sábado, 26 de maio de 2018



JUANORTE: TRISTE FIM DE UMA TRINCHEIRA (III)
Com estas transcrições, estamos tentando recuperar os textos outrora produzidos para uma coluna semanal do jornal eletrônico JUANORTE, editado a partir de Brasília, DF, pelo jornalista Jota Alcides. Em razão de ataque de hackers e a destruição dos arquivos, o próprio editor resolveu desativar o jornal. A seguir mais 10 destes textos por mim escritos.
DE FATOS E MILAGRES
“No lugar onde se achar / Um fervoroso romeiro / Ai daquele que falar/ Contra ou mal do Juazeiro / Pois entre os romeiros crentes / Velhos, moços e inocentes/ A piedade é comum / Porque o santo reverendo / Inda hoje está vivendo / No peito de cada um. (Saudação a Juazeiro do Norte, de Patativa do Assaré). Como há 120 anos atrás já houve por aqui um milagre, não custa nada torcer para que outro se realize. Às vezes penso que certas questões de Juazeiro do Norte carecem de uma intervenção, realmente, miraculosa. Mesmo porque foi desta maneira que se afirmou a nossa própria crença e fé. Não é porque insistimos em palavras dos modismos, chavões atuais (estruturante, sustentabilidade, inclusão, etc) que devemos falar nisto, em busca de nossa própria inserção nestes debates. Mas, se a nosso respeito, convenhamos, o próprio Estado é tímido e, por vezes, insiste em manter o fosso que divide o território cearense em RMF e o resto, isto só nos impele para o trabalho, com uma determinação férrea para conquistas. Ora, secularmente esperamos por ações de governo como mola do desenvolvimento. Tomemos o caso dos ditos projetos estruturantes do atual Governo do Ceará já anunciados: Companhia Siderúrgica do Pecém, Refinaria de Petróleo, Ampliação do Porto do Pecém, Usina de Itataia, Usina Solar, Usinas Eólicas, Usinas Térmicas, Usinas de Biodiesel, Fábricas de Cimento, Construção de Estaleiros, Resorts de Turismo, Projetos de Flores e Frutas, Zona de Processamento de Exportação, Pavilhão de Feiras, Metrofor, Industrialização do Interior, Dragagem do Porto do Mucuripe, Canal da Integração, Aeroportos. Estes investimentos devem chegar a mais de 25 bilhões, pelo que vamos somando da euforia oficial. O Governo informa que os oito projetos de impacto para o Cariri, representam uma disponibilidade de recursos da ordem de U$ 65 milhões. Ou seja, o Cariri Central, como afirmam, deve se contentar por enquanto com cerca de 3% disto que o Estado caracteriza como a nova face do seu desenvolvimento. Do anunciado, o Aeroporto Regional do Cariri, o Distrito Industrial, Hospitais, o Aterro Sanitário, o Trem do Cariri, etc, é parte da exceção à regra de que a RMF, abrindo braços para litoral Leste-Oeste, sintetiza todas as vontades para fazer desenvolver este pobre Estado. É bem provável que, antes mesmo que o nosso, um certo aeroporto internacional de Jericoacoara emplaque para o deslumbramento do turismo cearense. Então, é para se acreditar em milagre, como algo que nos sugere a multiplicação de peixes e pães, em tempos de Quaresma. Politicamente, a reengenharia aplicada aos poderes públicos não revelou nada, senão a falência moral, social, ética e econômica das estruturas e dos modelos prevalentes. O Cariri que já lutava com enormes dificuldades na barganha pelo poder, mostra-se hoje presa mais fácil em meio a esta orfandade clara de valores que lhe façam interlocução. Aparecem na cena política cristãos novos, descrentes de milagres, esses mesmos, em cuja crença se fez luta, conquistas e desenvolvimento de um povo votante. Então, não se pode estranhar que o povo desta Juazeiro do Norte relembre nos versos do poeta centenário a advertência amorosa e contundente: “Juazeiro, Juazeiro / Jamais a adversidade / Extinguirá o luzeiro / Da tua comunidade / Morreu teu protetor / Porém a crença e o amor / Vivem em cada coração / E é com razão que eu me expresso / Tu deves o teu progresso / Ao Padre Cícero Romão.”
(JUANORTE, 08.03.2009)

COMPETÊNCIA EM MEIO AMBIENTE
Ainda em 2008 o Governo do Ceará formulou um programa integrado, associando o Ensino Médico a uma capacitação profissional em diversas áreas, assumindo o desafio de promover a articulação do currículo formal com a formação para o mundo do trabalho. No início, procurava-se, em tempo integral, oferecer os primeiros cursos técnicos nas áreas de Enfermagem, Segurança no Trabalho, Turismo e Informática. No embrião, foram 25 Escolas distribuídas em 20 municípios (do Cariri, apenas Brejo Santo, Barbalha e Crato), beneficiando 4.450 estudantes que ingressaram no ensino médio integrado. Desconhecemos os indicadores que consideram o programa vitorioso na sua primeira etapa. Mas, acreditamos piamente que isto seja uma grande realidade. E vemos com particular interesse a sua continuidade na abertura deste novo ano letivo. Deste modo, com a ampliação, o Governo do Estado passa a ofertar ensino médio integrado à educação profissional a 12,4 mil estudantes em 51 escolas no Estado. Fontes do Governo informam que este esforço representa um investimento da ordem de R$ 35,7 milhões, somente esse ano. Juazeiro do Norte, excluído no ano passado, foi contemplado na sua expansão com duas escolas: Centro Educacional Professor Moreira de Sousa e Escola Aderson Borges de Carvalho. Os cursos de Juazeiro do Norte, espalhados nas duas unidades serão: Informática, Enfermagem, Guia de Turismo, Segurança do Trabalho, Comércio e Edificações. Estranhei, particularmente, a ausência de pelo menos um curso de Meio Ambiente para qualquer uma das cidades do Cariri, integrantes do projeto (Barbalha, Brejo Santo, Campos Sales, Crato, Mauriti e Juazeiro do Norte). Apenas Fortaleza dispõe desta modalidade, agora introduzida. Acredito que seja isto, a capital vai nuclear esta nova experiência. Portanto, não há nenhuma crítica ao Governo, neste sentido. Apenas vislumbramos que ao sucesso a que se reserva este programa, esta habilitação (Meio Ambiente) deverá ser gradativamente estendida aos demais municípios atendidos. Registramos, apenas, que o Cariri, e especialmente Juazeiro do Norte, hoje já apresenta motivos de sobra para que um esforço desta grandeza seja expandido a pelo menos uma escola da cidade. As justificativas são de todo conhecidas: é necessário um grande esforço para disseminar pela educação o respeito às regras ambientais, sejam legislativas, sejam imperiosas pela autorregulação do ecossistema. A formação desta nova consciência não deve ser apenas um programa de formação universitária, de graduação, ou além disto. Em Juazeiro do Norte, a caminho de sua metropolização no JUABC, por exemplo, já se faz sentir o ônus pesado de graves problemas ambientais a sentir pela poluição atmosférica provocada pelo excesso de resíduos (sólidos, líquidos ou gasosos) e decorrentes das concentrações elevadas de transportes, instalações industriais, descarte e incineração de lixo, ausência de saneamento ambiental com maior cobertura. Por isto mesmo sente-se o aumento da temperatura devido à concentração excessiva de cimento, asfalto, recobrindo o solo e refletindo o calor solar, e à falta de circulação atmosférica, dentre outras mazelas. Como alterar, revertendo este quadro para que tenhamos um ambiente mais saudável para a população ? Este é o desafio que a educação ambiental deverá prover, na escolaridade de nossos jovens. Contamos com o Governo para a urgência desta missão.
(JUANORTE, 15.03.2009)

