sábado, 26 de setembro de 2015

BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
191: (21.09.2015) Boa Tarde para Você, Paula Fracinete Oliveira Silva
A celebração recente de mais uma festa religiosa dedicada a nossa Padroeira, Nossa Senhora das Dores, ensejou-me já ter feito aqui breves comentários sobre as razões e entendimento que, a meu ver, estão na essência do brilho, como Paróquia e povo de Deus realizamos cada etapa deste evento. Juazeiro do Norte cresceu desordenadamente e desenvolveu-se desequilibradamente à sombra desta devoção e bem sabemos o quanto isto é ainda uma pauta ativa e presente para resgatar boa parte do sonho que carregamos, grande herança deixada pelo nosso Patriarca, o Pe. Cícero Romão Baptista. Justiça seja feita a todos aqueles que nos precederam e que procuraram na oportunidade desta festividade quase bicentenária, agregar-lhe um grande brilho expresso e bem vistoso, desde mínimos procedimentos que se aprontam para a sua maior festa, durante o novenário. O altar-mor da Basílica sempre foi a cena deslumbrante onde os romeiros desembarcam com sua fé inquebrantável, pois é aí que em gestos, palavras, cânticos e orações eles manifestam esta íntima, antiga e amorosa relação com aquela que representa a sua maior intercessão celestial. Pe. Murilo de Sá Barreto, em diversas ocasiões, nos dizia da sua imensa felicidade em ter realizado, por sugestão de Assunção Gonçalves, a restauração do antigo altar, em suas linhas arquitetônicas e decorativas como já era nos idos de 1875, na primeira reforma empreendida por Padre Cícero. Ela tinha razão em fixar esta visão retrospectiva do altar em novos tempos porque o espaço era generoso e ainda mais pleno de ornatos florísticos contribuía para este reencontro, quase sempre muito emocionado do devoto romeiro que se deslumbrava pela beleza do cenário. A partir dos anos 70, a despedida dos romeiros assumiu o caráter de parte integrante da celebração, e hoje é importante que este último dia da Festa da Padroeira guarde a memória de todo este carinho que a comunidade manifesta na reverência à sua Padroeira. A Procissão de Encerramento, desde as minhas mais remotas lembranças, sempre foi um destes momentos apoteóticos das comemorações, porque sobre ela estavam as nossas maiores emoções, na ansiedade da visão do grande cortejo que transportava Nossa Senhora em seu esplendor. Você e eu, Paula, nem existíamos na face da terra, e os nossos pais já eram parte deste entusiasmo dedicado a este momento, onde todos colaboravam para que este instante fosse vivido numa dimensão de grandeza, coerente com tudo que realçava e tornava magnífica a celebração desta data. Sua família, inspirada por sua mãe, dona Carmelita Oliveira, assistida por você e seu irmão José Arnaldo, com grande sensibilidade, desde o vicariato de Pe. Murilo assumiu este encargo, decorando aquele altar, trazendo isto à atualidade com grande e fiel empenho para que esta tradição sempre se mantivesse à sombra desta promessa e do compromisso filial que isto encerra. Quero traduzir isto, Paula, com maior clareza, destacando o seu grande esforço pessoal para contribuir anualmente, por muitos anos, trazendo desde o Recife para Juazeiro, com transporte aéreo, para melhor preservação, todas aquelas belíssimas e naturais flores que ornam com seu maior capricho e que decoram o altar para a grande data do último dia da festa. De nada teria valido qualquer concepção de decoração, se estas flores que sempre chegaram a tempo e a hora, não viessem carregadas por este seu amor e devotamento. Talvez pouca gente saiba, Paula, que há em tudo isto uma vontade incontida, o compromisso exemplar que se traduz, não apenas no que você pode realizar por ser tão bem resolvida na sua vida profissional, mas que se reconhece como alguém que assumiu uma missão. Bem imaginamos como você se programa, vivendo longe daqui, sensível a todas as demandas desta logística que lhe permite selecionar, adquirir e trazer a tempo, honrando esta participação. Por isto, é necessário agradecer-lhes, a você e toda a sua família, por esta atitude tão benemérita e que se renova a cada ano trazendo um grande entusiasmo na visão dos romeiros e do povo desta cidade que contemplam extasiados o grande altar da Mãe das Dores. Desejo ardentemente, Paula, nesta hora em que torno mais pública esta nossa grande admiração por seu gesto em todos estes anos, agradecer-lhe pelo que isto tem representado nesta festa da Padroeira, para sentir de forma tão bonita, voluntária e afetuosa como você se dá de coração. 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 21.09.2015)

