sexta-feira, 30 de março de 2018

UMA CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO
(Por Floro Bartholomeu da Costa)
SEGUNDA PARTE: A INIMIZADE COM O DR. XAVIER DE OLIVEIRA
(- E como explica a inimizade tão acentuada do Dr. Antonio Xavier de Oliveira?)

“Esse moço é natural de Joazeiro do Ceará. Conheci-o quando ali cheguei em 1908, mas nunca fui seu íntimo, nem também seu desafeto, pois por ser ainda simples estudante, era-me indiferente essa criatura. Formado em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, entendeu esse moço de ser literato, e assim publicou o seu livro de estreia “Beatos e Cangaceiros”. Chegando às minhas mãos, lá no Joazeiro, esta obra, verifiquei que, do primeiro ao último capítulo, ele levianamente adulterava todos os fatos, não só os que se referiam aos costumes do povo daquela localidade, como também os que relacionaram com a revolução de 1914, a qual dirigi. Compreendo que não me era lícito consentir que um livro sem nenhum valor histórico pudesse ter curso válido como expressão da verdade, imediatamente dirigi telegramas a diversas personalidades conhecidas e conceituadas em nossas letras, entre outros aos srs. Drs. Afrânio Peixoto e Oscar Lopes, bem como ao Instituto Histórico da Bahia e à imprensa de quase todos os Estados, pedindo suspender qualquer juízo a respeito desta obra, até que eu publicasse um livro ou artigos provando de modo incontestável as inverdades nela contidas. Nem ao menos me referi ao valor literário da obra que, segundo a opinião geral, é um livro mal escrito: apenas fiz referência à sua nulidade como subsídio para a história pátria. Por este motivo, esse moço tornou-se meu inimigo, mas desses que só sabem agir à sombra. Acresce a circunstância de que, durante o último pleito presidencial do Ceará, do qual saiu triunfante o Dr. Justiniano de Serpa e derrotado o Dr. Belisário Távora, ele formou ao lado deste na esperança, conforme as informações que me foram dadas, de ser deputado estadual. Para a vitória de sua causa empregou todos os meios, até os mais levianos. Imagine o meu amigo que esse Dr. Xavier teve a coragem de dizer em entrevista, creio, no seu jornal, que, caso o Dr. Belisário não fosse reconhecido presidente do Ceará, o Cariri se separaria da Federação Brasileira! É o cúmulo, não acha? E tudo isso fazia garantindo exprimir o pensamento do meu venerando amigo padre Cícero Romão Baptista. Os telegramas por ele a este dirigidos eram os mais extravagantes, motivo pelo qual não os julgava dignos de resposta. Por isso mesmo acentuou-se mais a sua animosidade contra mim, supondo que o silêncio daquele ilustre sacerdote fosse devido à minha influência. Por todos estes motivos, e sobretudo por causa do meu público protesto contra as inverdades, o Dr. Xavier de há muito anunciara a campanha que ora está fazendo, qual seja a de andar de porta em porta dos jornais, de calçada em calçada da Avenida, a incomodar redatores e transeuntes, mostrando-lhes algumas fotografias (aliás, por mim mesmo mandadas tirar), nas quais apareço nos trajes por mim usados no tempo da luta, e pretendendo ridiculamente convencer a todo o mundo de que esse é o meu traje habitual. Ora, força é confessar, eu não podia dirigir em pessoa um movimento revolucionário, no qual ou era responsável por milhares de vidas, usando cartola e fraque, ou mesmo a borla e o capelo com que me doutorei em medicina. Quanto à demais acusações de haver eu cometido assassinatos aqui, ali, acolá, furtado cavalos e saqueado casas e quejandas, não merecem comentários, nem as julgo dignas de refutações. Eis, em ligeiros traços, os motivos e os únicos fundamentos da campanha de difamação do Sr. Dr. Xavier de Oliveira contra mim. Não lhe guardo, pelos bárbaros ataques que me têm dirigido, acobertado pela responsabilidade de um jornalista iludido, nenhum rancor, mesmo porque este moço já se acha castigado pela vergonha e pela decepção por que hoje passou, na Câmara, perante a 2ª comissão de inquérito, quando ali pretendia, com 8 votos, contestar o meu diploma! A ilustrada comissão repeliu “in limine” a estulta pretensão, que realmente constituía um desrespeito aos trabalhos preparatórios do Congresso.”

(Na próxima Coluna, a finalização do texto, tratando da intriga com o Sr. José Francisco Alves Teixeira).
O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
CINE JURIS (FAP, JUAZEIRO DO NORTE)
A Faculdade Paraiso do Ceará (FAPCE) está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri, embora seja restrito aos alunos desta Faculdade. A sessão para este mês acontece no dia 7, às 8:30h na Sala de Vídeo da Biblioteca, na Rua da Conceição, 1228, Bairro São Miguel. Informações pelo telefone: 3512.3299. Neste mês estará em cartaz o filme PLANETA DOS MACACOS A GUERRA (War for the Planet of the Apes, EUA, 2017, 140 min). Direção de Matt Reeves. Sinopse: Humanos e macacos cruzam os caminhos novamente. César (Andy Serkis) e seu grupo são forçados a entrar em uma guerra contra um exército de soldados liderados por um impiedoso coronel (Woody Harrelson). Depois que vários macacos perdem suas vidas no conflito e outros são capturados, César luta contra seus instintos e parte em busca de vingança. Dessa jornada, o futuro do planeta poderá estar em jogo.
CINE PARAÍSO (FAP, JUAZEIRO DO NORTE)
A Faculdade Paraiso do Ceará (FAPCE) está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri, embora seja restrito aos alunos desta Faculdade. A sessão para este mês acontece no dia 7, às 14h na Sala de Vídeo da Biblioteca, na Rua da Conceição, 1228, Bairro São Miguel. Informações pelo telefone: 3512.3299. Neste mês estará em cartaz, o filme O HOMEM QUE MUDOU O JOGO (Moneyball, EUA, 2012, 133 min). Direção de Bennett Miller. Sinopse: Billy Beane (Brad Pitt) é o gerente do time de baseball Oakland Athletics. Com pouco dinheiro em caixa e a ajuda de Peter Brand (Jonah Hill), ele desenvolveu um sofisticado programa de estatísticas para o clube, que fez com que ficasse entre as principais equipes do esporte nos anos 80.
IMAGENS ESQUECIDAS (X)
Provavelmente, a primeira procissão ao encerramento da festa da padroeira de Juazeiro, Nossa Senhora das Dores, realizada em 15.09.1918. Na imagem, o foco é o casario do lado par da Rua São Francisco, entre as ruas Grande (hoje Pe. Cícero) e a Rua São Pedro, lado Sul da então Praça da Liberdade (hoje Pe. Cícero Romão Batista). Ao fundo está a confluência das Ruas São Francisco e São Pedro, destacando-se em maior volume os dois edifícios (vis-a-vis) da loja das Beatas e da futura Farmácia Brazil (Dr. Belém). No ano anterior a primeira Paróquia havia sido criada, e o pároco era o Pe. Pedro Esmeraldo da Silva. Por algum tempo, nesses primeiros paroquiatos, o circuito dos cortejos se iniciava na lateral da igreja, tomando a rua da Matriz (antiga rua da Capela), subindo pela Rua São Pedro, continuando pela rua São Francisco (como na imagem se vê) para finalmente tomar a Rua Grande e descer até à Matriz. Nessas procissões o grande destaque nos acompanhamentos eram as confrarias religiosas, especialmente as femininas.
IMAGENS ESQUECIDAS (XI)
Essa imagem é a da formação do Batalhão Patriótico, constituído em Juazeiro do Norte, no início de março de 1926, com o propósito de defender o Ceará, na fronteira com o Piauí, trajeto anunciado da Coluna Prestes. Floro Bartholomeu o organizou e entregou a chefia ao Coronel Pedro Silvino de Alencar. No flagrante, o batalhão faz o seu primeiro desfile pelas ruas da cidade, passando no quarteirão da Rua Grande, entre as ruas São Francisco e Cruzeiro. No casario aí enfocado, vê-se mais ao fundo o velho casarão que pertenceu a José André de Figueiredo. (alguém anotou na imagem que seria o sobradão de Manoel Vitorino, mas há um equívoco. Outra anotação é que se trata de um aspecto em frente à Praça Pe. Cícero, quando na época era praça Alm. Alexandrino de Alencar. Por último há uma anotação sobre uma das pessoas, de nome Manoel) Calixto. Posteriormente esse casarão foi reformado por um novo proprietário, o alagoano Cel. Fernandes. Logo vizinho está a residência do comerciante Francisco Alencar, que posteriormente o venderia para a família Bezerra de Menezes. Destaco também o sobrado que na época pertencia a Fenelon Gonçalves Pita, onde posteriormente residiria um dos filhos, Antônio Gonçalves Pita, que o reformaria. Na apropriação seguinte, este sobrado foi comprado por Propércio de Castro Nogueira. Também se vê o prédio da já existente Farmácia dos Pobres.
IMAGENS ESQUECIDAS (XII)
Essa imagem nos chama atenção para uma cidade pacata, cujas ruas, de repente se flagraram vazias, qual cidade fantasma. Na calçada ainda uma roda de conversa com o pessoal de uma das moradias, na Rua São Pedro, entre as ruas do Cruzeiro e Nova (hoje av. Dr. Floro). Estamos em frente à Associação Comercial de Juazeiro do Norte. Isso tem cara de uma tarde quase sonolenta de domingo. A passos lentos, com seu chapéu eclesiástico e no rigor de sua batina preta, desce a rua, pela calçada dos números ímpares, o vigário Mons. Joviniano da Costa Barreto. Calçamento de pedra tosca com cavas laterais para as águas pluviais. Estamos em 1938, quatro anos depois da orfandade determinada pela morte do Patriarca. Postes de madeira levavam um pouco de energia para as residências entre o ocaso e as 21:00 horas, quando vinha um sinal e era o instante de acender velhos candeeiros a querosene jacaré. Duas construções altaneiras, dos tempos de Damião Pereira de Souza guarnecem a via, com seus olhares por sobre a velha praça, onde talvez haja algum movimento. Sobre, e nas imagens esquecidas de ruas e praças do Juazeiro, há um tempo que resiste ao tempo da melancolia.
ACERVO DE SETEMBRINO DE CARVALHO (I)
O Marechal Fernando Setembrino de Carvalho, nascido em 13.09.1861, em Uruguaiana, RS, e falecido no Rio de Janeiro, em 24.05.1947, foi nomeado Interventor no Estado do Ceará em meio à Sedição de Juazeiro. E lhe coube a ingente tarefa de Pacificar o Ceará. Logo depois foi nomeado Presidente do Estado, no período de 15.03 a 24.06.1914. Por ter participado desta fase crítica da vida do Estado, constituiu um grande acervo que mais recentemente foi incorporado ao arquivo do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro. A Consulta a este acervo é franqueada ao público, pela internet, inclusive com a observação direta, através de imagem fotográfica, de cada uma das peças documentais. Vamos nos ocupar nestas próximas edições em trazer uma relação, a mais completa possível, destes documentos importantes para a história de Juazeiro do Norte. A publicação da relação deste Acervo se fará por mês, iniciando-se por Fevereiro, 1914. À frente da descrição de cada documento este um número que é a data invertida. Assim, 1914.02.02, indica que o documento foi emitido em 2 de fevereiro de 1914.