O REORDENAMENTO DA CIDADE
Falamos algumas vezes da necessária intervenção urbana em Juazeiro do Norte. Isto é motivado pela quase falência dos espaços centrais da cidade, não comportando mais a elevada concentração de destinos e atividades. O texto, o contexto, o pretexto e as entrelinhas desta realidade são muito conhecidos. Não vamos mais nos ocupar relatando os motivos do caos, pois eles invariavelmente nos remeteriam às considerações da omissão ou da falta de responsabilidade do poder público como disciplinador do nosso crescimento. Alguns itens são bem notórios e nos falam do excessivo tráfego nas ruas estreitas, pelo crescimento elevadíssimo da frota local ou em trânsito, como no caso das romarias. Como também da tímida descentralização da região central da cidade que, mesmo bastante alargado nos últimos anos, ainda não foi planejado para a formação de pólos integrados ao núcleo central da cidade. Fala-se bastante das áreas críticas como o binário das ruas São Pedro e Pe. Cícero, além do grande vexame provocado por um trecho reduzido da Rua São Paulo. A confusão se amplia a níveis insuportáveis quando se vê que não há a menor consciência responsável sobre o que é público ou privado, na extensão de uso permissivo e de atitudes verdadeiramente de vandalismo que ocupam ruas, calçadas, praças e demais áreas públicas. Fala-se numa cidade com ares de metrópole frente ao provincianismo atual, repaginado no faz de conta que ninguém vê. A questão do reordenamento é pauta primeira do Governo atual, pois não há saída plausível para o rigor como a coisa se impõe. E ainda não será perdoado a ninguém que este planejamento atinja apenas a sua responsabilidade de gestor no curto espaço do mandato. Aliás, é bom que se relembre que o Pe. Cícero, que foi o primeiro e único (todos os outros, ou por incompetência ou por subserviência, só tem conseguido ser vices), fez a sua e definitiva ação: projetou o centro para onde hoje gostaríamos que ele viesse a ser. Há mais de oitenta e cinco anos. Uma das coisas que me anima a fazer estas considerações reside nesta opção recente de uma solução metroviária. Dentro de um ano, esperamos, será iniciada a opção de transporte por trem metropolitano no Cariri. Se a ligação primeira só contempla uma meia dúzia de estações ao longo de 12 km entre Crato e Juazeiro, não se pode deixar de considerar as extensões para Missão Velha e a recomposição da via para Barbalha. No caso da direção de Missão Velha, é fácil verificar a extensão para o Aeroporto e regiões vizinhas, já com alguma densidade residencial. No ramo de Barbalha, a partir da av. Ailton Gomes ou numa paralela, é previsível que o ramal possa passar por trás do Jardim Gonzaga, da velha Lagoa Seca, atingindo campi universitários e demais equipamentos. A integração com o metropolitano se faz, na prática, com o espalhamento de terminais rodoviários urbanos em pontos estrategicamente situados, como assim vem sendo as soluções vitoriosas em muitas cidades de médio e grande porte pelo país, completadas pelo estabelecimento de corredores de tráfego. Deste modo, reduz-se, e muito, a circulação de ônibus pela região central. Importante é não fazer do centro, atual ou no futuro, o ponto terminal de fluxo de ônibus ou alternativos, de modo a complicar a sua funcionalidade, e os espaços de maior interação do público com os serviços. Fica ainda, nisto tudo, a advertência de uma pronta regulamentação sobre a ocupação do solo, com a previsão desta solução para todo o século XXI. Trata-se de proteger o nosso melhor futuro. Não é pedir muito. É ?
(JUANORTE, 22.03.2009)