BOA TARDE (II)
192: (24.09.2015) Boa Tarde para Você, Paulo Leonardo Celestino
Há uns meses atrás, li na página da internet Cidade Juá, um comentário de Paulo Leonardo Celestino sobre notícia do interesse de instalação em nossa cidade de um equipamento de teleférico, agora capitaneado pelo próprio governador Camilo Santana. Cinquenta anos atrás muita gente neste Juazeiro do Norte já se animava diante de um anúncio de que o poder público municipal poderia instalar um teleférico que ligaria a cidade ao Horto, na Serra do Catolé, como forma de incrementar as atividades de romaria e turismo religioso. Paulo Leonardo tem também esta memoria de que isto era assunto badalado nos anos oitenta, quase sempre inserido numa pauta eleitoreira, durante campanhas para prefeito, embora isto, de fato, nunca tenha sido levado muito a sério, face a polêmica criada, dividindo bastante as opiniões. Bem recentemente, coisa de quatro anos decorridos, o governo municipal voltou a colocar esta possibilidade em evidência, tendo o então prefeito visitado uma destas mais recentes instalações no Rio de Janeiro e até feito gestões no sentido de captar investimentos da iniciativa privada. Agora, o governo do Estado do Ceará se posiciona de forma mais interessada pela montagem de teleféricos em Barbalha (ligando o Distrito do Caldas à elevação do Cruzeiro) e em Juazeiro do Norte, como a antiga proposta do caminho aéreo entre a Igreja Matriz e a Colina do Horto. Muitos municípios brasileiros, de sertão e litoral, têm na sua geografia elementos mais que exuberantes para permitir a instalação destes equipamentos, diante do fascínio que temos em ver nossas riquezas naturais do alto dos céus. No Brasil há vários teleféricos em atividade, dentre os quais podem ser citados: os do Pão de Açúcar, Complexo do Alemão e Nova Friburgo (RJ), os de Poços de Caldas, Caxambu e São Lourenço (MG), os de Aparecida, Campos de Jordão e São Vicente (SP), os de Balneário de Camboriú e Nova Trento (SC), o de Telêmaco Borba (PR) e Triunfo (PE). Na sua concepção estas instalações contemplam terminais, torres, cabos e transportadores nas formas de cestas e cadeiras, sendo a forma mais segura, e também mais onerosa para a instalação, o das cabines, para pelo menos 6 pessoas. O governador conheceu a situação do Teleférico de Aparecida do Norte (SP), pelas características do ambiente, centro de romarias, também ligando duas áreas bem representativas do circuito de peregrinação, como a Basílica Nacional e o alto do Morro do Cruzeiro. No caso de Aparecida, de pequena altitude, algumas características deste empreendimento são a sua extensão de 1.100 metros, duas estações, 47 cabines para 6 pessoas sentadas, sete torres, para atender até 11 milhões de turistas por ano, ou até 12.000 pessoas por dia. Um teleférico para o Horto, a partir do Centro de Apoio ao Romeiro, ou arredores do Luzeiro, tecnicamente deveria também tangenciar a Rua do Horto, pela sustentabilidade do empreendimento transportando pelo menos 5000 pessoas por dia, segundo dizem alguns entendidos. Vai nesta última consideração, Paulo, a minha descrença sobre esta possibilidade de instalação entre nós, pois há diversas questões relevantes como a topografia, 500 metros de altura, o alto custo, as perturbações ambientais entre cruzamentos dos cabos e os impactos urbanos e sobre a Colina. A taxa de retorno deste investimento para nós é muito baixa e pouco anima os empresários e gente de governo que ainda não vê nas nossas condições de grande centro de romaria o cenário adequado para esta instalação, para menos de dois milhões de usuários. A sazonalidade dentro do nosso ciclo de romarias, Paulo, é um fator importante que contribui para um certo desestímulo, dada a grande irregularidade da distribuição deste fluxo de pessoas em nossa cidade que, seguramente nem se amplia até pela inclusão de moradores ao longo da Rua do Horto. Se de fato este investimento ainda vier a produzir estudos de viabilidade técnica e econômica para o empreendimento, acredito mesmo que a concretização ainda estará sendo adiada com grande sensibilidade, pois mesmo em se tratando de investimentos do governo, a iniciativa privada vai pensar muitas vezes antes de assumir sua gestão ou participar de sua realização. Afinal, Paulo, não é uma visão meramente pessimista sobre este deslumbramento que sentimos para uma melhor capacitação do nosso turismo, mas é uma realidade que não anima nossos sonhos.
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 24.09.2015)

NOVA VIA URBANA
Acaba de ser nomeada uma rua no Bairro da Lagoa Seca, nas proximidades do limite do município com o vizinho município de Barbalha. Vejamos o ato formal já publicado no Diário Oficial:
LEI Nº 4528, de 16.09.2015. Denomina artéria pública e adota outras providências. Art. 1º – Fica denominada de RUA ANA SOMBRA DA SILVA, a rua projetada no Loteamento Jardim Lagoa Seca, na sede desta urbe, sentido norte/sul, com início na rua Manoel Balbino e término na rua Dão Almeida, compreendendo um quarteirão, entre as quadras P3 e P4, com os seguintes limites: ao norte, com a rua Dão Almeida; ao sul, com a rua Manoel Balbino; ao leste, com rua projetada e ao oeste, com rua projetada. AUTORIA: Vereador José Tarso Magno Teixeira da Silva. 

