domingo, 3 de agosto de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
060: (01.08.2014) Boa Tarde para Você, Célia Maria e Silva Morais
Recorro a você, Célia Morais, com esta saudação no início de tarde, como solidário ao seu sentimento de uma vivente desta amada cidade que pensa e sofre pelos descaminhos das relações de seu povo com as suas instituições e no uso-fruto de seus precários equipamentos urbanos. Juazeiro do Norte, a caminho dos seus 300 mil habitantes é uma cidade que não difere muito desta imagem que se diz globalizada, típica de grandes centros, tanto assim que nos parece cada dia mais inchada do que crescida e desenvolvida. Aqui também podemos firmar que esta urbanização, aquilo que mudou substancialmente a cena de nossa juventude, teve inicio nos últimos anos da década de 50. Veio a eletrificação e as atividades industriais foram se expandindo, pari passu ao fenômeno religioso. Mas, seguramente, Célia, o que você e eu vimos foi que esta urbanização e esse tal crescimento econômico se fizeram sem um devido planejamento que impôs consequências de ordem social de grande complexidade. Ainda hoje nós nos ressentimos de que a infraestrutura da cidade tem um fosso tão grande com as suas demandas que isto só tem motivado o agravamento dos problemas onde se destacam as questões da moradia, desemprego, desigualdade social, saúde, educação, violência e exclusão social. Por sermos profissionais da educação, Célia, uma simples e breve circulada pela cidade logo nos confirma o atraso que não se superou porque somos tímidos em reformar uma educação de baixa qualidade como marco gerador de tantos transtornos. Nesse sentido, e porque temos tanta crença nesta missão educacional, é triste ver que uma parte da população de Juazeiro do Norte ainda não tem acesso à qualificação profissional que o mercado cobra, tão competitivo que é, condenando uma parcela a viver na informalidade de atividades menores e de reduzidas expectativas de horizonte social e renda. Dentro de mais alguns dias, Célia Morais, você e eu estaremos assediados por uma infinidade de opções inúteis de homens públicos, que chegam com toda a voracidade pelos nossos votos, em mais uma daquelas temporadas de proselitismo político. Deles, vamos continuar querendo que sejam sinceros e comprometidos com o acesso à moradia para mitigar o sufoco crescente do favelamento, até institucionalizado quando se entregam conjuntos habitacionais sem as devidas condições de infraestrutura, e acabam fazendo das ruas da cidade o seu espaço de moradia. Deles, Célia, precisamos cobrar com toda a veemência melhores serviços públicos de saúde, gestos concretos para conter a violência de assassinatos, assaltos, sequestros, e agressões, pois já somos um povo que tem medo até em votar, quanto mais o de suportar toda esta pressão social. Precisamos, isto sim, romper com esta enorme desigualdade social que nos martiriza e nos transforma numa sociedade onde uns poucos são muito ricos e a grande maioria é miserável, sem falar no pior, onde uns são incompetentes e outros são capazes de tudo. Felizmente, você, Célia Morais, é das pessoas que tem a consciência e o esclarecimento necessário para formar uma opinião sensata, ética e moralmente correta, suficientemente cidadã para indicar a cada um dos que lhe ouvem: Não venda seu voto! Você vale muito mais!

ROSÁRIO
A poetisa e cordelista Maria do Rosário Lustosa da Cruz, presidente do Instituto Cultural do Vale Caririense, acaba de receber um belo presente, com esta xilogravura do mestre Maércio Lopes. Rosário sempre muito ativa nas lides culturais do Cariri, tem sido uma pessoa de grande produção cultural através do cordel. Recentemente realizou um belíssimo trabalho de saudação ao Crato, na celebração dos seus 250 anos. 