BIBLIOTECA, PANINHO E TÚNEL
Um amigo, aos nossos encontros, invariavelmente me diz à larga gargalhada: “Juazeiro é um mundo”, numa alusão ao que fixei no título do meu primeiro livrinho. Risos à parte, a fartura da imprensa nos 165 anos de nascimento do Pe. Cícero deu boa divulgação dos últimos achados na residência da Rua São José. Ali, por estes dias, revelou-se um pouco mais sobre a sua biblioteca, mais um dos paninhos da questão religiosa e, de quebra, a surpresa maior de uma construção no subsolo, com um túnel que vem suscitando muitas indagações. Falemos apenas da biblioteca. A primeira lembrança que tenho deste acervo me remete ao ano de 1963, quando, apressadamente, íamos ao pavimento superior do então Ginásio Salesiano São João Bosco. O que se denominava biblioteca, privativa dos padres, era, em parte, a biblioteca do Pe. Cícero. Olhávamos, à distância, plena de livros bem encadernados, geralmente de grossas lombadas, diversas coleções e tomando várias estantes. Do meu conhecimento, melhor acesso a isto foi permitido a Luitgarde Oliveira Cavalcanti, então aluna de um Mestrado, na USP, com a monitoria do Pe. Antenor Andrade. Naquela data, 30 anos atrás, uma relação completa foi realizada, como tombamento preliminar do acervo, centenas de volumes, relatados com detalhes fundamentais das edições, acrescidos de comentários importantes, típicos de um caderno de campo de antropóloga. Vários anos depois, já o IPESC/URCA constituído e funcionando, este caderno foi doado ao seu acervo e, presentemente tem paradeiro ignorado. Baseado nas informações tornadas públicas pelo Pe. José Ventureli, responsável atual pelo Museu, o acervo é de cerca de 600 volumes. Das suas providências, com a assistência técnica do curso de Biblioteconomia da UFC, foi feito tombamento e higienização, devendo-se partir para a digitalização das obras. Por tudo que conhecemos, a chamada biblioteca do Pe. Cícero nunca foi só isto. Podemos dizer, sem medo de errar, que ao tempo de sua morte (20.07.1934), ela era também integrada pelo acervo do prof. José Marrocos, recebido após a sua morte (1910), de acordo com relato fidedigno do então juiz de direito de Crato. Esta biblioteca era também constituída por um vastíssimo acervo documental, posto a conhecimento público por Ralph della Cava (1970) e atualizado por Pe. Antenor (1977), já evidenciando perdas e danos, entre omissão e intencionalidade de gente inescrupulosa. Os diversos visitantes que se abeiraram à casa do Pe. Cícero não deixaram de reconhecer que ali encontravam um acervo marcada por uma pluralidade de interesses, entre Religião, Agricultura, Geologia, História, Paleontologia, Botânica, Medicina, Farmácia, etc. Acrescente-se a isto a sua curiosidade permanente e o acolhimento continuado a objetos levados pelos romeiros, oriundos dos mais distantes locais do Nordeste, entre minerais, animais empalhados, ossos, sementes, fotografias, mapas, materiais, documentos, etc. Não bastasse essa intenso intercâmbio, Pe. Cícero era assinante regular de revistas especializadas e jornais da grande imprensa, cearense e brasileira. Quase tudo isto desapareceu, mercê da nossa ignorância em não ter, a seu tempo, dado um basta à indiferença destes anos, o que só degradou nossa pobre memória. Ao parabenizá-lo, peço-lhe, encarecidamente, Pe. José Ventureli, que dê seqüência a este trabalho tão importante, devolvendo ao povo da grande nação romeira, o que ele sempre soube que era parte do seu patrimônio histórico, até então esquecido, como se nada valesse. 
(JUANORTE, 29.03.2009)

UMA LUZ NO FUNDO DO TÚNEL
Ultimamente, o Pe. José Ventureli (SDB) tem encontrado “tanta coisa” no velho casarão do Museu, derradeira residência do Padre Cícero (Rua São José, 242) que até não ficarei surpreso se ele de lá desenterrar uma “botija”. Não foi isto, ainda. Foi um “túnel”- assim se diz, algo um tanto enigmático para aquela construção. Em verdade, em verdade vos digo, que há mais de cinco anos esta conversa já chegara à casa do vigário Murilo, que ria à beça com a fantasia de que o “túnel” ligava o Museu à Matriz de Nossa Senhora das Dores, uma das primeiras versões do fato. As demais, e por último, na redescoberta, falam que é um simples local para estocar produtos agrícolas, uma reclusão para a beata Maria de Araújo, ou quem sabe, um acesso privilegiado, secreto para as visitas de Lampião e um esconderijo ou depósito de armas. Não dá para concorrer com a mente fértil do povo. Na exploração destas hipóteses, aceitação ou rejeição, será necessário, antes de uma investigação minuciosa no local, por “gente entendida”, ponderar algumas coisas. Pe. Cícero morou na Rua São José por um longo período, embora só tenha usado o casarão por dois ou três anos antes de sua morte. Não havia nada além dos quintais destas casas (onde se acha até caixa d´água construída em 1906), entre o início da rua e o atual cruzamento com a do Cruzeiro, senão o brejo. Pedro Silvino de Alencar, um “lugar tenente” dos movimentos armados em Juazeiro, especialmente 1913-14 e 1926, passou a residir na Rua, por volta de 1926, quando compra o terreno que pertencia ao Pe. Cícero (Joana Tertulina de Jesus). Aí ele constrói a casa que fica no número 268 (depois residência da família Germano), hoje um Rancho na propriedade do Sr. José Benedito, cuja escritura ainda menciona, herdeiros de “Pedro Silvino de Alencar”. Consta também que Pedro Silvino tinha outros terrenos nas proximidades da Rua São José. Foi ele peça importante do trânsito de material bélico, nos dois movimentos (Sedição e Batalhão Patriótico), pessoa da inteira confiança de Floro, por quem o governo federal enviava armas para o Cariri. Pedro Silvino era esta pessoa a quem cabia guardar este armamento que, convenhamos, não poderia nunca ficar exposto à visitação pública ou em espaço de acesso facilitado. Foi lembrado, noutro dia, que na antiga sede da Celca, na Rua São José, 170, propriedade que abrigava uma máquina para descascar arroz, pertencente ao Pe. Cícero, ali pelos anos 70, na obra da sede, foram encontrados pentes com balas de rifles de repetição e até caixotes de munição, entregues às autoridades da 10ª RM, que as detonou completamente. O terreno em que se encontra esta construção misteriosa é contíguo ao muro da antiga casa de Pedro Silvino de Alencar. E isto reforça a possibilidade de que não seja um túnel, mas um fosso para guardar temporariamente o armamento recebido, especialmente em 1926, na preparação do Batalhão. Meu avô, Antonio Alves Casimiro foi a pessoa que prestou serviço a Floro para o transporte do pessoal, armas e munições. Disto há até registro na execução do testamento do Pe. Cícero, no relato minucioso de Paulo Machado. A questão não deve ficar assim, por diversos motivos. Em primeiro, esclarecer o fato, para – quem sabe, enseje aos Salesianos uma melhor atenção sobre o casarão e seu potencial como atrativo turístico. Na véspera disto, caberá a eles permitir uma boa investigação com engenheiros, historiadores e até especialistas em arqueologia histórica. O IPHAN-CE, provavelmente, estará à disposição para colaborar. 
(JUANORTE, 05.04.2009)