A FESTA DO PAU DA BANDEIRA DE SANTO ANTONIO
Tenho grande prazer em registrar, não só como cidadão caririense, mentor desta página, mas também como presidente do Instituto Cultural do Vale Caririense (um dos subscritores da petição remetida ao IPHAN) a vitória do povo barbalhense e de todo o Cariri com aprovação da proposta para a inserção da Festa do Pau da Bandeira de Santo Antonio no livro do Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira. Foi deste modo que em sua página, o próprio IPHAN assim se posicionou: “Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural  na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, decidiu por unanimidade o pedido de Registro da Festa do Pau da bandeira de Santo Antônio de Barbalha (CE) como Patrimônio Cultural do Brasil. A Festa é uma tradição que se reitera e se atualiza. Além da sua relevância nacional engloba a memória, a identidade e a formação da sociedade brasileira. É também, uma referência cultural importante que foi exercida, principalmente, pelas camadas populares do nordeste brasileiro um dos grupos formadores da nacionalidade, além de ser um dos momentos fundamentais na construção e afirmação da identidade da população de Barbalha, da região do Cariri e do Ceará. A partir de agora, a Festa está inscrita no Livro de Registro das Celebrações. Durante a reunião do Conselho, o Iphan fez uma homenagem a Cícero Ricarte que morreu durante os festejos, enquanto carregava o Pau da Bandeira. Leia a íntegra da homenagem. Os festejos a Santo Antônio de Pádua ocorrem desde o final do século XVIII, quando foi erguida uma capela em devoção ao santo, dando origem ao desenvolvimento da cidade de Barbalha. São treze dias de festa em homenagem ao padroeiro. A data central é o domingo mais próximo de 31 de maio, dia do Carregamento e Hasteamento do Pau da Bandeira. É um evento que envolve praticamente todos os segmentos sociais da localidade, demonstrando um protagonismo claro dos Carregadores do Pau, grupo formado por representantes das classes populares de Barbalha, responsáveis pela escolha e corte do tronco que será transformado no mastro. No dia do Carregamento, que acontece desde 1928, eles percorrem os cerca de sete quilômetros que separam o local de preparação do mastro e a Praça da Matriz de Santo Antônio no centro de Barbalha, com o Pau da Bandeira às costas. A comunidade católica é responsável pela Trezena – ciclo de orações onde a imagem do santo peregrina por diversas casas durante os 13 dias que separam o 31 de maio e o dia de Santo Antônio. Por fim, em 13 de junho, ocorre a procissão de Santo Antônio que fecha o ciclo festivo com uma missa na Igreja Matriz. Uma enorme gama de ofícios, celebrações e formas de expressão são acionadas por diferentes grupos. O Cortejo do Pau é um deles e vem cercado por celebrações e rituais que conformam o grande complexo que a Festa se tornou, com destaque para o Desfile de Folguedos. O pedido de registro da Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha (CE) como Patrimônio Cultural do Brasil foi apresentado pela Prefeitura Municipal de Barbalha com endosso da Superintendência do Iphan-CE, do Instituto Cultural do Vale Caririense (ICVC), do Centro Pró-Memória de Barbalha Josafá Magalhães, do Presidente da Câmara Municipal e da União das Associações de Barbalha (UNAB), e com a anuência dos representantes e membros de grupos de carregadores do pau e outros grupos participantes da festa. O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan. 
Para se ter uma noção da importância desta participação da Festa do Pau da Bandeira de Santo Anonio de Barbalha, basta que se veja em que companhia esta festa está, citando abaixo as demais que compõem o registro de Bens Imateriais da Cultura Brasileira.
Cachoeira de Iauaretê - Lugar sagrado dos povos indígenas dos rios Uaupés e Papuri: A Cachoeira de Iauaretê, ou Cachoeira da Onça, corresponde a um lugar de referência fundamental para os povos indígenas que habitam a região banhada pelos rios Uaupés e Papuri, reunidos em dez comunidades, multiculturais na maioria, compostas pelas etnias de filiação linguística Tukano Oriental, Aruaque e Maku. Sua inscrição no Livro dos Lugares foi realizada em 2006.
Jongo no Sudeste: O Jongo do Sudeste é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro. Foi inscrito no Livro das Formas de Expressão em 2005.
Ofício das Baianas de Acarajé: Este bem cultural de natureza imaterial, inscrito no Livro dos Saberes em 2005, consiste em uma prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente disseminadas na cidade de Salvador, Bahia.
