sábado, 5 de março de 2016



BOA TARDE (I)
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.

217: (24.02.2016) Boa Tarde para Você, Maria Nelly Sobreira de Carvalho Barreto
É com grande prazer que registro, penitenciando-me pela demora, e já a cumprimentando pelo fato de você ter recebido recentemente o prêmio nacional Jayme Torres de Farmácia, decorrente do trabalho científico sobre a Análise da Percepção dos Farmacêuticos e Gestores de Farmácias Comunitárias do Município de Recife, Sobre a Atenção Farmacêutica. Você, Nelly, poderia ser uma destes milhares de profissionais graduados em Farmácia na região nordestina, desde 1994, quase anonimamente, mas desde o início, já com a habilitação em Análises Clínicas pela Universidade Federal do Ceará, tornou-se muito destacada e competente. Em sua carreira há seguidas especializações em Saúde Pública e em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, para atingir brilhantemente o seu mestrado em Saúde Pública, em 2012, já como farmacêutica da Prefeitura do Recife com função de assistente de projetos e ensino. Menciono também a sua larga experiência na área de Saúde Pública, com ênfase em Atenção Primária, atuando principalmente nos temas de política de assistência farmacêutica, avaliação de programas de saúde e epidemiologia das doenças crônicas não transmissíveis. O prêmio que você conquistou recentemente, concedido pelo Conselho Federal de Farmácia, foi criado em 2002, tendo como objetivo o estímulo à pesquisa e à produção de artigos técnico-científicos entre farmacêuticos e acadêmicos de farmácia. Essa distinção reconhece sua grande dedicação profissional, especialmente na docência que hoje você realiza junto ao Curso de Farmácia da Faculdade Pernambucana de Saúde e que se iniciou remotamente, uns vinte anos atrás, quando você, Nelly, trabalhava em sua própria terra num trabalho pioneiro sobre a Implantação da Assistência Farmacêutica em Juazeiro do Norte. A premiação também pode assim ser uma consequência do que você assumiu a partir de 2008 com as atividades de tutoria no Curso de Especialização em Saúde da Família na modalidade residência Multiprofissional Integrada da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco. Esse serviço de residência é fundamental para a formação de novos quadros profissionais, por ter enfoque multiprofissional e pelo que se permite acompanhar, não apenas os residentes de Farmácia, mas também técnicos de muitas outras atividades da área da saúde. Por isso, todos os méritos à sua competência e dedicação, mais e mais referendados por sua diligente e continuada formação técnica registrada em exuberante perfil curricular, pleno de títulos, prêmios, cursos, orientações, e produção científica constante em revistas e livros técnicos. Enfim, Nelly, merece os melhores elogios o seu intenso exercício profissional voltado para a permanente atualização dos caminhos que adequam melhor o exercício técnico e o trabalho destes jovens egressos das faculdades e universidades nos seus campos de atuação. Vejo hoje, com particular interesse, exatamente porque estou na condição de docente de um curso de Farmácia na região do Cariri, esta efervescência com que explodem estes múltiplos interesses da atuação do farmacêutico, especialmente em cidades de porte médio como estas nossas.
É papel importante de nossas ações como centro gerador de competências estas funções específicas do exercício profissional, de forma mais objetiva, e no geral, por tudo aquilo que importa acompanhar em orientações e trabalho tutorial aos acadêmicos que vão chegando ao mercado. Louvo as suas iniciativas, Nelly, por estas responsabilidades que você assumiu e que capto na sua vida docente, levando a termo uma atividade valiosíssima em prol da melhor capacitação destes novos quadros profissionais na área da Farmácia. Não posso deixar de lembrar a mim mesmo que parte desta emoção vem em recompensa a esses duros caminhos que enfrentamos na vida docente, parte da vocação de cada um de nós, na sua própria realização e do bem que este trabalho contribui para a comunidade. Minimamente, foi o que senti em conforto ao ler que parte de sua formação se deveu a um profissional de grande competência, Everardo Menezes, hoje pós-doutor na UFC, outrora meu orientado, enquanto ainda estudante de graduação. Felicito-a, Nelly, desejando que sua trajetória profissional ainda mais se enriqueça e se distribua pelos caminhos da docência universitária, entre tantos jovens que orienta. (Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 24.01.2016)

BOA TARDE (II)
218: (29.02.2016) Boa Tarde para Você, Raimundo Aniceto

Dias atrás eu fui surpreendido, e imagino que bem assim muitos milhares de caririenses, com a triste informação corrida na imprensa sobre um acidente vascular cerebral que vitimou o Mestre Raimundo Aniceto, da Banda Cabaçal mais famosa desse pais, a dos Irmãos Aniceto. O ano passado, mal começara, já 2015 nos deixava a triste ocorrência da morte de Mestre Antonio José Lourenço da Silva, aos 82 anos, acometido de um quadro de insuficiência renal, e que também tivera um AVC, do qual não resistiu. Estamos falando de dois homens, dois grandes Mestres da arte popular desta região, figuras sagradas de uma herança cultural que veio de avós e pais, desde o século XIX, de uma gênese indígena Kariri, a partir do velho fundador do grupo, José Lourenço da Silva, o José Aniceto. Dirijo a você nesta tarde, Raimundo Aniceto, a minha saudação fraterna, solidário a esta aflição que você vive, com extensão a toda a sua família e ao imenso círculo de afeto que consagrou esta admiração pelo notável trabalho da Banda Cabaçal, sucedendo seu irmão Antonio. Neste momento, é para se ouvir um silêncio respeitoso que se faz sobre a arte do Cariri, de tão ricas tradições, algumas das quais construídas por Josés, Antonios e como este Raimundo, de 86 anos, imensos na sua alegria de continuar a trajetória vitoriosa de um grupo de brincantes que se mantém renovado com membros da família em 3 gerações, varando o terceiro século de existência.

