sábado, 10 de outubro de 2015



BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.

194: (05.10.2015) Boa Tarde para Você, Dr. Sérgio Fernando Moro

Cumprimento respeitosamente vossa excelência porque simplesmente não deve parecer estranho a quem quer que me ouça, o gesto solidário como milhões de cidadãos nesta pátria já tiveram o desejo de manifestar-lhe um sentimento forte sobre o que vem sendo sua ação desde 17 de março de 2014.

De fato, há em todos nós que acompanhamos com ansiedade as diversas fases da operação Lava Jato, a expectativa de que isto não reproduza o lugar comum de muitos inquéritos, sobre os quais cunhamos a expressão do “termina em pizza”, para significar frequentemente uma frustração. Já vimos por estas investigações, depoimentos e sentenças, que o seu papel tem sido o que nos conforta, na esperança que se alimenta ao dizer-se que a justiça tarda, mas não falha, e particularmente quando se trata de tentar erradicar algo que se entranhou de forma tão grave. Quero crer, dr. Juiz, que muitos brasileiros não teriam maior dificuldade, mesmo não indo à etimologia da palavra, em caracterizar razoavelmente o que significam aristocracia, burocracia, democracia, tecnocracia, meritocracia, e outras cracias assemelhadas que nos indicam força e poder. Em dias passados, o Dr. Gilmar Ferreira Mendes, douto ministro do STF, fez uma afirmação muito dura, até inusitada, dizendo textualmente que: O Partido dos Trabalhadores instalou um modelo de governança corrupta, “uma cleptocracia”, o que significa um Estado governado por ladrões. Desta forma, sua excelência reagiu energicamente diante da eventual possibilidade do PT vir a processá-lo por causa das críticas feitas ao partido, durante o julgamento da doação de empresas para campanhas eleitorais, questão já fechada, transitada em julgado naquela Côrte. Esta palavra usada pelo ministro não faz parte da linguagem coloquial do povo brasileiro e, afinal, nem consta na enciclopédia virtual que consultamos habitualmente, mas é antiquíssima, de origem helênica, grega por nascimento, e denota sinceramente que o fato já era percebido historicamente. Ao mencionar cleptocracia, para significar este Estado governado por ladrões, o ministro parece não ter centrado sua metralhadora apenas no PT, por estar no poder, mas ele ainda mais teria a dizer sobre este poder que se estrutura no conluio entre executivo, legislativo, judiciário e o empresarial. O senhor, Dr. Sérgio, tem a coragem cívica de conduzir este processo, sendo um homem público de grande responsabilidade social, a despeito das investidas que procuram retirar o que a sociedade lhe delegou em confiança e competência, em manobras ridículas que contam com a nossa repulsa. As mais recentes palavras e suas aberrações, tais gírias como Mensalão, Petrolão, Lava Jato, Propinoduto, Pixuleco, Privataria, Sanguessuga, não conseguiram, a despeito da insistente mídia nacional sobre os escândalos, provocar tal indignação de todos os lados, solidários a vossa excia. A nossa postura, esta que sobrevive a duras penas em tolerância aos assaltos que nos penalizam diariamente, malgrado o desinteresse da classe política, felizmente ainda é a da esperança, a da crença em dignos valores, especialmente os que renovam o judiciário brasileiro. Então, o nosso sentimento é o de não estranhar, mas o de apoiar, e de reverenciar, na liturgia do cargo, que um jovem juiz, tão submetido a severas críticas de sectários lados, se revele com exemplar mister no que estriba julgamentos que condenam legendas e políticos da pior qualidade. Alguns partidos que formam a base aliada de sustentação do governo vêm apressados para protestar sobre o quanto se precipita de tentativas aparentemente golpistas, quando se tenta minimizar a riqueza de evidências e provas documentais já elencadas e reunidas no volumoso processo. O povo brasileiro vive esta perplexidade de encontrar num dos lados a soma astronômica dos desfalques em suas riquezas; de outro lado a desfaçatez de péssimos homens públicos feridos em suas santidades; de outro a pouca vergonha instalada nestas péssimas legendas partidárias. Quem não sabe disso somos nós porque apenas suspeitamos em tudo que escutamos nos noticiários da imprensa, para quedar tristes e amargurados diante dos inquéritos, mas um juiz de Côrte Federal, conhecedor dos autos e ciente de responsabilidades maiores com a nação? Pelo amor de Deus!!! Viva! dentre outras circunstâncias, doutor juiz, esta derradeira flor do Lácio, inculta e bela, que da elegância verborrágica de um membro do judiciário, sintetiza numa só palavra a soma incomensurável da indignação de todo o povo brasileiro que espera e, o melhor, ainda crê na justiça. 

