sábado, 31 de janeiro de 2015



BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
114: (31.01.2015) Boa Tarde para Você, Juliana Ferreira Alencar e Dílson de Oliveira Alencar
Desde o recente dia 9, não temos parado em confraternizações com vocês, Juliana e Dilsinho, e conosco também, seus amigos e famílias, pela chegada tão ansiosamente aguardada de suas duas primeiras filhas, as ISAS, como apelidamos – Isabela e Isadora. Nenhum de nós, felizmente, esqueceu de ver em tudo isto a grande manifestação da graça de Deus, pois se o grande presente já era um filho saudável, o que se diria deste imenso privilégio de uma concepção de gêmeas, sem artifícios de uma reprodução assistida? Em situações como estas, o santo Hélder Câmara assim já nos manifestava: “Deus, você não me engana...” O fato é que entre o riso, o siso e a lágrima dissimulada, vimos Isabela vir para casa, deixando Isadora na frieza e nas incertezas de uma UTI. 
Respiramos fundo para acreditar na nossa pouca fé, de que muitas mãos seguraram nas mãos das ISAS e nos uniram entrelaçados para viver aqueles dez dias de idas e vindas e de angustiantes momentos de procedimentos médicos, se aparentemente tudo estava bem. Louvo a fortaleza de vocês em viver estes instantes tão preocupantes, para sair daí fortalecidos, seguindo em frente o desafio, provados naquilo que a natureza demonstra a cada um de nós, quando fracos nos enchemos de dúvidas e desesperança. Agora, sim, é tomar estes lindos presentes, agradecer e fazê-lo sempre, enquanto se segue pelas veredas da vida. Pelos caminhos, Juliana e Dilsinho, haverá a tentação intransferível de que não será difícil dizer em certos momentos que os filhos são chatos, são birrentos, são opiniosos, são chantagistas. Fernando Pessoa tinha outra maneira de dizê-lo: “Filhos? Melhor não tê-los... Mas, se não tê-los, como sabê-los?” A verdade é que sabê-los, depois de vida uterina, é que é o grande desafio da criação. E não serão apenas as madrugadas indormidas, os plantões quase intermináveis diante das febres, das tosses, das amigdalites, das viroses, das esperas pelos efeitos salutares e por vezes incertos dos medicamentos que nos confirmarão na missão. O filósofo Mário Sérgio Cortella costuma dizer em suas conferências que “O mundo que vamos deixar para os nossos filhos depende dos filhos que deixamos para este mundo”. E, realmente, o nascimento de um filho em nossas famílias tem este grave e decisivo questionamento: Que filhos queremos deixar para este mundo, e que esperança temos que este velho mundo se reforme pelo nosso legado? Este instante ainda deve parecer para vocês, e assim deve continuar sendo, meus queridos amigos Juliana e Dilsinho, que nenhuma angústia macule esta alegria maravilhosa de se poder correr no quarto e encontrar na paz de Deus o sono tranquilo destas duas criaturinhas que dormem, enquanto lá fora o mundo explode. Por enquanto, na paz dos nossos domínios, na segurança de nossas mãos, nos planos do nosso paraíso terrestre, melhor será escutar o santo mais antigo quando nos diz pelo Eclesiaste: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. / Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; / Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; / Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; / Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; / Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; / Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; / Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” Felicito a vocês, Juliana e Dilsinho, pois até pode não parecer, mas a maternidade, pelo menos para mim, é o ato consciente e mais corajoso que a vida nos tem ensinado para que continuemos nos amando, como assim era o desejo do Criador.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 31.01.2015)

NOVO TRIBUNA DO CARIRI (III)
Está circulando na cidade a primeira edição do primeiro jornal do ano 2015, que parece ser o de número 528 de um provável inventário da Imprensa Juazeirense. É bem trabalhado graficamente e se compõe de matérias interessantes e atuais. Contudo, é péssimo que  não se tenha maiores informações sobre sua origem. Foi sonegado ao leitor as informações básicas sobre a sua propriedade e propósitos. O jornal contém muitas matérias de interesse do Partido dos Trabalhadores, focadas nas pessoas do ex-prefeito Manuel Santana e do deputado José Guimarães. Vamos aguardar novas edições, mas é justo que se louve aqui a retomada de uma velha ideia com respeito a instalação de um possível gasoduto (gás natural), desde o litoral para o Cariri. Este título não é novidade. Ele aparece em três outras publicações anteriores, conforme nossos registros de arquivo, como se lê abaixo:
