quarta-feira, 25 de junho de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
044: (25.06.2014) Boa Tarde para Você, Maria do Rosário Lustosa da Cruz
O Instituto Cultural do Vale Caririense foi fundado em setembro de 1974, por Joaquim Lobo de Macedo (Joaryvar Macedo) e por um grupo que se associou a este, tão prazerosamente, composto por Albis Irapuan Pimentel, Cícero Mozart Machado, Francisco Renato Sousa Dantas, Joaquina Gonçalves de Santana, José dos Anjos Dias, Lindalva Rodrigues de Alencar, Maria Alacoque Bezerra de Figueiredo, Maria Antélvia Cândido, Maria Bezerra de Menezes, Maria Zélia Pinheiro de Melo e Nair Silva. Quarenta anos depois, e é o que celebraremos em breve, ele está sob a sua presidência, fato que nos enche de entusiasmo. Este entusiasmo, querida Rosário, se prende muito mais ao que você representa para este grupo, hoje renovado e constituído por 45 membros efetivos. Infelizmente, ele não é verdadeiro para o que gostaríamos que o ICVC representasse, em sintonia com estes novos e buliçosos anos do nosso Cariri. Particularmente, somos uma instituição, itinerante, errante, sem casa, sem teto, mas “com regras, tratados, filósofos e sábios.” São todos, pessoas dadas aos misteres artísticos e culturais, educadores na sua maior essência, homens e mulheres que tem conferido dignidade à instituição que insistem em manter. Somos, Rosário, como lhe lembro, e nem precisaria, um grêmio que ainda esmola a atenção de poderes públicos para que se fixe em algum lugar deste território juazeirense, onde temos foro e cidadania, com rua, número e CEP. Desde a sua fundação, este Instituto que também me concedeu o privilégio de dirigi-lo por seis anos, tem-se afirmado como um colegiado e uma ótima congregação de esforços para refletir as atenções que a nossa ambiência artístico-cultural reclama. Assim, seus membros tem sido pródigos em produzir estudos e textos, muitos dos quais editados em livros alentados, mercê destas atenções para com os estímulos que a literatura provoca em cada um. Por muitos anos o ICVC editou sua revista anual, remissiva aos acontecimentos da região, à contribuição de seus pares e à sintonia fina com a sociedade. Realizou muitas promoções e esteve sempre presente neste contexto da culturalidade regional. Mas, retornando à questão fundamental, quero dizer-lhe, Rosário, que estamos todos ao seu lado, neste momento em que devemos empreender mais articulações para que sejamos assistidos pelo poder público e pela iniciativa privada, com o objetivo de nos fixarmos com nova e conveniente séde, se possível, própria. Isto é imprescindível para que tenhamos os nossos acervos preservados, e as condições mínimas para uma permanente disponibilidade, de diretores e membros com respeito aos maiores objetivos do Instituto. É preciso, temos que re conhecer, um maior envolvimento de todos e de cada um em particular para que estruturemos um amplo e consistente projeto de sustentabilidade do nosso ICVC, para que ele seja, efetivamente, muito mais útil à sociedade da região. Não há outra atenção, senão, esta de revitalizá-lo, ao propor novo e generoso espaço de estudos, pesquisas e eventos, assemelhado a um Centro Cultural que, se for mais um na cidade, nunca será demais. 

ACESSOS AOS CAMPI

A Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte (PMJN) assinou o contrato N° 2014.06.06.03, mediante Concorrência Pública n° 2014.03.18.02, cujo Objeto é a contratação de empresa para a execução das obras de pavimentação e requalificação das vias Av. Maria Letícia Leite Pereira e Av. Tenente Raimundo Rocha, por intermédio do Ministério do Turismo e PMJN. O Valor Global é de R$ 1.519.963,79 (um milhão quinhentos e dezenove mil novecentos e sessenta e três reais e setenta e nove centavos). A Dotação Orçamentária é da da Secretaria de Infraestrutura: 07 01 15 451 0059 1.006, Classificação Econômica 44.90.51.00 Obras e Instalações, fonte de recursos: PT: 0247872-62. Convênio: Ministério do Turismo e Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte/Ce. Signatários: PMJN – Secretaria Municipal de Infraestrutura, representada pelo Ordenador de Despesas o Sr. Akiro Meneses Chikushi e de outro lado a empresa CORAL -  Construtora Rodovalho Alencar Ltda., representada pelo Sr. Igo Proença Alencar. A Vigência do Contrato é de 240 (duzentos e quarenta) dias. O Contrato foi assinado em 06 de Junho de 2014. E a obra deve ser entregue em 06.02.2015. Obs.: Estas vias dão acesso ao conjunto de campi de diversas instituições de ensino superior da cidade. Dentre elas: UFCA, Leão Sampaio, IFCE, FMJ e, futuramente, FAP e outras. Veja no mapa a situação da obra, através das avenidas Plácido Aderaldo Castelo, a partir de quando cruza com a Av. Tenente Raimundo Rocha. E a Av. Letícia Pereira, a partir da rodovia Juazeiro-Barbalha, até à Av. Tenente Raimundo Rocha. Aliás, embora a imagem tenha sido capturada no Google maps, a Av. Letícia Pereira está neste mapa substituída pelas ruas Padre Antonio Almeida Agra e Vaneide Bezerra, como teria sido bem antes.  

NOVO CIDADÃO JUAZEIRENSE
Pela Resolução N.º 707, de 5 de maio de 2014, da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, e promulgada pelo prefeito municipal ficou concedido o Título Honorífico de Cidadão Juazeirense ao Ilustríssimo Senhor ANTÔNIO DAUDET GONDIM BARRETO, pelos relevantes serviços prestados à esta comunidade. Autoria: Normando Sóracles Gonçalves Damascena; Coautoria: Danty Bezerra Silva, José Tarso Magno Teixeira da Silva e Glêdson Lima Bezerra. Subscrição: José Nivaldo Cabral de Moura – Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro – Antônio Vieira Neto - José Ivan Beijamim de Moura - Francisco Alberto da Costa - Paulo José de Macêdo - José Adauto Araújo Ramos – Rubens Darlan de Morais Borges - João Alberto Morais Borges - Maria Calisto de Brito Pequeno – Maria de Fátima Ferreira Torres - Auricélia Bezerra e Rita de Cássia Monteiro Gomes.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
043: (23.06.2014) Boa Tarde para Você, Marcos Tavares
Há poucos dias atrás, o jornal O Alternativo, periódico que você, Marcos Tavares, fundou em 2006, deveria ter chegado às bancas, para a aquisição de seus leitores. Seria a sua edição de número 50, e estamos esperando. Mas, que pretensão essa minha em dizer tal coisa. Uma cidade como esta não tem, senão, uma única banca de jornais na Praça Pe. Cícero, e não importa se o jornal vem com seu preço estampado, pois não vende. É sempre assim: os nossos jornais, especialmente estes da resistência democrática, vivem da distribuição gratuita e de sua circulação dirigida. Lamento muito isto, pois considero, de fato, que o Alternativo é uma dessas vozes da livre imprensa. Repasso, então, e com grande atualidade, a matéria de fundo da última edição, com o clamor necessário para o estado de abandono de nossa Praça Pe. Cícero. Até conferindo as ilustrações fotográficas, se percebe esta atualidade da denuncia. Faço coro com o que afirma, “a Praça Padre Cícero é o retrato da política de abandono que se encontra Juazeiro!”  Esse abandono, Marcos, você nos indica que reside primordialmente numa concepção de que a iniciativa privada alarga os seus domínios sobre o espaço público. É assim que também penso. Os últimos governos foram excessivamente permissivos ao admitir que a praça pode e deve comportar inúmeras biroscas para vender batata frita, sorvete e refrigerantes. Mais que isto, Marcos, fica claro que pode cada uma daquelas barracas alargar o seu domínio espalhando mesas e cadeiras para seus clientes. Pode cada uma deles, se desejar, por uma maquina de fritar, churrasqueiras, balcões frigoríficos e outros equipamentos, além do espaço que lhe cabia. Vem no bojo destas permissões e omissões de fiscalização, a existência dos que não tem autorizações, ou se tem – ignoramos, para usar muitos outros espaços do entorno. Então, a Praça virou um grande mercado, expulsando os viventes desta cidade que se conformam em apenas atravessá-la apressadamente. Como a permanência ali é pequena, pois ela é hostil, pela presença de todo tipo de incômodo, fica nos faltando este lado inconformado da nossa indignação que deveria propor, de forma incisiva o restaure-se a moralidade para com aquele coração da velha cidade. A revisão de sua instalação elétrica, por exemplo, obra contratada pela prefeitura, que já existia em dezembro passado, continua ainda sem solução. Assim, a praça está cheia de buracos que causam mais transtornos. A fonte sem uma gota de água e servindo de depósito de lixo. Você sabia, Marcos, que o poço que deveria servir à Praça é o mesmo que manda água para o Hotel, gratuitamente, entregue à exploração da iniciativa privada? O relógio – pode até marcar certo, mas badala com quase meia hora de atraso, e por aí a lista dos descalabros que aguentamos. Sem falar dos seus jardins mal cuidados e do arvoredo que tanto nos acolhia. Enfim, lamentamos muito, como você, amigo Marcos Tavares, que não obstante o papel imprescindível desta imprensa do Alternativo, os nossos homens públicos tenham sido transformados em entidades privadas, presas preferenciais da sanha violenta do capital, única razão da vidinha miserável que experimentam. Enquanto isto, vida longa para o Alternativo, assim desejo e espero.

CLUBE CACHO DE ARROZ
Como todos sabem, e está na enciclopédia eletrônica, Dr. Mozart Cardoso de Alencar nasceu em Barbalha, a 28 de maio de 1903, e faleceu em  Juazeiro do Norte, a 15 de dezembro de 1996). Foi um médico, político e poeta. Iniciou os estudos no Colégio Diocesano do Crato, depois foi para o Liceu do Ceará, em Fortaleza. Em 1926, entrou na Faculdade de Medicina da Bahia, onde cursou apenas quatro anos, transferindo-se em seguida para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, instituição em que adquiriu o título de bacharel em 20 de dezembro de 1930. No ano seguinte, retornou ao Cariri cearense, assumindo o primeiro posto de saúde de Juazeiro do Norte. Em 1936, assumiu a chefia do Serviço de Peste Bubônica do Crato. Médico particular de Padre Cícero, acompanhou o sacerdote nos seus últimos dias de vida. Em 1948, ingressou na política, elegendo-se vereador em Juazeiro do Norte, sendo reeleito na legislatura seguinte. Em 1973 foi eleito prefeito do município. Mas, certamente como poeta ele sempre será lembrado. Transcrevo abaixo uma de suas produções, frequentemente muito irônicas, a respeito de um certo Clube Cacho de Arroz, fato que me foi passado por Luiz Afonso Cavalcante Gomes. Eis o que nos diz o amigo, por e-mail: “Estes versos de Dr. Mozart, guardei-os por mais de 40 anos. Hoje, ele serve para a velha guarda relembrar parte dos anos dourados e da verve do nosso saudoso amigo e poeta. Lalá Mendonça e o seu inseparável amigo José Nilson (parece-me que Felix), de saudosa memória - notaram que havia um enorme secador de arroz (a descoberto). O piso feito com um cimento lizinho, próprio para dançar. Protegido por um muro baixo (1,5 m) e com um portão da mesma altura, fechado a ferrolho, literalmente aberto, convidava os dois para uma aventura, que logo puseram em prática. Presepeiros como eram, trataram logo de bolar uma maneira de movimentar o local e claro, salvar alguns trocados. Contrataram o dono de uma banda, conhecido como Jaime do piston, que com uns 2 ou 3 elementos, seriam os responsáveis pela animação do novel Clube “Cacho de Arroz”, além de contarem com a bela voz de  Fernando Menezes. Foram à praça Pe. Cícero e comunicaram aos jovens que passeavam com suas namoradas, informando que estava havendo um arrasta-pé no clube “CACHO DE ARROZ“, sediado junto a Capela de S. Vicente. Não deu outra. Encheu. Todos que entravam (com exceção das moças) eram cotizados em 5 cruzeiros (acho que era cruzeiro na época) e depois de espalhada a noticia, o clube dia após  dia,  ia aumentando o número de frequentadores. Cilon Costa, era o cobrador da cota. Dr. Mozart conta a história do nascimento e o final do clube. Aqui vai. Fortaleza, 4 de Maio de 2014. Para os meus amigos, especialmente os conterrâneos da velha guarda, com o meu abraço. Luiz Afonso Cavalcante Gomes”

A FESTA DO CLUBE CACHO DE ARROZ
Dr. Mozart Cardoso de Alencar

NA PRAÇA DE S. VICENTE,
TODAS AS NOITES, HAVIA
UMA FESTA ANIMADA,
LOGO AO ANOITECER DO DIA,
RAPAZES, MOÇAS, GAROTAS,
QUASE TODO MUNDO IA.

