Padim Ciço”, apesar de tudo, está consagrado como santo pela devoção do povo nordestino. Mesmo sem ter ascendido à glória dos altares por decreto canônico da Cúria Romana, é venerado pelas imensas multidões de sertanejos que a cada ano acorrem ao Juazeiro do Meu Padim Ciço em romarias em homenagem ao Taumaturgo do Nordeste. Por outro lado, foi escolhido o “Cearense do Século” em disputa com figurões da Política e da Economia em nosso Estado. Passados quase cem anos de sua morte, apesar dos de muitos “sábios e entendidos” da hierarquia da Igreja Católica ainda titubearem na aceitação da santidade do Padre Cícero em razão de uma burocracia atrasada, não poucos são aqueles que compreendem a importância do homem religioso que ele foi, sobretudo de sua postura de obediente servidor da Igreja, que soube comportar-se com dignidade eclesiástica, não obstante as muitas perseguições de que foi alvo. Mais do que isto, compreende-se hoje nos meios eclesiais e fora deles que a atuação política de Cícero, em vez de prejudicá-lo configura um dado que o beneficia em um processo de reabilitação junto ao Vaticano. Ele foi essencialmente um pacificador numa terra de conflitos sangrentos entre coronéis que se digladiavam por poder político e dominação econômica. A atuação política do padre fez parte da ação pastoral que lhe coube por vocação e determinação que vem do Alto. Padre Cícero foi profeta completo. Soube governar, soube admoestar, soube rezar, soube conduzir as levas de homens rudes dos adustos sertões nordestinos aos pés da Mãe de Deus das Dores. É importante, destarte, compreendermos essa mensagem de fé, de esperança e de decisão do Padre Cícero em servir ao seu povo não apenas por intermédio da oração, mas da ação concreta na sociedade de seu tempo. (Barros Alves)

AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
Um novo barulho na praça envolve o sofrido Aeroporto de Juazeiro do Norte: agora se fala na sua privatização. Ou seja, a Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) já está divulgando a possibilidade de incluir nosso aeroporto na relação dos que passariam à iniciativa privada. E nisto aí, muitas incertezas, principalmente a questão da sua infraestrutura básica, inacabada. Enquanto isto, o aeroporto segue a sua trajetória vitoriosa, espelho de uma região emergente de grande expressão para o mercado de serviços, como a questão do transporte aéreo. Voltamos aos dados mensais que são divulgadas como estatísticas da Infraero em sua página na internet. A partir deste mês, mas retroativo aos primeiros 3 meses de 2014, a empresa passou a divulgar os dados de uma maneira diferente. Por isso, de algum modo, nossas referências passam a ser como são divulgadas em suas tabelas de passageiros e pousos/decolagens, tanto no mês em questão, quanto no ano. Como vínhamos divulgando a série nos últimos 12 meses, e não na acumulada dos meses do corrente ano, prosseguimos como já estávamos fazendo. Por estes resultados, na última tabela, onde apresentamos os dados consolidados para Brasil e Região Norte-Nordeste, o nosso aeroporto continua exibindo uma excelente performance. Desta, o mais expressivo é o fato que continua ocupando a oitava posição dentre os 21 aeroportos domésticos do interior do país. Não é pouca coisa.















  

sábado, 5 de abril de 2014

CICERO E MURILO

Há mais de um ano recebi, mas infelizmente havia extraviado, este texto do meu contemporâneo colega de Ginásio Salesiano, o Dr. Raimundo Nonato Alencar Dantas. Encontrado perdido entre documentos do arquivo resolvo incluir nesta edição. Vale a pena ler.
MURILO e CÍCERO
Murilo viveu um "milagre": sua vida; viu o "milagre": as Romarias do Rosário. A história do Padre, com sol ou chuva, é um conto de amizade. Não era, insta asseverar, o heresiarca sinistro dito por qualquer incauto (ou cafajeste? que termo áspero!), com ou sem projeção, não era Cícero um "bandido", um embusteiro. Pode ter aceito o caso da Beata por compaixão (não teria - diferente de não ter- forças para sacrificar a moça rústica). O homem não era comum, não era igual ao comum do homem nordestino, ainda que se não atreva o escriba a dizer: "era Santo". O que é ser santo? Francisco pecou tanto... depois figurou na vida lendária da Igreja Católica do Ocidente. O ideal é observar Cícero como um ser comum e as relações (honestas, sem farsas - sinceras, das pessoas que lhe rodeavam ou dele se aproximaram por circunstâncias da existência, tipo alguém vir a ser Vigário da Igreja de Nossa Senhora das Dores,de Capela à consagração de Basílica). O homem não era "santo" (não era um miserável que merecesse o anátema perpétuo de um centro de religiosos envoltos no "pecado" - até Cristo sentiu a grandeza do Calvário - riqueza, casos pessoais, que são irrelevantes para a defesa do vulto juazeirense; impróprio, não se protege magoando (a guerra é um caso sem igual) ferir outros para salvar um ou alguns, sobretudo na face da moralidade). O caso mais curioso é Murilo. Chegou, todos bem sabem, todos conheciam, sob entusiasmo; possível negar, mas é a acomodação (covardia?) que prejudica o Padre fundador da cidade, vaidoso,  arrogante, "prepotente" (na convicção de seu sacerdócio), não acreditava nos "chapéus"... não acreditava, de todo coração, com toda força de sua inteligência, na grandeza das romarias. Ocorreu um fato (é possível a negação, mas foi comentado e entre pessoas de bem e idades corridas, não foi "fofoca" de Praça, de esquina, de Mercado, de ruas, de calçadas, etc), que marcou e definiu o homem Murilo. Estava na Casa Paroquial (ou de Assunção) quando foi imperioso tomar o rumo de Barbalha-CE, ainda na estrada velha, no velho Jeep que possuía (ou integrava o patrimônio da sede da Igreja). E ninguém, em sã consciência (infelizmente morreram quase todas as pessoas e as que estão vivas não recordam com eficiência ou negam pelo temor da doçura, o ato de magoar, de ferir - a verdade supera tudo que se poderia cogitar de prejudicial), pode esquecer o acidente, quando foi salvo por três romeiros (Afonso, Macedinho e João Soares, sendo este último, talvez substituído na lembrança pelo rábula José Ferreira de Assis). Murilo, todo envaidecido, sem um intento de ofensa, mas em uma "brincadeira" solta, quiçá entusiasmo dos dias de ministério sacerdotal no casulo da Fé, porém inadequada para um padre mesmo jovem, no início de sua vida missionária, declara algo na linha do orgulho - perigoso caminho. A Igreja tem sofrido muito na sua exacerbada crise de infalibilidade... Chegam a comentar que inventaram, fazendo lenda com Cícero... não foi invenção, foi uma "sanção" ou advertência (deixar ao Povo o "amor ao amigo"), sendo irrefutável que cogitar de castigo é outra fatuidade. O homem pagou pelo lapsus linguae, pelo entusiasmo. O "folclore brasileiro" - contos populares, com Sílvio Romero, reza: "quem te matou caveira? Ouve: "foi a língua". Fique assentado, não se cogita de que ocorreu no nascedouro o sentido de ofensa, de menoscabo a Cícero (seria injustiça), mas Murilo não escreveria o que escreveu no final de sua vida (um livro assaz sereno e verdadeiro) sobre o Pároco primeiro de "Joaseiro". Eis a verdade que separa o joio do trigo. Murilo informa que vai até a outra cidade e insistem para demorar, mas o mesmo, em sua "moderna vida pastoral", escapa um dizer singelo (não se ponha maldade - querer o sentido que o outro não oferece - nas letras ou palavras), decide "brincar" com o imprevisível e anota que "o Padre Cícero não pode impedir "minha ida até Barbalha". O caráter lúdico do depois consagrado homem (adorava o Vasco, um grande defeito na visão da turma do "uma vez, sempre"), chegando ao posto de Monsenhor, foi um tiro de palavreado que saiu pela culatra. E a ironia do destino, salvo, retirado em sangue das ferragens por romeiros devotados e um ainda doente, recuperando séria enfermidade (e agradecia à "alma" santa, ou caridosa, de Cícero). Diz, na repetição que faz a fixação, o Padre Cícero não poderia "cortar" a sua viagem. Dizer que foi punido, traído pelo vazio instante de generosidade, desrespeito ao Padre que iria aclamar, é infamante, fere até a razão primeira do ser humano, a bondade e o amor ao próximo. Foi colhido, não resiste à certeza, pela falta de álea, sucumbiu na ironia do destino: não cruzou a estátua de Cícero existente na Praça principal da cidade. Por que? Ora, ficou preso entre os ferros retorcidos do Jeep, sobre as calçadas das casas de Ivo Pita e Propércio, alcançando os degraus do "sobrado" de Propércio. Um acidente seriíssimo... esteve muito ruim, muito mal. E o homem de fé acredita que se salvou para fazer a apologia do "chapéu" (a bênção dos "Chapéus dos Romeiros"). Conquistou, era um homem de bom temperamento, a simpatia da cidade, dos paroquianos, mas acabou na vala comum dos "calados" (que não falavam ou devotos receosos de confessar o puro sentimento) e se não escreveu algo para rotular Cícero de "santo", não o enquadrou na galeria dos facínoras que dominam o quadro de delinquência e "genocídio" da Primeira República (desde o Séc. XIX até os dias do Séc. XX) e não tinha base individual, social, política, jurídica e moral para classificar Cícero como uma "heresiarca sinistro". Jamais aflorou no seu espírito "sorridente". Escreveu um texto sereno. Lutou, apenas isso, pouco, muito pouco para que fosse declarada (talvez não seja "santo", tem os "milagres" - pequenos, de muita gente, de todo lugar, não registrados, não filmados, não gravados, não documentados, só nos corações e na vida das famílias, a comum evocação do "valei-me Meu Padim") a respeitabilidade de Cícero, expurgando, para o bem da própria sociedade religiosa católica a punição ab eternum e impiedosa. Não lutou muito em prol da reparação da dignidade de Cícero (eram dias difíceis da visão do Patriarca) e vivendo com moderação, partiu cedo (na vida morigerada que tocava). E foi pouco o que fez, temendo, decerto, represálias (não para si, o que escapa ao religioso, mas para pessoas modestas). E outros, invejavam, temiam perder as facilidades da multidão que "derrama" uma fortuna (na aquisição de relíquias e lembranças de "Joaseiro") em cada Romaria. A Fé não sobrevive sem alimento, físico e social, finalmente, o aspecto moral. O caso de Murilo é emblemático. Muitíssimo (confiram, conversem com alguém ainda antigo, que morava na Praça Padre Cícero, na Rua Padre Cícero; muitos,tal Dona Dina, Srs. Ivo Pita, Mascote, Expedido e tantos outros partiram para o Oriente Eterno), residentes nas proximidades do evento, do violento acidente sem vítima fatal (Murilo escapou por "milagre" - talvez ele não acreditasse em Cícero, mas em algum "santo", senão o de "Joaseiro", ele se apoiou ou antes de perder os sentidos, gritou pedindo clemência, socorro e que a vida não se fosse). Nada de santo, PERDÃO. Murilo, os médicos (Hildegardo, Possidônio, Malzone, etc) sabiam que cruzou por alguma força superior o estado crítico de sobrevivência, malgrado o zelo e a ciência dos esculápios. Não esqueça, não ponha na "lixeira" do riso, do motejo, da negação pela negação, brincadeira ou afronta, descuido do lapsus linguae, o evento inusitado: Murilo "não passou da estátua localizada na Praça que veio a receber o nome do Patriarca da Cidade. É só um conto (de ouvido?!)... sem ofensa a qualquer pessoa, só retratando que todos os fatos não reclamam tanto a "santidade" (Cícero não desejava isso, se sentisse que tinha o "Poder Divino" não teria escapado na sua vida de conselhos?), mas a reparação (considerando tantos deslizes de católicos e integrantes do honrado quadro de Ministros da Santa Madre Igreja) não é um favor, é um DEVER de hierarquia, um ato que precisa ser efetivado pelo Papa. Obediência não é subserviência! Na vida de João Paulo II, veio três vezes ao Brasil, ficou a visão de "Coração de Amor" (uma pessoa que o escriba viu, durante bom tempo, com familiares e filhos ainda pequenos, há cerca de três metros de distância, parado e olhando com amor a todos que o aplaudiam, imobilizados por instantes inolvidáveis), uma lacuna: não "PERDOAR CÍCERO". Era Amor, doasse Amor. E Ratzinger, Papa Bento XVI, que dos episódios tem ciência, ainda que os fatos do Séc. XIX tenham sido grotescos, a declaração de Amor em Cristo (obediência, ética e prece), da ressurreição que Deus assegura em Jó, prossegue no itinerário na Igreja que pede perdão e nega ao próximo o seu ato humílimo e concomitantemente grandioso de conceder a dignidade do ser humano, de Cícero. São letras... são verdadeiras. Cícero, pode não ser "santo", não é interessante e muito menos fundamental (já caiu na boca do Povo e daí não sai mais, por ato de qualquer mito ou qualquer aventureiro, ninguém o tira), mas merece em muito mais larga escala, acima de todos os atuais participantes e figurantes dessas festas "religiosas", as agitações ritmadas (que são importantes, mas Deus destruiu o "bezerro de ouro", Sodoma, Gomorra, etc, etc, etc), o ATO DE PERDÃO. A teimosia não é virtude, é um mau exemplo. A Igreja tem perdido muitos adeptos, muitos e muitos (uma multidão incalculável), na sua intransigência para com uns e condescendência para com muitos efetivos infratores (de vocação e de profissão, de vida e comportamento). Não importa... PERDÃO (quem pede é tão pequeno, grande quem entrega),  se CONCEDA! A restauração da civilidade religiosa de Cícero é um imperativo de caridade cristã e de dignidade da Igreja Católica do Ocidente. Observação: O escriba estava na calçada da casa de nº 314, na Rua Padre Cícero, no dia, hora e local do acidente, a duas casas do terrível acidente com o sacerdote.
Começo de tarde... os boletins médicos revelariam o extremo risco... basta! Um caso que não pode virar bola de neve... Juazeiro do Norte, na fé, precisa divulgar o que foi imputado ao Monsenhor Murilo e promover a defesa de sua honra, se ultrajada, além dos limites da estrita via judicial, ferindo a sua vida espiritual. Não se antolha no plano da amizade católica olvidar as acusações que vencem o campo dos fatos inscritos nas contendas judiciais e resvalam na personalidade das pessoas. A dignidade é um bem precioso do homem. Necessário zelar os ancestrais e saber esclarecer enganos que se não projetam na sua vida de fé! Não chega ao "público" o veredicto que dá a impressão de isento ao terrifico segredo de justiça. Reluz sempre O ATIRE A PRIMEIRA PEDRA QUEM NÃO PECOU...
NOTA DE RODAPÉ:(comentários)
Não busque nas palavras um sentido (não faça ilação ou interpretação de texto - não tem sentido velado) o sentido está dentro de sua pessoa. Fácil: SER DEVOTO. O fim colimado é a observação de que os fatos simples autorizam o largo pensamento do ser humano. João Paulo II, vítima da tragédia - a tentativa do seu excídio, perdoou e recebeu com amor a delegação coreana pensando em fato prodigioso. O prodígio não alcança o homem dotado de inteligência e conhecimento. Conciliou, suplicou perdão, não realizou o perdão do "padre" de Juazeiro. Era um Coração de Amor. Não se congita de SANTIDADE, mas PERDÃO (para suplicar e abençoado quem concede a graça da expiação das amarguras do homem).A Igreja apresenta rumos que alegram a comunidade cristã, não por abrir as portas que guardavam papeis, mas por ir ao solo mais puro de Cristo, a caminhada para o viver missionário. Que se não inove em demasia na liturgia "secular"! Não se julga nenhuma pessoa, só o aleive é pugnado com veemência e não reside nos corações mais singelos ou mais estudiosos do Sertão, mas da pena que de forma ou outra impensada, até desavisada, atirou sobre o Sacerdote um epíteto que se não aplica aos mais arrojados sujeitos do delito. Não é tempo de divergir, de discórdia, de controvérsia. A época clama, no tumultuado cotidiano de todas as plagas, o generoso Perdão. Cícero, a Igreja Católica do Ocidente, deve conceder aos fieis das plagas nordestinas a certeza do Amor e que Cícero pode (podia), pelo seu arrependimento que é a reconciliação advinda do Criador - se teve pecado a suplicar fervor do Pai, figurar entre os "eleitos". Não cabe ao mortal aferir os "chamados" e os "eleitos". AMOR E PERDÃO!