Modo de Fazer Viola de Cocho: A Viola de Cocho é um instrumento musical singular quanto à forma e sonoridade, produzido exclusivamente de forma artesanal, com a utilização de matérias-primas existentes na Região Centro-Oeste do Brasil. Sua produção é realizada por mestres cururueiros, tanto para uso próprio como para atender à demanda do mercado local, constituída por cururueiros e mestres da dança do siriri. O seu modo de fazer foi registrado no Livro dos Saberes, em 2005.
Samba de Roda do Recôncavo Baiano: É uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais importantes e significativas da cultura brasileira. Exerceu influência no samba carioca e até hoje é uma das referências do samba nacional. O Samba de Roda no Recôncavo Baiano foi inscrito do Livro de Registro das Formas de Expressão, em 2004.
Círio de Nossa Senhora de Nazaré: O Círio de Nossa Senhora de Nazaré é uma celebração religiosa que ocorre em Belém do Pará, inscrita no Livro das Celebrações em 2004. Os festejos, que envolvem vários rituais de devoção religiosa e expressões culturais, e reúnem devotos, turistas e curiosos de todas as partes do Brasil e de países estrangeiros, constituem um momento anual de reencontro e devoção.
Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi: A Arte Kusiwa é um sistema de representação gráfica próprio dos povos indígenas Wajãpi, do Amapá, que sintetiza seu modo particular de conhecer, conceber e agir sobre o universo. Como Patrimônio Imaterial, ela foi inscrita no Livro de Registro das Formas de Expressão em 2002.
Ofício das Paneleiras de Goiabeiras: O saber envolvido na fabricação artesanal de panelas de barro foi registrado como Patrimônio Imaterial no Livro dos Saberes em 2002. O processo de produção no bairro Goiabeiras Velha, em Vitória (ES), emprega técnicas tradicionais e matérias-primas provenientes do meio natural. A panela de barro, fruto de um conjunto de saberes, constitui suporte indispensável para o preparo da típica moqueca capixaba.
Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira: O desafio do inventário cultural para registro e salvaguarda da capoeira como Patrimônio Cultural do Brasil, realizado entre 2006 e 2007, era construir um diálogo entre o tempo histórico passado e o tempo presente. Como patrimônio vivo, a capoeira se mantinha no cenário atual por meio dos mestres que representavam o saber e, ao mesmo tempo, acumulava produção documental que atravessava os últimos três séculos. Este trabalho - elaborado por uma equipe multidisciplinar - reconstitui brevemente a história da capoeira e registra seu momento presente, por meio de pesquisa historiográfica e trabalho de campo. As fontes estudadas encontram-se nos maiores acervos de documentos sobre a capoeiragem do Rio de Janeiro e em Salvador. 
Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas: Fazer e comer queijo são parte do modo de ser mineiro. A produção artesanal de queijos de leite cru é uma atividade tradicional, enraizada no cotidiano de fazendas e sítios de Minas Gerais, e remete ao processo de ocupação desse território, durante os séculos XVII e XVIII. Esta publicação apresenta narrativa que abrange cidade e vilas das microrregiões do Serro, Canastra, Serra do Salitre, Alto Paranaíba, Araxá, serras do sul de Minas, Campo das Vertentes, e retrata a tradição e os modos de fazer de um queijo reconhecido mundialmente. Um vasto repertório de conhecimentos tradicionais que inclui as formas de comercialização e consumo desses queijos artesanais também compõe mais um Dossiê produzido pelo Iphan.
Renda Irlandesa de Divina Pastora: A delicada técnica utilizada na produção da renda irlandesa, no município de Divina Pastora, em Sergipe, foi descrita e ilustrada neste Dossiê. Trazida da Europa, no século XVII, a técnica associou-se à condição feminina e o saber-fazer é o conhecimento mais característico da produção da renda, sendo compartilhado pelas rendeiras e sob a liderança de uma mestra. Fazer a renda é uma atividade coletiva, que permite às rendeiras conversar sobre seus sonhos, anseios e frustrações. A descrição de um rico universo onde persiste o compartilhamento de valores e a reafirmação de sentimentos de pertencimento e de identidade cultural, completa e valoriza esta publicação. 
Matrizes do Samba no Rio de Janeiro: Neste Dossiê - produzido a partir de trabalho realizado no Rio de Janeiro, em 2006 - estão textos e documentos que reforçam a importância do bem registrado pelo Iphan, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.  O Centro Cultural Cartola analisou os variados estilos de samba no Rio de Janeiro, que se originaram nas tradicionais reuniões musicais na casa da Tia Ciata, no Estácio, nas escolas de samba, blocos, morros, ruas e quintais cariocas. De música marginalizada, o samba passou a símbolo nacional devido e esta trajetória cultural e histórica é apresentada pelo Iphan, em mais uma publicação que está à disposição do público. 
(Obs.Está em análise no IPHAN o processo que torna Patrimônio Cultural os “Lugares Sagrados Juazeiro Norte – CE”).