ADEUS A ZÉ MENEZES
Faleceu ontem no Rio de Janeiro o grande músico brasileiro, nascido aqui no Cariri, José Menezes de França, o popular Zé Menezes. Para um conhecimento melhor sobre este grande mestre, transcrevemos o texto que está em Wikipaedia

José Menezes de França, por pseudônimo, Zé Menezes (*Jardim, CE, 06.09.1921; + Rio de Janeiro,RJ,  01.08.2014) era multiinstrumentista e compositor. 
DE JUAZEIRO PARA O MUNDO
Zé Menezes começou sua carreira de instrumentista de forma precoce: aos oito anos de idade, já tocava cavaquinho profissionalmente no cinema de Juazeiro do Norte. Nesta época, compôs sua primeira música ("Meus Oito Anos") a qual teve o privilégio de apresentar perante o Padre Cícero. Aos onze anos, já era músico da Banda Municipal de Juazeiro. Em companhia do primo Luís Roseo, Zé Menezes foi então residir em Fortaleza, onde passou um ano como locutor de um serviço de alto-falantes. Retornou posteriormente a Juazeiro, onde retomou sua carreira de músico em festas e cinemas. Em 1938, Roseo passou pela cidade como líder de uma banda de jazz. Zé Menezes decidiu-se a acompanhá-lo de volta à Fortaleza, onde, durante algum tempo, dedicou-se a aprender o ofício de alfaiate. Todavia, por volta de 1940 foi contratado como segundo violonista pela Ceará Rádio Clube e acabou por formar seu próprio grupo musical (um "regional"), com o qual se apresentou na emissora durante quatro anos. Passando por Fortaleza em 1943, para a inauguração do serviço de ondas curtas da Ceará Rádio Clube, o radialista César Ladeira conheceu o jovem músico e ofereceu-lhe um contrato com a Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro. Naquela cidade, angariou prestígio como solista e em 1945 formou o "Conjunto Milionários do Ritmo". Em 1947, Zé Menezes foi contratado pela Rádio Nacional, emissora onde permaneceria por cerca de 25 anos, apresentando-se inicialmente ao lado de Garoto no programa "Nada além de dois minutos". Em 1948 teve a primeira música gravada, o samba "Nova Ilusão" (escrito em parceria com Luiz Bittencourt) pelo grupo “Os Cariocas”. A música fez tanto sucesso que acabou por converter-se numa espécie de prefixo do conjunto. Nos anos seguintes, seria regravada por Francisco Sergi e orquestra (1950) e Dick Farney e quinteto (1953).
DO "QUARTETO CONTINENTAL" AO "SEXTETO RADAMÉS"
Foi na Rádio Nacional que Zé Menezes conheceu o maestro Radamés Gnatali, o qual, em 1949, convidou-o para integrar o "Quarteto Continental" tocando guitarra. O Quarteto era composto ainda pelo próprio Radamés aopiano, Luciano Perrone (bateria)) e Pedro Vidal Ramos (contrabaixo)). Além das apresentações na Rádio Nacional, com os arranjos requintados e inovadores criados pelo maestro, o grupo acompanhou em estúdio gravações feitas por artistas conceituados da época, tais como "Os Cariocas", Edu da Gaita e Aracy de Almeida. Em 1951, o Quarteto tornou-se um Quinteto, com a entrada de Chiquinho do Acordeon, e em 1959, com a entrada de Aída Gnattali, irmã de Radamés, tocando um segundo piano, o grupo tornou-se o "Sexteto Radamés Gnattali". O Sexteto excursionou pela Europa no ano seguinte, tendo apresentado-se em Paris, Londres, Oxford, Roma, Lisboa e Porto. Zé Menezes, o "Transviado" Com o declínio das emissoras de rádio frente ao avanço da televisão na década ded 1960, Zé Menezes mudou de atividade e tornou-se maestro na RCA Victor e arranjador de um time de estrelas da MPB que incluía Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Gilberto Milfont, Miúcha e Tom Jobim, entre outros. Foi também a partir de 1960 que Zé Menezes criou o grupo "Os Velhinhos Transviados", composto por músicos experientes e que se dedicou a criar paródias de músicas antigas e modernas. Segundo Menezes, "Era uma sátira àquelas coisas todas que a gente via, aqui e no exterior. A gente tocava música antiga de forma moderna, e música moderna de forma antiga, sempre brincando muito".1 "Os "Velhinhos" gravaram seu primeiro disco (homônimo) em 1962, seguido por "Os Velhinhos Transviados - Sensacionais" no mesmo ano e "Os Velhinhos Transviados - Fabulosos" em 1963. Ao todo, foram treze LPs lançados até 1971 (outras fontes citam 15 LPs). 
ZÉ MENEZES, GLOBAL
Na década de 1970, Zé Menezes passou a trabalhar na Rede Globo de Televisão como primeiro guitarrista. Depois, ocupou os cargos de maestro, arranjador e diretor musical. Foi na emissora que ele se "aposentou" em 1992, não sem antes compor trilhas e vinhetas para programas tais como “Chico City”, “Viva o Gordo” e “Os Trapalhões”, do qual é o autor do famoso tema de abertura, ainda presente no imaginário popular brasileiro.
DISCOGRAFIA (INCOMPLETA)
Comigo é assim/Seresteiro, 1945;  Não interessa não/Vitorioso, 1951; Encabulado/De papo pro á, 1951; Copacabana/Um domingo no Jardim de Alah, 1951; Guriatan de coqueiro/A viola do Zé,  1951; Meu cavalo Alumínio/Baião do Ceará, 1952; Vai ou não vai?/Mentira de amor, 1953; Um, dois, três/Borocochô, 1954; Se você não tem amor/Currupião, 1954; A voz do violão, 1954; Os Velhinhos Transviados, 1962; Os Velhinhos Transviados - Sensacionais, 1962; Os Velhinhos Transviados - Fabulosos, 1963; Os Velhinhos Transviados - Espetaculares, 1963; Os Velhinhos Transviados - Bárbaros!, 1964; Os Velhinhos Transviados - Embalados, 1965; Os Velhinhos Transviados - Em Órbita, 1965; Os Velhinhos Transviados - Tropicalíssimos, 1968; Os Velhinhos Transviados - Pra Frente, 1969; Os Velhinhos Transviados na curtisom, 1971; Os Velhinhos Transviados - Transando Os Sucessos, 1973; Welcome To Sambaland, 1973; Chorinho in Concert, 1995; Relendo Garoto, 1998; Gafieira carioca, 2007.
 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Menezes_de_Fran%C3%A7a) 