PADRE CÍCERO EM PRETO E BRANCO
Registro de fotógrafo amador de Londrina ilustra capa de renomado livro sobre Padre Cícero, da editora Companhia das Letras
 Foto: O advogado Ricardo Francisco Cosmo dedica-se como autodidata à arte de fotografar, que tornou seu principal hobby (Fonte: Folha de Londrina, 30.03.2014)

Admirador de fotografia desde criança, foi na fase adulta – ainda mais motivado pelo advento da tecnologia digital - que o advogado Ricardo Francisco Cosmo, 40 anos, passou a se dedicar como autodidata à arte de fotografar, transformando a atividade em seu principal hobby. Como todo fotógrafo que se preze, a máquina fotográfica está sempre a postos em suas viagens e foi em uma delas que registrou a imagem que ilustra a capa da terceira edição do livro "Milagre de Joaseiro", em que utiliza no título a antiga grafia da cidade, do norte-americano e brasilianista Ralph Della Cava, pela Companhia das Letras. A publicação foi relançada em fevereiro deste ano – após 44 anos da primeira edição em inglês - e ainda é considerada uma das principais obras sobre o legado histórico e social de Padre Cícero (1844-1934). O registro aconteceu durante viagem em família ao Santuário do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte (CE), no Vale do Cariri, em 17 de julho de 2011, quando o fotógrafo levou o seu pai – o aposentado Francisco Cosmo Filho - na época com 69 anos - para retornar pela primeira vez à sua terra natal. Aos 10 anos de idade ele veio para o Paraná, junto com pai, mãe e oito irmãos, em busca de uma vida melhor. "Seu Grosso" (apelido ganho na infância por ter sido uma criança "gordinha", "grossinha") acabou fazendo a vida como barbeiro, em Bandeirantes, município do Norte Pioneiro, e ainda lembra da devoção que todos tinham pela figura de Padre Cícero. "Meu pai sempre fala da fé que as pessoas tinham por ele (Padre Cícero) e fizemos questão de visitar o santuário, onde registrei a foto que acabou indo parar na capa do livro. É impressionante a força do turismo religioso local", afirma Cosmo, satisfeito pela feliz coincidência. Acostumado a colocar algumas de suas fotos na galeria virtual Flickr, foi com surpresa que recebeu o contato de um representante da editora Companhia das Letras, demonstrando interesse pela sua foto, dois anos após a postagem. "Acho que o que chamou a atenção deles foi o céu dramático da foto, feita durante o inverno, e o ar de austeridade que o ângulo da imagem passa. Não sei se o autor teve participação na escolha da capa", observa Cosmo, que também recebeu um exemplar do livro como cortesia da editora. "Não esperava esse tipo coisa e tudo isso foi uma motivação a mais para continuar fotografando. É sempre uma oportunidade para mostrar o meu trabalho", comemora o fotógrafo, que já trabalhou como freelancer para a Folha Norte. Leia abaixo entrevista com o autor do livro, o escritor Ralph Della Cava. 
Entrevista
O pequeno município de Juazeiro do Norte nunca foi o mesmo depois do dia 1º de março de 1889. Naquele dia, Padre Cícero dava a comunhão aos fiéis de Juazeiro quando a hóstia entregue à costureira e beata Maria de Araújo se transformou em sangue na sua boca. O acontecimento, que se repetiu por vários dias e voltou a acontecer dois anos depois, logo ganhou dimensão nacional, sendo apontado por muitos como milagre. Com complexos desdobramentos místico políticos, inclusive perseguição por parte da Santa Sé, que condenou o suposto milagre e o próprio Padre Cícero, o "Padim Ciço" influencia milhões de fiéis até hoje. Na década de 1970 o fenômeno chamou a atenção do professor norte-americano Ralph Della Cava, 80 anos, que chegou a morar em Juazeiro para ir a fundo no tema da sua tese de doutorado, tendo acesso a documentos raros. Após a primeira edição em inglês, o livro agora ganha sua terceira edição pela Companhia das Letras - "Milagre em Joaseiro" - que utiliza no título a grafia do antigo nome da cidade. Atualmente pesquisador sênior do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Columbia, em Nova York, Cava contou por e-mail mais detalhes sobre o seu clássico ensaio, considerado um dos trabalhos historiográficos e de Ciências Sociais mais influentes das últimas décadas no País. 
Folha de Londrina - Qual a importância de lançar o livro 44 anos depois da sua primeira edição? 
Ralph Della Cava - O mesmo valor que teve há 44 anos: em vez de mito, exageros e mentiras, contava a história de Joaseiro e do seu fundador a partir de fontes primárias, dos documentos de arquivos eclesiásticos e dos do próprio arquivo de Padre Cícero. E, mostrou de uma vez por todas que a história de Joaseiro e do Padre Cícero faz parte integral da história do Brasil e da Igreja Católica, e da economia que se operava em escala regional, nacional e internacional. 
Isso ressalta o seu valor histórico?
O que faz com que a nova edição ressalte das anteriores reside não só na excelência gráfica da própria impressão, mas também na nova apresentação, crítica e erudita, do Professor Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes da Universidade Federal do Ceará, que dá novas pistas para serem pesquisadas. 
Como foi morar em Juazeiro para fazer a sua pesquisa? Imagino o contraste de realidades, ainda mais o senhor sendo um norte-americano.
Ficamos 14 meses no Brasil (eu, a esposa Olga, o filho Marco de dois anos e a nossa Miriam, recém-nascida em Fortaleza em agosto de 1964), e passávamos uns quatro meses juntos. Naquela época a cidade não tinha um hotel familiar, mas tivemos grande sorte: Olga e as crianças moravam num convento de freiras no centro da cidade em frente da Matriz. E, eu, no outro lado da cidade, no Colégio Salesiano onde eu e o Padre Manuel Isaú desbravávamos as caixas de documentos do arquivo do Padre Cícero. Na época, Joaseiro era uma cidade onde os vizinhos, à tarde, colocavam as cadeiras em roda na calçada para conversar. Olga e eu pulávamos de roda em roda, escutando as versões diversas da história da própria cidade e do Cariri. Eram fontes tão indispensáveis com as dos arquivos. 
O que mais lhe chamou a atenção na história de vida do Padre Cícero?
A imensa bondade dele, como homem e como sacerdote. Dava para os romeiros, retirantes e flagelados que procuravam Joaseiro, trabalho, conselho e a dignidade que mereceram. 
O senhor participou da escolha da foto da capa do livro, nesta reedição publicada pela Companhia das Letras? 
Indiretamente. Do início expressei a esperança que a capa mostrasse o imenso respeito que o povo tem para com o Padre Cícero. 
O que achou do resultado final? 
Tanto a foto como a montagem resultaram numa capa de extraordinária beleza, discrição e significado. Adorei! 
Ela expressa bem a ideia do imaginário popular sobre o Padre Cícero?
A capa capta a grandeza humana do Padre Cícero e a sua permanente presença na vida de seus admiradores. 
Particularmente, o senhor acredita no "milagre" de Juazeiro?
Sim, no grande milagre que é o próprio Joaseiro. Uma encruzilhada perdida há um século e pouco no interior do Nordeste virou hoje a segunda maior cidade do Ceará (em número de habitantes e no tamanho da sua economia). Continua a atrair cada ano quase dois milhões de visitantes - entre romeiros, curiosos e turistas. É o maior centro de artesanato popular, de pequenas indústrias, e de comércio regional e internacional.

NOVOS CORDEIS: ROSÁRIO LUSTOSA
Ainda como parte da celebração do centenário de morte da Beata Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo, a cordelista Rosário Lustosa escreveu e editou este cordel em sua homenagem. Está excelente e a produção trata com grande sensibilidade a necessidade de manter acesa esta lembrança sobre o personagem rico que foi a beata em meio à rumorosa questão religiosa de Juazeiro. No subtítulo está: Eu não estou aqui. Aliás, eu estou aqui. Esta expressão foi uma elaboração que fiz em correspondência a Geová Sobreira, sugerindo que esta frase servisse de epitáfio para o pretenso túmulo da beata. De fato, ele, em parte é o próprio epitáfio do poeta gaúcho Mário Quintana, que escreveu seu próprio epitáfio, que consta do seu túmulo em Porto Alegre: Eu não estou aqui. A ele eu sugeri que, em vista da dúvida que o paradeiro dos restos mortais da beata até hoje suscita, e não há esclarecimento final, se acrescesse o Aliás, eu estou aqui. Gostaria que esta menção fizesse justiça à nossa crença de que, mesmo não sabendo que a beata tem túmulo em local determinado, nós entendêssemos e assim expressássemos, que ela está entre nós, independendo do local onde de fato seus restos mortais se encontram. Geová aceitou e ao patrocinar a edição do folheto de Rosário, pediu que a frase estivesse no seu título. 

