quarta-feira, 3 de junho de 2015

BOA TARDE
Dou continuidade à publicação nesta página das pequenas crônicas que estão sendo lidas no Jornal da Tarde (FM Rádio Padre Cícero, 104,9 de Juazeiro do Norte) nos dias de segundas, quartas e sextas feiras, sob o título Boa Tarde para Você.
157: (29.04.2015) Boa Tarde para Você, Claudio Sergei Luz e Silva
Antes de qualquer coisa, desejo cumprimentá-lo e agradecer a gentileza de ter remetido para minha leitura a primeira forma do Plano Municipal de Educação de Juazeiro do Norte para o período 2015 a 2025 que, segundo sua consideração foi construído e proposto sem a participação dos professores, pais, alunos e sociedade civil organizada. Sua expectativa, como me afirma, seria no sentido de que a Secretaria de Educação do município, e diria também o Conselho Municipal de Educação, tivesse realizado debates e possibilitado a participação democrática do cidadão juazeirense. Mas, vereador Cláudio Luz, me permita que lhe observe que na primeira página deste documento está a menção bem qualificada das pessoas que o produziram e firmaram, envolvendo exatamente professores, pais, alunos e sociedade civil organizada, sem falar na equipe técnica da SEDUC e do Conselho. 
Não entendi e não desejo polemizar neste particular, mas apenas considerar que para ele contribuíram representantes das universidades, dos servidores técnico administrativos das escolas públicas municipais, dos docentes, do poder executivo, dos pais, e de gestores da rede municipal, exatamente porque é uma instância mais técnica nesta fase. Felizmente, vem agora este Plano para a consideração do Parlamento, a quem cabe seguramente aperfeiçoa-lo, mediante inclusive uma maior participação popular através de debates que ele deseje produzir e implementar para esta finalidade. Gostaria, tão somente de relevar alguns pontos importantes desta missão que cabe aos senhores vereadores para a sua análise, com o objetivo deste aperfeiçoamento e em busca da legitimação do que se poderá consolidar como a política educacional do município, dando grande contribuição para o nosso desenvolvimento. Desnecessário é dizer, Cláudio Luz, que sua concepção está arrimada nos ideais do Plano Nacional de Educação para o período 2014-2024, substantivamente apoiado na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e até que se diga em contrário, atendendo as expectativas e anseios da nossa sociedade juazeirense. Neste ponto, o documento firma metas baseadas em diagnóstico que me parece sincero e estabelece, para cada uma, diversas estratégias necessárias e factíveis para a sua implementação, neste período de 10 anos, e daí a grande responsabilidade, pois ele se elastece para outras administrações. Quero crer, ao meu sentimento, Cláudio Luz, que tudo de mais importante ali está contemplado, pois aborda as questões fundamentais nas atenções à Educação Infantil, à Alfabetização, ao Ensino Fundamental, ao Ensino Médio, à Educação Especial e Inclusiva, à Educação Profissionalizante, e ao Ensino Superior. Destaques especiais eu daria, realmente, para um novo olhar sobre a necessidade de realizar uma educação que contemple de fato o Tempo Integral, o Aprendizado Adequado na Idade Certa, particularmente quanto ao Alfabetismo de Jovens e Adultos integrado à Educação Profissional. Acredito mesmo que ao se referir a este herói, o professor de sala de aula, o Plano Municipal deve resgatar melhores cuidados para a sua valorização com um esforço continuado na formação de professores em Pós-Graduação e com um Plano de Carreira Docente, que auxilie a gestão da educação, com premissa democrática. Por último, Cláudio Luz, as discussões que Plano deverá permitir nesta casa legislativa, particularmente sobre o financiamento da educação, deverão convergir positivamente para que esta sociedade civil organizada de que nos fala venha a garantir recursos mínimos de 7% do PIB, no quinto ano para alcançar 10% PIB ao final do decênio. Assim, também acredito que esta construção democrática e participativa do Plano Municipal de Educação guiará as nossas ações e decisões nos próximos dez anos, possibilitando elevar e ampliar a qualidade da Educação em Juazeiro do Norte.

