sábado, 20 de maio de 2017



LIRA NETO FALA SOBRE PADRE CÍCERO
Em entrevista ao Na Trilha da História, programa radiofônico da EBC, o biógrafo relata supostos milagres, as batalhas e as contradições do religioso cearense Cícero Romão Batista. Nesta semana, o Na Trilha da História tem como foco um dos personagens brasileiros mais míticos e  controvertidos: o Padre Cícero. O cearense, que viveu entre 1844 e 1934, tem no currículo diversas punições aplicadas pela Igreja Católica, uma legião de beatas seguidoras e conhecidas como milagreiras, milhares de fãs e até um acordo com o cangaceiro Lampião para espantar a Coluna Prestes de Juazeiro do Norte. O convidado deste episódio é o jornalista e escritor Lira Neto, autor do livro Padre Cícero - Poder, Fé e Guerra no Sertão. "Padre Cícero foi um personagem que em vida acumulou muitas paixões, muitos amores e muitos ódios e, até hoje, é um personagem muito controvertido. Uns consideram Padre Cícero um santo e outros, um impostor", comentou. Na Trilha Sonora para este programa foram escolhidas cinco músicas relacionadas à história de Padre Cícero: "Padre Cícero" (Composição de Tim Maia e Cassiano / interpretação de Tim Maia); "Beata Mocinha" (composição de Manelzinho Araújo e José Renato / interpretação de Geraldo Maia); "Viva Meu Padim” (composição de Luiz Gonzaga e João Silva / interpretação de Daniel Gonzaga); “Lampião e Conselheiro na Terra da Areia e do Sol” (Banda Metamônica); e "Viva Meu Padim” (composição de Luiz Gonzaga e João Silva / interpretação de Luiz Gonzaga). O programa foi ao ar nas seguintes emissoras: Rádio Nacional FM Brasília 96,1 MHz, Rádio Nacional AM Brasília 980 KHz; Rádio Nacional do Rio de Janeiro 1.130KHz; Rádio MEC AM do Rio de Janeiro 800KHz; Rádio Nacional da Amazônia 11.780KHz e 6.180KHz; Rádio Nacional do Alto Solimões AM 670KHz, FM 96,1MHz. O Na Trilha da História é apresentado pela jornalista Isabela Azevedo.Ouça o programa no link abaixo:
PADRE CÍCERO: O FILME
Em 1974, fazia um ano que eu tinha me iniciado na docência na recém aberta UNIFOR. Uma de minhas alunas no curso de Fisioterapia sabia que eu era de Juazeiro do Norte e já expressava as minhas preocupações com estudos sobre minha cidade. Essa aluna, Jeane, me contou que estava participando de uma equipe envolvida com a produção de um filme, inteiramente rodado no Ceará, sobre Padre Cícero. E foi ela exatamente quem me apresentou a Elvira Martins, da Moraes Produções Cinematográficas num final de tarde, quando conversamos longamente, e daí veio o convite para que eu participasse da equipe, como um consultor histórico, uma vez que o Roteiro ainda estava sendo tratado e havia necessidade de uma leitura mais crítica sobre os aspectos históricos da vida do Pe. Cícero. Aliás, da primeira parte de sua vida, uma vez que pela concepção de então, e foi o que vingou, o filme começava em 11 de abril de 1872, data em que o pe. Cícero entrava em Joazeiro para residir com sua família, mãe e duas irmãs, e uma empregada doméstica, aceitando o convite para vir servir à Igreja no povoado. Depois eu conheci Helder Martins Morais, o diretor e autor do Roteiro a quem me cabia colaborar. E assim foi. Com o andar dos trabalhos fui conhecendo técnicos, fotógrafo, os atores, especialmente o Emmanuel Cavalcanti, irmão de minha amiga Luitgarde Oliveira  Cavalcanti Barros. Isso foi só o começo. Quem sabe um dia ponho dessa coluna mais comentários sobre esse momento interessantíssimo, quando colaborei pela primeira vez com a realização de uma película cinematográfica. Tudo terminou quando uma noite, em 1975, no Cine São Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza, assistimos a estréia do tão ansiosamente aguardado filme. Permito-me aqui a colocar uma breve ficha técnica do filme: PADRE CÍCERO: OS MILAGRES DE JUAZEIRO. Direção: Hélder Martins de Moraes; Elenco: Jofre Soares (Padre Cícero), Ana Maria Miranda (Beata Maria de Araújo), Rodolfo Arena (Bispo Dom Joaquim), José Lewgoy (Padre Alexandrino), Emmanuel Cavalcanti (José Marrocos), Dirce Migliaccio (Maria Tubiba), Manfredo Colassanti (Pe. Chevalier), Nildo Parente (Pe. Clicério), Cristina Aché, João Falcão, Angela Valério, Eduardo Rodrigues, Marcos Miranda, Roteiro: Helder Morais, Trilha Sonosa; Helder Morais, Fotografia: José Medeiros, Montagem: Waldemar Noya, Assistente de Direção: Emmanuel Cavalcanti, Ass. De Câmera: Walter Carvalho, Produção: Moraes Produções Cinematográficas, Distribuição: Embrafilme. Agora, por esses dias, recebo o amigo Raimundo Netto que está realizando um projeto para reabrir o conhecimento sobre essa produção cearense, publicando um pacote no qual se terá para ler um livro com toda a história desse produção, bem como um DVD encartado com a íntegra do filme. Ele está em Juazeiro do Norte, na companhia da Sabrina, fotógrafa, para manter contato com pessoas que integraram o projeto, de alguma maneira. Pena que temos a lamentar que ele não mais encontre entre nós a criatura adorável de Maria Assunção Gonçalves, que aos sessenta anos de idade, pela grande amizade que fez com o fotógrafo José Medeiros, terminou fazendo uma figuração, na pessoa de uma das beatas do Pe. Cícero, tendo contracenado com o elenco principal em ambientes como Rosário (Milagres) e Juazeiro do Norte. Mas, felizmente, poderemos conversar ainda com Valmir Paiva, com Renato Dantas, com Ana Célia Casimiro, com Bosco Bezerra e vários outros que participaram como figurantes e poderão dar seus depoimentos.