Saúdo você, Raimundo Aniceto, diante deste sentimento comum e esperançoso, de que você resistirá bravamente e muito em breve estará conosco, pelos palcos, pelas praças, pelas ruas, alegrando a grande alma desse povo que se estende desde as Batateiras e vai pelo ôco do mundo. Não é para desanimar, pois você é sertanejo forte e bravo, é alegre e brincalhão, e vem de berço de heróis da resistência, pai e mãe mais que centenários, gente simples e bem humorada entre o campo e a cidade, operários de agricultura e música, eméritos cidadãos do mundo, entre viver e arte. Na sua ausência, no resguardo necessário para restabelecer sua saúde, se fala pela rua como um lamento que não tem música, não tem dança, não tem pinotes, não tem alegria. De fato, tudo silencia em respeitosa contrição para louvar o Mestre e os seus feitos que tanta alegria proporciona ao seu povo sofrido. Gostei de ler um dia esta licença poética de um admirador anônimo dos Aniceto quando nos diz que a despeito de tais percalços, a Banda segue, tocadores fortalecidos em Deus, pois com certeza também Deus era um tocador de pife e foi soprando num deles, instrumento talvez feito de taboca celeste, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel. A grande admiração que ampliamos em nossa reverência, Raimundo, é esta, a de louvar a imensa dedicação de toda a família em manter esta tradição, de se fazer presente desde os dias simples como pelos recantos do Crato, e na grandeza de outras caminhadas entre Europa, França e Bahia. A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto é parte deste orgulho que cada caririense exibe diante dos valores de sua terra, é parte da alegria de uma gente que os vê tocar, cantar e pinotar, não importa que seja em procissão, batizado, casamento, renovação, aniversário, ou na novena do santo. Vez por outra vejo seus vídeos e escuto algumas peças dos quatro discos que temos nesta coletânea dos seus trabalhos, para manter viva esta identidade cultural que cada caririense guarda com a arte que nos veio da tradição indígena e que se revitalizou pela banda dos Irmãos Aniceto. Gosto muito de vê-los tocar, Raimundo, e me divirto muito com a graça de suas coreografias, como a do Corta Tesoura, do Pula Cobra, do Trancelim, do Amassa Barro, do Jogo de Facão, do Cachorro na Peia, do Maribondo, do Esquenta Muié, e outras mais. Tenho fé em Deus, Raimundo, que sua luta presente parece incorporar a Luta do Severino Brabo, personagem real de sua infância, presente em sua música e como tal, você aí está fortalecido e armado de todos os facões para a batalha da sobrevivência, longe de uma última luta. A você, Raimundo, grande Mestre da Cultura deste pobre e rico Estado do Ceará, que assim o tem distinguido, um brinde à sua saúde, à sua felicidade pessoal e de sua família, com o desejo ardente de todos nós para que logo estejamos festejando o seu retorno, a sua mais longeva existência, ao som fascinante de uma celebração grandiosa, à frente da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto. (Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 26.02.2016) (Foto de Wilson Bernardo)
ENTREVISTA AO DN CARIRI
Há poucos dias, por e-mail, eu concedi uma entrevista à querida jornalista Elizangela Santos, para uma matéria sobre a Estação Ferroviária de Juazeiro do Norte, que efetivamente foi veiculada no caderno DN Cariri, do Diário do Nordeste (DN), edição de 28.09.2016. Como não havia espaço suficiente para a publicação na íntegra, em alguns aspectos eu me ressenti da edição que foi feita, sem maiores pecados. Deste modo, reproduzo aqui minhas respostas ao questionamento da Elizangela Santos, na sua íntegra, o que aconteceu em 25.02.2016.

Elizangela Santos (DN): De que forma você vê atualmente a preservação desse patrimônio deixado na cidade, que traz à memória realizações de um dos seus grandes fundadores?