DOCUMENTÁRIO DA SEDIÇÃO DE JUAZEIRO, 1913-1914.

ARQUIVO PESSOAL DE FERNANDO SETEMBRINO DE CARVALHO (FORTALEZA, CE), NO PERÍODO DE SUA INTERVENTORIA NO ESTADO DO CEARÁ. (ARQUIVO: CPDOC/FGV, Rio de Janeiro, RJ)

PARTE: 01

FEVEREIRO, 1914
1914.02.02: Telegrama de José Pinto do Carmo (Baturité, CE) a Fernando Setembrino de Carvalho (FSC) pedindo providências contra saques de jagunços no município de Quixadá que se encontra sem resistência.

1914.02.02: Telegrama de Bezerra (Quixadá, CE) a FSC informando que rabelistas embarcaram em Fortaleza, com destino a Senador Pompeu carregando armas e munições, e que no município de Quixadá o ambiente é de calma.

1914.02.04: Portarias assinadas por Hermes da Fonseca (Rio de Janeiro, DF) nomeando FSC, Inspetor da 4ª, 5ª, e 11ª Regiões.

1914.02.05: Cartas de Hermínio Barroso (Fortaleza, CE) a FSC pedindo proteção a sua casa contra ataque dos rabelistas.

1914.02.14: Telegrama a FSC (Rio de Janeiro, DF) dando notícias de sua família, e transcrevendo notícias de Iguatu, onde regimento comandado pelo Capitão (J. da) Penha foi atacado, retirando-se para Sussuarana com toda a força.

1914.02.14: Correspondência de Vespasiano Gonçalves de Albuquerque e Silva com FSC dando notícias da situação política no Ceará, e resposta deste, afirmando que cumprirá sua missão, informando que Pernambuco não se solidarizou com governo do Ceará.

1914.02.16: Telegrama de Vespasiano Gonçalves de Albuquerque e Silva (Rio de Janeiro, DF) a FSC informando que forças de Floro Bartolomeu ocuparam Iguatu, que as forças do coronel José Penha marcham sobre a capital, e que deve assumir logo o cargo de Inspetor das regiões.

1914.02.18: Telegrama de Castro Pinto (?, Paraíba) a FSC dando-lhe boas-vindas.

1914.02.18: Carta de Hermínio Barroso (Fortaleza, CE) a FSC informando das atitudes hostis dos rabelistas a sua pessoa.

1914.02.18: Correspondência de várias pessoas (Rio de Janeiro, Bahia) a FSC cumprimentando-o por sua nomeação para a Interventoria do Ceará.

1914.02.18: Telegrama de Vespasiano Gonçalves de Albuquerque e Silva (Rio de Janeiro, DF) a FSC informando que Irineu Oliveira em viagem de serviço a Iguatu, foi obrigado a se reter em Miguel Calmon pelo comandante das forças estaduais.

1914.02.19: Cópia de telegramas (?) (Rio de Janeiro, DF) a FSC sobre a intervenção no Ceará e movimento de tropas.

1914.02.19: Telegrama de Manuel Francisco Aguiar (Tianguá, CE) a FSC saudando-o, e informando que o tenente Correia Lima concentra soldados a fim de prender chefes locais e ameaçando propriedade.

1914.02.20: Carta de José Martiniano Peixoto de Alencar (Porangaba, CE) a FSC se apresentando.

1914.02.20: Carta de Carlos Torres Câmara (Fortaleza, CE) a FSC dando-lhe boas vindas.

1914.02.20: Cartas de Luciano M. Véras (Fortaleza, CE) a FSC informando as ocorrências na Rede de Viação Cearense e pedindo para que tome algumas providências a fim de evitar depredações no material e facilitar o cumprimento das ordens telegráficas.

1914.02.20: Carta de Marcus Franco Rabello (Fortaleza, CE) a FSC enviando cópia de carta que mandou a Hermes da Fonseca e Vespasiano de Albuquerque denunciando o capitão Polidoro Rodrigues Coelho de conspirar contra o seu governo.

1914.02.21: Carta de Manuel Rufino (Senador Pompeu, CE) a FSC pedindo garantia de vida e propriedade.

1914.02.21: Telegrama de José da Penha (Miguel Calmon, CE) a FSC desejando-lhe votos de que tenha êxito na luta pela pacificação do Ceará.

1914.02.22: Telegrama de Urbano Santos (?, MA) a FSC cumprimentando-o pelos novos serviços prestados à República.

1914.02.22: Carta de Hermínio Barroso (Fortaleza, CE) a FSC pedindo sua interferência a fim de acabar com as arbitrariedades da polícia estadual.

1914.02.22: Carta de Joaquim Miguel Simão (Senador Pompeu, CE) a FSC pedindo proteção a vida e a propriedade de 5 cidadãos portugueses residentes no município de Senador Pompeu.

1914.02.23: Correspondência de Benedito Passos (Fortaleza, CE) com FSC sobre as forças rabelistas e a situação da Estrada de Ferro.

1914.02.23: Telegrama de Raul Braga (Itaúna, CE) a FSC informando que o trem de passageiros passou por Itaúna às 16h 40m.

1914.02.23: Carta de Hermínio Barroso (Fortaleza, CE) a FSC enviando telegrama sobre o combate de Miguel Calmon e pedindo proteção a vida do Major Cassiano de Oliveira.

1914.02.23: Telegrama de Raul Braga (Senador Pompeu, CE) a FSC informando que o trem de passageiros partiu de Senador Pompeu às 9h 35m, e que as linhas telegráficas funcionam regularmente.

1914.02.23: Telegrama (?) (Senador Pompeu, CE) a FSC informando que o cel. Ananias se apoderou de uma máquina e partiu para Miguel Calmon.

1914.02.23: Telegrama de Vespasiano Gonçalves de Albuquerque e Silva (Rio de Janeiro, DF) a FSC autorizando-o a retirada da Força 49 se julgar necessário e informando sobre as depredações da Estrada de Ferro.

1914.02.23: Carta de Luciano M. Véras (Fortaleza, CE) a FSC enviando cópia do telegrama de Francis Reginald Hull que pede o comparecimento de 20 praças do exército à partida dos trens para o interior.

1914.02.23: Carta de Hermínio Barroso (Fortaleza, CE) a FSC enviando telegrama que informa do combate ocorrido na cidade de Miguel Calmon com as tropas rabelistas.

1914.02.23: Carta de Luciano M. Véras (Fortaleza, CE) a FSC enviando as cópias das comunicações telegráficas feitas pelo Superintendente da Companhia Arrendatária sobre as últimas ocorrências.

1914.02.24: Carta de Humildes Servas (Fortaleza, CE) a FSC pedindo que diminua o policiamento federal de Fortaleza, permanecendo apenas os que forem requeridos.

1914.02.24: Cartão de Uldário Cavalcanti a FSC informando que recebeu ordem telegráfica do ministro da Fazenda de entregar-lhe todos os volumes de armas e munições em seu poder, pertencentes ao Ministério da Guerra.

1914.02.24: Carta de Luciano M. Véras (Fortaleza, CE) a FSC enviando cópia de telegrama do fiscal da Estrada de Ferro de Sobral, informando do transporte de força armada nessa estrada.

1914.02.24: Carta de Marcos Franco Rabelo (Fortaleza, CE) a FSC protestando sua intervenção nos negócios de Estado, através de distribuição da força pública do exército por Fortaleza e a inspeção e apreensão de armas e munições das forças estaduais.