NOVOS CORDEIS: ABRAÃO BATISTA / CLÁSSICOS










NOVOS CORDEIS: HAMURABI BATISTA / JOÃO ANTONIO BONFIM / JOSÉ MAURO MATOS


VITRINE PARA NOVOS LIVROS



RESTAURANTE NA ADUFC-CARIRI
Segundo notícias da ADUFC Cariri (Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará – Campus Cariri, no dia 31, pp, foi inaugurado um restaurante da ADUFC Cariri, o "Manjar Vegano". Seu horário de funcionamento é, de segunda a sexta, a partir de 11h30min, para almoço executivo e a partir de 17h30min, de segunda a quinta, para jantar com um cardápio simplificado, denominado “sopa do dia”. Atende também Delivery e com lanchonete no local. O endereço é na Cidade Universitária, junto a UFCA, na Avenida Tenente Rocha, 2100, em Juazeiro do Norte, Ceará.







COMENDA MEMÓRIAS DE JUAZEIRO

BARTOLOMEU ALVES FEITOSA (BERTO FEITOSA) era natural de Juazeiro do Norte – Ceará, onde nasceu no dia 18 de dezembro de 1910. Filho de Fortunato Torquato do Nascimento e de Maria Rosa Alves Feitosa. Iniciou sua vida profissional na pequena indústria de facas de seu genitor, então instalada na antiga Rua Nova, hoje Av. Dr. Floro, entre as ruas de São Paulo e da Glória. Um dia, porém, ao levar uma marretada na mão durante a execução do serviço, jogou fora o instrumento de trabalho e anunciou o propósito de não mais executar aquele tipo de tarefa.  Foi ser balconista de loja na A Pernambucana, gerenciada então pelo Sr. Jamil Jereissati. Mas, devido ao seu espírito empreendedor, logo resolveu mudar de atividade e passou a negociar com peças de ouro, como vendedor ambulante. Em 1936, desposou a jovem Carmelita Cavalcante Matos, filha de mestre Luís, um nome que ficou na história por ter acompanhado muitas vezes o Padre Cícero, em suas andanças, na condição de seu motorista particular. Desse conúbio nasceram 12 filhos: Maria Lúcia, Alberto, José Anchieta, Édson, Lucélia (falecida), Carlos, Bartolomeu Filho (falecido), Lucila, Cícero (falecido), Lucélia, Marúcia e Roberto. De meados dos anos quarenta ao início da década de cinquenta, fez a primeira experiência de mudar-se para um centro mais adiantado e veio para Fortaleza, onde instalou um armarinho no Mercado Central. Estava indo muito bem, quando perdeu a filha Lucélia, de apenas 07 anos. Esse fato transtornou a vida da família e o fez desistir de ficar nesta capital. Por isso, vendeu o armarinho com todo o estoque ao conterrâneo Luís Dantas de Macedo – por preço bem abaixo do valor de mercado – e tomou a decisão de mudar-se para Recife (PE), onde morou no bairro Casa Amarela, voltando a exercer a atividade de vendedor ambulante.
 Não satisfeito com a nova experiência, regressou a Juazeiro, aí montando ourivesaria em sociedade com o irmão Januário Alves Feitosa (Ginu), e, juntamente com um pernambucano chamado Manuel Alfredo, que lhes passou a ideia e a técnica da cunhagem de medalhas e anéis de São Jorge, iniciaram a fabricação e venda desses novos produtos na região, instalados na Rua de São Pedro nº 484.  Paralelamente a esse empreendimento, decidiu diversificar as atividades e montou um negócio à parte. Abriu a Agência Flórida, na Rua de Santa Luzia, em que vendia máquinas de costura Flórida, Phifer e da famosa marca Singer, além de bicicletas Caloi. A experiência da sociedade com o irmão, na ourivesaria e fábrica de anéis e medalhas, não o satisfez. Provavelmente por ser este tímido e comedido e ele, arrojado e impetuoso. Desfeita a sociedade, manteve o negócio de joias na Rua de São Pedro, assim como a Agência Flórida. Ganhou dinheiro e pôde adquirir o prédio comercial da Rua de São Pedro e outro residencial na Rua da Conceição, com fundos correspondentes. Aí os negócios floresceram cada vez mais e veio um período de franca estabilidade econômico-financeira. Por essa época, Berto, bem conhecido na terra natal, participava da vida política e social da Cidade e era visto como uma pessoa alegre e extrovertida, muito benquisto por grande número de pessoas, mas também olhado com certa reserva pelos “carrapatos”, partidários de Dr. Antônio Conserva Feitosa, em virtude dos ataques contundentes que desferia contra os adversários dos “gogós”, partidários do farmacêutico José Geraldo da Cruz, com quem se enfileirava.  O principal palco das discussões políticas era a Sorveteria Rex, vizinha ao Cine Roulien, onde se reunia a elite patriarcal da sociedade juazeirense. Ali estava Berto todas as noites a bravejar contra os adversários políticos. Dizia-se até que ele nunca sofrera perseguições porque sua mãe, D. Maria Rosa, seu irmão José e sua irmã Maria (Diinha) eram feitosistas incondicionais.  A presença de Berto nos famosos carnavais do TREZE, na primeira metade dos anos sessentas era também notada e comentada como algo que emprestava maior graça à folia, por ter sido dos mais animados foliões. Em 1962, ele recebeu um relógio como prêmio de melhor folião.  Ainda na década de sessenta, mais propriamente em 1964, Berto se viu na contingência de buscar um centro mais adiantado, desta vez para dar aos filhos a oportunidade de graduar-se em cursos de ensino superior, então inexistente no Cariri. Pois que, embora se enquadrasse no baixo grau de escolaridade dos cidadãos de sua época, ele sempre deu muita importância à formação universitária. Foi aí que resolveu vir morar novamente em Fortaleza, para onde transferiu seus negócios. Aqui, voltou a adquirir novo ponto comercial no Mercado Central e deu continuidade às atividades mais rendosas, ligadas à comercialização de brincos, alianças, anéis, cordões, outros adereços de ouro, relógios e assemelhados. Adquiriu também uma bela casa residencial na confluência das ruas Gonçalves Ledo e Costa Barros – coração de uma vicejante Aldeota –, proporcionando total conforto à família. O objetivo de formar os filhos foi alcançado e ele se realizou como o pai de família absolutamente dedicado à educação e formação da prole.  No Mercado Central, onde passava a maior parte do tempo no desempenho de suas atividades comerciais, recebia frequentes visitas de amigos e conterrâneos, atraídos pela simpatia que irradiava daquele seu jeito positivo e descontraído de ser, inclusive a “língua solta”. Tal fato mantinha Berto Feitosa atualizado com os acontecimentos de Juazeiro e do Cariri. As notícias trazidas eram repassadas de visitante a visitante, inclusive aos membros de nossa colônia aqui na capital, fazendo dali – pela natural empatia do proprietário com grande número de pessoas – um local de rápidos, mas agradáveis bate-papos, e uma espécie de posto de intercâmbio noticioso do maior interesse de todos nós.  Isso durou longo tempo e estendeu-se ao Mercado Novo, onde ele atuou até perto de seus 89 anos, quando veio a falecer, no dia 04 de agosto do ano 2.000, nesta capital. Hoje a sua descendência se compõe de mais dezoito netos e oito  bisnetos.  O ponto comercial continua em funcionamento, tendo à frente seus filhos Lucila e Carlos, atendendo a clientela com a mesma prestimosidade. Encerramos aqui este relato da vida de nosso conterrâneo Bartolomeu Alves Feitosa (Berto Feitosa), na certeza de que, pelo que ele foi e pelo que ele fez, deixou o exemplo de um juazeirense de fibra, digno de todas as nossas homenagens. (Fortaleza – Ceará, 28 de março de 2014. Francisco Neri Filho – Dir. Cultural da AFAJ.)
CORONEL FIRMINO ARAÚJO. Pernambucano de Taracatu, na região do Médio São Francisco, filho de Antônio Mariano de Araújo e de Maria Joaquina de Araújo.  Aos 20 anos de idade, precisamente em 1910, partiu da terra natal com destino à cidade de Crato-Ceará, com um comboio de burros de carga, levando produtos nativos para comercializar no Cariri cearense, onde referidos produtos tinham boa aceitação. A esta altura, já havia adquirido os conhecimentos básicos da instrução primária, sabendo ler, escrever e fazer as quatro operações, o que era considerado suficiente para se enfrentar a luta pela subsistência àquela época. Ali chegando, logo escolheu justamente a Princesa do Cariri para a base de seus negócios, por ser a cidade líder da região. Daí viajava a lugares da redondeza, como Juazeiro, Barbalha, Santana do Cariri, Assaré etc. para oferecer os produtos com que negociava. Em Assaré conheceu a senhorita Ana Tavares Freire, filha dileta de duas famílias importantes da localidade, com forte influência política na Província do Ceará de então. Sendo ele um jovem bem apessoado, de compleição física robusta, medindo 1,90 m de altura, razoavelmente instruído e demonstrando haver recebido boa educação, os pais da moça não tiveram porque se opor ao namoro e ao consequente enlace matrimonial, ocorrido no dia 03 de maio de 1911. No entanto, o exercício da profissão de comerciante e feirante ambulante, que Firmino abraçou sem receio por ser homem de natureza destemida, inspirava muitos cuidados, em virtude da presença de jagunços e cangaceiros naquelas paragens, a praticar assaltos e latrocínios contra os comboieiros. Daqui em diante, transcrevemos depoimento do neto do Cel. Firmino, o também coronel PM, Francisco José de Lima, presidente da AORECE e da AFAJ, falando do ingresso do avô na Corporação e da vida exemplar do soldado de escol, do cidadão e do chefe de família que ele foi. “Com a influência e insistência das famílias de sua esposa, aquele pernambucano aceita entrar na Gloriosa Milícia Cearense. Então, em 31 de março de 1914, foi nomeado para exercer em comissão o posto de 2º Ten. no 2º Batalhão de Infantaria, por ato do Exmo. Sr. General  interventor Setembrino de Carvalho (grifo nosso), conforme conta o ato na sua fé de Ofício, da IEM – também nos arquivos de seu neto. Quero registrar que Firmino Araújo entrou na Força Policial, já no grau de Oficial, não passando pelas graduações subalternas, conforme documento citado anteriormente. De 1914 até 1932 exerceu funções de confiança nas cidades de Crato – onde foi ferido no combate com um facínora, na feira daquela cidade –, Barbalha, Juazeiro do Norte e outras vilas. Naqueles idos, já com família constituída, resolve escolher Juazeiro do Norte para fixar residência definitiva, onde deixa a sua família, quando tinha de se deslocar a serviço para outras cidades, por determinação superior.  Como Comandante de Volantes, deixava Juazeiro do Norte e seguia para as missões mais variadas possíveis, contudo sua família ficava em Juazeiro do Norte, sob o manto protetor do Patriarca da Cidade, Pe. Cícero Romão Batista. Cronologia. Em 1932, por perseguição política, devido a sua índole altaneira e não subserviente, é Reformado Administrativamente, pelo ato Oficial, ‘Ofício nº 676, de 25 de fevereiro’ da Corporação (Cf. arquivo já mencionado). Em 1934, por Direito da Justiça e mudança de governo foi ‘mandado reverter às fileiras do Corpo de Segurança no posto em que foi Reformado’, isto, em 28 de novembro do referido ano. Em 1936, fica viúvo de Dona Ana Tavares Araújo, com quem teve os seguintes filhos: Raimundo Tavares Araújo, Raimunda Ceci Tavares Araújo Lima, genitora deste pesquisador-autor, Mozart Tavares Araújo. Cel. PM e um dos presidentes da AORECE de então, Moacir Tavares Araújo e Milton Tavares Araújo. No mesmo ano de 1936, precisamente no dia 1º de novembro, contrai novas núpcias com Dona Albanita de Souza, conhecida por Dona Júlia, com a qual teve a seguinte prole: Maria de Souza Araújo, Maria Eunice de  Souza Araújo, Maria Rozilene de Sousa Araújo, José Mariano de Souza Araújo, Francisco Mariano de Souza Araújo, Iolanda de Souza Araújo e Roberto de Souza Araújo. Em 1944 – maio: a 29, por ato de 23 do corrente, do Exmo. Sr. Interventor Federal neste Estado, foi transferido para a Reserva, por ter atingido a idade limite. Era mais um ato arbitrário dos detentores do Poder contra o valoroso e nobre oficial. Em 1947 – abril: a 29, reverteu ao serviço ativo e na mesma data foi promovido ao Posto de Major, transferido para a Reserva Remunerada. Com esta reversão, já é a segunda vez que o Major Firmino Araújo retorna às fileiras da Briosa Milícia. Em 1952 – abril: a 24, reverteu ao serviço ativo desta corporação, com o respectivo posto (Major). Conforme o Bol. Int. nº 212, foi transferido para a Reserva Remunerada desta organização militar, o Major Firmino Araújo, conforme ato governamental. Em 1956, conforme ato governamental de 16 de outubro de 1956, foi reformado no posto de Tenente Coronel. Não termina por aqui os afastamentos discricionários, arbitrários perseguidores ao Valente infante, Ten. Cel. Firmino Araújo. A sua via crucis de sair e reverter à Polícia Militar, não abate este bravo PM. As injustiças estão registradas na Fé de Ofício deste Oficial de Polícia, e que somente agora estão sendo denunciadas pelo seu neto, após a sua morte, verificada em 18 de abril de 1960, no Hospital da Polícia Militar do Ceará, tendo toda a sua família ao seu redor. Em 1962 é reconhecido o seu valor, e o Governador Parsifal Barroso promove post mortem ao posto de Coronel PM, em Bol. Interno nº 228 de 10 dez 1962 este herói que resistiu a todos os percalços, perseguições e sofrimentos, não fraquejando jamais, nem sendo subserviente aos detentores do poder. O Coronel Firmino Araújo é o paradigma e a bússola de toda a família Tavares Araújo e Rodrigues de Lima. É exemplo de dignidade, resistência, persistência para todos nós que fazemos a Polícia Militar do Ceará. As famílias mais importantes daquela época, na vida política, econômica  e social, faziam parte de seu círculo estreito de amizade, como: José Bezerra de Menezes, genitor dos maiores políticos do Ceará, Cel. Adauto Bezerra, Cel. Humberto Bezerra, Senadora Alacoque Bezerra, Dep. Orlando Bezerra, Industrial Ivan Bezerra, Mozart Cardoso de Alencar, esculápio de grande clientela, poeta e político, que tem um filho do mesmo nome casado com uma filha do saudoso Cel. Firmino, Maria Júlia Araújo de Alencar; José Geraldo da Cruz, farmacêutico e pai do atual Prefeito Carlos Cruz; Antônio Pita, industrial de  beneficiamento de algodão que tinha uma indústria na Rua São Francisco, em Juazeiro do Norte; João Machado, Tabelião do Cartório; Edvard Teixeira Férrer, Promotor e Político, que morava vizinho ao homenageado; o Desembargador Juvêncio Santana, que residia em Juazeiro do Norte e muitos outros. Em reconhecimento do seu valor, honestidade, trabalho realizado em Juazeiro do Norte, a Câmara de Vereadores e exmo. Sr. Prefeito, Carlos Cruz, colocou o nome do nosso homenageado nestas Reminiscências, numa rua do Bairro Salesiano. Foi um dos fundadores da Loja Maçônica no Ceará, também em Juazeiro do Norte. Nasceu em 7 de junho de 1890. Morreu em 18 de abril de 1960. REQUIESCAT IN PACE, Heroi Miliciano”. (Texto de Francisco José de Lima – Cel. PM/RR. Acadêmico da ALOMERCE.  Fortaleza – Ceará, 18 de março de 2014.)
ANTÔNIO ARAÚJO SILVA (vulgo Antônio Patu) nasceu em Juazeiro do Norte, mais precisamente na Rua da Matriz, numa sexta-feira do dia 28 de janeiro do recuado ano de 1914. Era filho do Sr. José Rodrigues da Silva e da Sra. Joana Batista de Araújo, prima legítima da famosa beata Maria de Araújo. Como se vê, este ano, se vivo fosse, estaria completando cem anos de idade, juntamente com outros amigos e conterrâneos de saudosa memória, como Dr. Alceu Sobreira de Figueiredo, Dr. Edward Teixeira Ferrer, Dr. José de Sousa Menezes, José Araújo Sobrinho (o craque de futebol) e Luís Gonçalves Casimiro. Casou-se com a juazeirense  Miguelina Ferreira Araújo, de cujo matrimônio nasceram 10 filhos: Antônio Helínio (falecido), Heliana Maria (falecida), João Hedinólio (falecido), Vicente Hélder (falecido), Joana (farmacêutica), Antônio Edênio (eng. civil com especialização em eng. elétrica), Maria Auxiliadora (ex-funcionária do BEC), José Ediny (ex-funcionário da COELCE), Cícera Euna (falecida) e Roberto Hélder (também falecido). Antônio Araújo Silva foi proprietário do Café Glória (1946) e do Bar e Restaurante Ponto Chic (1948) e da Fábrica de bombons Balas Cowboy, no ano de 1950. Elegeu-se vereador em duas legislaturas (1974/1977) e (1978/1981). Além de ter sido comerciante nos anos acima mencionados, também foi sócio do Banco União, do Jogo do Bicho. Foi Diretor de Esporte do Treze Esporte Clube (1958), fundador e presidente do América Futebol Clube (1953), sócio fundador do Treze Atlético Juazeirense, sócio do Lions Club de Juazeiro do Norte, sócio acionista do Crato Tênis Clube, sócio do CETAMA Clube de Barbalha e maçom, ingressando na Loja Simbólica Evolução Nordestina, nº 86, no ano de 1946, onde ocupou o cargo de 1º Vigilante e interinamente , o de Venerável da referida Loja, em substituição ao seu titular, o grande e saudoso maçom, Antônio Estelita da Silva. Antônio Araújo Silva foi um dos maiores desportistas de Juazeiro do Norte (em todos os tempos), grande carnavalesco, um homem de sociedade, um dos maiores jogadores de baralho do Cariri, o maior jogador de bilhar do Ceará e um dos grandes boêmios (no bom sentido) de Juazeiro do Norte, pois bebia, jogava e farreava dentro de uma linha de conduta invejável, segundo diziam os seus inesquecíveis amigos, Mascote, Valdemar Barros, Dr. Nei, Ferrer Almeida, Evaldo Pereira, Járson Brasileiro, Nildo Cardoso, Olímpio Barros, Ananias Araújo, Dr. Jussier de Figueiredo (todos de saudosa memória), além dos ainda vivos:   Dr. Geraldo de Menezes Barbosa, Dr. Joaquim Edvan Pires, José Tavares Noca e tantos outros. Era um grã-fino na acepção do termo, pois trajava impecavelmente, destacando-se, no seu vestuário, o tradicional lenço que usava no bolso do paletó ou da camisa. Como um grande amante da Música Popular Brasileira, que foi, hospedou em sua residência, por mais de uma vez, seu amigo e cantor Nelson Gonçalves, de feliz recordação. Dançava bem e conversava com certa desenvoltura, o que causava admiração a quem o escutava, apesar de não ter concluído o curso primário, o que significa dizer que seu diploma foi adquirido na Escola da Vida, graças tão-somente, aos seus esforços e a sua maneira característica de viver, tratando bem ao seu semelhante, sendo cortês com gregos e troianos e atencioso com quem o procurasse. Existem duas ruas com o seu nome: em Juazeiro do Norte, sua terra-berço e Crato, a cidade onde pontificou em termos de amizade, destacando-se o Dr. Cori, entre outros.  Teve um grande lastro de amigos em Juazeiro, no Crato, em Barbalha, em Missão Velha, em Várzea Alegre, em Cajazeiras, na Paraíba, inclusive na capital alencarina, Fortaleza. Toda sua vida foi pautada num diapasão de fraternidade, de honradez e benquerer. Faleceu em Crato, no dia 12 de setembro de 1997, onde foi sepultado, deixando muitas saudades aos seus filhos, sobrinhos, parentes e à sua expressiva legião de amigos que ainda hoje o lembram com incomensuráveis recordações.  Antônio Patu e Mascote foi a dupla mais autêntica e perfeita de Juazeiro, em termos de personalidade, de autenticidade, de sociabilidade, de amizade, de independência espiritual, de desportividade, de credibilidade, de popularidade, enfim, foram dois juazeirenses que não deixaram substitutos, até que provem em contrário. (Texto extraído do livro DADOS BIOGRÁFICOS dos homenageados em logradouros públicos de Juazeiro do Norte, Vol. I, editado no ano 2.000, de autoria de Raimundo Araújo e Mário Bem, com ligeiras adaptações do primeiro coautor). (Fortaleza (CE), 28 de março de 2014.)