CARLOS ALBERTO MENDONÇA,
ERA O COBRADOR DA COTA,
CILON COSTA LHE AJUDAVA,
DE VEZ EM QUANDO, UMA VOLTA,
A COTA DE TAUMATURGO
QUEM PAGAVA ERA O OTA (Othon Mendonça)

IDEVAL, - SEMPRE NA FRENTE (Ideval Coelho)
DIZIA COM SEUS BOTÕES:
NESTA FESTA EU SOU O BAMBA,
E NEM GASTO MEUS TOSTÕES...
PAULO E LUIZ DE MATOS  (Paulo Magalhães)
ERAM ALI OS CAMPEÕES

O TOCADOR DA FESTINHA,
ERA JAIME DO PISTON,
A ORQUESTRA ESTAVA BOA
PARECENDO UM ORFEON
TODA TURMA MUITO ALEGRE,
SE DESTACANDO O CILON.  (Cilon Costa )

A COISA JÁ MELHORAVA,
DIA-A-DIA IA AUMENTANDO,
QUANDO DAVA SEIS E MEIA,
TODA TURMA IA CHEGANDO,
COM VIOLÃO E PANDEIRO,
FERNANDO MENEZES CANTANDO.

IA TUDO MUITO BEM,
NÃO PARAVAM DE DANÇAR,
VIVA O CACHO DE ARROZ !
GRITAVAM AQUI E ACOLÁ,
FESTA ASSIM NÃO PODE HAVER,
NOSSO CLUBE É SINGULAR...

O “TREZE” NÃO PEGA LETRA,
O “DOZE” VAI SE ESCONDER,
POIS O CACHO DE ARROZ,
PRÁ NINGUÉM PODE PERDER
TOCA O BAILE PARA A FRENTE,
DEIXA O DIA AMANHECER.

CONTINUAVA OS FESTEJOS,
REINANDO MUITA ALEGRIA,
MARCHA, SAMBA, FOX, RUMBA,
E O CHORO “ESCADARIA”,
O SALÃO MUITO ESPAÇOSO,
CADA VEZ MAIS SE ENCHIA.

A TURMA DIZIA CONTENTE:-
NOSSO CLUBE É UMA ATRAÇÃO !
DESCONHECEMOS TRISTEZA,
MÁGOA E CONSTERNAÇÃO,
AQUI SÓ TEM ALEGRIA,
PRAZER E SATISFAÇÃO...

FERNANDO ESTAVA CANTANDO,
UM BOLERO APAIXONADO,
COM O TÍTULO DE “TALVEZ”,
POR TODOS APRECIADO,
E NO TALVEZ... TALVEZ...  TALVEZ...
O CANTOR FICOU CALADO.

TALVEZ, TALVEZ, UMA PORRA !
SEU ÂNGELO, MANDOU PARAR
É UMA VERDADE PURA,...
VÃO PRO INFERNO DANÇAR ! ...
MEU SECADOR DE ARROZ,
É PARA O MEU ARROZ SECAR ! ...

COM A FALA DE SEU ÂNGELO,
A TURMA “PEGOU A RETA”
FIZERAM “LISTA NA ESTRADA“
NUMA VIAGEM DIRETA...
UNS,  ATÉ PULARAM O MURO,
DEIXANDO A FESTA DESERTA ...

ASSIM ACABOU A HISTÓRIA
E O CLUBE TERMINOU...
E O “ CACHO DE ARROZ “,
SÓ NA HISTÓRIA FICOU ...
RESTA SÓ SABER AGORA,
QUEM FOI O SEU FUNDADOR...

EI, PSIU...
Já está sendo distribuída pela região do Cariri a segunda edição deste Psiu. É um pequeno (apenas no tamanho) e muito bem cuidado roteiro sobre as potencialidades turísticas, gastronômicas e de diversos serviços da região. Excelente trabalho da Editora 309, sobn a direção de Renato Fernandes e Isabela Geromel. Apanhe o seu e verá que tem tudo a lucrar, inclusive descontos em suas compras. Veja lá.









JOÃO PEDRO DO JUAZEIRO (I)
Recebo pelo correio, do querido amigo cordelista e xilógrafo João Pedro Carvalho Neto (João Pedro do Juazeiro) suas últimas produções, enfeixadas em dois volumes: Xilocordel – xilo e cordel, Arte e Cultura, e Balaio de retalhos. O João mantém em Fortaleza a sua Tipografia Padre Cícero, que é um misto de laboratório, gráfica e escola. Assim, continua pesquisando, formando novos quadros, e fazendo xilogravura e imprimindo os folhetos de sua autoria e de tantos outros poetas. Ele criou também o clube do cordel, que com assinaturas de interessados, permite que mensalmente ele envie a cada um dos assinantes um pacote com uma dezena de novos folhetos.

JOÃO PEDRO DO JUAZEIRO (II)
Fruto do trabalho de João Pedro do Juazeioro, eis aí as imagens de capas dos últimos folhetos do Clube do Cordel. Os interessados em obter exemplares destes trabalhos, podem consultá-lo através do endereço: Rua Princesa Isabel, 97 – 60.015-060 Fortaleza, CE ou pelo e-mail: joaopedro-juazeiro@hotmail.com. 


JORNALISMO ANALFABETO
O jornal O Dia, do Rio de Janeiro, estampou na sua edição do último dia 21: Daniel Alves: O sensível cabra da peste. Lateral defende choro na hora do hino e apoia amigo Fred. Rio - O nordestino é, acima de tudo, um bravo. O baiano de Juazeiro do Norte, que venceu muitas batalhas para fazer sucesso no futebol, tem a frieza para as suas ideias, mas sentimentos para entender que um homem também pode chorar ouvindo o Hino Nacional, sem necessariamente perder sua concentração em campo. No peito de Daniel Alves também bate um coração... (Não é a primeira vez na imprensa nacional. Sem comentários, mesmo ao calor desta Copa do Mundo.) 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
042: (20.06.2014) Boa Tarde para Você, Dra. Ângela Massayo Gingo
Em 2008, a senhora assumiu a direção geral da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte. Ignorância, a minha, que naquela data ainda não havia percebido a sua existência profissional há mais tempo. Do seu currículo vejo as menções de médica pela Universidade Federal da Bahia, em 1992, e Mestre pela Universidade Estadual do Ceará, na área específica de Saúde da Criança e do Adolescente, no ano anterior, de 2007, além do seu serviço médico como infectologista e clínica de nomeados méritos e dedicação. Em 2010, a senhora me ensejou conhecer a FMJ, satisfazendo a minha curiosidade de anos. Por uma tarde inteira, e minuciosamente, setor por setor, sala por sala, laboratório por laboratório, eu fiquei maravilhado com tudo que vi. Nesta semana, desgraçadamente, seu nome esteve no noticiário policial por ter sido vítima de uma grande violência. Triste sina, esta, para alguém de qualidades profissionais, reconhecidas na sua missão educacional e no desempenho de habilidades encontráveis nas citações da Plataforma Lattes, ou do Index Medicus. Costumo dizer, doutora Ângela, que para acontecimentos como estes se faz necessário o conhecimento preciso de “Texto, Contexto, Pretexto e Entrelinhas”. No texto, pessoas idôneas, especialmente do pronto atendimento médico, e de viva voz, já vieram a público para nos relatar o fato e a nos deixar a tranquilidade de que, dos males o menor, as perdas da repercussão sobre sua saúde. A senhora está viva, se recuperando bem, e isto é um grande sinal para todos nós. Do Contexto, somos todos, em uníssono, a reagir, a protestar, e a clamar por aquele indispensável BASTA, com o qual queremos estancar esta violência urbana de imprevisíveis consequências. Respeitamos que, por enquanto, Pretexto e Entrelinhas deste fato, talvez não isolado, mergulhem fundo no competente inquérito policial que venha a esclarecer todas as circunstâncias e motivação fútil desta ação criminosa. É papel do policial colecionar fatos, pessoas, provas e circunstâncias que pelo menos revele a lógica perversa desta violenta ação. Enquanto não, é perfeitamente razoável que, ao sabor desta indignação coletiva, muitas conjecturas se façam, no afã de se encontrar uma razão, se é que há, para tal loucura. Este caso, sem sombra de dúvidas, é parte daquilo que deve nos completar a medida estranha, nos limites de nossa tolerância. Por fim, Dra. Ângela Gingo, fazendo votos por seu restabelecimento, por sua felicidade pessoal e muita paz, permita-me que lhe conte uma história que este seu episódio nefasto me fez lembrar. A exatos cem anos atrás, em cena tão conflagrada pela violência na região do Cariri, de tristes páginas históricas, havia entre nós a presença do então coronel Doutor Floro Bartholomeu da Costa. Numa noite, na vigilância com os jagunços, entre as trincheiras dos valados da Mãe de Deus e as muralhas do Horto, ele disse aos seus comandados: “- Eh! O Cariri está muito perigoso. Tentaram matar o doutor fulano de tal no tiroteio de ontem, numa emboscada, pras bandas de Pernambuco, e ele quase foi ferido de morte.” Ao que reagiu um deles: “- Má empregado esse fogo, seu doutô coroné. Antes tivesse matado uns cabras do doutô. Pro quê cabra é cuma capim de burro. Se arranca um e nasce mais de cem. Mas um doutô? Um doutô, seu coroné? Esse custa muito a se fazê.”
CINE CAFÉ
O Cine Café, do CCBNB exibirá amanhã, às 17:30h, O Sol tornará a Brilhar. A ficha técnica, sumariamente, é: Título original: A raisin in the sun; Estados Unidos, 1961, 128 min.; Direção: Daniel Petrie; Elenco: Sidney Poitier (Walter Lee Younger); Claudia McNeil (Lena Younger); Ruby Dee (Ruth Younger); Diana Sands (Beneatha Younger); Ivan Dixon (Asagai ); John Fiedler (Mark Lindner). Sinopse: A família Younger, frustrada com a vida em seu espremido apartamento em Chicago, vê a chegada de um cheque de dez mil dólares de um seguro como a resposta para suas preces. A matriarca Lena Younger imediatamente usa-o como parte do pagamento de uma casa num subúrbio cujos vizinhos são, em sua maioria, brancos. Mas a família se divide quando Lena confia a aplicação do dinheiro ao irrequieto filho Walter Lee, contra os desejos de sua filha e da nora. 