1914.02.25: Carta de Hermínio Barroso (Fortaleza, CE) a FSC pedindo intervenção da força federal a fim de desarmar as tropas rabelistas que deverão chegar a Fortaleza de madrugada.

1914.02.25: Telegrama de várias pessoas (Quixadá, CE) a FSC pedindo garantias as propriedades das famílias de Quixadá.

1914.02.25: Telegrama de Sebastião do Rego Barros (Rio de Janeiro, DF) a FSC informando que jornais comentam desfavoravelmente sua (FSC) atitude, e pedindo que publique nota combatendo acusação.

1914.02.25: Telegrama de Vespasiano Gonçalves de Albuquerque e Silva (Rio de Janeiro, RJ) a FSC reproduzindo telegrama enviado pelo ministro do Interior a Franco Rabelo, elogiando sua intervenção na pacificação do Ceará.

1914.02.25: Carta de FSC (Fortaleza, CE) a Franco Rabelo (Fortaleza, CE) pedindo que seus (FR) correligionários políticos respeitem a vida e a propriedade de seus adversários quando fora de combate. Inclui, em anexo, carta de Franco Rabelo afirmando que tomará as providência.

1914.02.25: Ofício de Francis Reginald Hull (Fortaleza, CE) a Luciano Veras pedindo que obtenha junto a FSC uma força armada para assistir a chegada do trem com a tropa estadual.

1914.02.25: Carta de João Brígido dos Santos (Fortaleza, CE) a FSC informando que as forças estaduais estacionadas em Humaitá partiram para Baturité, devendo chegar à noite em Fortaleza, e que ocorre grande perigo a casa de Hermínio Barroso.

1914.02.25: Telegrama de F. R. (Fortaleza, CE) a FSC informando a partida das forças governistas de Baturité, e da chegada a Senador Pompeu de 2.000 romeiros.

1914.02.26: Ofício da Inspetoria de Obras Contra as Secas (Fortaleza, CE) a FSC pedindo força federal para proteger esse órgão.

1914.02.26: Ofício da Associação Comercial do Ceará (Fortaleza, CE) a FSC pedindo a proteção da força federal para as casas comerciais. Em anexo, resposta de FSC.

1914.02.26: Carta de Hermínio Barroso (Fortaleza, CE) a FSC pedindo informações sobre a possibilidade de movimento de tropas armadas para o interior a fim de guarnecer alguns pontos da Estrada de Ferro, por onde deverão passar as forças revolucionárias.

1914.02.26: Telegrama de Vespasiano Albuquerque (Rio de Janeiro, DF) a FSC transcrevendo texto do telegrama enviado por Tomás Cavalcanti a Franco Rabelo, em que pede a sua renúncia do governo do Ceará, devendo entregar o poder ao governo federal que realizará nova eleição.

1914.02.26: Ofício de Franco Rabelo (Fortaleza, CE) a FSC comentando as medidas que foram tomadas pela força pública do exército, intervindo nos negócios do Estado.

1914.02.27: Telegrama de várias pessoas (Cangati, CE) a FSC pedindo garantias de vida.

1914.02.28: Cartas de Vespasiano Gonçalves de Albuquerque e Silva (Rio de Janeiro, DF) a FSC sobre o manifesto dos oficiais ao Club Militar e a posição política de FSC na pacificação do Ceará. Em anexo, resposta de FSC.

1914.02.28: Carta de Colombo Cordeiro (Fortaleza, CE) a FSC desejando-lhe inteligência e audácia na sua atuação no Ceará.

1914.02.28: Telegrama de José Alves de Oliveira (Tauhá, CE) a FSC informando dos saques em Senador Pompeu, e pedindo que tome providências.

1914.02.28: Telegrama de Grover Pijiles (Quixadá) a FSC pedindo proteção para o escritório do Campo de Demonstração Lavoura Seca no município de Quixadá, em virtude do encontro entre a tropa estadual e as forças revolucionárias.

1914.02.28: Carta de Luciano M. Véras (Fortaleza, CE) a FSC enviando cópia do telegrama do Superintendente Geral da South American Railway pedindo que sejam destacadas forças federais nas estações de Acarape, Baturité e Quixadá.

1914.02.28: Telegrama de Barbedo (chefe da Casa Militar) (Fortaleza, CE) a FSC pedindo proteção as propriedades de José Pinto e Genserico de Vasconcelos, em Baturité.
NOVOS CIDADÃOS JUAZEIRENSES
A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte acaba de conceder, mediante Resoluções votadas e aprovadas em sessões ordinárias, os seguintes títulos de cidadania juazeirense, para os quatro nomeados, abaixo:

RESOLUÇÃO N.º 893 de 22.03.2018: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadã Juazeirense à Ilustríssima Senhora FRANCISCA MASCLEIDE ALENCAR FEITOSA, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: José Adauto Araújo Ramos; Coautoria: Glêdson Lima Bezerra e Francisco Demontier Araújo Granjeiro; Subscrição: José Barreto Couto Filho, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Paulo José de Macêdo, Márcio André Lima de Menezes, Cícero José da Silva, Rubens Darlan de Morais Lobo, Antônio Vieira Neto, Herbert Bezerra de Morais, Rita de Cássia Monteiro Gomes, Auricélia Bezerra, Luciene Teles de Almeida e Jacqueline Ferreira Gouveia.

RESOLUÇÃO N.º 894 de 22.03.2018: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Ilustríssimo Senhor FLÁVIO ALVES SABINO, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: Francisco Demontier Araújo Granjeiro; Coautoria: Glêdson Lima Bezerra, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Jacqueline Ferreira Gouveia; Subscrição: José Barreto Couto Filho, Paulo José de Macêdo, Cícero José da Silva, Domingos Sávio Morais Borges, José David Araújo da Silva, José Nivaldo Cabral de Moura, José Adauto Araújo Ramos, Cícero Claudionor Lima Mota, Auricélia Bezerra, Luciene Teles de Almeida.

RESOLUÇÃO N.º 895 de 22.03.2018: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Ilustríssimo Senhor CÍCERO HEDILBERTO PEREIRA FILGUEIRA MACÊDO, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: Luciene Teles de Almeida; Subscrição: José Barreto Couto Filho, Paulo José de Macêdo, Cícero José da Silva, Domingos Sávio Morais Borges, José Tarso Magno Teixeira da Silva, José David Araújo da Silva, José Nivaldo Cabral de Moura, José Adauto Araújo Ramos, Cícero Claudionor Lima Mota, Rubens Darlan de Morais Lobo, Francisco Demontier Araújo Granjeiro, Auricélia Bezerra, Rita de Cássia Monteiro Gomes e Jacqueline Ferreira Gouveia.

RESOLUÇÃO N.º 896 de 22.03.2018: Art. 1.º - Fica concedido Título Honorífico de Cidadã Juazeirense à Ilustríssima Senhora MARIA DAS DORES GUILHERME PINHEIRO, pelos inestimáveis serviços prestados a esta comunidade. Autoria: Rita de Cássia Monteiro Gomes; Subscrição: José Barreto Couto Filho, Paulo José de Macêdo, Cícero José da Silva, José Tarso Magno Teixeira da Silva, José David Araújo da Silva, José Nivaldo Cabral de Moura, José Adauto Araújo Ramos, Rubens Darlan de Morais Lobo, Francisco Demontier Araújo Granjeiro, Glêdson Lima Bezerra, Márcio André Lima de Menezes, Herbert de Morais Bezerra, Auricélia Bezerra, Luciene Teles de Almeida e Jacqueline Ferreira Gouveia.

