sábado, 18 de março de 2017


BOM DIA!
Continuo transcrevendo nesta coluna semanal o conjunto de sete textos que estão sendo publicados na minha página do Facebook, tratando de questões relacionadas com a atualidade da vida juazeirense, com o objetivo de fomentar uma ampla discussão sobre esses temas de nosso interesse. Os que desejarem contribuir com esse propósito, poderão dispor do espaço na rede social, ou encaminhando sua opinião para o nosso endereço. Muito grato.
BOM DIA! (72) Por Renato Casimiro
MONS. JOVINIANO (III)... Segundo o jornal Correio do Juazeiro, “Nossa terra esteve em reboliço desde domingo passado, dia 12.06.1949, quando apareceu pela cidade um boletim sem nome com o seguinte titulo: "Monsenhor Juviniano Barreto, o maior inimigo do Padre Cicero, do Juazeiro dos padres Salesianos", em que o autor culpava seriamente o vigário local através de uma quantidade grande de fatos por ele discriminados. Diante disto, as Associações Religiosas de Juazeiro resolveram promover uma concentração de desagravo ao Monsenhor, convidando o povo em geral para a tarde de quinta-feira reunir-se em praça publica. Logo na manhã do dia escolhido para a concentração de desagravo, surge novamente mais outro boletim anônimo com o titulo: "OUTRAS FAÇANHAS - Monsenhor Juviniano o maior inimigo do padre Cicero, do Juazeiro e dos Padres Salesianos". E continua o Correio do Juazeiro, na sua edição de 19.06.1949: “Esse segundo boletim, sem assinatura, trazia novas acusações ao vigário local. Então, as associações religiosas haviam marcado para a quinta feira, dia 16.06, à tarde, para em praça pública manifestar a sua solidariedade ao vigário da paróquia. Segundo o mesmo jornal, “... praça estava com nada menos de 3.000 pessoas, enquanto que o Centro Regional de Publicidade (CRP) iniciava a irradiação da Concentração, tendo sido o primeiro orador o sr. Odilio Figueiredo, do Apostolado da Oração, o qual salientava o desagravo na pessoa do vigário. Nesse instante ladeado por vários padres, o prefeito Municipal e outras figuras, dava entrada na Concentração o Mons. Joviniano, sob uma chuva de vivas e palmas. Em seguida, toma o microfone o Pe. Orlando Tavares o qual, com um toque de ironia e de fé explicou ao povo que o anônimo do boletim desejava levantar um CISMA em torno das mentalidades dos romeiros, finalizando com uma oração de Deus, pedindo perdão para o anônimo do "pasquim". Falou ainda o sr. Valdo Figueiredo, congregado Mariano, seguindo-se o Dr. Conserva Feitosa, Prefeito Municipal que, entre outras palavras, classificou de "canalha" o autor dos boletins, salientando a igualdade entre o Pe. Cicero e o clero. Disse estar ao lado de todos, indo até o próprio sacrifício de vida e pedindo no final, uma salva de palmas para Mons. Juviniano. Tomou a palavra depois o sr. José Pedralino, sacristão, salientando que apenas duas pessoas poderiam saber a quantidade do dinheiro existente no cofre de Nossa Senhora: uma era o vigário e a outra era o ladrão que costumava roubar todos os anos aquele deposito das esmolas. Finalmente, assoma ao microfone o Mons. Joviniano, calmo, agradecendo a todos aqueles que compartilharam da concentração em seu desagravo, revelando o progresso moral, intelectual, social e espiritual de Juazeiro, por seu intermédio, durante os seus 14 anos de vigário nesta cidade. Considerou o pasquim como a "maior chaga social" e como "veneno de desarmonia". Explicou que, embora a sua fisionomia transparecesse uma "cara de cimento armado", seu coração era brando e amigo de todos. Encerrada a concentração, Mons. Joviniano foi aclamado pelo povo sendo levado em passeata até sua residência, sob foguetes e vivas, sendo saudado à sua porta pela profa. Amália Xavier que o chamou de "o santo Monsenhor. Logo depois chegava de caminhão a Banda de Musica de Barbalha acompanhada do vigário dali, ouvindo-se em Juazeiro, depois de 8 mezes, o som de um saudoso dobrado tocado pelo "zinabro". Encerrou-se assim o movimento de desagravo ao vigário de Juazeiro, em meio de vivas, foguetes, palmas e musica.  