Data de Circulação (Primeiro Número): 16.06.1970; Data de Encerramento (Última Edição): 25.12.1971; Editores: Tibério César Sobreira Cabral e Abraão Bezerra Batista; Periodicidade: quinzenal/mensal; Dimensões: 32,0cm x 46,0cm;
ANO (I): (12 edições: I(1):16.06.1970 a I(12):25.12.1971)
I(1):16.06.1970, 6p                            I(2):07.1970, 6p                                 I(3):08.1970, 6p
I(4):09.1970, 6p                                 I(5):10.1970, 6p                                 I(6):11.1970, 6p
I(7):12.1970, 6p                                 I(8):01.1971, 6p                                 I(9):02.1971, 6p
I(10):03.1971, 6p                               I(11):04.1971, 6p                               I(12):25.12.1971, 6p
Suplemento Regional de Tribuna do Ceará, Fortaleza; Data de Circulação (Primeiro Número): 04.1972; Data de Encerramento (Última Edição): 04.1972; Dimensões: 29,0cm x 35,0cm; Periodicidade: mensal;
ANO (I): (1 edição)
I(1):04.1972, 8p
Liberdade – Independência – Justiça. Data de Circulação (Primeiro Número): 21.04.1997; Editor: Joaquim Pereira Muniz Barros; Diretor Comercial: Afonso Moura de Freitas; Redação: Rua Luis de Freitas, 132 – Bairro Triângulo; Colaboradores: Geraldo Menezes Barbosa, Silva Neto, Josélio Araújo, Francisco Demontier Cândido Tenório; Composição e Impressão: Gráfica Ecoprint; Dimensões: 24,0cm x 32,5cm; Periodicidade: mensal;
Obs.: Continuação de 2001.05.00.14.279 – Tribuna Popular, com versão eletrônica para algumas edições em http://www.tribunapopulardocariri.blogspot.com
2015.01.26.01.528 – Tribuna do Cariri (III)
Data de Circulação (Primeiro Número): 26.01.2015; Editor: ???; Expediente:???; Periodicidade: ???; Endereço: ???; Oficinas: ???; Dimensões: 32,5cm x 46,4cm;
ANO (I): (1 edição: I(1):26.01.2015
I(1): 27.01.2015, 4p              

CÓDIGO DE ENDEREÇAMENTO POSTAL
Está cada vez mais importante a identificação do Código de Endereçamento Postal (CEP), originalmente previsto para facilitar o transito de correspondências e encomendas através dos Correios, mas que tem também uma grande importância para as empresas, como as dos serviços de água, luz, telefone, gás, tv, provedor de internet etc. Não há engano que as cidades crescem muito mais rápido que as atenções de prefeituras e Correios para dotar todos os logradouros públicos com a sua respectiva indicação de CEP. Por exemplo, cada superintendência regional dos Correios, como a de Fortaleza, para todo o Ceará, dispõe de um técnico que é responsável para prover esta escolha, uma vez que este número no Ceará varia de 60.000-000 até 63.990-999. Em Juazeiro do Norte, muitas ruas estão ainda sem códigos. A responsabilidade, me dizem na Agência Central, local, é da PMJN. Ela é que deve encaminhar a solicitação, anexando a cópia da Lei que nomeia a rua, bem como um documento oficial, feito croquis, ou fragmento de mapa oficial da cidade, indicando a localização exata da via pública. Contudo, a prefeitura, através, por exemplo da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura) não toma esta atitude regularmente, e espontaneamente, à medida que estas nomenclaturas aparecem no Diário Oficial do Município. É o caso da rua onde estou prestes a ir residir, que não tem CEP, embora esteja cercada de outras vias já com os seus devidos CEPs. Então, felizmente, também o Correio aceita que o cidadão possa se interessar e fazer esta solicitação. Basta comparecer à Agência local e protocolar o pedido, levando uma correspondência sobre o pretendido e juntar os documentos referidos. Não é tão complicado. Eu, pelo menos tive que fazer isto, pois a operadora Oi não troca meu endereço de domicilio pelo fato de a rua não ter seu CEP. Então talvez vá me caber a iniciativa de encerrar a conta do meu telefone fixo que funciona no centro da cidade, porque para onde ele deve ir não tem ainda CEP, e como tal, como isto é fundamental para operadora, nada feito. Lamentável, mas é verdade. Este é um lado da ditadura dos códigos que a organização da sociedade impõe contra a marginalidade. Então, ao cidadão comum, não basta apenas RG e CPF, mas também o CEP de onde ele vive.