sábado, 24 de março de 2018



UMA CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO
(Por Floro Bartholomeu da Costa)
PRIMEIRA PARTE: A MORTE DO CAPITÃO J. DA PENHA
A título de contribuição ao documentário das questões políticas e sociais, ao longo da história de Juazeiro do Norte, passaremos a transcrever um texto contido na edição de Gazeta de Notícias (RJ), de 19.04.1921, publicação que segundo o periódico procura desfazer “acusações apaixonadas”. Ao iniciar, o jornal firma que são declarações que o próprio Floro faz, “a propósito das acusações que tem sido arguidas contra o sr. Floro Bartholomeu, candidato diplomado à deputação pelo 2º distrito eleitoral do Ceará. s. sia. para desfazê-las”. neste primeiro segmento, o deputado trata da morte do Capitão José da Penha Alves de Souza (*São José de Angicos, RN: 13.05.1875; +Miguel Calmon,CE: 22.02.1914). Vamos ao texto.
“- Tenho acompanhado a campanha de difamação levantada contra mim por um vespertino, e não é sem repugnância que vou me prestar a responder as perguntas da entrevista gentilmente solicitada pela ilustrada redação da “Gazeta de Notícias”. Como sabe, o redator chefe daquele vespertino é sobrinho do falecido Capitão J. da Penha, morto em combate, em Miguel Calmon, no Ceará, em Fevereiro de 1914, quando comandava as forças que o presidente Franco Rabello mandara ao encontro das forças revolucionárias vindas de Joazeiro. Iludido na sua boa fé por exploradores políticos que se querem aproveitar de seu jornal para os seus fins tendenciosos, aquele jornalista está convencido de que eu fui responsável pela morte do seu inditoso parente. A mais ligeira exposição dos fatos será bastante para fazer ver o erro em que laboram... Antes de tudo, é preciso dizer que eu não comandava em pessoa os contingentes revolucionários que, pela última vez, bateram em Miguel Calmon a polícia do Estado, porquanto eu me achava, naquele momento, na cidade de Joazeiro, a quarenta léguas do local da ação. Exerciam, por delegação minha, o comando dos revolucionários, naquela sangrenta refrega, o Coronel Pedro Silvino de Alencar, então deputado estadual e atual prefeito do município de Araripe, e o Dr. José de Borba Vasconcellos, professor da Faculdade de Direito de Fortaleza, e atualmente candidato do partido do Dr. Belisário Távora à representação federal, e neste momento presente nesta capital para contestar o diploma do Dr. Marinho de Andrade. Mas, assim posta de parte a minha responsabilidade pela morte do brioso militar, é justo acrescentar que nem mesmo sobre esses meus então companheiros de luta pôde recair a menor odiosidade ou ressentimento por parte da família do Capitão J. da Penha, pois a sua morte foi o resultado, como adiante narrarei, da sua imprevidência, aliás peculiar aos homens dignos e destemidos como ele o era. O fato ocorreu do seguinte modo. Na tarde de 24 de Fevereiro de 1914, os referidos chefes revolucionários fizeram seguir, de Affonso Penna para Miguel Calmon, o reduto do Capitão J. da Penha, um grande contingente, dividido em grupos, sob o comando de diversos subordinados, acompanhados de um guia. Sucedeu que, alta noite, em meio caminho, esse guia, fosse traição ou covardia, fugiu abandonando os grupos que guiava. Estes, palmilhando um terreno completamente desconhecido, marcharam na escuridão da noite, sem rumo certo. Ao amanhecer do dia seguinte, um domingo, cerca de seis homens, quando menos esperavam, os primeiros grupos, a meia légua de distância das ruas de Miguel Calmon, toparam com os inimigos em uma das trincheiras ali levantadas, travando-se imediatamente forte tiroteio. Nesta ocasião, outros comandados do Capitão Penha abandonaram outra trincheira onde se achavam, e foram em auxilio dos seus companheiros em luta. Ao mesmo tempo, um grupo de cinco homens de nossas forças, que na marcha se tinha desgarrado dos outros, vindo por lado diferente, chegava à trincheira abandonada, e ali parava, ignorando onde se achava à espera de outros companheiros. Pouco depois, viram aqueles homens, aproximando-se dessa trincheira, o Capitão Penha, fardado, a cavalo, desacompanhado. Os aludidos cinco homens, vendo-o, julgaram ser um soldado qualquer, e prepararam-se para disparar contra ele as suas armas. Ato contínuo, o Capitão Penha saltou do cavalo perto deles, e sacando de uma pistola de uso militar, disse: “Não me atirem, que não sou um canalha!” ou “Não me atire, canalhas!” recebendo neste momento os tiros que infelizmente o mataram. Então, os homens tiraram-lhe o “capote” que vestia, e encontrando em um dos bolsos a quantia de um conto e cem mil reis, dividiram entre eles a importância achada. Pela farda, reconheceram ser um oficial, mas não supuseram tratar-se de J. da Penha. E porque já era intenso o fogo em outros pontos, abandonaram a trincheira e dirigiram-se para o local da luta. Pouco depois da saída deste grupo que o vitimou, sobreveio um outro maior que, encontrando o cadáver, retirou do bolso da blusa, uma “chatelaine” de ouro e duas cartas, uma do Dr. Paula Rodrigues e outra do Coronel Costa Souza, então secretário da fazenda – cartas essas que foram publicadas no “Unitário” (jornal do Coronel João Brígido) – e de um dos dedos do morto, um anel de aliança. Recrudescendo o combate, que foi renhido, cada grupo de revolucionários tomou rumo diferente, conforme exigiam as circunstâncias da luta, e só no dia imediato, segunda feira, encontraram-se todos novamente em Affonso Penna, cinco léguas distante do lugar do combate, para onde voltaram durante a noite, depois de terminada a luta com o recuo dos inimigos. À noite, em Miguel Calmon, não aparecendo o Capitão Penha, os seus amigos sobressaltados resolveram procura-lo, sendo o seu cadáver finalmente encontrado, pela madrugada, no referido ponto onde falecera. Conduzido para o povoado, foi transportado depois em trem especial para a Fortaleza. E foi somente neste dia, segunda feira, que o Coronel Pedro Silvino e o Dr. José de Borba, em Affonso Penna, tiveram pelo telefone conhecimento da lastimável morte do malogrado oficial. Na terça-feira, seguiram as forças revolucionárias para Miguel Calmon, já então abandonado pelas forças governistas, e dali, não tendo mais com quem lutar, foram ocupando sem resistência as localidades que marginam a Estrada de Ferro de Baturité. Depois da Intervenção, quando voltaram ao Joazeiro as forças revolucionárias, foram-me entregues a “chatelaine” e o anel do Capitão J. da Penha pelos indivíduos que deles tinham apoderado, e pelos mesmos relatada minudentemente toda a ocorrência, inclusive a distribuição entre os mesmos da importância encontrada, e a entrega da pistola do Capitão Penha ao Coronel Pedro Silvino de Alencar. Os dois objetos que me foram entregues, por minha vez restitui-os, em Fortaleza, ao sogro do Capitão J. da Penha, por intermédio de amigos seus, dos quais tenho recibo. Portanto, meu caro amigo, em vista do que acabo de lhe historiar, e que é a verdade nua e crua, que responsabilidade posso ter eu pela morte deste moço, para ser tão selvagemente atacado pelo jornal de seu parente? Hão de convir todos os que me lerem que a imprevidência e a temeridade de Capitão J. da Penha foram as verdadeiras causas de sua morte: se ele, em vez de se destacar andando a cavalo, fardado de oficial, sem acompanhamento em pleno campo de luta, tivesse usado das precauções que eu usei em diversas conjunturas perigosas daquela campanha, adotando o traje comum dos combatentes, “até mesmo o de cangaceiro” (circunstância pela qual sou agora tão absurdamente incriminado) talvez a sua vida tivesse sido poupada. Finalmente, se o redator-chefe do “Rio-Jornal” está de boa fé, tão somente iludido pelas informações de dois inimigos pessoais que tenho a felicidade de possuir, o Dr. Antonio Xavier de Oliveira, autor do livro “Beatos e Cangaceiros” e o coronel José Francisco Alves Teixeira, ex-negociante do Crato, presente nesta Capital, não terá mais o direito de agredir-me pelo seu jornal. Se porém apesar desta minha afirmativa, continuar no mesmo diapasão de insultos, não mais lhe será lícito alegar que o móvel de sua irritante atitude contra mim seja justificável por uma questão de sangue, de família, pela morte enfim do seu estremecido parente, cuja memória muito respeito.” 

Observações: 1) O local da morte do Capitão J. da Penha era originalmente denominado São Bento. Posteriormente, em homenagem ao engenheiro construtor da estação ferroviária no local, o distrito passou a ser chamar de Miguel Calmon, e em 23.09.1907 foi anexado ao município de Senador Pompeu. Hoje é denominado de Ibicuã. 2) Quem foi identificado como o executor de J. da Penha foi o jagunço José Pinheiro. 3) A expressão “chatelaine” usada no texto, objeto muito típico na Europa, entre os séculos XVI e XIX, era um pingente decorativo usado na lapela, do “capote” que J. da Penha vestia, quando faleceu. 

(Na próxima Coluna, em 31.03, a continuidade do texto, tratando da intriga com o Dr. Antonio Xavier de Oliveira).

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINE GOURMET (FJN, JUAZEIRO DO NORTE)
A Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) agora também está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri. As sessões são programadas para as terças feiras, de 13:30 às 15:30h, no Laboratório de Informática do Bloco I, na Rua São Francisco, 1224, Bairro São Miguel, dentro do seu Projeto de Extensão denominado Cine Gourmet, sob a curadoria de Renato Casimiro. Informações pelo telefone: 99794.1113. No próximo dia 27, terça feira, estará em cartaz, o filme 
COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE (Como agua para chocolate, México,1992, 123min). Direção de Alfonso Arau; Sinopse: Tita (Lumi Cavazos) nasceu na cozinha do rancho de sua família, quando sua mãe (Regina Torné) estava cortando cebolas. Logo em seguida seu pai morre de um ataque cardíaco fulminante, por ter sua paternidade questionada. Com isso Tita é vítima de uma tradição local, que diz que a filha mais nova não pode se casar para que cuide da mãe até sua morte. Ao crescer Tita se apaixona por Pedro Muzquiz (Marco Leonardi), que deseja se casar com ela. Sua mãe veta o matrimônio, devido à tradição, e sugere que ele se case com Rosaura (Yareli Arizmendi), a irmã dois anos mais velha de Tita. Pedro aceita, pois apenas assim poderá estar perto de Tita.