A CAUSA DO AEROPORTO DO CARIRI
Enquanto a reforma do Aeroporto Regional do Cariri passa para uma quinta prioridade (depois do Internacional Pinto Martins, em Fortaleza – pelo motivo da competição por uma sub-sede da Copa do Mundo; o de Jericoacoara – pelo forte interesse do Trade Turístico; o de Aracati – pelo empenho desmedido do Secretário de Turismo por sua terra; e o de Iguatu – com arremedos, para que não apodreça de vez, continuamos assistindo a um grande vexame, de uma sucessão de enganações. Assim parece, sejamos críticos e realistas. Para nos esclarecer e o fazê-lo a quem nos põe fé, é necessário responder a algumas indagações. Porque se tentou, e até se disse que as obras estariam sendo iniciadas neste 2009, se nem projeto ainda há para tal finalidade? Porque as autoridades estaduais perpetraram a estupidez de perder verba vultosa, anteriormente designada para esta finalidade? Porque é permitida a operação de um equipamento aeroportuário sem a devida homologação na instância competente, mesmo que se diga que o tráfego e as operações são de grande segurança? Porque não se dá a devida atenção a este enorme sucesso do destino, pois o Aeroporto vem apresentando, em que pese as suas más condições de Terminal, uma performance invejável, reconhecido pelo próprio Infraero? Por que será, finalmente, que estas empresas aéreas enxergam o Cariri como uma das regiões mais expressivas na emergência de novos destinos, com toda uma gama de nichos (turismo religioso, ecológico, científico, etc, etc, além, naturalmente das importâncias comerciais, industriais e do pólo de educação)? Para nós, usuários, porque nem prefeito, nem governador, nem mesmo a oposição atual vem a público, de forma sensata e equilibrada e expõe com clareza as dúvidas que nos assolam? O fato é que estamos fartos de tanta irresponsabilidade e o descaso com os nossos interesses diante do serviço que pagamos, e pagamos bem, pois é o que pedem, antecipadamente, para um péssimo serviço. Por estes dias, a chegada ao Ceará de uma nova operadora de serviços aéreos reacende a questão de uma malha aérea regional, onde certamente – embora o Aeroporto Regional do Cariri não seja nem mencionado de longe, diante do charme do Governo Estadual para com Aracati e Jeri. Há uns dias, com certa estranheza, li um informativo da Infraero, pela grande imprensa do Sul, que fornece detalhes para a pauta de investimentos na malha de aeroportos, nas cinco regiões do país. O total previsto é de R$ 7,89 bilhões. O Aeroporto de Fortaleza é ali citado com o projeto de um novo terminal, vias de acesso e nova torre de controle. A perspectiva é que, só a área de atendimento será quadruplicada. Quanto ao Aeroporto Regional do Cariri, a despeito de tantas atenções, entrada e saída de operadoras, badalação da classe política governamental e a pressão possível da sociedade, através de representação parlamentar e empresarial, simplesmente, não está na pauta. Enquanto isso, na “sala de justiça”, espera-se que a decisão mais municipal seja de bom senso com respeito ao que é de sua competência, com respeito à via de acesso, algo como a ampliação de espaço urbano que sirva de estacionamento, compatível com o grande esforço do Infraero local em prover melhor organização das filas, mais bancos para o usuário sentar, devidamente refrescados por alguns ventiladores. Já não é pouco para nossa imensa paciência. (Na foto, por falta de um, a nossa sugestão para um Projeto Arquitetônico, “arrogante”, para o nosso Aeroporto Regional do Cariri). Feliz Páscoa a todos, na paz do Senhor.
(JUANORTE, 12.04.2009)

MEMORIAL PADRE CÍCERO
Não lhes soaria como novidade se lhes asseguro que morro de amores pelo Memorial Padre Cícero, embora muito pouco tenha feito por ele. Em pouquíssimas oportunidades, um prefeito de plantão não teria feito coisa melhor pela conservação de nossa memória histórica. Aliás, paradoxalmente, recai sobre os prefeitos, na omissão e vassalagem das câmaras, algumas das reclamações que ainda continuaremos a fazer pelo fato devastador de como, e arbitrariamente, são feitas intervenções sérias em alguns espaços urbanos do que deveríamos ainda hoje preservar. O Memorial, que guarda na sua essência esta ligação profunda entre a cena antiga e o espaço modernoso de arquitetura questionável, é uma exceção a esta regra. Não demorou muito, as alas que ali foram reservadas se mostraram reduzidas para comportar um conjunto riquíssimo de objetos, funções e serviços. Muito cedo, viu-se que a arrogância de então esbarrou numa concepção de espaços que eram tão generosos, a ponto de se conceber hoje a necessária ampliação do conjunto, sem o receio de abusos e da produção de um monstrengo. Por estes dias, ouço falar de uma certa verba esperada, coisa de 200 mil reais do IPHAN, se o projeto for aprovado, uma ninharia para as dimensões de Juazeiro Norte (tantos anos depois da inauguração do Memorial) e do real significado que o equipamento inspira e representa. Quando o Memorial foi sendo instalado, eu tive o enorme prazer de ter contribuído com a sua biblioteca e com a quase totalidade daquelas fotografias lá expostas. E vez por outra não me esqueci dele. Com o passar do tempo fui vendo que pessoas, ou por ignorância ou por falta de escrúpulos, atentaram contra aquele patrimônio e até deliberadamente fizeram sumir dali alguns dos itens da guarda cuidadosa que se fazia necessária. Paciência ! O mundo velho é assim: lutamos para corrigir seus desvios. O que se espera é que o Memorial Padre Cícero, agora “sob nova direção”, continue cumprindo fielmente a guarda zelosa do patrimônio cultural que ele representa pelo conjunto do seu acervo, cada vez maior e disponível para a visitação permanente das populações do Nordeste. Não há dúvida qualquer que para a sua melhor funcionalidade e cumprimento dos seus objetivos, ele precisa de mais espaço. Ampliá-lo só seria possível, sem o risco do ridículo, com um Anexo. Uma idéia que poderia ser perfeitamente adotada, e que vem de longa data, pelo menos do meu conhecimento, é a anexação do velho e respeitável Grupo Escolar Padre Cícero (construção dos anos 20), na mesma praça do Memorial. A sua recuperação e adaptação ensejaria uma maior abrangência das ações do Memorial, com respeito a exposições permanentes ou eventuais, talvez até comportando o Museu do Centenário - que já começa a ser falado, um Teatro de Bolso, uma Biblioteca especializada em assuntos nossos, um novo espaço cultural para a cidade, além de salas para realização de eventos, permitindo que o Memorial possa funcionar como um pequeno Centro de Convenções, retirando a maior freqüência do uso do seu grande auditório. Das coisas concretas que a Comissão do Centenário poderia, pelo menos analisar, uma seria esta necessidade do nosso Memorial, não só carente de novas cadeiras, melhorias nas instalações, ar condicionado, carpete e novos livros, mas também, e principalmente, a sua melhor adequação ao papel para o qual foi criado. Que não seja só um depósito para guardar velharias que tanto gostamos de ver, mas que acenda em cada um de nós o imenso orgulho de ver aí parte desta nossa caminhada centenária. 
(JUANORTE, 19.04.2009)