DIÁLOGOS CULTURAIS
Uma grande reunião entre o secretário Guilherme Sampaio, a equipe da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e artistas, produtores, técnicos, gestores, educadores, formuladores e articuladores do setor cultural, em um pacto pelo fortalecimento das políticas de cultura no Estado. Essa é a proposta do encontro “Diálogos Culturais - 1º Ato”, que acontece na segunda-feira, 2/2, no Crato (na Escola Profissional Violeta Arraes, no bairro São Miguel) e na quarta-feira, 4/2, em Fortaleza, na Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Ambos os eventos começam às 17h. Os encontros serão oportunidades de apresentação do novo gestor da Secult e um espaço de diálogo aberto entre a Secretaria e os protagonistas do cenário artístico e cultural no Ceará, além de representantes dos mais diversos setores da sociedade – unidos pelo interesse em fortalecer a arte e a cultura como instrumentos para o desenvolvimento do Ceará. "É tempo de afirmação da cultura como maior riqueza do nosso povo e base do projeto de desenvolvimento do Estado. Esperamos que todos os envolvidos com a produção cultural, os militantes da área e todos os interessados participem deste importante momento de diálogo e construção", afirma o secretário Guilherme Sampaio, convidando todos a tomar parte nos “Diálogos Culturais”, que, após as primeiras edições no Crato e em Fortaleza, seguirão como um programa permanente, de promoção de diálogo direto entre a Secult e os cidadãos, tanto de forma presencial quanto através da Internet. Segundo o secretário, a decisão de realizar em um município do Interior do Estado o primeiro grande encontro de interlocução da nova gestão da Secult com os diversos segmentos interessados nas políticas de cultura é uma demonstração prática e simbólica de um dos compromissos da Secretaria para os próximos quatro anos: ampliar ações e recursos no Interior. “Esse compromisso está expresso no plano de governo, definido pelo governador Camilo Santana após amplo debate com vários setores da sociedade, e norteará as políticas e ações da Secult, de várias formas. Desde este primeiro encontro acontecendo no Cariri até compromissos como a construção, no Interior, de quatro centros culturais e de 13 escolas profissionalizantes de caráter cultural”, detalha Guilherme Sampaio.
Compromissos e diretrizes
Entre outros compromissos destacados pelo secretário ao longo deste primeiro mês de atividades estão a ampliação gradativa do orçamento da Secult, com a meta de chegar ao equivalente a 1,5% do orçamento do Governo do Estado em 2018, a realização do primeiro concurso público da história da Secretaria, a retomada atividades regulares do Cine-teatro São Luiz e o início das obras de reforma geral da Biblioteca Pública Menezes Pimentel. A afirmação da riqueza da cultura cearense e a conscientização quanto a seu potencial estratégico para o desenvolvimento do Estado são ressaltadas diretrizes para a gestão, assim como o objetivo de manter permanente diálogo com todos os setores capazes de contribuir, de forma conjunta, para fortalecimento das políticas e ações.