Renato Casimiro: Vejo com profundo lamento. Nós, povo e cidade, temos uma péssima convivência com a necessária providência de preservação da memória histórica. E neste caso, o prejuízo se verificou em dois sentidos: Primeiro, porque desde a sua inativação o prédio foi destinado a vários propósitos equivocados, todos na indigência, para que caisse em desgraça, mesmo porque nunca foi apoiado como devia pelo poder público. Segundo, porque pela vontade do Patriarca, Pe. Cícero ao escolher este local para a estação ferroviária, ainda nos anos 20, ele deveria ter sido o centro geográfico da cidade, porque era a sua previsão – quase profética, como até parece ser hoje. Ora, o Pe. Cícero, vinte anos antes, já havia conhecido este equipamento em cidades européias, quando esteve na Itália, e delas tinha sido usuário, e quis deixar esta contribuição para sua cidade. Mas, administradores municipais posteriores nunca prestaram atenção nisto e hoje, em torno desta localização e desta herança, lamentamos que a implantação do VLT, como atualmente existe, não mais teve a significação que seria esperada. Também porque esta via não integra mais Missão Velha e Barbalha, e até Crato o problema se arrasta sem viabilidade econômica devida. Até para fazer a sua integração com as alternativas de transportes urbanos locais a coisa não anda. Somos uma cidade a caminho de 300 mil usuários vivendo um caos com uma malha viária capenga.
Elizangela Santos (DN): No caso da Estação, há muitos anos abandonada, haveria possibilidade de um tombamento pelo Município e pelo Iphan?
Renato Casimiro: Sim, perfeitamente, o tombamento é esperado há muito tempo. Mas, o que é isto? Tombar para deixar ao léo, para tombar espontaneamente pelas chuva e ventos? Quanta coisa esta cidade já perdeu pela omissão? Bem recentemente tivemos um prefeito que assinou lei municipal tombando velhos casarões no entorno da Praça Pe. Cícero, para ainda no seu mandato “destombar”, anulando o ato que assinara anteriormente. Então, não há consciência de que isto tenha algum valor. Assina-se um ato municipal desta envergadura e depois, sem motivo qualquer, cede-se a interesses escusos. Basta ver algumas fotos antigas do velho centro para ver o quanto foi para o chão. Só os mais antigos reclamam do que se derrubou para fazer estacionamento e para se construir alguns monstrengos de beleza e funcionalidade questionável. 
Elizangela Santos (DN): Do ponto de vista econômico, qual a contribuição dada pelo transporte ferroviário ao desenvolvimento de Juazeiro do Norte?
Renato Casimiro: Embora o transporte ferroviário tenha sido mais presente até os anos 60, portanto há mais de 50 anos, sua importância foi muito grande como alternativa para a população, tanto na direção de Fortaleza, quanto da Paraiba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, pelas conexões via Arrojado (CE), Sousa (PB) e Mossoró (RN). Depois disto ainda ficou por um bom tempo como via para o tranporte de carga da exploração mineral da Chapada do Araripe e o suprimento de derivados de petróleo para o Cariri. A despeito de que nesta fase terminal, a via de transporte se fez com algo mais charmoso e eficiente para passageiros (foi o tempo do inesquecível Sonho Azul, com poltronas reclináveis e mais confortáveis para o destino de Fortaleza, em horário noturno), erroneamente o governo privilegiou o asfaltamento da BR 116 (claro, necessária), mas às custas da eliminação de uma via barata para cargueiros. Mas, indiscutivelmente, a ferrovia foi um instrumento de grande eficiência para o nosso desenvolvimento, especialmente após a nossa eletrificação pela CHESF, em 1961, quando as bases deste progresso econômico e social que vivemos foram assentadas. 
Elizangela Santos (DN): Você tem algum conhecimento específico de peculiaridades relacionadas a esse prédio, que hoje já está praticamente no Centro da cidade?