PMJN: NOVA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
Foi publicada no Diário Oficial do Município, neste último dia primeiro de abril, a Lei Complementar Nº 94, de 26.03.2014 que dispõe sobre a nova estrutura funcional da Administração Municipal, cria órgãos, cargos e funções, estabelecendo os respectivos níveis ocupacionais, valores gratificacionais, hierarquia e adota outras providências. No seu corpo, pelo Art. 1º, a Administração Pública Municipal de Juazeiro do Norte passa a ter a seguinte composição estrutural: I – Gabinete do Prefeito (GAB); II – Procuradoria Geral do Município (PGM); III – Controladoria e Ouvidoria Geral do Município (CGM); IV – Casa Civil (CACIV); V – Secretaria Municipal de Gestão (SEGEST); VI – Secretaria Municipal da Cidade (SECID); VII – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turístico (SEDETU); VIII – Secretaria Municipal de Cultura e Romaria (SECROM); IX – Secretaria Municipal de Saúde (SESAU); X – Secretaria Municipal de Esporte e Juventude (SEJU); XI – Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEINFRA); XII – Secretaria Municipal de Educação (SEDUC); XIII – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e do Trabalho (SEDEST); XIV – Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Agricultura e Serviços Públicos (SEMASP); XV – Autarquia Municipal de Meio Ambiente (AMAJU); XVI – Secretaria de Municipal de Segurança Pública e Cidadania (SESP). Interessei-me pelo custo mínimo desta “sustentação” que referenda cerca de 1073 cargos gratificados, como mostra a tabela abaixo, construída com os dados da Lei. Como na sua redação consta a tabela atualizada destas gratificações, não foi difícil somar tudo e apresentar os dados para cada órgão e o total a que se chega. Portanto, neste ano de 2014, o município deve gastar, ainda, cerca de R$12.466.000,00 (Doze milhões, quatrocentos e sessenta e seis mil reais), apenas com pagamentos de gratificações. Vejam os números.



PATRIMÔNIO CULTURAL
No período de 14 a 16 de abril, próximo, acontecerá em Fortaleza o 5° Seminário do Patrimônio Cultural de Fortaleza. Com o objetivo de reunir experiências inovadoras em educação patrimonial no âmbito nacional e internacional, aproximando as pessoas dos bens culturais e de políticas públicas para a preservação do Patrimônio Histórico e Cultural do município, o 5° Seminário do Patrimônio Cultural de  Fortaleza acontece de 14 a 16 de abril de 2014, na sede do CREA-CE (Rua Castro e Silva, 81 - Centro). Interessados em participar da programação podem se inscrever online até o dia 11 de abril, preenchendo formulário disponível em http://migre.me/ikvv2 
Em 2014, ano em que Fortaleza completa 288 anos, o Seminário fará parte da programação em comemoração do aniversário da cidade e terá como tema central a educação para o patrimônio. Entre o público-alvo esperado estão: estudantes de ensino fundamental e médio; estudantes do ensino superior das áreas de Patrimônio, Arquitetura, História, Turismo, Artes Visuais, dentre outras; professores da rede municipal e estadual de ensino; pesquisadores interessados; detentores e detentoras de bens registrados como patrimônio material; organizações da sociedade civil; representantes de movimentos sociais; profissionais de turismo; profissionais da educação da cidade e demais interessados. O 5° Seminário do Patrimônio Cultural é uma realização da Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da Secretaria de Cultura, numa promoção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae-CE), Universidade Estadual do Ceará (UECE) e apoio do Centro Cultural do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (CREA-CE).
Serviço: Inscrições para o 5° Seminário do Patrimônio Cultural. Prazo: Até o dia 11 de abril de 2014. Formulário disponível online: http://migre.me/ikvv2Endereço: 
http://www.fortaleza.ce.gov.br/culturaMais informações: (85) 3105.1291 
Programação completa
14 de abril (Segunda-feira)
8h às 17h Credenciamento
8h às 12h Curso: Ações educativas para o patrimônio cultural | Ministrantes: Atila Bezerra Tolentino (Casa do Patrimônio de João Pessoa / IPHAN) e Maria Olga Enrique Silva (Casa do Patrimônio de João Pessoa / IPHAN). 
13h Mesa de Abertura
13h30 às 15h30 Mesa Redonda - Educação e patrimônio cultural: balanços de ações perspectivas para as cidades. Profa. Dra. Lilian Amaral (UFG), Profa. Ms. Sônia Regina Rampim Florêncio
(Ceduc / DAF/ IPHAN) e Profa. Dra. Olaia Fontal - Universidade Valladolid. 
16h às 18h Mesa redonda - Educação patrimonial e mídias digitais com a Profa. Dra.
Luciana de Oliveira Chianca - (UFPB) e Prof. Dr. Rodrigo Cury Paraizo (FAU-UFRJMediador: Eurico Vasconcelos – Coordenador de Popularização da Ciência e da Cultura Digital - CITINOVA /Prefeitura Municipal de Fortaleza.
18h Abertura de Exposição "Evidências de um percurso" (Parangaba, Jacarecanga e Centro)
15 de abril (Terça-feira).
8h às 12h Curso: Ações educativas para o patrimônio cultural. Ministrantes: Atila Bezerra Tolentino
(Casa do Patrimônio de João Pessoa / IPHAN) e Maria Olga Enrique Silva (Casa do Patrimônio de João Pessoa / IPHAN).
13h30 às 15h30 Mesa redonda - Alternativas de financiamento e incentivos ao Patrimônio
Cultural. Profa. Dra. Lia Calabre - Casa Rui Barbosa (RJ), Profa. Dra. Cláudia Leitão (UECE) e Marília Diniz (SEBRAE) | Mediador: Robinson Passos de Castro e Silva - Secretário do Desenvolvimento Econômico - SDE / Prefeitura Municipal de Fortaleza.
16h às 18h Mesa redonda - Valorização dos saberes populares pela educação Prof. Dr. Francisco Cabanzo - Universidad Antonio Nariño (UAN) Bogotá – Colombia. Prof. Dr. Oswald Barroso (UECE) e Prof. Dr. Clerton Martins (Unifor).
18h Lançamento da Coleção Pajeú
16 de abril (Quarta-feira) 8h às 12h Curso: Ações educativas para o patrimônio cultural. Ministrantes: Atila Bezerra Tolentino (Casa do Patrimônio de João Pessoa / IPHAN) e Maria Olga
Enrique Silva (Casa do Patrimônio de João Pessoa / IPHAN).
13h30 às 15h30 Mesa de encerramento - Experiências de valorização dos bens culturais. Atila Bezerra Tolentino (Casa do Patrimônio de João Pessoa / IPHAN), Maria Olga Enrique Silva (Casa do Patrimônio de João Pessoa / IPHAN), João Paulo Maropo (Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri) - Nova Olinda (CE) e Profa. Dra. Simone Scifoni (USP)Gerson Linhares (Programa Fortaleza a Pé).
16h às 18h Mesa redonda - Memória, Ambiente e Permanência Prof. Dr. Jorge de Albuquerque (PUC-SP) e Prof. Dr. Flávio de Lemos Carsalade (UFMG)| Mediador: Maria Águeda Pontes Caminha Muniz - Secretária de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA) / Prefeitura Municipal de Fortaleza. 
*Sistema Estadual de Museus do Ceará - SEM CE
**Telefones: 3101 2610 / 2612*