quarta-feira, 18 de junho de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
041: (18.06.2014) Boa Tarde para Você, José Leite Lopes
Um amigo me felicitou por estes escritos, citando os tons de resgate e gratidão aos homenageados. Sugeriu-me que dedicasse uma página a ilustre falecido. Desculpei-me dizendo-lhe que o propósito era dirigir-me a pessoas vivas, com as quais ainda poderia dizer o que escrevo, até de viva voz. Mas, ele reagiu: - Não me diga que não guarda alguma frustração por não ter sido possível fazer isto que me diz? Fui para casa ruminando o que ouvira, e rebuscando a memória terminei por me encontrar em um destes momentos. Por isso, excepcionalmente, hoje relembro José Leite Lopes. Poucas pessoas tiveram a oportunidade de conhecê-lo. José Leite Lopes era um pernambucano que nasceu no Recife, em 28 de outubro de 1918. Foi um dos mais importantes cientistas do século XX. Tornou-se famoso porque criou, ou esteve junto aos que criaram algumas das mais importantes instituições brasileiras como o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a Escola Latino-Americana de Física (ELAF) e a Sociedade Brasileira de Física (SBF). Era PhD em Física, pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Nela, em 1944, aluno do prof. Albert Einstein, ele foi orientado pelo prof. Wolfgang Pauli, fundador da Mecânica Quântica, que no ano seguinte foi o Prêmio Nobel de Física. Por pouco, Leite Lopes não foi também um premiado, mas seus estudos serviram para que três outros pesquisadores chegassem lá, em 1979. Foi catedrático de Física na antiga Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, integrando a geração de César Lattes e Mario Schoenberg. Na época da ditadura militar, foi acusado de comunista. Exilado, foi trabalhar na Universidade Louis Pasteur. Em 1970, transferiu-se para a Universidade de Strasbourg, também na França. Com a Anistia concedida, Leite Lopes foi tentado a voltar ao Brasil. Mas, somente em 1985 ele retornou para dirigir o CBPF, até 1989. Em 1978 eu era estudante num doutorado da USP. Tinha dificuldade em obter um produto químico para realizar o trabalho experimental para a minha Tese de Doutoramento. Recorri a amigos no Rio de Janeiro e o problema foi resolvido, o que me garantiu concluir no prazo, o mais importante projeto de minha vida acadêmica. Uns dez anos mais tarde eu soube que aquelas preciosas 25 gramas do produto tinham sido compradas, na França, por José Leite Lopes, com dinheiro de seu próprio bolso. Em 2005, na UFC, eu e centenas de professores o recebemos festivamente. No final da conferência, por um instante, eu comecei a dizer o quanto tinha a lhe agradecer. Um tumulto no auditório me impediu de completar a curta história. Nunca mais tive outra chance, pois foi a única vez que nos vimos e José Leite Lopes faleceu no ano seguinte, no Rio de Janeiro, em 12 de junho de 2006. Numa quase antevisão do que aí se frustraria, na primeira página de minha tese doutoral eu reproduzi a frase do prof. Albert Einstein: “Cem vezes ao dia eu lembro a mim mesmo que minha vida interior e exterior, depende do trabalho de outros homens, vivos ou mortos, e que devo esforçar-me a fim de devolver na mesma medida que recebi.”

 REABILITAÇÃO, JÁ
Da última viagem de José Leite de Sousa, nosso embaixador em Ilhéus (BA), quando esteve conosco, em animada reunião entre amigos, na praça Padre Cícero, na manhã do dia 7, recebemos este adesivo para propagar a campanha idealizada pelo www.portaldejuazeiro.com Zé Leite é um destes impacientes devotos que esperam, não mais pacientemente, que Roma tenha todo o tempo do Universo para rever a questão de nosso santo padrinho. Assim, ele propaga entre amigos e simpatizantes, custeando aos milhares estes adesivos para promover a conscientização pública de que estamos com pressa e queremos a reabilitação já. Por vezes ficamos pensativos para entender, se assim for possível, o que é esta misericórdia divina, no papel dos seus ministros terrenos. E até quando, não obstante tantos vivas e orações, será ou não será o filho obediente e servo de Deus. E é que a “turma” já foi bem avisada: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.” (Mateus 18:18)

CINE ELDORADO
O Eldorado (Rua Padre Cícero) exibe hoje a comédia Febre de Juventude.  A ficha técnica, sumariamente, é: Título original: I wanna hold your hand; Estados Unidos, 1978; Direção:Robert Zemeckis; Elenco: Nancy Allen (Pam Mitchell); Bobby Di Cicco (Tony Smerko); Marc McClure (Larry Dubois); Susan Kendall Newman (Janis Goldman); Theresa Saldana (Grace Corrigan); Wendie Jo Sperber (Rosie Petrofsky); Eddie Deezen (Richard "Ringo" Klaus); Christian Juttner (Peter Plimpton); Will Jordan (Ed Sullivan); Boyd "Red" Morgan (Peter's Father); Claude Earl Jones (Al); James Houghton (Eddie); Michael Hewitson (Neil); Dick Miller (Sgt. Bresner); Vito Carenzo (CBS Security Guard); Luke Andreas (Police Officer in Alley); Roberta Lee Carroll (Cafeteria Girl); Sherry Lynn (Cafeteria Girl). Sinopse: Nos anos 60 houve a revolução da música com os 4 garotos de Liverpool (Inglaterra) para o mundo. Especificamente no dia 8 de Fevereiro de 1964 os Beatles foram pela primeira vez aos Estados Unidos para fazer a turnê Americana. Eles começariam indo para Nova Iorque, seria uma apresentação para o programa do “Ed Sullivan”, onde causou muita histeria por partes dos fãs. Mas falando de “Febre de Juventude”, um dos filmes que mais demonstra a “Beatlemania”, ele nos mostra nada mais nada menos do que a história de 6 fãs dos Beatles (4 garotas e 2 garotos) que foram à Nova Iorque e onde eles farão de tudo pra conseguir as entradas para vê-los no programa do Ed Sullivan. Isso tudo logo após eles lançarem a música “I Wanna Hold Your Hand”. Sobre os personagens, começamos por Grace que era uma garota que tinha a ambição de ser fotógrafa e tirando fotos exclusivas dos Beatles não seria nada mal pra ela, para isso ela convence Larry (filho de um agente funerário) para conseguir a limosine do seu pai, para irem até o Plaza Hotel. Muitos dizem que Grace queria somente se aproveitar de Larry. Larry e Grace tentam conseguir os ingressos vendendo pedaços de um lençol, dizendo que um dos Beatles havia dormido com ele, e são desmascarados, mas não irei contar o final deles. Pam era a única que estava lá pra ver os Beatles simplesmente por estar, ela era tímida e de todas era a que menos sabia sobre os Beatles (era noiva também!), mas de todos foi a que teve mais sorte pois ela conseguiu entrar no camarim dos Beatles. Eainda tem uma cena que é umas das mais legais do filme, que é quando ela vê a guitarra do John Lennon e a toca como se estivesse tocando no próprio John Lennon, sem falar na hora que ela está embaixo da cama de Lennon e ela vê os pés de alguém que era o próprio John Lennon! A expectativa de ver alguém da banda é grande e essa era a maior graça do filme pois ela, assim como os outros garotos, não passavam de mero fã da banda e logo depois ela é descoberta e ganha um ingresso para ver os Beatles, mas tinha o detalhe que era noiva, e chegou ao ponto de terminar o noivado pra poder ver os Beatles. Rosie era uma das pessoas do grupo que mais adoravam os Beatles, em especifico Ringo Star e umas das que mais gritavam e nesse meio tempo ela conheceu Richard “Ringo” Klaus que era um outro fã que conhecia muito dos Beatles. Tem uma parte do filme onde ela pergunta pra ele se gostaria de namorar com ela e ele responde: "Não acredito! É só você ver coisa melhor que já trai o Paul McCartney!!!!" Tem uma outra cena em que Klaus fica literalmente pendurado na hora do show do Ed Sullivan. Tem uma outra logo no começo do filme com a Rosie ouvindo no carro que uma rádio está sorteando convite pro programa do Ed Sullivan e ela fala: "Quer parar esse carro senão eu pulo!". Tony que era um tipo nervoso que não gostava dos Beatles e numa cena ele até tenta boicotar o show destruindo a antena de transmissão, mas não consegue. Janis tinha o objetivo de ver os Beatles para provar o inútil dinheiro e badalação que rolava em cima da musica pop dos Beatles. Uma cena que merece ser lembrada que demonstra bem o estado histérico que as fãs ficavam pelos Beatles: sem querer um guarda pisa no pé de uma fã que está na frente do Hotel, ela começa a gritar e acaba gerando uma reação em cadeia em absolutamente todas as fãs que estavam ali. Esse foi o filme de estréia de Robert Zemeckis, que depois de 7 anos faria o “De volta para o futuro” umas das trilogias mais bem sucedidas do cinema nos anos 80 e ainda tem o dedo de Steven Spilberg que fez a produção do filme. Zemeckis também foi o diretor de outros sucessos, como: De Volta para o Futuro (II e III), Uma Cilada para Roger Rabbit, Tudo por uma Esmeralda e Contos da Cripta (série de TV). (por Roger de Souza) (Fonte: http://www.autobahn.com.br/filmes/febre_juventude.html )
Observação: Esta exibição está inserida na programação do Projeto Beatles que revisa filmes sobre o famoso conjunto de juventude dos anos 60.  


NÃO VENDA SEU VOTO
A criatividade do amigo e editor, Daniel Walker, logo gerou esta peça publicitária para a nossa campanha sobre o voto nas próximas eleições. E é sempre assim, a motivação, com argumentos inteligentes proporciona a vitória dos ideais que alimentamos. Esperamos continuar dispondo desta criatividade para propagar campanha tão necessária. Quem sabe, isto fará crescer em cada um de nós o espírito cidadão de responsabilidade e zelo quanto a gestão pública. Certamente é o melhor caminho para que os recursos municipais sejam melhor aplicados na promoção do nosso povo, através de programas de saúde, educação, saneamento, infraestrutura, etc. Evidentemente, se bem antes de ser eleito o safado já começa gastando, fruto da corrupção plantada no sistema, como esperar que deste mandato desonesto possa vir alguma coisa importante para o nosso povo?

GRANDES NOMES DO CARIRI: RAIMUNDO ARAÚJO
Dando continuidade à publicação de sua série, Grandes Nomes do Cariri, Marcel Bezerra, através do Jornal do Cariri, desta semana (17-23.06.2014) editou a seguinte matéria sobre Raimundo Araújo.


