quarta-feira, 27 de agosto de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
070: (27.08.2014) Boa Tarde para Você, Demétrio Jereissati
Desde os anos 60, quando passei a residir em Fortaleza eu me mantenho curioso sobre os capítulos da história da migração libanesa para o Ceará, a partir de 1888. Posso dizer-lhe, meu caro Demétrio Jereissati, que só mais recentemente a historiografia produziu alguns textos substanciosos, em livro, a ponto de relatar mais amiúde a chegada e a vida de muitas destas famílias que atendem pelos sobrenomes de Ary, Buhamara, Romcy, Otoch, Lazar, Salomão, Dummar, Hiluy, Bachá, Asly, Rabay, Kayatt e Jereissati. Essa curiosidade se dá a partir de alguns relatos de minha gente de família que já registravam entre os anos 20 e 30, nesta cidade do Padre Cícero, as primeiras presenças de libaneses entre nós. Não há dúvida alguma em dizer que foi o Benjamim Abraão, nascido em Zahle, o primeiro que aportou por aqui. Tão bem recebido na casa do Patriarca, Benjamim terminou por ser um dos seus secretários, tendo aqui também se estabelecido como comerciante no ramo de tecidos e, coincidentemente, Demétrio, como você, com hotelaria. É bem verdade que a hotelaria do Juazeiro naqueles anos recuados e também por muitos adiante era quase que exclusivamente de ranchos para romeiros. Outro fato expressivo e convergente é que a maioria desta gente vinha da cidade de Zahle, que é a capital da província de Begaa, com população hoje estimada em cerca de 120 mil habitantes, em sua maioria cristãos, a terceira maior cidade do Líbano, muito considerada por seus hotéis e resorts e a principal referência gastronômica libanesa. Minha família, Demétrio, lembra ainda hoje que no início dos anos 30 convivia até intimamente com seus vizinhos Jereissati, Jamil, Fauzer e Baraquete, residindo em datas distintas, numa mesma e aprazível casa ainda hoje existente na Rua São Francisco, com a mesma arquitetura, o que nos permitia situá-la como a casa dos Jereissati. A Casa Santa Therezinha era sua firma situada na então Praça Almirante Alexandrino, e negociavam com miudezas, sendo um grande magazine de utilidades domésticas para varejo e atacado. Depois, Jamil e Baraquete criaram a Jereissati & Irmão que vendia, como dizia a propaganda da época “deslumbrante sortimento de qualquer tecido grosso ou tecido fino, delicadas meias para homens, senhoras e crianças, do mais barato ao mais caro, delicado perfume nacional ou estrangeiro, chapéus de variados tipos e preços, gravatas e, enfim, tudo que se pode comprar de melhor e mais barato nesta cidade.”  Não vou me alongar mais nesta história, Demétrio, pois certamente você é conhecedor de alguns destes detalhes mencionados. Pena, e ainda lamento, que esta contribuição dos libaneses ainda não tenha sido relatada com melhor detalhamento, especialmente aqui no sul do Estado, a tirar pelas últimas referências escritas, como em “Libaneses no Ceará. Um pequeno ensaio sobre os primórdios de uma imigração” de Zaíra Ary, “Trajetórias, narrativas e memórias de imigrantes libaneses no Ceará”, de Ruben Maciel Franklin e “Príncipes da Mente, as famílias libanesas no Ceará”, de César Aziz Ary. Gostaria apenas de realçar a sua presença em nosso meio, esta retomada de um empreendimento com esta origem libanesa, para situar o caso recente da sua dedicação em dotar este Cariri com um hotel da qualidade do Iuá, fato que o trade turístico festeja com o brilho de quatro estrelas, e nós celebramos como um novo marco do nosso desenvolvimento. Empreendedor, inquieto, inovador arrojado, você Demétrio Jereissati, por tudo que já está articulando para novas empreitadas que, seguramente, mais contribuirão para uma nova feição desta cidade, é credor de nossa admiração e dos nossos elogios. E eu não tenho, ao lado de ter tido enorme prazer em conhecê-lo, senão o de felicitá-lo e desejar um enorme sucesso em tudo o que você ainda irá realizar aqui conosco. 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 27.08.2014)

CINEAFÉ
O Cine Café, estará exibindo no próximo dia 30, sábado, no Centro Cultural BNB, às 17:00 horas, o filme Salve o Cinema (Salaam Cinema) que é um documentário iraniano de 1995, produzido e dirigido por Mohsen Makhmalbaf. Elenco: Shaghayeh Djodat (Ele mesmo), Behzad Dorani (Ele mesmo), Feizola Gashghai (Ele mesmo), Maryam Keyhan (Ela mesma), Mohsen Makhmalbaf (Ele mesmo), M.H. Mokhtarian (Ele mesmo), Mirhadi Tayebi (Ele mesmo), Azadeh Zanganeh (Ela mesma), Moharram Zaynalzadeh (Ele mesmo). O diretor coloca um anúncio no jornal a quem quisesse trabalhar no novo filme dele, em 1995, no centenário do cinema. Foram mais de mil pessoas para participar do elenco, Mohsen, querendo filmar a todos aproveita a ocasião e filma um documentário sobre pessoas que querem ser artistas. O diretor interroga 100 pessoas sobre o que fariam para entrar no cinema. Faz testes com essas pessoas com frases como: "Você prefere ser bondosa ou uma artista?". O diretor, Mohsen interroga cidadãos iranianos e estrangeiros sobre a busca pela fama e seus limites. No final todos as 100 pessoas entram para o cinema, no filme de Mohsen Makhmalbaff.