O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI


CINE CAFÉ VOLANTE (URCA, MISSÃO VELHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Missão Velha (Auditório do Campus da URCA, Rua Cel. José Dantas, Centro), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 25, quinta feira, às 19 horas, o filme TUDO QUE APRENDEMOS JUNTOS (Brasil, 2015, 102min). Direção de Sérgio Machado. Sinopse:  Laerte (Lázaro Ramos) é um violinista que, após não passar em um teste para uma importante orquestra, vai dar aulas em uma favela na periferia de São Paulo. Lá descobre um garoto com talento excepcional e por meio da música faz com que ele abandone o tráfico de drogas e dê um novo sentido para sua vida.

CINE CAFÉ VOLANTE (NOVA OLINDA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 26, sexta feira, às 19 horas, o filme DJANGO LIVRE (Django Unchained, EUA, 2012, 165min). Direção de Quentin Tarantino. Sinopse: O filme acompanha um escravo liberto (Jammie Foxx), que caminha por todo os Estados Unidos com um caçador de recompensas (Christoph Waltz) em uma missão para resgatar sua esposa de um fazendeiro cruel (Leonardo DiCaprio).


CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 26, sexta feira, às 19 horas, dentro do Festival de Lançamentos, o filme ROGUE ONE (Rogue One: a Star Wars Story, EUA, 2016, 133min). Direção de Gareth Edwards II. Sinopse: Ainda criança, Jyn Erso (Felicity Jones) foi afastada de seu pai, Galen (Mads Mikkelsen), devido à exigência do diretor Krennic (Ben Mendelsohn) que ele trabalhasse na construção da arma mais poderosa do Império, a Estrela da Morte. Criada por Saw Gerrera (Forest Whitaker), ela teve que aprender a sobreviver por conta própria ao completar 16 anos. Já adulta, Jyn é resgatada da prisão pela Aliança Rebelde, que deseja ter acesso a uma mensagem enviada por seu pai a Gerrera. Com a promessa de liberdade ao término da missão, ela aceita trabalhar ao lado do capitão Cassian Andor (Diego Luna) e do robô K-2SO.


CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 27, sábado, às 17:30 horas, o filme NASCIDO para matar (Full metal jacket, EUA, 1987, 116min). Direção de Stanley Kubrick. Sinopse: Um sargento (R. Lee Ermey) treina de forma fanática e sádica os recrutas em uma base de treinamentos, na intenção de transformá-los em máquinas de guerra para combater na Guerra do Vietnã. Após serem transformados em fuzileiros navais, eles são enviados para a guerra e quando lá chegam se deparam com seus horrores.


