sábado, 13 de agosto de 2016


BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
236: (10.08.2016) Boa Tarde para Você, Cildo Menezes
Ao saudá-lo nesta tarde, Cildo, começo por tomar emprestado de sua página no facebook a indignação do Papa Francisco quando nos advertia recentemente, numa de suas viagens: "A corrupção é suja e uma sociedade corrupta é uma porcaria. Aquele que permite a corrupção não é cristão! E também cheira mal. Um cristão não se deixa corromper.” Agradeço-lhe as suas observações a mim dirigidas em áudio porque elas me permitem considerar a matéria veiculada no programa do último domingo, com respeito ao rumoroso caso dos terrenos negociados entre Diocese e o empresário, para repor algo que não foi inserido ali. É voz corrente que a matéria foi quase insignificante, absolutamente insuficiente para esclarecer a opinião pública sobre o assunto, a ponto de que pelas redes sociais tenha surgido imediatamente um grande número de opiniões nesse sentido, mercê da péssima montagem dos depoimentos. A minha fala gravada pela equipe deve ter ocupado uns 30 minutos, contudo na edição não atingiu 1 minuto, se muito, para conter o equivoco, como se fosse meu pensamento, e a desinformação de que por legado do patriarca tenha ficado para santos que até muitos acham que nem teriam existido. A matéria se inicia quando cito a expressão de que Padre Cícero chegou ao Juazeiro missionário, tornou-se visionário e morreu milionário, referindo-me a uma voz de seus críticos, como o então bispo D. Newton Gurgel Holanda, o que aprovou o negócio, está vivo, mas perdeu a voz. Sobrou para mim a convicção de muitos que eu estava dizendo algo herético, absolutamente meu, a mencionar alguns itens de extensa lista de um patrimônio imobiliário do qual não podemos fugir, pelos termos do inventário executado, se de fato, pela posse, era um homem rico e está escrito. Então, Cildo, prevarica também essa nossa Igreja caririense pelo fato de não vir a público dizer tudo o que sabe, sem sofismas, para não continuar semeando dúvidas que em nada contribuem e até nos desanimam se as revelações nos conduzem aos subterrâneos das gestões mais corruptas. Não serão essas evidências ou essas suspeições que nos farão crer na ineficiência da instância jurídica a que a questão está submetida para a análise meticulosa e a decisão soberana. Todas as vezes que essa matéria volta aos noticiários, beirando a folha policial, é triste constatar que isso resvala para uma aresta que já devia ter sido bem esclarecida e que toca a posição e a conduta exemplar do Mons. Murilo de Sá Barreto, a quem coube consultar o seu superior e recebendo a aprovação, e ter firmado o negócio da venda dos terrenos. Você, Cildo, por ter convivido e escrito substancioso texto biográfico sobre a vida e obra de Pe. Francisco Murilo Correia de Sá Barreto, sabe perfeitamente das leviandades que em seu nome, em diversas oportunidades foram perpetradas, na sua boa fé e na retidão de seu caráter. Se na prática, documentos e procedimentos tomados, solidários ou à revelia de uma ou outra parte, posteriormente ao pactuado, institucionalmente, não há ingenuidade ou má fé aplicada às decisões que legitimaram a compra e a transferência do patrimônio. Por que isso não aconteceu, Cildo, e como você bem me relembrou, não cabe mais ao amigo querido que finou-se, angustiado e sofrido por toda a sorte de desenganos, ora partidos de políticos sem escrúpulos, ora partidos até de um seu irmão no sacerdócio, que animou a invasão da terra. Verdadeiramente, e essa seria a essência da defesa intransigente de Pe. Murilo, que sua memória não se ligue a isso que é o mais perverso nessa lembrança do Patriarca de Juazeiro, que o seu legado seja hoje objeto de uma disputa odiosa, capitaneada pela Igreja a que serviu com tanto zelo. Em artigo que fiz publicar em diversos jornais do Cariri, anos atrás, e nada mais a acrescentar, eu me indignei com esse jogo sujo de interesses que invadiu a causa a começar pelo vilipêndio que se aplicou a um dos homens mais corretos e mais honrados do meu tempo. Cabia a essa Igreja do Cariri a pronta e eficiente defesa de seu servo exemplar, mas o que se viu foi a frieza de uma indiferença estranha até para confirmar se de fato, tantos anos depois, ela reafirmava a decisão que se tomara à época, entre o clérigo, o presbitério e seu diocesano. Por fim, Cildo, saiba que eu mesmo considero que essa televisão, esse jornalismo que se faz é parte disso que cheira mal em nossa sociedade, por se prestar a divulgar em matérias sensacionalistas, falsamente glamourosas, daquilo que fede e emporca nossas vidas numa noite de domingo. 