Vejamos, portanto o segundo boletim que foi dado a conhecer ao público de Juazeiro do Norte na manhã daquele dia. Segundo Boletim: “OUTRAS FAÇANHAS – Monsenhor o maior inimigo do Padre Cícero, do Juazeiro e dos Padres Salesianos. O Monsenhor Joviniano vai fazer hoje a sua defesa na praça, numa concentração política organizada por Odílio Figueiredo. Os romeiros ofendidos por esses inimigos do Juazeiro e do Padre Cícero, não devem ir assistir esses discursos tolos, mentirosos e hipócritas. Aquele boletim não ofendeu aos padres nem a  igreja. Dizer as verdades de um padre grosseirão e pretensioso não é atacar a Igreja. O povo bem sabe disso. O boletim disse somente uma verdade que o povo vê, sente e não diz. Porque se um padre é ruim a culpa não cai nos outros nem na Igreja. A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo não pode ser atacada se todos os outros Padres daqui são bons. Só o Monsenhor Joviniano orgulhoso não gosta do Juazeiro nem do Padre Cícero nem dos Padres Salesianos. O Monsenhor Joviniano diz que a sua maior satisfação na vida foi quando a sua mão assinou a suspensão do Reverendíssimo Padre Cícero Romão Batista, por isso o Padre Cícero ficou sem celebrar e batizar. Diz mais ainda que as crianças, meninos e meninas batizados pelo Padre Cícero não estão batizados e só podem ser chamados “Tubarão” e “Faísca”. Milhões de coisas ele diz com o Padre Cícero. Isso assim já é demais. O Monsenhor e esse Odílio Figueiredo que quer ser prefeito, já mudaram até a data do nascimento do Padre Cícero que só não ficou errada, porque os amigos mandaram consertar. Isso não é um horror !!! Os romeiros devem é se afastar desse Monsenhor Joviniano que quer apagar do coração do povo a memória do nosso saudoso PADRINHO. Vamos de agora em diante viver para Nossa Senhora das Dores, Padrinho Cícero, Nossa Senhora Auxiliadora e para os Padres Salesianos. Vamos dar as nossas esmolas para a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora. Romeiros! Romeiros! Romeiros! Não venham a praça assistir as desculpas amarelas do maior inimigo do Padre Cícero, do Juazeiro e dos Padres Salesianos. Prestem a atenção também as caras que vão defender o Monsenhor Joviniano que fala mal do Reverendíssimo Padre Cícero. Esses são os falsos amigos do Padre Cícero e que vivem explorando os romeiros atrás de votos nas eleições. Fujam desse Monsenhor Joviniano que não gosta da Capela do Socorro, porque tem na sua frente a estátua do Padre Cícero. Procurem os Salesianos que são os amigos do Padre Cícero. Não se esqueçam que foi também o Monsenhor Joviniano quem mudou o dia da festa de Nossa Senhora das Dores, só para os romeiros não virem aqui fazer as suas romaria e pagar as suas promessas” Bom dia.
(Postado em Facebook: https://www.facebook.com/renato.casimiro1, em 12.03.2017)
BOM DIA! (73) Por Renato Casimiro
MONS. JOVINIANO (IV)... Novamente, o Correio do Juazeiro, na sua edição de 03.07.1949 traz em sua matéria principal a denúncia de novos boletins anônimos. “Como jornal independente vemos que Juazeiro retorna as agitações de ha poucos dias, dessa vez com outro boletim anônimo correndo de mão em mão, como documento sem origem de choques morais, durante a semana. Não satisfeito com o movimento de agravos e desagravos à pessoa do Mons. Juviniano Barreto, vigário local, o anônimo volta a revolucionar a cidade com outros ataques fortes, insuflando o nosso povo a criar ambiente de ódios, apagando assim a paz comum em que vivíamos até pouco tempo.”  Ainda segundo o periódico semanal, “O povo sente profundamente este choque em que se vê intoxicações partidárias com o veneno social da politica, resultando agravos a personalidade austera do representante da igreja local. Temos certeza que lá fora 3 acontecimentos repercutem em desmerecimento da nossa terra tradicional, aonde Juazeiro passa a ser imaginada uma aldeia sem a segurança social que na verdade possui. Somos pela paz e pela verdade, para serenidade da terra. Que as partes em choque, vasculhando as suas consciências, sobretudo lembrando-se de que 48 mil habitantes estão em  desassossego e em confusões, ergam-se decididos e mostrem a verdade dos fatos, ponto por ponto, para