RECONHECIMENTO PÚBLICO
O prefeito em exercício, Giovanni Sampaio Gondim, sancionou Lei com a qual reconhece de utilidade pública a Associação Mãos Solidárias. Vejamos o Ato: LEI Nº 4.723 de 11.05.2017: Art. 1º – Fica reconhecido de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO MÃOS SOLIDÁRIAS, fundado em 15 de junho de 2015 como associação civil de direito privado, de caráter beneficente e religioso, sem fins lucrativos, com duração por tempo indeterminado, com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte/CE, regendo-se por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. Autoria: Vereador Glêdson Lima Bezerra; Subscrição: Vereador Márcio André Lima de Menezes.


Odetinha (à esq.), Zélia e Jerônimo Magalhães e Guido Schäffer: brasileiros cotados para canonização
FUTUROS SANTOS BRASILEIROS???
Sou grato a Armando Lopes Rafael por ter repassado para a Coluna de Renato essa matéria oriunda da Agência de Notícias BBC-Brasil (Sucursal da BBC-Londres), com respeito a possíveis futuros santos brasileiros, publicada no dia 17.05.2017. Muito grato ao amigo. Vejamos: “ Em sua segunda visita ao Brasil, em outubro de 1991, o papa João Paulo 2º celebrou a missa de beatificação de madre Paulina (1865-1942), que 11 anos depois se tornaria a primeira santa brasileira. Durante aquela homilia, o papa declarou: "O Brasil precisa de santos. De muitos santos!". E explicou o motivo: "A santidade é a prova mais convincente da vitalidade da Igreja". Não à toa, João Paulo 2º simplificou as regras desses processos e entrou para a história como o papa que mais canonizou: 482 santos em 26 anos de pontificado, mais de quatro vezes o que o restante dos pontífices do século 20, juntos, canonizaram. O "puxão de orelhas" de São João Paulo 2º - sim, ele também foi canonizado, em 2014 - gerou frutos. Naquele ano, o Brasil não tinha nenhum santo para chamar de seu. Hoje, são três: Santa Paulina, canonizada em 2002 por João Paulo 2º; São Frei Galvão (2007, por Bento 16) e São José de Anchieta (2014, pelo papa Francisco). E mais: em 1991, o país tinha apenas seis processos de beatificação e canonização tramitando na Congregação para as Causas dos Santos, órgão do Vaticano responsável pelo tema. Hoje, são 90 - um aumento de 1.400%. Ainda neste ano, o Brasil terá 30 novos santos. Em 15 de outubro, o papa Francisco canonizará aqueles que foram os primeiros mártires brasileiros: os padres André de Soveral e Ambrósio Ferro e 27 leigos, vítimas de dois massacres por intolerância religiosa durante a ocupação holandesa no Nordeste do Brasil, em 1645. Os santos são venerados pelos católicos como pessoas que, por estarem junto de Deus, teriam o poder de interceder pelos fiéis. Uma vez canonizada, a pessoa é considerada modelo para a Igreja no mundo. Enquanto o culto dos beatos é local, o dos santos pode ser praticado em qualquer lugar. Dos 90 processos em andamento no Vaticano, quatro são da Arquidiocese do Rio de Janeiro: a menina Odette Vidal de Oliveira (1930-1939), a Odetinha, o jovem Guido Schäffer (1974-2009), o casal Zélia (1857-1919) e Jerônimo Magalhães (1851-1909) e a carmelita Madre Maria José de Jesus (1882-1959). Todos já podem ser chamados de servos de Deus, título dado quando as causas são iniciadas, e que constitui a primeira das quatro fases da canonização. Ao longo do processo, é preciso reunir documentos e escritos do candidato a santo, registrar depoimentos de fiéis que tenham recebido graças e demonstrar milagres, a fase mais complexa. No caso de mártires, contudo, não há necessidade de comprovação de milagres. Os padres e leigos do século 17, por exemplo, mortos por calvinistas holandeses, tiveram o aval por terem sido assassinados por "ódio à fé". A palavra final, contudo, é sempre do papa. Entre os candidatos brasileiros, ao menos 15 já são beatos ou bem-aventurados - ou seja, tiveram ao menos um milagre (ato inexplicável pelas leis naturais) reconhecido pela Igreja. É o caso de irmã Dulce Pontes (1914-1992), beatificada em 2011. "O caminho que leva à santidade é rigoroso e demorado. Entre outros critérios, avaliamos as virtudes heroicas do candidato e sua fama de santidade. Para ser promovido a santo, é necessário um segundo milagre", diz Dom Roberto Lopes, delegado episcopal para as Causas dos Santos da Arquidiocese do Rio. "Todo cristão é chamado à santidade. Não apenas padres, bispos e religiosos, mas leigos também", completa. Os candidatos a santo do Rio se encaixam nesse perfil. Guido Schäffer, por exemplo, era um jovem como qualquer outro da Zona Sul do Rio, filho de um médico e uma dona de casa: pegava onda, falava gíria, gostava de rock. Schäffer, contudo, chamava a atenção pela compaixão com o próximo. Ajudava moradores de rua e chegava a doar as roupas do próprio corpo. "Uma noite Guido chegou em casa sem a jaqueta de couro que havia comprado para ele. Quando perguntei se havia sido assaltado, respondeu que não - tinha doado a jaqueta a um mendigo", lembra a mãe, Maria Nazareth Schäffer. Em 2000, aos 26 anos, já formado em Medicina e fazendo residência na Santa Casa de Misericórdia do Rio, Schäffer anunciou aos pais que queria ser padre, após voltar de visita ao santuário de Fátima, em Portugal. Foi seminarista e realizou trabalhos médicos como voluntário. Em 2009, aos 34 anos, morreu afogado ao praticar surf com amigos no Recreio dos Bandeirantes, no Rio. "Quando criança, Guido queria ser salva-vidas. Na adolescência, sonhava ser médico. Já adulto, padre. Guido sempre quis salvar vidas", afirma o padre Jorge Luís da Silva, o padre Jorjão, vigário da Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e autor do livro Guido - Mensageiro do Espírito Santo (editora Casa da Palavra).