SERVIÇO:
Diálogos Culturais – 1º Ato: Segunda-feira, 2/2, 17h – Crato
(Escola Profissional Violeta Arraes, São Miguel). Quarta-feira, 4/2, 17h – Fortaleza (Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema). Informações: Secretaria da Cultura do Estado do Ceará – Secult - (85) 3101-6759 / (85)
9181-3595 / 8543-7826

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015



BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
112: (26.01.2015) Boa Tarde para Você, Laurinda Barros da Silva
Já devo ter dito em algum destes momentos nas crônicas habituais, do meu imenso orgulho pessoal de ter as minhas origens de família em gente romeira que aqui se estabeleceu pelo início do século passado, migrantes vindos da Paraíba e de Alagoas. Por muito tempo, mesmo sem ignorar esta significação étnica, eu minimizei este fato reduzindo-o a um tratamento de pouca expressão, algo como uma destas circunstâncias lógicas da genética e da aparente casualidade dos entrelaçamentos familiares. Hoje, felizmente, já não vejo isto na simplicidade da ocorrência como este Juazeiro do Norte foi construído em sua cena humana, para valorizar especialmente a grande contribuição cultural e antropológica que isto implicou. Digo-lhes isto para falar de que fui conhecer dona Laurinda Barros da Silva, protagonista quase anônima de um destes instantes do milagre de que falamos quando tratamos da cidade que amamos, que nos aparece como vindo desta gente simples que povoa a grande nação romeira. Dona Laurinda comemorou ontem, 25 de janeiro, o seu centenário de existência, e quando lhe perguntei qual era o seu sentimento ela me olhou e me disse com grande simplicidade: “seu doutor, nossa vida é uma nuvem.” Dona Laurinda nasceu em 1915 na zona rural do município de Viçosa, como meus avós, como costumo me lembrar, no berço da civilização das Alagoas, nascida de pais agricultores, Maria Joaquina da Conceição e Manoel Barros de Lima. Ainda na sua juventude, de romeiros que haviam estado na cidade santa, recebeu de presente um rosário e medalhas que haviam sido bentas pelo querido padrinho e a partir daí desejou ardentemente vir morar em Juazeiro. Aquele presente foi tão importante na vida de dona Laurinda que ela, em seguida, veio a Juazeiro em romaria e repetiu a estrada tão longa e tão cheia de pedra e areia, em 5 outras viagens que mais e mais aumentaram o seu desejo de vir morar conosco. Depois que seus pais faleceram, e já casada com José Francisco da Silva, o Zé de Benedito, Laurinda vendeu quase tudo, ficando apenas com os pratos da cozinha e os santos de seu oratório e para cá se mudou definitivamente, em 1942. Ela vinha de família numerosa, pois eram 15 irmãos, dos quais ainda estão vivos 5 (José Belinir, José Duda, Jesuino, Luis e a caçula Maria José). Do seu casamento com José de Benedito, dona Laurinda teve 17 filhos, sendo onze homens, dos quais apenas 8 se criaram (Bartolomeu, Manoel, Severino, Enoque, Antonio, Cícero, Manuel e Elias, o mais novo que veio abraçar a mãe, centenária) e seis mulheres (Maria José, Maria do Carmo, Maria Cícera, Maria Návia, Maria das Dores e Maria Anita). Em tal numerosa descendência, dona Laurinda hoje se vê cercada por netos, bisnetos e trinetos, gerações que a cumulam de afeto e zelo, num ritual diário que invade a modesta residência da Rua Todos os Santos, num cumprimento respeitoso pelas bênçãos e orações da matriarca. Capítulo importante de sua existência é a sua religiosidade, a sua fé inquebrantável, a sua dedicação às confrarias e às associações da igreja, desde 06.01.1943, como fiel servidora, na frequência diária do santo sacrifício da missa, em caminhadas de quilômetros, em madrugadas palmilhadas, até debaixo de chuva. Aos cem anos de vida, dona Laurinda continua a receber este tratamento carinhoso que já vinha de Pe. Murilo, de Pe. José Alves, e que chega hoje aos vigários paroquiais que não lhe faltam em assistência espiritual, a grande festa da renovação de sua casa humilde, na alegria de alguém que se conserva lúcida e amável. Devota consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, à Mãe das Dores e ao Padre Cícero, eu senti que dona Laurinda teve um grande prazer em falar de sua vida, do seu legado, de seu serviço, para hoje se considerar feliz pelo que viveu e o que pôde realizar por sua família e pela comunidade, enquanto me diz, na conformação dos justos e sábios: “Já estou aqui esperando as ordens de Deus”. Parabéns, dona Laurinda! Que seja muito feliz e saudável, e que a providência de Deus ainda seja deixa-la conosco e com sua família, por muito mais tempo.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 26.01.2015)