que volte a paz em Juazeiro, essa paz que nos garante novos anos de vida. novos rumos para os amplexos de cordialidade e felicidade da nossa gente. O clero com a igreja; o político na política.” Vamos ver o conteúdo do Terceiro Boletim. “TERCEIRA DENUNCIAÇÃO – Monsenhor Joviniano Barreto, o maior inimigo do Padre Cícero, do Juazeiro, dos Romeiros e dos Padres Salesianos. Vocês viram o fracasso da concentração que fizeram para defender o Monsenhor Joviniano ? No máximo compareceram mil pessoas. Na sua maioria curiosos. O resto eram as irmandades religiosas, obrigadas ao Monsenhor. Os que falaram procurando defender o Monsenhor Joviniano nada disseram desfazendo as verdades dos dois primeiros boletins. Pelo contrário, foi uma verdadeira decepção, confirmaram tudo. O primeiro orador falando sobre o dinheiro que os romeiros dão a Nossa Senhora das Dores, confessou que o Monsenhor realmente levava para o Banco do Cariri. O segundo orador, disse que há 14 anos convive com o Monsenhor Joviniano mas nunca viu o dinheiro nem a chave do cofre das esmolas, só o Monsenhor sabe quanto rende e não diz ao povo porque não quer e não tem satisfação a dar a ninguém. O terceiro orador fez uma xaropada e nada disse sobre as duas verdades dos boletins. O quarto orador, que até aquele dia vivia  fingindo ser amigo dos Padres Salesianos, dos Romeiros e do Padre Cícero, virou-se todo para o lado do Monsenhor Joviniano, e como de costume só fez chamar o povo para brigar. (Sossega leão...). O quinto orador, e que é o nosso sacristão, que assinou seu nome num artigo feito pelo Monsenhor Joviniano, defendendo-se, publicado no jornalzinho daqui, no seu discurso também feito pelo Monsenhor Joviniano, disse que só duas pessoas podem dar notícia do dinheiro: um era o Monsenhor Joviniano, o outro era o ladrão que roubou o cofre da igreja. Em torno desse personagem o Monsenhor não quis que o Capitão Araújo abrisse inquérito. Quem seria o ladrão ?!... O último orador foi Monsenhor Joviniano. O povo curioso estava inquieto para saber como ele ia se sair dessa embrulhada, como ia se defender ! Mas foi mais infeliz do que os seus fracos defensores. Não disse nada sobre o dinheiro da Igreja. Não desmentiu que foi ele que assinou a suspensão do Padre Cícero. Não desmentiu que faz campanha contra o amor que os romeiros têm ao Padre Cícero. Não desmentiu que tem vontade de acabar com a estátua do Padre Cícero, no Socorro. Não desmentiu que mandou fechar a Capela do Socorro para não ser celebrada uma missa em homenagem ao Padre Cícero. Não desmentiu que botou o Padre Davino para fora daqui. Não desmentiu que chamava de Faísca e Tubarão as crianças batizadas pelo Padre Cícero. Não desmentiu que o dinheiro de Nossa Senhora das Dores está indo para construções de casas das Obras das Vocações Sacerdotais, em Crato. Não desmentiu que a calçada da Igreja de nossa Mãe das Dores está sendo um secador de arroz. Pelo contrário, não desmentiu nada, confirmou tudo que os boletins disseram.E disse mais que no Juazeiro existia meia dúzia de homens que o ajudavam e o resto era um bando de galinha choca. Agüenta povo !!! Disse ainda que quando chegou aqui, Juazeiro não tinha nada. Ele é que fez a Escola Normal e o Grupo Escolar. Que coragem !!! A Escola Normal foi feita pelo povo de Juazeiro, orientado pelos Drs. Plácido Castelo e Moreira de Souza; o Grupo foi feito pelo Governador Felipe Moreira Lima e José Geraldo da Cruz. Diga que é mentira ? Veja agora o ódio desse Monsenhor Joviniano ao Padre Cícero Romão Batista. No seu discurso se defendendo nem de leve tocou no nome do saudoso Padre Cícero, só para não pronunciar o nome do Santo fundador do Juazeiro e protetor de romeiros. Todos nós sabemos que o nome do nosso Grupo Escolar é “Padre Cícero”. O Monsenhor Joviniano quando foi falar no nome do Grupo Escolar, chamou de Grupo Estadual só para não dizer o nome do patriarca Padre Cícero. Isso é ou não ser inimigo do padre Cícero ? Romeiros, vejam uma humilhação horrorosa que Monsenhor Joviniano fez com o Padre Cícero: Em 1917, o Monsenhor Joviniano chegou aqui com Dom Quintino e levou o Padre Cícero para