(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 05.10.2015)
BOA TARDE (II)
195: (07.10.2015) Boa Tarde para Você, Dr. José Mauro Castelo Branco Sampaio

O grande dramaturgo alemão, Betholt Brecht, deixou dentre as suas frases mais famosas uma que me serve neste momento para prantear lhe uma homenagem, e é a que nos diz: “Miserável país aquele que não tem heróis. Miserável país aquele que precisa de heróis.” Para os mais críticos, como eu, morreu Mauro Sampaio em meio a este quase anátema, uma quase maldição com que a sociedade experimenta o convívio enigmático entre a execração e o grande louvor aos seus líderes, manifestado à hora amarga do sepultamento. Exatamente porque neste conceito, o herói é o salvador da pátria, aquele que luta por seu povo, aquele em quem o povo fraco e oprimido deposita todas as suas confianças, para ser reconhecido também que é o próprio opressor deste seu povo. A minha geração, após o golpe militar dos anos 60, nesta cidade, encontrou-se com Mauro Sampaio como um desses eleitos para a continuidade da reforma deste município, depois de experimentada visão de um novo tempo que já se sucedia com grandes conquistas para o bem estar de seu povo. Já tínhamos a independência energética, poderíamos falar de aeroporto, jornais de folhas, comércio e indústria que respondiam a novos desafios, rede bancária que se ampliava, mas era necessário o mais completo envolvimento do poder público para outras e grandes questões sociais. Escolhido para a prefeitura de Juazeiro do Norte, o voto popular consagrou Dr. Mauro que alçou a condição de um semideus, porque trouxe para a nossa cena urbana a prática, o sentido e as grandes obras que se faziam necessárias para equipar um sucesso que ora experimentamos em consequência. Bons anos aqueles em que você, Mauro, conduziu seu primeiro mandato em meio a uma enorme popularidade e adesão aos seus sentimentos de reforma, de inovação e construção de um novo estilo administrativo e de empreendedor para legar a esta terra obras estruturantes e monumentais. O médico competente e o político habilidoso fundiram-se numa grande simbiose e geraram uma fórmula vitoriosa de ampla repercussão populista, com a qual os seus munícipes se sentiram protegidos em todas as suas demandas para consagrar-lhe a fidelidade exemplar das votações. Penso que não vale a pena, a este momento de despedidas, repetir o que tanto se tem relevado nestas últimas horas, pois passamos anos convivendo com estas conquistas que você nos assegurou, usando os benefícios das obras públicas que foram implantadas e que permanecem atualizadas. Disso tudo, não posso deixar de lamentar, certamente com você também, que alguma coisa foi o alvo perverso da ignorância e do gênio do mal, a lembrar o triste fim do velho e querido Ginásio Municipal Antonio Xavier de Oliveira, alma e vida de sua querida amiga Assunção Gonçalves. Por todos estes anos, até a data de hoje, sem intimidade, disseram-me aos ouvidos homens honrados desta sociedade que Mauro Sampaio foi o novo e o grande herói, uma espécie de Midas contemporâneo que tocou em diversos lugares e desejos e deles fez nascer sonhos e realizações. Suas obras, permita-me que lhe diga com tanto atraso, e a esta hora desnecessária, não foram apenas obras de areia, ferro e cimento, destas coisas efêmeras que por vezes até esquecemos de tombar para o patrimônio histórico e memorial. Em cada uma delas há um sentimento permanente ao lado da grande aspiração popular, aquilo que se traduziu por uma atenção exemplar para com a saúde, a educação, a infraestrutura, e que foram capazes de alargar a grandeza desta terra que o adotou eternamente. Despeço-me de você, Dr. José Mauro Castelo Branco Sampaio, neste instante em que a nossa nacionalidade torna a clamar pela volta do primeiro zelo cívico, residente nos melhores exemplos de homens públicos para que eles nos resgatem desta grande orfandade para onde nos condenaram. Não é lugar comum dizer-lhe, Mauro Sampaio, que você, em meio a todas as suas circunstâncias e contradições, deixou esta vida para entrar na história deste povo que o tornou herói, este mesmo homem valoroso de quem nos volta a falar Brecht quando nos lembra:

“Há homens que lutam um dia, e são bons; há outros que lutam muitos dias, e são muito bons; há homens que lutam muitos anos, e são melhores; mas há os que lutam toda a vida, esses são os imprescindíveis!” 