CINE ELDORADO
Rastros de Ódio (The Searchers, EUA, 1956, 119 minutos) do gênero Western, dirigido por John Ford. Provavelmente baseado na lendária história da jovem Cynthia Ann Parker (mãe do líder comanche Quanah Parker), que em 1836 foi raptada por guerreiros Comanches. Filmado no cenário favorito de Ford, o Monumental Valley, Utah. Algumas cenas adicionais foram feitas em Mexican Hat, Utah, e Bronson Canyon em Griffith Park, Los Angeles. Quando do lançamento, o filme teve uma modesta repercussão, mas com o tempo passou a ser considerado um clássico do cinema. No Brasil, o filme foi lançado em 07.05.1956. Elenco: John Wayne (Ethan Edwards); Jeffrey Hunter (Martin Pawley); Vera Miles (Laurie Jorgensen); Ward Bond (Rev. Capt. Samuel Johnston Clayton); Natalie Wood (Debbie Edwards); John Qualen (Lars Jorgensen); Olive Carey (Mrs. Jorgensen); Henry Brandon (Chefe Cicatrice); Ken Curtis (Charlie McCorry); Harry Carey, Jr.(Brad Jorgensen); Antonio Moreno (Emilio Figueroa); Hank Worden (Mose Harper); Beulah Archuletta (Wild Goose Flying); Ruth Clifford (Muher demente no forte,não-creditada). Sinopse: Em 1868, o veterano ex-oficial confederado Ethan Edwards retorna da Guerra Civil Americana e vai para o rancho de seu irmão na zona rural do Texas. Pouco tempo depois de sua chegada, os Comanches matam seu irmão e sua cunhada e raptam as duas filhas, uma delas ainda menina. Com a ajuda do filho adotivo de seu irmão, Martin Pawley, mestiço índio, Ethan, que odeia todos os ameríndios, começa a perseguir os Comanches para resgatar as sobrinhas. Para ele e também para os que o cercam (exceto Martin), é melhor "certificar-se" de que elas estão mesmo mortas e não vivas e abusadas pelos selvagens (um dos temas do filme é a discussão do racismo). Ethan se mostra obcecado e próximo de psicótico em sua perseguição, havendo suspeitas de que seu amor pelas sobrinhas se deve ao fato de ter amado a mãe delas, a esposa de seu irmão. Mais tarde, Ethan encontra o corpo assassinado da mais velha, Lucy. Recrudescem os esforços na busca da mais nova, Debbie. A procura tomará mais cinco longos anos. Ethan odeia os comanches mas, fiel ao mandamento militar de "conheça seu inimigo", se mostra um conhecedor do modo de vida dos nativos. Algumas "lições": 1) Ethan diz que os comanches amarram as montarias a si próprios, quando dormem, evitando que seus inimigos espantem os cavalos; 2) Ethan diz que um comanche em fuga, ao contrário de um homem branco que desmonta quando o cavalo está cansado, continua a cavalgada até escapar ou o cavalo morrer. E depois disso, come o cavalo; 3) Ethan atira nos olhos de cadáveres de índios. Explica que é uma vingança, pois segundo a crendice comanche isso é uma das piores coisas que podem acontecer, pois eles acreditam precisarem dos olhos intactos para se guiarem no "outro mundo".

CINEMA E TEATRO NO HORTO
Por indicação de Olga Paiva, encontro no Facebook duas notinhas sumárias a respeito do que estará acontecendo em Juazeiro do Norte nos próximos dias 30 e 31. E a primeira nota diz: “Amigos, vamos pra Juazeiro do Norte pra inauguração do Teatro Oswald Barroso, nos dias 30 e 31 de agosto, no caminho do Horto! Ainda não será nossa mudança definitiva, infelizmente! Nossa casa em Fortaleza ainda está à venda! Compartilhem a notícia e vamos todos passear e comemorar com o povo de Juazeiro, com o povo do Padim Ciço!! O teatro fica na estação do Horto, Pedra do Joelho, um dos lugares mais sagrados de Juazeiro do Norte!!!!”  Na outra nota, mais sumária ainda, se fala da abertura das atividades de uma Sala de Cinema no "PONTO DAS TRADIÇÕES", na Colina do Horto, e que vai ter o nome do Grande Mestre Rosemberg Cariry. Que maravilha!!! Assim serão mais dois pontos obrigatórios no nosso circuito de Arte&Cultura. Outra coisa que indica a primeira nota, postada por Andréia Jerônimo, mulher de Raimundo Oswald Cavalcante Barroso (foto, com seu filho curumim) é que o casal e filho estariam de mudança de domicílio, exatamente para vir morar conosco em Juazeiro do Norte. Se confirmado, estaremos muito felizes com vocês por perto.  

PROGRAMA CAFÉ COM LEITTE
Na próxima sexta feira, dia 29, às 21:30 horas na Tv Verde Vale, canal 13, de Juazeiro do Norte, haverá a reprise do Programa Café com Leitte, no qual eu fui entrevistado por Dr. Francisco Leitte sobre o trabalho que realizo sobre a imprensa juazeirense, minha própria vida pessoal e profissional, além de questões ligadas a Juazeiro do Norte. O programa foi ao ar em primeira apresentação no dia 26 passado e em breve a gravação estará disponível no site do programa: www.programacafecomleitte.com.br