sexta-feira, 18 de setembro de 2015


BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.

189: (14.09.2015) Boa Tarde para Você, Alysson Amancio

Por um destes descuidos, quase na conta do imperdoável, eu ainda não fui ver a apresentação do novo espetáculo da Alysson Amancio Companhia de Dança que estreou na semana passada no Teatro Patativa de Assaré, com o espetáculo “Karimai”, e que esta semana chega ao Crato. Recolho da imprensa um breve release que nos informa que “Karimai” é um espetáculo de dança contemporânea que nos convida a enxergar as cores e um mundo menos nefasto, ao tempo em que realiza uma imersão na vida do artista para daí retirar suas lições de afeto, fé e caridade. E recorro à oportunidade deste evento, lendo tudo o que me foi ensejado, para não me fazer indiferente a ponto de não poupar algumas palavras sobre estes dois geniais artistas, cada um maravilhoso em sua arte, um presente e generoso, o outro ausente, e uma grande saudade. De Alysson já se decantou justissimamente o professor, coreógrafo e bailarino, de formação e paragens que certificam e atestam a sua esmerada competência que o fez mentor de expressiva carreira transitada e desembarcada na sua atuante e premiada Companhia de Dança e Coreografia. No perfil da Companhia destaca-se, não só a formação de seus quadros, mas as produções de obras coreográficas, como: Quis (2007), Eu Prometo (2008), BR 116 (2009), Burra não é nada disso que você está pensando, e Com cheiro de Peixe criado (2010), Helion, O que deságua em mim, e Vórtices (2011), Boa Noite Cinderela (2012), Cajuína (2013) e esta última, Karimai (2015). Nesta última produção, Alysson Amancio inspira-se em parte na obra pictórica de Massaki Karimai, este inesquecível Luiz nascido em Lavinia (SP) que por aqui aportou em 1977, na companhia do amigo-irmão e fotógrafo, Gilberto Morimitsu, por terem escolhido Juazeiro para trabalhar e residir. Nesta primeira vertente da vida de Karimai, Alysson captou em suas telas o diálogo que sua arte estabelece com a transcendência do ser, exatamente porque, de crença espírita, o artista plástico aplica sobre suas obras o traço indelével da relação do homem com a natureza e a divindade. Na universalidade de suas concepções, Alysson também foi capturar as atenções dos seus pinceis, pela elegância de suas cores sobre a regionalidade, dando um toque marcante da arte caririense, através das manifestações fortes da cultura popular e da religiosidade. Há pouco mais de cinco anos perdemos Luiz Karimai, depois de uma relação íntima por uns 40 anos nesta cidade que ele adotou, aqui tendo sido respeitado pela competência na arte, pelo serviço público e notório de produtor e gestor cultural, e pela sua humanidade em promover o bem. Dentre as marcas relevantes da relação de Luiz Karimai com o Cariri, devemos lembra-lo pela visão avançada de como o artista transforma e tenta costruir uma nova sociedade, procurando servi-la a partir do ensino da arte para as novas gerações, ação nem sempre percebida e valorizada. Infelizmente, não foram muitos os que tiveram o privilégio de conhecer a sua extrema dedicação para desenvolver um trabalho social através da instituição que fundou na Vila Fátima, o Lar da Irmã Sheila, com a qual assistia pessoas carentes numa ação prazerosa para servir quem o procurava. Este olhar sobre o homenageado está na concepção de Alysson Amancio, como nos adverte Eneida Feitosa, e aparece na obra coreográfica através de cenários e movimentos como “verdadeiros mananciais de vida, manifestos no bico de pena, pincel, esferográfica, lápis de cor, crayon e grafite, e explodem em profusões de cores, enredos, sonhos, desejos e crenças”. Enalteço, emocionado, a grande sensibilidade de Alysson Amancio em ter realizado este resgate, para, não só revisitar seu trajeto vitorioso de vida e obra, mas para também mais contribuir para fixá-lo nesta moldura digna e honrada, reservada aos grandes e anônimos heróis da civilização. Neste grande e generoso ato de Alysson Amancio, somos todos nós agraciados, amigos, ou apenas conhecidos como eu, sua família em especial, mas também o povo e seus artistas no Cariri. Nas lembranças do Centenário de Juazeiro, em 2011, Reginaldo Farias organizou uma bela exposição no Centro Cultural do BNB para reverenciar Luiz Massaki Karimai. No cartaz e no roteiro, tão cheios de verdades, líamos versos de Manoel de Barros: “Ele era um andarilho. / Ele tinha um olhar cheio de sol. / De águas, de árvores, de aves. / Ao passar pela aldeia, ele sempre me pareceu a liberdade em trapos. / O silêncio honrava a sua vida.” 

(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 14.09.2015)

BOA TARDE (II)

190: (17.09.2015) Boa Tarde para Você, Pe. Antonio Romão Gomes Filho
Desde 15 de setembro de 1827, e não éramos ainda nada nos mapas do Ceará, senão um projeto de comunidade que se adianta em 188 anos, mas Deus – Nosso Senhor Jesus Cristo já havia inspirado seu servo, o Pe. Pedro Ribeiro Monteiro, para que aqui se fizesse maior a veneração à sua Mãe. Nossa Senhora das Dores, reconhecida mundo afora, também como Nossa Senhora da Piedade, da Soledade, das Angústias, das Lágrimas, das Sete Dores, do Calvário, do Pranto e, essencialmente, Mãe Soberana, foi mais uma vez glorificada e exaltada ontem pelas ruas de sua cidade. Como novo vigário paroquial na Basílica Santuário, Pe. Toninho, você assistiu de perto na primeira romaria de nosso ciclo a força deste povo romeiro diante da emoção que toda esta gente transporta para esta cidade, canalizando uma das maiores, resistentes e criadoras forças que conhecemos. Quero crer, padre, que também a si, este fato – não apenas por suas novas funções diante do seu ministério, é algo que como a nós também, está intima e visceralmente ligado à sua própria origem familiar, entre filhos e netos nascidos aqui, gente desta mesma grandeza de coração e alma. No rito da peregrinação, Pe. Toninho, é da esperança deste povo romeiro, como também foi dito a Simeão, somos herdeiros da promessa do Espírito Santo, como está em Lucas – o evangelista deste ano, que não morreremos antes mesmo de ver o Salvador – e esta é a primeira das sete dores. Acho mesmo que esta romaria representa em nova leitura, como está em Mateus, a fuga que a Sagrada Familia empreendeu para o Egito, que em suma é a experiência da busca da salvação, porque não há como não entender que Juazeiro é o refúgio – e esta é a segunda das sete dores. Vivendo a espacialidade de tão caracteristica romaria, tem-se a impressão que o romeiro busca com a mesma ansiedade encontrar-se nos templos desta cidade, santa e pecadora, como se viu também em Maria e José a procura do filho, também dito por Lucas - e esta é a terceira das sete dores. O homem sertanejo sabe como ninguém que, como está em Marcos, “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.”, e por isso mesmo ele vive este momento onde cada um reproduz o itinerário do Calvário - e esta é a quarta das sete dores. Na religiosidade do povo do sertão nordestino, o sofrimento e a morte são partes de uma grande celebração à véspera da ressureição, pois como relata João, Jesus suportou a sua própria cruz, tendo por perto sua Mãe, aquela que permaneceu cheia de tristeza - e esta é a quinta das sete dores. Os escritos e a arte trataram do Cristo morto retirado da cruz, como relata Mateus, e parte destas cenas chegaram para nós como aquela mais tocante em que a Mater Dolorosa acolhe o corpo do filho, na mais impressionante e comovente visão da piedade cristã - e esta é a sexta das sete dores. No itinerário dessa via crucis, também vivida nas romarias do Juazeiro, há outro instante dramático, que no imaginário do romeiro ocorre no Santo Sepulcro, espaço da cidade sagrada, onde Maria observa o sepultamento do corpo do filho, como nos fala Lucas - e esta é a sétima das sete dores. Portanto, Pe. Toninho, são minhas estas mais modestas reflexões, a ciência e o entendimento sobre a riqueza desta romaria fundante sobre nós, cidade e povo de Deus, sob a égide desta devoção tão rica de sinais e tão plena para a compreensão de que o mundo se acabe e não desapareça a nossa fé. Ao final da tarde de ontem, por todos nós desta cidade do Padre Cícero, já era devida à equipe da Basílica, por seu pároco, vigários, diácono, ministros e povo santo, dedicado e generoso, na Pastoral da Romaria, o quanto vimos em tanto empenho, o nosso agradecimento sincero pela realização, pela grandeza deste momento que se encerrou magnificamente com a tradição da Procissão. Vivemos hoje, o dia seguinte, o que se sente na pluralidade das crenças e o que se impõe a esta cidade no recomeço de sua normalidade intransferível, na convivência com seus problemas crônicos, mais agravados, hoje um pouco mais severos que ontem. Nas primeiras horas desta manhã de hoje, pelas ruas era possível encontrar rostos sonolentos pela maratona que há pouco se encerrara e que os trazia de volta à regularidade da cidade. Como um permanente reencontro e recomeço, cada um de nós é chamado para lutar por uma cidade melhor, a cidade dos nossos sonhos, a que nos serve como recanto de oração e trabalho. 