a praça da igreja onde o Reverendo Padre Cícero foi obrigado a subir numa tribuna e desdizer publicamente os milagres do Juazeiro. Coitado do meu Padrinho. Estava tão pálido e trêmulo, como Jesus no Calvário. E o “Caifaz” obrigando que ele dissesse aquilo que não queria dizer. Quando o Padre Cícero foi chamado para junto do Pai Celeste o Monsenhor Joviniano disse: daqui a 10 anos não se fala mais no nome do Padre Cícero nem desses tais milagres.Romeiros, continuem adorando a Nossa Senhora das Dores, fujam, se afastem desse Monsenhor Joviniano inimigo do Padre Cícero, inimigo dos romeiros, inimigo ainda do progresso de Juazeiro. Procurem os outros Padres, sobretudo os Padres Salesianos a quem vocês devem dar muitas e muitas esmolas para a construção da Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora. O dinheiro que vocês deixam na Matriz o Monsenhor leva para o Crato, para a construção de casas da diocese. Monsenhor, esse dinheiro devia estar no Banco do Juazeiro, e essas casas deviam ter sido feitas aqui no Juazeiro. Tanta rua, tanta praça nossa a serem construídas e quanto romeiro precisando alugar aqui no Juazeiro uma casinha daquelas que o dinheiro de Nossa Senhora das Dores fez no Crato ! O povo quer a prestação de contas do dinheiro de Nossa Senhora das Dores; que esse dinheiro seja posto no Banco do Juazeiro e essa casas das Obras das Vocações Sacerdotais sejam construídas em Juazeiro. Monsenhor Joviniano também é boletinista. Em dezembro de 1947 ele soltou um boletim amarelo com uma mão preta (a mão que não presta conta dos dinheiros da igreja) e não assinou o boletim. Portanto não pode censurar o anonimato. Até logo, Monsenhor.” Bom dia.
(Postado em Facebook: https://www.facebook.com/renato.casimiro1, em 13.03.2017)
BOM DIA! (74) Por Renato Casimiro
MONS. JOVINIANO (V)... Era a primeira sexta feira do Ano Santo de 1950, Dia dos Santos Reis, ocasião em que os católicos juazeirenses estavam reunidos no amplo terreno em frente à Estação Ferroviária da Rede Viação Cearense (RVC), para assistir ao lançamento solene da Pedra Fundamental do Santuário de São Francisco das Chagas, da Congregação dos Frades Franciscanos (Capuchinhos). Estavam presentes à solenidade o Sr. Bispo Diocesano, D. Francisco de Assis Pires, Mons. Joviniano da Costa Barreto, vigário da Paróquia-Matriz de Nossa Senhora das Dores, Mons. Assis Feitosa, vigário da Sé Catedral, Pe. Raimundo Augusto, Pe. Silvino Moreira Dias, Padres Salesianos, dois frades franciscanos, além de figuras de destaque da cidade, aí incluindo o prefeito de Juazeiro do Norte, Dr. Antonio Conserva Feitosa. Em suas memórias, Amália Xavier assim descreve o acontecido: “Acabada a cerimônia do lançamento da Pedra Fundamental do Santuário de São Francisco, o Sr. Bispo e os padres que assistiram com ele a cerimônia, dirigiam-se para o automóvel, indo Mons. Joviniano à frente. Ali, por trás do carro, estava escondido à espera do momento, para executar seu plano sinistro, o fronteiriço, Manoel Pedro,  natural de Açu, Rio Grande do Norte. Dois passos à frente cravou no peito de sua vítima a arma assassina, prostrando-o por terra. O Sr. Bispo, quase a desmaiar, deu-lhe a absolvição enquanto o miserável assassino era preso em flagrante. A população inteira do Juazeiro chorou inconsolável a perda irreparável do seu Santo Vigário. Pela manhã do dia 7, incontável multidão levou para o Crato, onde está sepultado, o corpo do Santo Mártir, que pagou com a vida a retidão no cumprimento de seus deveres sacerdotais. O infeliz assassino, em sua mente doentia, mais perversa do que doente, arquitetou o plano de tirar a vida do vigário que não quis fazer o seu casamento com uma senhora casada que mal tinha conhecimento dos seus intentos miseráveis a seu respeito. Várias vezes o infeliz perverso procurou o vigário para falar-lhe sobre este assunto. Monsenhor o recebia sempre caridosamente, aconselhando, mostrando que era impossível realizar tal casamento. O louco ficava mais furioso e ameaçava: “Neste ano Santo eu resolvo esta parada.” E como em vez de ter sido recolhido a um manicômio, ficou pelas ruas, ameaçando e