Renato Casimiro: O prédio foi construído em 1925 seguindo um modelo arquitetônico que foi estabelecido pela então Rede Viação Cearense (RVC), desde os tempos da antiga Estrada de Ferro de Baturité. Ao seu lado, ainda hoje há um pequeno monumento fincado em alvenaria para a celebração deste dia de inauguração. Por pouco, anos atrás um secretário municipal não mandava destrui-lo para desobstruir a rua. Santa ignorância. O Ceará moleque tratava a RVC, na contemplação das velhas estações e Marias Fumaças, como rapariga velha e cansada. Eram máquinas lentas que pareciam chegar a cada cidade do Ceará estafada pelo cansaço do trajeto. Em todos as comunidades, cidades ou distritos, os prédios da antiga RVC se tornaram ícones destas comunidades e sinal evidente de seu progresso. Entre nós não foi diferente, pois a nossa guarda ainda hoje, na memória de muitos, uma sinal de alegria e uns sobreviventes até lembrarão as cenas maravilhosas da estação em festa, que era quando da chegada ou da partida de uma composição. Ela trazia a alegria e sua buzina estridente e os sinos que tocavam acordavam a cidade, especialmente em dia de feira, nos sábados e segundas. Não havia a praça de hoje, a antiga dos Ourives, hoje rebatizada, mas no largo quadro havia um pavilhão de madeira onde se bebia caldo de cana com bolo e pães doces e eram servidas refeições. A ferrovia contribuiu para integrar mais o Cariri, pois havia também o ramal para Barbalha, atravessando o hoje Pirajá e a Lagoa Seca. Mas, esta tal visão modernosa do progresso determinou até a retirada dos trilhos que agora reclamamos para a extensão do VLT, mas em vão. Nessa estação ferroviária do Juazeiro, enquanto foi possível, tudo era uma festa, e como diz o poeta: “Todos os dias era um vai e vem /A vida se repete na estação / Tem gente que chega pra ficar / Tem gente que vai pra nunca mais / Tem gente que vem e quer voltar / Tem gente que vai e quer ficar / Tem gente que veio só olhar / Tem gente a sorrir e a chorar. / E assim chegar e partir / São só dois lados / Da mesma viagem / O trem que chega / É o mesmo trem da partida / A hora do encontro / É também despedida / A plataforma dessa estação / É a vida desse meu lugar / É a vida desse meu lugar / É a vida...” (Encontros e Despedidas, de Milton Nascimento e Fernando Brandt). 

ECOS DA RECONCILIAÇÃO (I)
Já está circulando a Revista Família Cristã, edição 963, em seu ano 82, referente ao mês de Março deste ano, com extensa matéria, em 13 páginas, sobre a mais recente notícia com respeito a Reconciliação da Igreja com o Padre Cícero. Abaixo reproduzimos seu Editorial (Bem-Vindo, Padim) e recomendamos a sua leitura, o que será possível através do site http://www.paulinas.org.br/familia-crista/?system=news&id=12657&action=read&page=1. “Mais de 80 anos após a morte do padre Cícero Romão Batista, a Igreja Católica emitiu, em dezembro de 2015, uma carta de reconciliação na qual acerta os ponteiros com o legado espiritual do sacerdote mais popular do Nordeste brasileiro e, quiçá, do País. Assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, o texto expressa o pensamento do papa Francisco a respeito do padim – “Viveu uma fé simples, em sintonia com o seu povo e, por isso mesmo, foi compreendido e amado por ele” – e coroou o esforço de dom Fernando Panico, da Diocese de Crato (CE), que tanto se empenhou na reaproximação do filho dileto do clero cearense com a hierarquia da Igreja. Porque entre padre Cícero e o chão dessa mesma Igreja, aquela Igreja popular e sofrida com cheiro de povo, jamais houve cisma. Ao contrário, desde o século 19, padre e fieis vivem uma relação de amor que se sobrepõe à modernidade, ao secularismo e ao crescimento das igrejas evangélicas e pentecostais. Não se pode negar que, em razão de um contexto social difícil às religiões tradicionais, a Igreja hoje precisa mais de padre Cícero – e de seus milhões de devotos – do que ele da Igreja. E por isso se deu a reconciliação. Mas seja como for, em um momento em que o aprisco da Igreja encolhe é esperançoso vê-la se socorrer no vigor popular, nas periferias do mundo e de onde antes “nada se podia esperar que algo de bom pudesse sair”. Porque uma das soluções para uma Igreja que sangra está em deixar seu centro romano confortável e acomodado. Está em pôr-se em movimento rumo aos extremos do mundo. Atrever-se a dialogar com quem ainda não fala sua língua, não conhece seu espírito nem sua cultura. Misturar-se aos povos e aculturar-se. Está em ver no desconhecido mais semelhanças do que diferenças. Porque um dia o próprio Jesus incentivou os discípulos a levaram o Evangelho a todos os cantos da terra e ele devia saber o que fazia. Em algum lugar – certamente, o Paraíso –, padre Cícero deve estar concordando com essas ideias e, apesar da inexplicável demora, agradecendo sem ressentimentos à Igreja que o recebeu de volta.”
ECOS DA RECONCILIAÇÃO (II)
Continuamos a inserir nesta Coluna alguns escritos e opiniões que continuam saindo pela imprensa do Brasil, ecoando a recente atitude da Igreja Católica, através de pronunciamento da Santa Sé, reconciliando-se com o Revmo. Pe. Cícero Romão Baptista. Reproduzimos abaixo um artigo escrito pelo Dr. Antonio Carlos Siufi Hindo, publicado no jornal O Progresso, Dourados, MT, no dia 09.02.2016. e que pode ser encontrado em http://www.progresso.com.br/opiniao/padre-cicero-romao-batista , com o título de Padre Cícero Romão Batista.