TURISMO EM JUAZEIRO
Não obstante a nossa concordância com as idéias postas, e que reforçam a continuação do forte destino local como centro de Romarias, é indiscutível que a cidade experimenta novas e salientes tendências para o fortalecimento do turismo regional, montado numa matriz que se espalha por negócios, ecoturismo, cultura, memória, história, patrimônio, religiosidade, ensino superior, etc. Gradualmente, a futura Região Metropolitana do JUABC, e especialmente Juazeiro do Norte, vai aprimorando sua competência para fazer face às demandas de tantos milhões de visitantes. Mas, convenhamos, a timidez das iniciativas privadas é acompanhada com um pé atrás, da parte dos governos. Falta-nos, para começo de conversa, diretrizes básicas que orientem este caminho: a eleição fundamental de prioridades bem conceituadas e fundamentadas para consolidar o sucesso desta vocação. São decisões oficiais que devem estimular as atenções para que os investimentos sejam mais atraentes, espontâneos, fluidos e eficientes. Por isto mesmo, salta aos nossos olhos a “fartura” da fatura. Como fica mais fácil enxergar o outro lado da questão, faltam-nos equipamentos que viabilizem o satisfatório receptivo que garante a fidelidade do usuário. Nós mesmos, por diversas vezes, temos referido com grande freqüência e energia, a alguns destes elos perdidos da cadeia. Recentemente voltamos à questão do aeroporto e de diversos problemas urbanos. Faltam-nos equipamentos turísticos que promovam um novo atrativo, pela dinâmica destas novas exigências do consumidor, exatamente porque o seu próprio perfil, tão dinâmico, tem sido alterado substancialmente nos últimos tempos. Alguns centros notáveis de turismo regional no mercado brasileiro já encontraram boas fórmulas para encantar o seu visitante. Ele precisa ser bem tratado. Em princípio, basta a observância mais primária de atos civilizados. Nem é necessário mergulhar mais fundo nas suas idiossincrasias, pois isto não tem fim. Sempre aparecerá alguém que ficará insatisfeito. Mas, por boa norma, teremos feito o principal. Quando me lembro da advertência: muita História e pouca Geografia (Pe. Murilo), logo me ocorre a certeza de que ainda temos um longo caminho para percorrer, de forma a dotar a cidade com suportes adequados a estas necessidades. Temos uma História rica que é pouco mostrada. Mesmo porque já cuidamos de destroçar velhos sítios históricos de nossa memória. Daí a oportunidade para restaurar o que ainda é possível e montar novos espaços culturais e equipamentos museológicos. Felizmente, neste particular, parece-nos que não atravessaremos o caminho para um segundo século, sem decisões concretas como as que começam a ser gestadas por Universidade, Igreja, Municipalidade, etc. Penso que nossas ilusões, todas, cairão por terra, se ao lado disto não for implementada uma decisiva ação educacional que nos prepare para esta mais auspiciosa investida. A nossa função hospitaleira tem que ser revista, pois ninguém fica de fora de qualquer estratégia, diante destes objetivos. Não basta fazer a cabeça do reitor da Basílica, do diretor do Campus, dos senhores padres e do gestor municipal. Todos estamos envolvidos e cada um tem o seu papel, uma cota particular que contribui para o sucesso do que esperamos do turismo regional. A ninguém interessa que continuemos a ser uma gente sem escrúpulo que só explora os que nos visitam, sem nada de melhor a lhes oferecer, ainda que tanto lhes seja negado. 
(JUANORTE, 26.04.2009)

O MAU CHEIRO DA MEMÓRIA
Presenciei, e até documentei com bons registros fotográficos, algumas das mais graves e perversas intervenções na paisagem urbana de Juazeiro do Norte, nos últimos trinta anos desta nossa pretensa modernidade. Lembraria, num relance, a descaracterização do entorno da Basílica Menor, como as ruas da Matriz e do Brejo, com parte sumida do mapa. Lembrarei também a destruição dos sobradões da Praça, um dos quais mais de perto, o que serviu de morada às famílias de Antonio Gonçalves Pita e de Propércio Nogueira e o sobrado da velha Prefeitura na esquina da Rua Pe. Cícero, as residências de José Pedro da Silva, de Conserva Feitosa, de Manoel Germano, de Dr. Dinis, de Ângelo de Almeida, o sobrado de João Mendes de Oliveira, Enfim, péssimas recordações, para não falar da caça aos “bequinhos”, aos prédios velhos – caindo aos pedaços, como se costuma dizer e justificar. Maus e evidentes sinais dos tempos. Por estes dias tomei ciência de que a grande morada de dona Lili e Felipe Neri da Silva, na Rua Pe. Cícero, também teve que ceder às necessidades do centro da cidade. Desta vez, não tive a chance de fotografá-lo e espero que alguém o tenha feito, nos deixando uma bela lembrança daquele recanto. Pode ser que ainda haja quem possa associá-lo à ausência marcante de Felipe, tragado para sempre em trágico acidente aéreo na Guanabara. A falta que Felipe Neri causou ao Juazeiro não se pode descrever facilmente. Aliás, por estes dias ele está sendo lembrado pela família e a isto também deveríamos todos nos associar, pois Felipe Neri da Silva (* Juazeiro do Norte, 30.04.1908; + Rio de Janeiro, 24.06.1960) era um cidadão juazeirense como poucos e deixou uma marca imperecível. Quando, por circunstâncias várias, temos que ceder às injunções de uma cidade que cresce e demanda soluções urbanas vigorosas, nem sempre são as razões do coração que prevalecem. É preciso decidir de maneira sensata, assumindo as responsabilidades que o fato implica. Por vezes, falar e tocar nesta chaga da memória, para muitos, pode parecer ato leviano, infelizmente. Nem sempre estamos mexendo em coisa mal cheirosa. Mas, para tudo há uma disfarçada justificativa, como a que protelamos tanto a assumir a nossa condição presente de liderança regional inconteste e que beira os nossos anseios de metrópole, que nos descuidamos de quase tudo, como isto – o de não ter muito a contar de nossa paisagem quase morta, num centro de mesmissimos atropelos, já tão comuns aos centros de cidades de médio porte, de modo particular, dos sinais dos tempos que marcaram nossa existência, aquilo que haveríamos de reconhecer imperecivelmente como os locais da memória, como estes velhos prédios moribundos. O que será nos próximos dias, dentre outros, dos casarões dos Viana, dos Couto, do quase futuro Bispado, do Abrigo dos Velhos, do resto do Orfanato, da Casa Grande dos Bezerra, e de tanta coisa mais? As necessidades da cidade, por exemplo, novos espaços para estacionamentos, estão pressionando seus proprietários para uma rápida solução. No dia em que pensarmos em Patrimônio Histórico, nada haverá para preservar, graças a Deus. Teremos dado um grande paço para nos libertar dessa mania insignificante de lembrar datas, fatos e personagens, dos quais nos disseram que eram importantes, e que deles até já nos falaram e escreveram. Essas lembranças nos incomodam porque nos habituamos a pensar nesta nossa pobre terrinha, tão desmemoriada na mente e no coração de sua gente, incapaz de subverter esta regra geral que nos põe na contra-mão da pós-modernidade. Lembrar isto tudo até fede. Se há algum lenitivo, lembremo-nos do poeta Carlos Drummond de Andrade, em cujo espólio literário se lê a expressão: Abre os vidros de loção e abafa o insuportável mau cheiro da memória.
(JUANORTE, 03.05.2009)