(Crônica lida durante o Jornal da Tarde, da FM Padre Cícero, Juazeiro do Norte, em 29.05.2015)

O CINEMA ALTERNATIVO NO CARIRI
CINEMATÓGRAPHO (SESC, JN)
O Cinematógrapho (SESC, Rua da Matriz, Juazeiro do Norte), com entrada gratuita e com curadoria e mediação de Elvis Pinheiro, começa a exibir no próximo dia 3, quarta feira, às 19:00 horas, e nas 3 outras quartas feiras do mês de junho, a Mostra Kieslowski Fase Polonesa. Por ignorância, recorro a Wikipedia para recolher dados biográficos do cineasta Krzysztof Kieslowski que nasceu em Varsóvia (Polônia), em 27.06.1941e aí também faleceu em 13.03.1996. Estudou cinema na Escola de Teatro e Cinema de Lodz, por onde também passaram os cineastas Roman Polanski e Andrrzej Wajda. A carreira de Kieślowski divide entre a fase polonesa e a francesa. Depois de concluir a faculdade, o jovem diretor começa a produzir documentários. A vida dos trabalhadores e dos soldados era o foco principal desses filmes. A narrativa dos documentários passa a influenciar os primeiros filmes de ficção do diretor. "A Cicatriz", "Blind Chance" e "Amador" são exemplos desse estilo. Mais tarde, Krzysztof Kieślowski realizou para a Televisão Polonesa uma série de filmes baseados nos Dez Mandamentos (chamada Decálogo) - um filme por mandamento, todos tratando de conflitos morais. Dois deles foram posteriormente produzidos, transformados em longa-metragens: Não Matarás e Não Amarás. A forma de contar a história muda nesta fase. O diretor passa a usar uma quantidade mínima de diálogos, concentrando-se no poder da imagem e das cores. As palavras são substituídas por uma poesia imagética. O cineasta aprimora seu estilo ao realizar seus próximos filmes. Os quatro últimos filmes do diretor foram realizados através de uma produção francesa: "A dupla vida de Veronique" (estrelando Irène Jacob) e a Trilogia das Cores (A liberdade é azul, A Igualdade é Branca e A Fraternidade é Vermelha). A trilogia das cores foram filmes os quais deram um maior sucesso comercial ao diretor. São baseados nas cores da bandeira francesa e no slogan da revolução do país. O toque de Kieslowski está na sua representação das palavras liberdade, igualdade e fraternidade e na forma que as cores dão o ambiente psicológico da história. Outro ponto interessante é reparar no cruzamento de elementos em comum entre os três filmes. Depois do último filme da trilogia o diretor anunciou a sua aposentadoria devido ao fato de estar cansado de fazer cinema. Porém, começa a escrever o roteiro da trilogia "Paraíso, Purgatório e Inferno", baseada na Divina Comédia de Dante Alighieri. Kieślowski morre em 1996, aos 54 anos, sem concluir esses filmes. Em 2002, Tom Twyker filma o roteiro de "Paraíso", idealizado pelo diretor polonês. Ganhou os seguintes prêmios: Prémio do Júri no Festival de Cannes, por "Não Matarás" (1988); Prémio Ecuménico do Júri no Festival de Cannes, por "A Dupla Vida de Veronique" (1991); duas vezes o Prémio FIPRESCI no Festival de Cannes, por "Não Matarás" (1988) e "A Dupla Vida de Veronique" (1991); Urso de Prata de Melhor Realizador no Festival de Berlim, por "A Igualdade é Branca" (1994); Leão de Ouro no Festival de Veneza, por "A Liberdade é Azul" (1993); Prémio FIPRESCI no Festival de Veneza, por "Decálogo" (1989); Prémio Especial do Júri no Festival de San Sebastian, por "Não Amarás" (1988); duas vezes o Prémio OCIC no Festival de San Sebastian, por "Não Amarás" (1988) e "Decálogo" (1989); Prémio Bodil de Melhor Filme Não-Americano, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); duas vezes o Prémio Bodil de Melhor Filme Europeu, por "Não Matarás" (1988) e "Decálogo" (1989); Prémio da Crítica na Mostra de Cinema de São Paulo, por "Decálogo" (1989); Prémio do Público na Mostra de Cinema de São Paulo, por "Não