 RELIQUIAS DO PADRE CÍCERO
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é gestora dos canais TV Brasil, TV Brasil Internacional, Agência Brasil, Radioagência Nacional e do sistema público de Rádio – composto por oito emissoras.  Recentemente apresentou uma matéria sobre os 170 anos do Pe. Cícero no seu programa Repórter Brasil, e na matéria apresentou a sra. Maria da Glória Nascimento de Lima, filha de juazeirenses, amigos do Pe. Cícero. Ela apresentou peças raras de sua propriedade, herdadas de seus pais: um oratório que pertenceu aos pais do Pe. Cícero, com mais de 250 anos, a primeira estatua do Pe. Cícero feita pelo Mestre Noza, de 1938 e um porta chapéus da casa do Pe. Cícero, com as suas iniciais. Veja a matéria através do link:
http://www.ebc.com.br/cultura/galeria/videos/2014/03/reporter-brasil-lembra-os-170-anos-de-nascimento-de-padre-cicero
Aliás, esta senhora, não é uma pessoa qualquer. Vejam só algo sobre sua vida que encontra-se na internet (http://www.casadoceara50anos.com.br/index.php/perfis/99-maria-da-gloria-nascimento-de-lima)
Maria da Glória Nascimento de Lima 
Criada em Juazeiro do Norte: “ Eu adotei 39 crianças e 2.500 crianças foram por mim assistidas”.
Ela guarda na sua casa, que é também seu local de trabalho, Lar da Criança Padre Cícero, na QNG 37, Taguatinga Norte, relíquias do padre Cícero Romão Batista, o Padim Cícero de Juazeiro do Norte, que lhe foram entregues por seu pai, Joaquim Nemésio do Nascimento, sacristão e guardião dos bens do padre: O porta-chapéu dele, com as iniciais, CRB; o oratório dos pais dele, mãe Quinô e pai Quim, feito em cedro e que teria mais de 250 anos; a estátua feita pelo mestre Noza, em 1936; a colcha de cama, feita pela beata Mocinha; panos da igreja e de casa; fotos e um relicário. Maria da Glória diz que se considera cearense de Juazeiro do Norte, na realidade nasceu no Agreste Pernambucano, em Pedra de Buíque, a 200km do Recife e a 500km do Juazeiro, em 20 de julho de 1945, filha de Nemésio Joaquim do Nascimento e Maria Cérvula de Jesus. Ele foi muita coisa vida: tropeiro, vendeu roupa, cacaria, óleo de mutamba, espelho, tecido, linha, agulha, tesoura, panela, fumo, rapadura, café, papelim, de fazenda em fazenda. Ela, Cérvula, era portadora de necessidades especiais. Está na cédula de identidade. Depois de correr Ceca e Meca, Nemésio mudou-se para Juazeiro, com cinco anos, levado por padre Cícero, que o criou. Mais tarde formaria com Pedro Ceboleiro; Dr. Ângelo, farmacêutico; e mestre Noza o grupo dos mais próximos colaboradores de padre Cícero, que acabou casando Nemésio e Cérvula. Em 1948, Maria da Glória foi abandonada na porta da Igreja dos Franciscanos. Frei Jesualdo, superior dos franciscanos, recém-chegado da Itália, pegou-a e quis criá-la. A pedido dele, Nemésio, que morava na rua São José 110, na casa por ele comprada e que fora das beatas do padre Cícero, registrou-a como filha e a criou. Também criou o Museu Padre Cícero e foi administrador dos seus bens. “Padre Cícero tinha morrido há 11 anos, Juazeiro vivia como se ele estivesse presente em todos os lugares. Eu chamava frei Jesualdo e Nemésio de pai. Quando um viajava, eu ficava com o outro. Fui muito agarrada ao meu pai, que chegou a ter imóveis e fazendas. Quando morreu, parte dos seus bens ficou pra mim, outra parte para os salesianos e outra parte sumiu no fórum”, recorda. Maria da Glória herdou de seu pai, Nemésio, o amor que carrega na vida pelas crianças desprotegidas. “Meu pai criou 25 homens como filhos adotivos. Não, não eram registrados, mas tinham do tudo.” Sua vocação estava ali exemplificada: “com oito anos, peguei a primeira criança para criar. Era Isabel, filha de uma doente mental. Meu pai disse: ‘minha filha, você é uma criança, não pode pegar uma criança para criar’. Fiquei cuidando de Isabel. Eu nunca brinquei de boneca, mas com crianças. Aos 10 anos, peguei outra criança. Maria Costureira foi ganhar neném, fui chamar a parteira, a mulher não estava em casa. Chamava-se Maria da Penha e ficou comigo. Aos 12 anos, a terceira, filha do João, irmão adotivo, era Maria das Dores, que botei dentro de casa. A quarta foi Maria José, era da roça, ficou dois anos comigo, mas a mãe a levou”. Quando Nemésio faleceu, em 1959, Maria da Glória tinha 14 anos, ficou aos cuidados do juiz de Direito de Juazeiro, Dr. Cândido Couto. As crianças que ela criava foram encaminhadas pelo juiz à irmã Nely, do Educandário Jesus Maria José, das irmãs de caridade. Só em 1963, com 18 anos, o juiz Cândido Couto liberou os bens deixados pelo meu pai, compreendendo cinco imóveis na rua São José e duas na rua Grande. Acredita que alguém ficou com as fazendas e as casas da Praça Padre Cícero. Em 4 de junho de 1965, casou-se com Israel Saturno de Lima, de Alexandria, RN, na Igreja São Miguel. O celebrante foi frei Jesualdo. Teve três filhos Maria Marcionila, nome da mãe de Israel, Maria Meire e Mércio. Todos nasceram em Juazeiro do Norte. Maria Marcionila casou-se com Sérgio, é escritora, com uma filha, Maria da Glória Estefani; Maria Meire, pedagoga e administradora, casada com Laurêncio de Jesus, representante comercial, com dois filhos Caio César e João Vitor. Mércio Nascimento de Lima, professor de física e coordenador da Universidade Católica, foi casado com Renata Cristina e tem união estável com Ticiane, com três filhos, Maurício, Renato e Eduardo (Dudu). Em 1971, decidiu vir para Brasília tratar de sua filha mais velha, Maria Marcionila, e tentar nova vida. Enfrentou o desafio, aqui chegando em 6 de julho numa C-10. “O motorista, pessoa de má índole, me botou na boleia, no maior aperto. Foram quatro dias e três noites de viagem, foi difícil. O homem nos largou debaixo de uma marquise em frente à antiga Casa do Serrote, em Taguatinga. “Enfrentei dias terríveis, mas fui melhorando com meu trabalho, pois me sobrara outra mala de roupas que trouxe para vender. Logo arrumamos um barraco na QND 59, fundos, só com um quartinho, banheiro pra todos. Um vizinho me emprestou um colchão. Foram seis meses difíceis”, confessa. Ainda em 1971, voltou a Juazeiro e empenhou a sua casa para investir em confecção. Tentou ir de avião. Até conseguiu carona num avião da FAB que ia para Juazeiro, mas o avião caiu em Abadiânia. Houve mortos e feridos. Desistiu do avião e foi de ônibus da Ipu. Empenhou a casa, pegou o dinheiro, comprou uma confecção e voltou para Brasília. A partir de 1978, com sete anos de Brasília, começaram a botar crianças na sua porta. Acolhia. Na primeira casa que morou, na QNE 30, em Taguatinga, através de um programa de TV, da época, Brasília Urgente, pegou cinco crianças. Na segunda casa na QNA 6, lote 24, que já era própria, mais crianças lá foram parar. Em um ano foram 55 crianças. “É meu projeto de vida.” Em 1984, fizeram uma gincana em Brasília, na UnB, e quem tivesse mais filhos ganhava alguma coisa. Foi premiada. Atendia a 85 meninos. “Isso estragou minha vida, pois me tornei conhecida. O juiz da Vara de Menores, Dr. Nívio xxx, que por 15 anos foi titular da Vara de Menores, mandou uma equipe para averiguar meu procedimento. Nada foi encontrado de irregular.” Em 1986, comprou a área onde se encontra hoje, QNG Área Especial 37, com o objetivo de instalar uma creche. Em 1988, mudou-se e colocou o nome de Lar da Criança Padre Cícero. No pescoço de Maria da Glória há uma corrente com 18 pendentes que representam seus 18 netos, dos quais seis de sangue e 12 adotivos. Jamais perdeu o contato com frei Jesualdo, que casou Maria Meire e Mércio e batizou Renato e Dudu, de Lazzaro de Bergamo, Itália, para onde voltou. Lá já esteve por seis vezes enquanto ele foi vivo. Quando vinha a Brasília tratar de saúde, não ficava com os franciscanos na 914 Norte, mas na casa dela. Era exigente: Renata fazia a comida dele. Unhas eram com Shirley, cabelo com a Rosângela, e Jucelene lhe dava banho. Maria da Glória não esquece o seu Juazeiro, onde ainda moram o que chama de duas vozinhas: Maria José, Dezinha, de 92 anos, e Donizília, de 86, cega. O Lar da Criança Padre Cícero é uma instituição filantrópica, com utilidade pública. “Não faço galinha, rifa, bingo, sorteios, não exponho minhas crianças. É questão de foro íntimo, recebo recursos públicos e presto contas, como recebo doações de amigos.” (JBSG)