RECONHECIM,ENTO PÚBLICO
Foi estabelecido o reconhecimento público para uma instituição comunitária. Vejam o ato: 
LEI Nº 4529, de 16.09.2015. Art. 1º – Fica reconhecida de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DO SÍTIO GAVIÃOZINHO, fundada em 02.11.2013, sociedade civil sem fins lucrativos, com duração por tempo indeterminado, com sede no Sítio Gaviãozinho, s/nº., zona rural do município de Juazeiro do Norte, inscrita no CNPJ/MF nº 19.476.503/0001-66, regendo-se por seu estatuto social, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Vereador Glêdson Lima Bezerra; COAUTORIA: Vereador José Tarso Magno Teixeira da Silva.

LUGARES (V): ESTAÇÃO PADRE CÍCERO
(METRO, FORTALEZA)
Em 15 de junho 2012, o primeiro trecho da Linha Sul do Metrô de Fortaleza foi entregue à população, contando com 12 estações entre os municípios de Fortaleza, de Maracanaú e de Pacatuba, o que totalizava um percurso de 15 quilômetros. Em 28 de setembro, foram inauguradas mais três estações: Couto Fernandes, Porangabussu e Benfica, chegando a 20 quilômetros. Em 22 de outubro, foi entregue a Estação São Benedito, a primeira no Centro de Fortaleza, distante cerca de 1 km da Benfica. Em 18 de julho houve a inauguração de duas estações que completam o percurso de 24 km: Chico da Silva e José de Alencar. De acordo com a Prefeitura Municipal de Fortaleza (CE), entre os projetos de melhoria de mobilidade urbana na cidade, previstos para a Copa 2014, está a implantação de duas novas estações de metrô (Padre Cícero e Juscelino Kubitschek) na Linha Sul do metrô de Fortaleza (Metrofor). O metrô ainda funciona em fase de testes, a chamada operação assistida, na qual os usuários tem acesso gratuito ao novo equipamento de segunda a sexta-feira (excetuando-se feriados), no horário de 8 horas as 12 horas.

LUGARES (VI): ESTAÇÃO PADRE CÍCERO
(VLT, CRATO)
O Metrô do Cariri é o primeiro serviço de transporte ferroviário operado com veículos leves sobre trilhos (VLT) do Nordeste e o primeiro projeto do Governo do Ceará de requalificação do transporte ferroviário de passageiros no interior do Estado. A linha férrea tem 13,6 quilômetros e liga Juazeiro do Norte e Crato. O serviço funciona desde dezembro de 2009. Desde sua implantação, o VLT do Cariri tem ajudado ao crescente processo de urbanização e integração regional, atraindo investimentos industriais e comerciais. O sistema tem interligado importantes polos geradores de viagens, como universidades, comércio, escolas e indústrias de Juazeiro do Norte e do Crato (com uma população de 363.810 habitantes). Além disso, o empreendimento tem sido fomentador do turismo religioso na região, visto que Juazeiro do Norte recebe milhares de fiéis que participam de diversas romarias ao longo do ano em homenagem a Padre Cícero, considerado santo popular no Nordeste. Padre Cícero é o nome de uma das estações, não em Juazeiro do Norte, mas na sua cidade natal, o Crato.

LUGARES (VII): ESTAÇÃO PADRE CÍCERO
(BRT, RECIFE)
Em junho passado foram iniciadas as operações das estações Padre Cícero e Barreiras de BRT na avenida Caxangá, nas proximidades da avenida Joaquim Ribeiro (Rodovia PE-005). As estações Barreiras e Padre Cícero eram as últimas em construção no entorno, que agora conta com 13 estações operando. Com a adição desses dois pontos, o corredor Leste/Oeste passa a oferecer à população 15 estações em pleno funcionamento – de domingo a domingo, das 4h30 às 00h40. A expectativa é de que 41 mil passageiros sejam transportados diariamente. As duas linhas do Via Livre 2450 – Camaragibe/Centro e 2480 – Camaragibe/Derby, que saem do TI de Camaragibe, serão atendidas por esses pontos. 

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (SESC, Rua Cel. Francisco José de Brito, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 28, segunda feira, às 19 horas, o filme A IDADE DAS TREVAS (L´Age des ténébres, Canadá, 2007, 104min), direção de Denys Arcand. Elenco: Marc Labrèche (Jean-Marc LeBlanc); Diane Kruger (Véronica Star); Sylvie Léonard (Sylvie Cormier-LeBlanc); Caroline Néron (Carole Bigras-Bourque); Rufus Wainwright (Príncipe); Macha Grenon (Béatrice de Savoie); Emma de Caunes (Karine Tendance); Didier Lucien (William Chérubin). Sinopse: Em seus sonhos um homem se vê como uma grande estrela, mas na vida real é desprezado por sua família e perseguido pelo chefe. Jean-Marc encontra salvação em suas próprias fantasias, que transformam sua medíocre existência em sucessivos momentos de glória inspirados em aventuras daIdade Média. Em casa, sua mulher está muito ocupada para prestar atenção nele e seus filhos adolescentes não lhe dão a mínima. A tentação de seguir vivendo em sua terra de sonhos é muito grande, mas Jean-Marc decide se dar uma última chance no mundo real.