CINE CAFÉ VOLANTE (COMUNIDADE DO SÍTIO MONTE,
CARIRIAÇU)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café Volante, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no dia 27, terça feira, às 19 horas, na Comunidade do Sítio Monte, em Caririaçu, o filme WALL-E (Wall-E, EUA, 2008, 98min.). Direção de Pixar Animation Studios. Sinopse: Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que se mantém em funcionamento graças ao autoconserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso, Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada.
TRADIÇÃO
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na quintas feira, dia 29, às 19:30 horas, dentro da Mostra de CINEMA, acatando SUGESTÕES dos frequentadores, o filme QUANDO FALA O CORAÇÃO (Spellbound, EUA, 1945, 118min). Direção de Alfred Hitchcock. Sinopse: A dra. Constance Petersen (Ingrid Bergman) trabalha como psicóloga em uma clínica para doentes mentais. O local está prestes a mudar de direção, com a substituição do dr. Alexander Brulov (Michael Chekhov) pelo dr. Edward (Gregory Peck). Ao chegar o dr. Edwards surpreende os médicos locais pela sua jovialidade e também por seu estranho comportamento. Logo Constance descobre que ele é na verdade um impostor, que perdeu a memória e não sabe quem é nem o que aconteceu com o verdadeiro dr. Edwards.
CINE CAFÉ VOLANTE (CASA GRANDE, NOVA OLINDA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Nova Olinda (Fundação Casa Grande), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 30, sexta feira, às 19 horas, o filme O ILUMINADO (The shining, EUA, 1980, 146min). Direção de Stanley Kubrick. Sinopse: Durante o inverno, um homem (Jack Nicholson) é contratado para fi car como vigia em um hotel no Colorado e vai para lá com a mulher (Shelley Duvall) e seu fi lho (Danny Lloyd). Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo que seu fi lho passa a ter visões de acontecimentos ocorridos no passado, que também foram causados pelo isolamento excessivo.
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na sexta feira, dia 30, às 19:30 horas, dentro da Mostra de CINEMA, acatando SUGESTÕES dos frequentadores, o filme INDIANA JONES E OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA (Raiders of thew lost ark, EUA, 1981, 118min). Direção de Steven Spielberg. Sinopse: Em 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contratado para encontrar a Arca da Aliança, que segundo as escrituras bíblicas conteria "Os Dez Mandamentos" que Deus revelou a Moisés no Monte Horeb. Mas como a lenda diz que o exército que a possuir será invencível, Indiana Jones terá um adversário de peso na busca pela arca perdida: o próprio Adolf Hitler.
IMAGENS ESQUECIDAS (VII)
Um dos problemas identificados na busca de registros fotográficos de Juazeiro do Norte é a inversão da então negativa, quando da sua reprodução. É o que se verifica nessa imagem, cujo fotógrafo, segundo o depositário (CPDOC/FGV, RJ) seria o sr. Ildefonso Simões Lopes, em 1922. A foto como está arquivada é a da esquerda, veja-se pela logomarca. Contudo, ela só seria a imagem da realidade, conforme a inversão, da direita. Trata-se de um pequeno trecho do início da Rua São José, onde se vê o que poderia ter sido o Palácio Episcopal, do planejado Bispado do Ceará, sonhado pelo Pe. Cícero, e junto uma moradia construída anexa, na mesma época. Aí residiu por algum tempo os padres salesianos e franciscanos que vieram se instalar em Juazeiro, bem como foi morada para a família do escultor Agostinho Balmes Odísio. A terceira construção serviu nos anos 30 para o Instituto Dom Vital e depois Instituto Salesiano, primeira instalação do atual Colégio Salesiano.
IMAGENS ESQUECIDAS (VIII)
Esta foto também integra um pequeno álbum de fotografias da viagem do deputado paulista Paulo de Moraes e Barros, nas companhias de Ildefonso Simões Lopes e do General Cândido Rondon. Nela a igreja no seu aspecto original, quando da construção pelo Pe. Cícero, em substituição a velha capelinha, do tempo do Brigadeiro Leandro Bezerra. De original, o aspecto lateral esquerdo da igreja, pois em fotografias outras, desta mesma época, não se tinha a visão da construção lateral, em dois pavimentos. Uma reforma posterior levou a construção neste local da capela do Santíssimo Sacramento, que já foi decorada pelo escultor Agostinho Balmes Odísio. Logo em seguida, mais ao fundo, são vistas as construções da futura casa paroquial (ainda sem a vizinhança com o Círculo Operário) e mais ao fundo se vê a residência da família de Dirceu Inácio de Figueiredo.
IMAGENS ESQUECIDAS (IX)
Nessa imagem está reproduzida como era o canto das ruas do Brejo com a Rua Pe. Cícero, com estreita passagem para a rua de trás, a São José. Nessa época, a passagem para o Salgadinho e o acesso da estrada para São Pedro da Serra (Caririaçu) estava mais para a direita, e oculta na imagem. Note-se que ao fundo se vê a elevação da serra do Catolé, com algum destaque para o volumoso casarão do Pe. Cícero em seu topo. A origem é a mesma das anteriores, pelo fotógrafo Ildefonso Simões Lopes, em 1922. Ildefonso Simões Lopes era um gaúcho de Pelotas, deputado federal por seu Estado. Foi ministro de estado dos negócios de Agricultura, Indústria e Comércio, no governo de Epitácio Pessoa, entre 1919 e 1922. Esteve em Juazeiro pouco depois que deixou o ministério, integrando uma comissão de estudos no Nordeste, na companhia do marechal Rondon, políticos e técnicos.

sábado, 17 de março de 2018

UM EPISÓDIO ÉPICO:
AS AVENTURAS DO BÁRBARO
CANGACEIRO ZÉ PINHEIRO
Francisco Fernandes do Nascimento

A história que eu vou contar, ouvi-a em menino, depois adolescente e agora já a caminho da maturidade. Ouvi-a dezenas, talvez centenas de vezes, e jamais perdeu o sabor de novidade, e os heróis que a viveram continuaram na admiração do menino, do rapaz e do homem feito. Ouvi-a de meu pai, aquele que nela foi, sem dúvida, uma das figuras mais salientes. É um capítulo à parte da história sangrenta que convulsionou o Ceará em 1914, quando o caudilhismo imperava no interior do Brasil com o beneplácito do próprio Governo central – uma revolução de sangue que custou muitas vidas, inclusive a de um oficial dos mais brilhantes e que tem hoje o seu nome numa das ruas de Fortaleza: J. da Penha. Não irei analisar as causas que determinaram a Rebelião de Juazeiro contra o General Franco Rabelo, então à frente do Governo do Ceará, após aquele oficial haver derrubado uma oligarquia de vários anos. Direi apenas, baseado nos fatos históricos, que o Padre Cícero, o levita cearense, para enfrentar o Governo que o hostilizava e contra o qual afinal se revoltou, viu-se obrigado a utilizar, para a formação do seu exército de jagunços, não só aqueles que lhe devotavam respeito e obediência cega, mas também os celerados que àquela época infestavam os sertões nordestinos. Vitoriosa a revolução, com a deposição do Presidente do Estado pelas forças dos jagunços dirigidas pelo médico Floro Bartolomeu da Costa, Secretário e homem de confiança do Padre Cícero, de cujo prestígio se valeu mais tarde para se eleger deputado federal pelo Ceará, e bem assim pelo Dr. José de Borba, constituinte de 1946, as hordas heterogêneas regressaram a Juazeiro. Os bem-intencionados ensarilhavam seus trabucos, guardaram os seus punhais e os substituíram pelo rosário. Os outros, os que saquearam durante a arrancada do fundo do sertão para o litoral, não fizeram o mesmo. Pretendiam continuar roubando, matando, transformando a cidadezinha pacata e ordeira no “far west” do tempo da corrida do ouro californiano.

UM HOMEM DE CORAGEM
Habituado à obediência absoluta do rebanho que dirigia com mansuetude e carinho paternal há quase meio século, o Padre Cícero viu periclitar sua autoridade no seio dos celerados desenfreados, que tinham como chefe Zé Pinheiro, o mais temível e desalmado bandoleiro alagoano, o qual, pela sua valentia, tivera parte saliente nos combates dos revoltosos contra as forças legais. Decidido, porém, a fazer com que voltasse o império da lei e da ordem à terra que fundara, o velho sacerdote escolheu para isto um homem da sua confiança, honesto e não menos corajoso, a quem nomeou Delegado de Polícia e de quem exigiu mão de ferro para a realização da obra de expurgo dos elementos indesejáveis. Quintino Feitosa aceitou o mandato que lhe outorgava o amigo e guia espiritual, muito embora soubesse das dificuldades que teria de arrostar, pondo em risco a própria vida. Não podia contar com a Polícia, necessitando, assim, recrutar homens de boa-vontade e valentia, entre uma minoria de honestos. Conseguiu menos de uma vintena (sua valente e fiel esposa, inclusive) para enfrentar uma horda de mais de mil. Meu pai figurava entre os nomes desses heróis, dos quais restam uns poucos, perdidos nesse mundo de Deus. Não contava mais de 17 anos e já possuía quase 3 anos da experiência amarga do uso do bacamarte e do rifle na luta contra os poderosos. Com 14 anos, apenas, com o pai e os irmãos, defendera o seu clã na Alagoa do Monteiro, Paraiba, ameaçada e, por fim, invadida pelos cangaceiros do Dr. Santa Cruz, poderoso caudilho dos sertões do Nordeste do começo do século. Perseguira Antônio Silvino, bandoleiro tão famoso quanto Lampião, e fora por fim parar em Juazeiro, atraído talvez pelo seu espírito de aventura e por saber também estar ali um parente precisando da sua coragem e da sua lealdade. A investidura de Quintino Feitosa foi assinalada por hostilidades e desacatos de Zé Pinheiro e seus apaniguados, que numa atitude acintosa à autoridade e ao Padre Cícero se tornaram mais ousados. Quintino, porém, não era homem para ser desmoralizado. Possuía uma tradição de valentia, herdada dos seus antepassados dos Cariris Velhos, Paraíba. Aos atos de desrespeito e provocação dos celerados, respondeu com medidas saneadoras e drásticas, recolhendo ao xadrez, aqueles em que podia deitar a mão.