(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 07.10.2015)
PE PELO CARIRI
Neste sábado aconteceu a estreia de um novo programa na grade de programação da TV Verdes Mares Cariri, Pelo Cariri, conduzido por Rodrigo Vargas. Por quase 9 minutos eu conversei sobre Juazeiro, Padre Cícero e alguns fatos relevantes de suas histórias. Acho sempre um tanto esquisito que seja tratado como historiador. No duro, mesmo, eu me acho, quando muito um bom contador de histórias. O programa pode ser visto pelo link: http://g1.globo.com/ceara/pelo-cariri/videos/t/todos-os-videos/v/historiador-renato-casimiro-conta-a-historia-de-padre-cicero-no-quadro-cafe-com-tapioca/4528526/
O O CARIRI (POLÍTICO) DECADENTE (Por Humberto Mendonça)
Quando vejo o Cariri político – me refiro ao Crajubar - mergulhado numa decadência sem recedentes, fico muito triste. Esse Cariri histórico é berço de uma civilização que marcou e espalhou sementes no Ceará, do sertão ao litoral e nos estados vizinhos – Paraíba, Pernambuco e Piauí. Começando por Barbalha, através dos Colégios Santo Antônio, dirigido pelos padres salvatorianos (masculino), e o Colégio Nossa Senhora de Fátima, conduzidos pelas freiras alemãs (feminino), formando gerações de homens e mulheres de bem, que por muito cultuaram essa maravilhosa cidade, com exemplos de honradez e dignidade. Toda essa história está sendo jogada fora por politiqueiros, sem quaisquer compromissos com essa tradição. Fico mais triste, ainda, porque a sociedade atual, de um modo geral, se omite por completo diante desse quadro doloroso vivenciado por Barbalha no presente. Está na hora dessa geração a que me referi acima tomar uma posição, indo às ruas impor os nomes capazes de repor novos valores à sua vida pública. No meu Juazeiro também não é diferente. A decadência tomou conta da sua vida pública. São aventureiros que pensaram muito mais em se arrumar do que no bem-estar da cidade e do seu povo. Quero prestar uma homenagem à Congregação dos Padres Salesianos, exemplo na formação de geração de homens de bem, ao lado da Escola Normal Rural e do Colégio Santa Terezinha, dirigidos por duas educadoras que marcaram suas vidas na preparação da juventude feminina: Amália Xavier de Oliveira e Assunção Gonçalves. Atualmente, Juazeiro dispõe de mais de 60 cursos superiores. Entretanto, não há nenhum movimento cívico em defesa da cidade e dos postulados morais que devem presidir a coisa pública. Em nome do seu passado, rememoramos a construção do Juazeiro pelo Padre Cícero, tão bem capitaneada pela classe empresarial, responsáveis por esse progresso econômico agigantado do Juazeiro atual. O meu Crato também é vítima desse processo vergonhoso de se fazer política. Atualmente, posto ser a cidade mais sofrida do Crajubar. Nela tenho raízes profundas, onde constituí família, fui político e empresário, presidente da Associação Comercial do Rotary Clube e vice-prefeito. Nela, plantei grandes amizades em todas as classes sociais. Assim, sinto-me ligado a essa querida e histórica cidade do Crato, da qual sou cidadão. Por tudo isso, me encontro no dever de tomar essas posições assumidas ao longo dos últimos 50 anos de convivência no Município, onde nunca me omiti nas suas grandes causas e no seu congresso. O Crato é berço histórico do Cariri, principalmente no âmbito cultural, com reflexo nos demais estados limítrofes da região, através do Seminário São José, do Seminário Sagrada Família (padres alemães), do Colégio Diocesano, do Colégio Santa Teresa, da Escola de Comércio e da Universidade Regional do Cariri, qualificando recursos humanos de qualidade para o desenvolvimento regional e do país. A decadência acima referida se encontra estampada na queda de nossa representação política, onde já tivemos governadores, vice-governadores, deputados federais e estaduais. E, agora, nos encontramos praticamente varridos do mapa político nacional. O atual governador, Camilo Santana,

pessoa de nossa estima, não se encontra na cota do desprestígio da região. Seu crescimento político resulta do seu valor pessoal. O Cariri precisa, urgentemente, sair das políticas sociais. 