Mas, algo nos desafia: quanto ainda temos para realizar, antes da próxima romaria?

(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 17.09.2015)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (SESC, Rua Cel. Francisco José de Brito, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 21, segunda feira, às 19 horas, o filme AS INVASÕES BÁRBARAS (Les invasions barbares, Canadá/França, 2003, 99min) direção de Denys Arcand. Elenco: Elenco: Rémy Girard, Stéphane Rousseau, Dorothée Berryman, Louise Portal, Dominique Michel, Yves Jacques, Pierre Curzi, Marie-Josée Croze, Marina Hands. Sinopse: Em 1987, o diretor franco-canadense Denys Arcand filmou O Declínio do Império Americano, em que quatro homens e quatro mulheres discutiam sexo em grupos separados antes de se juntarem para um jantar. A idéia por trás do longa era a de que um dos sinais do iminente fim de um império era o fato de que as pessoas passavam a se preocupar exclusivamente com sua vida pessoal. Quinze anos depois, os mesmos personagens voltam a se reunir em As Invasões Bárbaras. O professor Remy, com câncer, recebe seus familiares e amigos. Louise, que era sua mulher no filme anterior, se separou por causa da infidelidade do ex-marido, mas ainda assim eles continuam se falando. Dos dois filhos do casal, apenas o rapaz, bem-sucedido no mercado financeiro, volta meio contra a vontade para acompanhar o pai. É ele quem conversará com a filha viciada de uma ex-amante de Remy para obter um pouco de heroína e aliviar as dores do professor. Enquanto isso, o grupo de intelectuais discute todas as ideologias que os entusiasmaram na juventude e o que foi feito delas. As Invasões Bárbaras (cujo título se refere aos atentados de 11 de setembro) foi um dos destaques da 27.ª Mostra BR de Cinema de São Paulo e é a escolha canadense na corrida para o Oscar de filme estrangeiro em 2004. O filme ganhou dois prêmios no Festival de Cannes de 2003: melhor roteiro (para Denys Arcand) e melhor atriz (para Marie-Josée Croze, que interpreta a viciada em heroína).

CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (SESC, Rua da Matriz, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 23, quarta feira, às 19 horas, os filmes: NÃO ROUBARÁS (Décalogo 7, Dekálog 7, Dir. Krzysztof Kieslowski, Polônia, 1988, 60min). Garota entrega sua filha para a avó criar e se passa por sua irmã. Quando a criança está com 6 anos, a verdadeira mãe resolve aproximar-se, levantando antigas mágoas entre as duas mulheres. NÃO LEVANTARÁS FALSOS TESTEMUNHOS (Décalogo 8, Dekálog 8, Dir. Krzysztof Kieslowski, Polônia, 1988, 60min). Pesquisadora judia encontra-se com uma professora de Ética da universidade que, há 45 anos, negara-lhe ajuda durante a Segunda Guerra Mundial, pois sendo católica, não podia cometer falso testemunho.
BIBLIOCINE (FAPCE, JN)
A Faculdade Paraiso do Ceará (FAPCE), está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri, embora seja restrito aos alunos desta Faculdade. As sessões são programadas para as terças e quintas feiras, de 12:00 às 14:00h, na Sala de Vídeo da Biblioteca, na Rua da Conceição, 1228, Bairro São Miguel. Informações pelo telefone: 3512.3299. A Menina Que Roubava Livros (The Book Thief , é um filme americano, de 2013, baseado no livro do mesmo nome, de Markus Zusak, dirigido por Brian Percival. Sinopse: Uma jovem garota consegue sobreviver em Munique, na Alemanha, através de livros que a mesma roubava. Com a ajuda de seu pai adotivo, ela consegue aprender a ler em plena Segunda Guerra Mundial. A garota, Liesel Meminger, também partilha de seu aprendizado com vizinhos e um judeu que consegue esconder sua origem para não ser morto pelo exército nazista.
CINE CAFÉ VOLANTE (NOVA OLINDA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 25, sexta feira, às 19 horas, o filme PERSONA (Persona, Suécia, 1966, 85min), direção de Ingmar Bergman. Elenco: Bibi Andersson (Alma, enfermeira); Liv Ullmann (Elisabeth Vogler, atriz); Margaretha Krook (médica da clínica); Gunnar Björnstrand (Sr. Vogler, marido de Elisabeth); Jörgen Lindström (filho de Elisabeth). Sinopse: A história principal começa quando a enfermeira Alma é escolhida para cuidar de Elisabeth Vogler, uma atriz que surtara em uma de suas apresentações - a tragédia de Sófocles,Electra - e a partir daí se isolou do mundo, permanecendo em constante silêncio. Apesar de Elizabeth ser tida como catatônica, ela reage com extremo pânico ao ver na televisão um monge budista se auto-imolando. As duas vão para uma casa da administradora do hospital. A princípio, Alma era a enfermeira que deveria acompanhar e cuidar da paciente mas desenvolve uma relação de amizade e acaba confidenciando seus segredos carnais - sua traição, sua orgia com um adolescente e seu aborto - como uma forma de quebrar o silêncio. O conflito entre as duas origina-se quando Elisabeth escreve uma carta para o hospital, revelando o segredo de Alma. Esta fica furiosa e agride verbal e fisicamente a paciente. Nessa cena o silêncio de Elisabeth se quebra e ela, com medo de morrer, grita. No decorrer do filme Alma fica em constante monólogo, porém consegue descobrir o motivo que levou ao silêncio repentino da atriz (gravidez indesejada).

CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, ainda não divulgou a programação que exibe no próximo dia 25, sexta feira, às 20 horas.


CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 26, sábado, às 17:30 horas, o filme VÁ E VEJA (Idi i smotri, União Soviética, 1985, 142min), direção de Elem Klimov. Elenco: Aleksei Kravchenko (Florya Gaishun); Olga Mironova (Glasha); Luibomiras Laucevitchuis (Kosach) e Juris Lumiste. Sinopse: "Vá e Veja" mostra uma das zonas de guerra mais terríveis da história humana: a ocupação nazista da Bielorrússia. A história é vista através dos olhos de um adolescente em uma jornada vertiginosa, da inocência à loucura. E não é à toa que os especialistas o julgam o maior filme de guerra já feito. A brutalidade e o horror da II Guerra Mundial continua a fascinar por muitas razões. A luta na Europa Oriental, que era um grande teatro da batalha realizada à sombra do Holocausto, foi uma guerra de vontades entre dois dos maiores exércitos do continente, mas também entre os dois déspotas mais hediondos da história. Mas a atração real vai além de batalhas, e além de Hitler e Stalin. Essa guerra fascina por causa de sua grande tragédia: mais de 30 milhões de pessoas mortas e seus resultados inflamaram a guerra fria e moldaram a região nos 50 anos seguintes. O heroísmo e o sofrimento por parte do povo russo e os dos países ocupados da Europa Oriental gerou inúmeras imagens horríveis, tão chocantes quanto o Holocausto. Este filme, diferente de muitas produções que romanceiam a guerra, busca a visão da testemunha ocular dos eventos, um olhar incômodo no coração do horror. Apesar de quase documental em sua forma, o filme é sobretudo uma história de amadurecimento, onde o menino Florya (interpretado de forma soberba por Alexei Kravchenko), de 13 anos de idade, é forçado a testemunhar os horrores da invasão nazista. O filme começa quando Florya está vivendo com sua família na Bielorússia. As primeiras cenas mostram ele e outro menino escavando a areia de um antigo campo de batalha à procura de rifles perdidos. No imaginário das duas crianças, esses “tesouros” são o passaporte para uma vida melhor: entrar para o exército. O pai de Florya, irritado com as obsseções do filho quanto à guerra, o repreende inúmeras vezes para que “páre de cavar” (a procura dessas armas). Então um grupo de combatentes da resistência chegam para recrutar homens da aldeia para ajudá-los a lutar contra os nazistas invasores. Embora Florya queirar ir, sua mãe tenta de todos os meios impedí-lo, já consciente das atrocidades que o filho poderá assistir. Cheio de idealismo e sonhos românticos sobre o guerra, o menino se junta aos combatentes e a princípio tudo se parece com o que ele esperava. Mas essa calmaria é apenas um logro para o que se segue. A guerra chega ao acampamento sem aviso, sem tempo para reação. Tudo explode e a realidade que o menino conhecia também é destroçada. Uma bomba torna-o surdo, e um zumbido ecoando em seus ouvidos se torna uma parte constante na trilha sonora do filme a partir de daí... 