SOCORRO AO CORAÇÃO DO JUAZEIRO
“Custa a acreditar que a praça da Liberdade, de 1911, a praça Almirante Alexandrino de Alencar, de 1925, e a praça Padre Cícero dos nossos dias, sejam a mesma coisa. A mesma praça, como território que identifica a nossa juazeirensidade. Revejo velhas fotografias para me inteirar que o tempo passa, mas o nosso melhor deste espaço urbano vai ficando numa herança de pais para filhos. O que me leva de volta à praça são verdadeiros ícones, ou seus símbolos mais importantes. Sem uma ordem de entrada em cena mas, em primeiro lugar, o espaço largo de minha memória, por onde corriam crianças(e, felizmente ainda correm); os bancos generosos por sobre os quais rolam as conversas dos jovens e dos velhos(e, felizmente ainda rolam); a coluna da hora e seu imponente tributo a mestre Pelúsio Correia de Macedo, o velho relógio que ainda bate as horas, mas que ainda poderia assinalar meses e fases da lua( e, felizmente sobre a praça ainda há a lua); o velho Joazeiro, frondoso e sem espinho, por onde nos abrigamos do sol brilhoso de quase todas as manhãs de Domingos(e, felizmente ainda há o abrigo, o sol e os Domingos); a estátua do Patriarca, na referência central, para onde simbolicamente tudo converge(e, felizmente há o padrinho e esta referência que nunca haveremos de perder). Talvez, portanto, eu deva concluir que temos tudo, não perdemos nada. Ou nada que nos preocupe. Ledo engano. Vejo com tristeza que a velha praça esta decadente. Melhor, ou pior: não o seu centro, o seu cerne, a sua essência. Mas, a sua periferia, a vizinhança péssima da exploração de tudo, e da omissão de muitos. Me falam, à distância, de violência, de selvagerias, de prepotência, de abusos, no contorno da praça. Falta de vergonha na cara, de quem de direito. Medo e temores na hora de contrariar poucos interesses, diante da tranqüilidade necessária, pela qual espera a população. Medo de ir lá e tomar armas da chamada “gente importante”. Temores em determinar o fechamento de barracas, quiosques e espeluncas que depõem contra essa baderna, esta babel de finais de semanas, com repercussão forte por todos os outros dias. Receios em ir lá para impedir o consumo de drogas, os exageros do álcool e as mazelas do relacionamento livre na via pública. Sem falso moralismo, mas isto não pode imperar nesta desordem urbana, onde sequer se reconhece alguém que nos ajude para conter tantos excessos. É preciso levar para lá, permanentemente, música, teatro, folclore e um entretenimento saudável, e que nos enriqueça social e culturalmente. A praça está exigindo do poder público um ato de grandeza que o restaure como das coisas mais dignas dos cidadãos desta cidade.” Até aqui já estava escrito. Não é de hoje, já havia saído num jornal da cidade em 06.07.1999. Dez anos já passados. Resolvi voltar a este assunto, pois mesmo não sendo profeta, e principalmente em minha terra, me espanta que isto ainda seja tão verdadeiro. Quantos prefeitos já passaram, felizmente? Agora todo mundo tem, mesmo na vergonha que se configurou com duas reformas em tão pouco tempo, a velha praça com o sendo uma das nossas preocupações. É nosso umbigo, nosso coração, nossa cabeça, nosso quase tudo. Mas, ninguém leva a sério. E pensar que isto, de tão desmoralizado, já foi o berço de nossa emancipação... Nem parece que só decorreram cem anos.
(JUANORTE, 10.05.2009)

RECONHECIMENTO
Duas instituições foram reconhecidas como de Utilidade Pública pela municipalidade juazeirense. Vejamos os atos já publicados no Diário Oficial: 

LEI Nº 4.854, de 16.05.2018: Reconhece de Utilidade Pública a Comunidade Evangélica Gileade – C.E.G e adota outras providências. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará, no uso de suas atribuições legais que lhe confere o art. 72, inciso III, da Lei Orgânica do Município. FAÇO SABER que a CÂMARA MUNICIPAL aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1° Fica reconhecida de Utilidade Pública a Comunidade Evangélica Gileade – C.E.G., constituída uma associação religiosa, fundada em 19 de janeiro de 2009, por tempo indeterminado, com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, sem fins lucrativos, composta de número ilimitado de membros, que adota como finalidade a celebração do culto a Deus e a divulgação do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme explícito nas Escrituras Sagradas, sua única regra de fé e prática, utilizando-se de todos os recursos lícitos ao seu alcance, reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. Art. 2° A presente Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3° Ficam revogadas as disposições em contrário. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 16 (dezesseis) dias do mês de maio de dois mil e dezoito (2018). José Arnon Cruz Bezerra de Menezes Prefeito Municipal de Juazeiro do Norte. Autoria: Vereador Francisco Demontier Araújo Granjeiro; Coautoria: Vereador Damian Lima Calú. 