VOZ E CARNE DO PADRE CÍCERO
Há alguns dias o escritor, jornalista e colunista do jornal O POVO lançou o livro “Ciço na guerra dos rebeldes.” Sobre este trabalho eis o que foi publicado. “Das várias facetas de Cícero Romão Batista, a rebeldia sempre foi a que mais despertou a atenção do escritor Flávio Paiva. Não que a figura política e polêmica, ou o personagem santificado pela fé popular, não parecesse interessante. Mas, para o autor, o “padim” não cabia nessa linha curta entre bem e mal. “Ele foi alguém que conseguiu sair do real para fazer parte do universo do discurso”, diz Paiva. E, no discurso, as possibilidades de apropriação são imensas. Apoiando-se nisso é que o jornalista cearense lança hoje o livro Ciço na guerra dos rebeldes, uma ficção histórica que reconta episódios importantes da vida de Padre Cícero, sua rebeldia, e justifica um tanto mais a aura de mito do personagem. O lançamento, que acontece no Mambembe Casa de Arte, às 19 horas, não foi marcado para esta segunda-feira à toa. Hoje é também o dia em que se completam 170 anos do nascimento de Padre Cícero, um homem capaz de, muito tempo depois, ser um “ponto de convergência e de dispersão das culturas nordestinas em Juazeiro”, observa Paiva. Desde muito tempo, o autor vinha estudando a história do mito cearense. Mas a proposta do livro só surgiu dois anos atrás, com uma provocação de José Cortez, dono da editora Cortez, responsável pela publicação de Ciço e de pelo menos outros seis livros infantis de Paiva. “Ele perguntou sobre qual cearense eu escreveria e eu respondi que muitos, mas certamente o Padre Cícero seria o cara que eu mais teria gosto”, conta o escritor. A partir daí, o desafio foi achar um mote que não ficasse limitado nem ao político nem ao santo. E a saída foi trazer à tona o anti-herói. O homem que desafiou a igreja, abençoou cangaceiros e, numa de suas maiores qualidades, aponta Paiva, soube enxergar potência nos pobres do povoado de Juazeiro, “que é um erro que a gente comete, enxergar as pessoas pelas suas carências”. Assim nasceu o livro infanto-juvenil -- mas permitido para adultos, sublinha Paiva -- de 93 páginas e oito episódios da vida de Padre Cícero. De sua chegada ao Seminário da Prainha, em Fortaleza, de onde saiu ordenado, até a morte de Virgulino Ferreira da Silva, com quem o padre encontrou-se uma única vez, em 1926, e não lhe negou a benção. Por ser todo estruturado em diálogos, Paiva conta que uma das dificuldades da feitura de Ciço na guerra dos rebeldes foi pesquisar as histórias e personalidades dos personagens reais que passaram pela vida de Padre Cícero e pelo livro. Com a licença da ficção, o autor reinterpreta as ações e pensamentos dessas figuras históricas. A obra, que ganha ainda mais vida com as ilustrações do mineiro Angelo Abu, traz ainda um capítulo especial com as diversas manifestações artísticas que se encontram na terra do Padim. O lançamento, além de contar com sessão de autógrafos, marca também a abertura da exposição “De Percepções Sobrepostas”, da fotógrafa Raíssa Veloso, com fotos de Juazeiro.” 
Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2014/03/24/noticiasjornalvidaearte,3224879/voz-e-carne-do-padre-cicero.shtml

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA
Temos um grande arquivo de imagens do Pe. Cícero, desde a sua primeira e comprovada fotografia ao tempo de sua ordenação sacerdotal, em 1870,  até os últimos dias, em 1934. Evidentemente não temos a pretensão de ter tudo o que foi produzido com sua imagem. Por isso mesmo, vez por outra estamos garimpando novos flagrantes de sua existência, especialmente em arquivos privados. É o caso de3sta imagem que reproduzimos aqui, que foi disponibilizada na página do Facebook do jornalista Marcelo Fraga e a ele pertence, por ter adquirido,. Bem recentemente. Esta imagem, inclusive, está circulando pelo Brasil, como peça do acervo que consta da Caravana do Meu Padim. Nesta imagem, provavelmente de uma pessoa muito amiga do Pe. Cícero, o velório está à porta da Capela do Socorro, antes do sepultamento. As feições do Pe. Cícero já são bem marcadas pelo tempo, o que indica que esta imagem deve ter sido feita já pelos anos 30.

BOA TARDE PARA VOCÊ
Iniciei no dia 14, passado, uma experiência que me foi sugerida pelo jornalista João Hilário, da Rádio Pe. Cícero (Jornal da Tarde) / Tv Verdes Vales. Trata-se de pequena crônica com a qual tenho saudado algumas pessoas a cada início de tarde nos dias de segundas, quartas e sextas feiras. O fato é que, pelo menos, minhas palavras não têm sido desagradáveis à generosidade dos ouvintes. Alguns têm feito considerações elogiosas que me encorajam para continuar dedicando a tantas figuras notáveis de nossa Juazeiro do Norte uma atenção especial, mercê de suas qualidades que tanto ilustram suas existências. Reproduzo, a seguir, os primeiros destes textos, dedicados a Marlene Balbino da Silva, Madre Maria Neli Sobreira da Silveira, José Adail Mendonça, Napoleão Tavares Neves, Francisco Demontieux Fernandes, Irenilce Xavier do Vale e Gilmar Bender. 
#1.(Dia 14.03.2014) – BOA TARDE PARA VOCÊ, MARIA MARLENE BALBINO DA SILVA: JÁ NA QUASE MADRUGADA DESTE DIA, OUVIRAM-SE UNS 15 DISPAROS DE ARMA, NO SILÊNCIO DA RUA SÃO JOSÉ. NÃO PARECIA QUE FOSSEM FOGOS DE ROMEIROS CHEGANDO À TERRA DA PROMISSÃO. ERAM, DE FATO, TIROS DE REVOLVER QUE FORAM TODOS, MISERAVELMENTE, GASTOS PARA ACABAR COM A VIDA DO FILHO DE MARIA MARLENE BALBINO DA SILVA. AOS PRANTOS, ESSA MULHER VIU SEU FILHO DEITADO DE BRUÇOS, INERTE, NUMA CALÇADA DA RUA SANTA ROSA. COMO NINGUÉM, POIS ESTAVA EXATAMENTE ABRINDO O PORTÃO DA CASA PARA ACOLHER O FILHO, ELA VIU DE PERTO A CENA MAIS HORRENDA DESTA CIDADE SEM LEI. ATÉ QUANDO????? NA SUA DOR, UM ABRAÇO PARA VOCÊ, MARLENE. NOSSO CARINHO, DE GENTE TÃO IMPOTENTE AINDA, PARA MUDAR ESTAS COISAS QUE ANDAM CONSUMINDO NOSSA POBRE TERRA. QUE DEUS NOSSO SENHOR LHE INSPIRE E LHE CONFORTE, DIANTE DESTA ANGÚSTIA INSUPORTÁVEL.

#2.(Dia 17.03.2014) – BOA TARDE PARA VOCÊ, MADRE MARIA NELI SOBREIRA DA SILVEIRA: NO FIM DE SEMANA, LI COM INDISFARSÁVEL EMOÇÃO E AGRADABILÍSSIMO PRAZER UMA RESENHA BIOGRÁFICA SOBRE SUA VIDA. DISSO CUIDOU EDILBERTO SOBREIRA QUE A REMETEU COM BILHETE AFETUOSO. ENQUANTO LIA AQUELAS PÁGINAS, FALANDO DE SEUS MOMENTOS, ATIVIDADES E GRANDE EXEMPLO, IA RELEMBRANDO O MENINO QUE FUI, FREQUENTADOR DA CAPELINHA DO VELHO DISPENSÁRIO DAS IRMÃS DE JESUS CRUCIFICADO, NO COMEÇO DA RUA SÃO JOSÉ. DA COMUNIDADE OPEROSA E TÃO DEDICADA, AÍ SE SOBRESSAIA, MAGRA, ELEGANTE, E DE TÃO FINA EDUCAÇÃO, A IRMÃ NELI SOBREIRA QUE, FELIZMENTE AINDA CONTINUA NOS ENCANTANDO POR SUA DEDICAÇÃO AOS NECESSITADOS. AGORA, UM POUCO MAIS MARCADA PELO PESO DOS ANOS, MAIS RECOLHIDA ÀS OBRAS DO ENTORNO DO LIMOEIRO, MADRE NELI É A PERSONIFICAÇÃO DAQUELE ANJO DA GUARDA QUE TANTO ANSEÁVAMOS ENCONTRAR E QUE SÓ PARECIA EXISTIR NAS LEITURAS DO CATECISMO COM O QUAL NOS PREPARÁVAMOS PARA A PRIMEIRA EUCARISTIA. EM ALGUM DIA DO PASSADO, ESTE ANJO DESCEU ENTRE NÓS E AQUI CONTINUA, FAZENDO O BEM, A TODO O SEU POVO.

#3.(Dia 19.03.2014) – BOA TARDE PARA VOCÊ, JOSÉ ADAIL MENDONÇA: HÁ DIAS, CURIOSO, ME DEMOREI PERCORRENDO ÁREAS AFASTADAS DO CENTRO, PARA CONHECER BAIRROS, RUAS E PRAÇAS. É SURPREENDENTE VER COMO TUDO ISTO ACONTECEU A PARTIR DA ATIVIDADE PIONEIRA DE UM HOMEM QUE OBSTINADAMENTE RESOLVEU SE ENTREGAR AO AGIGANTAMENTO DA SUA CIDADE ADOTIVA. ADAIL MENDONÇA SERÁ LEMBRADO ETERNAMENTE PELOS EMPREENDIMENTOS PARA AMPLIAR A URBANIZAÇÃO DO JUAZEIRO. HOJE, DIZEM, JÁ OCUPAMOS 95% DO TERRITÓRIO MUNICIPAL. RECORDO QUE DESDE O INÍCIO DAS ATIVIDADES DA SUA EMPRESA, A SOCIL, O JUAZEIRO GANHOU LARGOS ESPAÇOS URBANOS. HÁ 60 ANOS, EM 1954, ADAIL MENDONÇA INICIOU SEU TRABALHO, VENDENDO TERRENOS A PREÇOS MÓDICOS NO TIRADENTES. DEPOIS VIERAM O PARQUE PIO XII (1957), O PIRAJÁ (1959), O PARQUE DOM BOSCO (1960), O PARQUE UNIÃO (1961), O PARQUE DA LIBERDADE (ROMEIRÃO) (1964). E NUNCA MAIS PAROU, PARA CHEGAR MAIS RECENTEMENTE AO PARQUE CICERÓPOLIS (1998), O CAMPO ALEGRE (2000), E ULTRAPASSAR A FRONTEIRA COM BARBALHA, COM O PARQUE DO SOL, EM 2014. FORAM 46 LOTEAMENTOS – UMA MARCA INVEJÁVEL. NO PRÓXIMO DIA 29 DE MARÇO, ADAIL MENDONÇA CHEGA VITORIOSO AOS SEUS RESPEITÁVEIS 97 ANOS. ISSO MESMO: ELE É UM VITORIOSO. SAUDÁVEL, LÚCIDO, A PONTO DE VIVER CONECTADO À INTERNET, ELE VIVE UM MERECIDO LAZER, EM SUA LAGOA SECA, NUM DOS MAIS CHARMOSOS ENDEREÇOS QUE CONHECEMOS. HOJE, NESTE DIA DE SÃO JOSÉ, O OPERÁRIO MODELO E SEU PATRONO, NÓS LHE DESEJAMOS, JOSÉ ADAIL MENDONÇA, VIDA MAIS LONGA. COMO A DESTA CENTENÁRIA CIDADE QUE VOCÊ AJUDOU TANTO A ENGRANDECER. 

#4.(Dia 21.03.2014) – BOA TARDE PARA VOCÊ, FRANCISCO DEMONTIEUX FERNANDES: HÁ VÁRIOS MOTIVOS QUE ME LEVAM HOJE A CUMPRIMENTÁ-LO, DEMONTIEUX FERNANDES. DESTAS VÁRIAS RAZÕES, VALHO-ME APENAS DA CITAÇÃO PRAZEROSA E OBRIGATÓRIA AO ENTÃO EDITOR DESTE RESISTENTE FOLHA DA MANHÃ. NASCIDO EM 20 DE SETEMBRO DE 1993, O JORNAL - ÚNICO DIÁRIO EXISTENTE NESTE NOSSO CARIRI, JÁ PERCORREU MAIS DE VINTE ANOS, HOJE COM SUA EDIÇÃO DE NÚMERO 5.028. CONSTATO O MEU DESCUIDO AO VER QUE O FOLHA JÁ ULTRAPASSOU A MARCA DE 5.000 EDIÇÕES. QUANDO VEIO A LUME, ELE ERA O CENTÉSIMO NONAGÉSIO PRIMEIRO PERIÓDICO DA HISTÓRIA DE NOSSA IMPRENSA. HOJE JÁ TEMOS EDITADOS MAIS DE SEISCENTOS TÍTULOS, QUASE TODOS, MORTOS E SEPULTADOS. POUQUÍSSIMOS RESISTIRAM COMO ESTE FOLHA. E A PENSAR NISTO, O QUE NÃO DIZER DA OUTRA FOLHA, A DOS SERVIÇOS INESTIMÁVEIS QUE FORAM PRESTADOS ÀS NOSSAS COMUNIDADES? NÃO DEVE PARECER-LHE ESTRANHO QUE POSSA ME REFERIR AO FOLHA DA MANHÃ COM CARINHO E GRANDE ESTIMA. VOCÊ, DEMONTIEUX, ME FEZ PARTICIPAR AMIUDADAMENTE DE MUITOS DESTES MOMENTOS DA EXISTÊNCIA DESTE JORNAL. ATÉ ME CONFERINDO O PRIVILÉGIO DE SER SEU ARTICULISTA. E COMO LHE SOU GRATO POR TUDO ISTO? DEVO MENCIONAR, REVERENCIANDO-O, QUE AINDA HOJE, EU SOU UM DOS BENEFICIADOS, DENTRE OS QUE RECEBEM EM SUA CASA CADA NOVA EDIÇÃO DO FOLHA. RELIGIOSAMENTE, NUNCA ME FALTOU NENHUMA. DE TODAS AS EDIÇÕES JÁ SAIDAS, DEPOIS DE LÊ-LAS E COLECIONÁ-LAS COM MUITO GOSTO, EU FORMEI COMPLETA COLEÇÃO, JÁ DOADA PARA O ACERVO DE UM CENTRO DE MEMÓRIA SOBRE A IMPRENSA DE JUAZEIRO DO NORTE, JUNTO AO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI. FOI PRECISO FAZER ASSIM, PARA QUE A POSTERIDADE NUNCA VENHA A ESQUECER QUE UM DIA, ENTRE NÓS, SURGIU UM VOZ QUE SE INSURGIU CONTRA TODO O TIPO DE OMISSÃO, DE DESCASO E DA MAIS COMPLETA FALTA DE RESPEITO PARA COM NOSSOS SONHOS DE GENTE CIVILIZADA.  