BIBLIOCINE (FAP, JN) 
A Faculdade Paraiso do Ceará (FAPCE), está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri, embora seja restrito aos alunos desta Faculdade. As sessões são programadas para as terças e quintas feiras, de 12:00 às 14:00h, na Sala de Vídeo da Biblioteca, na Rua da Conceição, 1228, Bairro São Miguel. Informações pelo telefone: 3512.3299. Portanto, continuará exibindo o que está em cartaz para o mês de Setembro, no próximo dia 29, o filme A Menina Que Roubava Livros (The Book Thief , EUA, 2013, 131 min) com a direção de Brian Percival.Elenco: Sophie Nelisse (Liesel Meminger); Geoffrey Rush (Hans Hubermann); Emily Watson (Rosa Hubermann); Nico Liersch (Rudy Steiner); Joachim Paul Assbock (Oficial Schutzstaffel; Sandra Nedeleff (Sarah); Hildegard Schroedter (Frau Becker); Rafael Garteisen (Walter Kugler); Gotthard Lange (Coveiro); Godehard Giese (Polícia no comboio). Sinopse: Uma jovem garota consegue sobreviver em Munique, na Alemanha, através de livros que a mesma roubava. Com a ajuda de seu pai adotivo, ela consegue aprender a ler em plena Segunda Guerra Mundial. A garota, Liesel Meminger, também partilha de seu aprendizado com vizinhos e um judeu que consegue esconder sua origem para não ser morto pelo exército nazista.

CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (SESC, Rua da Matriz, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 30, quarta feira, às 19 horas, os filmes: NÃO DESEJARÁS A MULHER DO PRÓXIMO (Décalogo 9, Dekálog 9, Dir. Krzysztof Kieslowski, Polônia, 1988, 60min). Ao descobrir que o marido é impotente, mulher envolve-se com um jovem amante, criando uma situação conflituosa para si e seu marido. NÃO COBIÇARÁS COISAS ALHEIAS (Décalogo 10, Dekálog 10, Dir. Krzysztof Kieslowski, Polônia, 1988, 60min). Com a morte de um filatelista que em vida mal se dedicava a sustentar a família, uma verdadeira fortuna em selos é descoberta. Seus dois filhos são obrigados a tomar medidas de segurança para proteger a inesperada herança.

CINE CAFÉ VOLANTE(Parque da Cidade/BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Auditório do Centro de Esportes e Artes Unificados Mestre Juca Mulato, Parque da Cidade), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 2, sexta feira, às 19 horas, o filme MULHERES À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS (Mujeres al Borde de um Ataque de Nervios, Espanha, 1988, 89min), dirigido por Pedro Almodóvar. Elenco: Carmen Maura (Pepa); Antonio Banderas (Carlos); Julieta Serrano (Lucía); Rossy de Palma (Marisa); María Barranco (Candela); Kiti Manver (Paulina Morales); Guillermo Montesinos (taxista); Chus Lampreave (testemunha de Jeová); Eduardo Calvo (pai de Lucía); Loles León (secretária); Ángel de Andrés López (policial); Fernando Guillén (Iván); Juan Lombardero (alemão); José Antonio Navarro (policial); Ana Leza (Ana). Sinopse:Em Madri Pepa Marcos (Carmen Maura), uma atriz que está grávida mas ninguém sabe, é abandonada por Ivan (Fernando Guillén), seu amante, e se desespera tentando encontrá-lo, pois deseja que ele lhe explique por qual motivo a deixou. Enquanto tenta falar com ele recebe a visita Candela (María Barranco), uma amiga que se apaixonou por um desconhecido e agora que descobriu que ele é um terrorista xiita teme ser presa. Mais tarde chega ao apartamento Carlos (Antonio Banderas), o filho de Ivan. Ele está acompanhado de Marisa (Rossy de Palma), sua noiva, pois os dois estão procurando um imóvel para alugar. Marisa sem saber bebe um gaspacho cheio de soníferos, que Pepa tinha preparado para Ivan, mas uma confusão realmente acontece quando fica claro que Ivan vai para Estocolmo com Paulina Morales (Kiti Manver) e Lucia (Julieta Serrano), a mulher de Ivan, planeja matá-lo. Apesar de ter sido preterida, Pepa quer fazer de tudo para salvar a vida de Ivan.

CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 2 de novembro, sexta feira, às 20 horas, o filme ganhador do Oscar de melhor filme, A Ponte do Rio Kwai (Bridge on the River Kwai, EUA/Inglaterra, 1957, 161min), direção de David Lean. Elenco: William Holden (Major Shears); Alec Guinness (Coronel Nicholson); Jack Hawkins (Major Warden); Sessue Hayakawa (Coronel Saito); James Donald (Major Clipton); Geoffrey Horne (Tenente Joyce); Andre Morell (Coronel Green); Peter Williams (Major Reeves); John Boxer (Major Hughes); Percy Herbert (Grogan); Harold Goodwin (Baker). Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiros britânicos recebem o encargo dos japoneses de construir em plena selva uma ponte de transporte ferroviário sobre o rio Kwai, na Tailândia. O coronel Nicholson, que está à frente dos prisioneiros, é o oficial britânico que procura uma forma de elevar o moral de seus homens. Vê a ponte como uma forma de conseguí-lo, tendo-os ocupados na construção e fazendo-os sentirem-se orgulhosos da obra. Por sua vez, o major americano Shears, prisioneiro no mesmo campo, só pensa em fugir. Ao final, ele o consegue e, contra a sua vontade, volta algumas semanas depois, guiando um comando inglês, cuja missão é destruir a ponte no instante em que passasse o primeiro trem, para anular a rota de transporte de armas dos japoneses, que pretendiam utilizá-la para invadir a Índia.

CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 3 de Outubro, sábado, às 17:30 horas, o filme CABARET (Cabaret, EUA/Inglaterra, 1972, 118min), direção de Bob Fosse. Elenco: Liza Minnelli (Sally Bowles); Michael York (Brian Roberts); Joel Grey (mestre de cerimônias); Helmut Griem (Maximilian von Heune); Marisa Berenson (Natalia Lindauer); Elisabeth Neumann-Viertel (Fraulein Schneider); Helen Vita (Fraulein Kost); Sigrid von Richthofen (Fraulein Mayr); Gerd Vespermann (Bobby); Ralf Wolter (Herr Ludwig); Georg Hartmann (Willi); Ricky Renée (Elke); Fritz Wepper (Fritz Wepper). Sinopse: Na Alemanha, durante a ascensão do nazismo, uma cantora e dançarina estadunidense se envolve ao mesmo tempo com um professor inglês e um nobre alemão. Ela trabalha no Kit Kat Klub, de Berlin, sob tensão constante das ameaças dos nazistas do início dos anos 30, em shows que têm como mestre de cerimônias o personagem de Joel Gray. Mas sua grande aspiração é receber um convite da UFA (grande estúdio de cinema alemão, espécie de Hollywood da época).

CARIRI REVISTA (21)
Já está circulando a edição 21 da conceituada Cariri Revista. Os interessados em sua leitura poderão procurar obter gratuitamente o seu exemplar em alguns pontos da cidade, como os restaurantes da Lagoa Seca. A temática desta edição é A Civilização do Couro 

FESTA DA PADROEIRA & CRISE
A conceituada Revista Exame repercutiu sobre a Festa da Padroeira, destacando o pano de fundo da crise brasileira atual. Transcrevemos seu texto no qual inicia afirmando que “a Romaria de Nossa Senhora das Dores foi atingida com a suspensão do pagamento, em agosto, da antecipação do 13º dos aposentados. Juazeiro do Norte - É tempo de angústia no semiárido e no agreste. Diante de uma seca de quatro anos, o Nordeste teme os anúncios de cortes de programas sociais que garantiram a renda dos mais pobres. Um termômetro da preocupação provocada pelo ajuste fiscal do governo é Juazeiro do Norte, no Ceará, uma das mais tradicionais praças do comércio popular. A Romaria de Nossa Senhora das Dores, uma das três festas do calendário dos devotos de Padre Cícero, no começo deste mês, foi atingida com a suspensão do pagamento, em agosto, da antecipação do 13º dos aposentados. Quando o governo decidiu liberar o dinheiro, agora em setembro, muitos idosos tinham desistido de viajar. Na festa deste mês, a Hospedaria Santo Expedito registrou uma ocupação menor que no mesmo período do ano passado. Dos 24 quartos, cinco ficaram vazios. Francisco Melo, dono do estabelecimento, afirma que um grupo de aposentados desistiu "na última hora". "O pessoal desanimou quando o governo deixou de pagar a antecipação do 13º", lamenta a fretista Joseni Trajano dos Santos, 49 anos, organizadora de uma romaria de 30 pessoas que percorreu 1.915 quilômetros de Borborema, na Paraíba, a Juazeiro. Diante da falta de recursos em caixa, o governo não incluiu na folha de pagamento de agosto, paga até o início de setembro, o adiantamento de metade do 13º. A lei prevê o pagamento no último mês do ano, mas há nove anos o repasse era feito nessa época. Com a repercussão negativa, o governo recuou da decisão e o dinheiro deverá ser pago nesta quinta-feira. Já a segunda parcela será liberada em dezembro. O agricultor Felipe Willames dos Santos, 22 anos, não teve dificuldades, como ocorreu nos anos anteriores, de se aproximar do túmulo do "patriarca" na Capela do Socorro, no cemitério central da cidade. Com poucos fiéis no templo, ele conseguiu colocar os dois filhos, Lucas, de 3 anos, e Maria, de 2, em cima da lápide para fotografá-los. "Muita gente, principalmente o pessoal mais velho, desistiu de vir para cá na última hora", afirma. "É um ano muito imprensado." Santos vive com a mulher e os filhos em um sítio em Passira, município do agreste pernambucano a 533 quilômetros de Juazeiro. Foram sete horas de viagem. A seca arrasou a última plantação de milho e feijão. No inverno deste ano, em março, ele voltou a plantar. A venda de pequenos animais e benefícios sociais recebidos pela família garantiram pelo menos a viagem deste ano. Os adultos pagaram R$ 150 cada um de passagem e R$ 40 de diária em uma pequena pousada com café da manhã e almoço. Os óculos escuros, uma versão popular de uma marca internacional, e o relógio dele foram comprados na romaria do ano passado. "Agora, está tudo apertado. A gente veio na dificuldade", relata o agricultor. O fotógrafo Mariano Eduardo Bezerra, 53 anos, trabalha há 35 anos na praça da Igreja de Nossa Senhora das Dores. Ele conta que nas festas do tempo do governo Fernando Henrique Cardoso tirava diariamente cerca de 50 fotos de crianças e jovens montados em pequenos cavalos de madeira e couro. Na época do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o número de clientes passou para 100. Há um ano e meio, Bezerra investiu R$ 18 mil na compra de dois bois nelore e um cavalo manga-larga de fibra, estátuas de grandes dimensões. O movimento, porém, começou a diminuir. Ele diz que, no sábado e no domingo da romaria deste ano, fez apenas 20 fotos. Outro que também viu o número de clientes diminuir foi Antonio Ferreira da Silva, 48 anos. O fotógrafo relata que, na festa da celebração da morte de Padre Cícero, em julho, a redução de devotos já era visível. O jeito foi levar as estátuas de animais para vaquejadas de cidades vizinhas. A comerciante de artigos religiosos, Joana D´Arc Nunes, 50 anos, se queixa que investiu em mercadorias de preços superiores a R$ 50. Mas, na romaria deste ano, os devotos só demonstraram interesse em lembranças de R$ 1. "A crise atingiu foi muito o comércio", afirma. "Não vendi terços bons, pratarias e cristais", completa. "Não culpo só a Dilma pela crise. Ela está levando a culpa sozinha. O problema é maior, vem lá de fora e também daqui do sertão. A seca matou gado, acabou com a plantação dos devotos." A boa notícia para muitos romeiros veio no penúltimo dia da festa de Nossa Senhora das Dores. Em Brasília, o Bolsa Família ficou fora da lista de cortes anunciada pela equipe econômica.