Na região mais pobre do sertão cearense, especificamente na cidade de Juazeiro do Norte, um padre de origem humilde transformou a vida de um punhado de pessoas, que viviam desesperadas, sem norte e sem nenhum destino numa quadra de esperança e de vida. Naquela rotina dramática o sertanejo resignado com a sua própria sorte outra alternativa não lhe restava senão lutar e de se apegar com Deus e com a sua fé para continuar vencendo os desafios que o destino reservava para cada um deles. Foi nessa quadra de sofrimento e dor intenso que Deus na sua onipotência divina reservou para a vida daquela população a ação sempre santa das suas mensagens transubstanciada na pessoa física de Cícero Romão Batista. E tudo transcorria na mais absoluta normalidade na vida daquele povo, até o dia em que um hóstia consagrada colocada na boa da beata Maria de Araujo, se transformou em sangue. Pronto. Foi o que bastou para que a Igreja da época remetesse o sacerdote à condição de um visionário. Nada mais perverso. O tema desnudou a face mais retrógada dos principais líderes religiosos da Igreja Católica de então transubstanciada na inveja de seus pares. Foi essa mesma inveja incrustrada no coração das pessoas ao longo da história da civilização, que impediram o Cristo de realizar os seus milagres em sua cidade natal. A inveja continua presente e viva no seio da nossa sociedade. Ela está em todas as oficinas de trabalho, nas relações pessoais, nas relações sociais, e em todos os outros campos de atividade em que estiver envolvido o ser humano. Não temos outra saída, a não ser conviver com o seu ranço que nos estigmatiza e transfigura a nossa alma. Mas, o que fizeram com o padre Cícero em nenhum momento desencantou o valor da crença, da fé, da confiança, que aquele verdadeiro homem de Deus conseguiu despertar no seio daquela população sofrida. Esse fato é a mais contundente de todas as provas de que a fé das pessoas não precisa de nenhum tipo de prova para aceitar como verdadeiros os ensinamentos que lhes são ministradas por vocação divina. E o Papa Francisco voltou novamente a surpreender o mundo ao perdoar o santo de Juazeiro do Norte de todas as punições que lhe resultaram impostas pela igreja católica entre os anos de 1.892 e 1.926, em nosso território nacional. A fé daquele povo sofrido pelo seu conselheiro continua inquebrantável. Suas palavras continuarão sendo a sentinela mais forte a animar os homens de bons propósitos a acreditar na vida e fazer dela um raio de luz para os que vivem na escuridão. A ação papal resultou digna dos melhores elogios e sinalizou para um outro dogma de regular a importância: ninguém salva ninguém a não ser os nossos atos, as nossas ações, os nossos sentimentos, nobres e elevados e o desejo sempre presente de auxiliar o nosso semelhante a encontrar o seu destino de grandeza e de esperança. O perdão é a palavra mágica que nos salva e nos redime. Foi ele o grito tresloucado daquele que deu sua própria vida para nos salvar. Francisco sabe interpretar como ninguém esses fatos. O seu papado está sendo considerado por muitos como verdadeiro divisor de águas no seio da Igreja Católica. Isso é muito bom e alvissareiro. É o prenuncio que a Igreja pode ainda oferecer novas e surpreendentes ações de um homem que, tendo saído da cidade de Buenos Aires rumo à cidade do Vaticano para escolher um novo pontífice por lá permaneceu para ser ele próprio o grande vetor da paz, da concórdia e da união entre os povos e as nações ao redor do mundo. (O autor, Dr. Antonio Carlos Siufi Hindo, é promotor de Justiça aposentado. e-mail: dr.hindo@hotmail.com)
ECOS DA RECONCILIAÇÃO (III)
Em artigo publicado na Gazeta de Alagoas (Maceió), nesta data (05.03.2016), a professora Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros (Antropóloga, doutora em Ciências Sociais, pós­-doutora em Antropologia e em Ciência da Literatura, professora aposentada da UFRJ e da UERJ), principal estudiosa da religiosidade nordestina, avalia a reabilitação do Patriarca do Juazeiro em paralelo com a evolução histórica da igreja católica. Vejamos seu texto, sob o título “PADRE CÍCERO ROMÃO REABILITADO E O PAPEL DO PAPA FRANCISCO”. “Tenho refletido muito sobre o ambiente de regozijo com a Reconciliação, que conduziu o retrato do Padre Cícero ao interior da igreja onde foi batizado e celebrou sua primeira missa como sacerdote. Pensar no Padre Cícero para mim é evocar o grande juazeirense Padre Azarias Sobreira e seu inigualável livro sobre a história do Nordeste e de sua igreja – O Patriarca de Juazeiro. Seus inesquecíveis depoimentos me tocam. Lembram-­me sua firmeza de caráter e, indagado, a resposta que me deu sobre a possibilidade de algum dia ter tido dúvidas pela escolha do sacerdócio católico, quando me afirmou muito ter sofrido e pedido a Deus o “milagre de um sinal de que esta é sua Igreja”, acossado como sempre viveu pela descoberta dos erros da hierarquia da igreja cearense em relação ao Padre Cícero. Este milagre aconteceu, dando-­lhe o júbilo de ver a ascensão de João XXIII (Cardeal Roncalli) ao Papado, e a abertura do Concílio Vaticano II (11/02/1962), a primeira grande reforma da Igreja proposta por um membro da