Amarás" (1988). E recebeu nomeações para os seguintes prêmios: Oscar de Melhor Realizador, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Oscar de Melhor Argumento Original, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); BAFTA de Melhor Realizador, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); BAFTA de Melhor Argumento Original, por "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Duas nomeações ao César de Melhor Filme, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Duas nomeações ao César de Melhor Realizador, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Duas nomeações ao César de Melhor Argumento Original, por "A Liberdade é Azul" (1993) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994); Duas nomeações ao Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro, por "A Dupla Vida de Veronique" (1991) e "A Fraternidade é Vermelha" (1994). Venceu por "A Fraternidade é Vermelha"; European Film Awards de Melhor Argumento, por "Paraíso" (2002).
Mostra Kieslowski Fase Polonesa, então, se inicia nesta quarta feira, dia 3, com o filme A Cicatriz (Blizna)(Polônia, 1976, 112 min). Elenco: Franciszek Pieczka (Bednarz), Mariusz Dmochowski, Jerzy Stuhr, Jan Skotnicki, Stanislaw Igar e outros. 
Sinopse: Em 1970, um grande complexo químico está para ser instalado numa pequena cidade polonesa. A burocracia do socialismo decide o local da construção. A pessoa escolhida para tocar a obra é Bednarz, que já viveu no local onde a sua mulher foi uma ativista política. Ele não tem boas memórias desse tempo e está relutante em voltar a cidade.
Crítica: Há uma cena no início de "A Cicatriz" (1976), primeiro filme de Krysztof Kieslowski distribuído apenas a partir do ano passado após ter sido censurado e proibido na Polônia, em que a mão do diretor não deixa dúvidas quanto à carreira que ali se anunciava. Kieslowski (1941-96) ficou conhecido sobretudo pelo "Decálogo" (1987-89) e pela trilogia (1993-94) -menos espantosa- de "A Liberdade É Azul", "A Igualdade É Branca" e "A Fraternidade É Vermelha", além do esotérico e um tanto constrangedor "A Dupla Vida de Véronique" (1991). Em todos esses filmes, há um fundo moral, de fábula, em que a sombra de Deus e da religião (católica) contribui para a atmosfera metafísica com que o cineasta envolve as situações mais casuais, as coincidências e os dilemas mais humanos de seus personagens. "A Cicatriz" parece à primeira vista mais uma fábula de conotação social com clima de documentário, como tantos outros filmes poloneses da época. Trata da construção de uma fábrica numa floresta nos arredores de uma pequena cidade, de como essa decisão é tomada, dos interesses políticos em jogo e das consequências para a população e o meio ambiente. É, porém, uma cena curiosamente muito prosaica logo no início que deixa entrever a aspiração metafísica do cineasta: um grupo de homens representantes do poder vai de carro até o local, no meio da floresta, onde estão previstas as obras.  A câmera os observa de longe, descendo dos carros no meio das "árvores de 200 anos", e, de repente, o barulho das portas batendo uma após a outra, um som de início banal e insignificante, vai ganhando, pela insistência, um sentido ostensivo, quase religioso, que será sublinhado em seguida, ao longo do filme, pela música de ficção científica. É com essa cena que o espectador entende que o que está assistindo é maior do que um simples "filme social". Há uma perturbação ali, que é mais do que uma mera fábula política. Porque, ao contrário da denúncia ou do protesto, que na maioria das vezes apresentam uma saída, no fundo, nem o próprio filme parece conhecer a solução para aquilo de que trata, apenas expondo, perplexo -e muitas vezes enojado-, o que os homens fazem com a criação de