DEZOITO CONTRA MAIS DE MIL
Animados pela vantagem numérica que possuíam sobre aqueles pouquíssimos mantenedores da lei, sabendo, por outro lado, que a própria Polícia estava do seu lado, Zé Pinheiro e seu bando resolveram levar a cabo uma façanha mais ousada. Atacaram a Coletoria Estadual, que tinha como Coletor o Coronel Francisco Neri da Costa Morato, cunhado de Quintino e do engenheiro Teógenes Rocha, que iria, mais tarde, dirigir a Rede Viação Cearense e, por fim, a Central do Brasil. A coragem do delegado e dos seus companheiros transformou, todavia, o ataque dos bandoleiros num enorme conflito, com ação em toda a cidade e a duração de nada menos de 23 horas. Durante um dia e uma noite o punhado de corajosos, que não chegava a uma vintena, enfrentou mais de mil inimigos. Os ataques se sucediam em cargas de bacamarte e rifle, primeiro contra o baluarte que foi a Coletoria, depois contra a casa de Quintino. Era uma luta desigual, que só o milagre da valentia mantinha acesa por tanto tempo.

OS NOMES DOS HEROIS
Eram sete, apenas, os defensores da Coletoria: Cícero Jose do Nascimento (meu pai), José Joaquim Grande (hoje oficial da Polícia Alagoana), seu irmão João Joaquim Grande (assassinado em 1915 na cidade de Missão Velha, Ceará, por mariano Delfino), Manuel Belarmino (falecido), Santo Catingueira (assassinado anos depois), João Germano, Mário I (assassinado em Pesqueira, Pernambuco). Defendiam a casa de Quintino nove homens e duas mulheres. Eis os nomes desses valentes, que escreveram a mais bela e eloquente página de coragem de que há exemplo: João Batista, Antônio Romeiro I, Miguel Marinho, Antônio Romeiro II, Velho Martins, Leobardo de tal, Mário II (que doente de varíola lutou como um bravo), Luís Batista, Quintino Feitosa, sua esposa Agostinha da Costa Morato Feitosa e Petronília, filha adotiva do casal.

O ATAQUE
O ataque começou na Coletoria, às últimas horas de um dia de feira. Eram ondas sucessivas, os bandoleiros investiram com fúria sobre o reduto; recuavam ante a reação tremenda dos seus defensores, para depois avançarem novamente, num vaivém infernal, ajudados, também, pelo Polícia, que veio engrossar o seu contingente. Tomando conhecimento de que a Coletoria estava na iminência de cair em poder de Zé Pinheiro e do seu grupo, levados sem dúvida pela possibilidade de saques, Quintino enviou para ali alguns dos seus homens, desfalcando, assim, o seu já minguado elemento humano. Compreendendo o que se passava, os atacantes ampliaram o campo de luta, com uma investida furiosa de um grupo numerosíssimo contra a residência do delegado Quintino, as duas mulheres e os sete companheiros lutavam como feras. Os atiradores corriam de um canto para outro, fazendo fogo contra os inimigos, para dar-lhes, assim, a ilusão de que muitos eram os que lhes ofereciam combate.

CAI O PRIMEIRO BALUARTE
A fuzilaria de prolongou pelo resto da tarde, durou toda a noite e grande parte do dia seguinte. As primeiras horas da noite do primeiro dia, caiu a Coletoria Estadual. Os sete homens que defendiam há várias horas compreenderam que seria suicídio continuar lutando. Mas, não queriam, por outro lado, entregar-se inermes aos seus inimigos. Concentraram, então, seus fogos contra os sitiantes que já ameaçavam invadir o prédio, saltaram, no meio da rua, os rifles, matraqueando. Foi um golpe que pegou de surpresa os bandoleiros. A indecisão destes, que durou apenas alguns segundos, valeu-lhes, porém, a vida. A casa do Padre Cícero estava localizada perto. Puderam alcançá-la e foram recolhidos, com exceção do meu pai, que ao chegar ali já encontrou as portas cerradas. Revoltados com o logro em que caíram, Zé Pinheiro e seus asseclas concentraram todo o seu ódio contra aquele que não pudera penetrar no abrigo seguro do padre e o cobriram com uma chuva de balas. Meu pai sobreviveu, porém, ao ódio dos cangaceiros. Logrou, felizmente, atingir a Boca das Cobras, escondendo-se no meio do mato. Morto de fome, sede e cansaço, rumou dali, protegido pela escuridão da noite, para a casa de Quintino, nas Malvas, orientado pelo ruído da fuzilaria. Na manhã seguinte também ali chegavam os seus bravos companheiros que haviam passado a noite na residência do Padre Cícero. 

A MORTE DE QUINTINO
18 eram agora os defensores da casa de Quintino, para lutarem contra mais de mil. Por volta das 15 horas recrudesceu o ataque. Sitiados por um bando cada vez mais impetuoso e feroz, permanecia, no entanto, o punhado de bravos com o moral alevantado, até que tombou o seu querido e valoroso chefe, atingido por uma bala inimiga. Morto Quintino, acabrunhados e sem ânimo, os seus companheiros se reuniram numa assembleia de alguns segundos em torno do cadáver e sob o fogo da artilharia dos atacantes. Decidiram fazer a retirada. D. Agostinha tomou o rifle do companheiro leal, arrastou pelo braço o filho moribundo e deu início à retirada heroica. A arma, que momentos antes vomitara fogo nas mãos de Quintino, não silenciou em poder de sua esposa. À proporção que se afastava da casa onde deixara o marido, a nobre senhora, juntamente com os companheiros do corajoso e malogrado delegado, atirava incessantemente contra os bandoleiros. Pouco adiante, completada a retirada, na qual não se verificou uma única baixa, os heróis se dispersaram. D. Agostinha escondeu-se no mato durante o resto da tarde e à noite estava de volta à casa do padre Cícero, levando nos braços o filho morto. Os demais foram homiziar-se na residência de Senhor Dantas, rico proprietário do município de Missão Velha.

FESTA DE BARBAROS
À dor de D. Agostinha, ao perder o esposo e o filho, veio juntar-se outra: a de saber que fora violado o cadáver de Quintino. Foi um ato de selvageria inominável, que encheu da mais justa revolta o Padre Cícero, fazendo-o sair de sua casa para recriminar o seu autor. O atentado verificou-se minutos após os 17 combatentes abandonarem a residência de Quintino, no interior da qual deixaram o seu corpo inerte. À frente dos seus asseclas, Zé Pinheiro invadiu a casa guardada apenas pelo cadáver ainda quente, e, em meio a esgares de ódio e de triunfo da turba desenfreada e assassina, Zé Pinheiro sacou uma enorme e afiada faca e de um golpe certeiro arrancou o lábio superior do seu inimigo morto, carregando em triunfo o troféu macabro e sangrento. Na primeira venda que encontrou no seu caminho, mandou que lhe servissem cachaça. Posta a bebida sobre o balcão sujo, Zé Pinheiro introduziu no copo o lábio ensanguentado que ele arrancara ao cadáver e, em seguida, sorveu, de um trago, a aguardente de mistura com o sangue de sua vítima. Risos alvares e selvagens acompanharam a cena que iria se repetir por várias vezes, num festim macabro. Minutos depois, o Padre Cícero vinha a ter conhecimento do que se passava. Tomado de incontida revolta, o velhinho alquebrado e manso pediu que o levassem a ter com Zé Pinheiro. Sua presença foi o bastante para pôr fim à bacanal de sangue e de álcool. Embora bêbados, os bandidos estacaram. O sacerdote marchou em direção a Zé Pinheiro e exprobou o seu crime, dizendo-lhe, de maneira que não deixava dúvidas, que para ele não havia mais lugar em Juazeiro. Acovardados, os celerados se retiraram cabisbaixos, batidos pela força que, de repente, transfigurara num gigante e mirrado e doce asceta. Zé Pinheiro não ousou desobedecer à ordem do Padre Cícero. Viajou para Alagoas, onde veio a ter um fim perverso e trágico. Eis como Xavier de Oliveira, no livro “Beatos e Cangaceiros” se refere à morte do desalmado bandido: “Nas Alagoas, alguns meses depois, uma mulher terrível mandou Zé Pinheiro buscar a orelha de uma amante de seu marido. Mas, ao invés de uma, dentro em pouco ele entregou-lhe duas!... Num engenho de açúcar, em Água branca, naquele Estado, ele estava depois do crime. Uns cabras, seus patrícios, o cercaram e, pegando-o de jeito, prostraram-no por terra, ferido mortalmente. E cumprindo ordens... começaram logo a tirar-lhe o couro. Depois de esfolado, esquartejaram-no e, como de praxe, ali, meteram-no, a seguir, numa fornalha... Quintino, cuja língua quis ele comer com aguardente, estava vingado... Findou assim esfolado, esquartejado e queimado o maior bandido dos sertões do Nordeste.”