CORDEL NO ICVC
Na última quarta feira, dia 30, sob a presidência de Maria do Rosário Lustosa da Cruz, esteve reunido o Instituto Cultural do Vale Caririense, oportunidade em que foram tomadas algumas providências para a eleição do novo quadro dirigente para o triênio 2014-2017. Na ocasião, os cordelistas Rosário Cruz, Ernane Tavares Monteiro e Pedro Bandeira fizeram distribuição de suas últimas produções. 

CORDEL: CRATO, 250 ANOS
Desejo agradecer a Secretaria de Cultura de Crato, pela gentileza de sua titular, Dane de Jade, a remessa de um conjunto de 16 folhetos de cordel que foram editados em parceria com a Fundação do Folclore Eloi Teles, a Academia dos Cordelistas do Crato, para celebrar os 250 anos da fundação do Crato. Os autores de referidos folhetos são Eloi Teles de Morais (8 reedições), Anilda Figueiredo, Chico Nascimento, Francisca Maria (Mana), Wiliam Brito, Luciano Carneiro, Sebastiana Job (Bastinha) e Josenir Lacerda (cada um com um título) além de uma volume com diversas colaborações dos poetas da Academia do Crato. Muito agradecido pelo presente. Vou lê-los com muito gosto. 

SÓ LEMBRANDO...