sábado, 17 de novembro de 2012

JUAZEIRO NA BIENAL DO LIVRO


Neste dia 18 de Novembro está chegando ao fim a X Bienal Internacional do Livro do Ceará, no novo Centro de Eventos de Fortaleza. Um grande evento. Largos e novos espaços foram abertos para comportar mais de uma centena de livreiros, dentre editoras e livrarias, além de instituições ligadas ao livro e ao fomento da leitura. A grande presença foi, indiscutivelmente, a juventude de colégios, faculdades e universidades de vários Estados, especialmente nordestinos. Tive uma atenção particular para ver a presença de Juazeiro do Norte, seus temas, personagens e fatos, objeto do produto mais desejado – o livro, mas também em diversos acontecimentos como oficinas de cordel e xilogravura, poetas e artistas presentes. Dos livros, constatei a presença de muitos títulos interessantes à bibliografia de Juazeiro do Norte, especialmente reedições a cargo de seus autores e promovidas por URCA, UFC, SECULT. Dos novos títulos, ou mais recentes, estou mencionando os abaixo ilustrados com suas capas:
1.Lampião continua ensejando muitas publicações, e nestes livros, parece inesgotável a cena do Juazeiro, com a passagem do bandido e seu grupo. Parecem ainda inexplicáveis e sujeito a teorias e hipóteses a associação Pe.Cícero/Lampião. Um tema sempre recorrente na bibliografia do cangaço.
2.Também na história geral do Ceará, Juazeiro continua merecendo algum destaque. Os livros que se escrevem mais recentemente já passam a resenhar com maior sinceridade os capítulos que inserem Juazeiro e o Pe. Cícero, o fenômeno da religiosidade popular como um capítulo típico destas obras.
3.A arte local, particularmente circunscrita à produção de gravadores (xilógrafos) e poetas (literatura oral) não sai de pauta pelo falo relevante de um tom histórico, mas também pela renovação que se identifica em novas gerações, novos temas, e variações desta estética.
4.No cordel, chamou-me atenção duas coisas: a permanência do interesse de cordelistas com a classificação do cordel como veiculador da reportagem, sempre inserida nas questões locais e de grande repercussão. Veja o caso de Abraão Batista, um dos poetas presentes na Bienal, com três títulos nos quais explora com muito humor e também por sarcasmo bem ferino a questão nos negócios da Diocese de Crato dentro do Juazeiro. Tanto no interesse do faturamento pela coleta de esmolas e ofertas dos devotos, como pelo caso rumoroso das terras vendidas pelo Mons. Murilo.
5.Também no cordel, Lunga não deixou de estar presente por inúmeros títulos em reedições, e também por novos títulos e outros poetas. Tudo é motivo. E Lunga passa a ser o personagem de muitas histórias, a maioria recontadas, sem um mínimo de realidade, para não deixar de se referir ao Lunga que conhecemos. Vejam só alguns novos títulos: Seu Lunga e o futebol, Seu Lunga assistindo novela, As outras do Seu Lunga, A primeira e a verdadeira história de Seu Lunga, O sobrinho de Seu Lunga, Seu Lunga – histórias contadas pelo povo, As respostas de Seu Lunga.
Enfim, amigos, a X Bienal Internacional do Livro do Ceará foi uma grande e merecida promoção de um esforço conjunto da Câmara Cearense do Livro, do Governo do Estado do Ceará, através da sua Secretaria de Cultura, com o apoio do Sindicato dos Livreiros e de Editoras. Parabenizamos a todos por esta grande realização.



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