Deus. Se, por um lado, esse ponto de vista metafísico, aqui ainda um pouco acanhado diante da questão social mais imediata (se comparado aos filmes posteriores do cineasta), garante a Kieslowski uma originalidade e um estilo que lhe é natural, sem precisar lançar mão de nenhum maneirismo, por outro, exala uma moral que, embora difusa, parece ser não apenas conservacionista, mas conservadora. O protagonista é um engenheiro nomeado para dirigir a instalação da fábrica na sua cidade natal, onde não pisa há anos, desde o tempo em que a mulher cometeu um ato político que a impede de acompanhá-lo de volta desta vez. O dilema do engenheiro será o de ter de se resignar diante da fábrica destruindo a floresta, da filha fazendo abortos, da estupidez dos homens dando cigarros para os animais comerem - ou seja, da corrupção da natureza. É nesse ponto que Kieslowski vai associar o conservacionismo a Deus, ao conservadorismo e a uma verdade moral contra a mentira, a desonestidade e a imoralidade dos que corrompem a vida. Deus ainda não está totalmente explícito nesse primeiro filme do cineasta, mas vence quando a filha decide não abortar e o engenheiro por fim se recusa a continuar participando desse mundo corrupto, para ficar cuidando do netinho. A ambiguidade conservadora dessa moral, associando integridade, verdade e Deus (um deus católico e polonês), deixa de pé atrás até mesmo o espectador que reconhece em Kieslowski a originalidade e o estilo próprio de um verdadeiro cineasta. (Bernardo Carvalho, Folha de São Paulo)

RECONHECIMENTO PÚBLICO
O município de Juazeiro do Norte sancionou lei que reconhecem os inestimáveis serviços prestados por algumas instituições. Vejam os atos legislativos, assinados pelo prefeito municipal.
LEI Nº 4481, DE 22.05.2015, reconhece como de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA E EDUCACIONAL ARARIPE SOLDIERS – AS, sociedade civil de direito privado, sem fins econômicos e lucrativos, de cunho educacional e caráter esportivo, com autonomia administrativa e financeira, sem qualquer vínculo político, com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, com prazo de duração indeterminado, e reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Vereador José Tarso Magno Teixeira da Silva
LEI Nº 4482, de 22.05.2015, reconhece como de utilidade pública o 9.º GRUPO DE ESCOTEIROS IVA EMÍDIO GONDIM, sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter educacional, cultural, beneficente, filantrópico e comunitário, destinado a prática do escotismo no nível local, constituída em 26 de junho de 1996, filiada a União dos Escoteiros do Brasil com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, com prazo de duração indeterminado, e
reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Vereador João Alberto Morais Borges; COAUTORIA: Vereador Antônio Cledmilson Vieira Pinheiro.
LEI Nº 4483, de 22.05.2015, reconhece como de utilidade pública a ASSOCIAÇÃO JESUS É O SENHOR E A IMACULADA NOSSA MÃE – COMUNIDADE CATÓLICA SAL DA TERRA, sociedade civil, sem fins lucrativos, que tem por objetivo promover eventos religiosos, para evangelizar os batizados, levando a eles uma experiência pessoal com o Espírito Santo, sendo instrumento de cura e libertação do povo de Deus pela busca da vivência da palavra de Deus, seguindo os ensinamentos e passos de Jesus Cristo, sob a orientação e obediência à Igreja, constituída em 20 de setembro de 2002, com sede e foro na cidade de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, com prazo de duração indeterminado, e reger-se-á por seus estatutos sociais, bem como pelas
leis, usos e costumes nacionais. AUTORIA: Vereador Danty Bezerra Silva; COAUTORIA: Vereador José Nivaldo Cabral de Moura


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