“Raimundo Rodrigues Araújo nasceu em Várzea Alegre no dia 2 de setembro de 1935, fruto de um relacionamento entre o fiscal fazendário Francisco Alves Ribeiro e a dona de casa Maria dos Anjos Rodrigues Araújo. Aos três anos, mudou-se para Juazeiro do Norte, onde morava a família da mãe. Lembra de ter conhecido apenas o avô paterno, cuja família residia em Várzea Alegre, e a avó materna. Ainda criança, já demonstrava dedicação por aquilo que lhe interessava. “Minha infância foi praticamente toda em torno de futebol. Nunca aprendi a nadar, mal andava de bicicleta. Era só futebol”, conta, ao reconhecer a falta de talento para o a prática do esporte. Medíocre como jogador, lançou-se à leitura de tudo que falasse do assunto, ao mesmo tempo em que tinha no rádio outra fonte de informação. “Quando aprendi a ler, passei a comprar tudo o que era de revista. Admirava craques como Zizinho e Ademir”, afirma ele, que costumava jogar pelada com os amigos na época em que morou na rua Nova, hoje rua Dr. Floro, no Centro de Juazeiro. Dos amigos da infância, cita Gilberto Sobreira, funcionário aposentado do Banco do Brasil e atualmente empresário bem sucedido no ramo da indústria, “um dos poucos ainda vivos”. As primeiras letras para a obtenção da “Carta do ABC” por Raimundo Araújo foram aprendidas na Escola Nossa Senhora da Sallete, com a professora Adelaide Mello, em Juazeiro do Norte. O curso primário se deu no Grupo Escolar Padre Cícero, até a admissão no ginásio do Colégio Salesiano São João Bosco, 1957, concluído no ano seguinte. As séries do “científico” foram cursadas no Colégio Diocesano do Crato, em 1961. Findos os estudos regulares, Raimundo Araújo ingressou no curso de Contabilidade da Escola Técnica de Comércio de Juazeiro do Norte, no ano de 1964, instituição onde atuou como professor posteriormente. Vinte anos depois, em 1984, ingressaria no Curso de Letras na antiga Faculdade de Filosofia do Crato. O interesse de Raimundo Araújo pela leitura e pela história de Juazeiro começou ainda na adolescência, depois que o futebol foi deixado de lado e proliferou mais adiante, com a influência da amizade de pessoas como o professor e jornalista Daniel Walker. “Indiretamente, Daniel me incentivou muito a conhecer ainda mais a história de Juazeiro. Somos amigos há quarenta anos. Ele é um homem muito bom, e nossa amizade nunca teve sequer um arranhão em todo esse tempo”, comemora. Embora sem precisar datas de forma exata, antes de se dedicar às pesquisas e à escrita em definitivo anos mais tarde, a trajetória de Raimundo Araújo incluiu dois anos como contador e trabalhos como revisor dos jornais O POVO, de Fortaleza (onde residiu por cerca de cinco anos), do Jornal do Commercio de Recife (PE), do Jornal A Tarde, de Salvador (BA), da Editora Jurídica Ltda. de Fortaleza (CE). Na capital cearense, Araújo afirma ter passado por dificuldades. “Nessa época eu trabalhava no jornal e ganhava muito pouco. Morei numa espécie de pensão na rua Conde D’ Eu. Era um lugar onde as condições não eram boas, eu vivia num tipo de sótão, já que não tinha como pagar por um lugar melhor. Um dia, sonhei com o Padre Cícero, que me disse: ‘vá embora, volte para Juazeiro, se possível hoje’. Quando acordei, um amigo chamado Francílio Dourado vinha num carro e começou a gritar insistentemente: ‘Raimundo vamos para Juazeiro?! Eu fiquei espantado. Como era possível, logo depois que eu acordei, sem ele saber do meu sonho, e acontecer uma coincidência dessas? Imediatamente arrumei minhas coisas, paguei a conta e voltei a Juazeiro”, questiona ele, que em Fortaleza diz ter trabalhado também na Secretaria Municipal de Educação. No final dos anos 70,  Raimundo Araújo havia sido acometido de uma doença quando morava em Salvador (BA), e mais uma vez retornara a Juazeiro. Foi então que passou a estudar no Centro de Formação Profissional Wanderillo Castro Câmara (Senai), onde também trabalhou. “Fazia esse cursinho, onde conheci minha mulher, que também  estudava lá”. A mulher com quem viria a se casar em 1979 chama-se Elza Bernardo Araújo, com quem Raimundo Araújo teve três filhos: Jânio, Maria Suêrda e Homero Wellington. A decisão de casar veio a bom tempo. “Casei com mais de 40 anos. Era boêmio, mas no bom sentido. Gostava muito de brincar, de dançar, de namorar. Quando casei, conciliava os trabalhos no Senai e na Câmara Municipal de Juazeiro”, explica. Raimundo Araújo foi professor de Português em diversas instituições como a Escola Técnica de Comércio de Juazeiro do Norte, a Escola de Comércio Dr. Diniz, o curso Pré-Vestibular Supreve, e o próprio Centro de Formação Profissional Wanderillo de Castro Câmara (Senai). Neste último, trabalhou antes na secretaria e como bibliotecário, em períodos que somaram cerca de 15 de dedicação. Consta também no currículo de Raimundo Araújo as atividades de consultor do Instituto José Marrocos de Pesquisas e Estudos Sócio-culturais (Ipesc), de redator da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, onde também editou o jornal A Voz do Legislativo de Juazeiro do Norte. Exerceu ainda os cargos de vice-diretor da Escola de 2º Grau Padre Francisco Murilo de Sá Barreto (1986), de assessor especial e de secretário de gabinete do Prefeito Manoel  Salviano Sobrinho (1987), além de ter integrado, em 2009, a Comissão Municipal Organizadora das Comemorações do Centenário de Emancipação Política do Município de Juazeiro do Norte. Alvo de diversas homenagens, classifica uma delas, a Cidadania Juazeirense, como uma das que mais se orgulha. A partir dos anos 1980, com a publicação dos primeiros dois livros – “Juazeiro Anedótico (1984) e Juazeiro Poético (1988) –, Raimundo Araújo passou a se dedicar às suas verdadeiras paixões. “Meu mundo hoje é escrever e ler”, coloca. De lá para cá, já são 16 livros e dois textos para publicações. Em 1994, lançou “Padre Cícero do Juazeiro” e “Centenário do Nascimento do Padre Azarias Sobreira – 1984- 1994”. No ano seguinte, viriam “Recordar é Viver” e “Juazeiro do Padre Cícero”. Em 1996, numa parceria com José Boaventura de Sousa e Daniel Walker, Raimundo Araújo assinou a autoria de “A Câmara Municipal em Ação – Memória do Legislativo Juazeirense”. Depois viriam “Administração José Firmino da Silva” (1998), “Dados Biográficos dos Homenageados em Logradouros Públicos de Juazeiro do Norte”, em parceria com Mário Bem Filho (2000), “Suco de Jiló” (2001), “Praxedes e sua época” (2002), “Resgatar é preciso” (2002), “Juazeiro Anedótico – 2ª Edição” (2002), “Mulheres de Juazeiro” (2004), “Vidas Paralelas (texto)” (2009), “Replicar é preciso (texto)” (2009), “Rostos de Juazeiro” (2011) e “Questionário Histórico (tomo I)” (2012). Em agosto de 2013, Raimundo Araújo lançou a antologia “Maria de Araújo, a Mártir de Juazeiro”. Prima em terceiro grau do escritor, a beata, que protagonizou o milagre das hóstias que viravam sangue, é considerada por ele uma das figuras mais importantes para a história de Juazeiro e do Padre Cícero. De acordo com Raimundo Araújo, a figura da beata, que se chamava Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo, tem sido historicamente relegada a um segundo plano, e somente recentemente seu papel vem sendo reposicionado e reconhecido por estudiosos e religiosos. Sobre Juazeiro, embora considere positivo desenvolvimento da cidade, Araújo se revela emotivo e saudosista. “Gosto mais do Juazeiro do passado. Nunca pensei que a cidade fosse crescer tanto. Eu tinha fé que isso ia acontecer, mas Juazeiro é uma cidade misteriosa, tem os dedos de Deus e do Padre Cícero”. Para ele, escrever é uma missão de vida, assim como defender a cidade e o Padre Cícero. “O meu foco é Juazeiro do Norte”, declara. Aposentado há cerca de 17 anos, Raimundo Araújo mora na rua São José, entre as ruas Santa Luzia e Conceição. Sua rotina de leitura e escrita também inclui a visita de amigos e pesquisadores, a quem recebe com satisfação. “A gente não tem sossego. Mas estou sempre em contato com meus amigos”, diz ele, ao citar Daniel Walker, Napoleão Tavares, Renato Casimiro e Renato Dantas, entre outros. Para o escritor Emerson Monteiro, Raimundo Araújo é “escritor vocacionado àquilo que se propõe, isto é, inventariar nas letras o testemunho do tempo que presencia, com ânimo e correção, próprio dos cronistas de época nas comunas interioranas”.
BRINCANDO COM O FLIGHTRADAR24




































Já tinha mencionado em edição bem anterior sobre este aplicativo do Google que serve para acompanhar voos de curso regional, nacional ou internacional. Trata-se de http://www.flightradar24.com/. Tinha uma suspeita de que os voos que se destinavam a Juazeiro do Norte não eram monitorados pelo aplicativo em todo o seu curso. Nesta última segunda feira, dia 16, acompanhei o voo da Avianca ONE 6378, proveniente de São Paulo e com escala em Fortaleza. Pelas imagens acima, ele saiu com atraso de Fortaleza (30 minutos) e daí o seguimos ao longo dos seus 390 km, passando por diversos pontos de referência no território cearense, até que ele pousasse no aeroporto de Juazeiro do Norte. E fomos tomando as imagens que estão anexadas acima, até o momento em que a aeronave toca a pista. No mínimo, uma boa brincadeira.  