JARID ARRAES: FEMINISMO NEGRO
Recebo deRalph Della Cava a seguinte indicação de leitura. Agradeço e recomento também aos meus leitores, sobre esta nova obra que destaca, entre sonho e história, a figura mítica de Dandara, líder guerreira de Palmares. Jarid Arraes nasceu em Juazeiro do Norte, em Fevereiro de 1991, e atualmente vive em São Paulo. Filha e neta de cordelistas (Abraão Batista), aprendeu com sua mãe a ser feminista e, com seu pai, a arte de escrever cordéis. É autora de mais de trinta títulos em Literatura de Cordel, onde desafia a normatividade e luta com suas palavras contra o machismo, o racismo, a homofobia, a gordofobia e todas as formas de preconceito. Também é jornalista e possui sua própria coluna na Revista Fórum, o “Questão de Gênero”, onde fala sobre feminismo, questões raciais, diversidade sexual e de gênero e Direitos Humanos. O livro “As Lendas de Dandara”, foi lançado em São Paulo, no dia 23 de Julho em São Paulo, e registro do evento pode ser visitado no site http://on.fb.me/1M6h0OP. Também foi em Brasilia, no dia 07 de agosto e todas as informações estão na página do evento no site: https://www.facebook.com/events/1632910090290742/. Mais informações na página da autora: http://jaridarraes.com/ .

“Guerreiras negras, líderes rebeldes em luta pela liberdade. Quantas terá havido na história do Brasil de cuja existência não tivemos notícia? Quantas não chegaram a existir porque este modo de ser não fazia parte das possibilidades de uma garota? E por que não contamos histórias de heroínas assim – das que existiram e das que poderiam ter existido – para inspirar nossos meninos e meninas? Certamente perguntas como estas participaram do processo de criação das narrativas de Lendas de Dandara, da poeta Jarid Arraes (Liro Editora Livre, Ilustrações de Aline Valek). Dandara, a companheira de Zumbi, faz parte da mitologia do quilombo de Palmares. Não há evidência histórica de que ela tenha realmente existido, e no entanto sua personagem medrou no saber popular como uma guerreira valente e hábil, capoeirista, capaz de liderar exércitos negros na invasão de engenhos para o resgate de escravos. Estamos no terreno da lenda, como a autora faz questão de delimitar no título de sua obra. Nascida em Juazeiro do Norte, no Ceará, Jarid aprendeu com seu pai a fazer poesia de cordel. É da tradição desta arte apropriar-se da História para forjar estórias, fundidas no fogo do imaginário, com uma temporalidade multidirecional que muito pouco deve à linearidade da cronologia. De modo que há muito do Palmares histórico nas narrativas de Jarid – que juntas formam essa pequena novela, em episódios dotados de certa autonomia –, mas o seu quilombo poderia situar-se quase que em qualquer ponto na vastidão do tempo-espaço do Brasil agrário e escravocrata. Também fala algo do Brasil pós-abolição, pois hoje, mais que nunca, surgem líderes libertárias negras que poderiam ter em Dandara a sua ancestral mítica. Por um lado, Lendas de Dandara se apropria da história e mostra a situação dos homens e mulheres escravizados no Brasil, a presença do tráfico humano atlântico, e um pouco da estrutura de funcionamento dos engenhos, com suas casas grandes e senzalas. Também a relação de conflito e negociação do quilombo de Palmares com a sociedade de seu entorno é descrita com base no que os historiadores propõem. Nem apenas uma sociedade guerreira em total isolamento e autonomia, nem apenas um agrupamento submisso à ordem vigente, Jarid soube integrar à sua descrição de Palmares essa complexidade, como por exemplo nas relações comerciais (inclusive para aquisição de armamentos) que os quilombolas estabeleciam com outras comunidades. Se a autora reconstitui ficcionalmente fatos históricos como as investidas que os palmarenses faziam contra engenhos para romper senzalas e libertar negros, ela nos propõe sonhar com um tipo de evento menos provável: a libertação de um navio negreiro, concedendo-lhes a possibilidade de retornar ao seu continente no comando da embarcação. Também cria a cena de um senhor de engenho que, assaltado numa estrada e submetido por uma guerreira negra livre, se mostra apavorado por não poder contar, ainda que momentaneamente, com o aparato social e bélico que dá sustentação ao seu poder. A vida em Palmares também é recriada como uma aldeia rebelde e muito bem organizada – algo provável, pela capacidade de defesa e ataque que o quilombo teve. No entanto, o idealismo libertário e o sonho de se tornar um modelo para outros quilombos por todo o território nacional são traços que visitam o terreno da lenda. Meados do século XVII ainda é cedo para uma conjuração independentista e universalista. Hoje, fala-se da possibilidade de que Palmares não poderia ter tido uma estruturação igualitária, uma vez que este não era o modelo conhecido pelos africanos em seu continente – mas o quilombo, como muitos outros Brasil adentro, era francamente multiétnico e talvez pudesse ter uma forte influência indígena em sua estruturação. Neste cenário já transitivo entre a história e as estórias, Jarid introduz a figura fantástica de uma filha de Iansã, que vem ao mundo para lutar pela liberdade de seus irmãos, cuja vocação é a liderança e o combate. Não é apenas que ela se torna a companheira de Zumbi, sua Dandara enfrenta os limites de sua sociedade e conquista o reconhecimento de seu meritório lugar de líder. É assim que obtém a solidariedade e a admiração sincera de Zumbi. A rigor, ele não lhe concede nada, apenas lhe reconhece o que ela conquistou realizando diversos feitos de ousadia e coragem. O cuidado com a linguagem é notável e permite uma real construção da empatia com pessoas em situação de extrema violência, como é a escravidão. Ao falar de mulheres e homens aprisionados num porão, por que seria necessário mencionar-lhes, sempre, a cor da pele? Há um grupo de agressores e um grupo de agredidos insurretos, reafirmar sua divisão pela cor da pele ou pela origem é apenas assumir o jogo do dominador. Trata-se de pessoas iguais em natureza, mas vivendo em condições extremamente desiguais. E é isso o que Jarid nos faz ler e imaginar, sem recalques nem travas.

Capoeira e mulheres líderes: Historicamente, não é possível afirmar que a capoeira fosse praticada em Palmares, ou mesmo no século XVII. Há apenas o registro de que os soldados coloniais se espantavam com a habilidade guerreira dos palmarenses, cuja reputação era a de serem muito mais difíceis de vencer do que os ocupantes holandeses – lembrando que Palmares situava-se em uma região hoje situada em Alagoas, que na época ficava na capitania de Pernambuco, portanto próximo à ocupação holandesa. Os quilombolas dominavam técnicas de luta que os tornavam quase imbatíveis, e tiveram que ser esmagados por exércitos em número e armamentos incrivelmente superiores. As evidências da capoeira são muito mais abundantes no século XIX, como as imagens de Rugendas, notícias de jornal e os registros de polícia – a ponto de a capoeira ter sido oficialmente proibida com o advento da República, quando a escravidão estava findada e um novo aparato de controle social precisou ser montado com foco na população ex-escrava. Mas a capoeira permanece símbolo da liberdade e da potência negra, com uma presença feminina que se impõe. Um canto muito entoado nas rodas de capoeira fala disso: Eu conheci mestre Bimba, conheci Canjiquinha e também seu Maré / É é / Eles me disse um dia / É é / Capoeira é pra homem, menino e mulher / É é / Pra menino e mulher / É é / É pra homem e mulher /É é. A evocação dos mestres antigos para reforçar a inclusão de todos na capoeira evidencia essa abertura, mas ao mesmo tempo demonstra uma tensão: é uma característica que precisa ser afirmada e legitimada. Mas o imaginário da capoeira também se alimentou de outras figuras femininas fortes, como a Ngola (rainha) Nzinga. Esta rainha dos povos ndongo e matamba, na região onde hoje está situada Angola (palavra derivada de seu título de liderança e nobreza), conduziu exércitos contra o invasor português e obteve impressionantes vitórias. Ficou conhecida como a Rainha Ginga, e seu nome estaria na origem da palavra mais essencial para a capoeira. São notáveis as semelhanças da Nzinga histórica com a Dandara das lendas, e não é impossível que o imaginário popular as tenha incorporado – até porque ambas são “contemporâneas”. Nos dois lados do Atlântico, duas figuras femininas (históricas e míticas) associadas à resistência negra contra o colonizador português e a opressão aos negros. Jarid menciona também Teresa de Benguela, líder que se ganhou notoriedade por sua capacidade administrativa na condução de um quilombo no interior do Brasil. Apenas como referência, vale mencionar que Nzinga inspira coletivos de mulheres que fazem da capoeira um campo de afirmação da visibilidade e luta das mulheres, com líderes como a Mestre Janja.