Obs.: Em primeiro lugar justifico a reprodução deste artigo da lavra de Humberto Mendonça (publicado originalmente em Diário do Nordeste (04.10.2015), e republicado “na íntegra” por Jornal do Cariri (06.10.2015) porque como habitualmente ele faz, manifesta em seus escritos uma crítica muito adequada à nossa leitura e esclarecimento, exatamente porque ele, como líder empresarial e político, maturou sua vivência nestas esferas e hoje, mesmo à distância deste teatro, é capaz de ainda continuar refletindo em grande estilo através da imprensa. Em segundo lugar, esta reprodução se justifica pela oportunidade em que me solidarizo a este seu sentimento, agradecendo-lhe pelas reflexões e remissão memorial de um tempo que guardamos no relicário de nossas memórias. Por último, o título aqui empregado repara, segundo a observação do radialista Wilton Bezerra, em comentário radiofônico, em Fortaleza, a melhor explicitação do campo político a que se refere mais propriamente o autor. Daí, com autorização de Humberto, seu título está subentendido entre parênteses, mas aqui fica registrado de forma mais explícita, sem prejuízo algum do nosso entendimento. Por fim, é para se louvar a iniciativa de Humberto Mendonça em continuar ativo através da grande imprensa, sendo um dos porta-vozes de melhor qualificação para tratar de nossos temas, e principalmente de nossas dores que o tempo e vento trouxeram para esta nova fase da vida do Cariri. Parabéns, Humberto Mendonça!
O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (Teatro Adalberto Vamozi, SESC, Rua André Cartaxo, 443, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, não exibe nenhuma programação neste dia 12 de outubro, em virtude do feriado nacional.
BIBLIOCINE (FAP, JN)
A Faculdade Paraiso do Ceará (FAPCE),está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri, embora seja restrito aos alunos desta Faculdade. As sessões são programadas para as terças e quintas feiras (dias: 13, 15, 20, 22, 27 e 29), de 12:00 às 14:00h, na Sala de Vídeo da Biblioteca, na Rua da Conceição, 1228, Bairro São Miguel. Informações pelo telefone: (88) 3512.3299. Para este mês de Outubro o filme que estará em cartaz é: O CONDE DE MONTE CRISTO (The Count of Monte Cristo, EUA, 2002, 131min), dirigido por Kevin Reynolds. Elenco: Jim Caviezel (Edmond Dantes), Guy Pearce (Fernand Mondego). Richard Harris (Padre Abade Farias), James Frain (J.F. Villefort), Dagmara Dominczyk (Mercedes), Henry Cavill (Albert Mondego), Luis Guzmán (Jacopo). Sinopse: O filme retrata bem a ilha de Elba, onde Napoleão Bonaparte estava exilado. Esta história tem uma mensagem de Edmond Dantes. Com um sentimento de vingança, o atual Conde de Monte Cristo mostra que não basta usar a espada para se vingar de alguém, porém o seu traidor prefere o duelo final a viver sem toda a fortuna que ele teria conseguido. O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) é a clássica história de Alexandre Dumas sobre um jovem inocente que erroneamente, mas deliberadamente, é preso, e de sua brilhante estratégia para se vingar daqueles que o traíram. O jovem e destemido marinheiro Edmond Dantes é um rapaz honesto e sincero, cuja vida pacífica e planos de se casar com a linda Mercedes são abruptamente destruídos quando Fernand, seu melhor amigo, que deseja Mercedes para ele, o trai. Com uma sentença fraudulenta para cumprir na infame prisão da ilha do Castelo de If, Edmond se vê aprisionado em um pesadelo que dura 13 anos. Assombrado pelo curso que tomou sua vida, com o passar do tempo ele abandona tudo que sempre acreditou sobre o que é certo e errado, e se consome por pensamentos de vingança contra aqueles que o traíram. Com a ajuda de outro preso (Richard Harris), Dantes planeja e é bem-sucedido em sua missão de escapar da prisão e se transformar no misterioso e riquíssimo Conde de Monte Cristo. Com uma astúcia cruel, ele se envolve com a nobreza francesa e sistematicamente destrói os homens que o manipularam e o aprisionaram.
CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (Teatro Patativa do Assaré, SESC, Rua da Matriz, 227, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 14, quarta feira, às 19 horas, o filme MINHAS TARDES COM MARGUERITTE (La tête em friche, França, 2010, 82 min), direção de Jean Becker. Elenco: Gérard Depardieu (Germain), Gisèle Casadesus (Margueritte),Claire Maurier, Maurane François-Xavier Demaison. Sinopse:Transcrevemos o texto “Um Encontro Inusitado. Uma Amizade Inesquecível, de Roberto Cunha (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-170300/criticas-adorocinema/): Imagine o encontro de duas forças. De um lado, mais de 100 quilos de pura ignorância e do outro menos de 50, carregados de ternura. Entre eles, uma diferença de décadas de idade e em comum, o encanto pelos livros. Esta é a história de um cinquentão pobre com as palavras e uma idosa inversamente rica com elas. Quando criança, Germain, (Gérard Depardieu) foi chamado de burro na escola por todos e em casa, com sua mãe solteira, não era diferente. A dificuldade de ler se perpetuou numa espécie de bloqueio intelectual. Já adulto, sua vida se resumia a viver de bicos, ainda ser alvo de brincadeira dos amigos e, principalmente, conviver com o eterno desamor da mãe. Contudo, quando Margueritte (Gisèle Casadesus) faz com que as páginas de um livro se abram novamente para ele, este reencontro com o universo das letras amplia seu horizonte e o único limite - agora - será somente a sua vontade. Baseado no livro “La Tête en Friche”, de Marie-Sabine Roger, o filme foi dirigido por Jean Becker (Conversas com meu jardineiro), responsável também pelo roteiro, que conduz bem o espectador e de maneira cativante apresenta um drama com elementos de comédia. E é esse contraponto que ameniza a tristeza dos fatos, sem deixar de lado a emoção. O resultado é uma produção delicada, que não apela para a pieguice, envolvendo você do começo ao fim, porque a amizade fomentada pelo prazer de viver (dela) e aprender (dele) é inesquecível. Assim, a qualquer hora do dia, eis um filme bom de assistir: Minhas Tardes com Margueritte.
CINE CAFÉ VOLANTE (BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Auditório do Centro de Esportes e Artes Unificados Mestre Juca Mulato, Parque da Cidade), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 16, sexta feira, às 19 horas, o filme OS SONHADORES (The Dreamers, França/Itália/Reino Unido, 2003, 115 min), direção de Bernardo Bertolucci. Elenco: Michael Pitt (Matthew), Eva Green (Isabelle), Louis Garrel (Theo). Sinopse: O sonhador narra a história de Matthew, um estudante americano natural de San Diego que está na França em 1968 em um intercâmbio. Em suas idas à Cinemateca, ele conhece os gêmeos Isabelle e Theo. Eles compartilham da mesma paixão pelo cinema e isso faz com que eles se aproximem cada vez mais, certo dia os gêmeos o convidam para um jantar na casa deles e lá ele conhece sua mãe, uma inglesa, casada com um intelectual poeta francês. Nessa noite Matthew dorme na casa deles e descobre que Isabelle e Theo tem um estranho tipo de relacionamento. No dia seguinte os pais dos gêmeos saem para uma viagem e Isabelle e Theo convidam Matthew para passar um tempo com eles em sua casa. Eles vão ficando cada vez mais íntimos e iniciam uma série de jogos psicológicos e sexuais envolvendo a temática do cinema. A trama se passa na Revolução Estudantil que ocorria em Paris no final da década de 1960.
CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 16, sexta feira, às 20 horas, o filme O REI E EU (The King and I, EUA, 1956, min), direção de Walter Lang. Elenco: Debora Kerr (Professora Anna Leonowens); Yul Brynner (Rei do Sião); Rita Moreno (Toptim): Martin Breson (Kralahome); Terry Sauders (Lady Thiang); Rex Thompson (Louis Leonowens); Carlos Rivas (Lun Tha). Sinopse: Foi baseado na peça que estreou na Broadway com o mesmo nome na década de 60. As músicas de Richard Rodgers e Oscar Hammersteis II fazem deste filme musical um clássico no seu género. Este filme ocupa a 11ª colocação na Lista dos 25 Maiores Musicais Americanos de todos os tempos, idealizada pelo American Film Institute (AFA) e divulgada em 2006. O filme conta a história verídica de Anna Leonowens que viaja ao Sião (atual Tailândia) contratada como preceptora e professora dos filhos do rei. Apesar de no princípio haver um certo choque de culturas e hábitos, eles acabam por se aceitar na sua diversidade. Com muito humor, coreografias e músicas lindas e contagiantes, se tornou um clássico no mundo todo.
CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 17, sábado, às 17:30 horas, o filme BOA NOITE E BOA SORTE (God Night and Good Luck, EUA/França/Reino Unido/Japão, 2005, 93 min). Direção de George Clooney. Elenco: David Strathairn (Edward R. Murrow, jornalista e personagem do programa de TV da CBS), George Clooney (Fred Friendly), Robert Downey, Jr. (Joseph Wershba, escritor, editor, e correspondente da CBS News), Patricia Clarkson (Shirley Wershba), Frank Langella (William S. Paley, chefe executivo da CBS), Jeff Daniels (Sig Mickelson), Tate Donovan (Jesse Zousmer), Ray Wise (Don Hollenbeck), Alex Borstein (Natalie), Reed Diamond (John Aaron), Matt Ross (Eddie Scott), Joseph McCarthy (ele mesmo). Sinopse: Edward R. Morrow (David Strathairn) é um âncora de TV que, em plena era do macarthismo, luta para mostrar em seu jornal os dois lados da questão. Para tanto ele revela as táticas e mentiras usadas pelo senador Joseph McCarthy em sua caça aos supostos comunistas. O senador, por sua vez, prefere intimidar Morrow ao invés de usar o direito de resposta por ele oferecido em seu jornal, iniciando um grande confronto público que trará consequências à recém-implantada TV nos Estados Unidos.
LI LIVRO: "DONA EDY E SEU TATU"
Recebi com imenso prazer um exemplar do livro Um pouquinho da história de todo mundo com a mulher de Seu Raimundo, escrito por dona Edy Alves Lima, comemorando os seus 90 anos de idade, filha querida de Missão Velha. Dona Edy é uma criatura muito querida nas nossas relações familiares, viúva do conhecidíssimo Raimundo Pereira Lima, e mais conhecido como Tatu. O exemplar veio devidamente oferecido e autografado pela autora e seu filho, querido amigo dos bancos escolares, Raimundo Carlos Alves Pereira. Meus pais foram padrinhos de batismo da sua filha Maria de Fátima, hoje casada com João Coutinho. A família, originária de Missão Velha, também residiu em Caririaçu e Juazeiro do Norte. Hoje, dona Edy e alguns dos seus 10 filhos residem em Fortaleza. Apesar do nosso conhecimento, para mim foi uma surpresa a informação que o seu quinto filho, por doação, foi adotado por sua irmã Celina e seu marido Francisco Basílio de Figueiredo e trata-se, hoje, do Dr. Francisco Plácido de Sousa Basílio, que foi secretário de saúde do município de Juazeiro do Norte, na atual administração municipal. Eis uma breve súmula da sua atividade profissional: Francisco Plácido de Sousa Basílio nasceu em Missão Velha no dia 5 de outubro de 1952. É formado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com especializações em Gestão Estratégica pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), em Hematologia e Hemoterapia pela Universidade de Paris VI (França), e Mestre em Saúde Coletiva pela UFC. Foi chefe do Laboratório de Virologia Transfusional do HEMOCE em Fortaleza (1986/1998), presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Ceará (1986/1992), presidente do Conselho Regional de Farmácia do Ceará (1999/2000), responsável pela farmácia do Hospital César Cals de Fortaleza (1999/2001), diretor do HEMOCE Cariri em Crato (2007), assessor técnico e, posteriormente, coordenador da 21ª Coordenadoria Regional de Saúde em Juazeiro do Norte (2008/2012).