segunda-feira, 16 de junho de 2014

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
040: (16.06.2014) Boa Tarde para Você, Normando Sóracles Gonçalves Damascena
Juazeiro do Norte é um território aberto. Para cá converge gente de toda uma nação. Nosso santo padrinho, padre Cícero, nos legou esta missão de não recusar abrigo a quem nos bate à porta. Assim foi, ainda no começo do século passado, com minha gente de familia. Assim foi com tantos outros que já passaram da casa dos milhões. Assim foi também consigo, Normando, de quem se sabe sumariamente que nasceu em Cajazeiras, há 54 anos, é filho do taxista Daniel Damascena e da professora Naldir Gonçalves, de familia de três irmãos, dois filhos e, por isso mesmo, um premiado pelo dom da vida. Você já mostrou parte daquilo a que veio, sendo um bem sucedido industrial, locutor de rádio, repórter fotográfico e diretor do site Miséria. Mais recentemente, esta sociedade a que você serve, lhe conferiu um, mandato de vereança, como se desejasse, ainda mais, pô-lo à prova de uma enorme responsabilidade social. No conflito atual do Estado brasileiro, ser vereador é uma coisa muito difícil e complexa. E em Juazeiro do Norte, particularmente, nem se pode duvidar. Na atualidade, nós os eleitores, estamos simplificando muito o nosso juizo. Mas, o que há de se fazer se, ao calor dos fatos, a figura de um vereador só nos lembra o perfil de gente insignificante? Esta nossa crença transita perplexa por entre esta Câmara, que tinha tudo para ser egrégia e que não ultrapassa a linha da manchete escandalosa da folha policial. Isto é parte da descrença com que a mídia a vê, não revelando nenhum escrúpulo de noticiar suas acontecências em meio ao vandalismo do dia-a-dia. Mudaram-se os tempos, mas neste ponto não mudamos nós, ainda, que temos a esperança de nos encontrarmos um dia com o horizonte necessário para ver um dos seus poderes em mãos hábeis, honradas e dedicadas. Como você bem sabe, Normando, não há um perfil particular para as exigências desta cidade, se você e os outros vinte cuidassem objetivamente destas três coisinhas. Pouquíssimos vereadores se dão conta de que as demandas deste exercicio exigem deles habilidades específicas no trato com a coisa pública. Não aceita deles a promiscuidade das negociatas, a omissão sobre melhores aparatos legislativos que os façam se afastar da legislação em causa própria, para atender o que o povo reclama. Ser vereador, para mim, Normando, e isto é antigo, é um privilégio, uma honra por dignidade conferida através de um voto consciente. Neste ponto, só podemos nos referir que, em particular, e não é exagero, vivemos os tempos da pedra lascada. Comprar e vender votos são dois lados da mesma moeda falsa. Tão indigno para quem compra, tão indigno para quem vende. Cada um de nós, de qualquer que seja a maneira, deve pensar antes numa atitude melhor para conscientizar o eleitorado nesta hora do voto: “Não venda seu voto. Você vale muito mais.” Por isso, meu caro Normando, conscito-o a aderir ao nosso sentimento de contribuir para um novo quadro social neste nosso amado Juazeiro do Norte, que consiste basicamente em estabelecer uma campanha permanente que trate da moralidade sobre tudo o que importa a existência desta nossa Câmara Municipal. Sem concessões, sem corporativismos, e, principalmente, sem medo de ser feliz.

CAMPANHA PELA DIGNIDADE NO VOTO

Nossa coluna de hoje aborda a necessidade de algumas reflexões sobre a atualidade política e social do país. Com um olho na conjuntura nacional e as nossas atenções sobre a vida juazeirense, peço a sua leitura nos textos que se seguem, a começar pelo meu Boa Tarde ao vereador Normando Sóracles Gonçalves Damascena (PSL). Como aperitivo, a transcrição de alguns dos últimos atos aprovados pela Câmara e sancionadas pela Prefeitura. Importantíssimo é o texto que transcrevemos, no qual o economista João Manuel Cardoso de Melo dá entrevista à equipe do jornal Valor Econômico. “Perca um tempinho”. Vale a pena. Na imagem deste tópico, um mote para fazer crescer a nossa responsabilidade no ato do voto. Você é a favor? Ou contra? Se é contra, lamentamos. Se é a favor, propague. O resultado só pode ser muito bom. 
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Foram publicados no Diário Oficial do Município os seguintes atos: 
LEI Nº 4334, de 06.06.2014, que redefine o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, cria os componentes do Município de Juazeiro do Norte – Ceará do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, dispõe sobre o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, sobre a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional – CAISAN, define os parâmetros para elaboração e implementação do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e adota outras providências. 

LEI Nº 4335, de 06.06.2014 que institui o “Dia Municipal da Ordem DeMolay no dia 18 de março de cada ano”. O Prefeito Municipal de Juazeiro do Norte sancionou e promulgou o que a Câmara Municipal havia decretado: Art. 1º – Fica instituído o “Dia da Ordem DeMolay”, no Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará. Art. 2º – Inclui no Calendário Oficial do Município, o “Dia Municipal da Ordem DeMolay no dia 18 de março”. Autoria: Vereador Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro.

LEI Nº 4336, de 06.06.2014 que reconhece de utilidade pública a ABRASP – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA SOBRIEDADE E PAZ, fundada em 01 de março de 2013, com sede e foro no município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, é uma sociedade civil de direito privado, de caráter social, sem fins lucrativos, tendo por objetivo as ações de prevenção, tratamento, intervenção, recuperação, reinserção social, ocupacional e atuação política relacionada com dependência química, de duração por prazo indeterminado e reger-se-á por seu estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. Autoria: Vereador Cícero Claudionor Lima Mota
Subscrição: Vereador Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro.

LEI Nº 4337, de 06.06.2014 nos seguintes termos: Art. 1º – Cria o Programa “Empresa Amiga da Educação”, no âmbito do Município de Juazeiro do Norte, com o propósito de estimular as pessoas jurídicas a contribuírem para melhoria da qualidade do ensino na Rede Pública Municipal. Parágrafo único – A participação das pessoas jurídicas no Programa dar-se-á sob a forma de doações de materiais, realização de obras de manutenção, conservação, reforma e ampliação dos prédios escolares ou de outras ações que visem beneficiar o ensino nas escolas municipais.  Art. 2º – As pessoas jurídicas cooperantes poderão divulgar, com fins promocionais e publicitários, as ações praticadas em benefício da escola adotada. Art. 3º – O Poder Público não terá ônus de nenhuma natureza e não concederá quaisquer prerrogativas aos cooperados, além das previstas no art. 2º desta Lei. Autoria: Vereadora Rita de Cássia Monteiro Gomes; Coautoria: Vereadores Danty Bezerra Silva – Maria de Fátima Ferreira Torres.

DECRETO Nº 104, de 10.06.2014, que regulamenta o § 4º do art. 6º da Lei Complementar Municipal nº 94, de 10.03.2014, para dispor sobre o Conselho Gestor do Município de Juazeiro do Norte e adota outras providências, nos seguintes termos: Art. 1º - O Conselho Gestor do Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, criado pela Lei Complementar Municipal nº 94, de 10.03.2014, Órgão consultivo e deliberativo, tendo como objetivo acompanhar as ações de qualquer natureza, do Poder Executivo Municipal e de emitir pareceres, opiniões, sugestões e aconselhamentos sobre elas, sempre no intuito exclusivo de colaborar para a sua eficácia no sentido do processo de desenvolvimento sustentável e includente deste Município. Art. 2º - O Conselho Gestor do Município compor-se-á, pelos Secretários Municipais de Gestão, Controladoria e Ouvidoria Geral que o presidirá, pelo Chefe de Gabinete, pela Procurador do Município e pelo Contador Público, sob o livre arbítrio do Prefeito Municipal, para efeito de expansão ou de restrição na sua composição. Art. 3º - O mandato dos Conselheiros será coincidente com o mandato do Prefeito Municipal. Art. 4º - Compete ao Conselho Gestor do Município de Juazeiro do Norte:
I – emitir, de modo informal ou formalizadamente, pareceres, opiniões, deliberações, sugestões, análises, diagnósticos, relatórios a respeito de obras, projetos, eventos, decisões, contratos, convênios, ou quaisquer outras ações administrativas, no âmbito da gestão municipal;
II – reunir-se, ordinariamente, uma vez por mês, preferencialmente às quartas-feiras, lavrando-se ata sumariada da sessão; 
III – denunciar irregularidades detectadas nas atividades administrativas de qualquer nível ou natureza, e solicitar providências ao Chefe do Poder Executivo;
IV – convocar, eventualmente, pessoas qualificadas, integrantes ou não da administração pública municipal, a participarem das sessões do Conselho Gestor do Município para
abordagem de assuntos relevantes específicos, de interesse da
coletividade; 
V – elaborar o seu Regimento Interno; Art. 5º - A Presidência do Conselho Gestor do Município de Juazeiro do Norte será exercida pelo Controlador e Ouvidor Geral do Município, e, em sua eventual ausência ou impedimento, pelo Chefe de Gabinete.