hierarquia sacerdotal. Antes, as grandes reformas tinham sido propostas por leigos, como Francisco de Assis em 1209, opondo a pobreza aos exorbitantes tesouros e opulências do poder papal, enfim proclamando a “regra dos menores” em rejeição aos bens materiais. Longo foi o caminho da Igreja cristã primitiva nos seus primeiros três séculos de helenização para se adaptar à paideia grega de conciliação entre os poderes do mundo, até que no quarto século (313) o imperador Constantino suspendesse a perseguição ao cristianismo, tornando-­se ele próprio cristão, atraindo para fortalecimento de seu poder todos os cristãos do Império Romano. Em 325 Constantino convoca o I Concilio de Niceia, do qual participaram cerca de 300 bispos cristãos, no qual se proclama a unidade política do Império e a Doutrina da Trindade. Para a expansão do cristianismo, Constantino transfere a capital do Império para Constantinopla em 330. Antes de morrer havia estabelecido a existência de livros canônicos e livros apócrifos. Nos séculos seguintes a Igreja vai substituindo o desapego material pelo luxo, separa­-se da Igreja Ortodoxa do Oriente, tornando-­se a Igreja Romana a principal força do Ocidente, com centralidade na Europa.. A história do crescimento do viés de riqueza do papado é também a história da reação dos “franciscanos espirituais” ao crescente poder econômico-­político da instituição dirigente do catolicismo ocidental. A resistência dos “espirituais” crescia com a adesão maciça de cristãos a seus princípios, até à ideia da pobreza de Cristo, que atingia a ordem social daquele tempo. Desde Bonifácio VIII os franciscanos espirituais foram condenados: em 1311, 1317, 1322 e 1323. Essa repressão é respondida pelo mais contestador dos pensadores franciscanos, Guilherme de Ockham, que escreveu sobre o principal problema político de seu tempo, referindo-­se ao papa João XXII: “o poder do papa, o seu direito de determinar os caminhos e os limites da vida espiritual, o seu direito de intervir nas questões temporais, o seu direito inquestionável de propriedade e o seu direito de ter a sua autoridade inalcançável pelos outros poderes”. (1) A alegria do Padre Azarias em 1973 era poder ter assistido, mais de seiscentos anos após a luta dos franciscanos espirituais, a retomada de suas teses por João XXIII no Concílio Vaticano II (11/02/1962), cujos temas centrais foram a Misericórdia e o voltar-se a Igreja para os pobres. João XXIII demonstrou preocupações com temas como a pobreza de Cristo, elemento basilar do mundo beato, do qual Padre Azarias foi o maior divulgador e defensor, principalmente das práticas de seu criador – Padre Mestre Ibiapina. Imagino seu entusiasmo se estivesse assistindo a atuação de um cardeal latino-americano, jesuíta Jorge Mario Bergoglio que, eleito papa após a renúncia de Bento II, escolhe a nominação de papa Francisco, preocupado com a pobreza e a violência no planeta, preconizando uma Igreja voltada para esses problemas concretos nas atuais dinâmicas do mundo contemporâneo. Evocando teses caras a João XXIII, como Evangelho dos pobres e uma Igreja Pastoral, Francisco publica “Evangelii Gaudium” e convoca o Sínodo da Família em 2014 e 2015, quando são expostos conflitos internos da Igreja Romana contemporânea, num mundo em crise econômica e de valores, marcado por extrema violência e aparecimento de novos protagonistas na cena internacional de disputa do poder hegemônico num momento de diminuição da importância da Europa. Para seu papado, convoca titulados e experientes participantes de cargos como o Cardeal-presbítero de 83 anos de idade Walter Kasper (membro da Congregação para as Igrejas Orientais, do Pontifício Conselho para a Cultura, Congregação para a Doutrina da Fé, Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e Pontifício Conselho para os Textos Legislativos) e o respeitado diplomata Pietro Card. Parolin seu Secretário de Estado. Francisco empreende a dificílima tarefa de reforma do papado, objetivando principalmente efetivar a Descentralização do poder decisório entre Bispados nacionais e regionais. Isto é expresso pela criação de um estatuto das conferências episcopais, com o Evangelho dos pobres, ouvindo o “sensus fidei do povo”, como propusera João XXIII. Preocupado com escândalos na Igreja, Bergoglio se preocupa com a escassez de vocações sacerdotais, mas clama por “fervor apostólico religioso”, enquanto expande para a Ásia a Evangelização. Preocupado com a moral religiosa, incrementa maior rigor na seleção de seminaristas, elencando a fragilidade de motivações como busca de formas de poder, de glória humana ou bem estar econômico e insegurança afetiva. Como característica de uma Igreja Pastoral, recomenda criatividade das Igrejas locais na escuta dos principais problemas que angustiam os cristãos em cada país, em cada região. Enfim, recomenda a Igreja atenta aos clamores de seu povo, à fé e à moral cristã, na construção de uma verdadeira Igreja Mundial. Para quem vive ou estuda as romarias de Juazeiro, é como se aí se encontrasse a ideia, emanada do mundo beato, de que a pobreza de Cristo irmanava-­o com todos os romeiros do Padre Cícero e da Mãe das Dores, numa piedade cristã