(Fonte:

GUERRA AO PADRE CÍCERO
Vasculhando em antigos jornais, eis o que encontro no velho A LANTERNA, Rio de Janeiro, 30.10.1916, no seu serviço noticioso do Estado da Paraíba: uma circular de Dom Moysés Coelho, bispo de Cajazeiras, a seu clero, recomendando-lhe coisas verdadeira e sensatamente truculentas contra o famoso padre Cícero Romão Baptista, de Joazeiro, no Ceará. O caso é interessante. A quantidade de afilhados (sim, senhores, afilhados, simplesmente) que o velho padre Cícero tem pelos sertões é alarmante. Sucede que o padre não pode ir servir de padrinho por toda a parte. Esse inconveniente é obviado por um expediente muito simples: o futuro padrinho distribui por aqueles sertões procurações a granel para que outros sirvam de padrinho em nome deles. O bispo de Cajazeiras então avisou ao clero de que, de acordo lá com umas tantas leis canônicas, o padre Cícero não podia ser padrinho de criança nenhuma naquele bispado. Por que? Por isso, como diz o prelado: “Cumpre dar combate ao funesto fanatismo de Joazeiro, que será naturalmente fomentado, se tolerada for a praxe de admitir como padrinho o padre Cícero, que se faz representar nessas abusivas procurações.” Mais abaixo recomenda o mesmo bispo a seus padres que “por ocasião de batizar, se recusem, quanto possível for, a aceitar o nome de Cícero se, após minuciosas informações perceberem que a única razão de porém às crianças esse nome, seja a fanática devoção ou a supersticiosa simpatia à pessoa do padre Cícero.” Está bem visto que, se os padres de Cajazeiras tomarem a peito cumprir rigorosamente este último dispositivo do mandamento episcopal, não haverá d'agora em diante nem mais um Cícero; porque o caboclo do sertão quando deseja que seu filho se chame Cícero, com certeza não é em homenagem ao inimigo de Catilina, mas pura e simplesmente por “devoção supersticiosa” ao padre cearense, o único Cícero de que eles tem notícia... Meu velho Renan, como eu lamento que não existas hoje, para vires ao Brasil, como Anatole France, Ferri e tantos outros. Disseste uma vez que, se pudesses, se fosses rico, quisera fazer uma experiência de “origem de uma religião” no Oriente. Ora, aqui no Brasil podias ver essa “experiência” sem grande despesas. Bastava ir ao norte do país. O padre Cícero é desses tipos que outrora subiam aos altares; e o povo que o cerca tem a espessura de superstição e ignorância suficiente para ser um “núcleo de religião” que vingaria, se os nossos tempos não fossem tão desgraçadamente pragmáticos... (Fonte: Jornal)
IMAGENS ESQUECIDAS (IV)
José Américo de Almeida nasceu no engenho Olho d'Água, município de Areias, Paraíba, no dia 10 de janeiro de 1887. Filho de Inácio Augusto de Almeida e de Josefa Leopoldina Leal de Almeida. Estudou no Seminário de João Pessoa e no Liceu Paraibano. Mudou-se para o Recife, onde ingressou na Faculdade de Direito, concluindo o curso em 1908. Exerceu a magistratura, foi promotor da comarca do Recife e da comarca de Sousa, na Paraíba. Em 1911 foi nomeado Procurador do Estado. Em 1928 publicou "A Bagaceira", romance que provocou entusiasmo na crítica e o tornou nacionalmente conhecido, dando início à “Geração Regionalista do Nordeste”. José Américo de Almeida dedicou-se à política, foi governador da Paraíba. Durante seu mandato fundou a Universidade Federal da Paraíba, sendo nomeado seu primeiro reitor. Entre 1930 e 1934, no governo de Getúlio Vargas, foi nomeado Ministro da Viação e Obras Públicas. Foi nessa condição que visitou Padre Cícero Romão Baptista em sua residência em Juazeiro do Norte, em março de 1933.

IMAGENS ESQUECIDAS (V)
Laurindo de Azevedo Ramos formou-se como escultor na Escola Nacional de Belas Artes. Foi autor de muitos monumentos e estátuas pelo Brasil, como no Rio de Janeiro, Niterói e nos Estados de Alagoas e Ceará. No Rio de Janeiro, referimo-nos na coluna passada, mostrando o túmulo de Floro Bartholomeu da Costa (1926). Em Juazeiro do Norte está a estátua em bronze, na Praça Pe. Cícero (1923). Também era arquiteto, formado pela antiga Universidade do Brasil, hoje UFRJ. Exerceu também atividade de magistério como professor de moldagem da Escola Normal do Estado do Rio de Janeiro e professor de desenho numa escola de ensino técnico no Rio de Janeiro. Também bacharelou-se em Direito e era membro da Academia Fluminense de Letras. Participou de muitas exposições, destacando-se nas denominadas Exposição Geral de Belas Artes no Rio de Janeiro, nos anos, 1913, 1914, 1916, 1918, 1919, 1920, 192’1, 1922, 1924 (Medalha de Bronze), 1925 (Medalha de Prata), 1926, 1928 e 1931 e 1933 (Medalha de Ouro), premiações essas conferidas pelo Conselho Superior de Belas Artes. faleceu no Rio de Janeiro em 12.08.1959. Na foto acima, o escultor está com a estátua do Pe. Cícero, em seu atelier, dando retoques, antes de a mesma ser remetida para Juazeiro.
IMAGENS ESQUECIDAS (VI)
Na passagem de Lampião por Juazeiro do Norte, em 1926, foram tiradas várias fotografias da família. Na célebre foto da família reunida (que é vista acima), vemos na extrema esquerda sentado, Antônio Ferreira e na extrema direita, Lampião; a segunda sentada da direita para a esquerda é Dona Mocinha (tendo seu marido, Pedro Queiroz, atrás de si); ao lado direito de Pedro está João Ferreira; do lado esquerdo de João está Ezequiel (que depois entraria para o cangaço com o vulgo de Pente Fino); e, finalmente, o segundo da direita para a esquerda, em pé, é Virgínio (seria o futuro cangaceiro Moderno, chefe de grupo), casado com uma irmã de Lampião, que logo morreria de parto em Juazeiro. Na ocasião da foto, Dona Mocinha (Maria Ferreira de Queiroz) estava recém-casada com Pedro e, em entrevistas, ela sempre externou a enorme benevolência do Padre Cícero, e que todos da família se sentiam seguros em Juazeiro. . Foto em Juazeiro, em março de 1926, realizada por Lauro Cabral de Oliveira. (Publicada na Revista O Cruzeiro, 03.10.1953)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
CINE GOURMET (FJN, JUAZEIRO DO NORTE)
A Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) agora também está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri. As sessões são programadas para as terças feiras, de 13:30 às 15:30h, no Laboratório de Informática do Bloco I, na Rua São Francisco, 1224, Bairro São Miguel, dentro do seu Projeto de Extensão denominado Cine Gourmet, sob a curadoria de Renato Casimiro. Informações pelo telefone: 99794.1113. No próximo dia 20, terça feira, estará em cartaz, o filme RATATOUILLE (Ratatouille, EUA, 2007, 110 min). Direção de Brad Bird. Sinopse:Paris. Remy (Patton Oswalt) é um rato que sonha se tornar um grande chef. Só que sua família é contra a idéia, além do fato de que, por ser um rato, ele sempre é expulso das cozinhas que visita. Um dia, enquanto estava nos esgotos, ele fica bem embaixo do famoso restaurante de seu herói culinário, Auguste Gusteau (Brad Garrett). Ele decide visitar a cozinha do lugar e lá conhece Linguini (Lou Romano), um atrapalhado ajudante que não sabe cozinhar e precisa manter o emprego a qualquer custo. Remy e Linguini realizam uma parceria, em que Remy fica escondido sob o chapéu de Linguini e indica o que ele deve fazer ao cozinhar.

CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na quintas feira, dia 22, às 19:30 horas, dentro da Mostra CINEMA DE ARTE, o filme A CANÇÃO DA ESTRADA (Pather panchali, Índia, 1955, 125 min). Direção de . Sinopse: Em um pequeno vilarejo em Bengala, Apu (Subir Bannerjee) é um menino que vive em uma família bem pobre, junto com a irmã Durga, os pais, e a velha tia. A vida da família é permeada de sofrimentos, eles mal têm dinheiro para comer e Durga (Uma Das Gupta) costuma roubar algumas coisas do vizinho rico. O pai viaja para um novo emprego, o que traz esperança à família, mas quando ele volta cheio de presentes Durga morreu de pneumonia, pouco depois da tia também ter morrido.