PORTARIA N.º 1419/2014, nos seguintes termos: Art. 1.º - Nomeia os membros do CONSELHO GESTOR do Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, criado nos termos da Lei Complementar n.º 94, de 10.05.2014, devidamente regulamentado pelo Decreto Municipal n.º 104, de 10 de junho de 2014, na forma seguinte:
I – RAIMUNDA ZARELE CATONHO ALMEIDA, Secretária Municipal de Gestão, portadora do RG n.º 495.979 SSPCE., inscrita no CPF/MF n.º 054.391.753-34, domiciliada e residente nesta cidade, à rua Genário Oliveira, n.º 255, bairro Lagoa Seca; 
II – JOSÉ IVAN SILVA ALVES, Controlador e Ouvidor-Geral do Município, portador do RG n.º 6.410.136, inscrito no CPF/MF n.º 615.148.538-68, domiciliado e residente nesta cidade, à Rua
Beato José Lourenço, n.º 378, bairro Tiradentes;
III – JOSÉ CARNEIRO NETO, Chefe de Gabinete, portador do RG n.º 1.003.265 SSP/CE., inscrito no CPF/MF n.º 190.021.653- 15, domiciliado e residente nesta cidade, à rua São Paulo, 1033,
Centro;
IV – JOÃO VICTOR DE ALENCAR GRANJEIRO, Procurador Geral do Município, portador do RG n.º 99029138042 SSP/CE, inscrito no CPF sob o n.º 972.903.943-72, domiciliado e residente nesta cidade, à rua Vereador José Rodrigues, n.º 339, bairro Pirajá; e 
V – FRANCISCO ÍTALO GONÇALVES TAVARES, Contador Público Municipal, inscrito no CRC/CE sob o n.º 016.089, CPF/MF n.º 767.429.973-20, domiciliado e residente nesta urbe, à
rua Arnóbio Bacelar Caneca, s/n.º., bairro Lagoa Seca;
Art. 2.º - O mandato dos membros do CONSELHO GESTOR do Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, coincide com o do Prefeito Municipal. Art. 3.º - A Presidência do CONSELHO GESTOR do Município de Juazeiro do Norte, será exercida pelo segundo nomeado, Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Controle. Art. 4.º - O exercício dos trabalhos dos membros do Conselho Gestor do Município de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, não será remunerado, porém será considerado de relevante serviço público.
CONSTITUINTE VERSUS DESORDEM
Por Célia de Gouvêa Franco e Vanessa Jurgenfeld  (De Campinas)
"Os códigos de processo não são atualizados. O lobby dos advogados não deixa passar. Porque quanto mais demora o processo, mais eles ganham" (João Manuel Cardoso de Mello, economista).
É extremamente duro o diagnóstico sobre o Brasil do economista João Manuel Cardoso de Mello, que ganhou proeminência nacional ao participar, na década de 1980, da elaboração do Plano Cruzado, a primeira de uma série de tentativas de derrubar a inflação. Para ele, o país vive uma fase de desordem político-institucional e a única saída para resolver a situação é a convocação de uma Constituinte com critérios muito rígidos - ninguém que ocupa um cargo público poderia, por exemplo, ser eleito. Além disso, já se partiria do princípio de acabar com a possibilidade de releição para o Executivo. E vereadores, deputados e senadores só poderiam tentar ser reeleitos uma única vez. Professor da presidente Dilma Rousseff quando ela iniciou sua pós-graduação em economia na Unicamp, João Manuel - ninguém o trata pelo sobrenome - não culpou, em uma rara entrevista à imprensa, o atual governo pela situação de desordem. Disse que, depois de décadas em que os principais problemas do Brasil não foram atacados seriamente, acabou se criando um clima de insatisfação, de mau humor com o Brasil que pode ser até uma ameaça à democracia, na medida em que abre espaço tanto para políticos "salvadores da pátria" quanto para os saudosistas dos tempos da ditadura. "As pessoas estão enojadas. Você conversa aqui com meus funcionários [da Facamp], desde o jardineiro até o professor, eles têm nojo", especificou. João Manuel apresentou ao Valor, no seu escritório na Facamp, a universidade que criou há 15 anos, uma lista detalhada de indícios da desordem institucional - e de consequências dessas circunstâncias. Ele fumou dez cigarros ao longo da conversa e de um almoço, que contou também com a presença do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, amigo desde os 10 anos e sócio de João Manuel na Facamp, hoje reconhecida como uma das melhores instituições de ensino superior privada do país. De certa forma, sua fonte de inspiração para o lançamento da proposta da Constituinte são as palavras ditas por Ulysses Guimarães, ex-presidente da Câmara dos Deputados e da Assembleia Constituinte de 1988. Segundo João Manuel, antes de iniciar a campanha das Diretas Já, de 1984, que tentaria pressionar o governo militar a permitir a escolha dos governantes pela escolha das urnas, o "dr. Ulysses" fez uma consulta a um grupo de amigos, reunidos na casa dele. Pelo que João Manuel se lembra, apenas ele apoiou a proposta do amigo. Os outros disseram que não haveria apoio popular. "Dr. Ulysses" ouviu todas as opiniões, mas depois afirmou: "Eu não quero saber se vai dar certo ou errado. O meu dever é fazer" a campanha, que acabou mobilizando centenas de milhares de brasileiros em manifestações nas grandes cidades. Além de Ulysses Guimarães, que morreu em 1992, João Manuel foi próximo de outras figuras marcantes da vida nacional, como Zeferino Vaz, que esteve à frente da criação e da organização da Unicamp - sendo depois o seu primeiro reitor - e de Dilson Funaro, o Ministro da Fazenda do governo Sarney que abriu caminho para um grupo de economistas que formulou o Plano Cruzado. Muito discreto sobre seu relacionamento com a presidente, ele disse que "ela é minha amiga, foi minha aluna e eu gosto dela". Na sua avaliação sobre a situação da educação no Brasil, foi muito crítico sobre as universidades de forma geral e particularmente ácido sobre as instituições de ensino privadas. 
A seguir, os principais trechos da sua entrevista:
Valor: Viemos aqui fazer uma entrevista sobre economia...
João Manuel Cardoso de Mello: Não vou falar de economia. Não quero falar de economia propriamente dita e nem de eleição.
Valor: Vamos falar sobre a Copa?
João Manuel: Também não. Quero falar que o debate atual no país é uma vergonha. De péssimo nível. E que o grande problema brasileiro, ao contrário do que as pessoas pensam, é uma desordem político-institucional.
Valor: Em que sentido?
João Manuel: No sentido de que isso aqui é uma desordem. Uma desordem. Desordem político-institucional. Nosso sistema tem 30 partidos. A política se transformou num negócio. O partido da presidente tem 20% do Legislativo, logo a presidente é refém de partidos de aluguel. Esse é o problema. São 39 ministérios necessários para acomodar os anões, para não dizer os ladrões. Uma campanha para presidente da República custa R$ 700 milhões. Portanto, se estabelecem aqui relações espúrias e incestuosas entre os financiadores da campanha e o Executivo. E aí vem o problema do financiamento público das campanhas.
Valor: Qual outro sintoma dessa desordem?
João Manuel: O Supremo Tribunal legisla. E não pode! Sei disso porque nasci numa família de professores de direito. Meu pai, meu avô, meu bisavô. Isso é uma verdadeira barbaridade! E o Tribunal de Contas... Meu pai foi presidente do Tribunal de Contas.
Valor: De qual?
João Manuel: Do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Meu pai [João de Deus Cardoso de Mello], quando era moço, deu trombada numa árvore e ficou míope, tinha medo de guiar. Não gostava muito de motorista e nem nós tínhamos muito dinheiro. Ele tomava o ônibus no Jardim Paulistano, descia na praça da República, atravessava o viaduto do Chá e ia até a rua do Ouvidor, onde era o Tribunal de Contas. Tudo a pé. O presidente do Tribunal de Contas não tinha carro. Mas hoje o Tribunal de Contas interrompe obra. Para quê? Pode funcionar isso? Eles interromperam várias obras do governo federal. Não estou dizendo que o governo federal funciona, que é uma maravilha. Longe disso. Mas não pode. Isso aqui está tudo errado. O próprio Ministério Público tem poderes exorbitantes. Como é que um país pode funcionar assim? Além disso, os códigos de processo não são atualizados.
Valor: Por que não?
João Manuel: Porque o lobby dos advogados não deixa passar. Porque quanto mais demora o processo, mais eles ganham. Então, o Código do Processo Civil e o do Processo Penal especialmente são absurdos, são muito velhos. A lei de execuções penais é um absurdo, certo? Então, como é que o país vai funcionar? E ainda anotei na minha lista que a Receita Federal quer estabelecer a política fiscal no Brasil. A Receita Federal tem poder... Alguém manda na Polícia Federal? Não manda nada. Então, você tem setores autônomos. Isso é o que estou chamando de desordem completa.
"O debate atual no país é uma vergonha. De péssimo nível. O grande problema brasileiro é uma desordem político-institucional"
Valor: O senhor anotou outra questões?
João Manuel: Existem 19 mil cargos de confiança no governo. Isso é um absurdo completo porque, para funcionar, um Estado tem que ter uma burocracia no sentido weberiano, com gente que ganha bem, que tem prestígio, guiada pela honra, pelo interesse público, com boa formação, a meritocracia. Tem 19 mil cargos para botar quem? O parente, o amigo, o "zebedeu".
Valor: São problemas do atual governo?
João Manuel: Estamos falando de problemas estruturais que vêm se arrastando desde o governo Collor. Não tem a ver com Lula, com Dilma ou com FHC. Eu estou propondo aqui uma Constituinte, para reformar a coisa político-institucional.
Valor: Uma Constituinte em que bases?
João Manuel: Com os seguintes critérios: acabar com a reeleição [nos cargos executivos], deixar deputados com mandatos de cinco anos, uma reeleição só e acabou.
Valor: Cargos executivos sem reeleição?
João Manuel: É claro. [José] Sarney está aqui há 30 anos! Não é possível!
Valor: E uma boa parte do Parlamento está lá há muito tempo...
João Manuel: É isso, claro, e eles não vão mudar nada. Porque vivem disso. Você acha que tem cabimento? Eu me lembro que estava na casa do dr. Ulysses [Guimarães] quando apareceu a história dos anões do orçamento. Ele estava acabrunhado. Baixava a cabeça. E eu perguntava: "Você está aborrecido?" "João Manuel, [imita a voz de Ulysses] aconteceu uma coisa horrível. "O que foi?" "A corrupção chegou ao Legislativo." Ele não me contou mais nada.
Valor: Quais as consequências dessa desordem no dia a dia do país?
João Manuel: Você acha que o Estado é capaz de organizar estratégias de longo prazo? Com essa desordem político-institucional, não é possível fazer nada. Neste clima que a gente está vivendo, em que aumentaram as manifestações.... As pessoas estão enojadas. Você conversa aqui com meus funcionários, desde o jardineiro até o professor, eles têm nojo. O mal-estar que existe no país é imenso. Porque as pessoas estão cheias desse negócio. Essa é que é a verdade.
Valor: O senhor acha que uma proposta de Constituinte teria apoio da sociedade?
João Manuel: Eu acho que isso é o pré-requisito de qualquer discussão. Você quer fazer política econômica num país desses? Quer ter uma estratégia de longo prazo? Como se faz? E fica essa discussão "gué-gué-gué-gué-gué-gué". Uma discussão completamente idiota.
Valor: Falta um projeto para o país?
João Manuel: Qualquer país tem. Qualquer país que se preze tem um projeto. Agora, para isso, é preciso a centralidade da política. Se o país não tem um mínimo de organização política, a coisa não vai. Você vê a Dilma - ela é minha amiga, foi minha aluna e eu gosto dela -, tem todos os defeitos que todo mundo sabe, certo? Muito bem. Mas fica de mãos amarradas. Cercada. Inclusive pelo PT. As pessoas estão enojadas e isso a longo prazo é um perigo para as instituições democráticas. Porque aparece um aventureiro aí...
Valor: E há pessoas que falam que no tempo da ditadura era melhor porque roubavam, mas roubavam pouco.
João Manuel: O que é verdade. Pior é isso.
Valor: Essa situação é um risco?
João Manuel: É, porque ninguém vai imaginar que a democracia está enraizada na alma brasileira. Não está.
Valor: O que os seus estudantes falam sobre essa situação?
João Manuel: Alunos e professores. Tem um bom professor que me falou nesta mesma sala: "Professor, eu não quero falar de política porque fico com vontade de vomitar".
Valor: Mas esse sentimento de mal-estar abre um potencial para a mudança, não abre?
João Manuel: Sim, desde que haja coisas articuladas e que alguém faça alguma coisa.
Valor: Mas como se articularão essas mudanças que o senhor propõe? Via partidos políticos?
João Manuel: Não, fora dos partidos.
Valor: Pelos movimentos sociais?