LEI Nº 4.855, de 16.05.2018 Reconhece de Utilidade Pública a Organização Não Governamental – ONG – Nossa Senhora das Graças Unidas para pessoas carentes de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará e adota outras providências. O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, Estado do Ceará, no uso de suas atribuições legais que lhe confere o art. 72, inciso III, da Lei Orgânica do Município. FAÇO SABER que a CÂMARA MUNICIPAL aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1° Fica reconhecida de Utilidade Pública a Organização Não Governamental – ONG – Nossa Senhora das Graças Unidas para pessoas carentes de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, fundada em 28 de março de 2018, por tempo indeterminado, com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, sem fins lucrativos, tem por finalidade prestar apoio, orientação e acompanhamento às famílias assentadas em áreas públicas ou privadas em território estritamente urbano, no raio geográfico compreendido dentro dos limites e dentro das confrontações territoriais de Juazeiro do Norte/ Ce., reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. Art. 2° A presente Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3° Ficam revogadas as disposições em contrário. Palácio Municipal José Geraldo da Cruz, em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, aos 16 (dezesseis) dias do mês de maio de dois mil e dezoito (2018). José Arnon Cruz Bezerra de Menezes Prefeito Municipal de Juazeiro do Norte. Autoria: Vereador Antônio Vieira Neto
UFCA: AUDITÓRIO BEATA MARIA DE ARAÚJO
A Universidade Federal do Cariri (UFCA) acaba de baixar uma Resolução para denominar seus dois auditórios, no Campus da Cidade Universitária. Veja o ato baixado pela Reitoria: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI CONSELHO SUPERIOR PRO TEMPORE RESOLUÇÃO Nº 14/CONSUP, DE 17 DE MAIO DE 2018 Dá denominação aos auditórios localizados no Campus da Universidade Federal do Cariri em Juazeiro do Norte. O VICE-REITOR, NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO SUPERIOR PRO TEMPORE, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI, Juscelino Pereira Silva, no uso da competência que lhe confere a Portaria nº 52, de 01 de fevereiro de 2018, do Gabinete da Reitoria, combinada com a Resolução nº 02/CONSUP, de 30 de janeiro de 2014, o artigo 25, alínea “s”, do Estatuto em Vigor da UFC, instituição tutora da UFCA e com o Termo de Transmissão de Cargo emitido pelo Gabinete da Reitoria, em 14 de maio de 2018. CONSIDERANDO o Memorando nº 82/2018/DCOM/UFCA , de 04 de maio de 2018; CONSIDERANDO a documentação do Processo nº 23057.001367/2018-04. R E S O L V E: Art. 1º O auditório localizado no Bloco E, piso inferior, Campus Juazeiro do Norte, passa a denominar-se “Auditório Bárbara de Alencar” Art. 2º O auditório localizado no Bloco H, térreo, do Campus Juazeiro do Norte, passa a denominar-se “Auditório Beata Maria de Araújo”. Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data da sua aprovação, revogadas as disposições em contrário. JUSCELINO PEREIRA SILVA Vice-Reitor no exercício da Presidência do Consup
O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na quintas feira, dia 31, às 19:30 horas, dentro da Sessão GRANDES ROMANCES, o filme DESDE QUE PARTISTE (Since you went away, EUA, 1944, 172 min). Direção de John Cromwell. Sinopse: Segunda Guerra Mundial. Depois que o marido parte para o front, Anne Hilton decide alugar um cômodo de sua casa para o coronel Smollett. Além de todas as privações típicas de um período de guerra, ela tem de enfrentar as inconveniências de um caso de amor entre sua filha Jane e o neto do coronel.
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na sexta feira, dia 1º às 19:30 horas, dentro da Sessão OSCAR DE MELHOR FILME, o filme CONDUZINDO MISS DAISY (Driving Miss Daisy, EUA, 2003, 100 min). Direção de Bruce Beresford. Sinopse: Atlanta, 1948; Uma rica judia de 72 anos (Jessica Tandy) joga acidentalmente seu Packard novo em folha no jardim premiado do seu vizinho. O filho (Dan Aykroyd) dela tenta convencê-la de que seria o ideal ela ter um motorista, mas ela resiste a esta idéia. Mesmo assim o filho contrata um afro-americano (Morgan Freeman) como motorista. Inicialmente ela recusa ser conduzida por este novo empregado, mas gradativamente ele quebra as barreiras sociais, culturais e raciais que existem entre eles, crescendo entre os dois uma amizade que atravessaria duas décadas.
CINE PARAÍSO (FAP, JUAZEIRO DO NORTE)
A Faculdade Paraiso do Ceará (FAPCE) está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri, embora seja restrito aos alunos desta Faculdade. As sessões são programadas pelo NEAC (Núcleo de Extensão e Atividades Complementares) para um sábados por mês, de 8:30 às 11:30h, na Sala de Vídeo da Biblioteca, na Rua da Conceição, 1228, Bairro São Miguel. Informações pelo telefone: 3512.3299. Neste próximo mês de junho, dia 2, estará em cartaz, o filme ESTRELAS ALÉM DO TEMPO (Hidden figures, EUA, 2016, 127 min). Direção de Theodore Melfi. Sinopse: 1961. Em plena Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética disputavam a supremacia na corrida espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refletida também na NASA, onde um grupo de funcionárias negras é obrigada a trabalhar a parte. É lá que estão Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), grandes amigas que, além de provar sua competência dia após dia, precisam lidar com o preconceito arraigado para que consigam ascender na hierarquia da NASA.
IMAGENS ESQUECIDAS (XXXIX)
Vejam o que era a comunidade local das Irmãs de Jesus Crucificado, nos anos 50 (sem precisão da data). Eram as devotadas criaturas dedicadas a inúmeras ações sociais no então Dispensário, mas principalmente no antigo Ginásio Santa Teresinha, depois alterado para Ginásio Monsenhor Macedo. Lamento também não saber o nome de cada uma dessas irmãs, senão aquelas com as quais eu pessoalmente tive algum contato, a saber: Irmã Maria Neli Sobreira da Silveira (sentada na fila da frente, a segunda da esquerda para a direita) e a Irmã Alicantina ( de pé na última fila, ao centro). Se alguém puder identificá-la, muito agradeceríamos. Portanto, informações nessa coluna pelo e-mail, ou por comentários.
IMAGENS ESQUECIDAS (XL)
Há algum tempo atrás expusemos aqui uma imagem do Quartel da Polícia Militar em Juazeiro do Norte. Isso a propósito de que a municipalidade estava interessada em restaurar-lhe a fachada, além da reforma em seu interior para melhor acomodar os artesãos em torno do Centro Mestre Noza. Ocorre, como sabemos, que em decorrência do incêndio do Mercado Central, no inícil dos anos 70, houve uma apropriação da área externa do prédio, pela ocupação das antigas celas da cadeia. Hoje, é impossível e seguramente a PMJN não tem mais interesse em gastar dinheiro pelo que está acomodado a novos donos. Mas, aí está como era imponente, em um tempo em que nada havia para nos atrapalhar até numa simples contemplação.
IMAGENS ESQUECIDAS (XLI)
Eis o ruge-ruge da velha feira semanal, aos sábados, durante totó o dia, na Rua São Pedro, aqui vista em flagrante de 1938, a partir da Rua Santa Luzia. Os vendedores de produtos agrícolas, alimentos, utilidades domésticas, ferragens, etc, estendiam no leito dos vários quarteirões desde a antiga Rua São João (hoje Alencar Peixoto) até a Praça Pe. Cícero que era praticamente toda rodeada por feirantes. O crescimento do mercado varejista da cidade, a construção de novos mercados e a própria pressão dos comerciantes foi preparando a decisão de extingui-la. Mais que isso, depois foi criada a semana inglesa e o período da tarde foi incorporado ao repouso semanal do domingo. Mas a feira deixou muita saudade depois de sua extinção. Há ainda quem as frequente rotineiramente, até dia a dia, no entorno de alguns pólos, como no João Cabral, no Pirajá, ao redor do Mercado Central, etc. Poucas são as feiras que ainda existem como aquela que parcialmente pode ser vista nesta foto. 
A SEMANA NA HISTÓRIA DE JUAZEIRO (II)
Estamos continuando a publicação de efemérides da história de Juazeiro do Norte, agora em sua segunda edição, referente aos dias 27 de maio a 02 de junho.