Real ou invenção?: Jarid Arraes iniciou a escrita de seu livro partindo da hipótese de que Dandara e sua história não são conhecidas por ser a personagem duplamente excluída do campo vencedor: é negra e mulher, num mundo branco e machista. A síntese do projeto do livro estaria nestas palavras da quarta capa: “Devido à escassez de dados oficiais [a respeito de Dandara], a autora sentiu a necessidade de criar narrativas que pudessem inspirar os leitores e espalhar a imagem de uma guerreira negra forte, heroica e protagonista da própria história”. Pergunto-me se mais certo não seria exatamente o contrário. Se a personagem de Dandara não teria sido criada por uma necessidade inversa, a de suprir a lacuna de que o herói Zumbi – ele também fusão de mito e história – tivesse uma companheira tão forte e valente quanto ele, capaz de encarnar rebeldia e libertação. Em contraposição a uma mitologizante tendência da história oficial de apagar o que não interessa aos “vencedores”, não haveria uma tendência popular – igualmente mitologizante – de forjar figuras que apontem para um mundo mais completo? A autora também diz que seu livro foca o público adulto, mas que ele pode ser lido para crianças por um “adulto responsável”, considerando que trata de temas que envolvem violência, como a escravidão e o tráfico de seres humanos. Se está certa quanto ao acompanhamento do adulto, novamente tendo a discordar dela quanto ao público preferencial do livro. Penso que é para se ler para crianças, pois contém todos os elementos para empolgar meninos e meninas e alimentar suas imaginações com referências de justiça, bravura e heroísmo que em geral não se associam a uma menina ou mulher negra. A constatação é de que o imaginário e o real se constituem mutuamente muito mais do que uma cabeça determinista ousaria reconhecer. Somos parte disso – o que significa que, no exato instante em que deixamos de nos inventar, é porque estamos sendo inventados por alguém. Mesmo que não admitamos, o fato é que não nos é possível deixar de inventar os outros e outras e de ser por eles e elas inventados/as. Não por outra razão, afirmar que “não sou machista e não sou racista” não me protege totalmente de ser machista e racista. Mesmo assumindo práticas cotidianas não machistas e não racistas. Pois no momento em que eu, seguro de meus princípios, relaxo, é quando abro uma fresta para que o machismo e o racismo ajam por mim. É quando tomo uma atitude ou falo algo que só me restará lamentar depois. Resta a alternativa de ser feminista e antirracista, o que significa lutar perenemente para que o mundo seja menos machista e menos racista, inclusive em minhas palavras e meus atos. É aí que me orgulho de Dandara – como um garoto que na época da guerra fria teria orgulho do Super-homem: é Dandara que dá corpo ao mundo que desejo.


JARID ARRAES: CORDEL

Para conhecer a obra cordelística da autora (30 títulos), acesse: http://jaridarraes.com/cordel/

A.CORDÉIS BIOGRÁFICOS:

DANDARA DOS PALMARES – cordel biográfico contando a história de Dandara dos Palmares, mulher negra guerreira na resistência contra a escravidão no Brasil, líder do Quilombo dos Palmares e companheira de Zumbi. 

LUÍSA MAHIN – cordel biográfico contando a história de Luísa Mahin, mãe do poeta Luís Gama e grande liderança na luta contra a escravidão no Brasil.

CAROLINA MARIA DE JESUS – cordel biográfico que conta a história da escritora Carolina Maria de Jesus, suas origens e vida na favela do Canindé, até ter seu primeiro livro publicado.

AQUALTUNE – cordel biográfico que conta a história da princesa africana Aqualtune, filha de um rei no Congo, que foi vendida como escrava e trazida para o Brasil. Grande ícone para as mulheres negras brasileiras, a história de Aqualtune envolve outras lideranças quilombolas como Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares.

TEREZA DE BENGUELA – cordel biográfico que conta a história de Tereza de Benguela, líder quilombola do quilombo de Quariterê. Dia 25 de Julho no Brasil é oficialmente o dia de Tereza de Benguela, uma data para enfatizar a luta das mulheres negras no país.

TIA SIMOA – cordel biográfico que conta a história de Tia Simoa, esposa de José Luiz Napoleão e liderança na luta contra a escravidão no Ceará. O cordel também fala do Grupo de Mulheres Negras do Cariri, o Pretas Simoa, pelo qual a história de Tia Simoa se tornou mais conhecida.

B.CORDÉIS INFANTIS:

A BAILARINA GORDA – cordel infantil que conta a história de Aninha, uma garotinha gorda que sonhava em ser bailarina, mas não era aceita pelas escolas de dança. Até que uma professora resolve acreditar no seu potencial.

A MENINA QUE NÃO QUERIA SER PRINCESA – cordel voltado para o público infantil e seus responsáveis, contando a história de Tereza, uma menina que não gostava de coisas de princesas e por isso sofria preconceito, até que sua mãe decide entendê-la e aceitá-la.

OS CACHINHOS ENCANTADOS DA PRINCESA – uma história infantil que conta – por meio de uma metáfora – a relação das meninas e mulheres negras com seus cabelos crespos/cacheados, falando de alisamento e “big chop” também.

A LIÇÃO QUE SARINHA DEU EM ZÉBEDEU – cordel infantil que conta a história de Sarinha, uma garotinha que ensinou aos seus colegas sobre igualdade entre meninos e meninas e tudo o que ambos podem fazer.

C.CORDÉIS ABORDANDO QUESTÕES DE GÊNERO:

ABORTO – cordel abordando a problemática do aborto no Brasil e como sua clandestinidade causa milhares de mortes de mulheres todos os anos.

A GUERREIRA DO SERTÃO – história fictícia de Rubra Rosa, uma garota que era violentada por seu padrasto, foge de casa e se encontra com Lampião, com quem aprende a ser cangaceira. Seguindo sua jornada solitária, Rosa Rubra se torna uma guerreira que castiga abusadores de mulheres e crianças no sertão.

A LUTA DA MULHER CONTRA O LOBISOMEM – uma história de uma terra de igualdade que é invadida por um lobisomem tirano. O monstro transforma todas as mulheres em escravas sexuais, até que a coragem e inteligência de uma guerreira chamada Maria muda essa realidade.

MISS CATREVAGEM – cordel que critica a existência de concursos de beleza e argumenta contra a manutenção da imagem de “musa” para as mulheres.

A MULHER QUE NÃO QUERIA CASAR – cordel que conta a história de Paula, uma jovem independente que gostava de namorar, mas não se interessava por casamento. 

A MULHER QUE NÃO QUERIA SER MÃE – cordel que conta a história de Sheila, uma mulher que aos 30 anos se sentia totalmente realizada na vida e não queria ser mãe, mas sofria pressão de familiares para engravidar.

PHOTOSHOP É A MULESTA – um cordel pra falar mal dos padrões de beleza e dos tratamentos de imagem que criam mulheres irreais, distorcidas e enquadradas numa fantasia machista de beleza.

D.CORDÉIS ABORDANDO QUESTÕES RACIAIS E DE GÊNERO:

DORA, A NEGRA E FEMINISTA – a história de uma garota negra que cresce em um contexto de miséria, racismo e machismo, mas que encontra possibilidades de superação com a ajuda do Feminismo e das cotas raciais na Universidade.

FEMINISMO NEGRO – cordel que conta a história do Feminismo Negro no Brasil, suas referências de luta e a necessidade de se construir movimentos feministas que priorizem também questões raciais.

FILHA DE PRETA, PRETINHA É – a história de uma adolescente negra que alisa os cabelos e não aceita suas características físicas, até que sua mãe reconhece na filha os mesmos problemas que viveu em sua juventude e decide ajudá-la a enxergar a raíz da questão.

NÃO ME CHAME DE MULATA – um cordel explicando a origem do termo “mulata”, seus significados culturais hoje em dia e a importância de se reconhecer, sem “eufemismos”, como mulher negra.

NÊGA BRABA – cordel em primeira pessoa, inspirado nos relatos das mulheres negras que são chamadas de agressivas quando lutam por seus direitos. Uma celebração da assertividade e coragem feminina.

QUEM TEM CRESPO É RAINHA – um cordel que fala da beleza dos cabelos crespos, suas diversas possibilidades de penteados e estéticas e como é importante deixar que os cabelos crespos cresçam livres, naturais, valorizando sempre a nossa negritude.

E.CORDÉIS LGBT

BIA É BI – cordel que fala de uma moça bissexual que não compreendia sua sexualidade, mas buscou respostas e superou o preconceito ao seu redor.