João Manuel: Não sei como é que faz. Ninguém sabe. Agora, temos que colocar pelo menos o problema. Porque as pessoas começam a falar loucuras.
Valor: Quais loucuras?
João Manuel: As pessoas dizem banalidades: o problema é a produtividade... Mas quem defende a improdutividade? Ninguém. Ah, o problema é a saúde. Ninguém vai defender a doença. O problema do Brasil é a educação...
Valor: Algumas pessoas dizem que o problema nosso é a falta de política industrial.
João Manuel: Essas coisas são de uma complexidade enorme. Vou dar dois exemplos, mas podia dar dez. Como é que você não usa o pré-sal para alavancar a indústria metal-mecânica, o serviço técnico especializado nesse setor? Estão fazendo isso?
Valor: Não.
João Manuel: Não, você tem uma agricultura pujante, não tem? Uma agroindústria que vai crescer barbaramente. Tem problemas de produtividade, especialmente a pecuária. Mas que são resolvíveis com algum investimento vagabundo. Os chineses passaram a comer carne. Bom, isso é uma Fronteira de expansão enorme. Você tem que colar a agricultura com a indústria de equipamentos e implementos agrícolas. Foi feito? Não. Você montou uma indústria farmacêutica brasileira que bem ou mal está aí. É óbvio que você tem que montar institutos de pesquisas. Os chineses hoje têm os maiores institutos de pesquisa do mundo. A China já é o segundo país onde mais se gasta em pesquisa e desenvolvimento. Os chineses formam 600 mil engenheiros por ano. O que é isso? É um país organizado! Nós somos incapazes, não fazemos nada. Na verdade, o país está paralisado. Esse mal-estar é isso.
Valor: Isso é uma fase do processo democrático? Faz parte do amadurecimento?
João Manuel: Isso é amadurecimento? Isso é uma degeneração.
"A política se transformou num negócio. O partido da presidente tem 20% do Legislativo, logo a presidente é refém de partidos de aluguel"
Valor: O país não precisaria passar por isso?
João Manuel: As pessoas perguntam por que eu não entrei em política. Eu tive vários convites para ser ministro, nunca aceitei. Porque não tenho estômago. Quando eu voltei do Ministério [Fazenda] e fui fazer uma palestra no Instituto de Economia [na Unicamp] e aí levantou um menino e disse: "Professor, vou fazer uma pergunta desagradável. O senhor parece que não roubou. Explique por quê". Não roubei, é fato. E ainda tive que vender uma Belina verde para pagar as dívidas porque o que eu ganhava não pagava. Eu não roubei porque meu pai falou que não era para roubar. A explicação é simples.
Valor: Haveria um momento - político, econômico e social - mais apropriado para propor as mudanças?
João Manuel: Eu não sei. Eu resolvi propor.
Valor: Perdeu-se a oportunidade de uma proposta dessas em algum momento?
João Manuel: Não creio. Mas daqui a pouco passa o momento. A situação vai se agravando, se agravando... O único sujeito, a bem da verdade - eu nunca fui do PT, muito menos desse PSDB -, a única pessoa que falou disso foi o Lula. Ligeiramente. O que acontece é que alguém precisa falar alguma coisa.
Valor: Além disso, os países desenvolvidos continuam em crise, com crescimento baixo.
João Manuel: Temos o mundo central em crise... Crise terrível. E nós não podemos colar nosso destino em um sujeito que está capenga. Isso a presidente está fazendo direito, aliás contra a corrente do Itamaraty.
Valor: Uma crise nos países centrais não é oportunidade para avanços do Brasil?
João Manuel: Nosso caminho na verdade é dos Brics, é fazer um acerto com a China, que é economia dinâmica.
Valor: E a proposta de integração latino-americana?
João Manuel: Vai fazer integração com quem?
Valor: A melhora da economia do país passaria por uma solução via indústria mais forte?
João Manuel: Claro. Política industrial é uma coisa de altíssima complexidade. Alguém que nunca entrou numa empresa, numa fábrica, não pode ser ministro da indústria, não sabe nem como é que produz um parafuso. Você vê: fecharam 120 empresas têxteis. Como é que você deixa fechar 120 empresas grandes?
Valor: Esse processo não está associado a um movimento de financeirização das empresas?
João Manuel: Mas aí você aceita isso? E então deixa quebrar o setor têxtil?
Valor: Tem que ser feito um contramovimento interno a essa tendência global?
João Manuel: Claro, você precisa articular o país. Esse é o problema. Bom, não podemos fazer tudo, mas então vamos fazer isso, fazer aquilo, vamos entrar nas cadeias de Valor globais assim. Certo? Mas ninguém toma nenhuma providência.
Valor: Mas o BNDES tentou fazer uma articulação de cadeias, de grandes grupos, minimamente...
João Manuel: Não tentou porque não é da natureza do BNDES fazer isso.
Valor: E os financiamentos para os frigoríficos?
João Manuel: Há uma alguma lógica, porque nós somos o maior exportador de carnes do mundo.
Valor: A inserção internacional promoveria grandes grupos no Brasil, ajudaria a indústria?
João Manuel: Não é um problema de grandes grupos, você tem que escolher o que financiar.
Valor: Tem que escolher setores na política industrial?
João Manuel: Claro, tem que escolher. Isso tudo é muito complicado.
Valor: Tem que escolher grupos campeões?
João Manuel: Esse negócio de campeão... isso não é o problema central. O problema central é o que nós vamos fazer. Agricultura, na verdade, não cria emprego. Desde que o [Raul] Prebisch fez a crítica do modelo primário exportador era isso. Você vai lá em Sinop (MT) e você vê o quê? Soja, um sujeito no trator e favela na cidade. Agricultura não cria emprego, não cria arrecadação fiscal. O Brasil não pode abrir mão da indústria.
Valor: Mas o país já não abriu mão da indústria?
João Manuel: Não, ainda temos uma indústria importante.
Valor: Como criar uma política industrial se não mexe na política econômica?
João Manuel: Câmbio e juros. Com esse câmbio aí não vai. Você Valorizou o câmbio por quanto tempo? Vinte anos? São 20 anos de Valorização. Ninguém aguenta. E foram todos: o seu Gustavo Franco, o seu Fernando Henrique, seu Lula, que surfou no câmbio.
Valor: Crescer agora passa por uma desValorização cambial?
João Manuel: E com cuidado, porque haveria impacto sobre a inflação. Parte da economia está indexada. Mensalidades escolares estão indexadas, há falsos dissídios porque o sindicato não representa ninguém, o sindicato patronal muito menos. E o juiz pega e dá uma canetada. Salários de professores sobem 7%. E eu tenho que subir a mensalidade 7%, certo? Se eu não fizer isso, eu quebro. Na minha lista incluí também a questão de como se justifica a existência da Justiça do Trabalho. Essa pergunta tem que ser feita. Quando Getúlio Vargas fez a Justiça do Trabalho, na década de 30, por que ele fez? As justiças estaduais eram todas manejadas pelas oligarquias, inclusive em São Paulo. Mas hoje a Justiça do Trabalho se justifica? O Brasil é o único país que tem Justiça do Trabalho.
"O STF legisla. E não pode! Isso é uma verdadeira barbaridade! (...) O Tribunal de Contas interrompe obra. (...) Está tudo errado"
Valor: A melhora da indústria passa por um governo desenvolvimentista?
João Manuel: Não há mais desenvolvimentismo. Nós nunca fomos desenvolvimentistas no Instituto de Economia [da Unicamp]. Isso aí é um equívoco. Isso aí é saudosismo. Hoje, você tem liberais idiotas e saudosistas. Nós não somos nem uma coisa nem outra. Você tem que lidar com os problemas que o mundo está pondo para você, que não são os de 50 anos atrás. Falta planejamento. Há um livro que se chama "China em Uma Hora", que mostra uma cidade na China que foi feita inteirinha sem ninguém, planejada para 10 milhões de habitantes. Primeiro fizeram a cidade e depois chegaram os 10 milhões de habitantes. Isso é outra coisa que nós não fizemos. Você acha que é possível uma cidade ter 20 milhões de habitantes? Tem água, lixo, tudo que está escondido e você não vê... É imanejável.
Valor: O centro do debate econômico deveria ser como se planeja o futuro do país?
João Manuel: O debate é o seguinte: como é que nós vamos organizar o país? Como se organiza a indústria, como organizar a agricultura, como é que se faz o entrosamento entre o setor público e o setor privado. Não se faz isso há 30 anos. Vamos olhar para a China, que tinha uma renda per capita em 1980 de US$ 160. Sabe quantas pessoas saíram do campo para cidade em 30 anos? 460 milhões... Veja o planejamento do espaço que eles fizeram. Isso é outra coisa que nós perdemos. Nós perdemos a coisa do planejamento regional.
Valor: E na sua área, a educação?
João Manuel: Bom, vamos primeiro, então, aos fatos, depois à teoria e à reflexão. São Paulo tem 365 mil professores. O salário médio é de R$ 2,4 mil. A jornada média de trabalho é 46 horas semanais. Um professor, para dar uma boa aula, pode no máximo dar 20 horas por semana. Para dar tempo de ele preparar a aula, corrigir prova. Ou seja, sem aumentar o salário, seria preciso contratar tanta gente que dobraria o gasto com professores. O que se pode fazer então? Tem que se começar a resolver o problema por etapas. Criar uma carreira paralela, ir montando devagar, criando escolas de tempo integral, pagando melhor. Isso leva 20 anos, mas alguém precisa começar. Se não, daqui a 20 anos nós estamos aqui falando a mesma coisa. Alguém faz? O grande problema está no ensino médio e fundamental. Não nos enganemos: é preciso professores competentes com uma carga horária razoável e escolas em tempo integral. É tarefa para uma geração. Para isso, precisamos enfrentar o corporativismo dos professores, o gigantismo das máquinas educacionais e fazer um grande esforço fiscal.
Valor: A regulamentação do ensino também precisa ser mudada, não?
João Manuel: Você vai ler na Constituição que as competências da educação são concorrentes, há municípios com universidade. Mas o que é isso? O currículo das escolas brasileiras é absurdo. Não tem nenhum país do mundo que tem física, química e biologia no ensino fundamental. Tem ciências. Foi para tirar os pobres da universidade que foi feito um currículo desses. Você faz um currículo desse tamanho, tem que saber quais são os 53 elementos químicos... Na Alemanha, você abre o livro, tem coisas elementares: por que eu aperto aquele botão e acende a luz, por que eu ligo carro e o carro anda, por que o avião voa. E assim por diante.
Valor: A escola privada é melhor?
João Manuel: O problema não é só no ensino público.
Valor: E as universidades brasileiras?
João Manuel: Hoje, a universidade pública brasileira está completamente obsoleta. Porque o modelo de universidade está obsoleto, não existe mais isso. Universidade com 90 mil alunos não é possível, não há como administrar isso. Na época da criação da Unicamp, O Zeferino Vaz me mandou calcular os custos. Eu sou um dos poucos sujeitos no Brasil que entendem de custos universitários. Ele dizia: "Você vai estudar custos aqui, ninguém sabe nada desse negócio". Eu não sabia nada também. A Unicamp foi projetada para ter 5 mil alunos de graduação e 5 mil de pós-graduação. Fiz todas as contas. Inclusive, depois de 10 mil alunos é mais barato fazer outra universidade. Em termos de economias de escala... para não dizer os custos pedagógicos. Eles quebraram as universidades. E fomos nós que inventamos esse negócio.
Valor: O que poderia ser feito?
João Manuel: As universidades públicas brasileiras são uma piada. Precisava haver uma reforma universitária. Hoje, existem dois modelos de universidade sendo discutidos. É uma discussão enorme no mundo e evidentemente não chegou aqui, por supuesto. No modelo francês, há a Sorbonne, que é uma universidade de massas. Da última vez em que estive lá com amigos, tinha um galpão. E perguntei que galpão era esse? "Aqui são as aulas de geografia." Quantos alunos têm? "Trinta mil." Aí tem as grandes écoles. Esse é um modelo. O outro é o americano, no qual dentro das universidades você tem ilhas de excelência, o resto é ensino de massa. Teve uma grande discussão na década de 30 nos Estados Unidos sobre isso. Foi quando eles massificaram a universidade. Faculdade de direito nos Estados Unidos não é graduação, é pós-graduação. Então, faculdade de direito de Harvard... [faz com a mão, mostrando que ela está lá em cima]. Agora, se você vai para outra faculdade... [faz com a mão, mostrando lá para baixo]. Aí tem 200 alunos na classe, um cara com microfone. Então, é uma catástrofe.
Valor: E as universidades privadas?
João Manuel: Instalou-se um segmento privado no país de compra e venda de diplomas!
"O STF legisla. E não pode! Isso é uma verdadeira barbaridade! (...) O Tribunal de Contas interrompe obra. (...) Está tudo errado"