#5.(Dia 24.03.2014) – BOA TARDE PARA VOCÊ, DR. NAPOLEÃO TAVARES NEVES: QUE ME PERDOEM OS TANTOS PRETERIDOS, SE LHES DIGO QUE AO REDOR DE SETE LÉGUAS, NESTE CARIRI CEARENSE, UMA PESSOA MEREÇA TANTO OS MEUS SENTIMENTOS E EMOÇÕES QUANTO O DR. NAPOLEÃO TAVARES NEVES. JÁ O CONHECI BEM PARA CÁ, MEDIADO PELO AFETO COMUM DE JOARYVAR MACEDO, ATRAVÉS DO INSTITUTO CULTURAL DO VALE CARIRIENSE. MAS, ANTES, MUITO ANTES, E NÃO HÁ ENGANO, DR. NAPOLEÃO FOI POR MUITOS ANOS O EMBLEMA MAIOR DO NOSSO ANTIGO SAMDU, NA PRAÇA DA ESTAÇÃO. HOMEM SEVERO CONSIGO PRÓPRIO, ELE ESTEVE ALI, DEDICADO, ATÉ SE APOSENTAR, SEM NUNCA FALTAR AO TRABALHO. DEVO DIZER-LHES QUE NAPOLEÃO É UMA DESSAS CRIATURAS DE DEUS, E PARECE REPRESENTAR UMA SIMBIOSE BEM REALIZADA DE MÉDICO E HISTORIADOR. AOS SEUS MAIS DE 83 ANOS DE IDADE, E MAIS DE 55 DE MEDICINA, ELE CONTINUA ATIVO, DIARIAMENTE, TRABALHANDO JUNTO À OBRA MERITÓRIA DO HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO, EM BARBALHA. NESTA JOVIALIDADE DE HOMEM DE PROFUNDA VINCULAÇÃO À TERRA SERTANEJA, PROFISSIONAL EMOCIONAL E CULTURAL, A MAIS NÃO PODER, ELE SE DIZ UM ETERNO MENINO DE BAGACEIRA DE ENGENHO E DAS PORTEIRAS DE CURRAIS DE GADO. NAPOLEÃO É UM DAQUELES REMANESCENTES DA MEDICINA MAIS ANTIGA DESTES SERTÕES. MÉDICO HABILIDOSO, CONSELHEIRO CARIDOSO, CIDADÃO PRESTIMOSO, ELE ENXERGA NO SEU PRÓXIMO, ESPECIALMENTE O DOENTE MAIS NECESSITADO, O IRMÃO QUE LHE PERMITE SER, NA SUA PROFISSÃO, NÃO APENAS O MÉDICO, MAS UM MISSIONÁRIO DE GRANDE VOCAÇÃO. ALGUNS DE SEUS PACIENTES DIZEM, E NÃO É BOATO, QUE MELHORAM E SE CURAM, SÓ EM CONVERSAR CONSIGO. BEM AVENTURADOS SEJAM ESTES MÉDICOS, PACIENTES E GENEROSOS, COMO ESTE DR. NAPOLEÃO TAVARES NEVES, UM DAQUELES QUE SEGUEM NA SUA MISSÃO DE SEMPRE FAZER O BEM, SEM OLHAR A QUEM. 

#6.(Dia 26.03.2014) – BOA TARDE PARA VOCÊ, IRENILCE XAVIER DO VALE: ESTAMOS HOJE, SEUS AMIGOS DESTE CANTO DA RUA SÃO JOSÉ, ANSIOSOS POR SUA CHEGADA, IRENILCE. FELIZMENTE, EM DIA MUITO DIFERENTE DAQUELE EM QUE VOCÊ TEVE DE SER LEVADA ÀS PRESSAS PARA O ATENDIMENTO HOSPITALAR QUE TERMINOU POR CONFINÁ-LA NUMA FRIA UTI, ENQUANDO SE FAZIA O POSSÍVEL PARA LIVRÁ-LA DA TAL INSIDIOSA PNEUMONIA. ENTÃO, AQUI ESTAMOS ATENTOS PARA CELEBRAR ESTE SEU RETORNO À NOSSA CONVIVÊNCIA, AO ZELO FAMILIAR E A SATISFAÇÃO DE MUITA GENTE QUE ATÉ PODE TOMAR UM SUSTO SE DESTE PASSADO RECENTE E DESTE ACONTECIMENTO, COMO LHES FALO AGORA. EM VERDADE, IRENILCE, ESTA PROVAÇÃO QUE VOCÊ TEM PADECIDO COM SUA SAÚDE DEBILITADA, NADA TEM A VER COM AQUELA CRIATURA ALEGRE E EXTROVERTIDA QUE, COMO SABEMOS, VEM DAQUELA JOVEM PROFESSORANDA DOS IDOS DE DEZEMBRO DE 1948. VOCÊ ENCAROU A MISSÃO DO MAGISTÉRIO COM TAL DETERMINAÇÃO, QUE NÃO HÁ QUEM, DOS TANTOS QUE TENHAM PASSADO PELA VELHA E QUERIDA ESCOLA NORMAL RURAL DE JUAZEIRO DO NORTE, NÃO LEMBRE DA ALEGRIA, DA ANIMAÇÃO, DA PILHÉRIA BEM HUMORADA QUE TANTO CARACTERIZAVAM ESTE MODO DE VIVER TÃO LEVEMENTE, ENTRE AS ATENÇÕES E TRABALHO NA SALA DE AULA E NO CAMPO AGRÍCOLA. TAMBÉM NÃO SE PODE ESQUECER QUANTO VOCÊ FOI COMPANHEIRA, SOLIDÁRIA E GENEROSA A EMPRESTAR, ENTRE ALUNOS E COLEGAS PROFESSORES, UM JEITO PARTICULAR QUE SE FAZIA SENTIR PRONTAMENTE, NA DISPOSIÇÃO FRATERNA DE PARTILHAR ALEGRIAS E SOFRIMENTOS. DESEJO A VOCÊ, IRENILCE XAVIER DO VALE, ARDENTEMENTE, QUE A ESTES SEUS 83 ANOS VIVIDOS, EM CERTOS MOMENTOS – SABE DEUS COMO, E COM TANTAS PROVAÇÕES, SEJAM ACRESCIDOS MUITOS OUTROS MAIS. PARA QUE A VIDA AINDA LHE SORRIA COMO DEVE, EM RECOMPENSA POR TANTO SERVIÇO E DEDICAÇÃO. 

#7.(Dia 28.03.2014) – BOA TARDE PARA VOCÊ, GILMAR BENDER: AINDA NÃO TIVE A OPORTUNIDADE DE AGRADECER-LHE, DE PREFERÊNCIA, PESSOALMENTE, UM CONVITE QUE RECEBI PARA PARTICIPAR DA PARTIDA DA CARAVANA DO MEU PADIM. TAMPOUCO O TEMPO ME PERMITIU AINDA DE IR VER DE PERTO O QUE É REFERIDO A MIM POR INFORMAÇÕES, SOBRE A IDÉIA E O QUE FOI VIABILIZADO. DESEJO SUCESSO E QUERO PARABENIZÁ-LO POR ISTO. COMO TAMBÉM NÃO POSSO DEIXAR DE MENCIONAR O FATO DE QUE SEU NOME ESTÁ SENDO POSTO PARA A PRÓXIMA CORRIDA AO VOTO, NA SUCESSÃO MUNICIPAL. SEGUNDO SE SABE É ESTA UMA PRERROGATIVA LEGÍTIMA PARA QUEM, COMO VOCÊ, JÁ ESTÁ CONOSCO HÁ DÉCADAS E AO CORRER DELAS, PELO QUE SEI, ATESTOU ÓTIMA CAMINHADA DE SUCESSO EMPRESARIAL. ESTE É, SEGURAMENTE, UM DAQUELES TESTES IMPRESCINDÍVEIS PARA ESTIMAR COMPETÊNCIA NA GESTÃO DE NEGÓCIOS, COM EXTENSÃO AO SETOR PÚBLICO. GOSTARIA, GILMAR, DE NÃO REPRODUZIR AQUI O QUE DE TANTA FOFOCA, TANTO BOATO A CIDADE ANDA CHEIA COM RESPEITO A TRATADOS, CONVERSAS, APOIOS, NEGOCIATAS E TUDO MAIS QUE CERCA AS BOAS INTENÇÕES DE QUEM ALMEJA O PODER. COMO DEI A ENTENDER, SEREI DOS PRIMEIROS A, EM TESE, GARANTIR-LHE ESTE DIREITO INALIENÁVEL DE IR AO REFERENDO POPULAR PARA QUE ASSIM, QUEM SABE, LHE SEJA POSSÍVEL CUIDAR DESTA NOSSA TERRA, TÃO VILIPENDIADA NOS ÚLTIMOS ANOS. O QUE DESEJAMOS PARA VIVER NO FUTURO PRÓXIMO NÃO PASSA POR ESTE MANIQUEÍSMO ANTECIPADO PARA JUNTAR VOTOS E CONSCIÊNCIAS. ESCUTO DIZER QUE SEUS AMIGOS, OS MAIS PRÓXIMOS E DESAVISADOS, ESTÃO RECOMENDANDO QUE VOCÊ PROCURE SE ENTENDER COM EX-PREFEITOS, COM VEREADORES, COM CHEFETES POLÍTICOS DA PROVÍNCIA E OUTROS MAIS. ESTA GENTE, NÃO SÓ JÁ PASSOU POR AQUI, COMO TAMBÉM JÁ MOSTROU DO QUE ERA CAPAZ. DE MODO QUE ATÉ PODEMOS DIZER, SE ISTO LHE INTERESSA SABER, QUE AOS NOSSOS POBRES OLHOS DE INSIGNIFICANTES ELEITORES, UNS FORAM INCAPAZES E OUTROS FORAM CAPAZES DE TUDO. ENTÃO, FICA CLARO QUE ESTA GENTE JÁ FAZ PARTE DO NOSSO PASSADO. POR VEZES, DE MEMÓRIA RECUSÁVEL, TAL FOI O PÉSSIMO SERVIÇO PRESTADO. TENHO CERTEZA QUE O POVO, GILMAR BENDER, ESTE JUAZEIRENSE ANGUSTIADO QUE SOFRE NAS RUAS E NA RECLUSÃO DE SUAS CASAS, ESPERA SINCERAMENTE QUE OS PRÓXIMOS QUE VIEREM TENHAM A SENSIBILIDADE DE O CONVOCAR PARA UM GRANDE PACTO. ALGO QUE NÃO TEM PREÇO, POIS EM POLÍTICA, DESGRAÇADAMENTE, JÁ SE VOLTA A FALAR DE UMA CONTA APRESSADA PARA 100 OU 200 REAIS POR VOTO. QUE TRISTEZA, SE VAMOS CONTINUAR DESTA MANEIRA. QUEM QUER QUE SEJA, A ESTE MODO, CONTINUARÁ REFÉM DE INTERESSES MEDÍOCRES E INCONFESSÁVEIS. ASSIM, LUTO, TORÇO E VOTAREI – PELA PRIMEIRA VEZ NA MINHA TÃO MODESTA HISTÓRIA, TRAZENDO MEU VOTO PARA CÁ, PARA QUE SOLIDÁRIO A TODA ESTA ESPERANÇA QUE NOS ABRIGA, O JUAZEIRO CONTINUE SENDO O MILAGRE, O LOCAL DE ORAÇÃO E DE TRABALHO. MAS, TAMBÉM, DE UMA NOVA GERAÇÃO DE HOMENS PÚBLICOS, DIGNOS E HONRADOS, SERVIDORES INCONDICIONAIS DE SUA RAÇA.