BOA TARDE (II)
113: (28.01.2015) Boa Tarde para Você, Sargento Edinaldo Aparecido Costa Moura
Ao meu sentimento, neste instante o mundo está caminhando celeremente para duas das piores tragédias anunciadas: as famílias estão se tornando reféns das drogas e as nações vivem o terrorismo imposto pelo sectarismo político e religioso. As drogas e o terror impuseram à humanidade um clima insuportável de conflitos permanentes para que passássemos a viver o desespero desta ausência de um horizonte que possa restabelecer a nossa convivência com os valores que animam a nossa própria existência. Daí porque não há como não enxergar, exaltar, difundir e apoiar com todas as nossas forças as ações de homens e mulheres que se entregam de corpo e alma a esta reconstrução da esperança, e ao rearmamento moral de que tanto necessitamos para sobreviver à barbárie. Foi por isto, certamente, que fizeram chegar até nós a cruzada meritória que se fundou através do Programa Educacional de Resistência às Drogas – PROERD, adaptado da iniciativa norte-americana do Drug Abuse Resistence Education - D.A.R.E., criado em 1983. Em nosso país, o Programa implantado em 1992 também consiste em uma ação conjunta de Policias Militares, Escolas e Famílias, para prevenir o abuso de drogas e a violência entre estudantes, para ajudá-los a reconhecer as pressões e as influências diárias que contribuem ao uso de drogas e à prática de violência, desenvolvendo habilidades para resisti-las. Aqui em Juazeiro do Norte, há vários anos, o programa também existe numa articulação entre a Polícia Militar, Secretaria de Educação do Município e as famílias para atingir anualmente milhares de alunos. Parte integrante do entusiasmo que há nesta iniciativa é a sua coordenação, na pessoa do sargento Edinaldo Aparecido Costa Moura, um militar que assumiu a força tarefa para empreender uma grande jornada de treinamento e capacitação dos jovens para mantê-los saudáveis, longe das drogas. A saudação que lhe fazemos nesta tarde, sargento Edinaldo, pretende não ser a atitude efêmera de apenas uma citação casual que se impõe no reconhecimento humanitário de sua tarefa, pela exemplar dedicação que assumiu. Receba-a, também, como um gesto concreto de adesão deste que vos escreve e, certamente, de milhares de outros solidários, não ao meu sentimento provocador, senão à sua generosa e tão esforçada postura para fazer o que deve ser feito em tal calamidade.
Diariamente estamos vivendo com angustiante apreensão os índices alarmantes desta galopante ascensão da violência, motivada pelo consumo de drogas pesadas, tão amplamente disseminadas entre nossa juventude e a pressioná-la para marginalidade do crime, do roubo e dos conflitos sociais. É confortante, é parte deste nosso desejo de respirar um tanto aliviados, saber que em instantes tão graves desta nossa conturbada existência, podemos contar com sua sensibilidade e a atitude consciente de que algo está sendo realizado com este propósito. Quero manifestar aqui, sargento Edinaldo, o meu louvor ao seu trabalho, aos resultados que anualmente vem sendo obtidos e que contribuem de forma tão importante, para que estas famílias se sintam fortalecidas, tranquilizadas, na medida em que isto atinge tantas escolas e tantos alunos. Agradecer-lhe, Edinaldo, é apenas o necessário, o formal, educado e civilizado, algo muito pequeno diante do seu trabalho que se agigantou nesta missão e que felizmente surte o grande efeito que nos tranquiliza diante da ameaça que está diariamente a nos angustiar. É importante destacar que o seu trabalho, tão publicamente reconhecido, conscientiza todos nós para que não fujamos à responsabilidade social que tanto contribui para a ordem pública, prevenindo a criminalidade, para que a guerra não exista apenas entre a ação criminosa e a repressão.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 30.01.2015)

CINE ELDORADO