O CASAMENTO DE JUMA E LUMA – cordel que conta a história de duas moças que se apaixonam e decidem se casar, enfrentando o preconceito de ambas as famílias.

CHICA GOSTA É DE MULHER – a história de uma garota do interior que se descobre lésbica e é hostilizada pelos moradores de sua cidade, mas resolve enfrentar a lesbofobia e o preconceito de frente até transformar a mentalidade das pessoas.

TRAVESTI NÃO É BAGUNÇA – cordel abordando o problema da transfobia no Brasil e o preconceito contra as travestis.

F.OUTROS TEMA

LAVE SUAS CUECA – cordel que fala sobre as tarefas domésticas e como os homens acham que são obrigações femininas. No cordel, os homens são confrontados a lavarem suas próprias cuecas, além de assumirem responsabilidade igual com a limpeza e preparo dos alimentos.

NÃO TEM MAIOR FULERAGEM QUE MANÉ CONSERVADOR – cordel escrito em mote falando sobre os tipos de conservadores e suas hipocrisias que tentam controlar a liberdade alheia.

O NORDESTE É A PERIFERIA DO BRASIL – cordel abordando o tema do preconceito contra nordestinos e como a produção nordestina é esquecida até mesmo pelos movimentos sociais e militantes.

NOVA RUA
LEI N.º 4524, 03.09.2015: Art. 1.º - A Lei Municipal n.º 842, de 04 de março de 1981, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1.º - Fica denominada de RUA VICENTINA GONÇALVES DE LUCENA, a primeira rua paralela leste a rua Olgivi Magalhães Melo, com início na Avenida Presidente Castelo Branco, sentido sul/norte, bairros Leandro Bezerra / Novo Juazeiro, nesta cidade. AUTORIA: Vereador Danty Bezerra Silva

(Obs.: Como se trata de uma nova redação para uma lei de 1981, verificamos no mapa atualizado da cidade que esta rua homenageava o Tenente Antonio Sales, inclusive em duplicidade, já que há, transversalmente, no mesmo bairro, uma avenida com o mesmo nome, sem a indicação da patente militar. Esta rua, conforme o texto acima, fica situa-se entre a Rua Olgivi Magalhães Melo e a Rua José Leite da Silva. No sentido sul/norte, ela termina no final da Rua Madre Neli Sobreira, já no Bairro Leandro Bezerra.) 

OPERAÇÃO DO PADRE CÍCERO
Seguramente, ainda não conhecemos todo o registro fotográfico de Juazeiro do Norte, especialmente no tempo em que o Padre Cícero era vivente. Há poucos dias encontramos numa velha edição do jornal Diário de Pernambuco, de 2 junho de 1934, esta foto acima que registra o movimento de romeiros e pessoas da cidade em frente à casa do padre, na Rua São José. Tratava-se da aglomeração de pessoas procurando saber notícias sobre a operação que o patriarca havia sido submetido na visão, decorrente de catarata. Pouco mais de um mês, em 20.07.1934, novamente a rua se encheria, com o desespero de toda a cidade diante da notícia de seu falecimento.

CORDEL E PRECEITOS
O título do cordel, este folheto de 8 páginas, de autoria de Sandra Alvino, com ilustração de Joseph Olegário é: O dia em que Padre Cícero recebeu os mandamentos ecológicos da Mãe das Dores, em sua primeira edição, de setembro de 2015. Logo na capa há o destaque para um destes preceitos: “Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só.” E para firmar bem este propósito, o folheto vem com um saquinho com algumas sementes de algaroba. Aliás, esta proposta está de pé, pois exatamente em cima destes preceitos ecológicos do Padre Cícero, bem que este Cariri ainda poderia, pelo menos, ter uma grande mata mais próxima dos centros urbanos para melhorar a condição ambiental com respeito a umidade e temperatura. 








ROMEIRO E PADRE CÍCERO
Inspirada na leitura de uma bela e longa carta que o Pe. Cícero escreveu a um seu amigo no sacerdócio, Pe. Constantino (não sabemos melhores detalhes de quem se trata), narrando toda a questão do milagre da hóstia protagonizado pela beata Maria de Araújo, a Irmã Annette Dumoulin escreveu este ótimo folheto que foi fartamente distribuído aos romeiros nesta primeira romaria do ano. Trata-se de “Uma boa conversa entre um casal de romeiros e Padre Cícero”, (Juazeiro do Norte:16p, ilustrado, setembro, 2015). Pelo título, bem se vê que é um diálogo que se estabelece entre o casal e o patriarca, com o objetivo de esclarecer aspectos do fenômeno acontecido e uma série de problemas decorrentes da interpretação que a Igreja fez a respeito da conduta do Pe. Cícero e demais circunstâncias. Os interessados poderão procurar a Pastoral da Romaria, na Basílica, para obter o seu exemplar. Vale a pena esta boa e atraente leitura.

O ÚLTIMO JORNAL
Continuamos realizando o nosso inventário sobre os jornais, boletins, e demais publicações seriadas de Juazeiro do Norte, sem discriminar nenhum deles, por quaisquer razões. Assim, já chegamos ao número 596, título este recentemente saído na forma de pequeno jornal impresso pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU. Aos que lêem esta coluna, encarecemos a todos para que nos ajudem a preservar todos estes jornais, pois eles servirão para muitas pesquisas e principalmente para contar nossa própria história. Este trabalho, iniciado há mais de 40 anos vem sendo realizado com este propósito, e mais ainda para legar a um centro de referência histórico e cultural um acervo representativo de nossa imprensa. Contamos com seu apoio. Para isto, dispondo de jornais velhos de Juazeiro do Norte e de outras cidades do Cariri em sua casa e desejando colaborar, nos procure e antecipadamente agradecemos por sua doação. 

JORNAL EXPERIMENTAL
Ainda no foco desta pesquisa sobre jornais, e sobretudo depois da criação do curso de jornalismo na UFCA, vários jornais experimentais, como parte do laboratório de jornalismo impresso tem sido elaborados e alguns destes são encontrados na internet. Pela qualidade, entre matérias e diagramação, bem se vê que os novos quadros que renovarão o jornalismo no Cariri estão sob boas atenções e muitos cuidados especiais na sua formação, o que muito nos agrada saber. 

JEVAN SIQUEIRA:
12º CD-“SABOR DE SAUDADE”

Chega à praça e às mãos dos sentimentais saudosistas o 12º CD do cantor seresteiro Jevan Siqueira, sob o título “Sabor de Saudade” em seu volume III. Jevan Siqueira tem um refinado gosto musical para produzir seus CDs, principalmente quando o objetivo é trazer de volta o relicário da música sentimental. Sabe, em demasia, valorizar o passado traduzido na música eterna. Jevan Siqueira é filho de Cedro Ceará onde começou sua vida profissional com o jornalista Luiz José dos Santos que a época, anos 1965, tinha um serviço de alto falantes, com cornetas de som espalhadas pela cidade, com o nome de “A Voz do Progresso de Cedro,” era como uma emissora de rádio. Jevan foi um dos locutores. Desde então se interessou pelo microfone, passando depois a empreender sua carreira de cantor. Por todo esse temo, sem percalços, foi acolhido e aplaudido por todos os que gostam e têm sensibilidade para apreciar a boa música. Em Fortaleza tem sua presença marcante no programa semanal: Ontem, Hoje e Sempre, da TV Cidade, do renomado apresentador Augusto Borges. O Cariri tem no cantor Jevan Siqueira sua representação musical, um modelo de trovador menestrel que embala corações e sentimentos com suas mais persuasíveis canções. (Fonte: Gazeta de Notícias, 30.08.2015)

NOVO DOUTOR:VALTER MENEZES BARBOSA FILHO
Queremos festejar e divulgar aqui a mais recente conquista do prof. Valter Menezes Barbosa Filho que obteve recentemente o seu título de Doutor em Ciências Biológicas, na área de Bioquímica Toxicológica pela Universidade Federal de Santa Maria (2015), com a Tese “Avaliação do Potencial Antioxidante e Antibacteriano de Anacardium microcarpum e sua Toxicidade em Diferentes Modelos Biológicos in Vitro”, sob a orientação da professora Thais Posser e com coorientação da professora Sirleis Rodrigues Lacerda. Ele já era Mestre em Ciências Fisiológicas pela Universidade Estadual do Ceará (2005). Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Ceará (1980), Habilitação em Análises Clínicas pela Universidade Federal do Ceará (1981), Curso de Especialização em Química pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1989), Curso de especialização em Administração e Gerenciamento dos Serviços de Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1996), Curso de Especialização em Citologia Clínica, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999). Atualmente é professor Adjunto M da Universidade Regional do Cariri-URCA, Professor Assistentes II da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte-FMJ. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Análises Clínicas, Citologia Clínica, Parasitologia e Bioquímica.