27 de Maio de 1914: 27 de maio – Carta do Abade do Mosteiro da Serra do Estevão em Quixadá, D. Rudolph ao Pe. Cícero, pedindo para o mesmo concluir sem demora a compra da Fazenda e dispor depois das terras como achar mais acertado. Explica que não recebeu o arrendamento do ano de 1913, 700$00 e que provavelmente não vai receber de 1914; por tudo isto, pede para o Pe. Cícero não diferir por mais tempo a conclusão da compra. Ass. D. Ruperto Rudolph Abade.

28 de Maio de 1897: 28 de maio – José Lobo retorna à Roma indo por Portugal para apelar do novo Decreto. José Marrocos ficou em Crato preparando versões para o italiano dos principais documentos relativos à questão religiosa de Juazeiro, que o Pe. Cícero deveria levar consigo numa eventual viagem à Roma, para prevenir que remetessem uma tradução falsa. Tudo isto foi feito sem o consentimento do Pe. Cícero que também reprovou o fato de Marrocos haver mandado publicar cópia em italiano de vários documentos e de um relato dos milagres do Juazeiro no “Giornale di Roma” ao protesto do Pe. Cícero, ele (Marrocos) respondeu: “mando por minha conta e risco”. D. Joaquim censurou acremente o Pe. Cícero por essa publicação.

29 de Maio de 1910: “O Rebate” publica artigo assinado por Flávio Gouveia, pseudônimo de Dr. Floro. Num dos trechos ele diz: “É quase uma lenda referir-se ao progresso espontâneo por que tem passado esta terra, que, como avalanche, tende cada dia, a pouco e pouco, a suplantar outros lugares que se lhe antepõem cronologicamente. Entretanto, como irrisão da sorte, o Juazeiro ainda permanece na ínfima categoria de Aldeia: aí está o que irritaria mesmo os nervos de um infusório se ele os tivesse. E isso tudo é obra de uma política detestável, mesquinha, egoística, toupeira; do cel. Antonio Luiz, que está no último quartel de suas ambições desmedidas. Política que vive a perseguir homens de bem, política que tem raízes no orgulho e na presunção, que vive a explorar o trabalho de milhares de homens. Política que assim procede há de chafurdar no lodo. Sim. Porque conserva ainda o Juazeiro, quase duas vezes maior do que a cidade do Crato, que é considerada a primeira nestes sertões tórridos de 4 ou 5 estados, vizinhos, dando ao fisco um rendimento superior ao desta, na sombra do desprezo com alcunha de povoação? Triste antagonismo da sorte! É porque o Crato é o polvo que vai aurindo a seiva do Juazeiro.”

30 de Maio de 1890: O médico Dr. Idelfonso Correia Lima, importante político cearense, concluiu sua declaração dizendo que “a transformação da hóstia se devia a algum “Agente externo que eu concluo que seja Deus”. Aspas em suas palavras textuais.

31 de Maio de 1891: O jornal “A Vanguarda, de Crato, publica o folheto intitulado “Os Milagres do Juazeiro ou Nosso Senhor Jesus Cristo Manisfestando Sua Presença Real no Divino e Adorável Sacramento da Eucaristia”, cujos autores eram Donaciano de Norões Maia e José Manoel de A. Façanha.

01 de Junho de 1971: A cantora Dalva de Oliveira chega a Juazeiro do Norte e diz ter vindo visitar o túmulo do Pe. Cícero, para agradecer uma graça por ele alcançada em seu favor.

02 de Junho de 1909: O Pe. Cícero está em viagem no Rio e pede licença para celebrar, nos seguintes termos: Exmo. e Revdmo. Sr. “O Pe. Cícero Romão Batista, da Diocese de Fortaleza, tendo de demorar-se por algum tempo nesta Arquidiocese, respeitosamente pede a V. excia. Revdma., faculdade para celebrar o Santo Sacrifício da Missa durante o tempo que aqui estiver. Nestes termos P. Deferimento. Ass. Pe. Cícero Romão Batista. Despacho. Concedo licença para celebrar por 30 dias. Rio, 2 de junho de 1909. Ass. Mons. Amora – Vigário Geral. Registrado à folha 166 do liv. 22 ass. Cônego Ximenes.