O MESTRE (MSc) ALYSSON AMANCIO DE SOUZA
Alysson Amancio de Souza é professor, bailarino e coreógrafo. Professor Efetivo do Departamento de Teatro do Centro de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau - URCA (CE). Mestrando em artes cênicas no Programa de Pós Graduação em artes cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Especialista em Língua Portuguesa e Arte Educação na URCA (CE). Licenciado em Dança na UniverCidade (RJ). Graduado em Dança na Faculdade Gama Filho e no Colégio de Dança do Ceará. Fundador da Associação Dança Cariri. Diretor e Curador da Semana D da Dança - Festival Nacional de Dança do Cariri. Diretor e coreógrafo da Alysson Amancio Companhia de Dança. Autor do Livro "Memórias da Dança: Recortes de um movimento". Atuou como ator e bailarino na Companhia de Dança Janne Ruth, Grupo de Teatro Expressões Humanas, Adão Companhia de Dança e Esther Weitzman Companhia de Dança. Cumprimento, com entusiasmo, Alysson Amancio de Souza pela obtenção de seu título acadêmico de Mestrado (Master in Science, MSc), obtido no Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas, do Departamento de Artes (DEART) do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal. Ele defendeu brilhantemente, no último dia 24 de setembro, a Dissertação intitulada “E...5, 6, 7, 8: Reflexões sobre processos formativos em dança na contemporaneidade, perante uma banca composta pelas professoras: Dra. Teodora de Araújo Alves (orientadora), Dra. Karenine Porpino e Dra. Gilsamara Moura. Esperamos pela divulgação mais ampla de seu trabalho, especialmente na forma de livro que seguramente terá a indicação de obra didática para a formação dos novos valores, tarefa que Alysson desenvolve com grande empenho.

ESTUDOS E PESQUISAS
Ainda nos anos 70, os estudos e pesquisas sobre Pe. Cícero e o fenômeno religioso de Juazeiro do Norte conquistaram coração e mente de muitos estudiosos. Dentre estes, eu cito o Pe. Antenor de Andrade Silva, sacerdote salesiano que então dirigia o Colégio de Juazeiro do Norte. Ele redescobriu o grande arquivo herdado pela Congregação, como parte da herança histórica legada pelo Pe. Cícero após sua morte. Isto resultou numa infinidade de ações para melhor conhecimento deste acervo, dentre livros, monografias, dissertações e teses de doutoramento. Inclusive do próprio Pe. Antenor que publicou 4 livros preciosos para a revisão histórica destes temas. Bem recentemente o Pe. Antenor retornou a Juazeiro do Norte, como faz com certa periodicidade para nos trazer o seu quinto volume (Pe. Cícero: O Calvário de um profeta dos sertões - Maqisa, 2015, 209 páginas), obra muito bem realizada para continuar a sua trajetória de estudioso sobre nossa história. Mas, ele é inquieto e aceita provocações, como esta última que lhe fizeram, dentro da própria congregação e que o levará para nova jornada de estudos, em Roma. Para tanto, no final de outubro ele estará em Turim para o Congresso Mundial de Escritores Salesianos, e dali deverá ir para Roma, no início de novembro, provavelmente com acesso garantido ao Arquivo Secreto do Vaticano e ao Arquivo da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé (Santo Ofício). Desejamos ao Pe. Antenor muito sucesso nesta sua nova caminhada pela pesquisa que tanto o seduz dentre tantas atividades, para continuar contribuindo para toda esta causa.