Em 2015, diante de diversos relatos de graças de fiéis atribuídas a ele, a Arquidiocese do Rio abriu o processo de canonização. Caso venha a se tornar santo, poderá se transformar no padroeiro dos surfistas. A Igreja Nossa Senhora da Paz recebeu os restos mortais do médico-seminarista naquele ano e se tornou ponto de romaria de fiéis. As etapas do processo de canonização: 1. Servo de Deus - Exumação de restos mortais e elaboração de dossiê minucioso sobre candidato, enviado ao Vaticano. 2. Venerável - Santa Sé avalia se concede ou não o Nihil Obstat ("Nada Consta", em latim), que autoriza o início da canonização. Monta-se tribunal eclesiástico para investigar a santidade do Servo de Deus. 3. Beato - Etapa busca provar se milagres atribuídos ao postulante têm explicação científica. Casos são submetidos a uma junta médica de oito especialistas - para manter a neutralidade da decisão, nenhum deles pode ser brasileiro. Etapa é a mais sigilosa de todas. 4. Santo - Após confirmação de segundo milagre, a Congregação para as Causas dos Santos envia o processo ao papa, que o avalia e anuncia data e local da cerimônia de canonização. Outro local que foi muito visitado por católicos do Rio foi o túmulo, no cemitério São João Batista, que abrigava o corpo da menina Odette Vidal de Oliveira, filha de comerciantes portugueses que morreu de meningite aos nove anos. De família rica, dona do maior frigorífico do Rio à época, a menina estudou no tradicional Colégio Sion. Rezava o terço diariamente e ia à missa desde muito pequena. Católicos dizem que foi um exemplo de simplicidade e humildade. Sentava-se com empregados à mesa e os ensinava a ler e escrever, organizava feijoada aos sábados para pobres da vizinhança e ajudava a servi-los, visitava orfanatos e pedia à mãe que comprasse roupas e brinquedos novos para as crianças. Segundo a Arquidiocese do Rio, ela manteve a fé até o fim da vida, quando teria dito, ao receber a última comunhão, "Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo". "Ao mesmo tempo em que era uma criança normal, que gostava de pular carnaval e fazer bagunça no recreio, Odetinha já demonstrava um profundo amor à eucaristia e ao próximo", afirma o padre João Cláudio do Nascimento, que integra a comissão histórica das causas dos santos. O processo de beatificação e canonização de Odetinha foi aberto em 2013, com a exumação dos restos mortais, hoje depositados na Basílica da Imaculada Conceição, no bairro de Botafogo. Antes da transferência, a sua sepultura era a segunda mais visitada do cemitério São João Batista, atrás apenas do túmulo da cantora e atriz Carmem Miranda (1909-1955). Candidatos a se tornarem o primeiro casal de santos do Brasil, Zélia e Jerônimo Magalhães formavam uma família rica, dona de fazenda de café na época da escravidão.
Ambos são tidos como exemplos de bondade. Jerônimo teria mandado desativar a senzala assim que comprou a fazenda de café em Carmo (RJ), erguendo moradia para 500 empregados. Doze anos antes da abolição da escravatura, concedeu alforria aos escravos, que recebiam salários e atendimento médico, segundo relatos da Igreja. Com a morte do marido, em 1909, Zélia vendeu parte do que tinha, deu aos pobres e ingressou no Convento das Servas do Santíssimo Sacramento. As ideias humanitárias do casal eram incomuns para a época e motivaram devoção antiga no Estado. Os nove filhos de Zélia e Jerônimo que atingiram a vida adulta se tornaram sacerdotes ou noviças. A candidatura à canonização se tornou oficial em 2013, após reunião de documentação por uma descendente do casal. Hoje os restos mortais estão em um memorial na igreja de Nossa Senhora da Conceição, no bairro carioca da Gávea. "A vida exemplar de Zélia e Jerônimo é um testemunho irrefutável de que é possível, sim, ser santo nos dias de hoje. Não apenas na vida consagrada, como padre, freira ou religioso, mas também na vida cotidiana", diz João Bellocchio, pároco da igreja de Nossa Senhora da Conceição. Há quem veja neste aumento expressivo nos processos de canonização uma resposta da Igreja Católica ao avanço de denominações evangélicas no Brasil. De 2000 a 2010, por exemplo, o total de pessoas que se declaram evangélicas no país passou de 15% para 22% da população, enquanto a fatia de católicos encolheu de 73% para 64%.
"A tese de que a canonização está intimamente ligada à diminuição da população católica e ao aumento do neopentecostalismo procede. A proporção de católicos aumenta em pessoas com mais de 40 anos, enquanto, no caso dos evangélicos, a proporção aumenta entre crianças e jovens", afirma Ricardo Bitum, coordenador da pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo. Para Bitum, contudo, não há comprovação de eventual relação direta entre o recuo do catolicismo e o avanço das igrejas evangélicas no país, pois "as relações são multicausais". Já a professora de Teologia Maria Clara Bingemer, da PUC-RJ, não associa a proliferação de santos católicos ao crescimento da fé evangélica no Brasil. Ela lembra que a Igreja sempre canonizou santos - o primeiro deles, aliás, foi Ulrico, bispo de Augsburgo, na atual Baviera alemã, em 993. "A Igreja quer estimular seus fiéis a verem que homens e mulheres como eles e elas podem crescer de tal maneira no amor a Deus e no serviço ao próximo que devem ser exemplos a serem seguidos", considera. (Na foto de ilustração: Odetinha (à esq.), Zélia e Jerônimo Magalhães e Guido Schäffer: brasileiros cotados para canonização. Foto: Divulgação/Surffoto / BBCBrasil.com)