LIVRO: “NA TRILHA DO CANGAÇO”
Transcrevo texto remetido pelo Grupo de Estudos sobre o Cangaço, de Fortaleza: “O fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos percorreu aproximadamente 3.000km no Nordeste, de Juazeiro (CE) a Poço Redondo (SE), refazendo caminhos que no século XIX acolheram o bando do pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. A viagem era parte de um projeto que rendeu o premiado “Na Trilha do Cangaço – Um Ensaio Fotográfico pelo Sertão que Lampião Pisou”. O material está sendo preparado para lançamento em livro. Aprovado pela Lei Rouanet e com apoio do Grupo Ser Educacional, mantenedor de 38 instituições de ensino superior do país, o livro tem previsão de lançamento para 2016, com tiragem de 1500 exemplares. A obra é dividida em cinco partes - Personagens, Caatinga, Lugares, Fé e Outras Coisas - e inclui alguns detalhes das cenas, sob curadoria da fotógrafa inglesa Maureen Bisiliat. O projeto ainda prevê páginas com conteúdo histórico assinado por Frederico Pernambucano de Mello, considerado um dos maiores colecionadores do tema. Parte dos livros terá distribuição gratuita. “Ficamos muito felizes com o interesse do Ser Educacional em patrocinar este trabalho. Como trata-se de um grupo que congrega e mantém instituições de ensino em vária cidades do Norte e Nordeste do Brasil, vem casar perfeitamente com o tema do nosso trabalho de pesquisa pelo sertão brasileiro, pela história do cangaço e pela saga de Lampião, considerado um dos mais importantes personagens de nossa história contemporânea”, diz o fotógrafo. As fotografias não são pura e simplesmente um registro, de certa maneira elas continuam uma característica do Rei do Cangaço. Segundo o site oficial do ensaio (http://www.natrilhadocangaco.com.br), após o assassinato dele, foram encontradas muitas fotos sob as roupas. Eram registros de cangaceiros, pessoas próximas e até de João Bezerra, homem que o matou - uma espécie de álbum com a trajetória de vida.”
NOVOS CIDADÃOS JUAZEIRENSES
RESOLUÇÃO N.º 797, de 01.10.2015: Art. 1.º - Fica concedido, nos termos do Artigo 198 e seguintes da Resolução N.º 297/2001 (Regimento Interno), o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Senhor RAIMUNDO NONATO ALENCAR DE CASTRO. Art. 2.º - A honraria será entregue em Sessão Solene destinada a esse fim, em data a ser estabelecida pela Mesa Diretora da Câmara. Autoria: João Alberto Morais Borges Subscrição: José Adauto Araújo Ramos, Paulo José de Macêdo, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Rubens Darlan de Morais Lobo, Danty Bezerra Silva, José Ivan Beijamim de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, Antônio Vieira Neto, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, José Nivaldo Cabral de Moura, Firmino Neto Calú, Cícero Claudionor Lima Mota e Maria Calisto de Brito Pequeno. 

RESOLUÇÃO N.º 798, de 01.10.2015: Art. 1.º - Fica concedido, nos termos do Artigo 198 e seguintes da Resolução N.º 297/2001 (Regimento Interno), o Título Honorífico de Cidadã Juazeirense a Senhora MARIA DAS GRAÇAS DE MELO LIBERATO. Art. 2.º - A honraria será entregue em Sessão Solene destinada a esse fim, em data a ser estabelecida pela Mesa Diretora da Câmara. Autoria: João Alberto Morais Borges Coautoria: Paulo José de Macêdo Subscrição: José Adauto Araújo Ramos, José Tarso Magno Teixeira da Silva, Rubens Darlan de Morais Lobo, Danty Bezerra Silva, José Ivan Beijamim de Moura, Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro, Antônio Vieira Neto, Normando Sóracles Gonçalves Damascena, Pedro Bertrand Alencar Montezuma Rocha, José Nivaldo Cabral de Moura, Cícero Claudionor Lima Mota e Maria Calisto de Brito Pequeno.