No início de sua pesquisa, o prof. Valter Barbosa Filho havia publicado um trabalho preliminar sob o título: Avaliação da Toxicidade e Neuroproteção do Extrato de Cajuizeiro Anacardium microcarpum no Modelo de Drosophila melanogaster (Katiane Raquel Müller, M. E. Giulianna, F. S. Gustavo, M. B. F. Valter, R. A. M. Irwin, P. Thaís), cujo Resumo é o seguinte: A planta Anacardium microcarpum, conhecida popularmente como cajuizeiro, é encontrada em populações naturais de vários ecossistemas do Nordeste do país, principalmente nas áreas de Cerrado e, também, no caso do Piauí, nos tabuleiros costeiros. Foi descrita para esta espécie, altos teores de vitamina C, açúcares, compostos fenólicos e minerais (cálcio, ferro e fósforo). Estudos prévios demonstraram potencial antitumoral para o ácido anacárdico presente no suco de caju comercial sugerindo que o consumo contínuo de subprodutos do caju pode auxiliar na proteção contra surgimento de tumores. Entretanto, há falta de estudos focados na avaliação da toxicidade e potencial neuroprotetor desta espécie. Este trabalho tem como objetivo avaliar a toxicidade e neuroproteção do extrato liofilizado de A. microcarpum em Drosophila Melanogaster no modelo de parkinsonismo induzido pelo inseticida Paraquat. Para avaliar a toxicidade o extrato, moscas D. melanogaster adultas foram tratadas com meio de cultura padrão contendo extrato liofilizado de A. microcarpum nas concentrações de 1, 10 e 100 mg/ml durante 7 dias. Para avaliar o potencial neuroprotetor do extrato, as moscas foram tratadas durante 72h com solução de sacarose 1% contendo 10mM de paraquat (PQ) na presença ou ausência de extrato nas concentrações de 1 e 10 mg/ml. Ao final dos tratamentos, avaliaram-se a taxa de mortalidade, atividade locomotora (Geotaxia Negativa), potencial citotóxico (MTT). A atividade antioxidante in vitro, foi realizada através do teste do radical DPPH. A atividade antioxidante in vivo foi realizada pela avaliação da fluorescência do composto DCF-DA. Os ensaios de toxicidade demonstraram que o tratamento com extrato por uma semana não afetou a sobrevivência, não apresentou efeito citotóxico e também não afetou a performance locomotora das moscas. Quanto aos ensaios de neuroproteção, observou-se que o PQ causou 80% de aumento na mortalidade, sendo que as moscas sobreviventes apresentaram déficit locomotor. O co-tratamento com o extrato (10mg/ml) reverteu em 50% a mortalidade induzida pelo PQ e apresentou reversão total contra o déficit locomotor causado pelo inseticida PQ. PQ causou 70% de aumento nos níveis de estresse oxidativo, sendo que o extrato reverteu completamente este efeito. Ressaltasse que além de apresentar efeito antioxidante in vivo, o extrato demonstrou efeito antioxidante in vitro. Este estudo demonstra de forma inédita a baixa toxicidade in vivo do extrato do cajuizeiro, e seu potencial neuroprotetor em um clássico modelo de parkinsonismo em D. melanogaster, tal efeito pode estar associado em partes à ação antioxidante da planta. Este estudo ressalta o potencial biológico do cajuizeiro como um potencial agente terapêutico em modelos de doenças neurodegenerativas, aliado a sua baixa toxicidade. (Fonte: http://seer.unipampa.edu.br/index.php/siepe/article/view/1300)

A IGREJA ADVENTISTA EM JUAZEIRO DO NORTE

Encontra-se na internet e pode ser baixado como arquivo (pdf) um livro, sob o título O Adventismo na terra do Padre Cícero: Uma história de Fé, Perseguição e Milagres, de autoria de Ribamar Diniz, editado em Brasília, pela Sociedade Criacionista Brasileira, 2011 (embora conste impresso a 1ª. Edição em 2012), 188 p, ilustrado. O autor é membro da Sociedade Criacionista Brasileira e Secretário do Centro White da Universidade Adventista da Bolívia (UAB), bacharel em teologia pelas Faculdades INTA, licenciando em teologia pela UAB, autor do livro O Alicerce da Ação: Textos e Frases para Reflexão e mantém o blog www.benditaesperanca. blogspot.com. Eis como ele justifica a leitura deste seu livro: “Em 2011 Juazeiro do Norte completou um século de história. Conhecida nacionalmente como a Terra do Padre Cícero, destaca-se como o segundo maior local de peregrinação religiosa do Brasil. Mais de dois milhões de católicos viajam a cidade por ano, para visitar a estátua do Padre Cícero, um dos maiores monumentos religiosos do mundo. Apesar disso, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem presença marcante na cidade, com 11 igrejas em Juazeiro e 46 na região do Cariri. Os começos não foram fáceis. Este livro narra essa incrível história. Surpreenda-se ao ler essa história de fé, perseguição e muitos milagres.” Eis algumas opiniões inseridas na contracapa do livro: “Ribamar Diniz dá sua contribuição para manter viva a memória adventista e a leitura deste livro certamente contribuirá para mostrar que a mão de Deus continua ao leme dessa nobre embarcação que conduz Seu povo.” (Michelson Borges, Editor da Casa Publicadora Brasileira.) “Uma obra que vem trazer uma grande contribuição para a História do Adventismo no Brasil. apresenta as origens, desenvolvimento e consolidação da Igreja Adventista do Sétimo Dia neste território que por muitos anos foi palco de grandes desafios para os pioneiros.” (Dr. Renato Stencel, Diretor do Centro Nacional da Memória Adventista.) “Este livro é o ponto de partida da grande jornada de revelar a história do Adventismo no Norte e Nordeste brasileiro. Sem dúvida é uma grande colaboração.” (Marcio Costa, Ph.D-Universidade Andrews, Professor de História da Igreja na Faculdade Adventista da Amazônia.) “Creio que tal estudo será uma grande contribuição como motivação evangelística, visto que naquela importante cidade onde a igreja iniciou com forte oposição, hoje temos muitos membros, várias congregações e grandes perspectivas futuras.” (Pr. Geovani Queiroz, Presidente da União Nordeste Brasileira.) 

Por curiosidade, pinçamos na obra uma breve cronologia do Adventismo em Juazeiro do Norte:

BREVE CRONOLOGIA DO ADVENTISMO EM JUAZEIRO DO NORTE

1844: Surge nos Estados Unidos o Movimento Adventista Sabatista, que originaria a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nasce o Padre Cícero, que fundaria Juazeiro do Norte.

1884: A mensagem adventista chega ao Brasil.

1911: A fazenda Tabuleiro Grande consegue sua independência de Crato e é criado o município de Juazeiro do Norte.

1920/1930: O missionário evangélico José Nogueira prega em Juazeiro. A primeira igreja protestante fundada foi a 1a Igreja Batista Regular, em 1947.

1930: O Colportor André Gedrath visita Juazeiro e vende um livro ao Padre Cícero.

1934: Morre o Padre Cícero Romão Batista.

1958/1959: O Pr. José Cândido Bessa Filho realiza a primeira conferência evangelística em Juazeiro do Norte.

1960-1961: Rubens Lessa colporta em Crato e Juazeiro.

1963-1964: João Bezerra Oliveira colabora voluntariamente com a obra de publicações em Juazeiro.

1966-1970: São feitas várias iniciativas para evangelizar Juazeiro. Renato Gomes colportou na região; Cícero Miguel começou um Grupo Adventista em Juazeiro (1968) e a Missão Costa Norte promoveu um evangelismo através de Harold Seidl (1970). O pastor Rafael Monteiro foi enviado logo após esse evangelismo e permaneceu dois anos no Crato.

1969: É realizado o primeiro batismo adventista no Cariri. Manoel Ludugerio da Silva, Nerci Nunes Ludugerio e Gilberto Nunes Ludugerio foram batizados em Crato pelo pastor Carlos Griffin.

1970: É realizado o batismo de Antônio Leite Cavalcante no Crato. Antônio Euclides Faustino também se batizou nesse ano. 1971-1973: São realizados os primeiros batismos em Juazeiro de Norte, no atual bairro Juvêncio Santana.

1969-1979: O reduzido número de adventistas se reúne num salão alugado no Centro de Juazeiro. No final da década a Igreja se reuniu em residências antes de concluir a construção do templo. 

1979-1980: É conseguido o terreno da Igreja 10 de Maio e seu templo é construído.

1990: É organizada a Igreja 10 de Maio e criado o distrito pastoral de Juazeiro.

1992: É fundada a Igreja Central de Juazeiro do Norte.