passando por louco inofensivo, chegou o dia de realizar o plano que sua mente mais perversa do que doentia, arquitetou: tirar a vida de quem lhe negara aquilo que ele queria: “casar com uma mulher que jamais o desejara para esposo.” Foi preso em flagrante, para expiar na cadeia o seu hediondo crime.” A Prefeitura Municipal de Juazeiro, por seu prefeito, Dr. Antonio Conserva Feitosa, assinou o Decreto 25, de 07.01.1950, através do qual estabelecia o luto oficial por três dias como homenagem à memória do Revmo. Monsenhor Joviniano da Costa Barreto. Como justificativa, o prefeito destacou que o fato causou consternação profunda ao povo deste Município, que há muitos anos vinha o inditoso sacerdote, era vigário e guia espiritual de todo o povo juazeirense; que ornavam lhe a personalidade as mais acrisoladas virtudes, sendo mesmo um padrão de honra e de dignidade; que o ilustre morto era uma das mais insignes figuras do clero cearense; que a estima que sempre gozou no seio da família católica desta terra; que a condição trágica do seu desaparecimento que fê-lo mártir no cumprimento do dever; que, finalmente, expressava o profundo pesar de todos os habitantes do Município e os altos méritos do inolvidável pároco. Mais de 15 mil pessoas participaram dos funerais de Mons. Joviniano da Costa Barreto, que, a pedido da família foi levado pelas mãos do povo e sepultado na cidade do Crato. O Cariri em peso se fez presente ao enterro, ocorrido às 17 horas de sábado, dia 7, inclusive todas as autoridades eclesiásticas. À beira do túmulo discursaram inúmeros oradores que fizeram brotar lagrimas de todos os presentes. O jornal Correio do Juazeiro, ainda na sua edição de 08.01.1950, qualifica o assassino como “Um negro de 30 anos, tarado mental que premeditou o crime porque desejava um casamento. Ele já era conhecido das autoridades, especialmente na policia, pelo seu estado de psicopatia. Há anos no torvelinho da sua doença mental, entendeu de querer casar com uma senhorita do nosso convívio social, professora, de boa família. Por sinal, sem dar importância às manifestações daquele negro, doente mental, a moça casa-se tempos depois, com um nobre cidadão Indo residir em outra localidade. Entretanto, julgando que a família da moça a retinha presa, em casa, o negro Manoel Pedro vinha, vez por outra à porta da residência daquela família, reclamar a presença da jovem, alegando ter sido uma determinação de Deus aquele casamento. Chamava-se então a policia, e o demente passava alguns dias no xadres. Por ultimo, segundo conta, Manoel Pedro, na ânsia de casar, passou a propalar que não se efetivava aquele matrimônio porque nem o vigário, nem o juiz queriam casá-los. E, quanto menos se espera, surge assim este louco transformado em monstro agressivo, como um selvagem, abate com uma peixeira no coração a pessoa do vigário de Juazeiro, Mons. Juviniano Barreto. Perseguido e preso no momento, levado a policia, responde com frases como esta: "Juazeiro é uma cidade Misteriosa... Isso ainda poderia ter sido peior...”. Sofre assim uma cidade em peso, a perda dolorosa pelas mãos de um psicopata, tarado mental que poderia ser capaz de outros hediondos crimes arrostado pela infelicidade de uma demência já tão percebida pelo nosso povo. Pelo flagrante, Manoel Pedro foi conduzido e se manteve preso na Delegacia de Polícia local (Rua São Luiz, esq. com Rua São Pedro) à espera da condução das investigações e a formalização do processo com o qual seria julgado na Comarca de Juazeiro do Norte. A menção que o assassino fez, sobre a “cidade misteriosa”, passou a ser encarada por muita gente como sendo um tom de advertência que de suas palavras brotavam, pelo fato de que Monsenhor Joviniano havia “mexido” em algo que não lhe competia. É sabido que do altar da igreja de Nossa Senhora das Dores, durante a celebração de uma santa missa, Monsenhor havia se pronunciado sobre os “pretensos milagres do Juazeiro”, pondo dúvida sobre os acontecidos, quando a hóstia dada em comunhão à beata Maria de Araújo se transformara em sangue. Esse era mais um ingrediente explosivo na motivação do crime. Bom dia.