O Cine Eldorado (Rua Pe. Cícero, em frente ao Museu Pe. Murilo de Sá Barreto) exibe nesta sexta feira, dia 30, às 20 horas, o filme Belle, filme americano de 2013, dirigido por Amma Asante. Elenco: Gugu Mbatha-Raw  (Personagem: Dido Elizabeth Belle); Tom Wilkinson (Personagem: Lord Mansfield); Sam Reid (Personagem: John Davinier); Sarah Gadon (Personagem: Elizabeth Murray ); Miranda Richardson (Personagem: Lady Ashford); James Norton (Personagem: Oliver Ashford); Matthew Goode (Personagem: Sir John Lindsay); Emily Watson (Personagem: Lady Mansfield). Sinopse: Dido Elizabeth Belle (Gugu Mbatha-Raw) é a filha do capitão britânico John Lindsay (Matthew Goode) com uma escrava africana. Após a morte da mãe, Dido vai morar na Inglaterra com o tio, Lorde Mansfield (Tom Wilkinson), para ser criada como uma dama da aristocracia. A jovem se apaixona pelo advogado John Davinier (Sam Reid), mas esse relacionamento irá enfrentar os preconceitos da sociedade inglesa.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015



BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
110: (22.01.2015) Boa Tarde para Você, Jair Rodrigues Melo
Vivendo uma nova realidade, por diversas mudanças que a vida me impõe na atualidade, eu tenho o conforto diário, talvez por vaidade, não duvido, de me fazer conquistador de novas amizades. Noutro dia eu me preocupei em olhar para dentro de mim mesmo, se seria possível, para tentar reconhecer nisto algo que me anime por novos amigos, seja nas relações de trabalho, nos laços familiares ou na vida social, através de relacionamentos afetivos. A primeira indagação que enfrentei vinha na direção de uma tentativa para esclarecer o que é um novo amigo, e como o vemos, ao olhar para esta conquista? Por oportuno, me lembrei de ter lido recentemente a expressão segundo a qual “Cada novo amigo é também, uma nova possibilidade que se abre para que se possa tornar-se um ser humano menos imperfeito”. Essas divagações, faço a você meu caro Jair, como algo que se abriga ao encontro de um profissional, psicólogo graduado em academia, como você, e que vive o labor diário entre clínica, docência e a gestão desta emissora. Encontro-o aqui, amigo novo, na função qualificada de Diretor Executivo desta Rádio Educativa Salesiana Pe. Cícero, também como radialista e apresentador de programas diários, diante de uma competência polimorfa que o torna versado em assuntos que nem ouso ensaiar considerandos. Não creia que quero aluga-lo a este instante do nosso relacionamento ainda tão incipiente, mas me permita que possa louvá-lo, à luz destas primeiras e firmes impressões que, muito antes de mim, outros mais já se apressaram, avalizando a sua bem sucedida trajetória profissional. Recai sobre si, o quanto disto desconfio, uma expectativa de tornar ainda muito maior esta bem concebida figura jurídica de direito privado sem fins lucrativos, com a finalidade de veicular matéria de cunho educacional, cultural, científico, artístico e religioso, contribuindo para formação e evolução do ser humano. Bem se vê, Jair, a enorme responsabilidade de ser este executivo que trata de um veículo, em atenção à sua ampla sustentabilidade, e diante de uma missão que se manifesta no evangelizar, no educar, no informar e no difundir conteúdos que ajudem no desenvolvimento humano e cultural deste Cariri, cumprindo uma responsabilidade de meio de comunicação social comprometido com o indivíduo e a sociedade. No dia de hoje, toda esta sua equipe está feliz por abraça-lo, ao festejar o dia do seu aniversário, porque nos cabe nesta hora a manifestação sincera dos afetos, da estima e do respeito que dedicamos a quem nos lidera e cujos predicados nos servem de horizonte para esta realização solidária. O rádio brasileiro, se me permite a consideração, parece estar vivendo em nossos dias algo de primazia e que o coloca como veículo de insuperável desempenho para firmar influência, credibilidade e versatilidade, tal a sua dispersão e aceitação na casa brasileira. Mas, você Jair, sabe muito bem que isto pode se tornar uma grande ilusão se a retaguarda de um veículo como este não se consolida por uma carta de princípios que apontem claramente para uma visão de mundo, para o respeito a valores inegociáveis, e para um foco que não se dispersa pela caminhada. Sabemos o quanto de si está no empenho continuado de todas estas gestões para que tenhamos presente a imagem segura de uma radiodifusão que promova o nosso aperfeiçoamento. É exatamente sob este signo que, na oportunidade em que o cumprimentamos e fazemos votos por sua felicidade pessoal, nos conservamos diligentes e esforçados para executar este serviço de radiodifusão, como parte integrante da missão Salesiana, e na sintonia fina do que nos cabe como custo e benefício, quando influímos e somos influenciados pelo meio que desejamos transformar. Parabéns, Jair! Desejamos-lhe felicidade neste dia e em todos os outros de sua vida que esperamos seja longa.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 22.01.2015)