PMJN APOIA FUTEBOL
ICASA, GUARANI E CAMPO GRANDE terão recursos financeiros para os campeonatos estaduais em 2017. Vejamos o Ato da PMJN. Lei: Art. 1º - Fica autorizada a transferência respectiva dos seguintes recursos financeiros para os clubes juazeirenses, participantes do Campeonato Cearense de Futebol de 2017 e Copa Fares Lopes 2017, a seguir discriminados: I – ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA, RECREATIVA E CULTURAL ICASA, integrante da Série B do Campeonato Cearense de 2017 e da Copa Fares Lopes 2017, inscrito no CNPJ nº 06.736.409/0001-57, no valor de R$160.000,00 (cento e sessenta mil reais); II - GUARANI ESPORTE CLUBE, integrante da Série A do Campeonato Cearense 2017 e da Copa Fares Lopes 2017, inscrito no CNPJ nº 07.452.006/0001-49, no valor de R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais); III - CAMPO GRANDE FUTEBOL CLUBE, integrante da Série C do Campeonato Cearense de 2017 e da Copa Fares Lopes 2017, inscrito no CNPJ nº 20.415.304/0001-27, no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Parágrafo único - Os recursos serão liberados mediante a assinatura de Termo firmado entre a Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Cultura e o respectivo Clube, condicionado à observância dos requisitos legais. Art. 2º - São condições de observância obrigatória prévia à transferência de recursos aos Clubes donatários: I - atestado de regularidade fiscal com as Fazendas Públicas Federal, Estadual e Municipal; II - comprovação, por parte do time beneficiário, de que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos ao Município, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente recebidos desse ente transferidor. Art. 3º - A transferência de recursos está condicionada à existência prévia de dotação orçamentária específica para esse fim. Art. 4º - As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Cultura, proveniente dos recursos oriundos do Programa de Trabalho 27.812.0074.1.066 – 3.3.50-41.00, suplementadas, se necessário. Art. 5º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 11 (onze) de maio de 2017 (dois mil e dezessete). Giovanni Sampaio Gondim prefeito municipal em exercício de Juazeiro do Norte