1994: São comemorados os 25 anos da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Juazeiro.

1995: É adquirida a Rádio Novo Tempo do Crato, que opera por 3 anos.

2000: O distrito de Juazeiro é dividido e surge o distrito de Milagres. É fundado o Clube de Desbravadores Guardiões do Vale e a Sociedade de Jovens Jaspe.

2001: O Pe. Cícero é eleito o cearense do século e o Pr. Alejandro Bullón prega a mensagem adventista no Memorial Padre Cícero.

2003: O IV Campori de Jovens da Missão Costa Norte é realizado em Barbalha.

2005: É realizado o I Campori de Desbravadores da 17a Região com 200 participantes da região do Cariri.

2006: O pastor José Bessa visita Juazeiro para uma semana de oração na Igreja Central. É inaugurado o primeiro monumento à Bíblia no Cariri, em Campos Sales.

2007: O distrito de Juazeiro é dividido entre Juazeiro Oriental e Juazeiro Central.

2009: É realizada a Missão Calebe em Juazeiro.

2011: Juazeiro do Norte completa 100 anos de história. O Adventismo está firmemente alicerçado com 11 igrejas na cidade e 46 na região. A cidade de Missão Velha torna-se sede de um distrito, totalizando quatro no Cariri.


ROSÁRIO DE CORDEIS
Cada vez que me encontro com Rosário Lustosa ela me presenteia com novidades em cordel, como estes dois folhetos mais recentes: Padre Ibiapina, Missionário do Nordeste Brasileiro (*1806; +1883), e Missa da Saudade, para prantear José Oêmio Timóteo de Arruda, falecido recentemente.

CARIRI CANGAÇO E O ATAQUE A LAVRAS
O Cariri volta a abrigar o Seminário Cariri Cangaço, na sua versão V. Segundo seus organizadores, “O Cariri Cangaço é um evento de cunho turístico-cultural e histórico-científico que reúne os maiores pesquisadores e historiadores das temáticas; cangaço, coronelismo, misticismo e correlatos ao sertão e ao nordeste, do Brasil, configurando-se em seu sexto ano de realização , como o maior e mais respeitado evento do gênero no país. Seu evento principal acontece sob forma de bienal, tendo sua próxima edição marcada para os próximos 23 a 26 de setembro de 2015, na região do Cariri, sul do estado do Ceará, tendo como cidades anfitriãs; Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, e Lavras da Mangabeira. Numa das mais autenticas demonstrações de integração da alma nordestina. Com um formato específico; de caráter itinerante, reunirá a partir de uma programação plural, dinâmica e universal, personalidades locais, regionais e nacionais; do universo da pesquisa e estudo das temáticas ligadas ao Cangaço, Tradições e Histórias do Nordeste, em conferências, painéis e debates, visitas técnicas e acadêmicas; mostras de cinema , vídeo e documentários, latada do livro: com lançamentos e feiras literárias. O Cariri Cangaço atualmente se configura como o maior e mais respeitado fórum de debates e aprofundamento sobre temas ligados ao Nordeste; Cangaço, Messianismo, Coronelismo, Religiosidade, Tradição, Cultura, Musica , Culinária e Estética, unidos a partir de um evento único no Brasil e no mundo.” Eis a sua Programação:

23 de Setembro – Quarta-feira:

CRATO:
20:00h - LARGO DA RFFSA: Lançamento do Filme – Os Últimos Cangaceiros. Logo após a apresentação da Película, Roda de Conversa com Manoel Severo - Curador do Cariri Cangaço, 

Wolney Oliveira – Cineasta, João de Sousa Lima – Pesquisador e Escritor, Neli Conceição - Filha dos cangaceiros Moreno e Durvinha.

Lançamentos:Segunda Edição da Revista GECC (Ângelo Osmiro); Lampião e os Coronéis Baianos (João de Sousa Lima).

24 de Setembro - Quinta-Feira: 

JUAZEIRO DO NORTE:

8h30h - Visita Guiada: Memorial Padre Cícero, Capela e Cemitério do Socorro, Serra do Horto

Museu Vivo do Padre Cícero, Valado da Mãe de Deus.

LAVRAS DA MANGABEIRA:

12:30h: Almoço Festivo e Temático.

14:30h: Painel: O Pacto dos Coronéis. Moderador: Geraldo Ferraz. Painelistas: Sousa Neto, Leandro Cardoso Fernandes e João Bosco André.

16:30h: Percurso pelos principais Cenários da Invasão de Lavras por Quinco Vasques: João Tavares Calixto Junior e Cristina Couto.

17:30h: Solenidade na Câmara Municipal de Lavras. Conferência: Invasão de Lavras por Quinco Vasques, João Tavares Calixto Junior.

19:00h: Lançamento: Considerações sobre a Invasão de Lavras em 1910, João Tavares Calixto Junior. Relançamento: Cangaceiros, Gentil Augusto.

21:00h: Ceia Sertaneja: Residência de Dona Fideralina.

25 de Setembro - Sexta-Feira

MISSÃO VELHA:

9:00h: Solenidade na Câmara Municipal. Conferência: A Força dos Coronéis do Cariri, João Bosco André. Moderador: Archimedes Marques. Presença especial de dona Orlandina; filha do Cel. Izaias Arruda.

11:00h: Visita Engenho do Sítio de Santa Teresa. Moagem Especial Cariri Cangaço, Cícero Landim da Cruz.

12:00h: Almoço da Fazenda, Família Olegário de Santana, Antônio Edson Olegário de Santana.

JUAZEIRO DO NORTE:

19:30h: Memorial Padre Cícero. Painel: As Várias Faces de Cícero, o Santo do Juazeiro. Moderador: Ângelo Osmiro Barreto. Painel: Emerson Monteiro, Lailton Feitosa, Junior de Freitas

Lançamentos: 

Quem Matou Delmiro Gouveia? Segunda edição ampliada, Gilmar Teixeira.

Charges com Lampião, Luiz Ruben.

Lampião e o Nascimento de Maria Bonita, Voldi Ribeiro.

26 de Setembro – Sábado: 

JUAZEIRO DO NORTE: 

9:00h: Hotel Ingra Premium: Encontro Nacional do Cariri Cangaço. Posse do Novo Conselho Consultivo. Realização: Instituto Cariri do Brasil, Prefeitura Municipal de Crato, Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte, Prefeitura Municipal de Missão Velha, Prefeitura Municipal de Lavras da Mangabeira. Apoio: SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará, GPEC - Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço. Municípios Parceiros: Aurora - Barro - Barbalha – Porteiras - Sousa - Nazarezinho – Lastro - Princesa Isabel - São José de Princesa – Piranhas - Poço Redondo – Floresta.

AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
Voltamos a divulgar os dados oficiais da Infraero com respeito ao desempenho de aeroportos brasileiros sob a sua administração. Como de vezes anteriores, aí estão os números referentes ao nosso Aeroporto. Apesar da entrada de uma nova rota (Brasilia-JN-Recife-JN-Brasilia) pela operadora TAM, no mês de Agosto se verificou um movimento desfavorável a operações (731 pousos e decolagens, contra 826 no mês anterior) e a passageiros (38.629 embarcados e desembarcados, contra 44.192 no mês anterior. Mas, para cargas houve um leve acréscimo (60.100 kg, contra 56.433, no mês de julho). Interessante observar que no mês anterior, o melhor desempenho quanto a movimentação de passageiros no nosso aeroporto, frente aos demais era na categoria de Domésticos na região Norte/Nordeste, sendo o quinto em treze aeroportos. Agora em Agosto, o melhor desempenho esteve na categoria dos Domésticos do interior na região Norte/Nordeste, onde o de Juazeiro do norte está na segunda posição dos nove em operação. Como já divulgamos recentemente, inclusive os detalhes da operação, estamos aguardando a confirmação do início de vendas de passagens do voo Azul na rota Foz do Iguaçu-Campinas-Fortaleza-JN-Fortaleza-Campinas-Foz do Iguaçu), pedido este já protocolado na ANAC e aguardando resolução. A seguir, estão inseridas as tabelas para a avaliação do leitor.



















NOVOS CIDADÃOS JUAZEIRENSES
A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte aprovou a concessão de novos títulos de cidadania a diversas personalidades, conforme os atos na forma de Resoluções, como abaixo transcrito:

RESOLUÇÃO N.º 789, de 01.09.2015: Art. 1.º - Fica concedido o Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Senhora MARIA DE FÁTIMA MORAIS PINHO, pelos relevantes serviços prestados à nossa comunidade. Autoria: Auricélia Bezerra; Subscrição: José Adauto Araújo Ramos, Paulo José de Macêdo, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Rubens Darlan de Morais Lobo, Danty Bezerra Silva, Glêdson Lima Bezerra, Cícero Claudionor Lima Mota, José Ivan Beijamim de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, Firmino Neto Calú, João Alberto Morais Borges, José Nivaldo Cabral de Moura, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, Rita de Cássia Monteiro Gomes, Maria Calisto de Brito Pequeno e Maria de Fátima Ferreira Torres. 