(Postado em Facebook: https://www.facebook.com/renato.casimiro1, em 14.03.2017)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINE CAFÉ VOLANTE (MISSÃO VELHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Missão Velha (Auditório do Centro Social Urbano, CSU), Rua Padre Cícero, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 23, quinta feira, às 19 horas, o filme GAROTOS INCRÍVEIS (Wonder Boys, 2000, EUA/JAP/ALE/UK, 107min). Direção de Curtis Hanson. Sinopse: Grady Tripp (Michael Douglas) um professor universitário que escreve em suas horas vagas. Atormentado por um bloqueio de escritor, ele descobre que sua amante, Sara Gaskell (Frances McDormand), que casada, está grávida de um filho dele. Além disto, tem que lidar com uma de suas alunas, Hannah (Katie Holmes), que está apaixonada por ele e ajudar um de seus alunos, James (Tobey Maguire), a encontrar uma rara jaqueta que teria sido usada por Marilyn Monroe.

CINE CAFÉ VOLANTE (NOVA OLINDA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 24, sexta feira, às 19 horas, o filme
A COR PÚRPURA (The Color Purple, EUA, 1985, 154min). Direção de Steven Spielberg. Sinopse: Georgia, 1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister" (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.

CINE CAFÉ VOLANTE (BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Auditório da Faculdade de Medicina), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 24, sexta feira, às 19 horas, o filme GILDA (Gilda, Dir. Charles Vidor, EUA, 1946, 110min). Direção de Charles Vidor. Sinopse: Johnny Farrell (Glenn Ford) é promovido a gerente de um famoso clube noturno em Buenos Aires, de propriedade de um amigo seu. Quando Gilda (Rita Hayworth), a mulher de seu amigo, é apresentada a Johnny ele a reconhece, pois tiveram um caso no passado. É quando o antigo amor existente entre os dois é reacendido.

CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 24, sexta feira, às 20 horas, dentro do Festival de Lançamentos, o filme O LAR DAS CRIANÇAS PECULIARES (Miss Peregrine's Home For Peculiar Children, EUA, 2016, 128min). Direção de Tim Burton. Sinopse: Após a estranha morte de seu avô (Terence Stamp), o jovem Jake (Asa Butterfield) parte com seu pai para o País de Gales. Lá ele pretende encontrar a srta. Peregrine (Eva Green), atendendo ao último pedido do avô, que lhe disse que "ela contará tudo". Só que, ao chegar, descobre que o local onde ela viveria é uma mansão em ruínas, que foi atingida por um míssil durante a Segunda Guerra Mundial. Ao investigar a área, Jake descobre que lá há uma fenda temporal, onde a srta. Peregrine vive e protege várias crianças dotadas de poderes especiais.


CINE CAFÉ (CCBNB, JN)

O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 25, sábado, às 17:30 horas, o filme POR QUEM OS SINOS DOBRAM (For Whom the Bell Tolls, Dir. Sam Wood, EUA, 1944, 170min) Direção de Sam Wood. Sinopse: Espanha, 1937. Durante a Guerra Civil Robert Jordan (Gary Cooper), um idealista americano, se alia aos guerrilheiros e tem a missão de explodir uma ponte estratégica em um desfiladeiro bem defendido pelos franquistas. Chega ao local com Anselmo (Vladimir sokoloff), um guia, que lhe apresenta Pablo (Akim Tamiroff), o chefe dos guerrilheiros da região, Pilar (Katina Paxinou), a mulher de Pablo, e outros guerrilheiros. Neste contexto Jordan se apaixona por Maria (Ingrid Bergman), uma bela jovem cujos pais foram mortos pelos franquistas. A missão de Jordan é contestada por Pablo, pois explodirem a ponte atrairia para ali o exército e a aviação franquista. Pilar, uma mulher determinada, não concorda com as posições de Pablo, que age de um jeito no mínimo suspeito.