(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 10.08.2016)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI

CINEMARANA (SESC, CRATO)
O Cinemarana (Teatro Adalberto Vamozi, SESC, Rua André Cartaxo, 443, Crato), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 15, segunda feira, às 19 horas, o filme O PLANETA PROIBIDO (Forbidden Planet, EUA, 1956, 99min). Direção de Fred M. Wilcox. Sinopse: Uma expedição liderada pelo Comandante John J. Adams (Leslie Nielsen) viaja rumo a um planeta distante para descobrir o que aconteceu com os cientistas que foram para lá iniciar uma colônia. Apenas um é encontrado: o arrogante Dr. Morbius (Walter Pidgeon), que vive em companhia da filha, Altaira (Anne Francis), e de um prestativo robô.
CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (Teatro Patativa do Assaré, SESC, Rua da Matriz, 227, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 17, quarta feira, às 19 horas, o filme O PLANETA PROIBIDO (Forbidden Planet, EUA, 1956, 99min). Direção de Fred M. Wilcox. (Veja, acima, para o SESC, Crato

CINE ELDORADO (JN)
O Cine Eldorado (Cantina Zé Ferreira, Rua Padre Cícero, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com a curadoria e mediação do prof. Edmilson Martins, exibe no próximo dia 19.02, sexta feira, às 20 horas, dentro do Festival CHAPLIN, o filme LUZES DA RIBALTA (Limelight, EUA, 1952, 149min). Direção de Charles Chaplin. Sinopse: Londres, 1914. Calvero (Charles Chaplin) é um velho comediante, que no passado fizera sucesso no vaudeville e music hall. Calvero foi esquecido e isto o deixou muito próximo de se tornar alcoólatra. Porém tudo muda quando, numa tarde, ao voltar para pensão onde vive, sente um estranho cheiro e constata que é gás, vindo de um dos quartos. Ele arromba a porta e acha inconsciente uma jovem, Thereza Ambrose (Claire Bloom). Calvero chama um médico e ambos a carregam para o seu apartamento, que fica dois andares acima. Quando ela desperta, Calvero lhe pergunta por qual razão quis cometer suicídio. Theresa lhe explica que sempre sonhou ser uma grande bailarina, mas agora suas pernas estão paralisadas. Calvero promete fazer tudo para ajudá-la, mas o que ele não imagina é que, em pouco tempo, Theresa fará tudo para ajudá-lo.
CINE CAFÉ VOLANTE (BARBALHA)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, promove sessões semanais de cinema no seu Cine Café, na cidade de Barbalha (Auditório do Centro de Esportes e Artes Unificados Mestre Juca Mulato, Parque da Cidade, Parque da Cidade), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 19, sexta feira, às 19 horas, o filme BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, EUA, 2004, 108min). Direção de Michel Gondry. Sinopse: Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram fazer com que o relacionamento desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa.
CINE CAFÉ (CCBNB, JN)
O Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil, (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte), realizando sessões semanais de cinema no seu Cine Café, com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, exibe no próximo dia 20, sábado, às 17:30 horas, o filme PARIS, TEXAS (Paris, Texas, Alemanha Oc./EUA/França/Reino Unido, 1984, 147min). Direção de Wim Wenders. Sinopse: Um homem (Harry Dean Stanton) é encontrado exausto e sem memória em um deserto ao sul dos Estados Unidos. Aos poucos se recordando de sua vida, ele é acolhido pelo irmão Walt (Dean Stockwell), que é casado com Anne (Aurore Clément). Com eles vive também Alex (Hunter Carson), filho do homem sem memória, que aos poucos volta a se identificar com o pai.