CINE CAFÉ VOLANTE (CCBNB, JUAZEIRO DO NORTE)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café Volante, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no dia 23, sexta feira, às 15:20 horas, o filme OS PÁSSAROS (Birds, EUA, 1963, 120 min.). Direção de Alfred Hitchcock. Sinopse: Melanie Daniels (Tippi Hedren) é uma bela e rica socialite que sempre vai atrás do que quer. Um dia ela conhece o advogado Mitch - Brenner (Rod Taylor) em um pet shop e fica interessada nele. Após o encontro, ela decide procurá-lo em sua cidade. Ela dirige por uma hora até a pacata cidade de Bodega Bay, na Califórnia, onde Mitch - costuma passar os finais de semana. Entretanto, Melaine só não sabia que iria vivenciar algo assustador: milhares de pássaros se instalaram na localidade e começam a atacar as pessoas.
CINE ELDORADO (JUAZEIRO DO NORTE)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, 158, Centro, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe na sexta feira, dia 23, às 19:30 horas, dentro da Mostra LANÇAMENTOS, o filme LIGA DA JUSTIÇA (Justice league, EUA, 2017, 120min). Direção de Zack Snyder. Sinopse: Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) convoca sua nova aliada Diana Prince (Gal Gadot) para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes: Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller) - poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque.
CINE CAFÉ (CCBNB, JUAZEIRO DO NORTE)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no dia 24, sábado, às 17:30 horas, o filme UM SONHO SEM LIMITES (To die for, EUA, 1995, 106 min.). Direção de Gus van Sant. Sinopse: Suzanne Stone é uma jovem do interior que tenta a sorte na cidade grande. Ela trabalha como repórter na TV, onde compensa seu limitado talento com muita sujeira, sexo e até mesmo mortes para se manter lá em cima.
COMENDA MEMÓRIAS DE JUAZEIRO
SEMANA DO PADRE CÍCERO, 2018
A direção da Fundação Memorial Padre Cícero nos remeteu a programação definitiva da Semana do Padre Cícero, 2018. Na coluna passada havíamos publicado apenas o evento ali inserido, SEMINÁRIO LIRA NORDESTINA: DIAGNÓSTICOS E ATUALIZAÇÕES. Houve pequena alteração nessa programação e resolvemos republicar a matéria com os reparos informados, como abaixo.

PROGRAMAÇÃO SEMANA PADRE CÍCERO 2018
SECULT / Fundação Memorial Padre Cícero
FEIRA DE ARTESANATO (20 a 23 de março)
Os artistas do Centro de Artesanato Mestre Noza e da Lira Nordestina estarão expondo e vendendo seus produtos na Fundação Memorial Padre Cícero, no horário de funcionamento da instituição, de 7h30 às 17h30. 
VISITA MEDIADA À EXPOSIÇÃO “PADRE AZARIAS SOBREIRA: O PADIM DE MEU PADIM” (20 a 23 de março)
Às 11h, para os interessados em conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra de um dos grandes defensores do Padre Cícero Romão Batista.
II MOSTRA LUZ DAS ARTES (20 e 21 de março)
Mostra de filmes e documentários com o objetivo de suscitar a reflexão sobre temas relacionados à história do Cariri e divulgar as produções audiovisuais nacionais e do próprio Ceará. Nessa segunda edição, o público alvo são estudantes do ensino médio, da rede pública e particular de Fortaleza, embora as sessões estejam abertas a todos os interessados. Serão sessões gratuitas, mediadas por professores e cineastas de algumas das produções que serão exibidas.
Dia 20/3 (manhã)
8h30. Mesa de abertura oficial da Semana Padre Cícero. Participantes: Prefeito José Arnon, Secretários (Cultura; Turismo e Romaria; Esportes etc), Parceiros (Padre Cícero, SESC etc).
9h. Apresentação da Campanha de Registro dos Lugares Sagrados de Juazeiro do Norte. Parceria Prefeitura Municipal e IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
9h30. Banda Cabaçal São João Batista
10h. Exibição dos documentários: Candeias; O Pau da Bandeira (Augusto Pessoa). Debatedor: Augusto Pessoa
Dia 20/3 (tarde)
14h. Documentários: Natal Popular – Cariri: mito, história e profecia (I, II e III). Rosemberg Cariri e Oswald Barroso.
Debatedor: Renato Dantas
Dia 21/3 (manhã)
8h30. Filme: O milagre em Juazeiro. Debatedora: Fátima Pinho
Dia 21/3 (tarde)
14h. Documentários: Lampião (Ythallo Rodrigues); Cerca (Glauco Vieira); Catadores de piqui (Nívea Uchôa).
Debatedores: Ythallo Rodrigues, Glauco Vieira e Nívea Uchoa.
SEMINÁRIO LIRA NORDESTINA: DIAGNÓSTICOS E ATUALIZAÇÕES (22 DE MARÇO).
A Lira Nordestina, assim batizada pelo poeta Patativa do Assaré, era a antiga Tipografia São Francisco, criada na década de 1930, em Juazeiro do Norte, por José Bernardo da Silva. Alcançou, nos anos 1950, a posição de maior folheteria do país, com títulos considerados clássicos da literatura de cordel. Com o desenvolvimento das tecnologias de impressão e a morte de José Bernardo, a Tipografia entrou em decadência. Em 1982, seu acervo e equipamentos foram adquiridos pelo Governo do Ceará. Hoje, a Universidade Regional do Cariri – URCA, responde por sua administração, que atualmente está no prédio do Vapt Vupt. Não funciona mais como editora, mas tornou-se ponto de encontro e divulgação dos artistas do Cariri, em especial os xilógrafos. No entanto, durante os últimos anos de sua trajetória, a Lira Nordestina tem enfrentado várias dificuldades, sobretudo no que diz respeito a sua sustentabilidade e as condições do mercado de trabalho para os envolvidos nas artes do cordel e da xilogravura. Por essa razão, a URCA, em parceria com a Secretaria de Cultura do Juazeiro do Norte, vem propor o Seminário “Lira Nordestina, diagnósticos e atualizações”, a fim de enfrentar essa atual situação a partir das reflexões de pesquisadores, artistas locais, representantes do poder público (municipal e estadual) e do Sebrae, para encaminhar ações que tragam resultados positivos para a reestruturação desse representativo patrimônio cultural do Cariri. 
Dia 22/3 (manhã)
8h30 - Mesa de abertura: Prof. Patrício Melo (Reitor da URCA); Fabiano dos Santos (Secretário da Cultura do Estado); Arnon Bezerra (Prefeito de Juazeiro do Norte); Renato Fernandes (Secretário da Cultura de Juazeiro do Norte); Júnior Feitosa (Secretaria de Turismo e Romaria de Juazeiro do Norte), Joaquim Cartaxo Filho (SEBRAE); José Lourenço (AXARCA - Associação dos Xilógrafos e Artesãos do Cariri).
9h. Grupo de Incelenças de Juazeiro do Norte
9h30 – Palestra. Os caminhos do cordel em Juazeiro do Norte numa perspectiva histórica. Palestrante: Rosilene Melo.
10h30 - Intervalo
11h - Lira Nordestina hoje: diagnósticos e atualizações. Palestrante: Renato Dantas; Abraão Batista. Mediadora: Rosário Lustosa.
Dia 22/3 (tarde)
14h - Mesa redonda. Percursos da xilogravura de Juazeiro do Norte: de arte utilitária à “relíquia” de museu. Palestrantes: Geová Sobreira; Sandra Nancy Freire; Stênio Diniz. Mediador: Renato Casimiro.
15h30 - Reisado Menino Deus João Cabral
16h - Intervalo
16h30. Lira Nordestina: rumos e perspectivas. Palestrantes: Prof. Patrício Melo (Reitor da URCA); Fabiano dos Santos (Secretário da Cultura do Estado); Arnon Bezerra (Prefeito de Juazeiro do Norte) e Joaquim Cartaxo Filho (SEBRAE); José Lourenço (AXARCA). Mediadora: Arlene Pessoa (Pró-Reitora de Extensão URCA).
17h30 - Leitura do Documento: Carta de Pactuação em prol da Lira Nordestina.

SEMANA DO PADRE CÍCERO: II LUZ DAS ARTES
Pela segunda vez, a Fundação Memorial Padre Cícero estará realizando dentro da Semana do Padre Cícero, nos dias 20 e 21 de Março, nos horários de 8:30h e 14:00, seguido de debates, a II Mostra de Cinema “LUZ DAS ARTES”. Serão exibidos os seguintes filmes:

CANDEIAS (2016): Curta metragem. Direção de Reginaldo Farias e Ythallo Rodrigues, Produção de O Berro Filmes. “Realizado durante a Romaria de Nossa Senhora das Candeias, em fevereiro de 2016, e apresenta um olhar voltado para uma das mais belas expressões da religiosidade popular do Cariri, a “Procissão das Velas”, que ocorre em Juazeiro do Norte, sempre no dia 2 de fevereiro. O filme foi produzido com recursos do Fundo Estadual de Cultura, através do XI Edital de Cinema e Vídeo (2014) da SECULT-CE.”
PAU DA BANDEIRA (2012): Curta metragem. Realizado pelo fotógrafo Augusto Pessoa e Felipe Wenceslau, para o registro documental de um dos maiores eventos culturais do Cariri, envolvendo manifestações de grupos folclóricos e sua diversidade cultural. Filme participante e premiado em diversos festivais no Brasil e França.
MILAGRE EM JUAZEIRO (1999): Realização e Direção de Wolney Oliveira. A fervorosa religião do Nordeste e o culto à figura do célebre padre Cícero, na cidade Juazeiro do Norte, um filme parte documentário e parte ficção, alternando depoimentos de fiéis, padres e célebres figuras do Brasil e cenas que reconstituem a vida e a obra religiosa do padre Cícero, principalmente em relação a um famoso milagre atribuído ao padre, datado do ano de 1889.
CATADORES DE PEQUI (2008): Documentário de curta metragem produzido por Nívea Uchôa na cidade de jardim, CE, na Chapada do Araripe, focando o cotidiano dos catadores no período da colheita, durante seis meses.
Além dos mencionados também estarão sendo mostrados os filmes LAMPIÃO, CERCA e NATAL POPULAR.