que o tempo, mesmo com todas as incertezas desse “vale de lágrimas” contemporâneo, só tem feito multiplicar. Reconciliando a Igreja com o Padre Cícero, o Papa Francisco supera a proposta de Ratzinger de “reabilitação histórica” deste que é o maior guia do povo nordestino, tendo vivido para que o catolicismo seja educação, forma de vida, consolo dos aflitos, força dos necessitados, respeito aos 10 mandamentos da lei de Deus, fé em Nossa Senhora das Dores, misericórdia, exaltação do trabalho no exemplo de São José Carpinteiro, resistência ao sofrimento e o perdão divino. Constituindo a categoria “homem de bem”, para designar seus seguidores que o ajudaram no “ciclópico trabalho” (Sic Azarias Sobreira) de soerguimento da vida nos sertões do Nordeste ­ com a palavra do evangelho, o trabalho e a oração, Ibiapina fundiu em seu programa missionário os preceitos de São Bento e São Francisco de Assis, este último a principal evocação de Bergoglio. Em sua concepção de autonomia da Igreja local para suas práticas pastorais, Francisco destacou na América Central o sacrifício de Dom Romero em El Salvador e, na América Latina, a obra de Padre Cícero no Juazeiro do Norte, último testemunho do Mundo Beato em seu possível histórico no seio de uma Igreja em transformação. Procurando fragmentar o poder de dominação do Vaticano, o atual papa pratica o ecumenismo proposto por João XXII e, como aquele, procura a Conciliação entre todas as denominações cristãs, superando quase milenares dissensões, com o objetivo de colocar a Igreja cristã como Mediadora num tempo em que um por cento (1%) da população mundial detém noventa e nove por cento (99%) da riqueza dos bilhões restantes dos filhos de Deus. No mundo estritamente político­-econômico ­ partidos políticos, empresas e potências bélicas fazem Acordos e instalam a barbárie do saque à natureza na exploração de nióbio, coltran, petróleo, gás, tráfico de armas e drogas, com a consequência da morte ou expulsão de milhões de seres humanos de suas terras de origem, prenunciando-­se, pela potência destrutiva dos métodos utilizados nessas guerras, até o desaparecimento da espécie humana. Na busca de paz para a humanidade as Igrejas Cristãs fazem Reconciliação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Luitgarde Oliveira Cavalcanti. Juazeiro do Padre Cícero A Terra da Mãe de Deus. Fortaleza, IMEPH, 2014, 3ª ed.
FERREIRA FILHO, Valter Duarte . Economia: Obstáculo Epistemológico Estudo das Raízes Políticas e Religiosas do Imaginário Liberal. Rio de Janeiro, EdUERJ, 2016, p 122.
O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
Voltamos a informar a programação do circuito alternativo de cinema em nossa região, no período compreendido entre os próximos dias 7 e 12 deste mês de março. E começamos por divulgar o lançamento da edição 29 da Sétima, Revista de Cinema, acontecida em movimentadíssima sessão acontecida no Teatro Patativa de Assaré, no SESC Juazeiro do Norte. Festejamos isto ao lado do Grupo de Estudos sobre Cinema, coordenado por Elvis Pinheiro.
CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (Teatro Adalberto Vamozi, SESC, Rua André Cartaxo, 443, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 7, segunda feira, às 19 horas, o filme POESIA (Shi, Coreia do Sul, 2010, 139min). Direção de Chang-dong Lee. Sinopse: Mija é uma senhora excêntrica com uma mente inquieta e questionadora. Um dia, ela entra por acaso em uma aula de poesia em um centro cultural na vizinhança e é desafiada pela primeira vez a escrever um poema. (Da Sétima Revista de Cinema, Ano 3, nº 29, março, 2016) 


CINENINHO (CASA NINHO, CRATO)
O CineNINHO (Casa Ninho, do Grupo Ninho de Teatro, Rua Ratisbona, 266, em frente a RFFSA, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 8, terça feira, às 19 horas, o filme ESCOLA DO RISO (Varai No Daigaku, Japão, 2014, 121 min). Direção de Mamoru Hosi. Sinopse: A violência da censura japonesa aos textos teatrais em contraponto à criatividade artística e libertadora. (Da Sétima Revista de Cinema, Ano 3, nº 29, março, 2016)

BIBLIOCINE (FAP, JN)
A Faculdade Paraiso do Ceará (FAPCE), está incluída no circuito alternativo de cinema do Cariri, embora seja restrito aos alunos desta Faculdade. As sessões são programadas para as terças e quintas feiras, de 12:00 às 14:00h, na Sala de Vídeo da Biblioteca, na Rua da Conceição, 1228, Bairro São Miguel. Informações pelo telefone: 3512.3299. Neste mês de Março está em cartaz, o filme JOGO DE PODER (Fair game, Emirados Árabes/EUA, 2004, 106min). Direção de Doug Liman. Sinopse: O diplomata Joseph Wilson (Sean Penn) escreveu um editorial para o jornal New York Times, no qual alega que a administração do presidente George W. Bush manipulou informações de relatórios sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, de forma a justificar a invasão. Como retaliação Valerie Plame (Naomi Watts), esposa de Wilson e agente secreta da CIA, tem sua identidade revelada intencionalmente. É o início da luta de Wilson para que os responsáveis por este ato, um crime federal, sejam punidos. Ao mesmo tempo Valerie precisa se adaptar à nova realidade, afastada do trabalho e com a vida exposta pela imprensa.
CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (Teatro Patativa do Assaré, SESC, Rua da Matriz, 227, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 9, quarta feira, às 19 horas, o filme A FITA BRANCA (Dass Weisse Band, Austria/França/Alemanha/Itália, 144min). Direção de Michael Haneke. Sinopse: O filme é ambientado numa aldeia alemã em 1913. Ele é narrado em off por um dos personagens, um professor que na época dos acontecimentos tinha 31 anos, e que recorda crimes e acidentes que abalaram o vilarejo. (Da Sétima Revista de Cinema, Ano 3, nº 29, março, 2016)
CINE CAFÉ VOLANTE (BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Auditório do Centro de Esportes e Artes Unificados Mestre Juca Mulato, Parque da Cidade, Parque da Cidade), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 11, quinta feira, às 19 horas, o filme IRREVERSÍVEL (Irreversible, França, 2002, 99min). Direção de Gaspar Noé. Sinopse: Uma mulher é violentada sem chance de socorro e em meio a muita violência. (Da Sétima Revista de Cinema, Ano 3, nº 29, março, 2016)
CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 11, sexta feira, às 20 horas, dentro do Festival Mazzaropi, o filme CANDINHO (Brasil, 1954, 95min). Direção de Abílio Pereira de Almeida. Sinopse: A história começa em 1926, na antiga fazenda "Dom Pedro II" situada em Piracema (MG). Como o Moisés bíblico, Candinho foi encontrado nas águas, só que nas águas sujas de um riacho. Ao seu lado estava um jumentinho, chamado Policarpo, e trazia um medalhão no pescoço, sinal de origem rica. Candinho foi acolhido pelo coronel proprietário da fazenda, o monarquista Quinzinho, pois ele não tinha filhos. Três anos depois, contudo, o coronel foi pai de um casal de gêmeos e Candinho acabou sendo relegado aos serviços humildes da fazenda e ficou morando no casebre da serviçal Manuela. Vinte anos depois, ele conhece o professor Pancrácio, hóspede do coronel, que lhe ensina sua filosofia de vida "tudo que acontece é para melhorar a vida da gente", a qual ele sempre repete como um ditado. Candinho teve um namorico com a filha do coronel, Filoca, e acaba expulso da fazenda. É colocado num trem e chega em São Paulo, iniciando uma busca incansável pela sua mãe. Ele fica amigo do fugitivo Pirulito e reencontra o professor. A grande Babel assusta os dois caipiras. Candinho também volta a ver Filoca, que fugiu da fazenda e agora é uma taxi-girl.

CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 11, sábado, às 17:30 horas, o filme EM NOME DE DEUS (The Magdalene sisters, Irlanda/Reino Unido, 2002, 119min). Direção de Peter Mullan. Sinopse: Baseado em fatos reais, essa é a história de quatro jovens mulheres que são mandadas para um convento por seus familiares, para “pagar por seus pecados”. (Da Sétima Revista de Cinema, Ano 3, nº 29, março, 2016)

CENTRO CULTURAL BNB
Já está disponível na recepção do Centro Cultural BNB a Agenda de eventos referente ao mês de Março de 2016. Esta é a 120ª edição deste precioso registro de uma década importantíssima que profundamente afetada pelas múltiplas atividades de seu Centro Cultural. Congratulamo-nos com sua administração e fazemos votos para que esta existência seja a mais longa possível para o nosso maior orgulho e proveito.

CIRCULANDO, CIRCULANDO...
Já está disponível em vários pontos das cidades do Cariri, especialmente, Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Brejo Santo, este mais novo Guia de atividades profissionais, denominado Guia Encontre Aqui Cariri, em sua primeira edição, referente ao período de Janeiro a Junho de 2016. Em 20 páginas ele cobre áreas da advocacia, medicina, odontologia, cultura, educação e serviços gerais. Seu diretor é Ebison Oliveira, tem uma tiragem de 10 mil exemplares e circula com distribuição dirigida e gratuita.