JORNAL DOS MÉDICOS
Já está circulando na cidade e na região o novo informativo profissional voltada para os interesses da classe médica, bem como para clínicas, laboratórios, farmácias, óticas e o setor de lojas hospitalares. Circulou com data de: 17.08.2015 a 17.10.2015. A responsabilidade da edição está a cargo da publicitária Zeneide Araújo. O Designer gráfico é de Renato Neves, a Impressão Gráfica é da Control P; a periodicidade é bimensal; a tiragem inicial foi de 5.000 exemplares. Sua circulação e distribuição é gratuita. O formato é de revista, nas dimensões: 21,0cm x 30,5cm;







SÉTIMA REVISTA DE CINEMA, ED. 25
No último dia 6, no Teatro Patativa de Assaré (SESC, Juazeiro do Norte) aconteceu o coquetel de lançamento da revista sétima, Edição 25, referente a outubro de 2015. Na programação, tivemos a apresentação dos textos da edição com Ravena Monte e Josú Ribeiro, exibição de curtas com a presença da diretora Adriana Botelho, sorteio de livros e filmes e o coquetel. Gostaria de parabenizar o mediador Elvis Pinheiro e todo o grupo de estudos sobre cinema. Nesta edição, como nas anteriores, está toda a programação do cinema alternativo no Cariri, com exibições em Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato e Nova Olinda. No dia 3 de novembro estaremos novamente ali reunidos para novo lançamento da Sétima.



NINO, O ITALIANINHO
Os jovens dos anos 70, aficionados de telenovelas, devem lembrar muito bem Nino, o itlianinho. Produzida pela então Tv Tupi, ela foi ao ar em todo o Brasil, entre 05.05.1969 e 04.07.1970, escrita e dirigida por Geraldo Vietri. Assim se pode resumir o seu enredo: Numa vila do bairro do Bexiga em São Paulo, tradicional reduto de imigrantes italianos, mora Nino, o amigo de todos. O rapaz tinha quinze anos quando chegou ao Brasil em companhia de um tio, Ângelo. Com muito trabalho Nino tornou-se dono de um açougue. Alegre, rude e de bom coração, o rapaz não consegue conquistar o coração da ambiciosa Natália, sua vizinha também pobre que está tentando se aproximar de Renato, seu milionário patrão - dono de uma joalheria e filho de Dona Virgínia, proprietária das casas da vila, completamente contra o envolvimento de Renato com Natália. Enquanto Nino sofre por Natália, Bianca sofre de amores por Nino. Ela é uma jovem meiga, tímida, não muito bonita e que, ainda por cima, tem um defeito na perna. Apaixonada pelo açougueiro, Bianca vive seu ciúme em silêncio, até que Nino vê despertar em si o verdadeiro amor em relação a ela. Em torno desse drama sentimental, os outros moradores da vila vivem suas pequenas batalhas dp dia-a-dia, como Dona Santa. Viúva, mãe de três filhos homens, ela é o protótipo da mãe italiana: abnegada, trabalhadora, expansiva e superprotetora. A ela recorriam todos os vizinhos em caso de dificuldade. E foi justamente Dona Santa que acabou aproximando Nino de Bianca, fazendo-o esquecer de Natália. No seu elenco estava um fabuloso grupo de atores como Juca de Oliveira, Aracy Balabanian, Bibi Vogel, Uccio Gaeta, Myrian Muniz, Elizabeth Hartmann, Dirce Migliaccio, Marcos Plonka, Paulo Figueiredo, Dênis Carvalho, Tony Ramos, Chico Martins e outros. Como ainda hoje estas novelas da Tv terminaram por produzir gravações fonográficas, agora em CDs, com uma trilha que se tornaram famosas. Foi o caso de Nino, o italianinho. Há poucos dias o amigo Marcos Aurélio Santos me presenteou com este CD, contendo as canções: A Última Palavra (La Ultima Parola); Vivremo L'Amore; Os Pensamentos Teus (The Windmills of Your Mind); Casaco Marron; Un Baccio; Canção Para O Nosso Amor; Nino; Tema de Branca (Gia's Theme); O Dia em que eu Chegar (First of May); A Flor que O Tempo Guardou; O Sonho Impossível (The Impossible Dream); Ária de Esperança. Agradeço a Marcos pela gentileza do presente, pois isto me trouxe belas recordações.