sexta-feira, 13 de junho de 2014

 BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
039: (13.06.2014) Boa Tarde para Você, dona Líbia Moreira de Assis
Dizem ter sido Groucho Marx, em 1946, o que tornou célebre a frase: "Por trás de todo grande homem existe uma grande mulher.” A expressão completa diz mais: “Por trás desta mulher está a esposa do homem". Isto se aplica direitinho a um casal que conheço por tantas histórias, há uns cinquenta anos. Em janeiro de 1963, a senhora, dona Líbia, seu marido Fabião e os filhos chegaram para morar em Juazeiro do Norte, vindo residir na nossa vizinhança da Rua São José. Disse-me a senhora, um dia, que eu – um garoto de 13 anos, fui a primeira e agradável impressão de boas vindas à nossa rua, onde ainda hoje residem. Teria sido eu, alto, magro, esbelto e elegante, prestativo para ajudar na bagagem da mudança. Ah!, dona Bibi, como o tempo me mudou! Hoje, estamos celebrando os seus 94 anos e vendo-a cercada pela quase completa lista afetiva deste seu viver. Permita-me que faça destes instantes um momento de memórias, de conversas que já tivemos. A senhora se chamava Líbia Moreira Lima, quando solteira. Nasceu em Guarabira (PB) em 15.06.1920, filha de Firmino Moreira Lima e de Tereza de Jesus Moreira Lima. Seu marido, o inesquecível Alberto Fabião de Assis, nasceu um pouco depois, também em Guarabira, em 21.01.1921, filho do casal Emílio Fabião de Araújo Lima e de Dina Maria de Assis Fabião. Vocês foram vizinhos na juventude. Desde muito cedo, aos dezesseis anos de idade, em 1936, você cortejava Fabião que já era um exemplo digno de operário de grande envergadura, pois trabalhava na antiga Rede Ferroviária do Brasil. Com três anos de namoro e noivado, vocês se casaram em cerimônia religiosa no dia 17.09.1939. No ano seguinte, em Recife, a senhora começou a viver o itinerário do trabalho do marido, na firma Cunha Rego S.A., de estivas e tecidos. Depois, acompanhou Fabião na gerencia da nova loja, em Campina Grande. Nascia uma das mais tradicionais organizações comerciais de tecidos do Nordeste, as Casas Pessoa & Filho. Da Borborema, a senhora seguiu o caminho, já levando seis filhos, para Arcoverde: a Zita, o Bertinho, o Raminho, o Zezo, a Dina e a Tereza. Por último, nasceu a Irma, que já veio para cá com 20 meses. Em 1963, na estrada lhe trouxe até nós, porque a diretoria das Casas Pessoa & Filho, abria a loja de Juazeiro do Norte. E Fabião era o homem talhado para esta nova empreitada. Era aquele a quem se confiava uma grande missão. Aquele a quem se entregava ouro em pó. Aquele que não media esforços para servir. Sorte dele que por 63 dos 84 anos que viveu, teve o seu apoio decisivo, dona Bibi, o amor incondicional, a compreensão em todos os momentos. Fabião era um vitorioso, e a senhora, a parte maior destas vitórias. Para completar hoje esta festa que tanto nos faz felizes por tê-la conhecido e ainda privar da sua companhia, damos graças a Deus porque vamos estar juntos a este fermento vivo de 25 netos, pois Zita gerou Isaac; Bertinho gerou Rosana, Roberta, Carlos Alberto, Cícero Antonio e Valério; Raminho gerou Douglas, Keops e Aítala; Zezo gerou Emílio Fabião, Jéferson, Cecília e Camila; Dina gerou Júlio, Juliana e Jordana; Tereza gerou Emanuel, Eliete, Eduardo e Elíbia; e Irma gerou Raicícero, Raíla e Raimundo Alberto. E a festa também será maior porque dos seus bisnetos, pelo menos 14 vão estar presentes: Henrique, Melissa Ellen, Guilherme, Ana Beatriz, Alberto Leonardo, Anna Júlia, Letícia, Maria Letícia, Arthur, Gabriel, Anna Líbia, Tereza Neuma, Melissa e Yan.  Nem o Fabião vai deixar de vir. Tenho destas certezas que ele estará por ali, na memória de cada um de nós. Em verdade, quando seu amado cerrou os olhos em 4 de outubro de 2004, ele partiu para mais uma daquelas caminhadas em busca da eternidade. Mas eu penso que vez por outra ele está de volta e lhe pergunta, como nos velhos tempos: - Você já me perfumou hoje?

URBANIZAÇÃO EM JUAZEIRO DO NORTE
O Governo do Estado, por meio da Secretaria das Cidades, investirá cerca de R$ 7,5 milhões no município de Juazeiro do Norte, no Cariri. A cidade receberá ações de pavimentação, requalificação de vias, bem como reformas de passeios, drenagem, iluminação pública e obras de paisagismo. O montante é oriundo de convênio firmado entre os governos Estadual e Municipal. As ações contemplarão as avenidas Castelo Branco e Manoel Coelho. As obras integram uma lista de intervenções demandadas há anos pela população local. Os projetos desenvolvidos para o município são executados pelos técnicos da Coordenadoria de Desenvolvimento Urbano e Territorial (Codut), área da Pasta responsável pelo desempenho das ações. Segundo o secretário das Cidades, Carlo Ferrentini, os investimentos nos municípios cearenses demonstram o interesse do Governo Estadual em proporcionar avanços e qualidade de vida à população do Interior. “A nossa responsabilidade é garantir sustentabilidade e desenvolvimento a todas as cidades. Ao todo, mais de R$ 115 milhões estão sendo investidos nos municípios, seja por meio de PCFs ou convênios”, afirma Ferrentini. Ainda de acordo com o titular da Pasta, somente em 2013, mais de 170 obras foram concluídas em 70 municípios cearenses, por meio de convênios ou PCFs, totalizando um investimento de mais de R$ 41 milhões no interior do Estado. “O nosso objetivo é trabalhar mais e melhor, para que, com compromisso e responsabilidade, possamos atingir as cidades do Ceará”, observa.
Fonte: Assess. de Imprensa da Secretaria das Cidades (Priscila Teixeira / Henrique Silvestre)

DUAS EFEMÉRIDES: 80 ANOS
Nestes 13 e 14 de junho devemos nos lembrar de dois eventos ligados à primeira Escola Normal Rural fundada no Brasil, em Juazeiro do Norte: Das memórias de Amália Xavier de Oliveira, destacamos, sumariamente:
13 de junho – Inaugura-se oficialmente em Juazeiro, a primeira Escola Normal Rural do Brasil pelo Diretor Geral da Instituição do Estado, Dr. Joaquim Moreira de Sousa, que se fez acompanhar de uma comissão da Cruzada Nacional de Educacional e Assessores da Diretoria: Dr. Filgueiras Lima, Hugo Catunda, Joaquim Alves e Pio Saraiva.
14 de junho – Circula o 1° número do “O Lavrador” órgão do Clube Agrícola da Escola Normal Rural. Após a 2° Reunião do Clube Agrícola que se realizou no Campo da Escola, foi empossada a 1° Diretoria do Clube que ficou assim constituída: Presidente – Maria Moreira (professora do 2° complementar); Secretário – José Sebastião da Paixão – (Professor do 1° complementar); Tesoureira – Maria Assunção Gonçalves e Diretora – Amália Xavier de Oliveira.
Obs.: Apenas parte da arquitetura da velha escola resiste ao tempo, hoje denominada Centro Educacional Moreira de Sousa. Não é a mesma coisa. Gente perversa que se homiziou no Governo do Estado do Ceará perpetrou o crime de destruí-la, a propósito de uma modernidade. A de Limoeiro do Norte, fundada por outra juazeirense, Maria Gonçalves da Rocha Leal, está lá, resistindo bravamente a estas investidas desta gente insignificante.

 CARIRI SEM SBT
Os sinal do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), prometido em junho do ano passado para retornar dentro de 60 dias, continua só na promessa. Conversa vai, conversa vem, mas nada de concreto aconteceu até ontem. Com a mudança da TV Jangadeiro de Fortaleza, que se filou a Rede Bandeirantes de Televisão (BAND), Crato, Juazeiro e Barbalha saíram perdendo. Esses municípios ficaram privados da programação do SBT, em sinal aberto, como era desde 1988. Quem não tem parabólica ou assina algum pacote de TV paga, não recebe o SBT. Segundo o prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo, (Raimundão), “o que depender da prefeitura, estamos pronto para atender e já colocamos a torre repetidora do município ao dispor do SBT”, afirmou o prefeito, salientando que “constantemente sou abordado pelas pessoas procurando saber quando é que o SBT vai voltar em sinal aberto para nossa cidade”. Em Juazeiro o SBT estava em sinal aberto desde ao ano de 1988, passou para a TV Jangadeiro e sumiu de vez. Por sinal, o canal usado pela Jangadeiro que ora transmite a Band, é destinado pela Anatel a prefeitura de Juazeiro do Norte.
ESPERANÇA
Nesta terça-feira, 10, a Nordestv, representada pelo seu presidente Jaime Machado, tendo ao lado o ex-senador Tasso Jereissati, estiveram na sede do SBT em São Paulo e assinaram um contrato com a emissora de Silvio Santos até 2020. A Nordestv tem uma geradora da TV do SBT em Sobral. Na capital cearense o SBT está sendo captado com imagens muito ruins através do Canal 27, UHF, sendo alvo de muitas reclamações. Com essa assinatura de contrato, talvez haja agora um pouco de esperança que a emissora possa estender o sinal até o Cariri. Para o vereador Tarso Magno que constantemente tem cobrando o retorno do SBT para Juazeiro do Norte, a assinatura desse contrato trás uma esperança para que s emissora volte a ser captada pelos caririenses. Tarso Magno afirmou que vai pedir o envio de ofícios a direção da Nordestv e ao vice-presidente do SBT em São Paulo, José Ribeiro Maciel, para que agilizem o mais rápido  possível o retorno do SBT para Juazeiro, Crato e Barbalha, como era antes. “Vamos pedir, inclusive, que o sinal já venha em HD”, afirmou o vereador. (Fonte: @folhadosertao/site miséria)

AEROPORTO DE JUAZEIRO DO NORTE
Mais uma vez, como mensalmente estamos fazendo, apresentamos, com base em dados oficiais da Infraero, o movimento dos aeroportos brasileiros para melhor situar o desempenho do nosso aeródromo. Os números de Maio não revelam nada de novo no quadro que vimos acompanhando. A não ser a figuração do Aeroporto de Juazeiro agora na terceira posição dentre os aeroportos domésticos do interior da região Norte e Nordeste (conforme está na Tabela 7b, em confronto com a mesma tabela do mês de Abril. Isto se deve à segregação dos internacionais que até então figuravam na lista, por equívoco nosso. Assim, os aeroportos de Petrolina (internacionalizado para carga desde 2000) e Santarém (denominado internacional em 2006), foram computados algumas vezes como Doméstico. Quanto ao nosso, as questões da cena anterior permanecem. Arrastam-se as obras do primeiro trecho de duplicação da Av. Virgilio Távora e não se tem novas informações sobre as desapropriações referentes aos 486 mil m² de uma área destinada à sua ampliação, através da verba de R$ 15,8 milhões do Orçamento Geral da União. Como súmula, o que mais expressa a sua performance, são os números de 35.657 passageiros embarcados/desembarcados, que no período de janeiro a maio somam 177.695, numa média mensal de 35.539. Nestes valores, a situação é estável, contudo, com ótimas perspectivas de aumento, à espera das melhores soluções da parte de prefeitura/Infraero/operadoras, sobre infraestrutura, obras no terminal e novas companhias e destinos.