BOA TARDE (II)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
111: (23.01.2015) Boa Tarde para Você, Marle de Sá Barreto
Eu tenho uma vaga lembrança que, ainda muito garoto, ouvi contar histórias ambientadas no Brejo Seco, o outrora Brejo da Roça, pela circunstância de bons relacionamentos de minha família com gente das famílias Callou, Sabiá e Sá Barreto. Quando nasci, dona Marle, já havia em minha família braços de afeto pela gente do Brejo Seco, laços de compadrio, especialmente aos Sá Barreto que ligavam aos meus tios Soares e isto às vezes era coisa sagrada, tanto quanto os vínculos familiares mais fundos. Esses laços de família sempre me fascinaram e eu pude em certos momentos me debruçar sobre as suas narrativas, conversas que traziam coisas deliciosas sobre casamentos, modos de vida, genealogia de densos clãs, poesias, anedotas e, especialmente, a convivência com a zona rural. Demorei, dona Marle de Sá Barreto, mais que cinquenta e cinco anos para viver o que nos foi possível na manhã de ontem, depois do encerramento da festa de São Sebastião, acontecida na agradabilíssima capelinha do Brejo Seco. Aceitei como dos melhores prazeres o convite que me fizeram em correspondência formal postada pela Paróquia Menino Jesus de Praga para, inclusive, receber a homenagem da comunidade, coisa que me deixou vermelho de tanto encabulamento. Mas eu estava mesmo curioso, dona Marle, pelas histórias do velho casarão centenário, existente ainda como sua moradia, e da sua irmã Terezinha, cuja construção retroage ao tempo de nossa emancipação política, em 1911, para ser a partir de 30 de novembro daquele ano, a aprazível residência dos seus pais, Maria da Penha e João Romão de Sá Barreto.  O casamento de Penha e João Romão, ela aos dezesseis anos, pois nascida em 15.10.1900, e ele aos trinta e um, já que viera ao mundo em 14.02.1885, resultou na família de sete mulheres, com você, Marle, e suas irmãs Geli, Neusa, Nisa, Terezinha, Zélia e Marlene. Quero me referir, num preito de saudade, a figura querida de Geli de Sá Barreto, a grande ausente nestas minhas modestas e encantadas descobertas, exemplo de grande dignidade e de serviço, educadora por excelência e que marcou neste Juazeiro com uma grande página por sua atuação civilizadora na educação de nossos filhos. É importante constatar, dona Marle, que o velho e centenário casarão conservou a memória da família, pois cada um dos que aí viveram, ou passaram férias, tiveram a melhor acolhida, especialmente de dona Penha que mais viveu, por todas as celebrações de aniversários, as renovações, os grandes encontros da família para ouvir histórias e lições dos seus antepassados. Num tempo em que tudo isto está tão descaracterizado pela sociedade de consumo que vivemos, não é coisa mais simples falar de como o Brejo Seco, especialmente o de cima, o mais seco e de poucos recursos, permitiu que esta família crescesse, como já me dizia Marchet Callou, muitos anos atrás, como uma daquelas, das doze tribos de Israel. Felizmente, pelo que pude perceber, dona Marle, há no coração destas novas gerações, das famílias que povoaram historicamente o Brejo Seco, um sentimento nobre e importante para a sua conservação que os faz reunir no entorno do velho casarão para continuar esta pastoral de vida, propagando sábias lições de decência e honradez. Desejo agradecer-lhe pela generosidade de sua acolhida, pela prosa solta e alegre que tanto me fez bem, particularmente para conhece-las mais intimamente, o que me permitiu sentir a grandeza desta construção familiar, concretizada pela permanente mensagem de amor que as embalou. Qualquer dia destes, dona Marle, eu lhe prometo, vou voltar ao Brejo Seco e vamos combinar um retorno ao varandão do casarão de Penha e João Romão, para nos perdermos numa grande contação de histórias, entre as suas verdades e as mentiras dos outros, que seguramente vão ainda muito me emocionar e divertir.  