#8.(Dia 31.03.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, MONSENHOR JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA.
OS QUE FREQUENTAVAM A CASA PARÓQUIAL DE NOSSA SENHORA DAS DORES, PELOS IDOS DOS ANOS 70 JÁ SABÍAMOS DE HISTÓRIA BEM HUMORADA QUE PE. MURILO REPETIA DE VEZ EM QUANDO, EM TOM DE DIÁLOGO COM O PADRE JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA: - PRÁ ONDE TÚ VAIS, ZÉ? – VOU CELEBRAR, MURILO! - ZÉ, TU MORRE, ZÉ... (E O RISO CORRIA FROUXO, ENTRE OS CIRCUNSTANTES). BRINCADEIRA À PARTE, JÁ ERA ASSIM O JOVEM PRESBÍTERO: INCANSÁVEL, DEVOTADO, SEMPRE PRONTO PARA O SERVIÇO, COMO POUCOS FORAM AO SEU TEMPO. NASCIDO NO SÍTIO TAPERA, NOS ARREDORES DO DISTRITO DE QUITAIÚS, EM LAVRAS DA MANGABEIRA, JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA COMPLETARÁ EM BREVE, A 21 DE DEZEMBRO, OS SEUS 79 ANOS. DESTES, CINQUENTA E DOIS FORAM A SERVIÇO DE UMA BELA VOCAÇÃO E CRENÇA NO RESSUSCITADO. LEMBRAMOS DELE COMO O VIGÁRIO COOPERADOR DA IGREJA MATRIZ DE NOSSA MÃE DAS DORES, ACUMULANDO LONGO E MARCANTE ZELO PASTORAL COM A CAPELINHA DO CAMPO SANTO DO SOCORRO. EM 1990, COM A CRIAÇÃO DA NOVA PARÓQUIA, SOB A INVOCAÇÃO DO MENINO JESUS DE PRAGA, PADRE JOSÉ ALVES PASSOU A RESIDIR NO NOVO JUAZEIRO. CARREGOU PARA AQUELE FLORESCENTE BAIRRO QUE O ACOLHEU O BRILHO DE UMA SÓLIDA EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA, RECONHECIDA POR UMA LEGIÃO DE GRANDES AFETOS. HOJE, MONSENHOR JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA, ELEVADO A ESTA DIGNIDADE QUE MAIS O ILUSTROU, ELE SOFRE AS PROVAÇÕES DE UMA SAÚDE DEBILITADA QUE, ENFIM, O AFASTOU DA LIDA DIÁRIA DE SUA PARÓQUIA. MAS, ELE ESTÁ LÁ, ALI POR PERTO, SEMPRE DISPONÍVEL, CUIDANDO DAQUELE POVO DE DEUS QUE TANTO LHE ESCUTA, QUE TANTO LHE ADMIRA. EM TEMPO PASSADO, A SENSIBILIDADE DE UM GESTOR MUNICIPAL JÁ PERMITIU QUE O SEU NOME ESTEJA ETERNIZADO NUMA DE NOSSAS RUAS DO BAIRRO DO SOCORRO. MELHOR ASSIM, PENSO EU. POIS SERIA COMO SE A DIZER: SE ALGUÉM QUER FAZER POR MIM, QUE FAÇA AGORA. MESMO PORQUE – PARA ELE, DE TANTO QUE SE DOOU EM SUA MISSÃO, QUASE NADA FICOU PARA DEPOIS.

#9.(Dia 02.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, IZAURA AMORIM DE FRANÇA.
MUITOS DE NÓS TEMOS UM CARINHO PARTICULAR QUANDO NOS REFERIMOS ÀS NOSSAS PRIMEIRAS PROFESSORAS. COMIGO NÃO É DIFERENTE. FUI ALFABETIZADO A UNS SESSENTA ANOS ATRÁS POR MINHA MÃE QUE ERA PROFESSORA PÚBLICA NO CÍRCULO OPERÁRIO SÃO JOSÉ. DAÍ POR DIANTE FUI MATRICULADO NO GRUPO RURAL MODELO, ANEXO DA ESCOLA NORMAL. MAS, HÁ EXATOS CINQUENTA E SETE ANOS, MINHA MEMÓRIA SE VOLTA PARA A PESSOA QUERIDA DE IZAURA AMORIM DE FRANÇA, QUE ME RECEBEU EM SALA DE AULA NAQUELE INICIO DE ANO LETIVO EM 1957, PARA O PRIMEIRO ANO PRIMÁRIO. SEGURAMENTE, NESTA FASE DA VIDA, DONA IZAURA AMORIM TORNOU-SE, PELOS ANOS, O MEU TIPO INESQUECÍVEL. POR ESTE TEMPO, ELA JÁ TINHA UNS DOZE ANOS DE MAGISTÉRIO. FORA GRADUADA COMO INTEGRANTE DA NONA TURMA DE PROFESSORAS RURALISTAS DA DITA ESCOLA NORMAL RURAL, EM 1945, JUNTO COM MAIS 21 COLEGAS: ANA LEDITE NEVES, GECELINA VIEIRA SILVA, LENIRA LIMA TELES, MARIA ALTAMIR PEREIRA BORGES, MARIA ANTONIETA TELES, MARIA BERNADETE CRUZ ALENCAR, MARIA CARLINA BARRETO ALEXANDRINO, MARIA CARMOSINA ALMEIDA PINHEIRO, MARIA ELZA COELHO ALENCAR, MARIA IZAUCI RIBEIRO PARENTE, MARIA JOSÉ DOS SANTOS AIRES, MARIA NEIDE PEREIRA, MARIA SAMPAIO E SÁ, MARIA SOCORRO DIAS OLIVEIRA, NADIR AGRA RAMOS, NILZA RIBEIRO, TERESINHA BEZERRA DE MELO, TERESINHA CARVALHO, TERESINHA GONÇALVES ALMEIDA, ZITA NEVES AIRES DE ALENCAR E ZORAMIR BARBOSA BRAGA. QUANTO LAMENTO QUE, POR CAMINHOS E DESCAMINHOS DESTE EXISTIR, EU TENHA ME PERDIDO NA VORAGEM DO TEMPO A PONTO DE NÃO TER MAIS AMIUDADO A VIVÊNCIA COM A SENHORA, DONA IZAURA. MAS, TAMBÉM COM OS SEUS MAIS AMADOS. COMO LUIZ DE FRANÇA, SEU MARIDO, DE TÃO SAUDOSA LEMBRANÇA, HOMEM DIGNO E HONRADO QUE RECORDAREI SEMPRE, À FRENTE DO SEU ARMAZEM SÃO LUIZ. OU DOS FILHOS EDNA, ELIDA, EDLA, EVILÁSIO E IVANILDO, MEUS CONTEMPORÂNEOS DE ESCOLA. FELIZMENTE, AINDA HOJE POSSO ABRAÇÁ-LA, DONA IZAURA AMORIM DE FRANÇA, PARA QUE NÃO ME FIQUE A IMPRESSÃO MAIS FORTE DE QUE “A VIDA QUE A GENTE LEVA, NÃO DEIXA A GENTE VIVER.”

#10.(Dia 04.04.2014) BOA TARDE PARA VOCÊ, JOAQUIM PEREIRA MUNIZ BARROS.
AO ENCONTRÁ-LO ONTEM NA RUA SÃO PEDRO, NÃO FOI POSSÍVEL ESCONDER A MINHA EMOÇÃO EM REVÊ-LO, ESPECIALMENTE PORQUE, NAQUELE MOMENTO, DEBAIXO DO BRAÇO, VOCÊ CARREGAVA VOLUMOSO PACOTE COM CENTENAS DE EXEMPLARES DA ÚLTIMA EDIÇÃO DO TRIBUNA POPULAR DO CARIRI. E FOI COM PRAZER QUE RECEBI A SUA CENTÉSIMA SEPTUAGÉSIMA PRIMEIRA EDIÇÃO, NO SEU DÉCIMO SÉTIMO ANO DE EXISTÊNCIA. GUARDO COMO PRECIOSIDADE DESTA IMPRENSA QUE PARA TANTO VOCÊ VEM CONTRIBUINDO, AS PRIMEIRAS EDIÇÕES DO ENTÃO TRIBUNA POPULAR, QUE NASCEU EM 2001. EM VERDADE, COMO BOM FILHO DE SUA TERRA NATAL, VOCÊ JÁ SE DEDICARA A EDITAR, DAQUI MESMO, DE JUAZEIRO, O TRIBUNA DE PENAFORTE, DESDE 21 DE ABRIL DE 1997. DAÍ PORQUE ESTA JORNADA PERSISTE EM 17 ANOS, ÀS VÉSPERAS DE UM NOVO ANO. O SEU JORNAL É UM PEQUENO-GRANDE PERIÓDICO QUE SE LÊ COM GOSTO, NA ATUALIDADE DE SUAS PREOCUPAÇÕES, E NA OPORTUNIDADE DE MATÉRIAS QUE MARCAM A SUA EXISTÊNCIA, COM LIBERDADE E INDEPENDÊNCIA. SÓ ISSO JÁ NOS BASTA PARA QUE DE SUAS LIÇÕES, EM DOSES QUASE HOMEOPÁTICAS, NOS FIQUEM CERTEZAS INADIÁVEIS, COM AS QUAIS NASCE E SE EXERCITA O PODER DA IMPRENSA A SERVIÇO DE UM POVO. NÃO A IMPRENSA MEDÍOCRE E SERVIL DOS FOLHETINS, MAS A INDIGNADA PÁGINA IMPRESSA COM AS REFLEXÕES QUE DEVEMOS FAZER, SEMPRE, DOA A QUEM DOER. QUANDO NOS DESPEDIMOS, NOS PROMETENDO QUE LOGO, EM BREVE, VOLTARÍAMOS A NOS ENCONTRAR, EU ME DEMOREI UM POUCO PARA VÊ-LO PARTIR, DESCENDO RUA ABAIXO, COM AQUELE PACOTE TRIUNFANTE QUE SE DISTRIBUIA, GENEROSAMENTE, A TANTOS MAIS, COMO EU, ANSIOSOS POR AQUELAS NOTÍCIAS E COMENTÁRIOS A CADA MÊS, A CADA EDIÇÃO. E FICOU, COMO EM OUTRAS OCASIÕES, A INDAGAÇÃO PREOCUPANTE SOBRE O QUE É ESTA NOSSA IMPRENSA QUE RESISTE AOS TRANCOS E BARRANCOS, CRIANDO E SEPULTANDO PÁGINAS QUE INSISTEM EM CONTAR AS NOSSAS TRAVESSURAS, ENTRE ERROS E ACERTOS, AO LONGO DESTA NOSSA CAMINHADA, DE PRETENSA GENTE CIVILIZADA.

Foto: Na sequência, de cima para baixo, da esquerda para a direita: Marlene Balbino da Silva, Madre Maria Neli Sobreira da Silveira, José Adail Mendonça, Napoleão Tavares Neves, Francisco Demontieux Fernandes, Irenilce Xavier do Vale, Gilmar Bender, Pe. José Alves de Oliveira, Izaura Amorim de França e Joaquim Muniz Pereira Barros. (Arquivos de Renato Casimiro e Daniel Walker / Raimundo Araújo)


NOVO ESTACIONAMENTO DA PMJN
Pela Lei N.º 4300, de 20.03.2014, a Câmara Municipal autorizou o Poder Executivo Municipal a
interditar a Rua José Marrocos, no trecho compreendido entre as ruas Carlos Gomes e do Seminário Vejam como foi e para que foi. “O Prefeito do Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, Faço saber que a CÂMARA MUNICIPAL aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1.º - Fica por esta Lei autorizada a interdição da Rua José Marrocos, no trecho compreendido entre as Ruas Carlos Gomes e do Seminário, no Centro desta cidade. Art. 2.º - A interdição da área autorizada no artigo anterior será utilizada pelo Poder Executivo Municipal na ampliação do Estacionamento do Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, sede do Governo Municipal de Juazeiro do Norte. Art. 3.º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4.º - Revogam-se as disposições em contrário. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, quinta-feira, 20 (vinte) de março de 2014 (dois mil
e quatorze), etc.
(Foto: Trecho da Rua José Marrocos que será interditado (Google maps).