RESOLUÇÃO N.º 790, de 03.09.2015: Art. 1.º - Fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor LUIS MOREIRA NETO, pelos inestimáveis serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: Cláudio Sergei Luz e Silva; Coautoria: Danty Bezerra Silva; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, José Nivaldo Cabral de Moura, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, José Tarso Magno Teixeira da Silva, João Alberto Morais Borges, José Ivan Beijamim de Moura, Firmino Neto Calú, José Adauto Araújo Ramos, Francisco Alberto da Costa, Maria Calisto de Brito Pequeno e Auricélia Bezerra. 

RESOLUÇÃO N.º 791, de 03.09.201503: Art. 1.º - Fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor CARLOS ARTUR LIMA DA ROCHA, pelos inestimáveis serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: Cláudio Sergei Luz e Silva; Coautoria: Danty Bezerra Silva; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, José Nivaldo Cabral de Moura, Glêdson Lima Bezerra, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, José Tarso Magno Teixeira da Silva, João Alberto Morais Borges, José Ivan Beijamim de Moura, Firmino Neto Calú, José Adauto Araújo Ramos, Francisco Alberto da Costa, Maria Calisto de Brito Pequeno e Auricélia Bezerra. 

RESOLUÇÃO N.º 792, de 03.09.2015: Art. 1.º - Fica concedido o Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Senhora DIANA MEDEIROS DE MIRANDA, pelos relevantes serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: Cláudio Sergei Luz e Silva; Coautoria: Normando Sóracles Gonçalves Damascena e Danty Bezerra Silva; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota, Glêdson Lima Bezerra, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, Firmino Neto Calú, José Adauto Araújo Ramos, Francisco Alberto da Costa, João Alberto Morais Borges, José Nivaldo Cabral de Moura, José Ivan Beijamim de Moura, Maria Calisto de Brito Pequeno e Auricélia Bezerra. 

RESOLUÇÃO N.º 793, de 03.09.2015: Art. 1.º - Fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Reverendíssimo Padre CÍCERO JOSÉ DA SILVA, pelos inestimáveis serviços prestados à comunidade juazeirense. Autor: Cícero Claudionor Lima Mota; Coautoria: Cláudio Sergei Luz e Silva, José Ivan Beijamim de Moura, João Alberto Morais Borges e Danty Bezerra Silva; Subscrição: Francisco Alberto da Costa, José Nivaldo Cabral de Moura, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, Firmino Neto Calú, José Adauto Araújo Ramos, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, Maria Calisto de Brito Pequeno e Auricélia Bezerra. 

RESOLUÇÃO N.º 794, de 03.09.2015: Art. 1.º - Fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor AURÉLIO TAVARES DE LIMA, pelos relevantes serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: José Ivan Beijamim de Moura; Coautores: Danty Bezerra Silva e Cláudio Sergei Luz e Silva; Subscrição: Cícero Claudionor Lima Mota, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Paulo José de Macêdo, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, Firmino Neto Calú, José Adauto Araújo Ramos, Francisco Alberto da Costa, João Alberto Morais Borges, José Nivaldo Cabral de Moura, Maria Calisto de Brito Pequeno, Auricélia Bezerra e Maria de Fátima Ferreira Torres. 

RESOLUÇÃO N.º 795, de 08.09.2015: Art. 1.º - Fica concedido o Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Senhora ANA CRISTINA DIOGO GOMES DE MELO, pelos relevantes serviços prestados à comunidade juazeirense. Autoria: Rita de Cássia Monteiro Gomes; Subscrição: José Adauto Araújo Ramos, Paulo José de Macêdo, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Rubens Darlan de Morais Lobo, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, Glêdson Lima Bezerra, José Ivan Beijamim de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, João Alberto Morais Borges, Francisco Alberto da Costa, Antônio Vieira Neto, Maria Calisto de Brito Pequeno e Auricélia Bezerra. 

RESOLUÇÃO N.º 796, de 08.09.2015: Art. 1.º - Fica concedido nos termos do Artigo 198 e seguintes da Resolução n.º 297/2001 (Regimento Interno), o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor ERICK PIRES LISBOA. Autoria: João Alberto Morais Borges; Coautoria: Cláudio Sergei Luz e Silva; Subscrição: José Adauto Araújo Ramos, Paulo José de Macêdo, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Rubens Darlan de Morais Lobo, Danty Bezerra Silva, Glêdson Lima Bezerra, José Ivan Beijamim de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, Francisco Alberto da Costa, Antônio Vieira Neto, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, Maria Calisto de Brito Pequeno, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Auricélia Bezerra.

(Obs.: Na ilustração, da esq. para a dir.: Pe. Cícero José da Silva, Dr. Erick Pires Lisboa e Ana Cristina Diogo Gomes de Melo).





TEN. AVIADOR SAMUEL WAGNER (+41 ANOS)
Neste dia 18 de setembro completam-se 41 anos de um acontecimento trágico que marcou a aviação brasileira, na cidade de Ponta Porã (Mato Grosso): a queda do avião C115 “Búffalo” da FAB, com dois generais, nove oficiais, dois sargentos e mais seis militares da tripulação. À exceção do 2º Sargento Rubens Mitsuzaki, todos os demais vieram a óbito, dentre eles o juazeirense, Tenente Aviador Samuel Wagner Marques de Almeida. Segundo reportagens publicadas na imprensa nacional, a comitiva de militares faria inspeção de rotina no então 11º Regimento de Cavalaria de Ponta Porã e pretendia retornar a cidade de Campo Grande. O avião Búffalo da FAB, prefixo 2366, durante seu voo se deparou com mau tempo. Na tentativa de pouso no aeroporto de Ponta Porã, colidiu com caixa d’água, caindo ao solo e explodindo. O fato ocorreu por volta das 7:26h do dia 18 de setembro de 1974, e o relato foi publicado na Folha de São Paulo (19.09.1974). A lembrança deste fato trágico é objeto de um Monumento Militar Votivo, em Ponta Porã (Foto), onde simbolicamente são reverenciados todos os que foram vitimados, apesar dos seus sepultamentos terem sido realizados em diversas partes do país. Samuel Wagner foi sepultado em São Paulo, no Cemitério da Quarta Parada, no Bairro da Agua Rasa. A lembrança deste fato ainda nos causa grande comoção. 

SEMANA DO TRÂNSITO: DETRAN LANÇA CORDEL
Seja você a mudança/ No trânsito em nosso País/ Mude o seu comportamento/ Siga as leis, como condiz/ E o nosso Ceará/ Viverá bem mais feliz... Quando guiar seu veículo/ Seja sensato e prudente/ Respeite quem vem atrás/ Não xingue quem vai à frente/ Sua mudança de atitude/ Evitará um acidente. Esses dois versos compõem o cordel, com o título "Trânsito: seja você a mudança", de autoria de Klévisson Viana e Evaristo Geraldo, que o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria das Cidades e do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE), lançará nesta sexta-feira (18), às 8h30min, na abertura da Semana Nacional do Trânsito 2015 no Ceará. A solenidade acontecerá na Escola de Educação para o Trânsito, que funciona na sede do Detran (Avenida Godofredo Maciel, 2.900 – Maraponga), onde os convidados presenciarão o autor do cordel declamar os versos; ouvirão o coral do Detran e participarão do lançamento do portal Educação para o Trânsito. As atividades da Semana Nacional do Trânsito serão desenvolvidas até a próxima sexta-feira (25), em diferentes bairros de Fortaleza, com a realização de blitze educativas, e em municípios cearenses, como Sobral e em Juazeiro do Norte. A ênfase do tema deste ano remete às ações de educação parta o trânsito. Por isso, além do cordel, que será distribuído ao público durante as atividades, haverá apresentação da peça teatral Passeio de carro, que o grupo Comédia Cearense desenvolveu reunindo cenário, figurino, material de palco e trilha sonora especificamente sobre trânsito. As apresentações da peça teatral ocorrerão sábado, dia 19 de setembro, às 15 horas, no Shopping Rio Mar; e sexta-feira, dia 25, às 8h30m, no encerramento do evento, na sede do Detran. A unidade móvel de educação de trânsito diariamente percorrerá bairros de Fortaleza e estará domingo, dia 20, das 8h às 12h, na Praça José Ilânio, em Juazeiro do Norte.
(Fonte: Assessoria de Imprensa do Detran – CE, Paulo Ernesto Serpa / (85) 3101.5813 ou 987.394.259, paulo.ernesto@detran.ce.gov.br )