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 23.01.2015)


RUA LUIZ GONÇALVES CASIMIRO
Há poucos dias a minha irmã, Ana Célia, me lembrou que temos em casa algumas placas, destas que servem para nomear ruas e outros logradouros da cidade, que há anos tínhamos mandado fazer. A questão é a seguinte: depois que faleceram meus pais, Doralice Soares Casimiro e Luiz Gonçalves Casimiro, o então vereador Raimundo Sá e Sousa tomou a iniciativa de homenageá-los, fazendo tramitar na Câmara Municipal duas leis para lhes conferir esta honraria. Depois de algum tempo, constatamos que as mesmas ruas, no Bairro do Aeroporto, haviam sido dadas também a um casal, por sinal, pais de um amigo dos meus pais. Notificamos Raimundo Sá e Sousa do acontecido e ele se apressou em propor novas leis e as honrarias foram restabelecidas, agora no Bairro José Geraldo da Cruz. No início, era uma homenagem para uma rua projetada e não havia nada, nenhuma construção, nenhum equipamento e até esquecemos de ir lá em outras ocasiões para localizar as ruas e ver de perto como ela já estava crescendo. No dia de hoje, sou surpreendido com esta notícia que aqui transcrevo, pela curiosidade de que é esta a primeira menção pública que vejo pela imprensa, e exatamente pelo pior do que se poderia anunciar: a marginalidade. Mas é isto mesmo, talvez seja este um novo sinal dos tempos, onde uma simples homenagem pode até ser confundida com ações criminosas em algum local deste Juazeiro do Norte. Vejamos a notícia, redigida pelo querido amigo Demontier Tenório:
“JUAZEIRO DO NORTE-CE: POLÍCIA PROCURA UM CARRO DE LUXO ROUBADO E ENCONTRA TRÊS, Por Demontier Tenório. O final de semana foi positivo para a polícia no tocante a recuperação de veículos roubados ou furtados na região do Cariri. Em Juazeiro, por exemplo, foram recuperados três carros de luxo no bairro José Geraldo da Cruz, bem como duas motos nos bairros Romeirão e Antonio Vieira e um chassi no João Cabral. Além disso, um Fiat em Mauriti e mais três motos, sendo duas em Crato e a outra em Campos Sales totalizando nove veículos recuperados. Por volta das 14 horas deste domingo militares do Serviço de Inteligência do 2º BPM souberam através de uma empresa de rastreamento que um veículo Nissan X-Trail LE de cor preta, ano 2008, tinha sido roubado e o sistema apontava que o automóvel estava em Juazeiro. Os PMs seguiram no rumo e encontraram, em um imóvel na Rua Luiz Gonçalves Casimiro (Bairro José Geraldo Cruz) em Juazeiro, o Nissan e mais dois veículos de luxo roubados. Era um Corolla GLI Flex de cor branca e placas OIA-0230, inscrição de Fortaleza, mas com a placa fria OIH-2474 de um Corolla XEI20 Flex de cor branca e placas OIH-2474, inscrição de Juazeiro. O outro um Fiat Strada Adventure CD de cor preta e placas OKV-6614 de Salvador (BA), com a placa fria EUH-8279 de um Fiat Strada Adventure CD de cor preta e placas EUH-8279 de Crato. Os carros foram levados para a Delegacia com uma jovem de 22 anos, residente no Salesianos, a qual estava no endereço e afirmou que os carros pertenciam ao seu namorado que a CIOPS optou por preservar seu nome oferecendo apenas as iniciais A. H. e este não foi localizado pela polícia.”